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Multilateralismo climático em jogo na COP-30 de Belém

A COP30, marcada para novembro em Belém, promete ser mais do que um encontro diplomático: será um teste de fogo para o futuro da cooperação internacional diante da crise climática. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, definiu o evento como uma oportunidade histórica para fortalecer o multilateralismo climático, a convicção de que apenas a ação coletiva entre países pode dar conta do desafio global.

Durante coletiva de imprensa em Nova York, logo após o encerramento do último encontro regional do Balanço Ético Global, Marina foi categórica: “A COP30 é uma forma de buscarmos novos paradigmas. O multilateralismo corre o risco de ser estilhaçado, e isso seria o pior dos mundos”.

O alerta da ministra não é retórico. Um dos pontos mais sensíveis do cenário internacional é a decisão dos Estados Unidos de se retirarem, em janeiro de 2026, do Acordo de Paris, marco global firmado em 2015 durante a COP-21 para conter o aquecimento da Terra. A saída de Washington, maior potência econômica do planeta e segundo maior emissor de gases de efeito estufa, ameaça enfraquecer o pacto global.

Para Marina, é impossível minimizar os impactos desse gesto. “Claro que isso é um prejuízo enorme. Se não estão alinhados ao Acordo de Paris, há um imenso retrocesso. Mas, ao mesmo tempo, é também a chance de os demais países darem uma demonstração de fortalecimento do multilateralismo”, ponderou.

Ao lado dela estavam o embaixador André Corrêa do Lago, presidente designado da COP-30, Karenna Gore, fundadora do Centro de Ética da Terra, e Selwin Hart, conselheiro especial do secretário-geral da ONU para Ação Climática e Transição Justa. Todos reforçaram a urgência de preservar a diplomacia como instrumento de ação coletiva em meio a uma conjuntura marcada por retrocessos e desconfiança.

img_6572_1-400x239 Multilateralismo climático em jogo na COP-30 de Belém
José Cruz/Agência Brasil

SAIBA MAIS: Metade das cidades brasileiras vive alta vulnerabilidade climática

O desafio da transição energética

A ministra também destacou que a próxima década será decisiva. Segundo cálculos, o mundo precisará mobilizar até 2035 cerca de US$ 1,3 trilhão para apoiar países em desenvolvimento em duas frentes: reduzir emissões e se adaptar aos impactos já inevitáveis da mudança do clima.

Isso implica acelerar a substituição gradual dos combustíveis fósseis — petróleo, carvão e gás natural — por fontes renováveis como solar, eólica, hidrelétrica e biomassa. Marina reconhece que ainda há limitações para suprir toda a demanda energética global com soluções limpas, mas argumenta que a paralisia é a pior escolha possível. “Não podemos cair na eterna desculpa de não investir em alternativas porque elas ainda não são suficientes. É justamente o investimento que fará com que sejam viáveis.”

Ela reforçou compromissos já assumidos em fóruns multilaterais: triplicar a participação das energias renováveis, duplicar a eficiência energética e acelerar a diversificação das matrizes nacionais. O recado foi claro: adiar decisões custará caro não apenas para o meio ambiente, mas também para a economia e a estabilidade social.

A questão dos preços em Belém

Nem só de diplomacia se faz uma COP. A organização do evento em Belém enfrenta dificuldades logísticas, em especial o preço da hospedagem. Marina classificou como “inaceitáveis” os valores cobrados por hotéis e imóveis durante o período da conferência. Relatos apontam aumentos de até dez vezes no valor das diárias, algo que, segundo ela, “é o absurdo do absurdo”.

O governo federal, em parceria com o Governo do Pará, estuda mecanismos legais para conter a escalada. O embaixador André Corrêa do Lago detalhou que a meta é garantir quartos acessíveis para delegações de países de menor desenvolvimento relativo e pequenas ilhas, além de oferecer condições mínimas para sociedade civil, academia, setor privado e imprensa. “Sem eles, não há COP”, alertou.

Ao traçar esse panorama, Marina reforçou que a COP-30 será mais do que uma cúpula ambiental: será um palco para avaliar a resiliência do próprio sistema multilateral. Se a cooperação internacional falhar, o risco é mergulhar em um mundo fragmentado, incapaz de responder à altura da emergência climática.

Belém, cidade marcada pela Amazônia como símbolo e cenário, se tornará em novembro o epicentro de uma disputa que vai além da floresta: trata-se de decidir se os países ainda são capazes de agir juntos em nome de um bem comum. O futuro do multilateralismo climático, como lembra a ministra, está em jogo — e perder essa batalha seria, de fato, “o pior dos mundos”.

Metade das cidades brasileiras vive alta vulnerabilidade climática

Metade das cidades brasileiras já vive em situação de alta vulnerabilidade climática. É o que revela o relatório Cidades Verdes-Azuis Resilientes, lançado pelo Centro de Síntese em Mudanças Ambientais e Climáticas (Simaclim), com base nos dados da plataforma Adapta Brasil. O levantamento mostra que 2.807 dos 5.570 municípios do país enfrentam riscos elevados diante de eventos climáticos extremos, resultado de uma combinação perigosa entre desigualdade social, falhas no planejamento urbano e fragilidade ambiental.

O documento alerta que os desastres que se repetem em diferentes regiões não se explicam apenas pela força da chuva, pelo calor extremo ou pela estiagem. Eles resultam, sobretudo, da interação entre fenômenos climáticos e territórios vulneráveis, onde pessoas e infraestruturas estão expostas. Ao destacar essa dimensão, o relatório mostra que a crise climática não é apenas um problema natural: ela é social e urbana, refletindo desigualdades históricas.

A face urbana da vulnerabilidade

O Brasil abriga hoje 12.348 favelas e comunidades urbanas, somando 16,5 milhões de habitantes. Mais da metade dessa população vive em áreas suscetíveis a enchentes, enxurradas e deslizamentos. Nessas localidades, infraestrutura precária, ausência de saneamento adequado e habitação em encostas ou margens de rios ampliam os riscos.

Apesar da gravidade da situação, metade das cidades não possui plano diretor atualizado, e poucas conseguem integrar políticas urbanas a planos de ação climática. Essa desconexão tem consequências diretas. Em 2023, o país registrou o maior número de deslocamentos internos por desastres em toda a América: 745 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas. Desde os anos 1990, o número de eventos extremos relacionados a chuvas triplicou e, somente na última década, os prejuízos econômicos somaram R$ 132 bilhões.

72744f92-56a4-4f99-9835-f82ddcc859e1-400x266 Metade das cidades brasileiras vive alta vulnerabilidade climática
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

SAIBA MAIS: O futuro das cidades passa pela gestão sustentável um programa para a COP 30

Adaptação transformativa: mudar a raiz do problema

O relatório defende que enfrentar vulnerabilidades urbanas exige muito mais do que obras pontuais, como piscinões ou canalização de rios. Essas respostas, embora comuns, são limitadas e, em alguns casos, podem até piorar o cenário. O conceito-chave apresentado pelo estudo é a “adaptação transformativa”: um modelo de planejamento urbano capaz de atacar a desigualdade estrutural como a raiz da vulnerabilidade climática.

Segundo Maria Fernanda Lemos, professora de urbanismo da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e uma das autoras do documento, a transformação só é possível por meio da inclusão e da participação. “Não tem como produzir cidades justas sem que as pessoas participem das decisões. É preciso um esforço coletivo em todas as escalas, do global ao local, integrando diferentes setores da sociedade e da gestão pública”, reforça.

Soluções baseadas na natureza

Entre as propostas do relatório, as chamadas soluções baseadas na natureza ocupam lugar de destaque. Elas propõem o fortalecimento de infraestrutura verde e azul — como corredores ecológicos, arborização urbana, recuperação de rios e lagos, telhados verdes e pisos permeáveis. Além de ajudar no controle de enchentes e ondas de calor, essas medidas promovem biodiversidade, regulam o ciclo hídrico e melhoram a qualidade do ar.

Essas soluções têm reflexos diretos na saúde. Ambientes verdes reduzem doenças cardiovasculares como a hipertensão, que afeta quase 28% da população brasileira, estimulam a prática de atividades físicas e contribuem para diminuir a poluição atmosférica. O problema, porém, está no acesso desigual: bairros ricos concentram áreas verdes estruturadas, enquanto comunidades periféricas dependem de terrenos periurbanos sem manutenção.

No Brasil, iniciativas como o Cadastro Ambiental Urbano (CAU), do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, surgem como instrumentos de gestão. Há também os Planos Municipais da Mata Atlântica e os programas de floresta urbana, que ajudam a mapear áreas prioritárias e reduzir desigualdades. No entanto, a implementação dessas políticas ainda enfrenta dificuldades financeiras e técnicas nas prefeituras.

O desafio da governança

Para transformar as cidades em territórios verdes, azuis e resilientes, o relatório defende uma governança inclusiva e multissetorial. A adaptação urbana depende de capacidade técnica local, mas também de acesso a mecanismos de financiamento inovadores. Entre os exemplos estão fundos internacionais como o Green Climate Fund, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e o C40 Cities Finance Facility, além de instrumentos nacionais como o IPTU progressivo e as operações urbanas consorciadas.

Outro pilar fundamental é a educação climática, vista como estratégia para fortalecer a consciência social e dar legitimidade às medidas de resiliência. A construção de cidades mais justas e sustentáveis depende de articulação entre políticas urbanas, justiça social e preservação ambiental.

O relatório conclui que o futuro urbano brasileiro será definido não apenas pela resposta a desastres, mas pela capacidade de antecipar riscos e transformar desigualdades em oportunidades. Criar cidades resilientes é, antes de tudo, um projeto coletivo que une ciência, política e cidadania em torno de um objetivo comum: garantir que os territórios do amanhã sejam mais seguros, inclusivos e sustentáveis do que os de hoje.

Primavera começa com calor intenso e chuvas desiguais no Brasil

A primavera começa oficialmente no Brasil nesta segunda-feira, 22 de setembro, trazendo consigo uma combinação de cenários climáticos que prometem desafiar tanto agricultores quanto gestores públicos. A nova estação, tradicionalmente associada a temperaturas mais amenas e ao florescimento da natureza, chega em 2025 marcada por ondas de calor e baixa umidade em boa parte do país.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), as previsões indicam chuvas acima da média em áreas específicas do Centro-Oeste, do Sudeste e no litoral do Nordeste. Em contrapartida, regiões do interior nordestino e áreas ao sul da Região Norte devem enfrentar estiagens, com precipitações abaixo da média. Essa distribuição desigual reforça a importância de acompanhar, semana a semana, os boletins climáticos para reduzir riscos e organizar estratégias de adaptação.

O papel do La Niña

Um dos fatores que pode influenciar a dinâmica da primavera é a possível formação do fenômeno climático La Niña, conforme previsão da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA). O Inpe ressalta que, se confirmado, o fenômeno deverá ser de curta duração e intensidade fraca. Ainda assim, mesmo episódios de menor impacto podem modificar os padrões de chuva e temperatura, alterando desde o ritmo das plantações até a vulnerabilidade de áreas urbanas a alagamentos.

Historicamente, o La Niña está associado a alterações importantes no regime de chuvas na América do Sul, muitas vezes favorecendo secas em parte do Nordeste e chuvas intensas no Norte e Sul. A expectativa de que este episódio seja menos intenso não elimina a necessidade de atenção, especialmente em áreas que já sofrem com estiagens prolongadas.

calliandra_dysantha_thalurania_furcata-400x239 Primavera começa com calor intenso e chuvas desiguais no Brasil
Foto: Marcelo Kuhlmann

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Prevenção e monitoramento

O Inpe reforça que a primavera exige vigilância constante sobre regiões de risco. Alagamentos, deslizamentos de terra e enchentes podem ocorrer em função de chuvas localizadas e intensas, mesmo em cenários de médias abaixo do esperado. O acompanhamento das previsões meteorológicas e a preparação de defesas civis locais tornam-se medidas fundamentais para minimizar impactos sobre a população.

As autoridades de diferentes níveis de governo são chamadas a integrar informações climáticas com ações práticas, como planos de evacuação, monitoramento de encostas e sistemas de alerta antecipado. Em um país de dimensões continentais como o Brasil, a capacidade de resposta rápida pode significar a diferença entre tragédias e a preservação de vidas e infraestrutura.

A primavera como transição

Apesar dos alertas, a primavera carrega também o simbolismo da renovação. O próprio Inpe destaca que a estação funciona como ponte entre a seca do inverno e a estação chuvosa do verão, principalmente no centro do Brasil. Essa transição tem papel vital para a agricultura, já que o retorno gradual das chuvas ajuda a preparar o solo para o plantio e a recuperação de rios e reservatórios.

Além da função prática, a primavera é culturalmente celebrada por seu impacto visual. É o período em que árvores urbanas florescem, parques ganham novas cores e a natureza oferece um espetáculo que vai além da meteorologia. Mas mesmo essa beleza deve ser interpretada à luz das mudanças climáticas, que intensificam extremos como ondas de calor e secas fora de época.

