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Curso gratuito prepara jornalistas para cobrir mudanças climáticas e agricultura sustentável

As mudanças climáticas deixaram de ser um tema restrito à ciência para se tornarem uma pauta central da economia, da política e da vida cotidiana. Nesse cenário, jornalistas precisam traduzir dados complexos em narrativas compreensíveis, capazes de informar, sensibilizar e mobilizar a sociedade. Para atender a essa demanda, a Embrapa e o Sebrae abriram inscrições para o curso gratuito e online “Mudanças Climáticas: Agricultura na era da produtividade e sustentabilidade”, voltado a profissionais da imprensa e estudantes de comunicação.

O curso acontecerá entre 1º e 31 de outubro, em formato totalmente digital. A proposta é criar um espaço de aprendizado dinâmico, que combina aulas gravadas — liberadas sempre às sextas-feiras — com encontros ao vivo e interativos, às quartas-feiras, às 10h (horário de Brasília). As inscrições estão abertas até 30 de setembro e podem ser feitas neste link.

Um olhar jornalístico sobre a crise climática

A iniciativa se conecta diretamente à COP 30, que ocorrerá em Belém entre 10 e 21 de novembro. A conferência deve reunir líderes mundiais, negociadores e especialistas para definir novos caminhos no enfrentamento à crise climática. O curso pretende preparar jornalistas brasileiros e correspondentes estrangeiros que atuarão na cobertura do evento, ampliando a qualidade da informação e fortalecendo o jornalismo especializado em clima e sustentabilidade.

Mais do que uma capacitação técnica, trata-se de um convite ao jornalismo qualificado, que alia profundidade à capacidade de criar narrativas acessíveis. Os conteúdos do curso foram pensados para aproximar jornalistas de pesquisas inéditas, dados científicos atualizados e experiências de campo. A ideia é que cada aula ofereça não apenas conhecimento, mas também ferramentas práticas para produzir reportagens de impacto social.

Conteúdo estruturado em cinco módulos

O curso será dividido em cinco módulos, com foco nos principais desafios e soluções que conectam agricultura e clima. Entre os temas, estarão os impactos do aquecimento global no campo, as respostas oferecidas pela bioeconomia e pela agricultura tropical, além das estratégias de empreendedorismo sustentável aplicadas à realidade brasileira. Outro eixo será dedicado aos bastidores das negociações internacionais da COP 30 e à forma como elas moldam políticas públicas e o futuro da produção agrícola.

A metodologia mistura teoria e prática, estimulando que cada participante transforme o aprendizado em novas pautas, artigos e reportagens. Ao final, os inscritos receberão certificado assinado pela Embrapa e Sebrae.

Blog-AgriQ_Mudancas-climaticas-na-agricultura_Creditos-Freepik-1536x1024-1-400x267 Curso gratuito prepara jornalistas para cobrir mudanças climáticas e agricultura sustentável
Reprodução

SAIBA MAIS: Jovens lotam curso de inglês em Belém rumo à COP30

O papel da Embrapa na adaptação climática

A Embrapa tem se consolidado como referência no desenvolvimento de soluções tecnológicas voltadas à sustentabilidade no campo. Seus projetos buscam reduzir a vulnerabilidade da agricultura às mudanças climáticas, ao mesmo tempo em que garantem a segurança alimentar, nutricional e ambiental. Para a instituição, os sistemas agroalimentares precisam ser resilientes e sustentáveis, oferecendo alimentos saudáveis, a preços acessíveis e em quantidades adequadas. Essa perspectiva será compartilhada no curso, trazendo exemplos de como ciência e inovação podem transformar desafios climáticos em oportunidades de desenvolvimento.

Sebrae e o futuro dos pequenos negócios sustentáveis

O Sebrae, por sua vez, aposta no protagonismo dos pequenos negócios como motor da economia de baixo carbono. A instituição tem fortalecido cadeias produtivas que valorizam a sociobiodiversidade, estimulando práticas como agricultura regenerativa, bioeconomia, economia circular e transição energética. Também atua na capacitação de empreendedores, criando ferramentas que ajudam na adaptação às mudanças climáticas e na construção de negócios competitivos e responsáveis.

Ao participar da iniciativa, o Sebrae reforça sua visão de que sustentabilidade e prosperidade econômica podem andar juntas, desde que apoiadas por inovação e conhecimento acessível.

Uma preparação estratégica para a COP 30

Combinando ciência aplicada, experiências práticas e foco no jornalismo, o curso se torna estratégico no contexto da COP 30. Ele prepara jornalistas não apenas para a cobertura imediata da conferência, mas também para acompanhar desdobramentos futuros da agenda climática internacional.

Trata-se de uma oportunidade para ampliar repertório, aprimorar habilidades e fortalecer a credibilidade do jornalismo climático. Em um momento em que a sociedade demanda informação confiável para lidar com a maior crise ambiental do século, iniciativas como essa mostram que a capacitação da imprensa é parte essencial da solução.

Serviço:

Curso para jornalistas: Mudanças Climáticas: Agricultura na era da produtividade e sustentabilidade

Parceria Embrapa e Sebrae

Formato: online e gratuito
Aulas: 1º a 31/10/2025
Inscrições: plataforma e-campo (até 30 de setembro)
Informações: (61) 98183-6824 / (61) 99987-9915 / (61) 98112-2757

Superintendência de Comunicação (Sucom) e Sebrae

Contatos para a imprensa
[email protected]
Telefone: 61 3448 1516

Mutirão Global: COP 30 lança plataforma para mobilizar ação climática coletiva

A presidência brasileira da COP30 apresentou, em 18 de setembro, a plataforma Mutirão Global, um espaço digital criado para conectar iniciativas locais e internacionais de enfrentamento à crise climática. A proposta não é apenas tecnológica: trata-se de um convite para transformar o esforço global em um movimento acessível, enraizado nas práticas cotidianas das pessoas e comunidades.

Inspirada no conceito tupi-guarani de “mutirão”, esforço coletivo, autogestionado e voltado à solidariedade em momentos de necessidade, a plataforma busca traduzir a ambição climática em ações concretas, praticáveis em qualquer território. A essência do Mutirão Global está em mostrar que, embora a mudança climática seja um desafio de proporções universais, as soluções mais eficazes podem nascer de mobilizações locais, quando apoiadas e conectadas em rede.

O lançamento ocorre em um momento estratégico. O primeiro Balanço Global (Global Stocktake) do Acordo de Paris apontou que as metas atuais ainda estão distantes do necessário para limitar o aquecimento global. Nesse cenário, o Mutirão Global surge como um mecanismo impulsionado pelas próprias pessoas, comunidades, governos e organizações.

Um espaço de convergência

Para o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP 30, a plataforma é um chamado para transformar discurso em prática. “O Mutirão Global é um chamado a todos, não apenas para falar sobre mudança, mas para ser a mudança”, destacou. Segundo ele, milhões de pessoas já atuam em defesa de suas comunidades e ecossistemas, mas muitas vezes de forma invisível. A nova ferramenta dá visibilidade a essas iniciativas e cria condições para que sejam fortalecidas e replicadas.

A visão é compartilhada por Ana Toni, CEO da COP 30. Para ela, a adaptação climática começa nos territórios que já enfrentam os efeitos das mudanças. “Quando ações locais são apoiadas, vistas e conectadas, elas produzem efeitos em cadeia que influenciam sistemas, políticas e resultados”, explicou. A expectativa é que a COP 30 funcione como catalisador de uma nova era de ação climática inclusiva, prática e enraizada na vida cotidiana.

programa_jovem_campeao_climatico02-400x239 Mutirão Global: COP 30 lança plataforma para mobilizar ação climática coletiva
Programa Jovem Campeão Climático/Divulgação

VEJA TAMBÉM: Mutirão Global quer transformar a COP30 em movimento de cura do planeta

Alinhamento com a Agenda de Ações da COP 30

A plataforma organiza as iniciativas em torno dos seis eixos da Agenda de Ações da COP 30, que incluem energia limpa, cidades resilientes, soluções baseadas na natureza, transição justa, segurança alimentar e financiamento climático. Isso permite que cidadãos e organizações alinhem suas contribuições diretamente ao processo oficial da ONU, ampliando o alcance e a legitimidade das práticas.

O Mutirão Global convida qualquer pessoa a participar, seja em grandes capitais ou em vilarejos costeiros. As ações podem variar de mutirões comunitários de limpeza a campanhas de redução de emissões em nível municipal. Todas as iniciativas têm espaço, e todas as vozes são consideradas relevantes.

Mobilizações inaugurais

Para marcar o lançamento, duas grandes mobilizações internacionais estão programadas.

20 de setembro – Dia Mundial da Limpeza
Organizações da sociedade civil, comunidades e autoridades locais, no Brasil e em outros países, promoverão mutirões de limpeza de praias, rios, parques e manguezais. Além de recolher resíduos, a ação pretende conscientizar sobre o vínculo entre lixo, poluição plástica e emissões de gases como metano e CO₂. Também busca reforçar a necessidade da economia circular e do consumo sustentável.

22 de setembro – Dia Mundial Sem Carro
Cidades brasileiras e estrangeiras terão ruas ocupadas por ciclistas, pedestres e usuários de transporte público. A mobilização questiona o modelo de mobilidade centrado no automóvel, que é fonte significativa de emissões e desigualdades urbanas. A mensagem é clara: cidades de baixo carbono são mais saudáveis, seguras e inclusivas.

Essas ações inaugurais refletem o espírito do #MutiraoCOP30: soluções climáticas descentralizadas, já em andamento, mas agora conectadas a uma rede global.

O Mutirão Global mostra que o trajeto até Belém, sede da COP 30, não se limita às negociações diplomáticas. Ele passa por cada bairro, cada escola e cada parque onde cidadãos se mobilizam. Ao dar visibilidade a essas práticas, a iniciativa amplia a percepção de que enfrentar a crise climática não é apenas responsabilidade de governos, mas também uma tarefa coletiva, cotidiana e urgente.

Por que os gatos arranham móveis e como evitar sem punição

Se você tem um gato, provavelmente já se deparou com marcas de arranhões no sofá, nas cortinas ou até nas pernas da mesa. Esse comportamento pode ser frustrante, mas saiba que arranhar é algo natural para os felinos. Neste guia, vamos explorar por que os gatos arranham móveis, o que esse comportamento significa e, principalmente, como redirecioná-lo de forma empática e prática, sem recorrer a punições. Afinal, entender o seu gato é o primeiro passo para uma convivência harmoniosa.

Por que os gatos arranham móveis?

Arranhar é um instinto natural dos gatos, enraizado em sua biologia e comportamento. Antes de buscar uma solução para o gato que arranha móveis, é importante compreender as razões por trás desse hábito. Aqui estão os principais motivos:

1. Manutenção das unhas

As unhas dos gatos crescem constantemente, e arranhar ajuda a remover as camadas externas desgastadas, mantendo-as afiadas e saudáveis. Pense nisso como uma manicure felina! Além disso, o ato de arranhar estica os músculos das patas e mantém as garras em boas condições.

2. Marcação de território

Gatos são animais territoriais. Quando arranham, eles deixam marcas visíveis e liberam feromônios pelas glândulas nas patas, sinalizando que aquele espaço “pertence” a eles. É uma forma de comunicação com outros gatos (ou até com você, de certa forma).

3. Alívio de estresse

Arranhar também é uma maneira de os gatos lidarem com emoções, como ansiedade, tédio ou excitação. Se o seu gato está arranhando mais do que o normal, pode ser um sinal de que ele precisa de mais estímulo ou de um ambiente mais enriquecido.

4. Exercício físico

O ato de arranhar envolve esticar o corpo, flexionar as patas e usar os músculos, o que é uma forma de exercício para os gatos. Isso é especialmente importante para gatos que vivem em ambientes internos e têm menos oportunidades de se movimentar.

furniture-feature-e1655911512263 Por que os gatos arranham móveis e como evitar sem punição
Um gato arranhando o sofá é um comportamento comum, mas pode ser redirecionado com as estratégias certas.

Por que evitar punições?

Punir um gato por arranhar móveis — seja com gritos, borrifadas de água ou outros métodos — não é apenas ineficaz, mas pode piorar a situação. Gatos não associam punições ao comportamento da mesma forma que humanos. Em vez de aprenderem a “não arranhar o sofá”, eles podem ficar estressados, ansiosos ou até perder a confiança em você. O objetivo é redirecionar o comportamento felino de arranhar para algo apropriado, mantendo uma relação de respeito e carinho com seu pet.

Como redirecionar o comportamento de arranhar

Agora que você entende por que os gatos arranham, vamos às soluções práticas para proteger seus móveis e manter seu gato feliz. Aqui estão algumas estratégias testadas e aprovadas:

1. Ofereça arranhadores adequados

Os arranhadores são a melhor alternativa para redirecionar o comportamento de arranhar. No entanto, nem todo arranhador é atraente para os gatos. Considere o seguinte ao escolher um:

  • Tipo de material: Gatos têm preferências diferentes. Alguns preferem corda de sisal, outros gostam de carpetes ou madeira. Experimente diferentes texturas para descobrir o que seu gato gosta.
  • Estabilidade: O arranhador precisa ser firme e não tombar, pois gatos não gostam de superfícies instáveis.
  • Altura e formato: Arranhadores verticais altos são ideais para gatos que gostam de se esticar. Para gatos que arranham horizontalmente, tapetes ou arranhadores planos são melhores.
  • Localização: Coloque o arranhador perto do móvel que o gato costuma arranhar. Gatos gostam de marcar áreas importantes, como a sala ou perto de janelas.

