Novo Instituto de Ciência e Tecnologia visa sintetizar informações da biodiversidade amazônica

Autor: Redação Revista Amazônia

 

O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Síntese da Biodiversidade Amazônica (INCT SinBiAm), sediado na Universidade Federal do Pará (UFPA), tem como missão integrar dados em larga escala, aprimorar a capacidade de síntese e comunicar os resultados para apoiar políticas públicas voltadas para a conservação e o manejo da biodiversidade amazônica.

Lançado oficialmente em 11 de dezembro de 2023, em Belém, o INCT SinBiAm reúne pesquisadores de várias instituições da região que já possuem um conhecimento acumulado da biodiversidade amazônica. Agora, esses pesquisadores terão a oportunidade de integrar esses conhecimentos e dar novos passos no mapeamento dessa riqueza natural.

O INCT SinBiAm é construído com base em uma rede colaborativa e esforços de pesquisa desenvolvidos pelo Centro de Síntese em Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (SinBiose), com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Inspirado na estrutura do SinBiose, o INCT SinBiAm organizou diferentes grupos de trabalho focados em pesquisas de síntese, com foco na biodiversidade e na integração Ciência-Sociedade, no contexto do bioma Amazônia.

Atualmente, a rede reúne 57 membros pertencentes a 32 instituições de pesquisa nacionais e internacionais, 15 delas localizadas na Amazônia. A coordenação é do professor da UFPA Leandro Juen, com cocoordenação dos professores Juliana Schietti e Fabrício Baccaro, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), e Filipe França, da Universidade de Bristol.

O INCT SinBiAm vai desenvolver estratégias para a compilação, o armazenamento, a integração e a gestão de diferentes conjuntos de dados. A distribuição do conhecimento da biodiversidade amazônica é extremamente desigual e muito concentrada nos grandes centros, Manaus e Belém, onde estão a maior parte dos pesquisadores. Por isso, um dos principais objetivos do INCT é organizar, sistematizar e integrar esses dados.

Além da sede, em Belém, a UFPA é destaque com a participação de outros quatro campi: Altamira, Marajó, Soure e Bragança. O objetivo é, ao trabalhar em rede, conseguir uma melhor compreensão e conhecimento da biodiversidade existente, o que determina esse padrão de biodiversidade, e principalmente analisar e encontrar respostas para os efeitos das alterações antrópicas e das mudanças climáticas, uma realidade cada vez mais constante no nosso dia a dia.

O INCT SinBiAm vai produzir ciência de ponta, mas também será pautado por questões da sociedade. Além dos cientistas, o instituto pretende ouvir diferentes segmentos da sociedade, com o intuito de fazer uma ciência que vai informar os tomadores de decisão e a sociedade.

A inclusão de povos indígenas e a valorização de seus conhecimentos ancestrais são aspectos fundamentais do trabalho do INCT SinBiAm. Lideranças jovens de povos indígenas, Amanda Kumaruara (Pará) e Yuri Kuikuro (Mato Grosso), chamaram a atenção para as barreiras da linguagem e a importância de conciliar diferentes culturas e povos em prol de uma mesma causa.


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