Lágrimas do Verde: Assista à Performance de Dança Global Citizen NOW para Proteger a Amazônia

Uma Performance Artística que Desperta a Consciência para a Proteção da Floresta Amazônica


Amazônia: Uma Ode Dançada à Floresta Tropical

Feche os olhos e inspire profundamente, você não está no seu ambiente habitual, na verdade, o ar aqui é quente e úmido, umidificando sua pele e bagunçando seu cabelo. Você pode sentir o cheiro da terra úmida, do doce tropical e algo fresco, ainda que levemente medicinal, que você não consegue identificar. Ao se colocar neste novo elemento, familiarizando-se com ele, é importante absorver o que você ouve.

Amazônia

Screenshot-2025-07-24-140258 Lágrimas do Verde: Assista à Performance de Dança Global Citizen NOW para Proteger a Amazônia

Shhh… Se você ouvir com atenção, poderá perceber o ambiente falando com você em sons que se sobrepõem. É o farfalhar das folhas respondendo ao vento, o chilrear dos pássaros cumprimentando uns aos outros, os gritos e uivos de macacos brincando nos galhos acima de você, e o barulho da água correndo em algum lugar da terra. Abra os olhos. Você, caro amigo, está na floresta amazônica.

Bem, uma parte muito pequena dela, de qualquer forma – e há uma razão para isso: capturar essa vasta maravilha natural não é tarefa fácil. No entanto, dois artistas brasileiros, o compositor Leandro Albuquerque e a bailarina Ingrid Silva, colaboraram para fazer exatamente isso em uma performance emocionante na cúpula anual de liderança do Global Citizen, Global Citizen: NOW, em Nova York, que aconteceu em abril de 2025.

Amazônia como Música

“Transmitir a riqueza da Amazônia em apenas dois minutos é um desafio”, explica Albuquerque, “mas me concentrei em capturar sua emoção e seus diversos ecossistemas. Trabalhei em tecer a floresta, no canto dos pássaros, nos rios e na água. Conforme a composição se desenrola, há harmonia e intensidade, intensidade que reflete ameaças ambientais; então, a partir disso, uma esperança de serenidade.”

Lágrimas do Verde é uma composição original criada especificamente para a performance de balé de Silva no Global Citizen: NOW, onde foi anunciado que o Global Citizen traria seu festival de música para o Brasil com artistas como Anitta, Gaby Amarantos e Seu Jorge, em um chamado para proteger a Amazônia contra a crise climática.

Essa ode à Amazônia começa como uma história do anoitecer ao amanhecer, a música desperta suavemente, então cresce constantemente para contar a história do ambiente e seus habitantes. À medida que atinge o crescendo, alcançamos a intensidade de que Albuquerque fala e, logo depois, aterrissa em uma serena sensação de harmonia.

“Quando ouvi pela primeira vez a composição de Leandro, me arrepiei”, Silva conta ao Global Citizen. “Foi um daqueles momentos em que tudo se encaixou. Ele não apenas seguiu o roteiro – ele sentiu. A música carregava a emoção que queríamos transmitir e deu alma ao projeto. Foi poderoso e, honestamente, me senti muito orgulhosa de fazer parte de algo tão cuidadosamente elaborado.”

Um Chamado à Ação

As mudanças climáticas causadas pelo homem têm atacado a floresta amazônica há décadas. Desmatamento, poluição e exploração de combustíveis fósseis têm destruído vastas áreas da floresta e deslocado centenas de comunidades indígenas que a chamam de lar. Se continuarmos nesse ritmo, a Amazônia poderá perecer. Se perdermos a maior floresta tropical do mundo, perdemos a essência da vida como a conhecemos.

A Amazônia, aninhada entre nove países sul-americanos, é vital para a regulação climática, incluindo a geração de chuvas em toda a região e a absorção de toneladas de emissões de carbono que aquecem o clima todos os anos. A imensa perda desse recurso vital nas mãos da humanidade não pode ser subestimada.

Essa é uma imagem assustadora, mas a esperança permanece, desde que haja unidade na ação. Essa é a principal mensagem por trás de Lágrimas do Verde e da performance de Silva.

“Acredito que a Amazônia precisa de uma voz”, diz Albuquerque, “na verdade, ela precisa das vozes de todos. O que acontece na Amazônia afeta a todos. Precisa que as pessoas conscientizem, falem e ajam.”

O Processo Criativo

Tanto Albuquerque quanto Silva deixaram que a questão falasse com eles na criação de sua arte para esta performance, e ficou claro que a Amazônia tinha muito a dizer.

Sobre a coreografia, Silva explica: “Deixei-me guiar pela sensação de ser livre. Pensei no que a Amazônia significa para mim, sua força, beleza e espírito indomável. Cada movimento veio desse lugar. Não pensei demais; apenas deixei meu corpo responder à música e à emoção por trás dela. Era tudo sobre conectar profundamente, confiar em meus instintos e deixar a história me mover.”

Albuquerque também usou instrumentos específicos na música, como uma representação daqueles que chamam a Amazônia de lar. Não apenas os próprios instrumentos se originaram de povos indígenas amazônicos, mas são feitos para soar como animais e outras vidas da floresta tropical.

“Usei instrumentos como a cuíca, um tambor de fricção com um tom agudo que imita chamados de animais como um pássaro ou um macaco”, explica ele. “Outro instrumento específico que usei foi o berimbau, um único instrumento de percussão usado na Capoeira, que reflete a tensão da vida na Amazônia.”

Ele continua: “Vejo esses instrumentos não apenas por sua música, mas eles são, na verdade, vasos que guardam as raízes da história; eles guardam muito, há muito nesses instrumentos que foram usados por anos.”

Ao todo, isso culminou em uma colaboração inspiradora de música, dança e visuais que trouxe à tona a urgência de defender a floresta tropical – e o planeta que ela sustenta.