Belém viveu uma noite histórica com a realização do Global Citizen Festival Amazônia, evento internacional que reuniu artistas, ativistas e líderes mundiais para celebrar o protagonismo da floresta e reafirmar o papel do Pará na agenda climática global. Realizado no Estádio Olímpico do Mangueirão, o festival marcou a primeira edição do projeto na Amazônia e consolidou a capital paraense como epicentro das discussões ambientais às vésperas da COP30.

O encontro, promovido pelo movimento Global Citizen, contou com apresentações de Chris Martin, Charlie Puth, Anitta, Gilberto Gil, Seu Jorge, Gaby Amarantos e Viviane Batidão. No palco, ao lado da primeira-dama Daniela Barbalho, o governador Helder Barbalho celebrou o orgulho do povo paraense e destacou que o Estado se tornou referência mundial em sustentabilidade e justiça climática.
“Boa noite, Pará! O mundo está olhando para a gente”, declarou o governador, emocionado. “A natureza molda a nossa identidade, nossa economia e o nosso futuro. Mas o Pará é, antes de tudo, o seu povo — indígena, ribeirinho, extrativista — milhões de pessoas cuja vida depende da floresta viva.”

Helder lembrou que a parceria com o Global Citizen e com o Coldplay começou em 2021, quando os artistas e o movimento fizeram um apelo por uma liderança climática mais forte na Amazônia. Desde então, o Pará passou a desenvolver políticas públicas integradas que unem cultura, ciência e ação ambiental.
“Esta parceria, que uniu artistas, cidadãos e governos, agora se concretiza aqui, no coração da Amazônia. Na próxima semana, Belém vai sediar a COP30, e o mundo inteiro vai se reunir no Pará com a urgência climática que o momento exige”, afirmou o governador.
Entre as autoridades presentes estavam a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e a primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva. Todas destacaram o simbolismo de um evento global acontecer em território amazônico, celebrando não apenas a diversidade cultural, mas a força das comunidades que vivem e protegem a floresta.

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Um novo protagonismo para a Amazônia
O Global Citizen Amazônia teve um significado que vai além da música. Ele representou um reconhecimento internacional da transição em curso no Pará, impulsionada pelo Plano Estadual Amazônia Agora. O programa vem implementando ações concretas para reduzir o desmatamento, promover a bioeconomia e ampliar áreas de conservação.
Entre 2021 e 2024, o Pará reduziu o desmatamento em 54%, segundo dados do sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e diminuiu em mais de 85% os focos de incêndio florestal. O Estado também investiu em programas de REDD+, pagamento por serviços ambientais, restauração florestal e regularização fundiária, sempre com foco na valorização das comunidades locais e tradicionais.
A combinação entre cultura e política pública, celebrada no palco do Mangueirão, deu tom de esperança a uma nova narrativa sobre a Amazônia — uma narrativa de futuro, não de destruição. “Do Pará para o mundo, quem fala é a floresta”, disse Helder Barbalho, sob aplausos. “Nós, que vivemos aqui, somos a floresta. E a humanidade inteira responde.”

Um movimento global pela justiça
O Global Citizen, criado em 2008, é uma das maiores plataformas de engajamento cívico do planeta. O movimento atua no combate à pobreza extrema, à desigualdade e às mudanças climáticas, mobilizando cidadãos, governos e empresas em torno de causas globais. Além de suas campanhas permanentes, organiza o Global Citizen Festival, que já teve edições em Nova Iorque, Índia, Alemanha, África do Sul, França, Gana e Nigéria.
Ao trazer o evento para Belém, o movimento reforça a centralidade da Amazônia nas discussões sobre o futuro do planeta e reconhece os esforços locais em transformar o desenvolvimento sustentável em realidade.
O festival encerrou com uma mensagem de união e esperança: “É tempo de transformar discurso em compromisso, trabalho em legado, esperança em resultado”, afirmou o governador. “A Amazônia pode. O Pará pode. E o Brasil vai mostrar ao mundo que progresso e floresta podem caminhar juntos.”
A noite no Mangueirão foi mais que um espetáculo — foi uma declaração política e simbólica. Belém se mostrou pronta para ser a capital global da sustentabilidade, onde cultura, ciência e cidadania se encontram para redesenhar o futuro da floresta e da humanidade.






