Para incentivar o uso do arranhador, você pode esfregar catnip (erva-dos-gatos) ou pendurar brinquedos no arranhador. Recompense seu gato com petiscos ou carinho quando ele usá-lo.

2. Proteja os móveis

Enquanto seu gato se acostuma ao arranhador, proteja os móveis para minimizar os danos. Algumas ideias incluem:

  • Fita dupla-face: Gatos detestam superfícies pegajosas. Coloque fita dupla-face nas áreas que ele arranha para desencorajá-lo.
  • Capas protetoras: Capas de tecido ou plástico podem proteger sofás e cadeiras.
  • Repelentes naturais: Sprays com essências cítricas (que gatos geralmente não gostam) podem ser aplicados nos móveis, mas teste em uma área pequena para evitar manchas.

3. Enriquecimento ambiental

Gatos que arranham excessivamente podem estar entediados ou estressados. Um ambiente enriquecido reduz a necessidade de arranhar por estresse. Algumas sugestões:

  • Brinquedos interativos: Varinhas, bolinhas e brinquedos que simulam presas mantêm o gato entretido.
  • Prateleiras e árvores: Gatos adoram explorar alturas. Instale prateleiras ou uma árvore para gatos para que ele possa escalar e observar o ambiente.
  • Rotina de brincadeiras: Reserve 10 a 15 minutos por dia para brincar com seu gato. Isso ajuda a gastar energia e reduz o estresse.

Para mais ideias sobre enriquecimento ambiental, confira o artigo da Jackson Galaxy, um renomado especialista em comportamento felino.

Infográfico: Alternativas para evitar que o gato arranhe móveis

  • Arranhador de sisal vertical (perfeito para esticar o corpo)
  • Tapete arranhador horizontal (ideal para gatos que preferem superfícies planas)
  • Brinquedos interativos (para gastar energia)
  • Prateleiras para escalar (estimula exploração)
  • Fita dupla-face nos móveis (repelente temporário)

Escolha a alternativa que mais combina com o comportamento do seu gato!

4. Cuide da saúde do seu gato

Em alguns casos, arranhar excessivo pode ser um sinal de problemas de saúde, como dor ou desconforto. Se o comportamento mudou repentinamente, leve seu gato ao veterinário para descartar questões médicas, como infecções ou problemas nas unhas.

5. Corte regular das unhas

Cortar as unhas do seu gato a cada duas ou três semanas pode reduzir os danos causados pelo arranhar. Use um cortador específico para gatos e tenha cuidado para não cortar a parte viva da unha (a área rosada). Se não se sentir confortável, peça ajuda a um veterinário ou tosador.

Dicas adicionais para o sucesso

Redirecionar o comportamento de arranhar exige paciência e consistência. Aqui estão algumas dicas finais para garantir o sucesso:

  • Observe os padrões: Note onde e quando seu gato arranha. Isso pode indicar se ele está marcando território, entediado ou apenas cuidando das unhas.
  • Reforço positivo: Sempre recompense comportamentos desejados, como usar o arranhador, com petiscos, carinho ou elogios.
  • Evite mudanças bruscas: Gatos são criaturas de rotina. Mudanças no ambiente, como móveis novos ou a chegada de outro pet, podem aumentar o arranhar. Introduza novidades gradualmente.

Para mais informações sobre comportamento felino, a ASPCA oferece recursos excelentes sobre como lidar com o arranhar e outros comportamentos.

Saiba mais- Entendendo o comportamento dos gatos os sinais silenciosos antes de um ataque

Saiba mais- 5 Comportamentos estranhos dos gatos explicados pela ciência

Arranhar é um comportamento natural dos gatos, mas com as estratégias certas, você pode proteger seus móveis e manter seu felino feliz. Oferecer arranhadores adequados, enriquecer o ambiente, proteger os móveis e usar reforço positivo são formas eficazes de redirecionar o comportamento felino de arranhar. Lembre-se de que a paciência e a empatia são fundamentais — seu gato não está arranhando para te irritar, mas para expressar suas necessidades instintivas.

Se você está enfrentando dificuldades para encontrar a solução para o gato que arranha móveis, experimente as dicas deste guia e observe o comportamento do seu gato. Com o tempo, vocês dois encontrarão um equilíbrio perfeito para uma convivência tranquila e cheia de carinho.

Perguntas frequentes

Por que meu gato ignora o arranhador?

Seu gato pode ignorar o arranhador se ele não for atraente (material, tamanho ou localização). Experimente diferentes tipos de arranhadores e use catnip para atrair o gato.

Posso usar capas de unhas para gatos?

Capas de unhas (como as de silicone) são uma opção, mas nem todos os gatos se adaptam. Consulte um veterinário antes de usá-las para garantir o conforto do seu pet.

Arranhar pode ser sinal de estresse?

Sim, arranhar excessivo pode indicar estresse ou tédio. Observe outros sinais, como mudanças no apetite ou comportamento, e considere enriquecer o ambiente do gato.

 

Pará prepara programa permanente de capacitação após a COP30

Em um auditório lotado de jovens universitários, o debate sobre governança socioambiental ganhou novos contornos na noite desta terça-feira, 23 de setembro, durante um evento promovido pela Faculdade Faci Wyden em Belém. Entre reflexões sobre sustentabilidade e a preparação da cidade para sediar a COP30, surgiu um anúncio que aponta para o futuro da formação profissional no Pará: a continuidade do programa de capacitação de jovens que nasceu com o megaevento internacional.

O coordenador do programa Capacita COP30, Andrey Rabelo de Oliveira, afirmou que o governo do estado, sob a liderança do governador Helder Barbalho, pretende transformar a iniciativa em um projeto permanente, batizado de Capacita Pará. A proposta é que a experiência adquirida com a qualificação de centenas de jovens durante os preparativos para a conferência não se encerre com o fim do encontro climático, marcado para ocorrer entre 11 e 23 de novembro, mas se torne um legado duradouro para o mercado de trabalho local.

Embora ainda não exista uma data oficial de lançamento, a expectativa é que o novo programa comece a funcionar logo após o encerramento da conferência. “A ideia é que o investimento em capacitação, que nasceu como uma resposta à necessidade de preparar a juventude para a COP30, continue a gerar oportunidades de emprego e renda no estado”, destacou Rabelo.

O evento também contou com a presença do professor Thales Samuel Matos Belo professora Arcangela Sena, representando a Estácio Pará,  que atuou como mediadora do seminário. Ambos dialogaram com estudantes dos cursos de Direito, Design Gráfico e Jornalismo das duas instituições, ampliando a visão dos participantes sobre como a governança socioambiental se conecta ao cotidiano e às oportunidades de desenvolvimento no Pará.

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Foto: Cristiano Bordallo

VEJA TAMBÉM: Capacita COP 30 impulsiona turismo e gera oportunidades no Pará

Debate sobre sustentabilidade e cidadania ativa

Entre os temas discutidos, ganharam destaque a adaptação climática e a sustentabilidade, que, segundo os palestrantes, são pilares centrais tanto da agenda internacional da COP quanto das transformações que Belém vem experimentando para receber milhares de visitantes.

No momento dedicado às perguntas do público, o professor Thales Belo respondeu sobre como cidadãos comuns poderiam participar diretamente da conferência. Ele lembrou que já houve períodos de credenciamento e que novas oportunidades podem surgir. “Já houve e acredito que ainda haverá novos períodos de credenciamento para a COP”, explicou.

A fala do professor abriu espaço para refletir sobre o significado da COP30 como evento democrático, capaz de ampliar vozes e incluir a sociedade civil em debates globais. Mais do que um encontro de chefes de Estado, a conferência também será um espaço de protagonismo para estudantes, pesquisadores e cidadãos interessados em soluções para a crise climática.

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Alex Ribeiro / Ag. Pará

A educação como legado

O anúncio sobre o Capacita Pará é revelador. Programas de formação profissional muitas vezes têm caráter pontual, atrelado a grandes eventos ou demandas específicas,
“A ideia do capacita COp30 era atender até 4mil pessoas, hoje o programa já ajudou pelo menos 32 mil jovens nesses poucos meses antes da COP”. Afirmou Andrey Rabelo.

A iniciativa do governo estadual em dar continuidade à experiência da COP30 indica uma tentativa de transformar um esforço emergencial em política pública permanente. Ainda não há divulgação oficial para o programa, porem a previsão é de que se inicie após a COP em Belém.

Por: Cristiano Bordallo

Capivara gigante: 8 curiosidades surpreendentes sobre o animal que invadiu os parques urbanos

Imagine caminhar tranquilamente em um parque urbano e, de repente, se deparar com uma capivara gigante tomando sol à beira do lago, cercada de filhotes. A cena que antes parecia digna de documentários do Pantanal é hoje parte da rotina em muitas cidades brasileiras. A presença desse roedor gigante nos espaços urbanos tem despertado encanto, memes e até preocupações com a saúde pública. Mas afinal, quem é esse animal e por que ele invadiu os parques das grandes metrópoles?

Capivara gigante: um visitante inesperado nas cidades

A capivara gigante (Hydrochoerus hydrochaeris) é o maior roedor do mundo, podendo chegar a 1,30 metro de comprimento e pesar até 80 quilos. Embora nativa de áreas úmidas da América do Sul, encontrou nos parques urbanos brasileiros um ambiente propício: gramados irrigados, lagos artificiais e ausência de predadores naturais.

Pesquisadores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) destacam que o avanço urbano e a perda de habitat levaram a espécie a buscar refúgio em áreas verdes das cidades. Já estudos da Embrapa Pantanal mostram que a abundância de alimento em gramados e margens de rios urbanos favorece a proliferação desses animais.

No exterior, a Smithsonian Institution, nos Estados Unidos, aponta as capivaras como exemplo de adaptação de espécies silvestres ao ambiente urbano, semelhante ao que ocorre com guaxinins em Nova York ou javalis na Europa.

1. Os maiores roedores do planeta

Ao contrário do que muitos pensam, ratos e esquilos não são os maiores representantes da ordem dos roedores. A capivara gigante impressiona pelo porte: além de volumosa, tem dentes fortes capazes de triturar gramíneas duras.

2. Vida em grupo

Elas vivem em bandos de 10 a 20 indivíduos, geralmente liderados por um macho dominante. Esse comportamento social é essencial para proteção contra predadores e também facilita a criação dos filhotes.

3. Mestres da natação

Com membranas entre os dedos, as capivaras são nadadoras natas. Usam rios e lagos não apenas para se refrescar, mas também como rota de fuga contra ameaças. Muitas vezes permanecem submersas por vários minutos, saindo apenas para respirar.

4. Dieta baseada em capim

A alimentação é composta principalmente por gramíneas. Em parques urbanos, encontram gramados bem cuidados que se tornam verdadeiros “restaurantes a céu aberto”. Essa facilidade ajuda a explicar sua presença crescente em cidades.

5. Convivência pacífica com outras espécies

No Pantanal, dividem espaço com jacarés, aves e até bois. Nas cidades, adaptaram-se a dividir lagos artificiais com patos, gansos e tartarugas, formando uma convivência inusitada que encanta visitantes.

6. Transmissoras de doenças

Embora pacíficas, representam um risco em relação à febre maculosa, transmitida pelo carrapato-estrela que pode parasitá-las. De acordo com o Ministério da Saúde, o contato direto deve ser evitado, e parques com alta concentração desses animais precisam de monitoramento.

7. Hábitos crepusculares

É no fim da tarde que mais se movimentam. Quem frequenta parques ao pôr do sol tem grandes chances de encontrar famílias inteiras de capivaras descansando à beira da água.

8. Estrelas da internet

Com seu jeito sereno e expressões simpáticas, viraram ícones da cultura digital. Memes, músicas e ilustrações reforçam a imagem da capivara gigante como símbolo de tranquilidade e amizade.

A dualidade entre encanto e risco

As capivaras urbanas dividem opiniões. Para uns, são símbolo de contato com a natureza em meio ao concreto. Para outros, representam risco de doenças e desequilíbrio ambiental. O que não se pode negar é que se tornaram parte da paisagem, exigindo políticas de manejo que conciliem segurança pública e preservação.

Segundo especialistas da Embrapa, a chave está no controle populacional aliado a campanhas de conscientização. Assim, parques podem continuar recebendo visitantes humanos e não humanos de forma equilibrada.

A adaptação como lição de sobrevivência

A capivara gigante nos lembra que a vida selvagem encontra caminhos mesmo em meio às mudanças impostas pelo homem. Ao ocupar parques urbanos, elas ensinam sobre resiliência e convivência. Para nós, resta o dever de respeitar seu espaço, evitar contato físico e admirar a cena com consciência ambiental.

Em vez de invasoras, podem ser vistas como mensageiras de um alerta: a necessidade urgente de preservar ecossistemas naturais para que esses animais não precisem buscar refúgio em áreas urbanas. Até lá, elas continuarão sendo protagonistas dos fins de tarde nos lagos das cidades, arrancando sorrisos e reflexões de quem cruza seu caminho.

