A Embrapa levará à COP30, em Belém, um dos espaços mais aguardados da conferência: a AgriZone, uma grande vitrine de tecnologias sustentáveis e soluções de baixo carbono para a agricultura. Instalada na sede da Embrapa Amazônia Oriental, a pouco menos de dois quilômetros das áreas oficiais da conferência, a AgriZone ocupará o coração da capital paraense entre 10 e 21 de novembro, com entrada gratuita.

Com mais de 400 atividades técnicas, 45 cultivares e 30 sistemas agropecuários sustentáveis, o espaço mostra como a ciência brasileira está reposicionando o campo como aliado estratégico da agenda climática global. O evento reunirá cientistas, produtores, líderes governamentais e representantes de instituições internacionais, reforçando a visão da Embrapa de que “a inovação é o caminho para alimentar o mundo e proteger o planeta”, nas palavras da presidente Silvia Massruhá.
Inovação e sustentabilidade como pilares
A AgriZone foi concebida como um laboratório a céu aberto de agricultura de baixo carbono, adaptada à mudança do clima e comprometida com a segurança alimentar global. Suas vitrines vivas apresentarão protocolos e certificações de sustentabilidade em cadeias como carne, soja, milho, sorgo, leite e trigo.
Um dos destaques será o selo da Carne de Baixo Carbono, fruto da parceria entre a Embrapa e a Marfrig, que reconhece sistemas produtivos capazes de reduzir emissões de gases de efeito estufa sem comprometer a produtividade.
Também ganham protagonismo o milho BTMAX, desenvolvido em parceria com a Helix e aprovado pela CTNBio, e o sorgo BRS 3002, criado com a Latina Seeds — ambos exemplos de inovação nacional que unem eficiência agrícola e sustentabilidade ambiental.

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Agricultura regenerativa e bioeconomia amazônica
As práticas exibidas na AgriZone estão alinhadas ao Plano ABC+, coordenado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), que promove a agricultura de baixa emissão de carbono. Entre as vitrines, estarão tecnologias para recuperação de pastagens degradadas com as leguminosas Mandarim e Guatã, que ajudam a reduzir em até 70% as emissões de metano por quilo de ganho de peso do gado.
A AgriZone também apresentará o Núcleo de Responsabilidade Socioambiental (Nures), voltado à inclusão socioprodutiva de pequenos e médios produtores. No local, o público conhecerá tecnologias acessíveis e de alto impacto, como o Sisteminha Embrapa, a Fossa Séptica Biodigestora, as Barraginhas e o cultivo de Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) — soluções que reduzem custos, regeneram o solo e valorizam alimentos ancestrais da agricultura familiar.
Além disso, o espaço mostrará o algodão naturalmente colorido, o cajueiro-anão, a fibra de caju desidratada e o sistema de criação de tambaquis em tanques-rede, tecnologias que conectam sustentabilidade, segurança alimentar e geração de renda.
Ciência aberta e cooperação internacional
Durante o evento, a Embrapa lançará a Plataforma Saúde do Solo BR — uma ferramenta pública de monitoramento com mais de 52 mil amostras integradas de todo o Brasil. O objetivo é apoiar práticas agrícolas regenerativas e fortalecer a resiliência dos sistemas produtivos, colocando o país na vanguarda global do estudo da saúde do solo.
A programação também inclui o acordo de cooperação com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), que prevê a instalação de uma unidade da Embrapa na Costa Rica. O espaço reunirá ainda instituições como a FAO, ONU, Fundação Gates, OCDE e CGIAR, além de universidades e organizações de mais de quinze países.
Agroecologia, cultura e futuro
A diversidade cultural também será protagonista no Pavilhão Comida, Cultura e Tradição, onde gastronomia e sustentabilidade se encontram. O público poderá vivenciar experiências sensoriais com alimentos da Amazônia e do semiárido, reafirmando o papel das culturas alimentares na construção de um futuro climático mais justo e biodiverso.
A Fazenda Álvaro Adolpho, área central da AgriZone, abrigará 45 cultivares e 30 sistemas integrados, com exemplos de intensificação sustentável e consórcios agroflorestais que incluem eucalipto, teca, café robusta amazônico, açaí, cacau e banana — evidenciando a capacidade produtiva da Amazônia sob modelos regenerativos.
Segundo Massruhá, “a COP30 não é o fim de um ciclo, mas o início de uma jornada coletiva pela sustentabilidade”. Essa jornada se concretiza na Iniciativa Jornada pelo Clima, que conta com o apoio do Senar, OCB, Sebrae, MDA, Nestlé, Bayer e da Fundação Gates, entre outros parceiros nacionais e internacionais.
A AgriZone, ao articular ciência, inclusão e cooperação global, simboliza uma nova etapa da agricultura brasileira — uma que alimenta, regenera e inspira.
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