O simples passeio no parque ou no quintal pode esconder um perigo silencioso para o seu melhor amigo: os carrapatos. Pequenos, quase imperceptíveis à primeira vista, esses parasitas se instalam na pele dos cães e, além de causarem incômodo, podem transmitir doenças graves. Mas apesar da má fama — merecida —, há muitas curiosidades sobre os carrapatos que todo tutor responsável deveria conhecer. Entender seu comportamento é o primeiro passo para manter o pet seguro e o ambiente livre de infestações.
Carrapatos: o que são, como agem e por que se espalham tão rápido
Antes de tudo, é importante saber que os carrapatos são artrópodes, parentes próximos das aranhas e ácaros. Eles se alimentam de sangue e escolhem seus hospedeiros por conveniência e sobrevivência. O problema é que, ao picar o cão, podem transmitir agentes infecciosos que causam doenças como a erliquiose e a babesiose — conhecidas como “doença do carrapato”.
O ciclo de vida do carrapato é composto por quatro fases: ovo, larva, ninfa e adulto. Em todas essas fases (com exceção do ovo), ele precisa se alimentar de sangue. Por isso, um simples carrapato adulto pode representar centenas de ovos depositados em frestas, paredes e tapetes.
1. Carrapatos não voam, mas se locomove muito bem
Ao contrário do que muitos pensam, o carrapato não voa nem salta como uma pulga. Ele se move lentamente e aguarda, pacientemente, a passagem de um hospedeiro para se agarrar. Ambientes com mato alto, folhas secas e sombra úmida são os preferidos para emboscadas silenciosas.
Por isso, um cão pode voltar de um passeio com vários carrapatos grudados — especialmente nas regiões das orelhas, pescoço, entre os dedos e axilas, locais de pele mais fina e quente.
2. Um carrapato pode viver meses sem se alimentar
Carrapatos são extremamente resistentes. Um exemplar adulto pode sobreviver por meses em ambientes secos e sem comida, esperando pacientemente um hospedeiro. Isso significa que o risco de infestação permanece mesmo após limpezas superficiais.
Essa capacidade de sobrevivência reforça a importância de uma limpeza constante e profunda dos ambientes frequentados pelo cão, especialmente durante e após o verão.
3. Nem todos carrapatos transmitem doenças, mas todo cuidado é pouco
Existem várias espécies de carrapatos, e nem todas são vetores de doenças. No entanto, o problema é que não dá para identificá-los a olho nu. Mesmo aqueles que não transmitem bactérias causam reações alérgicas e feridas no local da picada.
Além disso, a saliva do carrapato pode conter substâncias anticoagulantes e anestésicas, o que permite que ele se alimente sem ser percebido por horas — ou dias.
4. Carrapatos podem infestar ambientes inteiros
Muita gente pensa que o carrapato vive só no corpo do animal, mas a maior parte da infestação está no ambiente. Tapetes, sofás, rodapés, camas e frestas são locais comuns onde as fêmeas depositam ovos.
Por isso, eliminar os carrapatos de um cão é só parte do processo. Higienizar a casa, o quintal e os objetos do animal é fundamental para cortar o ciclo e evitar reinfestações.
5. Mudanças de clima influenciam as infestações
É comum que tutores percebam mais carrapatos nos períodos quentes e úmidos do ano — principalmente entre a primavera e o verão. Isso acontece porque o calor acelera o ciclo de vida dos parasitas e facilita sua reprodução.
No entanto, isso não significa que no inverno os cães estão protegidos. Os carrapatos continuam presentes, apenas mais lentos. A prevenção precisa ser feita o ano todo.
6. Prevenir é mais fácil (e barato) do que tratar
O uso regular de medicamentos tópicos, coleiras antiparasitárias ou comprimidos orais é a forma mais eficaz de manter o cão protegido. Além disso, escovação frequente, inspeção visual após passeios e banhos periódicos são aliados poderosos.
Também é válido manter o ambiente limpo e sem entulhos, evitar áreas de mato alto e conversar com o veterinário sobre o melhor protocolo antiparasitário para o perfil do seu pet.
Conviver com animais é uma alegria, mas também exige responsabilidade e atenção aos detalhes. Os carrapatos são pequenos, silenciosos, mas perigosos — e combatê-los é uma missão que exige constância. Com conhecimento, cuidado e prevenção, é possível manter os cães saudáveis e longe do desconforto (e risco) causado por esses parasitas.
Leia também – 8 curiosidades sobre o tamanduá-bandeira que você não sabia
Você precisa fazer login para comentar.