O Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá, epicentro da inovação na Amazônia, transformará-se no polo global de soluções tecnológicas durante a 30ª Conferência das Partes (COP30). De 10 a 14 de novembro, o complexo sediará a Tech Zone, um evento crucial que integra a programação oficial da conferência, reunindo o que há de mais avançado em ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento sustentável da região.
Por cinco dias, pesquisadores, startups, gestores públicos e a sociedade civil se encontrarão para debater e apresentar soluções práticas que respondem diretamente aos desafios da crise climática e das desigualdades socioambientais. A Tech Zone não é apenas uma vitrine de tecnologia, mas um laboratório de ideias voltadas a construir um futuro mais resiliente e equitativo para a Amazônia.
O acesso ao evento é gratuito, porém com vagas limitadas e inscrições via plataforma Sympla, reforçando o caráter seletivo e especializado do debate.
Roteiro da Inovação: Cinco Dias de Soluções Temáticas
A programação da Tech Zone é estruturada em eixos temáticos que cobrem as áreas mais críticas para a sustentabilidade amazônica:
1. Cidades Inteligentes (10 de novembro)
O primeiro dia explora o conceito de Smart Cities aplicado ao contexto amazônico. O debate se concentra em iniciativas de inteligência artificial, monitoramento ambiental avançado e a modelagem de cidades verdadeiramente sustentáveis. Projetos como o Smart City Canaã dos Carajás e a discussão sobre a Estratégia Paraense de Inteligência Artificial (EPIA) e o Marco Legal de IA demonstram o compromisso do Pará com a conectividade e a governança inteligente. A Prodepa discutirá seu papel em conectar o futuro da Amazônia.
2. Amazônia e Recursos Hídricos (11 de novembro)
O foco se volta para a riqueza hídrica da região. Painéis discutirão a fronteira de inovação e conhecimento em comunidades costeiras e a busca por soluções inovadoras para a gestão sustentável da água. Pesquisas do próprio PCT Guamá sobre recursos hídricos e estudos sobre a estimativa de Precipitações Máximas Prováveis (PMP) no Pará ilustram a importância da ciência para a segurança hídrica e ambiental.
3. Tecnologia e Preservação Ambiental (12 de novembro)
O terceiro dia é dedicado à aplicação da tecnologia na proteção da floresta. O monitoramento via satélite surge como uma ferramenta essencial para a análise ambiental e para a inclusão produtiva, garantindo que a vigilância e a economia caminhem juntas. Soluções tecnológicas para a preservação e a gestão integrada, incluindo projetos do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) sobre monitoramento da Amazônia, serão apresentadas.
4. PD&I e Bioeconomia (13 de novembro)
Em alinhamento com a visão de desenvolvimento sustentável, o quarto dia mergulha na Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) e na Bioeconomia. Serão apresentados estudos de caso vibrantes, como a produção de papéis e filmes bioativos a partir de resíduos de açaí, o uso de mandioca para alimentação animal e o processo de extração supercrítica para obtenção de azeite e açaí em pó. As discussões sobre o Observatório de Bioeconomia e projetos de inclusão de comunidades tradicionais demonstram o elo entre a ciência de bancada e o impacto social.
5. Inovação, Sustentabilidade e Financiamento Climático (14 de novembro)
O encerramento do evento projeta o futuro. Os painéis abordarão a inovação e a sustentabilidade em rede na Amazônia, culminando na crucial discussão sobre financiamento climático. O objetivo é analisar mecanismos de fomento internacional e traçar as perspectivas de financiamento para o cenário pós-COP30, garantindo que as soluções tecnológicas discutidas tenham o suporte econômico necessário para se materializarem.

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Uma Iniciativa Colaborativa de Forças Públicas e Acadêmicas
A Tech Zone é fruto de uma poderosa coalizão de instituições do Governo do Pará e universidades, sublinhando o trabalho conjunto em prol do desenvolvimento sustentável. A iniciativa é uma realização do PCT Guamá em parceria com a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet), a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), a Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Pará (Prodepa) e a Universidade do Estado do Pará (Uepa).
O PCT Guamá, pioneiro na Região Norte e gerido pela Fundação Guamá, foi fundado em 2010 e é uma iniciativa do Governo do Pará com a Universidade Federal do Pará (UFPA) e a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra). Com uma área de 72 hectares, o parque abriga mais de 90 empresas, 17 laboratórios, mais de 400 pesquisadores, 44 patentes registradas e uma escola técnica, consolidando-se como um hub de pesquisa aplicada, empreendedorismo e inovação sustentável. Sua integração a redes internacionais, como a Anprotec e a Iasp, reforça seu papel global.
O evento também destaca a presença de especialistas renomados, como Renato Francês, diretor técnico da Fundação Guamá, e Rommel Ramos, assessor técnico, ambos com vasta experiência em ciência da computação, biologia molecular e inteligência computacional, prontos para enriquecer o debate sobre o futuro tecnológico da Amazônia.

























































