O Instituto de Meio Ambiente do Acre, o Imac, chega aos seus 39 anos celebrando mais que uma data simbólica. A autarquia aproveita o marco para reafirmar seu papel central na política ambiental do estado, consolidado ao longo de décadas como uma instituição que busca equilibrar desenvolvimento econômico, proteção dos ecossistemas e participação da sociedade. Criado em 1986, o Imac evoluiu de órgão executor de licenciamento para referência amazônica em governança, transparência e modernização na gestão ambiental.

Sua atuação tem sido determinante para estruturar políticas públicas que mantêm o Acre como um dos estados que tratam a pauta climática não apenas como obrigação, mas como oportunidade de desenvolvimento sustentável. O instituto opera em diversas frentes simultâneas: licenciamento de atividades rurais, industriais e de infraestrutura, monitoramento ambiental, fiscalização e educação ambiental. Essa amplitude de atribuições faz do Imac peça fundamental para garantir que investimentos públicos e privados ocorram respeitando limites ecológicos e legais.
A inauguração da nova sede, entregue em 2025, simboliza o esforço do governo em fortalecer a governança ambiental. O prédio de mais de 3,6 mil metros quadrados recebeu investimentos totais de aproximadamente R$ 8,8 milhões, resultado da parceria entre o governo estadual, via Tesouro, e o Banco Interamericano de Desenvolvimento, por meio do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Acre. O governador do Acre, Gladson Cameli, destacou que a estrutura moderniza o atendimento e oferece melhores condições de trabalho aos servidores, fortalecendo a capacidade estatal de acompanhar o ritmo das transformações produtivas do estado.

SAIBA MAIS: COP30 convoca ‘Mutirão Global’ pelo Clima e busca aproximação com a sociedade
A modernização, porém, não se limita à infraestrutura física. Em junho, o instituto lançou o S-Imac, sistema digital que permite protocolar e acompanhar pedidos de licenciamento ambiental de forma remota. A plataforma representa um salto na relação entre empreendedores e o poder público ao reduzir deslocamentos, ampliar a transparência dos processos e acelerar o tempo de resposta. O novo sistema atende desde empreendimentos de grande porte até atividades de pequeno impacto, abarcando licenças como Prévia, Instalação, Operação e Licença Ambiental Única. Esse avanço contribuiu para que, nos últimos quatro anos, o número de licenças expedidas crescesse 80%.
A modernização também alcançou as regionais do Imac, que atuam em todo o estado por meio das representações Alto Acre, Purus, Envira, Tarauacá e Juruá. Equipamentos como drones, computadores e notebooks — adquiridos com recursos próprios da autarquia, do Fundo Amazônia e do Fundo Especial do Meio Ambiente — reforçam o trabalho de campo e qualificam a análise técnica dos processos.
A educação ambiental permanece como eixo central da estratégia do instituto. Em parceria com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, equipes percorrem escolas, comunidades rurais e instituições públicas para levar informação sobre conservação, uso sustentável dos recursos naturais e impactos das mudanças do clima. Segundo a presidência do Imac, fiscalizar é essencial, mas educar transforma. A formação de uma cultura coletiva de responsabilidade ambiental é vista como condição para reduzir infrações, ampliar a prevenção e fortalecer a governança.
Os resultados dessa estratégia integrada aparecem nos indicadores. O Acre registrou reduções expressivas no desmatamento recente, alcançando em 2023–2024 o menor incremento desde 2018. O combate às queimadas também avançou: entre janeiro e setembro de 2025, o número de focos caiu 73% em comparação ao mesmo período do ano anterior. As ações de fiscalização da Divisão de Controle Ambiental, realizadas em conjunto com a Casa Civil e outros órgãos estaduais, combinam operações aéreas, monitoramento contínuo e atendimento a denúncias.
Ao completar 39 anos, o Imac projeta um futuro em que a gestão ambiental continue sendo instrumento de desenvolvimento. A autarquia se coloca como guardiã do patrimônio natural acreano e como articuladora de soluções que conectam conservação, inovação e inclusão produtiva. Nesse caminho, reforça a ideia de que desenvolvimento sustentável não é um conceito abstrato, mas uma prática diária construída com técnica, diálogo e visão de longo prazo.









