Um retrato de contrastes

A chegada da primavera em 2025 reflete, portanto, os contrastes do clima brasileiro. Enquanto algumas regiões poderão comemorar chuvas acima da média, outras enfrentarão dificuldades com estiagens persistentes. O possível La Niña, ainda que fraco, adiciona uma camada de incerteza ao cenário.

Essa variabilidade mostra que a estação, muitas vezes vista apenas como um período de florescimento, precisa ser compreendida também como um momento crítico de preparação. A agricultura, o abastecimento de água e a própria saúde pública estão diretamente ligados à forma como a sociedade se adapta aos sinais emitidos pela natureza.

No fim, a primavera que começa não é apenas um convite ao encantamento com as flores, mas também um chamado à responsabilidade. O Brasil, diante da força e da diversidade de seu clima, tem na estação uma oportunidade de fortalecer práticas de prevenção, de valorizar a ciência climática e de reconhecer que viver em harmonia com a natureza exige mais do que contemplação exige ação.

A fruta comum que pode turbinar a imunidade mais rápido do que suplementos caros

Imagine uma fruta simples, encontrada em qualquer feira ou supermercado, capaz de impulsionar seu sistema imunológico com mais eficiência do que aqueles suplementos caros que prometem milagres. Estamos falando de opções naturais como a goiaba, o kiwi e a laranja, todas repletas de vitamina C natural. Essa abordagem não só fortalece a fruta imunidade, mas também oferece benefícios adicionais que vão além do que uma pílula pode proporcionar. Neste artigo, vamos explorar os segredos científicos por trás dessas frutas, revelando como elas podem transformar sua saúde de forma acessível e deliciosa.

A vitamina C, também conhecida como ácido ascórbico, é um nutriente essencial que o corpo humano não produz sozinho. Ela atua como um poderoso antioxidante, combatendo radicais livres e apoiando diversas funções corporais. Estudos mostram que a vitamina C natural encontrada em frutas contribui diretamente para o fortalecimento do sistema imunológico, ajudando a prevenir infecções e acelerando a recuperação de resfriados comuns. Diferente dos suplementos sintéticos, as fontes naturais vêm acompanhadas de fibras, minerais e outros compostos bioativos que potencializam seus efeitos.

Por que a vitamina C natural supera os suplementos

Muitos recorrem a suplementos de vitamina C na esperança de aumentar a imunidade rapidamente. No entanto, pesquisas indicam que a absorção e os benefícios da vitamina C natural são superiores. Um estudo publicado na revista SciELO destaca que a vitamina C previne o escorbuto e é crucial na defesa contra infecções, além de manter a integridade das paredes dos vasos sanguíneos. Confira o estudo completo aqui. Quando consumida através de frutas, ela interage com outros nutrientes, criando um efeito sinérgico que os suplementos isolados não conseguem replicar.

Por exemplo, em um artigo da BBC News Brasil, é revelado que frutas como a goiaba contêm até cinco vezes mais vitamina C do que a laranja, tornando-as opções mais potentes para a fruta imunidade. Leia mais sobre essas frutas surpreendentes. Suplementos efervescentes, populares por sua conveniência, muitas vezes contêm aditivos e açúcares que podem diluir os benefícios reais. Um vídeo no YouTube questiona a eficácia desses produtos, enfatizando que fontes naturais são mais bio disponíveis. Assista ao vídeo explicativo.

Além disso, um estudo da Epagri sugere que consumir frutas ricas em vitamina C, como acerola e morango, garante doses diárias recomendadas sem o risco de overdose comum em suplementos. Saiba mais sobre o uso prático. A vitamina C natural não só estimula a produção de linfócitos T, células chave no sistema imunológico, mas também melhora a absorção de ferro, contribuindo para uma saúde geral mais robusta.

A goiaba como estrela da fruta imunidade

Entre as frutas comuns, a goiaba se destaca como uma verdadeira campeã em vitamina C natural. Com cerca de 228 mg por 100 gramas, ela supera facilmente a laranja, que oferece em torno de 50 mg na mesma quantidade. Essa fruta tropical, amplamente disponível no Brasil, não só turbina a imunidade, mas também fornece fibras que apoiam a digestão e antioxidantes que combatem o envelhecimento precoce.

Estudos da Revista Saúde Abril confirmam que a goiaba é uma das sete frutas brasileiras ideais para espantar resfriados e fortalecer defesas naturais. Explore as frutas nacionais ricas em nutrientes. Consumir goiaba regularmente pode reduzir a duração de infecções respiratórias, graças à sua ação anti-inflamatória. Imagine adicionar fatias frescas à sua salada ou preparar um suco natural – opções simples que integram a vitamina C natural à rotina diária.

Outro benefício revelador é sua capacidade de melhorar a saúde da pele. A vitamina C na goiaba promove a produção de colágeno, essencial para manter a elasticidade e combater rugas. Combinada com potássio e vitamina A, ela oferece uma proteção holística que suplementos caros raramente igualam.

O kiwi e sua potência escondida

O kiwi, outra fruta comum em mercados brasileiros, contém aproximadamente 70 mg de vitamina C por unidade média. Originário da Nova Zelândia, mas cultivado em diversas regiões, ele surpreende pela densidade nutricional. Pesquisas indicam que o kiwi não só apoia a fruta imunidade, mas também melhora o sono e reduz o estresse oxidativo, fatores que indiretamente fortalecem as defesas do corpo.

De acordo com um artigo no site Tua Saúde, o kiwi está entre os 22 alimentos mais ricos em vitamina C, superando muitas opções cítricas. Veja a lista completa de alimentos potentes. Seu teor de fibras solúveis ajuda na regulação do açúcar no sangue, prevenindo picos que podem enfraquecer o sistema imunológico ao longo do tempo.

Estudos científicos, como os da Ocean Drop, mostram que a vitamina C no kiwi estimula a proliferação de células imunes, tornando-o uma escolha ideal para períodos de gripes sazonais. Entenda a relação entre vitamina C e imunidade. Experimente consumi-lo cru ou em smoothies para maximizar a absorção.

A laranja clássica e suas variações

A laranja, sinônimo de vitamina C para muitos, oferece cerca de 73 mg em um copo de suco natural. Embora não seja a mais rica, sua acessibilidade a torna uma fruta imunidade essencial. Variedades como a laranja-pera ou bahia variam ligeiramente em conteúdo, mas todas contribuem para a produção de anticorpos e a neutralização de patógenos.

5-alimentos-para-imunidade-miligrama-frutas-citricas A fruta comum que pode turbinar a imunidade mais rápido do que suplementos carosUm estudo da Asbran enfatiza que alimentos como a laranja garantem doses recomendadas de vitamina C, evitando deficiências que comprometem a imunidade. Descubra como alimentos naturais atendem necessidades diárias. Comparada a suplementos, a laranja fornece bioflavonoides que aprimoram a absorção da vitamina, tornando-a mais eficaz.

Interessante notar que, em um comparativo da Carta Capital, a laranja combina vitamina C com minerais para um efeito sinérgico na saúde da pele e imunidade. Conheça oito frutas e seus benefícios.

Outras frutas que merecem destaque

Não podemos ignorar o morango, com cerca de 60 mg de vitamina C por xícara, ou o abacaxi, que adiciona enzimas digestivas aos benefícios imunológicos. A acerola, nativa do Brasil, explode com até 1.800 mg por 100 gramas, mas sua disponibilidade sazonal a torna menos comum no dia a dia.

O camu-camu, uma fruta amazônica, oferece níveis ainda mais altos, mas focamos em opções acessíveis. Estudos da Revista Thema mostram que o consumo regular dessas frutas fortalece o sistema imunológico em contextos de pandemia. Leia sobre benefícios no contexto atual.

A manga e o mamão também entram na lista, fornecendo vitamina C natural junto com betacaroteno, que se converte em vitamina A para suporte adicional à imunidade.

A ciência por trás dos benefícios

Revelações científicas confirmam que a vitamina C modula a resposta imune, aumentando a mobilidade de neutrófilos e macrófagos, células que devoram invasores. Um PDF de pesquisa na Revista JRG discute efeitos benéficos e adversos, mas enfatiza os positivos em doses naturais. Acesse o PDF sobre vitamina C e imunidade.

Em comparação com suplementos, fontes naturais evitam excessos que podem causar desconfortos gastrointestinais. A CNN Brasil desmistifica mitos, afirmando que a vitamina C de fato aumenta a imunidade, mas de forma equilibrada através da dieta. Mitos e verdades sobre imunidade.

Estudos da UCSAL comparam laranjas e tangerinas, mostrando maior efeito antioxidante nas laranjas. Baixe o estudo comparativo.

Dicas práticas para incorporar frutas na rotina

Para maximizar a fruta imunidade, comece o dia com um suco de goiaba misturado com kiwi. Adicione morangos a iogurtes ou prepare saladas com laranja e abacaxi. Lembre-se de consumir frutas frescas, pois o cozimento pode reduzir o teor de vitamina C.

Recomendações diárias variam de 75 a 90 mg para adultos, facilmente atingíveis com duas porções de frutas ricas. Para atletas ou em períodos de estresse, aumentar o consumo natural é preferível a suplementos.

Experimente receitas como smoothie de goiaba com kiwi: bata uma goiaba, dois kiwis e um pouco de água. Essa combinação fornece mais de 300 mg de vitamina C natural, superando muitos suplementos.

Considerações finais sobre saúde natural

Escolher frutas comuns para turbinar a imunidade representa uma abordagem reveladora e científica, respaldada por estudos globais. Elas oferecem vitamina C natural de forma bio disponível, com benefícios que vão além da prevenção de doenças. Ao priorizar opções como goiaba, kiwi e laranja, você investe em uma saúde sustentável sem depender de produtos caros.

Consulte sempre um profissional de saúde para orientações personalizadas, especialmente se houver condições pré-existentes. Com essas frutas ao alcance, fortalecer a imunidade se torna não só eficaz, mas também prazerosa.

(Palavras aproximadas: 1850)

Cachorro olhando fixamente para você? Descubra o que a ciência já sabe sobre isso

É comum reparar que um cachorro fica olhando fixamente para o dono. O comportamento pode causar ternura, estranheza ou curiosidade. Neste texto explico hipóteses testadas pela ciência, o que elas significam para a relação entre humanos e cães e quando procurar ajuda profissional.

O olhar como ferramenta de comunicação

O olhar é uma forma poderosa de comunicação em muitas espécies, inclusive nos humanos. Pesquisadores perceberam que os cães usam o olhar para interagir com pessoas. Na prática, um cachorro pode olhar fixamente para o dono para pedir algo, confirmar presença ou simplesmente acompanhar movimentos faciais.

05-domestic-dog-gallery Cachorro olhando fixamente para você? Descubra o que a ciência já sabe sobre issoEstudos em cognição canina mostram que cães conseguem seguir a direção do olhar humano e responder a expressões faciais. Essa sensibilidade facilita a cooperação entre cães e humanos.

Hipóteses científicas sobre o olhar fixo

1. Busca por comunicação intencional

Uma hipótese é que o cachorro olha fixo para iniciar comunicação intencional. Quando o cão quer comida, atenção ou que a porta seja aberta, ele pode olhar para o dono esperando uma resposta. Pesquisas descrevem esse olhar como um sinal que os cães aprenderam a associar a respostas humanas.

2. Apego e vínculo social

Outra explicação relaciona o olhar ao vínculo afetivo. O contato visual entre cão e dono pode aumentar níveis de oxitocina em ambos, o hormônio ligado ao afeto. Esse mecanismo é comparado ao que acontece entre mães e bebês humanos. Assim, o olhar fixo pode ser expressão de apego e segurança ao estar perto do dono.

3. Leitura de expressão facial

Cães parecem ser bons em ler rostos humanos. Eles detectam emoções e ajustam o comportamento conforme a expressão do dono. O olhar fixo pode ser uma forma de monitoramento emocional; o cão tenta saber se o humano está atento, calmo ou irritado. Essa hipótese coloca o olhar como parte do repertório de empatia canina.

4. Aprendizado por condicionamento

O condicionamento explica muitos comportamentos aprendidos. Se um cachorro percebe que olhar faz o dono dar comida ou carinho, ele repete a ação. Assim o comportamento é mantido pela recompensa. Mesmo sem intenção complexa, o olhar fixo pode ter origem em reforço positivo.

5. Atenção seletiva e vigilância

Alguns cães mantêm o olhar fixo por vigilância. Em situações de novidade ou ansiedade, o animal observa cuidadosamente o humano para receber sinais de segurança. Esse olhar serve para avaliar risco e ficar preparado para agir se necessário.

Quando o olhar é pedido e quando pode causar desconforto

O contexto importa. Um olhar curto e alegre durante a interação geralmente é positivo. Já um olhar prolongado em situações de estresse, medo ou agressividade pode ter outro significado. Em cães com histórico de agressividade, o olhar fixo pode preceder um avanço.

