O Festival Brasil é Terra Indígena, que começou na quarta-feira (13) em Brasília, proporcionou uma plataforma para debates significativos e celebrações da importância dos povos indígenas para o Brasil e o mundo. Um dos temas mais destacados foi a preservação das florestas.

A Desproporcionalidade na Preservação

Durante o debate “Questões Climáticas, o que é isso?”, o deputado distrital Max Maciel (PSOL-DF) destacou a desproporcionalidade entre as forças de quem preserva e de quem prejudica a natureza. Ele criticou o fato de que, enquanto o agronegócio recebe muitas isenções e apoios financeiros bilionários, há uma extrema dificuldade até para pagar a passagem de alguém para participar de um debate como este.

A Importância dos Povos Indígenas

Joziléia Kaingang, secretária substituta de Articulação e Promoção de Direitos Indígenas do Ministério dos Povos Indígenas, apresentou dados divulgados pelas Nações Unidas que destacam a importância dos povos indígenas para o mundo. As populações indígenas representam 5% da população do planeta e são responsáveis pela manutenção de 80% da biodiversidade.

A Luta dos Munduruku

Beka Munduruku, comunicadora da Mídia Indígena e integrante do Coletivo Daje Kapap Eypi, compartilhou que, apesar de todos os esforços para preservar suas terras, o povo munduruku do Tapajós tem visto cada vez mais seu território ser afetado por alagamentos e destruição. Ela ressaltou a necessidade de proteger não apenas a Amazônia e a floresta, mas também os indígenas e o território de nossa futura geração.

O Impacto das Mudanças Climáticas

Suliete Baré, coordenadora Geral de Enfrentamento à Crise Climática do Ministério dos Povos Indígenas, acrescentou que praticamente todos os territórios indígenas já estão com problemas por conta das mudanças climáticas. Ela alertou que, embora os povos indígenas sejam os que mais protegem seus territórios, eles também são os mais afetados, seja pelas secas, seja pelas enchentes fora de época.

A Necessidade de Mobilização

Conceição Amorim, assistente social e professora no Maranhão, destacou as muitas frentes de desmatamento e de empreendimentos prejudiciais à floresta e ao meio ambiente. Ela ressaltou a necessidade de grandes mobilizações de impacto e de enfrentamento político para combater essas ameaças.

Ao final do debate, Max Maciel enfatizou a necessidade de manter a disposição para a luta, apesar do cansaço. Ele alertou que a estratégia dos prejudicadores é exatamente a de nos cansar.

O festival apresentará o filme “Desintrusão na TI Alto Rio Guamá”, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que retrata todo o processo de negociação para a saída dos ocupantes ilegais deste território indígena.

Este festival e os debates que ele promoveu destacam a importância contínua e crescente da luta pela terra e pelos direitos indígenas no Brasil. É uma luta que todos nós devemos apoiar.