IA desvenda mais de 300 geoglifos, expandindo o mistério de Nazca

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Autor: Redação Revista Amazônia
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Os famosos geoglifos de Nazca, localizados no sul do Peru, continuam a surpreender o mundo com suas misteriosas e gigantescas formas geométricas e figuras que datam de pelo menos 500 a.C. Recentemente, graças à utilização da inteligência artificial (IA), mais de 300 novos geoglifos foram descobertos, adicionando uma camada extraordinária de complexidade à compreensão sobre a antiga civilização que habitou a região.

A inteligência artificial tornou possível detectar geoglifos figurativos em relevo, que, ao contrário dos geoglifos gigantes baseados em linhas, são muito difíceis de detectar
A inteligência artificial tornou possível detectar geoglifos figurativos em relevo, que, ao contrário dos geoglifos gigantes baseados em linhas, são muito difíceis de detectar

Essa descoberta foi feita através da colaboração entre cientistas japoneses e peruanos, que utilizaram imagens de alta resolução capturadas por drones e satélites, junto com algoritmos de IA, para identificar padrões que seriam invisíveis ao olho humano. A nova tecnologia permitiu a detecção de figuras antes não reconhecidas, revelando formas intrigantes e anteriormente desconhecidas.

O papel da inteligência artificial na arqueologia

Nos últimos anos, a inteligência artificial tem desempenhado um papel fundamental na revolução de diversas áreas do conhecimento, e a arqueologia não é exceção. O uso de algoritmos de aprendizado de máquina, como redes neurais artificiais, permite que pesquisadores identifiquem com precisão padrões em grandes volumes de dados visuais. No caso dos geoglifos de Nazca, a IA foi essencial para analisar rapidamente vastas áreas da paisagem, onde traços superficiais podem facilmente passar despercebidos.

A colaboração foi liderada pelo Instituto de Pesquisa Yamagata, no Japão, em conjunto com arqueólogos peruanos. A IA utilizada no projeto conseguiu vasculhar centenas de imagens em altíssima resolução, capturando detalhes milimétricos da superfície do deserto de Nazca. Essa tecnologia tem a capacidade de analisar minuciosamente cada pixel, permitindo a identificação de linhas, formas e padrões ocultos, que constituem os novos geoglifos agora revelados.

Os novos geoglifos de Nazca

Os novos geoglifos descobertos apresentam uma ampla gama de formas, incluindo figuras humanas estilizadas, animais e padrões geométricos. Muitas das imagens recém-reveladas seguem um padrão semelhante ao dos geoglifos previamente conhecidos, com tamanhos que variam de alguns metros a mais de 100 metros de extensão. As novas figuras incluem representações de animais como pássaros, felinos e répteis, além de figuras antropomórficas que intrigam os pesquisadores.

Estes geoglifos foram esculpidos no solo árido da região, removendo a camada superior de pedras escuras para expor o solo mais claro abaixo. A técnica é considerada simples, mas a execução em uma escala tão grandiosa e precisa continua a ser um mistério. Como essas enormes figuras podiam ser visualizadas corretamente apenas do céu, pesquisadores debatem sobre as razões para sua criação. Alguns sugerem que tinham propósitos religiosos, enquanto outros acreditam que serviam como um tipo de calendário astronômico.

Implicações culturais e científicas

A descoberta de novos geoglifos em Nazca traz implicações significativas tanto do ponto de vista cultural quanto científico. Do ponto de vista cultural, essa descoberta aprofunda nossa compreensão da complexidade e sofisticação da civilização Nazca, que floresceu entre os séculos I e VII d.C. Acredita-se que essas figuras tinham funções rituais ou religiosas, ligadas à adoração de divindades ou a observação dos astros.

Já do ponto de vista científico, a descoberta demonstra o potencial revolucionário do uso da inteligência artificial em campos como a arqueologia. O uso de IA não apenas acelera o processo de descoberta, como também permite que pesquisadores analisem áreas extensas com um nível de detalhe antes inimaginável.

Além disso, a revelação de novos geoglifos reforça a importância da preservação do patrimônio cultural. O local foi declarado Patrimônio Mundial da UNESCO em 1994, e a descoberta de novas figuras levanta questões sobre como proteger essa área da degradação causada por atividades humanas, como o turismo e a agricultura.

Geoglifos e o turismo no Peru

A região de Nazca é uma das mais visitadas do Peru, atraindo turistas do mundo todo que desejam contemplar as misteriosas linhas e figuras. A descoberta de novos geoglifos deve aumentar ainda mais o interesse pelo local, o que pode ter um impacto significativo no setor de turismo do país. O governo peruano já está desenvolvendo planos para proteger as novas descobertas, enquanto promove o turismo sustentável.

A promotoria de turismo do Peru enfatizou a importância de equilibrar o acesso dos visitantes com a preservação do patrimônio arqueológico. A nova descoberta certamente trará um fluxo adicional de turistas, interessados em conhecer as figuras recém-descobertas. Para garantir que as linhas permaneçam intactas, medidas como o monitoramento por drones e a restrição de áreas acessíveis estão sendo planejadas.

O legado das Linhas de Nazca

As Linhas de Nazca continuam sendo uma das maiores maravilhas arqueológicas do mundo. Sua criação permanece envolta em mistério, e cada nova descoberta só aumenta as perguntas que pesquisadores ainda precisam responder. Embora algumas teorias populares sugiram que as linhas tenham sido criadas por seres de outro planeta, a explicação mais aceita é que elas desempenhavam um papel importante na cosmologia e na religião da antiga civilização Nazca.

Com o avanço da tecnologia, é provável que mais segredos sobre Nazca ainda sejam revelados. O uso da IA e de outras tecnologias avançadas, como o LiDAR (tecnologia de detecção de luz e alcance), pode revelar ainda mais geoglifos ocultos na vasta região. Além disso, a aplicação de métodos científicos modernos à arqueologia permite que os pesquisadores avancem em sua compreensão de como essas figuras foram criadas e qual era seu propósito.

A descoberta de mais de 300 novos geoglifos em Nazca, possibilitada pela inteligência artificial, representa um marco significativo tanto para a arqueologia quanto para a preservação cultural. Ela não apenas amplia o entendimento sobre as antigas civilizações que habitaram a região, mas também demonstra o potencial de tecnologias inovadoras para desvendar segredos ocultos por milênios.

À medida que a ciência e a tecnologia avançam, é provável que mais mistérios sobre as Linhas de Nazca sejam resolvidos, contribuindo para um maior entendimento da civilização que as criou. O futuro da arqueologia parece cada vez mais promissor, com a inteligência artificial abrindo portas para novas descobertas e perspectivas.

Em breve, o turismo e a ciência estarão lado a lado, promovendo a preservação das Linhas de Nazca e seu estudo contínuo. Com cada nova figura revelada, a humanidade dá mais um passo em direção a entender seu passado remoto, e como essas culturas antigas podem nos ensinar sobre o futuro.


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