Pesquisadores da Unicamp desenvolveram um hidrogel inovador para tratar feridas infectadas usando um composto derivado da casca de laranja. O material, que combina propriedades antimicrobianas e antioxidantes, promete acelerar a cicatrização com um método sustentável e inteligente.
A Ciência por Trás do Hidrogel
O hidrogel foi criado a partir do poli(limoneno), um oligômero obtido do limoneno, substância abundante em óleos essenciais de frutas cítricas, como a laranja. Esse composto possui ação antioxidante e combate microrganismos, tornando-o ideal para o tratamento de feridas.
Além disso, o material foi aprimorado com uma matriz de poli(metacrilato de dimetilaminoetila), que responde a variações de pH e temperatura. Isso permite que o hidrogel libere os bioativos de forma controlada, adaptando-se às condições da ferida para otimizar o tratamento.
Vantagens em Relação aos Tratamentos Tradicionais
- Ambiente úmido: Hidrogéis retêm água, mantendo a ferida hidratada e acelerando a cicatrização.
- Liberação inteligente: A liberação dos bioativos é modulada conforme a necessidade, aumentando a eficácia.
- Ação antimicrobiana e antioxidante: Combate infecções e reduz danos celulares, prevenindo complicações.
- Matéria-prima sustentável: Utiliza resíduos da indústria cítrica, agregando valor a subprodutos agrícolas.
Potencial Aplicação em Feridas Crônicas e Infectadas
O hidrogel pode ser especialmente útil no tratamento de:
- Feridas diabéticas
- Queimaduras
- Lesões pós-cirúrgicas infectadas
- Úlceras de pressão
“Essa tecnologia une os benefícios dos hidrogéis à potência dos óleos essenciais, criando uma solução eficaz e ecologicamente consciente”, explica um dos pesquisadores envolvidos no projeto.
Próximos Passos
A equipe busca agora parcerias para avançar nos testes e viabilizar a produção em escala. Se aprovado, o hidrogel à base de laranja pode se tornar uma alternativa natural e eficiente no mercado de curativos inteligentes, reduzindo a dependência de antibióticos sintéticos e promovendo a cicatrização segura de feridas.
Com essa inovação, a Unicamp reforça o potencial da bioeconomia, transformando resíduos agrícolas em soluções médicas de alto impacto.
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