Com pouco mais de um mês para a realização da COP30, em novembro, Belém vive uma corrida contra o tempo para alinhar grandes transformações urbanas ao desafio de sediar o maior evento climático do planeta. Na manhã desta quarta-feira (24), a vice-governadora do Pará, Hana Ghassan, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o prefeito de Belém, Igor Normando, apresentaram um balanço das obras em andamento e dos investimentos públicos que estão redesenhando a cidade. A coletiva ocorreu no Centro de Economia Criativa do Parque da Cidade, principal polo de atividades da conferência.

Um legado que vai além do evento
Segundo Hana Ghassan, o investimento em saneamento básico é o alicerce do novo momento da capital paraense. Mais de R$ 1 bilhão foram destinados à macrodrenagem e revitalização de 13 canais de Belém, 11 deles localizados em áreas periféricas. A expectativa é beneficiar diretamente mais de 500 mil pessoas que antes conviviam com alagamentos e precário acesso à infraestrutura urbana.
Outro marco é a entrega da Estação de Tratamento de Esgoto Una (ETE Una), a maior já construída no Pará, que passa a atender dez bairros anteriormente excluídos da rede de saneamento. Para a vice-governadora, essa conquista simboliza um salto de qualidade de vida para os moradores. “Esse é o legado que nós esperávamos: entregar obras que mudam realidades. A ETE Una é uma revolução silenciosa para a saúde pública e para o meio ambiente”, declarou.
Além do saneamento, Hana destacou a dimensão internacional que Belém está prestes a assumir. Segundo dados confirmados pela Organização das Nações Unidas (ONU), já são 180 nacionalidades registradas e 49 mil solicitações de credenciamento para a COP30, números que reforçam o caráter histórico do encontro.

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Um calendário intenso de inaugurações
A vice-governadora também apresentou o cronograma de entregas estruturantes que começa nos próximos dias. Estão previstas inaugurações simbólicas, como a do Complexo dos Mercedários, erguido em parceria com o Governo Federal, em frente à Estação das Docas, valorizando o centro histórico.
Outros espaços culturais e científicos também ganharão protagonismo: o Museu das Amazônias, o novo prédio de gastronomia e o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia. A Caixa Cultural, o Parque Linear da Doca e o Parque Linear da Tamandaré também estão na lista de estreias, ao lado da Ponte do Outeiro e da nova Rua da Marinha. São obras que, segundo Hana, buscam articular mobilidade, cultura e inovação como motores de desenvolvimento sustentável.
O olhar do Governo Federal
Durante a manhã, Rui Costa esteve no canteiro de obras do Porto de Outeiro, que será ponto estratégico para receber cruzeiros contratados pelo Governo Federal, destinados a abrigar parte das delegações internacionais. Ele também acompanhou a finalização da Ponte do Outeiro, que reduzirá em até 20 minutos o trajeto até o Parque da Cidade, sede da conferência.
O ministro lembrou que, até agora, já foram destinados R$ 6 bilhões em investimentos federais em infraestrutura e saneamento em Belém, recursos que também movimentaram o mercado de trabalho local. “Mais de cinco mil empregos foram gerados diretamente e indiretamente. São trabalhadoras e trabalhadores que, muitas vezes de domingo a domingo, tornaram possível esse grande desafio. A COP30 não existiria sem esse esforço coletivo”, afirmou.
Mobilidade para uma cidade global
O prefeito Igor Normando apresentou o plano de mobilidade urbana elaborado especialmente para o período da conferência. Entre as medidas estão o recesso escolar, a redução no funcionamento de órgãos públicos não essenciais, linhas exclusivas de ônibus e rotas especiais para visitantes e moradores. O objetivo é equilibrar a rotina da cidade com o fluxo de milhares de delegados, jornalistas, autoridades e turistas que desembarcarão na capital.
“Estamos construindo um grande planejamento de rotas em parceria com o Governo do Estado, para que Belém consiga receber o mundo sem deixar de lado o bem-estar de quem vive aqui”, afirmou o prefeito.
Uma Belém transformada
Com obras que vão do saneamento básico à mobilidade urbana, passando por cultura, turismo e inovação, Belém se prepara para mais do que um evento: a COP30 já se configura como marco histórico para a cidade. As intervenções em curso não se restringem ao período da conferência; representam também um salto em infraestrutura e qualidade de vida para a população.
À medida que a contagem regressiva avança, os discursos de Hana Ghassan, Rui Costa e Igor Normando convergem em um ponto: a COP30 não é apenas sobre mudanças climáticas, mas sobre o poder de transformação social, econômica e cultural que um evento desse porte pode deixar como herança.








































