Frigoríficos no Pará com Baixo Controle Ambiental

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Autor: Redação Revista Amazônia
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A última edição do Radar Verde revela que apenas nove frigoríficos no estado do Pará têm algum controle efetivo na cadeia pecuária para garantir que a carne que comercializam não provenha de áreas de desmatamento. O levantamento analisou 132 frigoríficos na Amazônia Legal, sendo 34 deles localizados no Pará, todos registrados nos Serviços de Inspeção Estadual (SIE) e Federal (SIF).

Dentre os frigoríficos paraenses avaliados, somente a Marfrig Global Foods recebeu a classificação de controle intermediário. Já empresas como Ativo Alimentos Exportadora e Importadora Eireli (Mafrinorte), Frigorífico Bela Vista (Fribev), Frigol S. A., Frigorífico Fortefrigo Ltda, Frigorífico Rio Maria, JBS S/A, Masterboi Ltda e Mercúrio Alimentos S.A. foram consideradas com grau de controle baixo.

Os outros frigoríficos avaliados no estado, totalizando 163, tiveram seus graus de controle classificados como muito baixos, indicando a necessidade de melhorias substanciais. O processo de avaliação do Radar Verde incorpora três indicadores principais:

  1. Grau de Controle da Cadeia: Avalia as políticas contra o desmatamento e os indicadores de desempenho, verificando a eficácia por meio de auditorias independentes.
  2. Grau de Exposição ao Risco de Desmatamento: Avalia o risco de exposição dos frigoríficos ao desmatamento com base em informações sobre a zona de compra de cada planta frigorífica.
  3. Grau de Transparência Pública: Avalia se as informações disponibilizadas nos sites das empresas revelam a política de controle do desmatamento na cadeia da carne, com validação por auditoria independente.

Das empresas identificadas, apenas 38 frigoríficos (29%) tiveram seus graus de transparência pública avaliados, sendo que 92% deles receberam a classificação de controle muito baixo, 7% obtiveram grau baixo e apenas 1% obteve classificação com grau de controle intermediário.

Paulo Barreto, coordenador do Radar Verde e pesquisador associado do Imazon, destaca a ameaça sistêmica do desmatamento à economia brasileira, destacando que a pecuária bovina é a principal atividade responsável pelo desmatamento na Amazônia Legal, ocupando cerca de 90% da área desmatada, com mais de 90% desse desmatamento considerado ilegal.

O Radar Verde, iniciativa conjunta do Instituto O Mundo Que Queremos (IOMQQ) e do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), visa fornecer informações essenciais a financiadores, setor financeiro e consumidores de carne bovina, permitindo escolhas conscientes e sustentáveis no consumo de carne livre de desmatamento. Criado em 2022, o índice classifica anualmente frigoríficos e supermercados com base em seu controle e transparência na cadeia da carne.


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