28ª Conferência das Partes (COP28) da ONU sobre o clima, realizada em Dubai, começou com um anúncio promissor. Países como Emirados Árabes Unidos, Alemanha, Reino Unido, EUA e Japão anunciaram contribuições significativas para um fundo destinado a apoiar os países mais afetados pela crise climática.

Este fundo, uma demanda de longa data das nações em desenvolvimento, ajudará a compensar as perdas e danos causados pelas mudanças climáticas. A operacionalização do fundo é vista como um grande avanço e dá um início promissor à conferência deste ano.

O secretário executivo da ONU para Mudanças Climáticas, Simon Stiell, expressou otimismo com o anúncio, instando todos os governos e negociadores a aproveitar esse impulso para alcançar resultados ambiciosos em Dubai.

Os Emirados Árabes Unidos e a Alemanha se comprometeram a investir US$ 100 milhões cada no fundo. O Reino Unido, os Estados Unidos e o Japão também anunciaram contribuições.

A criação do fundo é uma resposta à devastação causada por fenômenos meteorológicos extremos, como secas, inundações e aumento do nível do mar, que afetam desproporcionalmente as nações em desenvolvimento.

A COP28 também verá um processo conhecido como “Balanço Global”, que examina o progresso para alcançar as metas do Acordo de Paris. Este acordo prevê a contenção das emissões de gases de efeito estufa, a construção de resiliência climática e a mobilização de apoio financeiro para países vulneráveis.

No entanto, apesar dos avanços, Stiell advertiu que “se não sinalizarmos o declínio terminal da era dos combustíveis fósseis como a conhecemos, damos as boas-vindas ao nosso próprio declínio terminal”. Ele também destacou que a participação nas reuniões não pode ser vista como uma ação suficiente e que os participantes são responsáveis por entregar ações climáticas aqui e em casa.

A COP28 acontece em um momento crítico, logo após a Organização Meteorológica Mundial publicar um relatório alertando para os novos recordes climáticos em 2023, acompanhados por condições extremas que causaram grandes impactos pelo mundo. Este foi o ano mais quente para a humanidade, com inúmeros “recordes aterrorizantes” sendo quebrados.

Os dados apontam que temos cerca de seis anos antes da capacidade do planeta de lidar com as emissões se esgotar e a meta de 1,5ºC ser superada. Uma série constante de relatórios publicados antes da COP28 mostrou que o mundo está muito longe de alcançar as metas climáticas e, na ausência de ações ambiciosas, o planeta caminha para um aumento de temperatura de 3ºC até o final deste século.

A COP28 é um lembrete de que a ação climática é uma responsabilidade global e que todos devem fazer a sua parte para garantir um futuro sustentável.