Encontrar um gambá no forro da casa pode ser uma situação inesperada e, para muitas pessoas, até assustadora. Esses animais noturnos e solitários costumam buscar abrigo em locais escuros e tranquilos, especialmente quando estão à procura de segurança ou alimento. Mas apesar da aparência e do cheiro característico que podem causar preocupação, os gambás não são agressivos e podem ser retirados com cuidado e responsabilidade.
Neste guia, você vai entender o comportamento do gambá, quais os riscos de mantê-lo por perto, o que fazer (e o que evitar) nessa situação e como prevenir futuras visitas.
Por que o gambá foi parar no seu forro?
Gambás são marsupiais comuns em áreas urbanas e rurais do Brasil. Eles são adaptáveis e costumam buscar refúgios seguros para dormir durante o dia. O forro das casas — especialmente os feitos de madeira, com frestas ou telhados com acesso externo — oferecem exatamente o que o animal procura: abrigo contra predadores, silêncio e um ambiente escuro.
Outros fatores que atraem gambás incluem:
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Resto de alimentos deixados no lixo ou no quintal.
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Árvores frutíferas muito próximas ao telhado.
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Áreas com pouca presença humana.
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Galinheiros ou viveiros mal protegidos.
O gambá oferece algum perigo?
Apesar da má fama, o gambá não é um animal agressivo. Na verdade, ele costuma se defender apenas quando se sente ameaçado. A famosa secreção com cheiro forte é um mecanismo de defesa, não um ataque.
Contudo, há alguns riscos indiretos:
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Transmissão de doenças: Como a leptospirose e a sarna, embora isso seja raro.
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Parasitas: Podem carregar pulgas ou carrapatos.
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Danos estruturais: Se permanecer por muito tempo, pode causar sujeira, mau cheiro e até danificar a estrutura do forro com fezes e urina.
O que fazer ao encontrar um gambá no forro
Ao notar ruídos ou movimentação no teto — geralmente à noite — e suspeitar da presença de um gambá, é importante agir com calma e estratégia. Veja os passos recomendados:
- Evite qualquer contato direto: Não tente capturar ou tocar no animal. Isso pode assustá-lo e provocar sua defesa, liberando o cheiro desagradável. Além disso, pode haver risco de mordida se o animal se sentir acuado.
- Observe o comportamento: Verifique em que horário o gambá costuma sair — geralmente ao anoitecer. Saber por onde ele entra e sai vai ajudar no processo de remoção e vedação posterior.
- Chame um profissional: O ideal é acionar o controle de zoonoses ou uma empresa especializada em captura e remoção de animais silvestres. Em muitas cidades, o serviço pode ser solicitado pela prefeitura ou órgãos ambientais.
- Nunca use venenos ou armadilhas letais: Além de ser crime ambiental, isso pode agravar o problema — um gambá morto no forro causará um odor ainda mais intenso e difícil de remover.
- Afaste o animal com luz e som: Caso o gambá ainda esteja no local e não haja serviço imediato disponível, tente tornar o ambiente pouco atrativo. Ligue luzes no forro (se possível) ou use rádio com volume baixo. O desconforto pode incentivar o animal a sair por conta própria.
Após a retirada: higienização e prevenção
Depois da saída do gambá, é fundamental higienizar o local. Utilize luvas e máscaras para a limpeza, e remova fezes e urina com água sanitária diluída em água (proporção de 1:10).
Em seguida, faça uma vistoria completa e tome medidas preventivas:
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Feche todas as entradas possíveis no forro, telhado e beirais com telas metálicas.
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Mantenha o quintal limpo, sem restos de alimentos ou lixo exposto.
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Pode galhos de árvores que toquem ou se aproximem do telhado.
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Evite alimentar animais silvestres, mesmo que pareçam inofensivos.
O papel do gambá no ecossistema
Apesar do desconforto que possa causar, o gambá tem uma função importante no equilíbrio ecológico. Ele se alimenta de insetos, pequenos roedores, cobras e frutas, ajudando no controle de pragas urbanas e na dispersão de sementes.
Portanto, sempre que possível, opte por uma abordagem respeitosa e sem violência. A convivência entre seres humanos e animais silvestres pode ser mais harmoniosa quando entendemos o comportamento dessas espécies.
Ter um gambá no forro não é motivo para pânico. Com as ações corretas, é possível remover o animal com segurança e evitar que ele volte. Mais do que um problema, essa visita inusitada pode ser um lembrete da importância de respeitar e proteger a fauna urbana — afinal, muitas vezes, eles estão apenas procurando abrigo em um ambiente que, originalmente, era o deles.
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