Governo do Pará aposta na tecnologia para gerar transformação social


O Pará vive um momento de aceleração em ciência, tecnologia e educação profissional, com projetos que conectam inovação, empreendedorismo e ensino técnico para promover impactos econômicos e sociais em todo o Estado. A Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet) está liderando uma agenda que reforça o ecossistema de inovação e busca colocar a tecnologia como instrumento real de desenvolvimento para jovens, empreendedores e comunidades.

Divulgação - Ag. Pará

Para o secretário Victor Dias, há convicção de que investir em educação, inovação e empreendedorismo é abrir caminhos de igualdade: ao apoiar ideias transformadoras dos diversos recantos do Pará, o Estado cria chances de que cada estudante ou grupo possa desenvolver competências, gerar renda e contribuir com soluções para os desafios locais, além de fomentar o crescimento coletivo.

Startups, maratonas e empreendedorismo comunitário

Entre os destaques está o programa Startup Pará, que apoia empreendedores com iniciativas tecnológicas de impacto social. O programa promoveu as Maratonas de Inovação em cidades como Belém, Bragança, Santarém, Tucuruí e Parauapebas – encontros intensivos nos quais equipes desenvolvem protótipos para temas como bioeconomia, inteligência artificial e cidades inteligentes. As melhores ideias recebem mentorias, bolsas de apoio e são encaminhadas para incubação, com possibilidade de virarem produtos ou serviços operacionais. iniciativa que levou estudantes e empreendedores de Bragança e Tucuruí ao Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (PCT Guamá) para conhecer laboratórios, empresas residentes e espaços de inovação. Esse contato direto permite que participantes vejam de perto o potencial de seus projetos e estabeleçam parcerias, aprendendo com empresas já instaladas.

Educação técnica e experimentação nas escolas

A formação técnica é outra frente essencial da Sectet. As escolas técnicas estaduais do Pará (EETEPAs) distribuídas pelo Estado oferecem cursos nas modalidades Integrado, Subsequente e Proeja. Nessas unidades também há feiras de inovação, mostras científicas e projetos educativos que estimulam alunos a experimentar tecnologia, programação, robótica e a buscar protagonismo no aprendizado prático. O Projeto Amazon Maker, por exemplo, leva laboratórios, oficinas de impressão 3D, modelagem e programação, estendendo-se também aos espaços das Usinas da Paz. Essas ações não servem apenas para ensinar conteúdos, mas para despertar vocações nas áreas STEM e criar uma cultura de experimentação.

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Divulgação – Ag. Pará

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PCT Guamá: polo estratégico de inovação

O Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (PCT Guamá) é a infraestrutura central desse esforço. Tratando-se do primeiro parque tecnológico da Região Norte, ele opera com mais de 30 empresas residentes, dezenas de associadas, 12 laboratórios de pesquisa e desenvolvimento, e parcerias com instituições de ensino superior. A gestão é da Fundação Guamá, em articulação com a Sectet, com apoio de universidades como a Universidade Federal do Pará (UFPA) e a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra).

No PCT Guamá também funciona o programa Impulso Amazônia, que oferece jornada de mentoria, oficinas temáticas e conexão com redes especializadas para empresas e startups, com foco em sustentabilidade, internacionalização, tecnologia e inovação de produto. A ideia é fortalecer projetos já existentes, dar suporte técnico-científico, ajudar no plano de negócios, marca, propriedade intelectual e demais competências essenciais para tornar ideias viáveis e negócios escaláveis.

Laboratórios e empresas do parque também colaboram com gestão pública por meio de soluções GovTech — desenvolvendo software, ferramentas digitais, serviços que melhoram eficiência, transparência, controle e atendimento ao cidadão. Exemplos incluem empresas residentes que trabalham com educação digital, aplicativos, automação de processos públicos e treinamento de rede escolar. A interação entre parque, setor público e iniciativa privada reforça que inovação não é algo distante, mas prática concretamente aplicável que pode gerar benefícios diretos.

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Divulgação – Ag. Pará

Inclusão, interiorização e sustentabilidade como eixos estruturantes

O Governo do Estado busca que tudo isso vá além de Belém. As Maratonas de Inovação e a Caravana da Inovação têm levado essas oportunidades para municípios do interior, reforçando que não é aceitável que o acesso à ciência, tecnologia ou treinamento de ponta fique restrito a capitais ou grandes centros. A interiorização visa diminuir desigualdades e promover inclusão territorial.

Além disso, há claro compromisso com sustentabilidade: bioeconomia, uso de recursos naturais de forma consciente, desenvolvimento de empresas que respeitam o meio ambiente — tudo isso inserido nos programas de inovação. O equilíbrio entre progresso tecnológico e preservação ambiental aparece como uma premissa das iniciativas apoiadas.

Desafios à frente e consolidação do ecossistema

Embora o Pará faça avanços visíveis, os desafios são grandes. É preciso consolidar cadeias de financiamento, garantir que os protótipos se transformem em produtos ou empresas viáveis, ampliar a infraestrutura nos municípios mais remotos, fortalecer redes de mentoria locais e garantir mecanismos de mercado para absorver essas inovações. Também é necessário manter políticas de longo prazo, com continuidade de programas, fiscalização, apoio técnico e boas parcerias.

Ainda assim, o Estado tem montado uma base sólida: infraestrutura, laboratórios, parcerias acadêmicas, programas de empreendedorismo, escolas técnicas. Se mantiver esse curso, o Pará pode não só acompanhar padrões nacionais de ciência e inovação, mas liderar exemplo na Amazônia de como promover desenvolvimento tecnológico que seja também justo, inclusivo e sustentável.