Pará prepara programa permanente de capacitação após a COP30


Em um auditório lotado de jovens universitários, o debate sobre governança socioambiental ganhou novos contornos na noite desta terça-feira, 23 de setembro, durante um evento promovido pela Faculdade Faci Wyden em Belém. Entre reflexões sobre sustentabilidade e a preparação da cidade para sediar a COP30, surgiu um anúncio que aponta para o futuro da formação profissional no Pará: a continuidade do programa de capacitação de jovens que nasceu com o megaevento internacional.

Foto: Cristiano Bordallo

O coordenador do programa Capacita COP30, Andrey Rabelo de Oliveira, afirmou que o governo do estado, sob a liderança do governador Helder Barbalho, pretende transformar a iniciativa em um projeto permanente, batizado de Capacita Pará. A proposta é que a experiência adquirida com a qualificação de centenas de jovens durante os preparativos para a conferência não se encerre com o fim do encontro climático, marcado para ocorrer entre 11 e 23 de novembro, mas se torne um legado duradouro para o mercado de trabalho local.

Embora ainda não exista uma data oficial de lançamento, a expectativa é que o novo programa comece a funcionar logo após o encerramento da conferência. “A ideia é que o investimento em capacitação, que nasceu como uma resposta à necessidade de preparar a juventude para a COP30, continue a gerar oportunidades de emprego e renda no estado”, destacou Rabelo.

O evento também contou com a presença do professor Thales Samuel Matos Belo professora Arcangela Sena, representando a Estácio Pará,  que atuou como mediadora do seminário. Ambos dialogaram com estudantes dos cursos de Direito, Design Gráfico e Jornalismo das duas instituições, ampliando a visão dos participantes sobre como a governança socioambiental se conecta ao cotidiano e às oportunidades de desenvolvimento no Pará.

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Foto: Cristiano Bordallo

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Debate sobre sustentabilidade e cidadania ativa

Entre os temas discutidos, ganharam destaque a adaptação climática e a sustentabilidade, que, segundo os palestrantes, são pilares centrais tanto da agenda internacional da COP quanto das transformações que Belém vem experimentando para receber milhares de visitantes.

No momento dedicado às perguntas do público, o professor Thales Belo respondeu sobre como cidadãos comuns poderiam participar diretamente da conferência. Ele lembrou que já houve períodos de credenciamento e que novas oportunidades podem surgir. “Já houve e acredito que ainda haverá novos períodos de credenciamento para a COP”, explicou.

A fala do professor abriu espaço para refletir sobre o significado da COP30 como evento democrático, capaz de ampliar vozes e incluir a sociedade civil em debates globais. Mais do que um encontro de chefes de Estado, a conferência também será um espaço de protagonismo para estudantes, pesquisadores e cidadãos interessados em soluções para a crise climática.

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Alex Ribeiro / Ag. Pará

A educação como legado

O anúncio sobre o Capacita Pará é revelador. Programas de formação profissional muitas vezes têm caráter pontual, atrelado a grandes eventos ou demandas específicas,
“A ideia do capacita COp30 era atender até 4mil pessoas, hoje o programa já ajudou pelo menos 32 mil jovens nesses poucos meses antes da COP”. Afirmou Andrey Rabelo.

A iniciativa do governo estadual em dar continuidade à experiência da COP30 indica uma tentativa de transformar um esforço emergencial em política pública permanente. Ainda não há divulgação oficial para o programa, porem a previsão é de que se inicie após a COP em Belém.

Por: Cristiano Bordallo