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Como montar um sistema de compostagem em apartamento – guia sustentável

Viver em um apartamento não significa abrir mão de práticas sustentáveis, como a compostagem. Com a crescente preocupação com o meio ambiente, muitas pessoas estão buscando formas de reduzir resíduos e contribuir para um planeta mais saudável. A compostagem em apartamento é uma solução prática e acessível para transformar restos de alimentos em adubo rico, mesmo em espaços pequenos. Neste guia, você vai aprender como fazer compostagem caseira de maneira simples, com dicas para montar sua própria composteira doméstica e cuidar dela sem complicações.

Por que fazer compostagem em apartamento?

A compostagem é o processo de decomposição de resíduos orgânicos, como cascas de frutas, legumes e restos de comida, transformando-os em um material rico em nutrientes, conhecido como composto orgânico. Esse adubo pode ser usado em plantas de casa, hortas urbanas ou até doado para jardins comunitários. Fazer compostagem em apartamento traz benefícios como:

  • Redução de resíduos enviados aos aterros sanitários.
  • Produção de adubo natural para suas plantas.
  • Diminuição da emissão de gases de efeito estufa, como o metano, gerado pela decomposição de orgânicos em aterros.
  • Prática sustentável que promove um estilo de vida mais consciente.

Além disso, a compostagem caseira é perfeita para quem mora em espaços compactos, pois pode ser feita com composteiras pequenas e práticas, adaptadas para varandas, cozinhas ou áreas de serviço.

O que você precisa para começar sua composteira caseira

Antes de iniciar sua jornada na compostagem em apartamento, é importante reunir os materiais necessários. A boa notícia é que você não precisa de muito espaço ou equipamentos caros. Veja o que você vai precisar:

Materiais para a composteira

  • Recipientes: Três baldes plásticos com tampa (de 5 a 10 litros, dependendo do espaço disponível). Dois serão usados para a compostagem, e o terceiro para armazenar material seco.
  • Minhocas (opcional): Minhocas vermelhas (como as Eisenia fetida) aceleram o processo na compostagem com minhocas, chamada vermicompostagem.
  • Material seco: Folhas secas, serragem, papelão picado ou palha para equilibrar a umidade.
  • Ferramentas básicas: Uma furadeira para fazer furos nos baldes, uma pá pequena para misturar e luvas para manuseio.
  • Bandeja ou base: Para coletar o chorume (líquido resultante da compostagem) e evitar sujeira.

Resíduos que podem ser compostados

Nem todo resíduo orgânico é adequado para a compostagem caseira. Aqui está uma lista do que pode e não pode ser usado:

Pode compostar: Cascas de frutas e legumes, borra de café, filtros de café de papel, restos de arroz e feijão (sem sal ou óleo), cascas de ovo trituradas, folhas verdes.

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Não pode compostar: Alimentos gordurosos, carnes, laticínios, fezes de animais, resíduos com muito sal ou óleo, papel higiênico usado.

Passo a passo para montar sua composteira doméstica

Montar uma composteira em apartamento é mais fácil do que parece. Siga este passo a passo para criar um sistema funcional e eficiente:

Passo 1 – Escolha o local ideal

Escolha um canto ventilado, mas protegido de chuva direta e sol intenso, como uma varanda, área de serviço ou canto da cozinha. A composteira deve ficar em um local de fácil acesso para adicionar resíduos e fazer a manutenção. Certifique-se de que o local tenha uma superfície plana para apoiar os baldes.

Passo 2 – Prepare os baldes

Para criar sua composteira, você vai usar um sistema de dois ou três baldes empilhados. Siga estas instruções:

  1. Faça pequenos furos (de 3 a 5 mm) no fundo de dois baldes para ventilação e drenagem do chorume.
  2. Coloque um dos baldes furados dentro do outro, que servirá como base para coletar o chorume.
  3. O terceiro balde (sem furos) pode ser usado para armazenar material seco, como serragem ou folhas.
  4. Adicione uma camada de terra ou material seco no fundo do balde superior para começar o processo.

Passo 3 – Adicione os resíduos orgânicos

Comece adicionando resíduos orgânicos no balde superior. Para cada camada de resíduos úmidos (como cascas de frutas), cubra com uma camada de material seco (folhas ou serragem). A proporção ideal é de 2:1 (duas partes de material úmido para uma de material seco) para evitar mau cheiro e excesso de umidade.

Passo 4 – Inclua minhocas (opcional)

Se optar pela vermicompostagem, adicione minhocas vermelhas ao balde superior após a primeira camada de resíduos. Elas vão acelerar a decomposição e produzir um composto de alta qualidade. Você pode comprá-las em lojas especializadas ou online, como no site Compostagem Orgânica.

Passo 5 – Faça a manutenção regular

Para garantir o sucesso da sua composteira caseira, mexa o conteúdo do balde a cada 3-4 dias com uma pá pequena para oxigenar o material. Verifique a umidade: o composto deve estar úmido como uma esponja espremida, mas não encharcado. Se estiver muito úmido, adicione mais material seco. Se estiver seco, borrife um pouco de água.

Passo 6 – Colete o composto e o chorume

Após 30 a 60 dias (dependendo do sistema e das minhocas), o composto estará pronto. Ele terá uma aparência escura, com textura de terra e sem cheiro forte. O chorume coletado no balde inferior pode ser diluído (1 parte de chorume para 10 partes de água) e usado como fertilizante líquido para plantas.

Dicas para uma compostagem em apartamento sem problemas

Para evitar mau cheiro, moscas ou outros inconvenientes, siga estas dicas práticas:

  • Controle o cheiro: Sempre cubra os resíduos úmidos com material seco. Se o cheiro persistir, adicione mais serragem ou folhas secas.
  • Evite moscas: Use uma tampa bem vedada e, se necessário, coloque uma tela fina sobre os furos de ventilação.
  • Armazene resíduos corretamente: Antes de adicionar à composteira, guarde os resíduos orgânicos em um pote com tampa na geladeira para evitar decomposição precoce.
  • Monitore a umidade: Um composto muito úmido pode atrair fungos ou mau cheiro. Mantenha o equilíbrio com material seco.

Dica extra: Se você tem uma horta urbana, o composto pronto é perfeito para nutrir suas plantas. Caso não tenha, considere doar o adubo para amigos ou projetos de agricultura urbana, como os da Hortas Urbanas.

Erros comuns na compostagem caseira e como evitá-los

É normal cometer alguns erros no início, mas eles são fáceis de corrigir. Veja os mais comuns:

  • Adicionar resíduos inadequados: Evite carnes, laticínios e alimentos gordurosos, que atraem pragas e causam mau cheiro.
  • Excesso de umidade: Adicione mais material seco se perceber que o composto está muito molhado.
  • Falta de oxigenação: Mexa o composto regularmente para evitar compactação e acelerar a decomposição.
  • Superlotação: Não encha o balde demais. Deixe espaço para circulação de ar e adicione resíduos aos poucos.

Benefícios ambientais da compostagem em apartamento

Além de ser uma prática acessível, a compostagem em apartamento contribui para um estilo de vida mais sustentável. Segundo a ONU, cerca de um terço de todos os alimentos produzidos no mundo é desperdiçado, e grande parte acaba em aterros, onde gera gases de efeito estufa. Ao compostar, você reduz a quantidade de resíduos orgânicos descartados e ajuda a combater as mudanças climáticas.

Além disso, o composto orgânico melhora a qualidade do solo, reduzindo a necessidade de fertilizantes químicos, que podem ser prejudiciais ao meio ambiente. Para saber mais sobre o impacto da compostagem, confira o site da ONU Meio Ambiente.

Guia-Completo-de-Compostagem-Domestica-1024x576-1 Como montar um sistema de compostagem em apartamento - guia sustentável
Composteira doméstica em canto de varanda

Montar um sistema de compostagem em apartamento é uma forma prática e gratificante de adotar um estilo de vida mais sustentável. Com poucos materiais e um pouco de dedicação, você pode transformar seus resíduos orgânicos em adubo rico, contribuindo para um planeta mais saudável. Comece hoje mesmo sua composteira caseira e veja como pequenos gestos podem fazer uma grande diferença!

Se você quer se aprofundar no tema, recomendamos explorar recursos como o blog da Ciclo Urbano, que oferece dicas práticas sobre sustentabilidade em ambientes urbanos.

OAB-PA Lança Guia para a Advocacia na COP30

A advocacia paraense se prepara para atuar na COP30 com o lançamento de dois documentos estratégicos pela seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Pará. A “Cartilha Justiça Climática na Amazônia: Desafios, Vulnerabilidades e Caminhos para um Futuro Sustentável” e o “Guia Rápido da COP30 para a Advocacia” visam não apenas capacitar os profissionais do direito, mas também democratizar o conhecimento sobre as questões climáticas, garantindo que a justiça ambiental seja um pilar central das discussões.

A iniciativa da OAB-PA representa um movimento de vanguarda no engajamento da sociedade civil em um dos eventos ambientais mais importantes do mundo. A COP30, que acontecerá em 2025 em Belém, no coração da Amazônia, coloca o Brasil em uma posição de protagonismo e, ao mesmo tempo, de grande responsabilidade. Nesse contexto, a preparação do campo jurídico para lidar com as complexidades das negociações internacionais e a aplicação de conceitos de justiça climática no território amazônico é fundamental.

A Cartilha: Um Mapa para a Justiça Climática na Amazônia

A “Cartilha Justiça Climática na Amazônia” é mais do que um guia; é um chamado à ação. Desenvolvida pela Comissão de Meio Ambiente da OAB-PA em colaboração com o Grupo de Pesquisa Financiando Direitos (CNPq), o documento mergulha nas múltiplas camadas da vulnerabilidade da região. O material ressalta que a crise climática não afeta a todos de maneira igual. Pelo contrário, exacerba desigualdades sociais e econômicas já existentes, atingindo de forma desproporcional os grupos mais vulneráveis, como as populações tradicionais, comunidades ribeirinhas, mulheres, crianças e pessoas de baixa renda.

Ao abordar a justiça climática sob diferentes dimensões: gênero, raça, saúde, infância e povos tradicionais, a cartilha oferece uma visão holística e inclusiva. Ela desmistifica o debate climático, que muitas vezes fica restrito a questões técnicas e científicas, e o traz para o campo dos direitos humanos e da equidade social. A cartilha não se limita a diagnosticar os problemas, mas propõe soluções práticas, como o aumento do acesso à justiça para comunidades afetadas, a atuação jurídica em diferentes frentes (preventiva, consultiva e contenciosa) e a importância do financiamento climático.

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Divulgação – OAB

VEJA TAMBÉM: Belém avança nos preparativos para a COP30 com 79 países já confirmados

A presidente da Comissão de Meio Ambiente da OAB-PA, Ana Carolina Betzel, destacou a intenção por trás da iniciativa: “Nosso objetivo é entregar ferramentas não apenas aos advogados, mas também à sociedade. Democratizar o acesso ao conhecimento ambiental é fundamental para fortalecer a cidadania”. A frase ecoa um sentimento de que a luta pela sustentabilidade é uma causa coletiva que exige a participação de todos, especialmente dos que estão na linha de frente da crise.

A advogada e doutora pela Universidade de São Paulo (USP), Luma Cavaleiro de Macedo Scaff, reforça a relevância prática do material. Para ela, o documento vai além da teoria e se estabelece como um roteiro de atuação para a advocacia. “Não se trata apenas de diagnóstico. São propostas concretas para que a advocacia assuma um papel protagonista na defesa da justiça ambiental”, resumiu.

O Guia para a Advocacia na COP30: Navegando as Negociações Globais

Além da cartilha, o “Guia Rápido da COP30 para a Advocacia” é uma ferramenta de preparação para os profissionais do direito que desejam acompanhar as negociações internacionais de perto. O documento orienta sobre a estrutura da conferência, o papel dos diferentes atores e a importância de entender as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs).

O guia busca capacitar os advogados para que possam interpretar os acordos internacionais e traduzi-los em ações concretas nos níveis federal, estadual e municipal. Ele é essencial para que a advocacia não apenas observe o evento, mas participe ativamente das discussões, influenciando políticas públicas e garantindo que os compromissos assumidos na COP30 sejam efetivamente implementados no Brasil, com foco especial na Amazônia.

Ambos os lançamentos, em conjunto, sinalizam uma nova era para a advocacia ambiental no Brasil. Eles demonstram que o papel do advogado vai além do tribunal, sendo um agente de transformação social e um defensor do direito fundamental a um meio ambiente equilibrado para as presentes e futuras gerações.

Acesse a íntegra da cartilha aqui: https://revistaamazonia.com.br/wp-content/uploads/2025/09/c985c1f0-e741-445d-9bff-c2a57b91c391-2.pdf

Seu Bulldog Inglês pode ter problemas de pele se você não seguir esses 5 cuidados diários

Quem convive com um Bulldog Inglês sabe que ele é um companheiro carismático, de olhar cativante e comportamento tranquilo. Mas por trás de toda essa fofura existe uma fragilidade que muitos tutores ignoram: a pele desse cão é extremamente sensível e pode desenvolver sérias complicações se não houver uma rotina de cuidados diários. A boa notícia é que, com pequenas atitudes consistentes, é possível prevenir inflamações, coceiras, mau cheiro e até doenças mais graves.