Se o olhar vem acompanhado de postura rígida, pelos eriçados, latidos tensos ou rosnados, a recomendação é cautela. Nesses casos, é importante interpretar o conjunto de sinais corporais e, se necessário, consultar um profissional em comportamento animal.

O que os donos podem fazer para entender melhor o comportamento

Observar o contexto é fundamental. Anote quando os olhares acontecem e o que acontece antes e depois. Responder de forma consistente ajuda a entender se o cão está pedindo algo ou apenas buscando proximidade.

Treinamento baseado em reforço positivo pode melhorar a comunicação. Ensinar comandos simples e recompensar comportamentos desejados reduz mal entendidos. Se o olhar está associado a ansiedade, técnicas de dessensibilização e manejo ambiental são úteis.

Pesquisas e fontes recomendadas

Para quem quer ler artigos científicos, há estudos publicados em periódicos de comportamento animal e cognição comparada. Uma revisão interessante trata da sensibilidade dos cães às pistas humanas e ao contato visual. Pesquisas também discutem como a domesticação favoreceu habilidades sociais em cães que facilitam a comunicação com humanos.

Se quiser um guia prático com recomendações de manejo e sinais a observar, organizações como a American Kennel Club e a ASPCA trazem material acessível e com base em especialistas. Para artigos acadêmicos e testes experimentais, o PubMed e repositórios de universidades são boas fontes.

Links úteis

Casos especiais e quando procurar ajuda

Se o olhar vem com sinais de stress crônico, perda de apetite, agressividade ou comportamento inesperado, procure um médico veterinário. Um profissional poderá avaliar saúde física, dor ou problemas neurológicos que alteram a expressão e o comportamento.

Para problemas comportamentais persistentes, um especialista em comportamento animal pode indicar intervenção. Profissionais qualificados usam técnicas científicas para reeducar comportamentos e reduzir ansiedade.

Resumo prático para donos

  1. Observe o contexto do olhar para entender a intenção.
  2. Procure por sinais corporais complementares como postura e cauda.
  3. Use reforço positivo para treinar respostas claras.
  4. Procure um veterinário em caso de mudança súbita no comportamento.
  5. Considere um especialista em comportamento para casos complexos.

O fenômeno do cachorro olhar fixo para o dono é multifacetado. Ele envolve aprendizado, vínculo afetivo, leitura social e, às vezes, condicionamento. A ciência avança ao revelar camadas dessa comunicação. Para o dono, a melhor atitude é observar com atenção, responder com consistência e cultivar um ambiente seguro.

 

O segredo para ter uma zamioculca sempre verde e brilhante

Quer uma planta que traga verde e vida para sua casa sem complicação? A zamioculca é uma ótima escolha. Neste guia você vai aprender, de forma prática e motivadora, tudo sobre como cuidar zamioculca para que ela fique com folhas saudáveis e uma aparência de zamioculca verde brilhante.

Por que escolher a zamioculca

A zamioculca é valorizada por sua resistência. Ela suporta variação de luz e regas irregulares. Isso a torna perfeita para quem tem uma rotina corrida ou para quem está começando no mundo das plantas. Além disso, suas folhas brilhantes deixam qualquer ambiente mais elegante.

Principais cuidados básicos

Manter a zamioculca saudável é simples quando você entende os quatro pilares do cuidado. São eles: luz, água, substrato e poda. Vamos ver cada um com exemplos práticos e fáceis de aplicar.

Luz adequada

A zamioculca prefere luz indireta e brilhante. Ela também tolera ambientes com menos luz. Evite sol direto e intenso. A exposição direta queima as folhas e reduz o brilho natural.

  • Posicione a planta próxima a uma janela filtrada.
  • Se o ambiente for muito escuro, reveze a planta para um local mais claro por algumas semanas.
  • Em apartamentos, janelas a leste ou norte costumam ser ideais.
Dica Alternar a posição da planta a cada 2 ou 3 meses garante crescimento equilibrado e folhas mais brilhantes.

Como regar zamioculca corretamente

Regar corretamente é o segredo para uma zamioculca verde brilhante. A zamioculca armazena água em seus rizomas. Isso significa que ela precisa de menos rega do que muitas plantas de interior.

  • Antes de regar, verifique o substrato. Toque a camada superior. Se estiver seca, regue. Se estiver úmida, espere.
  • Regas pequenas e espaçadas são melhores do que regas abundantes frequentes.
  • Evite o acúmulo de água no prato embaixo do vaso. A água parada causa apodrecimento das raízes.

Uma técnica simples é usar o método do palito. Insira um palito de madeira no substrato e verifique se sai limpo ou úmido. Se sair limpo, a planta precisa de água. Se sair úmido, aguarde mais alguns dias.

Substrato e vaso

Um substrato bem drenado é essencial. A zamioculca não gosta de ficar encharcada. Misturas com perlita, areia grossa ou fibra de coco são excelentes para drenar bem.

  • Use um vaso com furos de drenagem.
  • Prefira substratos leves e arejados.
  • Evite terra compactada ou que retenha muita umidade.

Fertilização e crescimento

Fertilize moderadamente. Durante a primavera e o verão, uma alimentação balanceada a cada 6 a 8 semanas ajuda a manter o brilho das folhas. No outono e inverno, reduza ou suspenda a adubação.

  • Use fertilizante líquido para plantas de interior seguindo as instruções do fabricante.
  • Uma alternativa é adubo orgânico diluído para um efeito mais suave e natural.

Sinais de saúde e problemas comuns

Reconhecer os sinais da planta facilita a ação. Aqui estão os problemas mais comuns e como corrigi-los.

Folhas amareladas

Folhas amareladas podem indicar rega em excesso. Também podem apontar deficiência de nutrientes. Primeiro passo: verifique o substrato. Se estiver encharcado, reduza a rega e garanta drenagem.

Folhas com pontas marrons

Pontas marrons podem ocorrer por baixa umidade do ar ou excesso de fertilizante. Reduza a adição de nutrientes e borrife água nas folhas em dias secos.

Crescimento lento

Crescimento lento pode ser natural em inverno ou indicar pouco espaço. Se o vaso estiver muito pequeno, considere um replantio em vaso um pouco maior.

Pragas

A zamioculca é relativamente resistente, mas pode sofrer com cochonilhas e ácaros. Observe a planta regularmente. Se notar pequenos pontos brancos ou teias, trate rapidamente.

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  • Limpe as folhas com um pano úmido para remover sujeira e pragas leves.
  • Use sabão inseticida ou solução de água e álcool 70% diluído em casos persistentes.

Replantio e poda

Replante a cada 2 a 3 anos, ou quando as raízes começarem a ocupar todo o vaso. Ao replantar, escolha um vaso apenas um ou dois números maiores. Isso evita que a planta gaste energia demais em formar raízes novas e mantenha o aspecto verde e brilhante.

Como podar

Pode apenas as folhas velhas e danificadas. Use tesouras limpas. Corte rente ao colo da planta. Poda não estimula apenas um visual melhor. Ela também ajuda a planta a direcionar energia para novas brotações saudáveis.

Propagação fácil para ter mais plantas

Quer multiplicar suas zamioculcas para presentear alguém ou dividir o espaço? A propagação é simples e gratificante.

  • Separe munidos de luvas os rizomas, cuidando para não danificar raízes.
  • Plante cada pedaço em substrato úmido e bem drenado.
  • Mantenha em local com luz indireta até novas brotações aparecerem.

Ambientes ideais dentro de casa

A zamioculca se adapta bem a vários ambientes. Alguns lugares onde ela se sai muito bem incluem salas, escritórios e corredores bem iluminados. Evite áreas com ar-condicionado direto ou locais muito frios. Temperaturas entre 18 °C e 28 °C são confortáveis para a planta.

Como manter o brilho natural das folhas

Folhas brilhantes são sinal de saúde. Para aumentar o brilho natural sem usar produtos químicos agressivos, siga estes passos práticos.

  1. Limpe as folhas regularmente com um pano macio e úmido. Isso remove poeira que impede a fotossíntese.
  2. Evite deixar água acumulada sobre as folhas por muito tempo. Se borrifar água, seque gentilmente após alguns minutos.
  3. Alimente a planta periodicamente para repor nutrientes essenciais que mantêm a cor e o brilho.

Receitas caseiras seguras

Se preferir soluções naturais, aqui vão duas receitas simples e seguras.como_cuidar_de_zamioculca_2201_original O segredo para ter uma zamioculca sempre verde e brilhante

  • Solução de limpeza leve: água morna e uma gota de detergente neutro em 1 litro de água. Use um pano macio, umedecido e passe delicadamente nas folhas.
  • Solução inseticida caseira: 1 parte de álcool 70% diluída em 3 partes de água para pontos com cochonilha. Teste numa folha antes de aplicar em toda a planta.

Fontes e leitura recomendada

Se quiser se aprofundar com fontes confiáveis, estes sites oferecem informações detalhadas sobre cultivo e cuidados com plantas de interior como a zamioculca. São referências úteis para ampliar seu conhecimento.

Checklist rápido para uma zamioculca verde brilhante

  • Luz indireta e constante.
  • Regar somente quando o substrato estiver seco.
  • Substrato leve e com boa drenagem.
  • Adubar moderadamente na primavera e verão.
  • Limpar folhas e inspecionar por pragas.
  • Replantar quando necessário em vaso ligeiramente maior.

Perguntas frequentes sobre como cuidar zamioculca

Com que frequência devo regar zamioculca

Depende do clima e do substrato. Em geral, a cada 2 a 3 semanas em ambiente temperado. No verão pode ser necessário regar com mais frequência. Sempre cheque a umidade do substrato antes.

Posso deixar a zamioculca à sombra

Sim. A planta tolera sombra parcial. Em locais muito escuros o crescimento pode ficar lento. Uma rotina de troca de local por algumas semanas com luz indireta ajuda a manter o vigor.

É tóxica para animais de estimação

Sim. A zamioculca é tóxica se ingerida por animais e crianças. Mantenha fora do alcance ou escolha locais altos. Se houver ingestão acidental, procure ajuda veterinária.

Ter uma zamioculca sempre verde e brilhante é perfeitamente possível com cuidados simples e consistentes. Invista em boa luz indireta, substrato bem drenado, regas conscientes e atenção às folhas. Com paciência e rotina, sua zamioculca vai retribuir com folhas verdes e brilhantes e um ar de tranquilidade para sua casa.

Pronto para começar agora mesmo? Escolha um vaso com boa drenagem, misture substrato leve e encontre um cantinho com luz indireta. Sua zamioculca agradece.

Saiba mais sobre cuidados de plantas

O que é o gesto conhecido como head tilt

Quando falamos de head tilt referimo-nos a aquele movimento em que o cachorro vira a cabeça para um dos lados, mantendo o corpo relativamente imóvel. Normalmente dura poucos segundos e aparece em resposta a sons, palavras, faces humanas ou estímulos novos no ambiente. Em muitos casos o gesto é intermitente e acompanhado de atenção fixa aos estímulos.

Principais hipóteses científicas sobre por que o cachorro inclina cabeça

Para ouvir melhor e localizar sons

Uma das explicações mais intuitivas é que ao inclinar a cabeça o cachorro altera a posição das orelhas e dorelacionamento entre a fonte sonora e cada orelha, ajudando a localizar de onde vem o som. Ajustar a cabeça pode mudar pequenas diferenças de tempo e intensidade entre o ouvido mais próximo e o mais distante da fonte sonora, pistas usadas pelo cérebro para localizar um ruído.

an-american-foxhound-dog-with-a-head-tilt-picture-id1307988330-400x290 O que é o gesto conhecido como head tiltFontes veterinárias e de comportamento apontam que essa estratégia de reposicionar orelhas e cabeça melhora a recepção do som e pode ser particularmente útil quando o barulho é fraco ou complexo.

Para ver melhor rostos e ler expressões humanas

Outra hipótese é visual. Em cães com focinho pronunciado a linha do focinho pode atrapalhar a visão frontal da face humana. Ao inclinar a cabeça o cão consegue uma visão mais limpa do rosto do dono, o que facilita a leitura de expressões faciais e sinais gestuais. Isso ajuda a interpretar intenção e emoção humana, algo valioso na relação cão humano.

Para processar a informação no cérebro

Pesquisas em cognição animal sugerem que o gesto pode estar ligado ao processamento mental de palavras ou sons familiares. Num estudo observacional, cães que aprendiam muitos rótulos de objetos inclinaram a cabeça mais frequentemente ao ouvir nomes conhecidos, sinalizando possível ligação entre inclinação e esforço cognitivo para lembrar ou entender. Em outras palavras, o cachorro inclina a cabeça quando o cérebro está “fazendo a conta”.

Por reforço social

Do ponto de vista comportamental, a inclinação também pode ser reforçada socialmente. Humanos reagem com afeto, risos e recompensas quando o cão faz esse gesto. Com o tempo, o cão aprende que inclinar a cabeça gera atenção e atenção é uma forma de reforço. Assim, parte desse comportamento pode ser aprendido porque funciona para atrair cuidado e interação.

