Estudo Revela Desigualdades na Infraestrutura Escolar entre Alunos Brancos e Negros

Autor: Redação Revista Amazônia

 

Um estudo recente divulgado pelo Observatório da Branquitude destaca as disparidades na infraestrutura das escolas públicas de educação básica, mostrando que as instituições com maioria de alunos negros enfrentam condições de ensino significativamente piores em comparação com aquelas de maioria branca.

Os dados revelam que 69% das escolas com as melhores infraestruturas têm a maioria de seus alunos autodeclarados como brancos. Por exemplo, enquanto 74,69% das escolas majoritariamente brancas possuem laboratório de informática, apenas 46,90% das escolas de maioria negra contam com esse recurso.

A presença de bibliotecas também reflete essa disparidade: 55,29% das escolas de maioria branca têm bibliotecas, em comparação com menos da metade (49,80%) das escolas de maioria negra.

Outra discrepância evidente diz respeito à disponibilidade de quadras esportivas. Aproximadamente 80% das escolas de maioria branca possuem quadras esportivas, enquanto apenas 48% das escolas de maioria negra contam com esse espaço.

O estudo analisou ainda aspectos relacionados à infraestrutura fora da sala de aula, como rede de esgoto. Enquanto 72,28% das escolas de maioria branca têm coleta de esgoto, apenas 56,56% das escolas com mais alunos negros têm acesso a esse serviço básico.

Carol Canegal, pesquisadora envolvida no estudo, destaca que esses dados apontam para uma clara desvantagem dos estudantes negros em relação aos brancos. Ela ressalta que essa desigualdade está enraizada no histórico das relações raciais no país e lamenta que as disparidades persistam no ciclo de ensino brasileiro, desde a educação infantil até o ensino médio.

O Observatório da Branquitude, responsável pelo estudo, é uma organização da sociedade civil dedicada a produzir e divulgar informações sobre desigualdades raciais e estruturas de poder da população branca. O estudo foi elaborado com base em dados do Censo Escolar e do Indicador de Nível Socioeconômico (Inse), divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

A análise revelou que a maioria das escolas com alunos majoritariamente negros concentra-se nos níveis mais baixos do Indicador de Nível Socioeconômico, enquanto as escolas de maioria branca concentram-se nos níveis mais altos. Isso reflete as condições socioeconômicas desiguais enfrentadas pelos alunos de diferentes grupos raciais.

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Essas disparidades reforçam a importância de políticas públicas eficazes e assertivas que incorporem uma abordagem voltada para as desigualdades raciais. Uma educação verdadeiramente igualitária requer não apenas o acesso à educação, mas também uma infraestrutura escolar que garanta o pleno desenvolvimento de todos os alunos, independentemente de sua cor ou origem racial.


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