Bulldog Inglês e a predisposição a problemas de pele

O Bulldog Inglês tem características únicas que o tornam especial, mas também vulnerável. Suas dobras faciais acumulam sujeira e umidade, criando um ambiente perfeito para a proliferação de fungos e bactérias. Além disso, a pele tende a ser mais oleosa e sensível a alergias alimentares e ambientais.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia Veterinária (SBDV), cães braquicefálicos, como o Bulldog Inglês, apresentam maior incidência de dermatites por contato e infecções cutâneas em comparação a outras raças. Um estudo publicado pelo Journal of Small Animal Practice também apontou que até 72% dos Bulldogs desenvolvem algum tipo de irritação ou lesão cutânea ao longo da vida.

Para evitar que isso aconteça, é fundamental adotar uma rotina preventiva com cinco cuidados diários simples, mas essenciais.

1. Higienização das dobras faciais

As rugas do rosto, que dão charme ao Bulldog, são também sua maior vulnerabilidade. Nesses sulcos, acumulam-se restos de comida, saliva e secreções, que podem causar mau odor e infecções.

A recomendação é limpar diariamente as dobras com lenços umedecidos específicos para pets ou gaze embebida em solução antisséptica suave. Depois, é essencial secar bem a região para evitar a umidade. Segundo a Embrapa Suínos e Aves, a umidade constante é um dos principais fatores para a proliferação de microrganismos nocivos.

2. Banhos frequentes, mas na medida certa

Dar banhos regulares é importante, mas o excesso pode retirar a camada de proteção natural da pele. O ideal é manter uma frequência quinzenal ou semanal, dependendo do estilo de vida do cão, sempre com shampoos dermatológicos indicados pelo veterinário.

O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) reforça que o uso de produtos inadequados, como shampoos humanos, pode agravar irritações e causar alergias severas. Por isso, escolher fórmulas neutras e específicas para cães de pele sensível é indispensável.

3. Alimentação balanceada para uma pele saudável

A pele reflete o que o animal consome. Bulldogs que se alimentam de rações de baixa qualidade ou restos de comida estão mais propensos a alergias e descamações. O ideal é optar por rações super premium, ricas em ômega 3, zinco e vitaminas do complexo B, nutrientes fundamentais para a saúde cutânea.

Estudos publicados na Revista Brasileira de Zootecnia confirmam que dietas ricas em ácidos graxos essenciais reduzem inflamações e aumentam a resistência da barreira cutânea em cães. Além disso, suplementos de óleo de peixe podem ser aliados importantes, sempre com orientação veterinária.

4. Escovação regular para remover resíduos

Escovar o pelo diariamente é mais do que uma questão estética. Essa prática remove sujeiras, células mortas e ajuda a identificar precocemente qualquer alteração na pele, como vermelhidão ou pontos de infecção.

Além disso, a escovação estimula a circulação sanguínea, promovendo a oxigenação dos tecidos e o fortalecimento dos folículos capilares. É uma rotina simples que pode ser feita em poucos minutos, mas faz enorme diferença na prevenção de dermatites.

5. Controle da exposição ao calor e umidade

O Bulldog Inglês sofre não só com a pele, mas também com o calor excessivo, devido à sua dificuldade respiratória característica da raça. Ambientes úmidos e quentes favorecem ainda mais os problemas cutâneos.

Manter o pet em locais arejados, com temperatura amena e longe de umidade constante é essencial. Após passeios em dias chuvosos ou banhos, secar completamente as áreas mais sensíveis, como dobras e patas, ajuda a evitar inflamações.

Outras medidas importantes para prevenir doenças

Além dos cinco cuidados diários, há outros pontos que merecem atenção: consultas regulares ao veterinário, exames dermatológicos quando indicados e uso de medicamentos preventivos contra pulgas e carrapatos. Esses parasitas, além de causar coceiras, podem desencadear dermatite alérgica, uma das condições mais comuns em Bulldogs.

Outro detalhe é observar constantemente o comportamento do cão. Coceiras frequentes, lambedura excessiva ou mau odor são sinais de alerta que indicam necessidade de avaliação imediata. Quanto mais cedo o diagnóstico, maior a chance de resolver o problema sem complicações.

Encerramento

Cuidar de um Bulldog Inglês exige atenção redobrada, mas também traz recompensas únicas. Seguir esses cinco cuidados diários garante não apenas uma pele saudável, mas também mais qualidade de vida para o seu companheiro. Afinal, ver um Bulldog feliz, confortável e sem coceiras é a prova de que cada gesto de cuidado vale a pena.

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5 Comportamentos estranhos dos gatos explicados pela ciência

Os gatos são criaturas fascinantes, cheias de personalidade e comportamentos que muitas vezes nos deixam intrigados. Quem nunca se perguntou por que o felino da casa insiste em se sentar em lugares estranhos ou derrubar objetos da mesa? Esses hábitos, que podem parecer apenas manias, têm explicações científicas que revelam muito sobre a natureza dos gatos. Neste artigo, vamos explorar cinco comportamentos estranhos dos gatos e o que a ciência tem a dizer sobre eles, trazendo curiosidades felinas que vão ajudar você a entender melhor seu amigo de quatro patas.

1. Sentar em posições estranhas, como humanos

Você já viu seu gato sentado com as patas traseiras esticadas, como se estivesse imitando uma pessoa? Esse comportamento, embora engraçado, tem raízes no conforto e na comunicação. Segundo estudos da Cornell Feline Health Center, os gatos escolhem posições que maximizam o relaxamento muscular. Sentar como humano permite que eles distribuam o peso de forma diferente, aliviando a pressão nas articulações.

siberian-cat-blue-eyes-elegant-armchair-83745 5 Comportamentos estranhos dos gatos explicados pela ciênciaAlém disso, essa postura pode ser uma forma de chamar atenção. Gatos são mestres em linguagem corporal, e uma posição inusitada muitas vezes é uma tentativa de interação com o dono. Eles percebem que essas atitudes despertam curiosidade e, consequentemente, recebem mais carinho ou brincadeiras. Então, da próxima vez que seu gato se sentar como um humano, ele pode estar apenas relaxando ou dizendo “ei, me nota!”

2. Derrubar objetos de propósito

Se você tem um gato, provavelmente já encontrou canetas, chaves ou até copos no chão, cortesia do seu felino. Esse comportamento, que pode parecer pura travessura, está ligado ao instinto de caça. De acordo com a ASPCA, gatos derrubam objetos para simular a captura de presas. O movimento de empurrar algo com a pata imita o ato de testar se a “presa” está viva ou reagirá.

Outro fator é a busca por atenção. Gatos aprendem rapidamente que derrubar algo faz barulho e, muitas vezes, faz o dono aparecer correndo. É uma estratégia eficaz para chamar a atenção, especialmente se o gato está entediado. Para reduzir esse comportamento, experimente oferecer brinquedos interativos que estimulem o instinto de caça, como varinhas com penas ou bolinhas.

3. Esconder-se em caixas e espaços apertados

Caixas de papelão, sacolas ou até gavetas pequenas são irresistíveis para os gatos. Esse amor por espaços apertados tem uma explicação científica. Um estudo publicado na revista Applied Animal Behaviour Science mostrou que gatos em ambientes fechados, como caixas, apresentam níveis reduzidos de estresse. A sensação de segurança proporcionada por um espaço confinado lembra os esconderijos que os felinos selvagens usam para se proteger de predadores ou observar presas.

Além disso, caixas ajudam na regulação térmica, já que o papelão é um bom isolante. Então, quando seu gato escolhe uma caixa minúscula para se espremer, ele está buscando conforto físico e emocional. Quer tornar o dia do seu gato ainda melhor? Deixe algumas caixas espalhadas pela casa e observe a diversão!

4. Fazer “massagem” com as patas (amassar)

Quem nunca se derreteu vendo um gato “amassando” um cobertor ou até o próprio dono com as patas? Esse comportamento, conhecido como “fazer biscoito”, remonta à infância dos felinos. Filhotes amassam o ventre da mãe para estimular a produção de leite. Conforme crescem, esse hábito persiste como uma forma de expressar conforto, segurança e afeto, segundo a PetMD.

Além disso, os gatos possuem glândulas odoríferas nas patas, e amassar pode ser uma maneira de marcar território, deixando seu cheiro em superfícies ou até em você. É como se seu gato estivesse dizendo “este lugar (ou pessoa) é meu!”. Esse comportamento é um sinal de que o gato está relaxado e confia no ambiente.

5. Miados noturnos ou “conversas” altas

Se seu gato começa a miar alto à noite ou parece “conversar” com você, ele pode estar tentando se comunicar de forma bem específica. Gatos domésticos desenvolveram miados complexos para interagir com humanos, algo que seus ancestrais selvagens raramente faziam. Um artigo da National Geographic explica que os gatos adaptaram seus vocalismos para imitar tons que chamam a atenção dos humanos, quase como o choro de um bebê.

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Saiba mais- O hábito simples que pode aumentar em anos a expectativa de vida do seu gato

Miados noturnos podem indicar fome, tédio ou até um pedido de atenção. Em gatos mais velhos, miados excessivos podem ser sinal de problemas de saúde, como hipertiroidismo ou desconforto. Se isso for recorrente, vale consultar um veterinário. Para gatos saudáveis, oferecer enriquecimento ambiental, como brinquedos ou janelas com vista para o exterior, pode reduzir esses “shows” noturnos.

Infográfico: 5 Comportamentos Estranhos dos Gatos e Suas Explicações

  • Sentar como humano: Busca por conforto e atenção.
  • Derrubar objetos: Instinto de caça e busca por interação.
  • Esconder-se em caixas: Redução de estresse e regulação térmica.
  • Amassar com as patas: Expressão de conforto e marcação de território.
  • Miados noturnos: Comunicação com humanos ou sinal de necessidades específicas.

Por que entender os comportamentos dos gatos é importante?

Compreender essas curiosidades felinas não é apenas uma forma de se encantar com os gatos, mas também de melhorar a relação com eles. Cada comportamento estranho é uma janela para a mente do seu felino, revelando suas necessidades e emoções. Ao observar e responder a esses hábitos, você pode criar um ambiente mais enriquecedor e saudável para seu gato.

Por exemplo, se seu gato derruba objetos com frequência, pode ser um sinal de que ele precisa de mais estímulos. Brinquedos interativos, como os recomendados pela Humane Society, podem canalizar esse instinto de caça. Da mesma forma, oferecer esconderijos ou caixas pode ajudar um gato estressado a se sentir mais seguro.

Curiosidades felinas que vão além

Os gatos têm muito mais a nos ensinar. Além desses cinco comportamentos, eles também são conhecidos por outras peculiaridades, como perseguir luzes refletidas ou ignorar brinquedos caros para brincar com uma simples tampa de garrafa. Essas atitudes reforçam o quanto os gatos são movidos por instinto, curiosidade e uma pitada de personalidade única.

Se você quer mergulhar ainda mais no universo felino, sites como a International Cat Care oferecem recursos incríveis sobre comportamento e bem-estar felino. Além disso, observar seu gato com atenção e paciência é a melhor forma de decifrar suas manias e fortalecer o vínculo entre vocês.

ragdoll-cat-sick-owner-cozy-bed-48327 5 Comportamentos estranhos dos gatos explicados pela ciênciaOs comportamentos estranhos dos gatos são mais do que simples quirks — eles são reflexos de sua biologia, instintos e emoções. Desde sentar como humano até miar no meio da noite, cada atitude tem uma explicação que nos ajuda a entender melhor esses animais incríveis. Ao conhecer essas curiosidades felinas, você não só se diverte, mas também se torna um tutor mais atento e preparado para atender às necessidades do seu gato.

Quer compartilhar alguma mania engraçada do seu felino? Ou talvez você tenha descoberto outras curiosidades felinas que gostaria de explorar? Deixe seu comentário e continue acompanhando para mais dicas sobre o fascinante mundo dos gatos!

 

A China braça a sustentabilidade enquanto os EUA recuam, afirma presidente da COP30

A corrida pela liderança global no combate às mudanças climáticas revela uma dicotomia fascinante entre as duas maiores economias do mundo: os Estados Unidos e a China. Enquanto o governo de Donald Trump adota uma postura de recuo em relação aos compromissos climáticos, a China avança com determinação, enxergando na agenda de sustentabilidade uma oportunidade econômica e tecnológica. Essa dinâmica, segundo o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, que ocorrerá em Belém, no Pará, desenha um cenário de tensões e oportunidades que molda o futuro do planeta.

Para Corrêa do Lago, a atual política norte-americana de distanciamento de acordos como o Acordo de Paris não é apenas uma questão ideológica; é uma decisão com profundas implicações econômicas. Em uma conferência na Universidade de Columbia, em Nova York, o embaixador destacou que a relutância dos EUA em combater as mudanças climáticas está diretamente ligada aos interesses de setores tradicionais da economia, como o de combustíveis fósseis. Essa abordagem tem gerado consequências visíveis, como a diminuição do engajamento de grupos financeiros em projetos de energia limpa e o desvio de recursos de agendas ambientais para outras prioridades, como orçamentos de defesa na Europa.

