Juventude e Clima: vozes que inspiram ações para um futuro sustentável


O enfrentamento à crise climática exige mais do que discursos. Pede mobilização, diálogo e compromisso real com o futuro. É com essa energia transformadora que será lançado Juventude e Clima: Vozes do Futuro, amanhã (30), às 15h, no Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) da Universidade de Brasília (UnB). O evento híbrido, gratuito e aberto ao público, será transmitido pela plataforma Route to Belém, canal oficial da COP30.

Juventude e clima Divulgação/Cortez Editora

A iniciativa reúne nomes de destaque no campo da socioecologia e da política ambiental, como Alfredo Pena-Vega e Elimar Pinheiro do Nascimento, ao lado de jovens ativistas, pesquisadores e educadores da Amazônia e da América Latina. Mais do que um simples lançamento de livro, o encontro pretende ser um ponto de convergência entre ciência, juventude e ação política — um espaço para imaginar e propor soluções concretas diante de uma emergência global que já redefine o século XXI.

Um pacto de juventudes pelo planeta

A publicação é resultado de uma parceria entre o Global Youth Climate Pact (GYCP) — movimento internacional que conecta jovens em defesa do meio ambiente — e a Fundação Astrojildo Pereira (FAP), instituição voltada à reflexão crítica e à formação cidadã.

O livro reúne vozes plurais que falam da Amazônia, dos Andes, das periferias urbanas e de comunidades tradicionais. Seus autores partem de diferentes realidades, mas convergem em um ponto comum: a urgência de agir coletivamente para frear o colapso climático.

No centro da discussão estão temas como educação ambiental, agricultura sustentável, direitos dos povos originários, resiliência urbana e estratégias de mitigação dos impactos do aquecimento global. Cada capítulo reflete uma vivência concreta, mostrando que as soluções ambientais mais inovadoras muitas vezes nascem de quem vive, diariamente, os efeitos das mudanças climáticas.

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Elimar Pinheiro do Nascimento
Divulgação/Cortez Editora

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De Belém para o mundo

Com a COP30 se aproximando, o evento assume um caráter simbólico. Belém, cidade que sediará a conferência global sobre o clima em novembro, torna-se também um farol de esperança e articulação. A transmissão pela plataforma Route to Belém, criada pela Secretaria Nacional da 30ª Conferência das Partes da ONU sobre Mudança do Clima, permitirá que o diálogo ultrapasse fronteiras e conecte públicos de diferentes regiões do planeta.

Segundo os organizadores, o lançamento é também uma provocação: pensar a juventude não apenas como herdeira do futuro, mas como protagonista do presente. Em um mundo marcado por desigualdades, desinformação e crise ambiental, fortalecer a voz das novas gerações é, ao mesmo tempo, um ato político e um gesto de esperança.

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Alfredo Pena-Vega
Divulgação/Cortez Editora

Para Alfredo Pena-Vega, pesquisador franco-espanhol e um dos maiores nomes da socioecologia contemporânea, a transição para um modelo sustentável passa por um novo paradigma ético. “Precisamos reconectar o humano e o natural, o local e o global. A juventude tem o papel de costurar essas dimensões e reinventar as formas de convivência com o planeta”, defende.

Já o cientista socioambiental Elimar Pinheiro do Nascimento, professor do CDS/UnB, reforça que as respostas à crise climática não podem se limitar a políticas setoriais. “Não há transição ecológica sem justiça social. O enfrentamento à crise climática é também o enfrentamento às desigualdades”, afirma.

A potência da juventude e o desafio da ação

O evento Juventude e Clima: Vozes do Futuro pretende inspirar políticas públicas mais inclusivas e fomentar o diálogo intergeracional. A proposta é simples, mas profunda: transformar ideias em ações.

Durante o encontro, jovens ativistas da Amazônia e de outros países latino-americanos compartilharão experiências e apresentarão propostas concretas a serem debatidas durante a COP30, reforçando a necessidade de incluir a juventude nas mesas de decisão globais.

A programação híbrida busca garantir o acesso democrático à informação e estimular uma participação ampla. Interessados podem comparecer presencialmente ao CDS/UnB, em Brasília, ou acompanhar a transmissão ao vivo pela Route to Belém.

Mais do que um evento, trata-se de um chamado coletivo. O planeta precisa de novas narrativas — e a juventude, de espaços para construí-las. Entre a urgência da crise e a possibilidade da transformação, “Vozes do Futuro” convida todos a imaginar, juntos, o que ainda pode ser salvo.