Controle da Hipertensão em Pacientes com Artrite Reumatoide Através do Exercício Físico

Autor: Redação Revista Amazônia

A artrite reumatoide é uma doença inflamatória autoimune que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Caracterizada principalmente por dor articular e incapacidade funcional, essa doença pode apresentar como problema secundário a pressão alta. De fato, as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em pessoas com artrite reumatoide, com estudos anteriores mostrando que esses indivíduos têm um risco 50% maior de morte cardiovascular do que a população em geral.

A Conexão entre Artrite Reumatoide e Hipertensão

A artrite reumatoide está intrinsecamente ligada a problemas de hipertensão, tanto devido à alta inflamação quanto a alguns medicamentos usados no tratamento da doença autoimune, que podem ter efeitos deletérios sobre a função e estrutura dos vasos sanguíneos. Isso significa que um paciente pode ter a artrite controlada e ainda assim ter a pressão arterial piorada, variando mais do que o normal ao longo do dia.

O Papel do Exercício Físico

É bem sabido que o exercício físico é uma das melhores maneiras não farmacológicas de controlar a pressão arterial em geral. No entanto, até recentemente, não se sabia exatamente o que acontecia com pessoas que têm artrite reumatoide e hipertensão como consequência da doença autoimune.

Um estudo recente realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) descobriu que uma caminhada de 30 minutos, em intensidade moderada, é capaz de reduzir temporariamente a pressão arterial de pacientes com artrite reumatoide. Além disso, as mulheres com a doença autoimune e hipertensão apresentaram melhora após a prática de exercício físico não só quando estavam em repouso, mas também durante episódios estressantes – como testes cognitivos e físicos –, que tendem a elevar a pressão arterial desses pacientes.

Implicações para Outras Doenças Inflamatórias Autoimunes

Os resultados do estudo realizado com pacientes com artrite reumatoide podem ser extrapolados para outras doenças inflamatórias autoimunes, como lúpus, artrite psoriática, miopatias inflamatórias e lúpus juvenil. Isso ocorre porque a artrite reumatoide é um modelo de doença inflamatória que se assemelha a essas outras doenças. Portanto, a inflamação e suas consequências, como o aumento da pressão arterial, também ocorrem de maneira semelhante nessas outras doenças.

Os efeitos dessa pesquisa são muito positivos e reforçam a importância do exercício físico no manejo cardiovascular e como uma forma complementar de controle da pressão arterial desses pacientes. É crucial pensar em estratégias não farmacológicas que complementem o controle da pressão arterial para esses pacientes. O exercício físico, como uma caminhada de 30 minutos em intensidade moderada, pode ser uma dessas estratégias eficazes.


Edição atual da Revista Amazônia

Assine nossa newsletter diária