Equipe técnica da UNFCCC parte para Belém final dos preparativos da COP30


A chegada em definitivo da equipe técnica da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) marca o início da reta final para a operação da COP30, que será realizada em Belém, no Pará, em novembro. Liderados pela vice-governadora Hana Ghassan, presidente do comitê estadual da COP30, cerca de 25 técnicos desembarcaram na capital paraense nesta quarta-feira para acompanhar os últimos ajustes em segurança, saúde, mobilidade, credenciamento e infraestrutura.

Cidade de Belém sede da COP30 - divulgação/reprodução

O ponto de encontro foi o Centro de Economia Criativa, localizado no Parque da Cidade, espaço já preparado para acolher o evento. Construído pelo governo estadual e entregue à organização do evento, ele será palco para a montagem de todas as estruturas temporárias, sobretudo da chamada Blue Zone, onde se concentram as negociações diplomáticas.

Nos últimos dois anos, Belém passou por uma transformação visível: mais de 30 obras estruturantes foram lançadas — melhorias no transporte, hospedagem, vias de acesso, saneamento, além de reformas no espaço do Parque da Cidade — tudo para criar um ambiente que possa receber delegados internacionais, representantes de países, organizações ambientais e imprensa.

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Agência Pará

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Durante o encontro, estiveram presentes autoridades responsáveis pela preparação operacional. Entre elas, Olmo Xavier, diretor de Infraestrutura da Secretaria Extraordinária para a COP30 (Secop), que ressalta que os prazos estão sendo atendidos, especialmente no que tange às obras temporárias. Flávia Castelhano, diretora de Projetos da Secop, trouxe detalhes sobre logística e credenciamento. Da parte da UNFCCC, Juliet Kigundu lidera a coordenação, apoiada por Khalid Magzoub, responsável pela gestão de reuniões, e Kevin O’Hanlon, que cuida das questões de segurança da UNDSS.

Hana Ghassan resumiu o espírito do momento: “Já estamos com praticamente todas as obras prontas. Agora entramos na fase operativa de implementação de tudo que foi estudado e preparado”. Ela ainda contextualiza que Belém está prestes a enfrentar um teste real de sua infraestrutura — o evento religioso do Círio de Nazaré — que serve como ensaio para perceber como funcionam mobilidade, alimentação, saúde e transporte em massa. Milhares de pessoas circulam pelas ruas nesse período, e é essa logístca que mostrará se Belém está de fato pronta para operações de grande porte.

A UNFCCC, por sua vez, vê nesta fase uma cooperação efetiva: o evento não se organizará apenas pela ONU ou apenas pelo Pará ou Brasil, mas pelo trabalho conjunto entre todos os níveis — federal, estadual, municipal — e as entidades internacionais envolvidas. A expectativa é que o evento em Belém seja exemplar não só pelas discussões climáticas, mas também pela execução, organização e legado urbano deixado à cidade.

À medida que se aproxima o prazo para a conferência, cada detalhe ganha peso: acessos, rutas de transporte, credenciamentos, saúde disponível, segurança, hospedagem e serviços públicos. Tudo isso sob supervisão da equipe técnica que chegou para garantir que esse cronograma não falhe. O que se descobre nessa fase será decisivo para a reputação do Pará, do Brasil e da própria capacidade latino-americana de sediar conferências internacionais climáticas com qualidade.