A postura de Trump, vista por muitos como uma reversão de políticas progressistas em diversas áreas, incluindo saúde pública e comércio, encontra forte oposição. No entanto, o embaixador ressalta que as reações a essas mudanças ainda estão em estágios iniciais. “O presidente Trump está fazendo coisas surpreendentes em muitas áreas. Você tem o tema da vacina, o tema da guerra, o tema do clima. Você tem tantos temas que estão sendo muito questionados por esse governo e eu acho que está todo mundo ainda meio num efeito de início de governo. Pouco a pouco, vai começar a ter certas reações e certas consequências”, pontuou.

Essa dinâmica geopolítica coloca a China em um papel de protagonista na agenda climática. Diferentemente dos EUA, o gigante asiático abraçou a sustentabilidade não apenas como uma obrigação, mas como uma estratégia de crescimento. A China tem investido pesadamente em tecnologias verdes, como a produção de painéis solares, veículos elétricos e baterias, tornando-se líder global nessas frentes. Essa abordagem não apenas impulsiona a inovação e cria novos mercados, mas também posiciona o país como um defensor proeminente do clima, em contraste com o tradicional papel de maior poluidor do mundo.

whatsapp_image_2023-04-14_at_7.38.15_am-1-400x492 A China braça a sustentabilidade enquanto os EUA recuam, afirma presidente da COP30
Reprodução

SAIBA MAIS: China declara apoio decisivo ao Brasil para COP30 em Belém

“A gente está diante de uma situação interessante, porque a China abraçou essa agenda e está com as tecnologias mais avançadas e com os resultados mais impressionantes”, disse Corrêa do Lago. Ele descreve a situação como um contraste entre as duas maiores economias: uma acelerando em direção à sustentabilidade, por ter percebido os benefícios econômicos dessa transição, e a outra pisando no freio para favorecer a economia baseada em combustíveis fósseis.

Apesar da saída dos EUA, o embaixador lembra que o Acordo de Paris continua robusto, sem que nenhuma outra nação tenha seguido o exemplo americano. Essa resiliência do acordo, somada à liderança chinesa, sugere que a transição energética global é um movimento inexorável, independentemente das políticas de um único país. A COP30, que acontecerá na Amazônia, um dos biomas mais importantes para o equilíbrio climático, será um palco crucial para demonstrar essa determinação global.

No entanto, o evento em Belém enfrenta seus próprios desafios. Corrêa do Lago mencionou as dificuldades logísticas e o custo de hospedagem, que têm disparado na cidade. Segundo ele, enquanto em outras COPs os preços dobram ou triplicam, em Belém eles chegam a ser 10 ou 15 vezes mais caros. “A coisa é que os preços realmente são inexplicáveis”, afirmou, apontando que esse obstáculo pode afetar a participação de algumas delegações, embora a expectativa seja de que todos os países estejam representados, mesmo que com um número menor de membros.

A dicotomia entre a China e os EUA, a resistência do Acordo de Paris e os desafios de sediar a COP30 na Amazônia compõem um cenário complexo e cheio de nuances. O que é certo, no entanto, é que a transição para uma economia de baixo carbono não é apenas uma necessidade ambiental, mas também uma nova fronteira para a disputa de poder e influência global.

Como a Floresta Secreta de Itaipu Garante a Energia do Futuro

Quando se pensa na Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional, a imagem que vem à mente é a de uma monumental muralha de concreto e aço, uma das maiores obras de engenharia do mundo, domando as águas do Rio Paraná para gerar energia limpa. O que poucos sabem é que a verdadeira chave para a longevidade e eficiência dessa gigante não está apenas em suas turbinas, mas em um coração vivo e pulsante que a rodeia: uma floresta de 30 mil hectares que, ao longo de 40 anos, se tornou um dos mais bem-sucedidos casos de regeneração ambiental do país.

Um inventário florestal inédito, divulgado recentemente pela usina em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), revelou a dimensão dessa transformação. Onde antes havia apenas 139 espécies de árvores plantadas para proteger as margens do reservatório, hoje prosperam 397 espécies. A diversidade praticamente triplicou. O que começou como um cinturão protetor se converteu em uma floresta madura e complexa, com 1.300 quilômetros de extensão, abrigando desde majestosos ipês e jequitibás até uma infinidade de árvores frutíferas que alimentam a fauna local.

Essa floresta não é um mero projeto paisagístico; ela é uma infraestrutura estratégica, um escudo biológico que garante a matéria-prima essencial para a usina: a água. Como explica Enio Verri, diretor-geral brasileiro de Itaipu, a conservação é um investimento direto na perenidade do negócio. “Ações como essas […] garantem a disponibilidade de nossa matéria-prima, a água, para que continuemos gerando energia por mais de 190 anos adiante”, afirma.

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Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

SAIBA MAIS: A árvore amazônica que resiste ao fogo e pode salvar florestas inteiras da destruição

A lógica é pragmática e cientificamente comprovada. A vegetação densa funciona como uma barreira natural, filtrando a água e impedindo que sedimentos e detritos cheguem ao lago. Mais importante ainda, suas raízes estabilizam o solo das margens, combatendo a erosão. A erosão é o inimigo silencioso das hidrelétricas, pois o acúmulo de sedimentos no fundo do reservatório (assoreamento) diminui sua capacidade de armazenamento e, consequentemente, sua vida útil. Ao investir no verde, Itaipu está, na prática, comprando décadas de operação futura.

Mas o papel dessa floresta vai muito além da proteção do reservatório. Ela se tornou uma artéria vital para a biodiversidade da Mata Atlântica. Estrategicamente posicionada, essa faixa de mata ciliar funciona como uma ponte verde, um corredor ecológico que conecta duas das mais importantes unidades de conservação do sul do Brasil: o famoso Parque Nacional do Iguaçu, ao sul, e o Parque Nacional de Ilha Grande, ao norte. Essa conexão permite o fluxo de animais e a troca genética entre populações de espécies, muitas delas ameaçadas, impedindo que fiquem isoladas e mais vulneráveis à extinção.

A parceria com a Embrapa Florestas, vinculada ao Ministério da Agricultura e Pecuária, marca uma nova fase para essa floresta. Após 40 anos dedicados ao plantio e à restauração de áreas que, em meados do século 20, eram dominadas pela agricultura, o foco agora muda da implantação para a gestão. “A gente não tem mais o que plantar. A gente precisa fazer a gestão e verificar se tem algo que a gente pode fazer […] para aproximá-la do que seria uma vegetação nativa”, explica Luis Cesar Rodrigues da Silva, técnico de Itaipu.

O objetivo é criar um plano de manejo para os próximos 40 anos, utilizando tecnologia de ponta, como drones e sensoriamento remoto, para estimar o carbono estocado nas árvores e analisar indicadores de saúde do ecossistema, como a atividade de minhocas e enzimas no solo. Trata-se de uma transição da restauração em larga escala para uma “jardinagem” de precisão, visando a perpetuidade dos serviços ecossistêmicos que a floresta oferece gratuitamente.

Esses serviços, como ressalta a pesquisadora Maria Augusta Doetzer Rosot, da Embrapa, beneficiam toda a sociedade. A floresta regula o microclima, purifica o ar, protege nascentes, abriga insetos polinizadores essenciais para a agricultura vizinha e confere beleza cênica à paisagem. Em um mundo que busca desesperadamente soluções para a crise climática, Itaipu demonstra na prática que a infraestrutura humana e a natureza não precisam ser inimigas. Ao contrário, podem formar uma aliança simbiótica onde uma fortalece a outra, garantindo que as luzes continuem acesas nas casas de milhões de brasileiros, alimentadas pela força das águas e protegidas pela resiliência da floresta.

Como cultivar hortelã em casa sem deixá-la invadir o jardim

A hortelã é uma das ervas mais populares para se ter em casa. Seu aroma refrescante e versatilidade na cozinha — de chás a molhos — fazem dela uma ótima escolha para quem quer começar uma horta. No entanto, ela tem fama de ser “invasora”, espalhando-se rapidamente e tomando conta do jardim. Mas não se preocupe! Com algumas técnicas simples, é possível cultivar hortelã em vasos ou em jardins controlados, mantendo-a sob controle. Neste guia, você aprenderá tudo sobre como plantar hortelã em casa e os principais cuidados com hortelã para garantir uma planta saudável e um jardim organizado.

Por que cultivar hortelã em casa?

Antes de mergulharmos nas dicas práticas, vale entender por que a hortelã é tão especial. Além de ser fácil de cultivar, ela tem benefícios incríveis:

  • Versatilidade — Use em receitas, chás, drinks ou até como repelente natural de insetos.
  • Baixa manutenção — A hortelã é resistente e se adapta bem a diferentes climas.
  • Beleza — Suas folhas verdes trazem vida a qualquer espaço, seja na varanda ou na cozinha.
  • Aroma — O perfume da hortelã é relaxante e pode melhorar o ambiente da sua casa.

Se você está começando sua jornada na jardinagem, a hortelã é uma excelente escolha. Mas, para evitar que ela domine seu jardim, é essencial planejar o cultivo. Vamos ao passo a passo!

Escolhendo o melhor lugar para plantar hortelã

A hortelã gosta de ambientes com luz indireta ou sol parcial. Ela não precisa de sol pleno o dia todo, mas algumas horas de luz natural são ideais. Se você mora em um apartamento, uma janela ensolarada ou uma varanda são perfeitas. Para quem tem quintal, escolha um local com sombra parcial, especialmente se o clima for quente.

hortela-a-erva-mais-facil-de-cultivar-casa.com-unsplash-6-eleanor-chen Como cultivar hortelã em casa sem deixá-la invadir o jardim
Vaso com hortelã verde vibrante

Evite áreas onde a hortelã possa se espalhar livremente pelo solo, a menos que você use barreiras específicas (falaremos disso mais adiante). A chave para o sucesso é o controle desde o início.

Plantar em vasos ou no jardim?

Para evitar que a hortelã se torne invasora, a melhor opção é cultivá-la em vasos. Isso facilita o controle do crescimento e permite movê-la conforme necessário. Se preferir plantá-la diretamente no jardim, use técnicas para limitar suas raízes, como barreiras físicas ou canteiros elevados.

Algumas dicas para escolher entre vasos e jardim:

  • Vasos — Ideais para apartamentos ou espaços pequenos. Escolha vasos com pelo menos 20 cm de profundidade e furos de drenagem.
  • Jardim controlado — Use barreiras de plástico ou metal enterradas no solo (pelo menos 30 cm de profundidade) para conter as raízes.

Passo a passo para plantar hortelã em casa

Agora que você sabe onde plantar, vamos ao guia prático de como plantar hortelã em casa. Siga estas etapas para garantir uma planta saudável:

1. Escolha a variedade de hortelã

Existem várias tipos de hortelã, cada um com características únicas. As mais comuns são:

  • Hortelã-pimenta (Mentha piperita) — Ideal para chás e receitas, com sabor intenso.
  • Hortelã-verde (Mentha spicata) — Perfeita para culinária, com sabor mais suave.
  • Hortelã-chocolate — Tem um leve toque adocicado, ótimo para sobremesas.

Escolha a variedade que mais combina com seu gosto e uso. Você pode encontrar mudas ou sementes em lojas de jardinagem ou online, como no site Isla Sementes.

2. Prepare o vaso ou canteiro

Se optar por vasos, escolha um com diâmetro de 25 a 30 cm para dar espaço às raízes. Para o solo, use uma mistura leve e bem drenada:

  • 50% terra vegetal
  • 30% composto orgânico ou húmus de minhoca
  • 20% areia ou perlita para melhorar a drenagem

Certifique-se de que o vaso tenha furos no fundo para evitar acúmulo de água, que pode apodrecer as raízes.

3. Plante a hortelã

Você pode começar com sementes ou mudas. As mudas são mais rápidas, enquanto as sementes exigem mais paciência. Para plantar:

  1. Coloque uma camada de pedrinhas ou argila expandida no fundo do vaso para drenagem.
  2. Adicione a mistura de solo preparada.
  3. Se usar mudas, faça um buraco no centro, coloque a muda e cubra as raízes com terra, pressionando levemente.
  4. Se usar sementes, espalhe-as na superfície e cubra com uma fina camada de terra (cerca de 0,5 cm).
  5. Regue com cuidado para manter o solo úmido, mas não encharcado.

4. Regue e cuide da planta

A hortelã gosta de solo levemente úmido. Regue 2 a 3 vezes por semana, dependendo do clima. Em dias quentes, verifique se o solo está seco antes de regar novamente. Evite molhar as folhas diretamente para prevenir fungos.

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Adube a cada 2 meses com um fertilizante orgânico, como bokashi, para manter a planta saudável.

Como evitar que a hortelã invada o jardim

A hortelã é conhecida por suas raízes agressivas, que se espalham rapidamente pelo solo. Para evitar que ela tome conta do seu jardim, siga estas dicas:

Infográfico — Dicas para controlar o crescimento invasivo da hortelã

  • Use vasos — Cultivar em vasos é a forma mais simples de conter as raízes.
  • Barreiras no solo — Enterre uma barreira de plástico ou metal ao redor do canteiro, com pelo menos 30 cm de profundidade.
  • Canteiros elevados — Plante em canteiros elevados para isolar as raízes do restante do jardim.
  • Podas regulares — Corte os ramos que começam a se espalhar para limitar o crescimento.
  • Monitoramento — Verifique regularmente se há novos brotos fora da área desejada e remova-os imediatamente.

