Arte amazônica colore a COP30 com guarda-chuvas sustentáveis


Na contagem regressiva para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP30, a ser realizada em Belém em 2025, a arte amazônica ganha protagonismo por meio de uma iniciativa que une criatividade, sustentabilidade e valorização cultural. O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) lançou o projeto “Belém, Faça Sol ou Faça Chuva!”, uma ação simbólica que transforma guarda-chuvas em suportes de expressão artística e ambiental.

Divulgação

A proposta é simples e poderosa: distribuir guarda-chuvas ilustrados por artistas da Amazônia, transformando um objeto cotidiano em uma galeria móvel a céu aberto. Durante os dias da conferência, essas peças circularão por pontos estratégicos da cidade, colorindo ruas e eventos oficiais da COP30, enquanto convidam o público à reflexão sobre o papel da arte e da cultura na construção de um futuro climático mais justo e sustentável.

O projeto é estruturado em três coleções temáticas que exploram diferentes dimensões da floresta e de seus significados. “Raízes do Futuro” homenageia as árvores sagradas e medicinais, símbolos da ancestralidade e da sabedoria dos povos da floresta. Essa coleção convida o olhar a reconhecer a floresta não apenas como recurso natural, mas como abrigo, refúgio e fonte de conhecimento.

A segunda série, “Frutos do Amanhã”, celebra os frutos nativos da Amazônia — como o açaí, o cupuaçu e o buriti — e evoca a potência da bioeconomia e da cultura alimentar regional. Nesses desenhos, cada semente é tratada como um gesto de regeneração e continuidade, refletindo a força de um território capaz de criar alternativas sustentáveis de desenvolvimento.

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Belém – Agência Pará

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Por fim, “Pegada de Bicho” dá protagonismo aos animais amazônicos, representando-os como parte essencial da vida urbana e natural. Das margens dos rios aos becos de Belém, a fauna amazônica aparece reinterpretada como uma presença viva, pulsante e sensível, que resiste e convive com o cotidiano humano.

As ilustrações que compõem o projeto foram criadas por cinco artistas de diferentes regiões da Amazônia: Hadna Abreu, Winny Tapajós, Bonikta, Kambô e Natália Lobo. Cada um trouxe consigo um universo simbólico particular, inspirado em suas vivências, memórias e territórios. O resultado é uma coleção que mistura linguagens visuais contemporâneas com referências culturais profundas, compondo uma verdadeira cartografia emocional da Amazônia.

Além do valor estético e simbólico, o projeto reflete um compromisso concreto com a sustentabilidade. Os guarda-chuvas são confeccionados com tecido produzido a partir da reciclagem de garrafas PET, e cada unidade reutiliza, em média, sete garrafas plásticas. Essa escolha reduz o descarte de resíduos e reforça a importância da economia circular — uma pauta que dialoga diretamente com os debates centrais da COP30 sobre transição ecológica e consumo responsável.

Ao unir arte, funcionalidade e consciência ambiental, a iniciativa reafirma o papel do IBRAM como articulador de práticas que conciliam inovação, responsabilidade e valorização da diversidade cultural brasileira. O projeto também se insere em uma estratégia mais ampla de engajamento social e educativo da entidade, que busca aproximar o setor mineral das discussões sobre sustentabilidade, clima e comunidades locais.

A presença do IBRAM na COP30 conta com o apoio de importantes empresas do setor, que compartilham do compromisso com a transição sustentável: Alcoa, Anglo American, AngloGold Ashanti, BHP, CBA, CBMM, COPELMI, Kinross, Mineração Taboca, Mosaic, Norsk Hydro, Samarco e Vale.

“Belém, Faça Sol ou Faça Chuva!” é mais do que um projeto de arte urbana — é um gesto poético e político. Ao converter um simples guarda-chuva em veículo de expressão coletiva, a iniciativa convida à sensibilização estética e ambiental, lembrando que proteger o planeta é também um ato de imaginação e beleza. A cada cor e traço, as obras espalhadas pela cidade reiteram a mensagem que guiará a COP30: a Amazônia é mais do que um bioma — é um horizonte de futuro.