Apenas 22% dos Brasileiros Possuem Condições Satisfatórias de Conectividade


 

Apesar do acesso à internet estar se aproximando da universalização no Brasil, um estudo inédito revela que apenas 22% dos brasileiros com mais de 10 anos de idade desfrutam de condições satisfatórias de conectividade. Os números, divulgados pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), apontam para uma realidade complexa e desigual no país digital.

O estudo, intitulado “Conectividade Significativa: Propostas para Medição e o Retrato da População no Brasil”, analisou variáveis como custo da conexão, diversidade de dispositivos, tipo e velocidade de conexão e frequência de uso da internet para medir a qualidade e eficácia do acesso da população às tecnologias digitais.

Os resultados são preocupantes, especialmente quando observamos as disparidades entre diferentes grupos. Entre os dados mais alarmantes, está o fato de que apenas 33% da população está no nível mais baixo do índice de conectividade, enquanto 24% ocupam a faixa intermediária. Essas disparidades são mais pronunciadas entre pretos e pardos, nas classes sociais D e E, nas regiões Norte e Nordeste e em áreas urbanas menores.

A coordenadora de estudos setoriais no Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br/NIC.br), Graziela Castello, enfatiza que o acesso à internet, por si só, não garante igualdade de oportunidades. Ela destaca que muitos brasileiros enfrentam barreiras significativas devido ao tipo de acesso limitado, como a conexão apenas por celular, pacotes de dados insuficientes e falta de acesso em casa.

O estudo também revela disparidades de gênero e faixa etária. Homens tendem a ter melhores índices de conectividade do que mulheres, e os mais jovens estão mais bem posicionados em termos de acesso à internet. No entanto, os idosos enfrentam uma maior vulnerabilidade à exclusão digital, com 61% dos brasileiros com 60 anos ou mais apresentando baixos índices de conectividade.

Apesar dessas dificuldades, o estudo identificou uma redução gradual na disparidade entre os extremos de conectividade significativa nos últimos anos. Esse progresso, no entanto, ainda está aquém das necessidades reais da população, destacando a importância de políticas públicas orientadas para garantir acesso equitativo e de qualidade à internet para todos os cidadãos.

Diante desse cenário, torna-se essencial que as políticas sejam formuladas considerando as particularidades sociais, econômicas e territoriais do país, para que possam abordar eficazmente as diversas realidades que compõem o Brasil digital.


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