O barulho que te assusta durante a madrugada pode vir de um animal silvestre inofensivo que vive bem perto da sua casa. Você está deitado, quase pegando no sono, quando um som estranho ecoa pela janela. Um lamento longo, um assobio cortante ou até algo que parece um choro. O medo aperta no peito. Mas e se eu te dissesse que esse barulho pode vir de um animal silvestre inofensivo e comum no seu bairro? Na maior parte dos casos, é exatamente isso. O que soa ameaçador aos nossos ouvidos nada mais é do que a comunicação natural de espécies noturnas que compartilham o ambiente com a gente — muitas vezes invisíveis, mas sempre presentes.

Por que escutamos tantos sons de animal silvestre à noite?
Durante a noite, a atividade humana diminui, o que amplifica os ruídos da natureza. É nesse período que muitos animais silvestres saem para caçar, acasalar ou simplesmente se locomover. O silêncio noturno torna os sons mais intensos — e, consequentemente, mais assustadores para quem não conhece sua origem.
Boa parte desses ruídos é produzida por aves, anfíbios, insetos e pequenos mamíferos que vivem próximos a áreas urbanas. O animal silvestre, mesmo nos centros urbanos, encontra abrigo em terrenos baldios, quintais arborizados e margens de rios ou córregos. Ainda que inofensivo, o som que ele produz pode assustar pelo ineditismo ou pela semelhança com vocalizações humanas.
A coruja-suindara e seus gritos arrepiantes
Poucos sons causam tanto arrepio quanto o lamento da coruja-suindara. Com uma face em forma de coração e hábitos discretos, esse animal silvestre costuma ser visto como presságio em algumas culturas. Mas, na prática, é um caçador eficiente de ratos e insetos — e totalmente inofensivo ao ser humano.
Seu som lembra um grito abafado ou um assobio prolongado, que ecoa especialmente em noites úmidas. A primeira reação de quem ouve é de susto ou inquietação. Mas com um pouco de curiosidade, a suindara deixa de ser um monstro noturno para se tornar uma espécie fascinante.
Sapos e rãs: os barulhos mais injustiçados da noite
Coaxar é uma arte para os anfíbios — e cada espécie tem sua melodia. O sapo-cururu, por exemplo, emite um som grave e contínuo, que lembra um tambor distante. Já as rãs arborícolas podem soar como grilos amplificados ou até como alguém rindo.
Esses sons, muitas vezes atribuídos a presenças sobrenaturais, vêm de animais silvestres fundamentais para o controle de pragas e para o equilíbrio ecológico. Mesmo que seus concertos noturnos interrompam seu sono, lembre-se de que eles são indicadores de um ambiente saudável e biodiverso.
Movimentos entre folhas e galhos? Pode ser um gambá ou tamanduá
Você escuta um farfalhar entre folhas secas. Alguma coisa parece se mover devagar no quintal. A sensação é de que há algo te observando. Provavelmente, é só um animal silvestre procurando alimento. Gambás e tamanduás são mamíferos solitários, que evitam o contato com humanos e só vocalizam quando se sentem ameaçados.
Os ruídos desses animais são suaves, mas podem parecer mais intensos em noites silenciosas. Gambás fungam, arrastam folhas e às vezes derrubam objetos no caminho. Já o tamanduá-mirim pode soprar forte quando percebe alguma presença. Nada disso indica perigo — é apenas o instinto falando mais alto.
Insetos que cantam alto (e até estalam)
Grilos, cigarras noturnas e até alguns besouros produzem sons que ressoam como ecos metálicos ou sussurros agudos. O som constante de um grilo pode ser tranquilizante para uns — mas para outros, é fonte de angústia quando não se consegue identificar sua origem.
Ainda assim, é importante lembrar que esses são apenas animais silvestres de pequeno porte exercendo seu papel no ecossistema. Seus sons têm função clara: atrair parceiros, marcar território ou espantar predadores. Quando o ruído incomodar, tente não pensar em terror — e sim em biodiversidade.
Felinos do mato: os sons mais perturbadores da fauna noturna
Pouca gente sabe, mas o gato-do-mato e a jaguatirica podem miar, bufar ou vocalizar de forma parecida com o choro de uma criança. Esse animal silvestre, costumam viver em áreas de mata e evitam ao máximo o contato com humanos.
Se você mora perto de uma área verde e ouviu algo perturbador durante a madrugada, pode ter sido um desses felinos comunicando sua presença a outros da mesma espécie. Por mais impactante que o som seja, não há risco — esses animais são discretos e só atacam se encurralados.
Entender o som é respeitar o animal silvestre
A verdade é que quanto mais conhecemos os sons da natureza, menos medo sentimos. O pavor nasce do desconhecido. Mas quando você descobre que aquele som que parecia um grito era, na verdade, o chamado territorial de um sapo, o pânico se transforma em fascínio.
O animal silvestre, com seus ruídos, passos, coaxares ou miados, não está tentando te assustar. Ele está simplesmente existindo. Cabe a nós, humanos, reaprender a escutar a noite como parte do mundo natural. A fauna não é inimiga — é vizinha.
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