Como os cientistas investigam esse comportamento

Há poucos estudos específicos sobre o head tilt, o que torna o tema ainda aberto a interpretação. O trabalho mais citado observou cães em testes de reconhecimento de nomes de objetos e concluiu haver correlação entre inclinação e processamento de palavras significativas. Observações de clínicas veterinárias e estudos sobre audição e lateralização cerebral também ajudam a compor o quadro. Em geral os pesquisadores combinam observação controlada, testes comportamentais e, quando possível, exames neurológicos para separar um comportamento normal de sinais clínicos.

Diferença entre inclinação normal e inclinação patológica

Importante distinguir o gesto curto e intermitente daquele que indica problema de saúde. A inclinação patológica tende a ser constante e acompanhada de outros sinais como perda de equilíbrio, andar em círculos, nistagmo (movimento involuntário dos olhos), vômito ou apatia. Essas manifestações costumam indicar disfunção do sistema vestibular, otite, trauma ou até processos centrais como inflamação ou tumores. Se a inclinação for persistente procure o veterinário.

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  • Inclinação normal é breve, associada a atenção e desaparece após a identificação do estímulo.
  • Inclinação patológica é contínua, frequentemente acompanhada de sinais neurológicos ou de desconforto.

Por que alguns cães inclinam a cabeça mais que outros

Variações individuais e de raça explicam parte da diferença. Cães com focinho longo tendem a inclinar mais para enxergar; cães mais sociais e sensíveis às expressões humanas também podem demonstrar o gesto com maior frequência. Além disso, cães que foram reforçados por atenção ao fazê-lo aprendem a repetir o comportamento. Diferenças na audição e lateralização cerebral também podem influenciar a direção e a frequência da inclinação.

O que fazer quando seu cachorro inclina a cabeça

Observe o contexto e a duração do gesto. Se a inclinação ocorrer apenas quando você fala ou quando há um som curioso e o animal volta ao normal, provavelmente é comportamento benigno. Se for persistente ou houver outros sinais, marque uma avaliação veterinária. Enquanto acompanha a situação, verifique o ouvido em busca de secreção, odor ou sensibilidade, pois otites externas são causas frequentes de desconforto que levam à inclinação.

Checklist rápido para donos

  1. Quando começou a inclinação
  2. Se vem acompanhada de perda de equilíbrio
  3. Se há secreção ou mau cheiro no ouvido
  4. Se o cão mostra dor ao tocar a cabeça ou orelha
  5. Se houve trauma ou ingestão de medicamento recentemente

Como usar esse conhecimento para melhorar a comunicação com o cão

Entender que a inclinação pode significar atenção, curiosidade ou tentativa de compreensão ajuda o tutor a ajustar a forma de comunicação. Falar com entonação clara, usar gestos visíveis e recompensar respostas desejadas torna a interação mais eficiente. Evite reforçar apenas pela fofura, se você deseja treinar comandos, associe a inclinação a comandos e recompensas específicas para moldar comportamentos úteis.

O gesto em que o cachorro inclina a cabeça é uma janela curiosa para a percepção e a relação entre cães e humanos. Mistura de função sensorial, processamento cerebral e reforço social, o head tilt lembra que a comunicação interespécies é complexa e cheia de nuances. Observe, registre e, quando necessário, consulte o veterinário. Se quiser um resumo para redes sociais ou um infográfico sobre as causas e quando procurar um profissional, eu adapto este conteúdo para você.

União Europeia leva meta climática inédita para a COP30

A União Europeia deu um passo estratégico em sua política climática ao anunciar que apresentará, na COP30, em Belém, uma meta de redução de emissões para 2035. A decisão, alcançada após longas discussões entre os ministros do Meio Ambiente do bloco, foi oficializada em reunião realizada em 18 de setembro. Embora a declaração ainda não tenha caráter vinculativo, ela se torna um gesto político relevante, articulado pela presidência da Dinamarca, que atualmente comanda os trabalhos do Conselho da União Europeia.

O objetivo imediato é não chegar à próxima Assembleia Geral da ONU “de mãos vazias”, como destacou o ministro do Clima e Energia dinamarquês, Lars Aagaard. O discurso de unidade reflete uma preocupação em manter a imagem da Europa como protagonista nas negociações climáticas internacionais. Mais do que um compromisso formal, o anúncio sinaliza a disposição do bloco em alinhar sua trajetória de emissões a um caminho compatível com o Acordo de Paris.

Entre a ambição e a necessidade de clareza

O intervalo de redução anunciado, entre 66,2% e 72,5%, sugere uma flexibilidade estratégica. A margem aberta pode ser vista tanto como prudência política quanto como reflexo das divergências internas entre os países-membros. Alguns governos, mais dependentes de setores intensivos em carbono, resistem a metas mais rígidas, enquanto outros pressionam por compromissos ousados que reforcem o protagonismo europeu.

Esse movimento acontece em um momento de disputa narrativa sobre quem lidera a transição climática global. Para a União Europeia, a definição de um marco para 2035 serve como ponto de referência que reforça o horizonte já estabelecido para 2050, quando o bloco pretende alcançar a neutralidade climática. A questão central agora será detalhar como os Estados-membros pretendem cumprir a meta intermediária e quais mecanismos de financiamento e inovação tecnológica serão priorizados.

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A importância da COP30 em Belém

Realizada entre 10 e 21 de novembro, a COP30 promete colocar o Brasil e a cidade de Belém no centro do debate climático internacional. Para a União Europeia, chegar ao evento com uma proposta robusta é fundamental para manter sua voz ativa em meio às negociações. A presença de metas claras também é um recurso diplomático para dialogar com grandes emissores, como China, Estados Unidos e Índia, e ao mesmo tempo com países em desenvolvimento que demandam apoio financeiro e tecnológico para avançar em suas próprias transições.

Belém não será apenas palco de compromissos políticos, mas também um espaço simbólico. A escolha da capital paraense como sede da conferência destaca a importância da Amazônia no equilíbrio climático do planeta. O movimento europeu, portanto, carrega uma dimensão diplomática: sinaliza que o bloco não quer apenas propor metas para si, mas também dialogar sobre responsabilidades compartilhadas com países que abrigam biomas estratégicos.

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Parlamento Europeu – Foto: Patrick Seeger/ Agência Lusa

Desafios de credibilidade

Apesar da narrativa de unidade, a União Europeia enfrenta dilemas internos que podem fragilizar sua posição. A guerra na Ucrânia e a crise energética resultante, por exemplo, levaram muitos países a ampliar temporariamente o uso de combustíveis fósseis. Além disso, setores industriais pressionam por mecanismos de compensação que evitem perda de competitividade diante de concorrentes globais com regulações menos rígidas.

Nesse contexto, o anúncio de uma meta intermediária até 2035 pode ser interpretado como tentativa de equilibrar discurso e realidade. Sem detalhamento claro, há o risco de que a promessa seja percebida como uma jogada diplomática sem garantias efetivas. Ainda assim, o movimento cria um marco político que poderá orientar o debate nos próximos anos, inclusive nas arenas internas da União Europeia, onde regulamentos e políticas específicas terão de ser ajustados.

Entre a esperança e a pressão internacional

A decisão europeia revela a complexidade das negociações climáticas globais. Ao mesmo tempo em que os Estados-membros tentam projetar liderança, enfrentam críticas de organizações sociais e ambientais que pedem mais urgência. A expectativa é de que, até novembro, o bloco avance em propostas concretas que envolvam não apenas cortes de emissões, mas também financiamento de transição energética, investimentos em inovação e apoio a países mais vulneráveis.

Na COP30, todos os olhares estarão voltados para Belém. Para a União Europeia, o desafio é chegar com propostas que sejam não apenas ambiciosas no papel, mas também realizáveis na prática. Caso contrário, o risco é ver sua imagem de vanguarda climática diluir-se diante de compromissos frágeis. A meta para 2035, embora ainda embrionária, pode ser a chave para renovar sua credibilidade — desde que venha acompanhada de um plano robusto e transparente.

Se você não escolher bem, só 5 raças de cães podem garantir amizade duradoura por mais tempo

Quem já conviveu com um cachorro sabe que a lealdade desses animais é inigualável. No entanto, nem todas as raças de cães demonstram o mesmo nível de apego, paciência e longevidade emocional no convívio com a família. Especialistas em comportamento canino apontam que algumas raças possuem características que favorecem relações mais sólidas e duradouras. Isso não significa que outros cães não sejam companheiros incríveis, mas sim que certas raças têm predisposição genética e comportamental para vínculos intensos.

Raças de cães e a ciência do apego

A relação entre cães e humanos é fruto de milhares de anos de convivência. Estudos recentes revelam que algumas raças foram selecionadas não apenas por habilidades de caça, guarda ou pastoreio, mas também pela capacidade de formar laços sociais. Esses cães buscam a companhia do tutor constantemente, demonstram mais tolerância em situações adversas e, quando bem cuidados, garantem anos de amizade incondicional.

Conhecer essas características é essencial antes de escolher um pet. Afinal, o objetivo não é apenas ter um cachorro em casa, mas criar uma relação de confiança, amor e parceria.

1. Labrador Retriever: paciência e energia equilibrada

O Labrador é conhecido como o “cão da família”. Extremamente sociável, adora brincar com crianças e mantém disposição para acompanhar o tutor em qualquer atividade. Sua inteligência facilita o adestramento, e sua paciência o torna ideal para quem busca um amigo que suporte diferentes fases da vida.

Com cuidados básicos de saúde, um Labrador pode viver entre 12 e 14 anos, oferecendo não só companhia, mas também uma energia equilibrada que se adapta a lares ativos ou tranquilos.

2. Golden Retriever: lealdade acima de tudo

Similar ao Labrador, o Golden Retriever é ainda mais afetuoso. Sua principal característica é a lealdade, marcada por uma necessidade constante de estar próximo da família. São cães que raramente demonstram agressividade e se destacam em terapias assistidas por animais, justamente pela empatia natural.

Esse apego emocional cria laços fortíssimos, tornando-os companheiros que dificilmente se afastam do tutor. Um Golden bem cuidado pode viver de 10 a 12 anos, período marcado por companheirismo intenso.

3. Pastor Alemão: proteção e confiança

Mais conhecido por sua função de guarda, o Pastor Alemão também é um dos cães mais leais. Quando cria vínculo com a família, torna-se protetor incansável, equilibrando obediência e inteligência. É uma raça que exige estímulos físicos e mentais, mas, em contrapartida, oferece amizade sólida e duradoura.

Com adestramento adequado, o Pastor Alemão não apenas protege, mas também participa ativamente da vida do tutor, estabelecendo confiança mútua. Sua expectativa de vida gira em torno de 9 a 13 anos.

4. Beagle: companheiro brincalhão e persistente

O Beagle é conhecido pela energia e pelo instinto caçador, mas também é extremamente afetuoso. Apesar de sua teimosia natural, é uma raça que gosta de estar em grupo, seja com outros cães ou humanos. Essa característica garante que ele raramente se sinta sozinho, desde que receba atenção adequada.

Seu jeito brincalhão garante anos de convivência divertida, reforçando laços afetivos que permanecem vivos mesmo em momentos de menor interação. Vive em média de 12 a 15 anos.

5. Border Collie: inteligência que cria conexões

Considerado o cão mais inteligente do mundo, o Border Collie não se destaca apenas pelo aprendizado rápido, mas também pela capacidade de formar vínculos profundos com o tutor. Ele gosta de agradar e busca constantemente desafios que envolvam interação.

Se estimulado da forma correta, transforma-se em um companheiro fiel e participativo, com expectativa de vida que pode chegar a 16 anos. Essa longevidade, aliada ao apego emocional, o coloca entre as raças que garantem amizade por mais tempo.

O que influencia a amizade duradoura com cães

Além da raça, fatores como cuidado diário, estímulo mental, ambiente e qualidade da alimentação influenciam diretamente a intensidade e a duração do vínculo. Um cão saudável, bem tratado e respeitado terá mais disposição para retribuir em forma de carinho e lealdade.

Outro ponto essencial é a socialização desde filhote. Cães que crescem em ambientes afetivos e estimulantes aprendem a confiar e tendem a manter relações positivas por toda a vida.

O erro de escolher apenas pela aparência

Muitos tutores acabam escolhendo raças pela beleza ou modismo, esquecendo-se de avaliar o temperamento. O resultado pode ser frustração tanto para o humano quanto para o animal. O verdadeiro segredo de uma amizade duradoura é alinhar o perfil da raça ao estilo de vida da família.

Um Labrador pode não se adaptar a um tutor sedentário, assim como um Border Collie pode sofrer em ambientes pequenos sem estímulos. Por isso, conhecer as necessidades de cada raça é indispensável antes de decidir.

