Centro de Inovação em Novas Energias avança no desenvolvimento de tecnologias sustentáveis para energia renovável

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Autor: Redação Revista Amazônia
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O Centro de Inovação em Novas Energias (CINE) recebeu um reforço significativo em sua missão de desenvolver soluções para a geração de energia renovável e processos com baixo impacto ambiental. No dia 13 de novembro, foi renovado o acordo entre a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e a Shell, que apoiam o CINE desde sua criação, em 2018.

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No evento realizado em Campinas, a FAPESP, Shell, Unicamp, USP e UFSCar anunciaram apoio ao Centro de Inovação em Novas Energias

Esse convênio, que integra o programa Centros de Pesquisa em Engenharia (CPEs), possibilitará a execução de 15 novos projetos de pesquisa nos próximos cinco anos. O objetivo é aprimorar as tecnologias voltadas à geração de energia renovável, tornando-as mais eficientes, econômicas e sustentáveis.

Ana Flávia Nogueira, diretora do CINE e professora do Instituto de Química da Unicamp, ressaltou a importância da pesquisa fundamental como base para inovações tecnológicas, comparando-a à fundação sólida de um edifício. “Inovar exige uma base robusta. Com esse novo convênio, buscamos não apenas desenvolver novas tecnologias, mas também fortalecer a indústria nacional, que é crucial para a autonomia do Brasil. Além disso, queremos estabelecer parcerias internacionais, especialmente na área de transição energética”, afirmou.

A cientista também destacou os impactos globais do CINE, que, apesar de sua equipe reduzida, tem se destacado pela excelência científica, com mais de 500 artigos publicados em revistas internacionais. “Avançamos bastante na primeira fase do CINE e estamos determinados a alcançar ainda mais resultados”, completou.

Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP, expressou satisfação com a renovação da parceria. “Esta é uma agenda de extrema relevância para o Brasil e para o estado de São Paulo. O CINE tem sido um exemplo de sucesso, e temos certeza de que continuará a fazer contribuições valiosas para a área de energia renovável e armazenamento”, disse Pacheco.

O reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, enfatizou a importância de uma abordagem colaborativa para a transição energética. Ele destacou a posição estratégica do Brasil, com seus abundantes recursos naturais renováveis, para liderar esse processo de transformação global.

“Nosso país tem um papel essencial nesse movimento global, e o CINE está preparado para apoiar a indústria nacional. Parcerias com empresas como a Shell são fundamentais para fortalecer a posição do Brasil no cenário energético global”, afirmou Meirelles.

Representando o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Jr., o professor Osvaldo Novais de Oliveira Junior, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP), comentou sobre o papel único das universidades públicas brasileiras. Segundo ele, muitas das inovações tecnológicas são possíveis graças à colaboração multidisciplinar dessas instituições, que enfrentam desafios como a dependência de tecnologias externas.

“É vital que o Brasil invista em ciência e tecnologia para garantir sua independência energética e segurança nacional, desenvolvendo soluções sustentáveis, como os combustíveis sintéticos e outras alternativas energéticas”, disse Oliveira Junior.

A vice-reitora da UFSCar, Maria de Jesus Dutra dos Reis, também ressaltou a importância da parceria com a Shell e o apoio da FAPESP, afirmando que as universidades têm uma responsabilidade social fundamental na construção de um futuro mais sustentável.

Novos Projetos e Investimentos do CINE

aesOs novos projetos do CINE serão organizados em quatro áreas de pesquisa interconectadas: Geração de Energia, Armazenamento Avançado de Energia, Hidrogênio Verde e Design Computacional de Materiais. As equipes científicas envolvidas virão de 11 instituições de ensino e pesquisa de todo o Brasil.

Serão investidos R$ 82,4 milhões no total, com R$ 62,4 milhões provenientes da Shell, por meio do programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) da Agência Nacional de Petróleo (ANP). A FAPESP contribuirá com mais R$ 20 milhões.

No campo da Geração de Energia, um dos projetos de destaque é o desenvolvimento de painéis solares baseados em perovskita, um material mais barato e com menor impacto ambiental do que os tradicionais cristais de silício. A pesquisa visa criar protótipos que possam ser testados em ambientes reais. “A grande vantagem da perovskita é o custo. O material tem o potencial de ser até um terço mais barato que o silício, e isso pode diminuir ainda mais conforme a produção aumentar”, explicou Nogueira.

Além de ser mais barato, a perovskita possibilita a criação de dispositivos solares flexíveis, que podem ser usados em fachadas de prédios, telhados de veículos e até em lentes de óculos. No entanto, para superar a degradação rápida do material quando exposto a fatores ambientais, como umidade e radiação UV, os pesquisadores estão desenvolvendo métodos para aumentar sua durabilidade.

O Programa de Armazenamento Avançado de Energia foca em melhorar as tecnologias de baterias, com o objetivo de tornar o armazenamento de energia renovável mais eficiente e acessível. Isso é essencial para garantir o fornecimento de energia quando as fontes renováveis, como solar e eólica, não estão em plena operação. “Temos estudado baterias de lítio-oxigênio e de sódio, que podem ajudar a armazenar a energia gerada em momentos de alta produção”, detalhou Nogueira.

O Programa de Hidrogênio Verde visa desenvolver novos materiais para reduzir os custos dos eletrolisadores, equipamentos que produzem hidrogênio verde ao separar as moléculas de água. A equipe também está buscando formas de aumentar a eficiência desses dispositivos.

Por fim, o Design Computacional de Materiais usa inteligência artificial para avaliar a viabilidade de diferentes materiais e processos, acelerando o desenvolvimento das tecnologias. “Esse programa é transversal, apoiando os demais com ferramentas de aprendizado de máquina, e tem o potencial de descobrir novos materiais para a transição energética”, concluiu Nogueira.

Com essa renovação de convênio, o CINE continua a desempenhar um papel crucial no avanço das tecnologias de energia limpa e no fortalecimento da indústria nacional, contribuindo para um futuro mais sustentável para o Brasil e o mundo.


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