Belém voltou a ser palco de um encontro que conecta tradição amazônica e futuro tecnológico. Delegações da Alemanha, Japão, China, México, Vietnã e representantes da ONU estiveram na capital paraense nesta semana a convite do Grupo Kaa, que apresentou suas inovações voltadas para a cadeia do açaí. A missão contou ainda com a participação de lideranças da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (FAEPA) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), reforçando a dimensão estratégica do evento.
Os visitantes conheceram de perto projetos que vêm reposicionando o açaí não apenas como fruto símbolo da Amazônia, mas como vetor de desenvolvimento sustentável. Entre as inovações apresentadas está o Açaibot, robô criado para multiplicar em até dez vezes a produtividade da colheita. Além do ganho econômico, a tecnologia contribui para reduzir acidentes e elimina a necessidade de mão de obra infantil, um dos problemas crônicos ligados ao extrativismo tradicional.

Outro destaque foi o açaí em pó com preservação de nutrientes, solução que amplia as possibilidades logísticas, garante maior prazo de conservação e abre portas para mercados ainda pouco explorados, sobretudo na Ásia e na Europa. Também ganhou espaço a pesquisa em melhoramento genético de mudas, voltada para garantir maior qualidade e produtividade, aliando ciência à tradição produtiva ribeirinha.
O impacto da visita foi imediato. “O trabalho realizado pela Açaí Kaa em Belém é surpreendente. A empresa avança em áreas estratégicas, conciliando preservação ambiental e crescimento da produção. É um esforço completo, referência para o mundo, que nós, da CNA e do Senar, temos orgulho de apoiar e difundir”, declarou Filipe Espanhol, coordenador de Inteligência e Defesa de Interesses da CNA.
Para Fernanda Maciel, diretora-adjunta de Relações Internacionais da entidade, a experiência serviu como contraponto a visões reducionistas sobre a Amazônia. “Esta missão com diplomatas de diferentes nacionalidades mostra que é possível unir sustentabilidade, tecnologia e impacto social positivo. A vivência em Belém desmistifica percepções equivocadas e evidencia o potencial da agroindústria amazônica para o Brasil e para o mercado internacional.”

Na avaliação de Marcelo Feliciano, CEO do Grupo Kaa, a convergência entre inovação e responsabilidade socioambiental é o caminho inevitável. “Nosso objetivo é mostrar que é possível produzir mais sem agredir o meio ambiente, com tecnologia de ponta e valorização das comunidades locais. O açaí pode ser um motor de desenvolvimento sustentável, levando um produto de excelência da Amazônia para o mundo.”
Mais do que um evento protocolar, a visita internacional à Açaí Kaa deixa um recado claro: o futuro do açaí passa por inovação e ciência, mas sem perder de vista o enraizamento cultural e comunitário que sempre deu identidade ao fruto. Se bem-sucedida, a experiência paraense pode se tornar referência global em bioeconomia, mostrando que a floresta em pé não é obstáculo ao desenvolvimento, mas justamente a sua maior vantagem competitiva.
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