Cuidados essenciais com a hortelã

Além de controlar o crescimento, outros cuidados garantem que sua hortelã permaneça saudável e produtiva. Aqui estão os principais pontos de atenção:

1. Poda regular

Podar a hortelã estimula o crescimento de novas folhas e evita que ela fique “desajeitada”. Corte os ramos mais longos a cada 3-4 semanas, sempre acima de um par de folhas, para incentivar o crescimento. Use as folhas podadas na cozinha!

2. Controle de pragas

A hortelã é resistente, mas pode atrair pulgões ou cochonilhas. Se notar pragas, use uma solução de água com sabão neutro (1 colher de sopa de sabão para 1 litro de água) e aplique com um borrifador. Para métodos naturais, confira o site Jardim das Ideias.

3. Replantio periódico

A cada 1-2 anos, replante a hortelã em um novo vaso com solo fresco. Isso evita que as raízes fiquem compactadas e garante a vitalidade da planta.

4. Proteção no inverno

Em regiões frias, proteja a hortelã no inverno, trazendo os vasos para dentro de casa ou cobrindo as plantas no jardim com uma manta térmica. A hortelã suporta temperaturas baixas, mas geadas intensas podem prejudicá-la.

Como usar sua hortelã

Depois de cultivar sua hortelã, é hora de aproveitá-la! Aqui estão algumas ideias:

  • Chás — Ferva água, adicione 5-6 folhas frescas e deixe em infusão por 5 minutos.
  • Receitas — Use em saladas, molhos (como o de hortelã para carneiro) ou sobremesas.
  • Drinks — Experimente em mojitos ou sucos refrescantes.
  • Repelente natural — Coloque ramos de hortelã em áreas com formigas ou mosquitos.

Para mais inspirações, veja receitas com hortelã no site Tastemade Brasil.

Dicas finais para o sucesso

Cultivar hortelã em casa é uma atividade gratificante e acessível, mesmo para iniciantes. Com os cuidados certos, você terá uma planta vibrante e cheia de vida, sem o risco de ela invadir seu jardim. Lembre-se de:

  • Escolher vasos ou barreiras para conter as raízes.
  • Manter o solo úmido, mas bem drenado.
  • Podar regularmente para estimular o crescimento.
  • Aproveitar as folhas frescas em receitas e chás.

Com essas dicas, sua hortelã será um sucesso! Se quiser aprender mais sobre jardinagem, confira o site Minhas Plantas, da jardineira Carol Costa, com conteúdo incrível para iniciantes e experientes.

Perguntas frequentes sobre como cultivar hortelã

1. Posso plantar hortelã a partir de um ramo comprado no mercado?
Sim! Coloque o ramo em um copo com água até que raízes apareçam (cerca de 7-10 dias) e depois plante em um vaso.

2. A hortelã precisa de muito sol?
Ela prefere sol parcial, cerca de 3-4 horas por dia. Luz indireta também funciona bem.

3. Por que minha hortelã está murchando?
Pode ser excesso de água ou falta de drenagem. Verifique o solo e reduza as regas se estiver encharcado.

Agora que você sabe tudo sobre como plantar hortelã em casa e os cuidados com hortelã, é hora de colocar a mão na terra! Se precisar de mais dicas, deixe um comentário ou explore outros guias de jardinagem. Boa sorte com sua horta!

 

Mais que um dia, um plano: como o Amazonas constrói um futuro onde a floresta em pé vale mais

No coração da maior floresta tropical do mundo, o Dia da Árvore, celebrado em 21 de setembro, transcende o simbolismo de um simples plantio. É uma data que impõe uma reflexão profunda e pragmática sobre o maior desafio da região: como conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação de um patrimônio natural insubstituível? A resposta, defendida e regulamentada pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), está em uma abordagem que enxerga a floresta não como um obstáculo, mas como a própria base de uma economia sustentável e justa.

Trata-se do manejo florestal sustentável, uma ciência e uma filosofia de trabalho que permite a extração de madeira e outros produtos da floresta de forma planejada, controlada e responsável. Longe da imagem predatória da exploração ilegal, essa prática funciona como uma coreografia cuidadosa, na qual a intervenção humana é calculada para garantir que a floresta mantenha sua vitalidade, sua biodiversidade e sua capacidade de se regenerar. É a colheita inteligente que assegura a safra de amanhã.

O Ipaam atua como o guardião desse equilíbrio, orientando empreendedores e produtores rurais a trilharem o caminho da legalidade e da sustentabilidade. Conforme destaca o diretor-presidente do órgão, Gustavo Picanço, os benefícios dessa abordagem se desdobram em múltiplas frentes. “O manejo florestal sustentável contribui para a conservação da biodiversidade, protege o solo e os recursos hídricos, e ajuda a mitigar as mudanças climáticas”, afirma. Do ponto de vista ambiental, cada hectare manejado corretamente continua a prestar serviços ecossistêmicos vitais, como a fixação de carbono e a regulação dos ciclos de chuva.

Ipaam_Manejo-florestal-no-Amazonas_Foto-4-Arquivo-Ipaam-21-09-2025-1024x665-1-400x260 Mais que um dia, um plano: como o Amazonas constrói um futuro onde a floresta em pé vale mais
Divulgação – Ipaam

SAIBA MAIS: Por que a floresta Amazônica pode se transformar em savana mais cedo do que imaginamos?

Economicamente, o impacto é transformador. Ao invés de uma economia baseada na destruição, cria-se uma bioeconomia robusta, que gera empregos e renda para as comunidades locais, atrai investimentos privados e garante um fornecimento contínuo de matéria-prima para a indústria. Socialmente, o manejo fortalece a gestão participativa, empoderando os povos da floresta e melhorando sua qualidade de vida, consolidando-os como os principais guardiões do recurso que lhes provê o sustento.

Essa prática não opera em um vácuo legal. Pelo contrário, é sustentada por uma arquitetura jurídica robusta. A base é a Lei Federal nº 12.651/2012, o Código Florestal, que dita as regras gerais para a proteção da vegetação nativa no país. Em nível estadual, o Amazonas aprimorou a regulamentação através da Resolução nº 35/2022 do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Cemaam), que detalha os procedimentos técnicos para a elaboração e aprovação dos Planos de Manejo Florestal Sustentável (PMFS). A legislação é clara e as penalidades são severas: um decreto recente estabelece multas de R$ 1.000 por hectare para infrações, reforçando que a ilegalidade não compensa.

Mas como funciona na prática? A coordenadora da Gerência de Controle Florestal (GECF) do Ipaam, Crystianne Bentes, explica que o papel do Instituto é multifacetado: licenciar, monitorar e fiscalizar. A jornada para a exploração legal começa com um portal digital, onde o empreendedor solicita uma autorização prévia. Em seguida, é submetido um plano técnico minucioso, que inclui um inventário completo das espécies, o volume a ser explorado e as técnicas de mínimo impacto que serão utilizadas.

Para garantir a transparência e a rastreabilidade, todo o processo é integrado ao Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (Sinaflor), do governo federal. Essa ferramenta confere um “DNA digital” à madeira, permitindo que cada tora seja monitorada desde o seu ponto de corte na floresta até o seu destino final na serraria ou no porto. É um sistema poderoso que fecha as portas para o comércio de madeira de origem ilegal, separando claramente os produtores responsáveis daqueles que operam à margem da lei.

Neste Dia da Árvore, a mensagem do Ipaam é clara: a verdadeira celebração da floresta amazônica não está apenas em protegê-la de forma intocável, mas em aprender a conviver com ela de forma inteligente e produtiva. O manejo florestal sustentável é o caminho para que as árvores do Amazonas continuem a crescer, a sustentar a vida e a gerar um futuro próspero para as gerações presentes e futuras.

As artérias invisíveis do céu: a surpreendente verdade sobre a fábrica de chuvas da Amazônia

Sobrevoando a imensidão verde da Amazônia, não se veem todas as suas águas. Além dos rios sinuosos que cortam o solo, existem outros, invisíveis e poderosos, que fluem na atmosfera. São os chamados “rios voadores”, colossais correntes de vapor que nascem da floresta e viajam milhares de quilômetros, irrigando o coração agrícola e os grandes centros urbanos do Brasil. Por décadas, a existência desse fenômeno foi conhecida, mas um mistério persistia: como, durante a longa estação seca, a floresta conseguia exalar umidade suficiente para manter essas artérias celestes pulsando?

A resposta, revelada em um estudo inovador liderado por pesquisadores da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, é mais surpreendente do que se imaginava. Publicada na prestigiada revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), a pesquisa desmantela a antiga crença de que as árvores amazônicas, na estiagem, dependiam de reservas de água profundas, guardadas no solo desde a estação chuvosa. A realidade é muito mais dinâmica e urgente: a floresta recicla a pouca chuva que cai durante a própria seca com uma velocidade e eficiência impressionantes.

Imagine a floresta como um organismo que respira. A chuva da estação seca mal toca o solo e já é absorvida pelas raízes mais superficiais. Em um ciclo vertiginoso, essa água sobe pelos troncos e é liberada na atmosfera através da transpiração das folhas, formando as nuvens que logo se tornarão novas chuvas. O estudo, realizado na Floresta Nacional do Tapajós em 2021, descobriu que, nas colinas, 69% da água transpirada pelas árvores vinha dessa fonte recente e superficial. A Amazônia não apenas armazena água; ela a processa e a devolve ao céu em tempo real, sustentando a si mesma e ao clima de um continente inteiro.

desmatamento-e-queimada-em-floresta-400x266 As artérias invisíveis do céu: a surpreendente verdade sobre a fábrica de chuvas da Amazônia
Bruno Kelly/Amazônia Real/Wikimedia Commons

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Para desvendar esse mecanismo, os cientistas mergulharam na fisiologia das árvores, focando em uma característica crucial: a resistência ao embolismo. Pense nos canais que transportam água dentro de uma árvore (o xilema) como um sistema de encanamentos. Em períodos de seca, a tensão para sugar a pouca umidade do solo aumenta, criando o risco de que bolhas de ar entrem nesses canais, bloqueando o fluxo — um fenômeno chamado embolismo, que pode ser fatal para a planta. O estudo revelou uma correlação direta e inédita: as espécies de árvores com maior resistência a esse “entupimento” são justamente as mais eficientes em utilizar a água superficial e recente. Elas são as verdadeiras heroínas da estação seca, mantendo a fábrica de chuvas em operação mesmo sob estresse hídrico extremo.

Essa descoberta, no entanto, carrega um aviso sombrio. O delicado mecanismo de reciclagem hídrica que sustenta os rios voadores é diretamente ameaçado pelo desmatamento. Cada árvore derrubada é uma pequena engrenagem removida dessa imensa máquina climática. Menos árvores significam menos transpiração, o que enfraquece a formação de nuvens locais, intensifica a seca e, consequentemente, diminui o volume de umidade exportado para outras regiões. O que acontece na Amazônia não fica na Amazônia; a seca no Sudeste, a crise hídrica no Centro-Oeste e a estabilidade do agronegócio estão intrinsecamente ligadas à saúde dessas árvores resistentes.

O avanço da fronteira agrícola, a mineração ilegal e políticas ambientais frágeis, como as flexibilizações no licenciamento, atuam como uma força que sabota sistematicamente esse sistema. Estamos empurrando a floresta para um ponto de inflexão. As árvores mais resistentes possuem um limite fisiológico. Se a seca se tornar severa demais, ou longa demais, nem mesmo elas conseguirão manter o fluxo de água. O colapso desse ciclo pode iniciar uma transição catastrófica, onde a floresta úmida começa a dar lugar a uma vegetação mais seca, incapaz de gerar a mesma quantidade de chuva.

Às vésperas da COP30, que será realizada em Belém, o estudo da Universidade da Colúmbia Britânica oferece uma mensagem inequívoca aos líderes globais: a preservação da Amazônia é uma questão de segurança hídrica e climática global. A ciência agora demonstra que a resiliência da floresta está nos seus processos mais rápidos e superficiais, que são também os mais vulneráveis à ação humana. A máxima “sem floresta, não há chuva, e sem chuva, não há floresta” nunca foi tão precisa e alarmante. Proteger a Amazônia é proteger as artérias invisíveis que garantem a vida muito além de suas fronteiras.

A memória da fumaça: como a crise de 2023 impulsionou a nova estratégia de proteção ambiental do Amazonas

As cinzas que cobriram Manaus em 2023 não apenas turvaram o céu, mas também deixaram uma marca profunda na consciência coletiva e na política ambiental do estado. Daquela crise, nascida em meio à fumaça e à emergência climática, germinou uma resposta robusta que agora toma forma. Na última sexta-feira, 19 de setembro, o Conselho Estadual de Meio Ambiente do Amazonas (Cemaam) deu luz verde ao projeto “Amazonas Protegido: Controle Ambiental em Ação”, uma iniciativa que promete redefinir a forma como o estado combate o desmatamento ilegal e as queimadas não autorizadas.