Mais que raça, amor e dedicação

Embora as cinco raças citadas tenham predisposição para vínculos mais duradouros, qualquer cão pode ser um amigo leal se receber cuidado e atenção. A raça influencia, mas não substitui a dedicação diária do tutor.

Escolher bem significa não só garantir anos de convivência saudável, mas também viver experiências transformadoras ao lado de um ser que oferece amor incondicional. Quando essa troca é verdadeira, a amizade entre humano e cão ultrapassa qualquer limite de tempo.

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5 passos rápidos para prevenir problemas com guaxinins que roubam alimentos

Você já acordou e encontrou o lixo revirado no quintal, restos de comida espalhados ou rastros misteriosos perto da casa? Muitas vezes, o responsável são os guaxinins, um animal curioso e habilidoso que, apesar da aparência simpática, pode causar grandes transtornos quando decide explorar ambientes urbanos. Proteger sua família e seus alimentos não significa afastar a natureza, mas adotar medidas práticas para reduzir esses encontros. A boa notícia é que existem passos simples e eficazes para prevenir problemas sem precisar recorrer a métodos agressivos.

Guaxinins: o que atrai esses visitantes noturnos

Os guaxinins são animais oportunistas. Isso significa que eles aproveitam qualquer fonte de alimento acessível, seja restos de lixo, frutas caídas no quintal ou até ração de animais de estimação deixada para fora. Sua habilidade em abrir tampas, subir muros e explorar frestas os torna verdadeiros “mestres do improviso”. Por isso, o primeiro passo para afastá-los é entender o que os atrai e eliminar essas facilidades.

1. Fechar bem o lixo e evitar restos expostos

O erro mais comum das famílias é deixar sacos de lixo mal fechados ou em lixeiras abertas. Para os guaxinins, isso é um convite irresistível. Prefira lixeiras resistentes com tampas firmes, de preferência com trava, que dificultem o acesso. Outra dica importante é manter os recipientes em locais elevados ou dentro de abrigos, evitando o cheiro forte que atrai os animais durante a noite.

2. Retirar restos de comida e ração de pets

Se você tem cães ou gatos, é natural deixar a ração disponível. Porém, durante a noite, esse alimento pode atrair guaxinins. O ideal é retirar os potes antes de escurecer e recolocar apenas na manhã seguinte. O mesmo vale para restos de churrasco, frutas caídas do pé ou qualquer resíduo de alimento deixado em quintais ou varandas. Essa medida simples reduz drasticamente a chance de visitas noturnas.

3. Instalar barreiras físicas e reforçar pontos de entrada

Guaxinins são ágeis e podem escalar facilmente árvores, muros ou telhados. Por isso, observar os pontos de acesso é essencial. Telas em janelas, cercas mais altas ou até barreiras metálicas em áreas estratégicas ajudam a impedir que os animais alcancem o interior das casas ou depósitos de comida. Além disso, é importante vedar frestas em sótãos e garagens, locais onde eles podem tentar se abrigar.

4. Usar iluminação e repelentes naturais

Como animais noturnos, os guaxinins preferem agir no escuro. Instalar luzes com sensores de movimento no quintal é uma forma eficaz de afastá-los, já que eles tendem a evitar áreas iluminadas de repente. Outra alternativa é usar repelentes naturais, como borrifar soluções de pimenta ou vinagre em áreas críticas. Esses cheiros fortes incomodam o olfato sensível do animal sem causar danos.

5. Não alimentar os guaxinins de forma alguma

Pode parecer óbvio, mas muitas pessoas, encantadas com a aparência simpática do animal, acabam deixando comida disponível. Esse hábito só reforça o comportamento e faz com que eles retornem constantemente. Guaxinins alimentados por humanos perdem o medo natural e aumentam os riscos de transmissão de doenças ou de acidentes ao se sentirem encurralados.

Riscos associados à presença de guaxinins

Embora não sejam agressivos por natureza, guaxinins podem transmitir doenças como raiva e leptospirose. Além disso, ao revirarem lixos e circularem em áreas urbanas, podem carregar parasitas que contaminam animais domésticos. Outro ponto de atenção é o risco de danos materiais, já que sua força e curiosidade os leva a forçar telhas, portas de depósitos e até entrar em sótãos.

O erro de tentar capturá-los sozinho

Muitos moradores acreditam que podem capturar um guaxinim por conta própria, mas isso é altamente perigoso. O animal, quando se sente ameaçado, pode reagir de forma imprevisível. O correto é entrar em contato com órgãos ambientais ou equipes de zoonoses, que têm treinamento e equipamentos adequados para lidar com a situação.

Convivência responsável com a vida silvestre

É importante lembrar que os guaxinins não são inimigos. Eles fazem parte do equilíbrio da natureza e exercem funções importantes, como o controle de insetos e a dispersão de sementes. O problema está na interação com ambientes urbanos, onde encontram alimento fácil. A prevenção, portanto, é o caminho mais inteligente, já que protege a família sem prejudicar os animais.

A vantagem de agir antes dos problemas

A maioria das famílias só percebe a necessidade de adotar medidas preventivas depois que os problemas começam. Mas agir antes é sempre mais barato e seguro. Instalar uma lixeira adequada ou reforçar pontos de entrada custa menos do que lidar com reparos em telhados danificados ou com tratamentos de saúde para animais domésticos expostos a riscos.

Uma rotina de segurança simples

Os cinco passos rápidos — fechar bem o lixo, retirar restos de ração, reforçar barreiras, usar iluminação e repelentes, e nunca alimentar os guaxinins — formam uma rotina prática e eficiente. Quando incorporados ao dia a dia, reduzem drasticamente a probabilidade de encontros indesejados, garantindo noites mais tranquilas e um ambiente doméstico seguro.

Adotar essas medidas não significa se afastar da natureza, mas sim aprender a conviver de forma equilibrada com ela. Afinal, prevenir problemas com guaxinins é cuidar da saúde, da segurança e da harmonia em casa.

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Como recuperar uma samambaia quase morta em 3 passos

Se a sua samambaia está seca, amarelada ou com folhas murchas, saiba que há chances reais de recuperação. Este guia mostra três técnicas simples e práticas para trazer a planta de volta à vida com materiais fáceis de encontrar e cuidados claros.

Por que as samambaias ficam quase mortas

Antes de agir, é importante entender as causas mais comuns do problema. Muitas vezes o que parece ser morte é apenas um estresse revertível. Entre as causas mais frequentes estão rega inadequada, baixa umidade, luz errada e pragas ou doenças. Reconhecer o problema ajuda a escolher a técnica certa para recuperar a planta.

  • Rega excessiva ou insuficiente
  • Ar seco ou ambiente com ar condicionado
  • Exposição direta ao sol forte
  • Solo compactado ou sem drenagem
  • Pragas como cochonilhas e pulgões

Como avaliar se a samambaia tem chance de recuperação

Faça uma avaliação rápida para decidir se vale a pena tentar recuperar a planta. Corte algumas folhas secas e observe a base e o rizoma. Se a base estiver firme e com alguma cor verde ou marrom saudável, há boas chances. Se o rizoma estiver mole, apodrecido ou cheiro forte, a recuperação pode ser mais difícil, mas ainda assim tente as técnicas abaixo para salvar partes saudáveis.

Técnica 1 recuperar via poda e reidratação

Essa técnica é ideal quando as pontas e algumas folhas estão secas, mas o caule e o rizoma parecem saudáveis. O objetivo é remover a parte morta e estimular novo crescimento.

221_de_novembro_800x600-400x300 Como recuperar uma samambaia quase morta em 3 passos

  1. Limpeza e poda corte com tesoura limpa e afiada todas as folhas totalmente secas. Remova também material vegetal que esteja mole ou com sinais de podridão.
  2. Higiene higienize as ferramentas com álcool 70% ou água sanitária diluída para evitar contaminação entre plantas.
  3. Banho reidratante mergulhe o vaso por 10 a 30 minutos em água à temperatura ambiente, até o nível do substrato, para que ele absorva água sem encharcar a planta. Faça isso em dias mais frescos.
  4. Reposicionamento coloque a samambaia em sombra clara, sem sol direto, por ao menos duas semanas enquanto ela se recupera.

Essa técnica costuma surtir efeito rápido quando a planta ainda tem tecido vivo no rizoma. Continue com regas regulares e monitore a umidade do substrato.

Técnica 2 recuperar via replantio e substrato novo

Se o substrato estiver compactado, com mau cheiro ou a raiz estiver em condições ruins, o replantio pode dar nova vida. Aqui vai um passo a passo simples.

  1. Retire a samambaia do vaso com cuidado, para não quebrar o rizoma. Observe raízes escuras e moles que indicam podridão.
  2. Limpe as raízes corte as partes podres e solte suavemente o torrão. Se houver fungos, deixe o rizoma arejar por algumas horas em local seco e ventilado.
  3. Escolha do substrato use uma mistura solta que drene bem. Uma receita eficaz é composto por 40% de terra vegetal, 30% de fibra de coco e 30% de perlita ou areia grossa. Isso garante retenção de umidade sem encharcamento.
  4. Vaso adequado opte por um vaso com furos de drenagem e tamanho adequado ao torrão. Evite vasos muito grandes que mantenham o solo úmido por muito tempo.
  5. Plantio coloque uma camada de substrato no fundo, acomode o rizoma e complete com substrato solto. Pressione suavemente sem compactar.
  6. Primeira rega regue moderadamente e deixe o vaso escorrer bem. Mantenha a planta em sombra clara e com boa ventilação por pelo menos duas semanas.

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O replantio costuma estimular novas raízes e folhas quando o problema estava ligado ao substrato. Se necessário, repita a inspeção periódica a cada mês até a planta estabilizar.

Técnica 3 recuperar via umidificação e fertilização leve

Samambaias adoram umidade. Se a planta está amarelada por ar seco ou deficiência nutricional, aumentar a umidade e aplicar um adubo suave pode ajudar bastante.

  1. Aumente a umidade coloque a planta sobre um prato com pedras e água, sem que o fundo do vaso fique em contato direto com a água. Outra opção é usar um umidificador de ambiente ou agrupar plantas para criar microclima úmido.
  2. Borrifação borrife água à temperatura ambiente nas frondes uma vez por dia em ambientes muito secos. Evite encharcar a superfície do rizoma para não favorecer fungos.
  3. Adubação leve após 3 a 4 semanas da reidratação ou replantio, aplique um adubo foliar ou um fertilizante solúvel balanceado em meia dosagem. Evite adubos fortes logo após estresse, pois podem queimar raízes sensíveis.
  4. Observação acompanhe o aparecimento de brotos novos e a retomada da cor verde. A fertilização deve ser suave e feita apenas quando a planta demonstrar sinais de recuperação.

Essas ações combinadas aumentam a chance de recuperação quando a causa foi seca ambiental ou leves carências nutricionais.

Dicas gerais para evitar que a samambaia volte a piorar

  • Regue com frequência moderada para manter o substrato ligeiramente úmido, nunca encharcado.
  • Mantenha a planta em sombra clara, evitando sol direto da tarde que queima as frondes.
  • Use substrato com boa drenagem e vasos com furos.
  • Aplique adubo suave na primavera e no verão para estimular crescimento.
  • Faça inspeções regulares em busca de pragas como cochonilhas e pulgões.

Quando não é possível recuperar a samambaia

Se o rizoma estiver totalmente apodrecido, mole e com odor forte, ou se não houver tecido verde em nenhuma parte, pode ser que a planta esteja irrecuperável. Nesses casos, vale aproveitar para multiplicar partes saudáveis se existirem pequenos brotos ou para aprender e preparar um novo vaso com substrato adequado para uma muda nova.

Recursos e leituras recomendadas

Para aprofundar, consulte fontes confiáveis com informações sobre cultivo e cuidados. Veja alguns links úteis

Recuperar uma samambaia quase morta é possível quando se age com calma e estratégia. As três técnicas deste guia cobrem situações comuns: poda e reidratação, replantio com substrato novo e aumento da umidade com fertilização leve. Use as palavras-chave como guia quando for buscar mais informações online, por exemplo pesquisar “como recuperar samambaia” ou “samambaia quase morta” para encontrar vídeos e tutoriais práticos.Se quiser, eu posso transformar este conteúdo em versão otimizada para redes sociais, em um infográfico ou em um microguia para impressão. Basta pedir.

 

Microplásticos nos rios e mares: ameaça invisível à agricultura brasileira

A poluição plástica deixou de ser um problema restrito ao consumo e descarte de embalagens para se tornar um desafio ecológico global de consequências ainda pouco compreendidas. A degradação de objetos comuns, como garrafas e sacolas, dá origem aos microplásticos e nanoplásticos que percorrem longas distâncias em ambientes aquáticos, infiltram-se nos organismos vivos e alteram cadeias alimentares inteiras.

