O Fundo Amazônia registrou, no primeiro semestre de 2025, seu melhor desempenho de investimentos desde a criação em 2008. Foram aprovados R$ 1,189 bilhão em projetos de conservação, desenvolvimento sustentável e combate ao desmatamento, superando os totais anuais registrados nos anos anteriores, mesmo considerando a correção inflacionária.

Avanço inédito na política ambiental
A marca histórica sinaliza um novo momento na execução da política ambiental brasileira, com maior escala, abrangência territorial e impacto direto nas comunidades da Amazônia Legal.

A apresentação do balanço foi realizada em Brasília, antes da 33ª reunião do Comitê Orientador do Fundo Amazônia (COFA), e contou com a presença da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, da diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello, e de representantes de diversos ministérios, estados da Amazônia Legal, sociedade civil e doadores internacionais.
Projetos estratégicos impulsionam resultado
O resultado expressivo deste semestre tem como destaque a aprovação do projeto Fortfisc, voltado ao fortalecimento da fiscalização ambiental conduzida pelo Ibama, no valor de R$ 825 milhões. A iniciativa prevê modernização tecnológica, aquisição de equipamentos, capacitação e estruturação da atuação fiscalizatória na região amazônica — medidas centrais para frear o desmatamento ilegal.
Outros R$ 360 milhões foram destinados a projetos de diferentes áreas estratégicas, incluindo saúde indígena, saneamento rural, acesso à água, produção sustentável, educação ambiental e fortalecimento da segurança pública.
Expansão com foco em inclusão social
Desde sua retomada em 2023, o Fundo Amazônia passou a apoiar ações em novos territórios e agendas. Um dos marcos foi o apoio ao projeto Amazônia na Escola, que conecta a agricultura familiar à alimentação escolar, com destaque para a aprovação de um projeto piloto no Acre. Também foram aprovadas iniciativas voltadas a comunidades quilombolas, indígenas e extrativistas, promovendo acesso a recursos, capacitação e fortalecimento da gestão territorial.
Entre os editais recentes, destacam-se:
Restaura Amazônia (R$ 450 milhões) para recuperação de áreas degradadas no Arco do Desmatamento;
Amazônia na Escola (R$ 332 milhões) para alimentação escolar com produtos sustentáveis;
Sanear Amazônia (R$ 150 milhões) para acesso à água de qualidade;
Naturezas Quilombolas (R$ 33 milhões) para valorização de práticas comunitárias;
Amas (R$ 318 milhões) e bombeiros estaduais (R$ 371 milhões), ambos voltados à segurança e resposta a emergências ambientais.
Investimentos: crescimento sustentado e transformação territorial
De 2009 até junho de 2025, o Fundo já aprovou R$ 5,6 bilhões e desembolsou R$ 2,7 bilhões. Apenas nos primeiros seis meses deste ano, foram liberados R$ 158 milhões — quase três vezes o volume de 2023. Os recursos são distribuídos gradualmente conforme o andamento de cada projeto, o que assegura controle, qualidade e eficiência na aplicação.
Para Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, o fundo entrou em um novo ciclo. “Estamos estruturando ações que fortalecem políticas públicas e chegam a quem está na linha de frente da preservação. O Fundo Amazônia é uma âncora da política ambiental brasileira, com impacto real e territorializado”, afirmou.

Diversificação amplia o alcance dos recursos
A diretora Tereza Campello enfatizou a importância da pluralidade nas iniciativas apoiadas. “Projetos de comando e controle devem caminhar junto com incentivos positivos que melhorem a vida das populações da floresta”, disse. Segundo ela, os resultados confirmam o equilíbrio entre fiscalização, conservação e desenvolvimento sustentável com justiça social.
Destaca-se também o modelo de capilaridade dos recursos: apenas nove projetos recentes beneficiam diretamente 128 instituições, incluindo organizações indígenas, quilombolas e da agricultura familiar. O projeto Dabucury, por exemplo, contemplou 28 entidades indígenas nos nove estados da Amazônia Legal.
Papel estratégico do Fundo Amazônia
Criado em 2008, o Fundo é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e gerido pelo BNDES. Ele financia projetos que apoiam a conservação, o uso sustentável da floresta e a redução de emissões de carbono, em alinhamento com o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) e a Estratégia Nacional para REDD+.
A estrutura de governança é composta por representantes do governo federal, estados da Amazônia Legal e da sociedade civil organizada. Todas as informações sobre os projetos e seus impactos estão disponíveis no site oficial: fundoamazonia.gov.br








