Aprovado durante a 117ª Reunião Ordinária do conselho, o projeto, apresentado pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), é mais do que um plano de ação; é a materialização de um aprendizado doloroso. Raquel Said, secretária executiva de Meio Ambiente, relembrou a urgência daquele momento. “Eu me lembro de 2023, com aquele problema difícil das queimadas e a fumaça que tomou conta de Manaus. Foi aqui, numa das plenárias do Cemaam, que discutimos a possibilidade de o Fema apoiar projetos do Estado”, destacou ela. A fala revela que a nova estratégia não é uma reação tardia, mas uma política pública forjada no calor da crise, com o objetivo de evitar que o cenário se repita.

WhatsApp-Image-2025-09-19-at-14.12.19-1024x678-1-400x265 A memória da fumaça: como a crise de 2023 impulsionou a nova estratégia de proteção ambiental do Amazonas
FOTOS: José Narbaes/Ipaam

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Financiado com recursos do Fundo Estadual de Meio Ambiente (Fema-AM), o “Amazonas Protegido” se assenta sobre uma base dupla e estratégica: a prevenção pela educação e a dissuasão pela força da lei. Por um lado, a iniciativa investirá na produção de 36 conteúdos audiovisuais e na realização de 20 oficinas de sensibilização. O objetivo é claro: transformar a mentalidade local, engajando as comunidades como primeiras guardiãs da floresta. Essa abordagem reconhece que a vigilância ambiental mais eficaz é aquela que conta com o apoio e a participação ativa de quem vive na região, compreendendo que a floresta em pé é sinônimo de qualidade de vida e sustento.

Por outro lado, o projeto desenha uma linha firme contra a criminalidade ambiental. Estão previstas 40 operações de fiscalização, concentradas em 20 municípios considerados prioritários. O foco geográfico não é aleatório, mirando a Região Metropolitana de Manaus, pressionada pela expansão urbana desordenada, e o sul do estado, uma fronteira crítica de avanço do agronegócio e do desmatamento. Para executar essa tarefa complexa, foi montada uma verdadeira força-tarefa interinstitucional. A parceria une a expertise técnica do Ipaam e da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) à capacidade operacional do Batalhão de Policiamento Ambiental (BPAmb), da Delegacia Especializada em Crimes contra o Meio Ambiente e Urbanismo (Dema) e do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM).

Essa aliança estratégica é, talvez, o maior trunfo do projeto. Gustavo Picanço, diretor-presidente do Ipaam, enfatizou a importância dessa união. “Estamos celebrando não apenas a aprovação de um projeto, mas um passo concreto na intensificação da fiscalização e da educação ambiental. O apoio do Conselho reforça a importância da integração entre instituições para proteger nossas florestas”, afirmou. A sua visão ressalta que a complexidade dos crimes ambientais na Amazônia exige uma resposta coordenada, onde a inteligência policial, a fiscalização administrativa e a capacidade de combate a incêndios atuam em perfeita sincronia.

A reunião do Cemaam também serviu de palco para outras pautas que complementam o cenário ambiental do estado, como a apresentação sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR), ferramenta essencial para o monitoramento e regularização de propriedades rurais. Além disso, foram destacados os resultados do programa “Recicla, Galera!”, uma iniciativa da Sema que transforma o tradicional Festival de Parintins em um exemplo de sustentabilidade. Ao aliar a maior festa cultural da região a uma competição de reciclagem entre as torcidas, o programa não só gera renda para catadores e melhora a gestão de resíduos, mas também demonstra como a conscientização ambiental pode ser integrada a todos os aspectos da vida amazônica.

Em última análise, o “Amazonas Protegido” representa uma virada de página. É o reconhecimento de que a defesa da Amazônia não pode ser apenas reativa. Exige planejamento, investimento em inteligência, educação contínua e, acima de tudo, uma cooperação inabalável entre os diferentes braços do Estado. O sucesso desta iniciativa será medido não apenas pela redução dos índices de desmatamento e queimadas, mas pela capacidade de construir um futuro onde a fumaça de 2023 permaneça apenas como uma lembrança do caminho que não se deve mais trilhar.

Hospitais do Pará estruturam rede de saúde para garantir segurança durante a COP30

A cidade de Belém se prepara para viver um momento histórico em novembro de 2025, quando receberá a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). Mais do que infraestrutura urbana e logística, o evento exige do Estado uma resposta sólida na área da saúde. Por isso, a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), em parceria com o Ministério da Saúde, elaborou um plano estratégico capaz de garantir assistência ágil, organizada e de qualidade a todos os participantes e à população local durante os dias da conferência.

O planejamento combina prevenção, triagem e atendimento hospitalar em diferentes níveis de complexidade. A rede inclui desde postos de pronto atendimento instalados nos espaços do evento até a definição de hospitais estaduais de referência para casos clínicos e emergenciais. A estrutura foi pensada para funcionar de forma integrada, com fluxos testados em grandes eventos internacionais, garantindo rapidez e segurança em qualquer situação.

Uma rede de apoio integrada

A secretária estadual de Saúde, Ivete Gadelha, destacou que a força do plano está na articulação entre os diferentes níveis de atendimento. Segundo ela, “a integração entre hospitais estaduais, municipais e unidades complementares é o que assegura a capacidade de resposta rápida a qualquer demanda. Essa estrutura mostra o cuidado do Governo do Pará em manter a tranquilidade do evento e a qualidade assistencial para todos”.

Sete hospitais estaduais foram designados como referência durante a COP30:

  • Hospital da Mulher do Pará (HMPA)

  • Hospital Jean Bitar (HJB)

  • Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE)

  • Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS)

  • Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV)

  • Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMPA)

  • Pronto Socorro Dr. Roberto Macedo (PSRM)

Essas unidades estarão preparadas para acolher desde casos de urgência até situações de média e alta complexidade. Além disso, mantêm protocolos de emergência revisados e equipes especializadas em constante treinamento.

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Foto: Pedro Guerreiro/Ag. Pará

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Vozes da rede hospitalar

Cada hospital terá um papel estratégico na engrenagem de atendimento. A diretora-geral do Hospital da Mulher, Nelma Machado, enfatizou o compromisso da unidade com a assistência às mulheres, especialmente em situações de emergência ginecológica ou em casos de violência sexual e doméstica.

Já Aline Oliveira, diretora do HRAS, lembrou que a instituição conta com a certificação Acreditado – ONA1, concedida pela Organização Nacional de Acreditação, um dos mais relevantes reconhecimentos em qualidade hospitalar no Brasil. Para ela, o hospital reforçará sua vocação de cuidado seguro e qualificado, beneficiando tanto a população paraense quanto os visitantes internacionais.

Rede municipal e complementar

A rede de urgência e emergência da Prefeitura de Belém também terá papel essencial no atendimento. Unidades municipais estão integradas ao plano estadual e atuarão em sinergia para ampliar a capacidade de resposta. A secretária adjunta de Políticas Públicas da Sespa, Heloísa Guimarães, destacou que equipes já estão treinadas para lidar com diferentes cenários. “Nos preparamos com responsabilidade, porque sabemos que a COP30 demanda excelência em cada detalhe, inclusive no cuidado à saúde”, afirmou.

Durante a conferência, Postos de Atendimento Médico (PAM) funcionarão como primeira porta de entrada, oferecendo triagem e atendimento inicial. Quando houver necessidade, os casos mais graves serão direcionados de ambulância para os hospitais de referência. O encaminhamento será coordenado pela Central de Regulação, que avaliará especialidades, complexidade e proximidade, assegurando que cada paciente receba atenção no local mais adequado.

Atendimento a delegações internacionais

Além da rede pública, unidades privadas de excelência também terão papel de destaque no atendimento às delegações oficiais e chefes de Estado. O Hospital Porto Dias e o Hospital Adventista de Belém foram selecionados como referências para casos de alta complexidade envolvendo visitantes estrangeiros. Ambos já possuem infraestrutura moderna, equipes bilíngues e experiência no acolhimento de pacientes internacionais.

O esforço do Pará em estruturar uma rede hospitalar integrada e multissetorial reforça o compromisso do Estado em receber com segurança o maior evento climático do mundo. Mais do que suporte médico, o plano reflete uma concepção de saúde pública que alia prevenção, qualidade assistencial e cooperação institucional.

Ao alinhar hospitais estaduais, municipais e privados, a Sespa constrói uma rede que vai muito além da conferência, deixando como legado uma estrutura preparada para futuras demandas. A COP30 será, assim, não apenas um marco ambiental e político, mas também um momento em que o Pará reafirma sua capacidade de cuidado, acolhimento e organização.

3 formas seguras de ajudar filhotes de pássaros sem prejudicar a natureza

Você já encontrou um filhote de pássaro caído no chão e ficou em dúvida sobre o que fazer? A cena desperta compaixão imediata, mas também pode gerar medo de agir de forma errada e causar mais prejuízos do que benefícios. Afinal, ajudar sem conhecer os cuidados corretos pode interferir negativamente na sobrevivência do animal e até no equilíbrio natural. É nesse ponto que conhecer formas seguras de apoiar os filhotes de pássaros se torna essencial.

Filhotes de pássaros e a primeira reação

Quando vemos filhotes de pássaros fora do ninho, a primeira reação costuma ser pegá-los no colo e levá-los para casa. Porém, essa atitude raramente é a mais indicada. Em muitos casos, o filhote está em processo de aprendizado para voar e os pais continuam por perto, observando e cuidando. Esse comportamento é natural em diversas espécies e faz parte da adaptação à vida fora do ninho.

Por isso, antes de qualquer ação, é preciso observar. Verifique se o filhote realmente está em perigo ou se apenas está passando por essa fase de transição. Muitas vezes, a melhor ajuda é garantir que o ambiente ao redor seja seguro para que os pais continuem fazendo seu trabalho.

Primeira forma: avaliar a situação e devolver ao ninho

A forma mais simples e eficaz de ajudar filhotes de pássaros é observar o local e, se possível, devolvê-los ao ninho. Se o ninho estiver acessível e seguro, devolver o filhote aumenta suas chances de sobrevivência, já que ele continuará recebendo os cuidados parentais.

Existe um mito de que o cheiro humano faria os pais rejeitarem o filhote, mas especialistas garantem que isso não procede. A maioria das aves tem olfato pouco desenvolvido, portanto, o contato breve não afasta os pais. O fundamental é agir com delicadeza e evitar movimentos bruscos.

Segunda forma: proteger o filhote no ambiente

Em algumas situações, o ninho pode estar destruído ou inacessível. Nesses casos, a melhor forma de ajudar é criar uma proteção improvisada. Você pode usar uma caixa de papelão com pequenos furos para ventilação e revestida com papel toalha. Essa caixa deve ser posicionada próxima ao local onde o filhote foi encontrado, de preferência em um ponto seguro, fora do alcance de predadores.

Esse cuidado é importante porque, mesmo que o filhote não esteja mais no ninho original, os pais podem continuar alimentando e cuidando dele se o encontrarem por perto. Assim, você ajuda a garantir a sobrevivência sem interferir de forma excessiva.

Terceira forma: acionar profissionais de resgate

Quando há ferimentos visíveis, debilidade extrema ou ausência prolongada dos pais, é hora de buscar ajuda especializada. No Brasil, centros de triagem de animais silvestres (CETAS) e organizações ambientais autorizadas são os locais certos para acolher o filhote. Além disso, o Ibama oferece orientações sobre como proceder nesses casos.

Levar o animal diretamente para casa, sem conhecimento técnico, pode comprometer seriamente suas chances de sobreviver. O que para nós parece cuidado pode, na prática, gerar estresse, dieta inadequada e até morte precoce. O contato com profissionais garante não apenas o tratamento correto, mas também a reintegração à natureza no momento adequado.

Erros comuns que devem ser evitados

Mesmo com boa intenção, algumas ações humanas podem prejudicar mais do que ajudar:

  • Alimentar com leite ou pão: o sistema digestivo das aves não processa esses alimentos e eles podem causar danos sérios.

  • Manter em gaiolas domésticas: isso reduz as chances de o filhote se desenvolver plenamente e ser reintegrado ao ambiente natural.

  • Manusear com frequência: o excesso de contato causa estresse e interfere no comportamento natural do animal.

Evitar esses erros é tão importante quanto oferecer ajuda, pois garante que o instinto natural dos filhotes continue prevalecendo.

Por que preservar o ciclo natural é fundamental

Cada filhote de pássaro representa mais do que um pequeno ser indefeso: ele é parte de uma rede ecológica maior. As aves cumprem papéis essenciais na polinização, no controle de insetos e na dispersão de sementes. Interferir de forma errada nesse ciclo pode gerar impactos muito além daquele animal específico.

Pesquisadores da Sociedade Brasileira de Ornitologia reforçam que a participação humana deve ser restrita a situações de risco real, sempre respeitando o equilíbrio natural. Ajudar, nesse contexto, significa agir de forma pontual e consciente, sem interromper processos biológicos fundamentais.

Uma nova forma de olhar para os filhotes de pássaros

Mais do que um gesto de compaixão, ajudar filhotes de pássaros é uma oportunidade de refletir sobre nossa relação com a natureza. Ao aprender a observar, proteger e recorrer a profissionais quando necessário, deixamos de agir por impulso e passamos a atuar com responsabilidade.

Esse tipo de cuidado não só aumenta as chances de sobrevivência dos filhotes, mas também reforça nosso papel como guardiões da biodiversidade. É um lembrete de que pequenos gestos conscientes podem ter impacto duradouro na preservação da vida ao nosso redor.

