Operação da PF
Nesta quarta-feira (5/6), a Polícia Federal deflagrou uma operação para combater a venda irregular de créditos de carbono na Amazônia, desmantelando uma organização criminosa responsável por lucros ilegais de R$ 180 milhões. A quadrilha atuava na venda de créditos de carbono de áreas da União que haviam sido invadidas ilegalmente.
![quadrilha](https://revistaamazonia.com.br/wp-content/uploads/2024/06/Captura-de-tela-2024-06-06-171303-300x199.jpg)
As investigações revelaram que os criminosos também estavam envolvidos em falsificação de documentos, grilagem de terras públicas e exploração ilegal de recursos naturais na Amazônia Legal. Na Operação Greenwashing, a Polícia Federal executou cinco mandados de prisão preventiva e 76 mandados de busca e apreensão nos estados de Rondônia, Amazonas, Mato Grosso, Paraná, Ceará e São Paulo. Além disso, os bens dos suspeitos, avaliados em R$ 1,6 bilhão, foram sequestrados. Oito servidores públicos foram suspensos, e houve ainda quatro suspensões de registro profissional no CREA, sete bloqueios de emissão de Documento de Origem Florestal (DOF) e 108 medidas cautelares diversas da prisão.
O Esquema da quadrilha
Segundo a Polícia Federal, o esquema de fraudes fundiárias operava há mais de dez anos, iniciando no município de Lábrea, no Amazonas. A quadrilha duplicava e falsificava títulos de propriedade, resultando na apropriação ilegal de 538 mil hectares de terras públicas na Amazônia.
Servidores públicos e técnicos estavam envolvidos na reutilização de títulos de propriedade e na inserção de dados falsos no Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF) do Incra, além da emissão de certidões falsas por servidores da Secretaria de Terras do Estado do Amazonas (SECT/AM). Entre 2016 e 2018, a organização expandiu suas atividades ilegais, aumentando a frequência dos crimes nas regiões de Apuí/AM e Nova Aripuanã/AM nos últimos três anos.
Atividades Ilegais
![ilegal](https://revistaamazonia.com.br/wp-content/uploads/2024/06/Captura-de-tela-2024-06-06-172219-300x199.jpg)
A Polícia Federal apurou que a quadrilha realizava diversas atividades ilegais, incluindo exploração florestal e pecuária em áreas protegidas. Isso incluía a criação de gado “fantasma” em áreas com restrições ambientais, venda de créditos virtuais de madeira e obtenção de licenças ambientais fraudulentas.
As investigações revelaram que mais de um milhão de metros cúbicos de madeira em tora foram explorados ilegalmente, causando um dano ambiental de R$ 606 milhões. Além disso, a quadrilha obteve cerca de R$ 820 milhões em terras griladas.
Apoio e Colaboração
A operação contou com o apoio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Receita Federal do Brasil (RFB), Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), acadêmicos e profissionais de registro de imóveis.
Denúncia Anônima
A Polícia Federal disponibiliza um canal para denúncias anônimas sobre os crimes investigados: [Denúncia Anônima](https://forms.office.com/r/UBmPaNbDxM). A PF garante o sigilo absoluto e a proteção da identidade do denunciante.