Ibama Maranhão ganha destaque internacional por impacto social

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Em um momento simbólico para as políticas socioambientais do Maranhão, a superintendência regional do Ibama no estado recebeu, no fim de novembro de 2025, um diploma de reconhecimento durante o IV International Conference on Social Impact Assessment. O evento, sediado pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), transformou-se numa vitrine de ideias, práticas e compromissos pelo futuro socioambiental do país — e projetou o Maranhão para além de seus limites regionais.

Fotos: Ibama/MA

A homenagem veio pelas mãos da Rede Internacional de Estudios Socioambientales (RIDES) e da rede PROLITORAL, redes de prestígio que acompanham, há décadas, discussões em torno da avaliação de impactos sociais e proteção ambiental. A distinção se deu como reconhecimento pela “relevante atuação” do Ibama/MA na mitigação de impactos sociais nas áreas em que atua — um esforço que, no entendimento do comitê científico do congresso, serve de referência nacional.

Para entender a dimensão desse gesto, é importante considerar o contexto do evento. A conferência reuniu nas instalações da UFMA pesquisadores do Brasil e do exterior, gestores públicos, movimentos sociais e representantes de comunidades vulneráveis. Durante três dias, mesas-redondas, oficinas e conferências abordaram desafios cruciais: da governança socioambiental à justiça ambiental; das ameaças às zonas costeiras e amazônicas às estratégias de adaptação social e direitos territoriais. A ideia central era construir — literalmente — redes de diálogo para a sustentabilidade e a justiça socioambiental, alinhando academia, Estado e sociedade civil.

No dia 28 de novembro, durante a cerimônia de encerramento, o Ibama/MA foi um dos 45 homenageados. Para o comitê avaliador, premiar órgãos públicos que combinam fiscalização ambiental com sensibilidade social e territorial é um passo essencial para fortalecer práticas que envolvem justiça, equidade e preservação ambiental. Esse reconhecimento não representa apenas um troféu institucional — é uma mensagem clara sobre a importância da integração entre meio ambiente, sociedade e governança.

Há várias camadas de significado nessa homenagem. Primeiramente, reafirma que o trabalho de monitoramento, licenciamento e fiscalização ambiental pode — e deve — estar pautado pelo olhar humano: os impactos causados por empreendimentos, atividades econômicas ou degradação não atingem apenas o território, mas comunidades, modos de vida e tecidos sociais. Ao premiar o Ibama/MA, a conferência reconhece que a mitigação de danos socioambientais passa por zelo institucional, transparência e compromisso com o bem-estar coletivo.

2025-12-03-ibama-maranhao-e-reconhecida-pela-rede-rides-e-rede-prolitoral-pelo-trabalho-na-mitigacao-de-impactos-sociais-338x600 Ibama Maranhão ganha destaque internacional por impacto social
Fotos: Ibama/MA

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Também abre espaço para reflexões sobre como instituições públicas, quando assumem papel ativo de interlocutoras — entre Estado, academia e sociedade — podem se tornar agentes de transformação. No Maranhão, terra de rios, floresta, litoral e comunidades tradicionais, fortalecer essa ponte torna-se vital. A homenagem evidencia que boas práticas de fiscalização e mitigação não são apenas técnico-administrativas, mas políticas de respeito a territórios e vidas.

Por fim, o reconhecimento pode inspirar novas parcerias. A visibilidade conquistada em um evento internacional abre caminhos para cooperação científica, apoio técnico, fortalecimento institucional e políticas de longo prazo que integrem proteção ambiental e justiça social. Se a conferência serviu para mapear problemas e propor caminhos, premiar o Ibama/MA sinaliza compromisso — com seriedade e esperança — com os territórios e as pessoas.

No Brasil contemporâneo, em que decisões sobre meio ambiente muitas vezes se chocam com interesses econômicos, o gesto de celebrar instituições públicas que atuam de modo comprometido tem um peso simbólico e político. A homenagem ao Ibama/MA envia uma mensagem clara: a salvaguarda de ecossistemas e a proteção dos direitos sociais não são agendas antagônicas — são partes da mesma luta. E, se for bem conduzida, essa co-responsabilidade pode se transformar em legado.