A Amazônia, uma região que abrange nove países e concentra 60% de sua área no Brasil, é uma fonte significativa de metano (CH4), um gás de efeito estufa. Este gás é o segundo mais importante depois do dióxido de carbono (CO2) em termos de impacto climático. De acordo com um estudo publicado em dezembro de 2021 no periódico científico Communications Earth & Environment, a produção de metano na Amazônia representou 8% das emissões globais desse gás entre 2010 e 2018.

Origem do Metano na Amazônia

Cerca de três quartos do metano liberado na Amazônia foi produzido por um processo natural, em razão da decomposição de biomassa, essencialmente árvores e vegetação, em áreas parcial ou totalmente alagadas durante o ano. O restante foi emitido como subproduto de duas atividades promovidas pela ocupação humana: as queimadas (16% do total) e a criação de gado (11%).

Estimativas de Emissão de CH4

Entre 2010 e 2018, a Amazônia emitiu anualmente cerca de 46 milhões de toneladas de metano. No entanto, estimativas anteriores variaram amplamente, com valores que variam entre menos de 10 e cerca de 50 milhões de toneladas anuais. Essas discrepâncias podem ser atribuídas a diferenças metodológicas e à variação na extensão territorial considerada para a Amazônia nos diferentes estudos.

 Mudanças Climáticas

Embora o metano tenha uma vida média mais curta na atmosfera (cerca de 12 anos) em comparação com o CO2 (120 anos), sua importância nas discussões sobre mudanças climáticas tem aumentado. Na mais recente Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP 26, realizada em novembro de 2021, o Brasil fez parte de um grupo de pouco mais de 100 países que se comprometeram a reduzir em 30% as emissões de metano até 2030.

A Amazônia continua a ser uma importante fonte de metano, contribuindo com 8% das emissões globais. No entanto, é importante notar que a região não contribuiu significativamente para a recente elevação das emissões desse gás. Portanto, enquanto continuamos a lutar contra as mudanças climáticas, é crucial que continuemos a monitorar e entender as complexas dinâmicas das emissões de metano na Amazônia.