No dia 22 de março foi celebrado o Dia Mundial da Água, que foi estabelecido pela ONU em 1992 para intensificar as discussões sobre esse recurso vital. No Brasil, a triste realidade é que muitos cidadãos ainda não têm acesso à água potável, afetando mais de 32 milhões de pessoas.
O Ranking do Saneamento 2024, um estudo do Instituto Trata Brasil, revela que apenas nove das 27 capitais brasileiras fornecem água potável a pelo menos 99% de sua população. Embora a média nacional seja de 95,68%, a situação é bastante diversificada. Capitais do Norte, como Macapá (AP), Rio Branco (AC) e Porto Velho (RO), têm índices próximos ou inferiores a 50%.
Tabela de indicadores de atendimento à água e perdas nas capitais brasileiras
O cenário de perda de água também é preocupante. Apenas Goiânia (GO) e Campo Grande (MS) têm índices inferiores a 25%, com 17,27% e 19,80%, respectivamente. A média de perda entre as capitais é de 41,38%, superior à média nacional de 37,8%. A falta de controle sobre as perdas de água nos sistemas de distribuição tem impactos negativos no meio ambiente, na receita e nos custos de produção das empresas, e principalmente, no abastecimento da população.
Para garantir o acesso à água a todos os brasileiros, é fundamental incentivar investimentos em infraestrutura de saneamento e implementar políticas públicas para serviços básicos. O Marco Legal do Saneamento estabelece que, até 2033, todas as localidades do país devem fornecer água potável a 99% da população e coleta e tratamento de esgoto a 90%. Além disso, a Portaria 490/2021 do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) determina que, até 2034, o país deve atingir padrões de excelência nos índices de perdas, ou seja, 25% em perdas na distribuição (IN049) e 216 L/ligação/dia em perdas volumétricas (IN051).