Durante a Escola São Paulo de Ciência Avançada sobre Poluentes Emergentes, realizada em setembro em Santos, o pesquisador Décio Luis Semensatto Junior, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), chamou a atenção para um efeito colateral pouco debatido: a contaminação de peixes por microplásticos pode afetar não apenas a pesca e a segurança alimentar, mas também a agricultura de larga escala no Brasil.

Peixes desempenham papel essencial no equilíbrio de ecossistemas aquáticos. Eles controlam populações de larvas de libélulas, predadores naturais de diversas espécies de abelhas. Quando contaminados por microplásticos, esses peixes sofrem maior mortalidade, o que desequilibra toda a cadeia: as larvas de libélulas proliferam e, em seguida, atacam abelhas responsáveis pela polinização de culturas estratégicas como soja, café, feijão e laranja.

O alerta de Semensatto mostra como a contaminação por microplásticos não pode ser analisada isoladamente. Os ecossistemas aquáticos e terrestres estão profundamente interligados, e qualquer ruptura gera efeitos em cascata. Nesse caso, a morte de peixes pode significar não apenas menos alimento nos pratos, mas também colheitas menores nos campos.

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Diferentes tipos de microplástico encontrados em peixes e no sedimento marinho da costa brasileira (imagem: Tommaso Giarrizzo/Pesquisa FAPESP)

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O alcance da poluição invisível

Microplásticos e nanoplásticos já foram encontrados em organismos de todos os tamanhos. Até mesmo a minúscula Daphnia magna, um microcrustáceo filtrador que mede até 5 milímetros e é amplamente utilizado como bioindicador em testes ecotoxicológicos, apresenta partículas de plástico no organismo. Análises de laboratório identificaram até duas partículas de nanoplástico em indivíduos dessa espécie, oriundas de tampas de garrafas ou fragmentos de fibras sintéticas.

O processo de degradação é contínuo. A exposição à radiação ultravioleta, à água e a fatores ambientais altera a cor, a estrutura e a composição química dos plásticos, gerando partículas cada vez menores e mais difíceis de rastrear. Durante coletas na foz do rio Amazonas, pesquisadores identificaram fibras fragmentadas que, com o tempo, se multiplicaram em incontáveis partículas microscópicas — cada uma com uma “história química” distinta.

Esse ciclo de fragmentação quase infinito transforma a poluição plástica em um fenômeno persistente, de longa duração e difícil de conter. Um simples fragmento pode se tornar uma nuvem de partículas invisíveis, espalhando-se por diferentes ecossistemas.

Para além do impacto ecológico, a questão dos plásticos está diretamente ligada às mudanças climáticas. Semensatto lembra que 99% dos polímeros atualmente em circulação são derivados de combustíveis fósseis. Mesmo quando utilizados em objetos cotidianos, plásticos são, em essência, “combustíveis fósseis em movimento”. Essa perspectiva amplia o alcance do debate: não se trata apenas de resíduos sólidos, mas de um prolongamento da dependência global de petróleo e gás.

Um impasse nas negociações internacionais

No início de agosto de 2025, representantes de 184 países se reuniram em Genebra para a quinta sessão do Comitê Intergovernamental de Negociação que discute um tratado global juridicamente vinculante para enfrentar a poluição plástica. Apesar da expectativa, as negociações terminaram sem consenso.

Esse ritmo lento preocupa cientistas. Enquanto governos discutem, as partículas continuam a se acumular nos ecossistemas, multiplicando riscos para a biodiversidade, a segurança alimentar e até mesmo para economias nacionais dependentes da agricultura.

O alerta vindo da Unifesp ecoa em um ponto fundamental: a crise dos microplásticos não pode ser tratada como um problema isolado de gestão de resíduos. Ela afeta a cadeia ecológica de forma transversal, ameaçando desde o peixe no rio até a produtividade das lavouras.

A contaminação é silenciosa, quase invisível, mas os impactos são concretos e profundos. Se o planeta já enfrenta o desafio de alimentar uma população em crescimento, ignorar a poluição plástica pode comprometer a própria base da produção agrícola. Mais do que nunca, proteger os peixes significa também proteger os campos.

Belém se prepara para COP30 com impacto direto na economia

A realização da COP30, em novembro de 2025, em Belém, promete ser um marco não apenas no debate climático global, mas também na economia do Pará. Um estudo da Tendências Consultoria aponta que o evento pode acrescentar pelo menos 1,5 ponto percentual ao Produto Interno Bruto (PIB) do estado já no curto prazo, podendo chegar a quase 2 pontos. Esse impulso colocaria o Pará no topo do crescimento regional, com previsão de expansão de 4% em 2025, bem acima da média nacional de 2,2%.

Segundo a consultoria, o impacto positivo deve transbordar para outros estados da Amazônia, estimulando turismo, comércio e serviços. O ponto de partida são os investimentos em infraestrutura, mobilidade urbana, saneamento, rede hoteleira e revitalização de espaços públicos. Inicialmente orçados em R$ 4 bilhões, esses aportes já se aproximam de R$ 7 bilhões. Mesmo assim, os analistas preferem manter projeções conservadoras, por falta de informações detalhadas sobre todos os projetos.

Camila Saito, economista da Tendências, explica que boa parte do impulso já é visível. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostra que, enquanto o país teve um crescimento de 3% no emprego formal na construção civil em julho de 2025 em relação ao ano anterior, Belém registrou alta de quase 10%. Para ela, só a construção civil já deve adicionar cerca de 1 ponto percentual ao PIB estadual. A movimentação em setores como hotelaria, transportes e comércio pode ampliar o efeito em mais 0,5 p.p.

No varejo, a diferença é evidente. Dados do IBGE revelam que, até julho, as vendas no varejo ampliado caíram 0,2% no Brasil, mas subiram 2,1% no Pará. Esse desempenho está diretamente ligado às expectativas em torno do evento e aos preparativos para receber milhares de visitantes.

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Lúcia Cristina Lisboa, assessora econômica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Pará (Fecomercio-PA), destaca que a visibilidade da COP30 deve consolidar um legado para além do curto prazo. Segundo ela, a Amazônia terá a oportunidade de mostrar ao mundo que já está trilhando um caminho mais sustentável, explorando potenciais como energia limpa, ecoturismo, bioeconomia e mercado de créditos de carbono. Para Lisboa, o efeito “transbordamento” poderá se estender a estados vizinhos, como o Amazonas, que deve ter parte de seu crescimento em 2026 explicado pelo turismo gerado pela conferência.

No setor industrial, a expectativa também é positiva. Alex Carvalho, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), lembra que a economia paraense já vinha crescendo em ritmo acelerado, impulsionada pela mineração. Nos últimos dez anos, a indústria avançou em média 2,99% ao ano, com destaque para o setor extrativo, que cresceu 4,34%. A Confederação Nacional da Indústria (CNI), parceira da Fiepa, projeta que a COP30 deve gerar 12 mil novos empregos formais na indústria até 2028. Para atender a essa demanda, será necessário qualificar quase 300 mil profissionais em áreas estratégicas como logística, construção civil, energia solar, gestão de resíduos e tecnologia.

Ainda assim, há riscos. O aumento dos preços, sobretudo no setor de hospedagem, é um dos pontos de atenção levantados por Saito. Lisboa reconhece a pressão inflacionária causada pela alta demanda e pela entrada de novos investidores no mercado imobiliário, mas defende que os ganhos podem ser sustentáveis se houver regras claras e preços justos.

Carvalho, da Fiepa, vai além e rebate críticas à capacidade de Belém de sediar a COP30. Para ele, os desafios existem, mas a preparação em curso envolve esforços conjuntos dos governos federal e estadual e da própria organização da conferência. “Não é apenas o Pará que está em jogo, mas a imagem do Brasil”, resume.

As projeções de longo prazo reforçam essa visão. A Tendências estima que, entre 2027 e 2034, a região Norte cresça 2,7% ao ano, contra 2,3% da média nacional. Isso se deve não apenas à COP30, mas à maturação de investimentos em mineração, energia elétrica, saneamento e logística, incluindo concessões de portos e ferrovias e projetos do Novo PAC. A expectativa é de que obras estruturais ampliem a capacidade logística da região, com impactos duradouros em transporte, turismo e qualidade de vida.

A COP30, portanto, não será apenas um evento climático. É também uma oportunidade econômica e política para o Pará e para toda a Amazônia, ao mesmo tempo em que coloca o Brasil no centro das atenções globais. O desafio será equilibrar ganhos de curto prazo com o risco de inflação e garantir que os investimentos deixem um legado consistente para além de 2025.

Brasil propõe fórum comércio-clima na OMC pós-COP30

A proposta brasileira de criar um espaço inédito para unir comércio e clima está ganhando força nos bastidores da diplomacia internacional. O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, levou à Organização Mundial do Comércio (OMC) a ideia de um “fórum comércio-clima”, que funcionaria a partir de 2026. O gesto foi simbólico: foi a primeira vez que um líder de conferência climática visitou a entidade, sinalizando que o Brasil pretende transformar Belém, sede da COP30, em um marco histórico das negociações globais.

A proposta não busca criar tratados vinculativos ou documentos com força legal. A lógica é outra: sair do diagnóstico interminável sobre as dificuldades e avançar para a elaboração de soluções práticas que alinhem os desafios do comércio internacional e da emergência climática. O fórum reuniria negociadores das duas áreas, com mandato misto e apoio técnico equilibrado entre especialistas de países desenvolvidos e em desenvolvimento. Na avaliação de Corrêa do Lago, já não faz sentido discutir se comércio e clima estão conectados, mas sim como alinhá-los de maneira justa e eficaz para gerar benefícios comuns.

O Brasil também prepara outra carta importante para a COP30: o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), resultado de dois anos de intensas articulações políticas e técnicas do governo federal. O fundo se diferencia por três aspectos centrais. Primeiro, estabelece a obrigatoriedade de repassar pelo menos 20% dos recursos diretamente a Povos Indígenas e comunidades florestais, reconhecendo seu papel decisivo na proteção dos biomas. Segundo, remunera países pela manutenção da floresta em pé, sem recorrer ao mecanismo tradicional de créditos de carbono. Por fim, oferece recursos sem prazo limitado, permitindo que sejam usados em políticas públicas estruturantes e de longo alcance.

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Sede a Organização Mundial de Comércio – Reprodução

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Essas iniciativas surgem em um momento delicado do cenário internacional. Com o governo dos Estados Unidos recuando em compromissos climáticos após a volta de Donald Trump, abre-se espaço para o Brasil exercer maior protagonismo. Esse vácuo político pode tornar Belém o centro de novas alianças e atrair investimentos estratégicos. É o que avalia Marina Cançado, fundadora da Converge Capital e organizadora da Brazil Climate Week, que destacou em entrevista à Bloomberg Línea que investidores internacionais seguem atentos às oportunidades climáticas, ainda que mais cautelosos.

Um estudo recente, intitulado Building a Climate Coalition: Aligning Carbon Pricing, Trade and Development, reforça esse diagnóstico. Segundo a pesquisa, uma coalizão de 21 países desenvolvidos e em desenvolvimento, junto à União Europeia, poderia cortar emissões sete vezes mais do que os atuais compromissos multilaterais, ao mesmo tempo em que geraria quase 200 bilhões de dólares anuais em receitas por meio da precificação de carbono. A professora Catherine Wolfram, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), coordenadora do estudo, defendeu que a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris torna ainda mais urgente a construção de uma coalizão menor, mas mais comprometida.

No plano interno, a COP30 também promete efeitos imediatos. A consultoria Tendências calcula que o evento pode adicionar até 1,5% ao PIB do Pará já no curto prazo, impulsionando não só a economia local como também a da região Norte. As projeções são otimistas: enquanto o Brasil deve crescer 2,2% em 2025, o Norte avançaria 3,5% e o Pará chegaria a 4%, números superiores aos esperados para todas as demais regiões do país.

Entretanto, há setores que resistem. A Sociedade Rural Brasileira (SRB) articula para impedir que o governo federal apresente na COP30 o novo Plano Clima. O receio é que o documento reforce o papel central do agronegócio nas emissões nacionais de gases de efeito estufa, sobretudo por conta do desmatamento. A estratégia, revelada em reunião de seu comitê de sustentabilidade, ilustra as tensões internas em torno da transição verde no Brasil.

O que está em jogo em Belém não é apenas a diplomacia climática. É a tentativa de redesenhar o papel do país nas negociações globais, equilibrando pressões internas e oportunidades externas. Ao propor um fórum inédito na OMC e lançar um fundo inovador para as florestas tropicais, o Brasil aposta em um modelo de cooperação mais horizontal, que reconhece responsabilidades compartilhadas, mas também diferenciadas. A COP30 pode se tornar um divisor de águas: ou reforça as promessas vazias das últimas conferências ou inaugura uma era de pactos mais pragmáticos e transformadores.

