Gambá na cidade: 6 situações em que o encontro com esse animal pode virar um problema


Imagine sair para colocar o lixo na calçada e, de repente, se deparar com um gambá andando tranquilamente pelo quintal. O susto é imediato, e a reação instintiva costuma ser correr ou espantar o animal. Mas a verdade é que, embora o gambá desempenhe um papel importante no equilíbrio ecológico, sua presença em áreas urbanas pode causar situações de risco — tanto para os humanos quanto para o próprio animal.

Gambá na cidade 6 situações em que o encontro com esse animal pode virar um problema

Gambá: um visitante inesperado que gera preocupações

Ele é um mamífero marsupial comum em diversas regiões do Brasil. Ele se adapta facilmente a ambientes urbanos, aproveitando restos de comida, abrigo em telhados ou até buracos no solo. Segundo dados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a expansão das cidades forçou esses animais a buscar novos territórios, aumentando os encontros com pessoas.

Embora não sejam agressivos por natureza, esses animais podem transmitir doenças, causar danos a estruturas residenciais e ainda provocar situações de perigo indireto. Um levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que marsupiais como o gambá podem carregar parasitas e bactérias que afetam a saúde humana.

Transmissão de doenças zoonóticas

Entre os principais riscos está a possibilidade de transmissão de zoonoses, como leptospirose e esporotricose. A urina ou as fezes do gambá em contato com o solo ou alimentos pode ser uma porta de entrada para infecções.

Danos em telhados e forros

Quando o gambá busca abrigo, pode entrar em telhados, forros ou até caixas de energia. Além do barulho noturno, há o risco de danificar fiações e causar curtos-circuitos.

6 situações em que o gambá pode se tornar um problema

Embora o animal não ataque sem motivo, alguns cenários comuns em áreas urbanas podem transformar o encontro em dor de cabeça.

1. Atração pelo lixo doméstico

Restos de comida deixados em sacos mal fechados chamam a atenção do gambá. O problema é que, ao revirar o lixo, ele espalha sujeira e pode atrair outros animais, como ratos.

2. Presença em quintais com galinhas

O gambá pode atacar aves de pequeno porte para se alimentar, gerando prejuízos para quem cria galinhas ou patos em casa. Esse comportamento, documentado pela Embrapa, é mais comum em áreas de transição entre campo e cidade.

3. Acidentes de trânsito noturnos

Por serem animais de hábitos noturnos, os gambás cruzam ruas durante a madrugada. Isso aumenta o risco de atropelamentos e, em alguns casos, acidentes de trânsito.

4. Infestações em telhados e forros

Se encontrar uma abertura, o gambá pode se instalar em telhados, causando barulhos constantes e deixando odores fortes. Além disso, a urina acumulada pode comprometer a estrutura de madeira.

5. Contato com pets domésticos

Cães e gatos costumam reagir de forma agressiva ao encontrar um gambá, o que pode resultar em ferimentos para ambos os lados. O risco de transmissão de doenças também cresce nesse cenário.

6. Defesa com odor desagradável

O mecanismo de defesa mais conhecido do gambá é o odor forte que ele libera quando se sente ameaçado. O cheiro pode impregnar roupas, ambientes e até veículos, sendo extremamente difícil de remover.

Como evitar problemas com gambás na cidade

A melhor forma de lidar com a presença de gambás é a prevenção. Fechar bem o lixo, manter terrenos limpos e evitar acúmulo de entulho são medidas simples que reduzem a chance de visitas indesejadas.

Especialistas do Centro de Zoonoses de São Paulo recomendam não tentar capturar ou espantar o animal sozinho. O ideal é acionar órgãos de controle ambiental ou de zoonoses, que têm equipamentos e técnicas adequadas para o manejo seguro.

Respeitar o espaço natural

Vale lembrar que o gambá tem um papel ecológico importante: ele ajuda a controlar populações de insetos e pequenos roedores. Por isso, eliminá-lo não é a solução. O manejo deve ser feito de forma responsável, preservando o equilíbrio ambiental.

Convivência possível

Em algumas cidades, programas de educação ambiental já orientam a população sobre como conviver com espécies silvestres, reduzindo riscos e preservando a biodiversidade urbana. A convivência equilibrada é sempre a saída mais inteligente.

O gambá como reflexo do avanço urbano

O aumento dos encontros entre humanos e gambá é um reflexo direto da urbanização acelerada. À medida que os espaços verdes diminuem, animais silvestres buscam sobrevivência nas cidades. A presença desse marsupial nos lembra da necessidade de repensar a forma como ocupamos o território e como lidamos com a fauna que insiste em resistir ao avanço do concreto.

No fim, o gambá não é apenas um problema a ser resolvido, mas também um sinal de alerta sobre nossa relação com a natureza. Respeitar, prevenir e agir com consciência são atitudes que transformam o medo em aprendizado e garantem um convívio mais harmonioso entre cidade e vida silvestre.

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