Vacina mRNA promete nova esperança na luta contra MPOX

Autor: Redação Revista Amazônia

 

A varíola dos macacos, recentemente renomeada para MPOX, voltou ao centro das preocupações globais devido ao seu ressurgimento e rápida disseminação. No entanto, um avanço científico oferece uma nova perspectiva no combate à doença: uma vacina experimental baseada em RNA mensageiro, desenvolvida pela Moderna, apresentou resultados promissores em primatas, sugerindo uma proteção mais eficaz contra a MPOX.

Vacina mRNA-1769

De acordo com um estudo publicado na revista Cell, a nova vacina, chamada mRNA-1769, demonstrou ser mais eficiente em reduzir os sintomas e a gravidade da doença em macacos, se comparada à vacina Imvanex/Jynneos, da Bavarian Nordic, que já está em uso. A mRNA-1769 diminuiu significativamente o número de lesões, o tempo de infecção, e a carga viral tanto no sangue quanto nas vias respiratórias dos animais testados. Além disso, os primatas vacinados com a mRNA-1769 perderam menos peso e apresentaram uma recuperação mais rápida, com duração da doença reduzida em mais de 10 dias.

Este marco na pesquisa médica é visto como uma possível virada no enfrentamento da MPOX, já que vacinas de RNA mensageiro, como as utilizadas contra a COVID-19, têm se mostrado eficazes e seguras em humanos. No entanto, os especialistas ressaltam que os ensaios clínicos em humanos ainda serão necessários para confirmar a segurança e eficácia da mRNA-1769 em larga escala. A virologista Clarissa Damaso, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), destacou que a vacina foi projetada para atacar quatro proteínas específicas do vírus MPOX, o que pode ser crucial para evitar a infecção celular.

Enquanto isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) mantém a MPOX como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), particularmente devido ao surgimento de novas variantes mais transmissíveis, especialmente na África, com destaque para a situação na República Democrática do Congo. Apesar da preocupação global, o Ministério da Saúde do Brasil avalia que o risco de um surto no país permanece baixo, embora a vigilância continue alta.

Atualmente, a OMS recomenda duas vacinas para a MPOX, com a vacinação direcionada principalmente para aqueles que tiveram contato com infectados, a fim de conter a transmissão. No Brasil, as autoridades de saúde reforçam a importância de medidas preventivas e seguem monitorando a situação para evitar surtos.

Esse desenvolvimento científico é um lembrete do papel crucial da ciência e da pesquisa na resposta a emergências de saúde pública. À medida que os testes clínicos avançam, a nova vacina de mRNA oferece uma esperança renovada no combate à MPOX, reforçando a importância de esforços coordenados para proteger a saúde global.


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