Recifes de corais do Caribe podem parar de crescer até 2040, alerta estudo

Os recifes de corais do Caribe, considerados um dos ecossistemas marinhos mais ricos e importantes do planeta, estão à beira de um colapso sem precedentes. Um estudo liderado por Chris Perry, professor da Universidade de Exeter no Reino Unido, alerta que mais de 70% dessas formações poderão deixar de crescer e começar a se deteriorar já em 2040, caso o aquecimento global siga o ritmo atual.

Mais do que paisagens exuberantes, os recifes exercem um papel vital: funcionam como barreiras naturais contra tempestades e ciclones, reduzindo a força das ondas antes que elas atinjam as áreas costeiras. Essa proteção é indispensável para milhões de pessoas que vivem em ilhas e zonas costeiras baixas. Para que mantenham esse papel, porém, precisam crescer em um ritmo capaz de acompanhar a elevação do nível do mar.

Hoje, essa capacidade está cada vez mais comprometida. Os recifes enfrentam uma combinação de ameaças: poluição, doenças marinhas, pesca predatória e, sobretudo, os efeitos da mudança climática. O aumento da temperatura da água provoca o chamado branqueamento dos corais, processo em que os organismos perdem as algas que lhes fornecem energia e podem morrer em seguida. Além disso, a maior concentração de dióxido de carbono na atmosfera torna a água do oceano mais ácida, dificultando a formação dos esqueletos calcários que sustentam as colônias de coral.

O resultado é uma degradação progressiva, que já vem sendo documentada nas últimas décadas em diferentes pontos do Caribe, incluindo os Florida Keys, a costa caribenha do México e a ilha de Bonaire, território especial dos Países Baixos. Nessas regiões, cientistas vêm registrando surtos de doenças, episódios de calor extremo e o declínio contínuo da saúde dos recifes.

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A pesquisa e suas conclusões

Para projetar o futuro dos recifes caribenhos, os pesquisadores recorreram a duas estratégias complementares. Primeiro, analisaram seções verticais de antigos recifes fossilizados, expostos por processos de soerguimento costeiro. Esses fósseis oferecem uma espécie de linha do tempo natural, mostrando como diferentes comunidades de corais cresceram e se adaptaram ao longo de milhares de anos.

Em seguida, cruzaram esse conhecimento histórico com dados ecológicos atuais, obtidos em mais de 400 recifes modernos espalhados pelo Caribe. Esse conjunto de informações permitiu calcular as taxas de crescimento hoje observadas. Por fim, os cientistas aplicaram modelos climáticos que simulam o impacto do aquecimento global até o final do século.

Os resultados são preocupantes: até 2040, a maioria dos recifes da região pode deixar de crescer. Em vez disso, começariam a se desgastar, incapazes de compensar a erosão natural. Se o aquecimento global atingir 2 °C acima dos níveis pré-industriais, quase todos os recifes estarão em processo de erosão até 2100. Segundo projeções atuais, baseadas nas políticas climáticas em vigor, o planeta caminha para um aumento ainda maior, de cerca de 2,7 °C até o final do século.

Reefs submersos e riscos crescentes

Outro dado revelador do estudo é que os recifes dificilmente conseguirão acompanhar o ritmo da elevação do nível do mar. A previsão é que, em alguns locais, as águas estejam de 30 a 50 centímetros mais altas até 2060, e entre 70 centímetros e 1,2 metro em 2100. Esse afogamento progressivo reduzirá drasticamente a capacidade dos recifes de dissipar a energia das ondas.

Isso significa que comunidades costeiras ficarão mais vulneráveis à erosão, ao avanço do mar e a enchentes durante tempestades. A perda dos recifes também comprometerá ecossistemas associados, como os campos de ervas marinhas e manguezais, além de afetar a pesca artesanal que sustenta milhares de famílias em toda a região.

Apesar do tom de alerta, os cientistas enfatizam que ainda há caminhos para evitar o pior. Manter o aquecimento global abaixo de 2 °C é fundamental para preservar a capacidade mínima dos recifes de resistir. Isso exige acelerar cortes nas emissões de gases de efeito estufa e proteger as áreas marinhas já existentes contra impactos locais, como poluição e sobrepesca.

Mais do que uma questão ambiental, trata-se de uma questão de segurança e sobrevivência para milhões de pessoas que dependem dos recifes para alimentação, renda e proteção contra eventos extremos. Se nada mudar, o Caribe pode perder até 2100 não apenas um de seus símbolos naturais mais icônicos, mas também uma das suas maiores defesas contra a crise climática.

Interior paulista registra umidade do ar mais baixa da história

O estado de São Paulo vive dias de deserto. Em municípios do interior, como Descalvado e Bragança Paulista, a umidade relativa do ar chegou a níveis inéditos: 4% e 4,3%, respectivamente. Os números, divulgados pela Defesa Civil de São Paulo, aproximam a realidade paulista daquilo que se encontra nos desertos mais áridos do planeta, como o Saara e o Atacama.

A situação é alarmante quando se confronta com os parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS). O órgão internacional recomenda 60% como nível mínimo de umidade para que o corpo humano funcione de maneira adequada. Abaixo de 30%, o ar já é considerado prejudicial; menos de 12% define estado de emergência. Em São Paulo, algumas cidades ultrapassaram negativamente até essa marca.

A secura extrema não é apenas desconforto — é um fator de risco. Médicos e especialistas em saúde pública alertam para a possibilidade de crises respiratórias, agravamento de doenças crônicas como a asma, além de desidratação e fadiga acentuada. Olhos e mucosas também sofrem, já que a falta de umidade prejudica as defesas naturais do organismo.

O cenário atual não se limita a impactos individuais: sistemas de saúde tendem a ficar sobrecarregados diante do aumento de atendimentos por problemas respiratórios e cardiovasculares associados ao calor e ao ar seco.

Se para o corpo humano a secura é um inimigo invisível, para o meio ambiente ela se traduz em risco de fogo. A vegetação seca torna-se combustível perfeito para incêndios, que avançam rapidamente e colocam brigadistas diante de desafios crescentes. O avanço das queimadas, somado às altas temperaturas, pode provocar perda de biodiversidade e degradação de ecossistemas já fragilizados.

Na cidade de Paulo de Faria, o termômetro passou dos 40 °C. Em Araçatuba e Tupi Paulista, os registros ficaram pouco abaixo dessa marca. O calor intenso, combinado à baixa umidade, cria condições ideais para o surgimento e a propagação de incêndios.

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Alerta sem precedentes

Nunca tantos municípios paulistas receberam um alerta tão severo. Ao todo, 511 cidades estão sob aviso oficial da Defesa Civil de São Paulo. Esse é o maior número já registrado desde o início do sistema de monitoramento para o período de estiagem.

As recomendações das autoridades são claras: hidratar-se constantemente, evitar atividades físicas sob sol forte, manter ambientes umidificados, utilizar soro fisiológico em olhos e narinas e, sobretudo, não usar fogo em limpeza de terrenos ou áreas agrícolas.

Apesar da gravidade da situação, a previsão meteorológica aponta algum alívio. Na região metropolitana de São Paulo, uma frente fria deve chegar nos próximos dias, trazendo chuviscos e temperaturas mais baixas. O fenômeno pode aliviar a situação imediata, mas não resolve a vulnerabilidade estrutural do estado diante de mudanças climáticas que intensificam extremos meteorológicos.

Mais do que um evento isolado, os índices registrados em 11 de setembro representam um alerta maior: a convivência com extremos climáticos tende a ser cada vez mais comum. A conjunção de ondas de calor, secas prolongadas e baixos níveis de umidade está desenhando um novo regime climático no Sudeste brasileiro.

A Caatinga e o Cerrado, historicamente biomas adaptados à aridez, parecem ter exportado sua realidade para o interior paulista. A diferença é que o avanço repentino da seca em São Paulo não encontra populações e infraestruturas preparadas para lidar com ela.

O desafio não é apenas sobreviver a esses episódios, mas planejar políticas públicas capazes de mitigar seus efeitos, investir em reflorestamento urbano, melhorar a gestão hídrica e adaptar sistemas de saúde e agricultura.

São Paulo, neste setembro, mostrou ao Brasil que o deserto pode nascer dentro de casa — e que lidar com ele será cada vez mais urgente.

O mercado de carbono não basta: por que a transição energética precisa do Estado

O mercado de carbono foi vendido ao mundo como uma ferramenta sofisticada para conter a crise climática. A lógica parece simples: taxar ou limitar as emissões de gases do efeito estufa, forçando as empresas a buscarem fontes mais limpas. Mas, segundo o economista Pedro Paulo Zahluth Bastos, professor do Instituto de Economia da Unicamp, essa solução não apenas é insuficiente, como pode atrasar a transição energética.

Em artigo publicado na Phenomenal World, revista de economia política editada em Nova York, Bastos argumenta que o mercado de carbono, formalizado como instrumento central durante a COP29 em Baku, sob coordenação da Organização das Nações Unidas (ONU), tem servido mais para desviar a discussão do que para enfrentar o problema na raiz.

A ideia central do mercado de carbono é criar cotas de emissão. Quem emite menos do que o limite estabelecido pode vender créditos para aqueles que excederam a meta. Na prática, esse sistema pressupõe que o preço do carbono seja suficientemente alto para tornar a poluição cara e inviável.

Mas, como lembra Bastos, isso nunca aconteceu de forma coordenada. “A divergência internacional nos preços do carbono prejudica um sistema eficaz de redução das emissões globais”, aponta. Em outras palavras, sem um preço único e consistente, as empresas acabam absorvendo o custo e continuam queimando combustíveis fósseis.

O Acordo de Paris estabeleceu metas ambiciosas de redução de emissões, mas, quase três décadas após o Protocolo de Kyoto, a dependência mundial de petróleo, carvão e gás continua quase intacta. Entre 1997 e 2024, o consumo de combustíveis fósseis cresceu 58%. Sua participação na matriz energética caiu de 85,8% para apenas 81%.

Limites do mercado e a necessidade do Estado

O economista é categórico: confiar apenas no sistema de preços é uma ilusão. “Os governos não devem confiar no poder mágico do sistema de preços para fornecer redes alternativas do nada”, afirma.

A seu ver, o primeiro passo não é encarecer a poluição, mas investir diretamente em infraestrutura verde e criar oferta real de tecnologias de baixo carbono. Somente depois que essas alternativas estiverem disponíveis em escala será possível usar o preço do carbono como ferramenta de indução.

A baixa rentabilidade da energia renovável também explica a resistência dos investidores privados. Enquanto projetos de energia verde oferecem retorno médio de 6% a 8%, bancos e fundos buscam taxas superiores a 10%, frequentemente garantidas pelo mercado de combustíveis fósseis. Além disso, a geração solar e eólica exige grandes áreas de terra, muitas vezes distantes dos centros de consumo, encarecendo a transmissão.

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Professor do Instituto de Economia da Unicamp Pedro Paulo Zahluth Bastos – foto: Antoninho Perri/SEC Unicamp

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Enquanto energias renováveis enfrentam instabilidade e margens de lucro reduzidas, as grandes empresas de petróleo e gás desfrutam de mercados concentrados e da proteção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que assegura retornos altos e previsíveis.

Bastos destaca ainda o peso político dessas corporações. Apenas durante as eleições de 2024 nos Estados Unidos, companhias fósseis desembolsaram US$ 445 milhões para apoiar Donald Trump e outros políticos alinhados à sua agenda de retrocesso climático. O resultado foi a saída dos EUA do Acordo de Paris e o desmonte de políticas de transição energética, reforçando a dependência da energia “suja”.

Não por acaso, até 2010, apenas 90 instituições foram responsáveis por 63% das emissões globais de gases do efeito estufa. Entre 2016 e 2022, 80% das emissões vieram de apenas 57 corporações.

Florestas: solução parcial

Outra alternativa frequentemente debatida é a compensação florestal, por meio da conservação e regeneração. De fato, florestas maduras são sumidouros naturais de carbono. Mas, segundo Bastos, essa saída é limitada pela escassez de terras disponíveis. No máximo, seria possível reflorestar 900 milhões de hectares no mundo, o que absorveria cerca de 205 bilhões de toneladas de carbono ao longo de décadas — o equivalente a apenas cinco anos de emissões atuais.

O economista não descarta o mercado de carbono nem a compensação florestal, mas insiste que eles só funcionam se já existir um sistema elétrico alternativo robusto. O erro, em sua visão, está em tratar esses mecanismos como substitutos do planejamento público.

A mensagem de Bastos é clara: sem liderança estatal, a transição energética permanecerá lenta, fragmentada e vulnerável ao poder dos lobbies fósseis. O mercado de carbono pode até ser uma ferramenta complementar, mas jamais substituirá o papel central dos governos em coordenar investimentos, construir infraestrutura e criar condições reais para que as energias renováveis prosperem.

A crise climática exige mais do que instrumentos de mercado: pede escolhas políticas corajosas e planejamento de longo prazo.

