Uma embarcação, o Iaraçu, prepara-se para uma jornada inédita pelo Rio Amazonas, ligando Manaus a Belém. A expedição, parte da iniciativa Temporada Brasil-França 2025, tem um objetivo audacioso: unir a ciência acadêmica e os saberes populares em uma busca por soluções para os desafios impostos pelas mudanças climáticas. De 28 de outubro a 21 de novembro, o navio se transformará em um laboratório flutuante, mas com uma peculiaridade fundamental: ele será um espaço de encontro entre cientistas e as comunidades ribeirinhas, que vivem e conhecem a floresta em sua essência.

A iniciativa, resultado de uma cooperação entre os governos do Brasil e da França, envolve dez instituições de ambos os países. A proposta é romper as barreiras entre a pesquisa formal e o conhecimento tradicional. A bordo do Iaraçu, não estarão apenas cientistas, mas também empreendedores da bioeconomia, membros de associações, cooperativas e, acima de tudo, ribeirinhos e indígenas. A ideia é que a troca de experiências e informações ocorra de forma fluida, permitindo que a ciência se beneficie da sabedoria acumulada ao longo de gerações.
A expedição se destaca por sua abordagem participativa e inclusiva. O embaixador da França no Brasil, Emmanuel Lenain, ressalta que “O Iaraçu tem uma dimensão participativa e inclusiva e esse encontro de diferentes vozes e saberes é o que dá peso e particularidade ao projeto”. A declaração reforça a visão de que a solução para os desafios climáticos na Amazônia não virá apenas dos laboratórios, mas do diálogo e da colaboração com aqueles que têm a vivência diária da floresta.
VEJA MAIS: Barco solar autônomo transforma o monitoramento ambiental na Amazônia
Uma jornada de saberes e dados

A expedição não se limitará a um intercâmbio de conhecimento. A bordo, serão realizadas as mais completas coletas de dados e relatos sobre as mudanças climáticas na região. Os cientistas terão a oportunidade de registrar informações em tempo real, enquanto o barco percorre o coração da Amazônia. A união entre dados científicos e os relatos populares oferecerá um panorama mais completo e preciso dos impactos das alterações climáticas na vida das comunidades e na biodiversidade.
A Temporada Brasil-França 2025 tem como um de seus pilares a valorização da Amazônia e de sua gente. A expedição do Iaraçu é a materialização desse compromisso. Ao levar a ciência para o rio e trazer o conhecimento local para dentro da pesquisa, o projeto cria um modelo inovador de cooperação. A Amazônia, com sua complexidade e riqueza, exige abordagens que respeitem as particularidades de seus povos e territórios.
A jornada do Iaraçu é um símbolo de que a resposta para os desafios climáticos está na colaboração, no respeito às diferentes formas de conhecimento e na construção de pontes entre culturas. A ciência, quando aliada aos saberes tradicionais, ganha uma nova dimensão, mais rica e eficaz. A expedição, ao longo de quase um mês, não apenas coletará dados, mas também construirá laços e parcerias duradouras que podem moldar o futuro da pesquisa na Amazônia.
O legado da expedição não se limitará ao seu período de duração. Os dados e relatos coletados servirão de base para futuras pesquisas e políticas públicas, e os laços de confiança e colaboração estabelecidos entre cientistas e comunidades locais abrirão caminho para novos projetos e iniciativas. O Iaraçu, ao navegar pelas águas do Rio Amazonas, leva a esperança de que a união de diferentes vozes e saberes é o caminho para um futuro mais sustentável para a Amazônia e para o mundo.
Serviço
O que é: Expedição científica e colaborativa pelo Rio Amazonas.
Percurso: Manaus a Belém.
Período: 28 de outubro a 21 de novembro de 2025.
Embarcação: Iaraçu.
Parceria: Governos do Brasil e da França.
Objetivo: Unir ciência e saberes populares para enfrentar as mudanças climáticas.







































