O ministro das Cidades, Jader Filho, afirmou que a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), marcada para novembro em Belém (PA), deve ser um marco não apenas para o debate ambiental, mas também para a transformação urbana e social da Amazônia. Em entrevista ao programa “Bom Dia, Ministro”, o titular da pasta defendeu que a transição climática precisa caminhar junto com investimentos em saneamento, transporte público, mobilidade e inclusão social.

“Precisamos falar sobre descarbonização do transporte, tratamento de esgoto e preparação das cidades para eventos climáticos extremos, como vimos no Rio Grande do Sul”, afirmou o ministro, destacando que o clima e a qualidade de vida urbana são dimensões inseparáveis da mesma agenda.
A COP30 e o olhar urbano sobre a Amazônia
A realização da COP30 em Belém simboliza, segundo o ministro, um reconhecimento de que a Amazônia não é apenas floresta, mas também território urbano, onde vivem cerca de 30 milhões de brasileiros. “A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de sediar a COP30 na Amazônia é muito importante. Precisamos mostrar ao mundo que as cidades amazônicas são habitadas, que ali há gente que trabalha, estuda e sonha com qualidade de vida”, ressaltou Jader.
O evento, organizado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e pelo Governo Federal, deve impulsionar investimentos em políticas urbanas sustentáveis, mobilidade verde e infraestrutura resiliente. O ministro enfatizou que cuidar das cidades amazônicas é também cuidar do planeta: “O clima é global, mas as soluções nascem no local.”
CEP para Todos: inclusão pela moradia e pela identidade
Durante a entrevista, Jader Filho destacou o programa CEP para Todos, uma parceria entre o Ministério das Cidades, os Correios e a Secretaria Nacional de Periferias. A iniciativa garante que todas as comunidades e favelas do país tenham endereços oficiais e códigos postais.
“Pode parecer simples, mas muitas famílias ainda não tinham um CEP para receber uma encomenda, abrir uma conta ou matricular o filho na escola mais próxima. Hoje, todas as favelas do Brasil têm endereço reconhecido. É um passo de dignidade e cidadania”, afirmou o ministro.
Segundo ele, o programa é uma ferramenta de inclusão que amplia o acesso a direitos e serviços básicos. “É uma reparação histórica. Ter um CEP é existir para o Estado e para a sociedade”, completou.

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Novo PAC e os investimentos em saneamento
Outra frente destacada foi o Novo PAC, que destina mais de R$ 60 bilhões para obras de saneamento, abastecimento de água e mobilidade urbana, sob coordenação do Ministério das Cidades. Para Jader, o saneamento é uma política essencial para a saúde pública e o meio ambiente.
“Investir em saneamento é garantir água de qualidade, prevenir doenças e preparar as cidades para o futuro. É infraestrutura verde e justiça social ao mesmo tempo”, afirmou.
Esses investimentos também fazem parte das metas do governo federal para reduzir desigualdades regionais e promover a sustentabilidade nas áreas urbanas e rurais.
Transporte público e justiça tarifária
Ao comentar o transporte público, o ministro revelou que o presidente Lula determinou à equipe econômica que avalie formas de subsidiar as tarifas para aliviar o peso no orçamento das famílias. A discussão envolve a Casa Civil, o Ministério da Fazenda e as prefeituras.
“É preciso pensar em soluções conjuntas. A tarifa deve caber no bolso do trabalhador, mas também garantir a qualidade do serviço. Não se trata apenas de ônibus e metrô — trata-se de acesso à cidade”, observou Jader.
Ele defendeu que a transição para transportes de baixa emissão precisa vir acompanhada de novas fontes de financiamento e de cooperação entre União, estados e municípios.
Comunicação pública e diálogo regional
O “Bom Dia, Ministro” é uma coprodução da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República e da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), com participação de rádios e portais de todo o país. Durante a entrevista, Jader Filho reforçou que a COP30 será um momento de diálogo entre governos locais, movimentos sociais e a população amazônica.
“Cuidar das cidades é cuidar das pessoas. E cuidar das pessoas é cuidar do clima”, resumiu o ministro.






































