SARS-CoV-2 em Crianças
Um estudo inovador da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, vinculada à Universidade de São Paulo, revelou que as amígdalas e adenoides podem ser locais de persistência e replicação do SARS-CoV-2 em crianças assintomáticas. A pesquisa, apoiada pela FAPESP, analisou tecidos retirados de 48 crianças e encontrou RNA e proteínas virais, mesmo na ausência de sintomas ou histórico recente de infecção.
compreensão da COVID-19 em crianças
Este achado sugere que, além de contribuir para a compreensão da COVID-19, as amígdalas e adenoides podem atuar como uma fonte oculta de transmissão do vírus, desafiando a noção de que apenas indivíduos sintomáticos são contagiosos. A descoberta também destaca a importância da vacinação infantil, uma vez que a presença do vírus nesses tecidos linfoides secundários pode interferir na resposta imune das crianças.
Publicação do estudo
O estudo, publicado na revista Microbiology Spectrum, indica que a infecção de células imunes, como linfócitos B e T, por SARS-CoV-2, pode ter implicações significativas na montagem de respostas imunes. Embora a duração da persistência viral nas tonsilas não tenha sido determinada, a pesquisa abre caminho para uma nova compreensão da fisiopatologia da COVID-19 e outras doenças respiratórias, tanto em crianças quanto em adultos.
A equipe de pesquisa, liderada pelo professor Eurico Arruda e com a colaboração da equipe de otorrinolaringologia da FMRP-USP, enfatiza que esses resultados reforçam o papel crítico das tonsilas na hospedagem de uma diversidade de vírus respiratórios e potencialmente outros patógenos ainda não testados. O estudo representa um passo significativo no entendimento da dinâmica viral e na prevenção de surtos futuros. Para mais informações, o artigo completo está disponível na publicação científica.