A Caatinga e o futuro solar do Brasil

O semiárido brasileiro, marcado pela resistência da vegetação da Caatinga, começa a se tornar também um território de esperança energética. Um estudo divulgado em 18 de setembro pelo MapBiomas, rede que reúne universidades, ONGs e empresas de tecnologia para monitorar o uso da terra no Brasil, mostra que o bioma concentra quase dois terços de todas as usinas fotovoltaicas do país.

Em 2024, mais de 21 mil hectares já estavam ocupados por painéis solares na Caatinga, uma transformação que revela tanto o potencial de liderança da região na transição energética quanto os desafios de conciliar crescimento econômico e preservação ambiental.

Segundo o professor Washington Rocha, coordenador da equipe Caatinga do MapBiomas, o avanço da energia solar no bioma começou com maior intensidade em Minas Gerais. Mas os dados de séries históricas apontam para uma expansão acelerada nos estados nordestinos, atraídos pelo enorme potencial de insolação.

Atlas de energia solar já destacam a região como uma das áreas mais promissoras do mundo para a produção fotovoltaica. Isso explica a migração dos investimentos e o surgimento de polos solares que podem redefinir a matriz energética brasileira.

AdobeStock_433103480-Largo-1536x1020-1-400x266 A Caatinga e o futuro solar do Brasil
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O dilema da expansão

A corrida por energia limpa, no entanto, não acontece em um vazio. Nos últimos 40 anos, a Caatinga perdeu 14% de sua cobertura vegetal nativa, principalmente pela pressão da agropecuária, que hoje ocupa mais de um terço do bioma. Esse histórico acende o alerta de que o avanço das usinas solares, se não planejado, pode agravar ainda mais a degradação ambiental.

Rocha ressalta que o desafio é duplo: ampliar as áreas conservadas e, ao mesmo tempo, restaurar trechos já degradados. Dessa forma, seria possível garantir que a Caatinga continue funcionando como sistema ecológico vital, sem bloquear as oportunidades de desenvolvimento econômico e social que a energia solar oferece.

O estudo do MapBiomas aponta que a melhor estratégia para conciliar preservação e crescimento é priorizar a instalação das usinas em áreas já degradadas. Essa medida evita o impacto direto sobre a biodiversidade e permite transformar passivos ambientais em ativos para a transição energética.

Atualmente, apenas 10% da Caatinga está protegida em unidades de conservação. A escolha de áreas próximas a esses territórios deve ser feita com cautela, para não comprometer a resiliência do bioma. Com o mapeamento detalhado oferecido pela plataforma, estados e municípios podem planejar projetos energéticos de forma mais integrada à realidade ecológica da região.

O Nordeste como pilar da transição energética

O avanço da energia solar na Caatinga não é apenas uma questão regional, mas nacional. A diversificação da matriz energética é vista como essencial para que o Brasil cumpra seus compromissos climáticos e reduza a dependência de combustíveis fósseis.

Nesse cenário, o Nordeste surge como protagonista. O potencial de insolação, somado à disponibilidade de áreas que podem ser destinadas a usinas solares sem comprometer a conservação ambiental, coloca a região em posição estratégica para liderar a transição.

A Caatinga, historicamente associada à escassez e à resistência, pode se tornar o coração da energia limpa brasileira. Mas, para isso, será preciso planejamento rigoroso, políticas públicas consistentes e uma visão de longo prazo que una ciência, economia e sociedade.

Se bem conduzida, a expansão das usinas solares poderá transformar o bioma em um exemplo mundial de como conciliar preservação e progresso, garantindo que a luz do sol, abundante no semiárido, ilumine também caminhos de sustentabilidade e justiça climática.

Operação no RJ desmonta rede de tráfico de animais silvestres

O tráfico de animais silvestres, uma das atividades criminosas mais lucrativas e destrutivas para a biodiversidade brasileira, sofreu nesta semana um duro golpe no estado do Rio de Janeiro. A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) deflagraram a “Operação São Francisco”, resultado de um ano de investigações que desmantelaram a maior organização criminosa dedicada a esse comércio ilegal no território fluminense.

Ao longo do dia 16 de setembro, mais de mil policiais civis cumpriram 270 mandados de busca e apreensão em diferentes regiões do estado – da capital à Baixada Fluminense, da Região Serrana à Região dos Lagos – além de endereços em São Paulo e Minas Gerais. A operação resultou em 45 prisões e no resgate de cerca de 700 animais silvestres, vítimas de um esquema que combinava crueldade, falsificação e violência armada.

As investigações identificaram 145 suspeitos de envolvimento no esquema, que se sustentava em uma estrutura complexa, dividida em núcleos especializados. Caçadores eram responsáveis por retirar animais diretamente de habitats naturais, como o Parque Nacional da Tijuca e o Horto Florestal, em plena cidade do Rio de Janeiro. Esses animais, capturados de forma cruel, muitas vezes dopados para facilitar o transporte, eram então repassados a atravessadores que os levavam até centros urbanos, onde seguiam para venda em feiras clandestinas.

O inquérito também revelou a existência de um núcleo dedicado especificamente ao comércio de macacos, caçados e dopados antes de serem negociados. Outro setor da organização era formado por falsificadores, que produziam anilhas, selos, chips e documentos adulterados, tudo para disfarçar a origem ilegal dos animais e dar aparência de legalidade ao comércio. Havia ainda o núcleo de armas, responsável por fornecer armamentos e munições que garantiam a atuação violenta do grupo.

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Segundo o secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Felipe Curi, tratava-se de uma organização criminosa fortemente armada, estruturada e hierarquizada. Além da exploração da fauna, a quadrilha também traficava armas e mantinha relações estreitas com facções ligadas ao tráfico de drogas, que controlavam territórios onde as feiras livres clandestinas aconteciam. Essa conexão reforça como o comércio ilegal de animais está entrelaçado a outras atividades criminosas de alto impacto social.

Os animais resgatados foram levados inicialmente para a Cidade da Polícia, onde recebem atendimento veterinário e passam por perícia. Posteriormente, serão encaminhados a centros de triagem especializados, que avaliarão suas condições de saúde e a possibilidade de reintrodução na natureza. Esse processo é fundamental para garantir que espécies retiradas de seus habitats possam, sempre que possível, retornar a ecossistemas de onde foram subtraídas.

A “Operação São Francisco” traz à tona não apenas o alcance do tráfico de fauna no Rio de Janeiro, mas também a sofisticação das redes criminosas que lucram com esse mercado. Estima-se que o tráfico de animais silvestres movimente bilhões de reais por ano em todo o mundo, colocando em risco espécies ameaçadas e comprometendo a integridade de ecossistemas inteiros. O Brasil, por sua riqueza biológica, figura entre os países mais afetados, com espécies retiradas das florestas para abastecer mercados ilegais internos e externos.

O desmonte dessa rede criminosa expõe uma face cruel da relação entre crime organizado e natureza: animais sequestrados de seu ambiente, transportados em condições precárias e vendidos como mercadoria, enquanto organizações criminosas ampliam seus lucros e poder. O resgate de centenas de animais e a prisão de dezenas de envolvidos são vitórias importantes, mas também lembram que a luta contra o tráfico de fauna exige ação contínua, fiscalização rigorosa e políticas públicas que valorizem a biodiversidade.

Mais do que uma operação policial, trata-se de um sinal de que o poder público está atento e disposto a enfrentar um dos maiores crimes ambientais do país. O impacto imediato é o desmantelamento de uma rede de exploração ilegal, mas o efeito simbólico é ainda maior: reforçar para a sociedade que a vida silvestre não é mercadoria e que sua preservação depende da ação conjunta de autoridades, instituições e cidadãos.

5 medidas indispensáveis para proteger a família de morcegos doentes

Você já se perguntou o que faria se encontrasse um morcego caído no quintal ou preso dentro de casa? A cena pode parecer inusitada, mas está cada vez mais comum em áreas urbanas. Os morcegos, apesar de fundamentais para o equilíbrio ambiental, também podem transmitir doenças graves, como a raiva. Proteger a família de morcegos doentes não exige pânico, mas sim informação e medidas práticas que fazem toda a diferença na prevenção.

Morcegos e os riscos à saúde

Esses animais são importantes para a natureza: polinizam flores, ajudam a controlar populações de insetos e contribuem para a regeneração de florestas. No entanto, quando estão doentes, especialmente contaminados pela raiva, representam risco real à saúde de humanos e animais domésticos.

A raiva é uma doença viral que pode ser transmitida pela saliva de morcegos infectados, geralmente através de mordidas. A gravidade está no fato de que, uma vez que os sintomas aparecem, a doença é quase sempre fatal. Por isso, a prevenção é a única estratégia segura.

1. Nunca toque em morcegos com as mãos desprotegidas

Seja em áreas rurais ou urbanas, a primeira regra é clara: nunca manuseie morcegos. Mesmo que o animal pareça morto, ainda pode transmitir doenças. Caso seja necessário recolher o animal, apenas profissionais de órgãos de saúde ou zoonoses devem realizar essa tarefa. Ensinar as crianças a manter distância é fundamental.

2. Mantenha vacinas de cães e gatos sempre em dia

Animais domésticos são os primeiros a entrar em contato com morcegos que aparecem no quintal. Manter a vacinação contra raiva atualizada em cães e gatos é a forma mais eficaz de protegê-los. Muitas vezes, os pets são as “barreiras de contato” entre morcegos doentes e a família, por isso não negligencie esse cuidado anual.

3. Use telas e vistorie frestas da casa

Morcegos podem entrar em residências por pequenos espaços, como vãos de telhas, janelas sem telas ou frestas no forro. Vistoriar regularmente a casa e instalar telas em áreas abertas é uma medida simples que reduz significativamente a chance de contato. Esse cuidado é ainda mais importante em casas próximas a áreas verdes ou prédios antigos, onde a presença de morcegos é mais frequente.

4. Procure atendimento imediato em caso de contato

Se alguém da família for mordido ou arranhar-se ao tentar afastar um morcego, o procedimento é procurar imediatamente uma unidade de saúde. O tratamento com vacina antirrábica e, em alguns casos, soro, deve começar o quanto antes. Quanto mais rápido a intervenção, maior a proteção contra a doença. Ignorar ou adiar pode trazer consequências irreversíveis.

5. Informe órgãos de saúde sobre morcegos suspeitos

Encontrar morcegos caídos ou com comportamento estranho (voando durante o dia, por exemplo) deve ser comunicado aos órgãos municipais de saúde ou vigilância sanitária. Esses profissionais têm protocolos adequados para recolher e analisar os animais, ajudando a monitorar possíveis surtos de raiva na região. Esse tipo de notificação é essencial para proteger não apenas sua família, mas toda a comunidade.

O erro mais comum: subestimar a situação

Muitas pessoas ainda acreditam que morcegos só oferecem perigo em áreas rurais, o que não é verdade. Em cidades, esses animais encontram abrigo em prédios, árvores urbanas e até em forros de casas. Ignorar a presença de morcegos doentes pode abrir espaço para acidentes que poderiam ser facilmente evitados.

Outro erro é acreditar que apenas mordidas diretas transmitem raiva. Arranhões, lambidas em feridas abertas e até contato com mucosas são formas de exposição. Por isso, todo tipo de interação deve ser levado a sério.

Como identificar um morcego doente

Nem sempre é fácil distinguir, mas há sinais que merecem atenção:

  • Voar durante o dia, já que morcegos são noturnos.

  • Aparecer caído em locais abertos, sem conseguir se mover.

  • Movimentos descoordenados ou lentos.

  • Aproximação incomum de pessoas ou animais domésticos.

Esses comportamentos indicam que o morcego pode estar debilitado e, potencialmente, contaminado.

O papel da informação na prevenção

Mais do que medidas práticas, a conscientização é a principal ferramenta para proteger famílias. Conversar com as crianças sobre a importância de não tocar em morcegos, ensinar vizinhos a comunicarem casos suspeitos e exigir campanhas de vacinação animal são atitudes que fortalecem a rede de proteção.

Além disso, é importante desmistificar: morcegos saudáveis não representam ameaça imediata e têm grande valor ecológico. O risco está justamente naqueles que apresentam sinais de doença, por isso o equilíbrio entre prevenção e preservação é essencial.

Proteger sem exterminar

Outro equívoco comum é associar morcegos apenas a doenças e defender sua eliminação. Essa postura além de equivocada é prejudicial ao meio ambiente. O correto é garantir que o convívio entre humanos e esses animais seja seguro, prevenindo riscos sem comprometer seu papel na natureza.

A multiplicação de informações corretas e a adoção das cinco medidas indispensáveis garantem que a família esteja protegida, sem criar estigmas que prejudiquem o equilíbrio ambiental.

Um cuidado que vale por uma vida inteira

Proteger a família de morcegos doentes não é apenas uma recomendação técnica: é uma atitude de amor e responsabilidade. Pequenos gestos, como vacinar os pets, instalar telas e procurar ajuda profissional, podem ser a diferença entre uma situação de risco e uma vida tranquila. Em tempos em que a convivência com a fauna urbana se intensifica, informação é a principal vacina contra o medo e a imprudência.

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