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4 passos para usar sinais de capivaras e encontrar fontes de água limpa

Quem já se aventurou em trilhas, acampamentos ou até mesmo em áreas rurais sabe como a busca por água pode ser um desafio. O que poucos imaginam é que as capivaras, os maiores roedores do mundo, podem se tornar verdadeiras guias nesse processo. Esses animais, extremamente ligados ao ambiente aquático, deixam pistas que, se bem interpretadas, ajudam qualquer observador a identificar fontes de água limpa com segurança.

Capivaras: sentinelas naturais da água

As capivaras são mamíferos semiaquáticos, distribuídos em praticamente todo o território brasileiro. Elas precisam de água diariamente não apenas para beber, mas também para se proteger do calor e de predadores. Por isso, onde há capivaras, quase sempre há água por perto. O segredo está em aprender a interpretar os sinais que elas deixam pelo caminho.

Mais do que um simples hábito, seguir as pistas desses animais pode ser a diferença entre encontrar uma nascente saudável ou perder horas em busca de algo incerto. A seguir, apresento quatro passos práticos para usar o comportamento das capivaras como um mapa natural.

Passo 1: identificar trilhas e marcas de passagem

O primeiro sinal está no solo. Capivaras costumam formar verdadeiras “estradas” de acesso à água, que podem ser vistas como caminhos abertos na vegetação. Essas trilhas são largas e bem marcadas, geralmente com cerca de 30 a 40 cm de largura, pois o animal mede até 60 cm de altura e pode pesar mais de 60 quilos.

Se você encontrar uma sequência de pegadas ovais, com quatro dedos visíveis na frente e três atrás, é um forte indício da presença delas. Seguindo essas trilhas, quase sempre será possível alcançar uma lagoa, um rio ou até um brejo escondido.

Passo 2: observar fezes e locais de descanso

Outro indício confiável está nas fezes. Capivaras defecam em locais próximos à água e em grandes quantidades, formando montes que podem parecer pouco agradáveis, mas são sinais certeiros de proximidade de um recurso hídrico.

Além disso, é comum que grupos inteiros usem as margens para descansar. Se você encontrar áreas de grama amassada, com sinais de que vários animais se deitaram, provavelmente está perto de um corpo d’água.

Passo 3: analisar horários de atividade

As capivaras são mais ativas no início da manhã e no final da tarde. Se você avistá-las nesse período, a chance é alta de que estejam se deslocando entre áreas de alimentação e fontes de água. Esse comportamento pode indicar não apenas a localização de rios e lagoas, mas também a qualidade da água, já que elas preferem ambientes mais limpos e tranquilos para viver em grupos.

Curiosamente, se a água estiver muito poluída ou contaminada, as capivaras tendem a evitar o local. Isso faz delas uma espécie de “termômetro natural” da qualidade ambiental.

Passo 4: verificar vegetação e temperatura do solo

Onde há capivaras, a vegetação tende a ser mais verde e densa, especialmente em áreas de mata ciliar. Isso acontece porque a umidade constante e a presença da água mantêm o solo fértil. Ao observar esses contrastes — folhas mais viçosas, gramíneas em abundância e até o som de insetos típicos de áreas alagadas — você pode confirmar que está próximo de uma fonte de água limpa.

Outra dica prática é tocar o solo nos locais de passagem. Ele costuma ser mais úmido e fresco devido à constante movimentação dos animais em direção ao rio ou lagoa.

Como esses sinais ajudam na prática

Imagine estar em uma trilha longa, com suprimentos de água escassos. Em vez de seguir apenas pela intuição, observar sinais de capivaras aumenta suas chances de encontrar água de forma rápida. Isso não significa, no entanto, que a água encontrada deve ser consumida sem cuidado. O ideal é sempre ferver ou filtrar antes de beber, mesmo que pareça cristalina.

A importância cultural e ecológica das capivaras

Muito além de guias improvisadas, as capivaras são parte essencial dos ecossistemas aquáticos. Ao se alimentar de plantas aquáticas e gramíneas, elas ajudam a equilibrar a vegetação nas margens dos rios. Também servem de alimento para predadores naturais, como onças e jacarés, mantendo a cadeia alimentar em equilíbrio.

Em muitas regiões, comunidades ribeirinhas observam o comportamento desses animais como forma de prever enchentes ou identificar locais de pesca promissores. Esse conhecimento popular mostra como a convivência entre humanos e natureza pode ser rica em sabedoria prática.

O que evitar ao seguir esses sinais

É importante lembrar que capivaras são animais silvestres. Ao observar suas trilhas e sinais, mantenha distância e não tente interagir diretamente. Além de serem protegidas por lei, podem transmitir doenças como a febre maculosa. Portanto, use as pistas apenas como referência, sem interferir na vida do grupo.

Um aprendizado que conecta com a natureza

Aprender a usar os sinais das capivaras para encontrar água limpa não é apenas uma técnica de sobrevivência: é também um convite para olhar a natureza com mais atenção. Cada trilha, cada marca no solo, cada detalhe se transforma em um código a ser decifrado.

Essa percepção não apenas ajuda em situações práticas, como também desperta um senso de respeito pelo ambiente. Ao perceber como esses animais dependem da água para viver, também entendemos a importância de preservar rios, lagoas e nascentes para garantir equilíbrio ecológico.

Seja para aventureiros em busca de autossuficiência, seja para curiosos que querem enxergar o mundo com outros olhos, observar as capivaras pode ser um exercício valioso. Afinal, elas são especialistas em sobreviver em ambientes aquáticos — e têm muito a nos ensinar.

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Jogo de Escape Online convida o público a enfrentar os desafios das mudanças climáticas

Na próxima quarta-feira, 24 de setembro de 2025, das 19h30 às 21h, acontece uma experiência interativa que mistura entretenimento, aprendizado e reflexão sobre um dos maiores desafios do nosso tempo: o Jogo de Escape Online: Mudanças Climáticas. Realizado pela plataforma Zoom, o evento gratuito promete colocar os participantes diante de enigmas e situações que simulam os impactos da crise climática no planeta.

O objetivo é claro: engajar a sociedade de forma lúdica e educativa, mostrando que enfrentar os efeitos das mudanças climáticas exige cooperação, raciocínio rápido e ação imediata.

Durante a atividade, os jogadores precisam trabalhar em equipe para decifrar pistas, superar obstáculos e encontrar soluções antes que o tempo acabe. Cada enigma é construído a partir de cenários que remetem a dilemas reais: do aumento da temperatura global à gestão da água, passando pelo desmatamento, energia renovável e adaptação às consequências da crise ambiental.

Para os organizadores, o jogo é mais do que um passatempo. Trata-se de uma metáfora poderosa sobre a urgência do momento histórico que vivemos. “Queremos mostrar que, assim como no jogo, o mundo real também exige cooperação, raciocínio rápido e ação imediata. Correr contra o tempo para salvar o planeta é mais do que uma metáfora: é um chamado à realidade”, afirma Claudio Santiago, CEO do Escape Time.

Inovação a serviço da consciência ambiental

Os jogos de escape têm se popularizado no Brasil e no mundo como experiências de imersão que unem diversão, trabalho em equipe e desenvolvimento de habilidades socioemocionais. No caso do Escape Online – Mudanças Climáticas, a proposta vai além: sensibilizar o público para a gravidade da crise ambiental e, ao mesmo tempo, mostrar caminhos práticos para que cada pessoa possa contribuir no dia a dia.

A gamificação — conceito que aplica dinâmicas de jogo em contextos de aprendizado e engajamento — vem sendo utilizada cada vez mais como ferramenta pedagógica e de mobilização social. No campo da sustentabilidade, ela permite transformar informações complexas em experiências acessíveis, despertando a empatia e a ação coletiva.

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Divulgação

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A força da parceria

A iniciativa é fruto da colaboração entre o Escape Time, referência nacional no setor de jogos de escape, e a (ABRAPS) Associação Brasileira dos Profissionais pelo Desenvolvimento Sustentável.

Com salas temáticas premiadas e uma trajetória de destaque em experiências presenciais e online, o Escape Time consolidou-se como uma empresa que vai além do entretenimento, apostando no jogo como recurso para aprendizado e transformação. Já a ABRAPS reúne especialistas e organizações de diferentes áreas comprometidos com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), articulando projetos, capacitação e disseminação de boas práticas em todo o país.

A parceria une a criatividade do setor de jogos à força de uma rede que atua diretamente com a agenda socioambiental, ampliando o alcance da mensagem e incentivando a reflexão crítica.

Um convite para agir

Mais do que participar de um jogo online, os inscritos serão provocados a refletir sobre sua própria responsabilidade diante da emergência climática. Cada pista desvendada, cada obstáculo superado, é também uma metáfora para os desafios reais enfrentados pela humanidade.

Se, no ambiente virtual, a pressão do cronômetro intensifica a emoção, no mundo real o relógio climático também avança. As metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, a transição para energias renováveis e a adaptação às mudanças já em curso são tarefas urgentes.

O jogo, portanto, não termina quando o tempo acaba. Ele continua na vida prática, nas escolhas cotidianas de consumo, mobilidade, alimentação e participação social.

Serviço

  • Data: 24 de setembro de 2025

  • Horário: das 19h30 às 21h

  • Local: Online (via Zoom)

  • Inscrições: clique aqui

  • Vagas: limitadas e gratuitas

Contato para imprensa

Para entrevistas, informações adicionais e pautas:
Monique Schwinden – +55 11 97232-9141 – @escapetimebrasil

Arqueólogos descobrem no Peru mural pré-hispânico de mais de 3 mil anos

“Descobrimos de forma inesperada o mural intacto de 3 mil a 4 mil anos de antiguidade com características bastante únicas para a arqueologia peruana”, disse a arqueóloga Ana Cecilia Mauricio, pesquisadora da Pontifícia Universidade Católica do Peru, que lidera a equipe do Programa Arqueológico Ecodinâmica Precoce dos Vales do Chao e Santa (Praet) da PUCP,

Peixes, estrelas, redes de pesca e plantas compõem as figuras do mural de adobe de mais de cinco metros de comprimento e dois de altura descoberto recentemente.

“Este mural tem um desenho tridimensional, com decorações e cores azul, vermelho, amarelo e preto. Nunca havíamos encontrado uma iconografia ou imagens desse tipo”, destacou a diretora da pesquisa. “A descoberta é importante pelo fato de ser um monumento de mais de 3 mil anos que mostra a riqueza histórica e cultural das populações do Peru”.

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Essa descoberta é crucial para compreender a identidade cultural da costa. Diferente da arte da civilização Chavín, um importante centro contemporâneo localizado na serra que representava jaguares, o mural de Huaca Yolanda reflete uma tradição artística tipicamente costeira, centrada em sua relação com o mar.

As figuras do mural revelam um simbolismo profundo das antigas culturas pré-incas. Ana Cecilia ressaltou que a área enfrenta uma ameaça constante devido à expansão agrícola sobre os vestígios arqueológicos, que afeta a preservação do sítio. As figuras no mural revelam um profundo simbolismo das antigas culturas pré-incas.

Entre os vestígios do templo, foram identificados frisos com figuras antropomórficas em alto relevo, incluindo um corpo humano com cabeça de pássaro, representações de felinos e até garras de répteis. Também encontraram os restos do que “teria sido uma escadaria central pela qual se podia subir a uma espécie de plataforma na parte central” do templo

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O mural de adobe, tridimensional policromado, com dupla face, mede mais de 5 metros de largura e 2 metros de altura , descoberto em Huaca Yolanda é inédito e único no Peru

Huaca Yolanda ocupa uma superfície de 40 hectares, no vale de Chao. O sítio é um dos mais antigos das Américas por suas estruturas de adobe, que datam do fim do período pré-cerâmico.

Ana Cecilia informa que o lado sul do mural retrata um grande pássaro com asas abertas e um motivo de diamante na cabeça, possivelmente representando uma águia ou um falcão. Já o lado norte retrata diversas plantas, estrelas e figuras humanas que, segundo a arqueóloga, “parecem representar xamãs”.

Ainda segundo a arqueóloga, o bom estado de conservação deste mural se deve ao fato de ter sido enterrada no passado, provavelmente pelos mesmos povos que a construíram, para construir outra sala sobre ela, como era comum nas civilizações do antigo Peru. A decoração do mural é feita de argila, e está claro que há restos de plantas, cujas amostras permitirão a análise por datação por radiocarbono.

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Descoberto em Huaca Yolanda, o sítio arqueológico no distrito de Chao, no departamento de La Libertad

 Esperamos ter informações precisas no início do próximo ano “, disse ela, acrescentando que os laboratórios da PUCP possuem equipamentos para determinar que tipo de pigmentos foram utilizados na decoração tridimensional do mural e sua origem. Com esses estudos, poderemos compreender as técnicas de decoração, a iconografia e a arquitetura do sítio.

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As evidências sugerem que o mural decorava espaços internos dentro do átrio principal de um templo do Período Formativo.  Nosso plano inclui a reconstrução de imagens e a modelagem 3D com equipamentos especializados, quando o mural estiver mais exposto, para que possa ser divulgado e estudado publicamente”.

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Arqueóloga e professora Ana Cecilia Mauricio, da PUCP, frente ao mural intacto de 3 mil a 4 mil anos de antiguidade

Há uma grande chance de que não apenas a muralha em si, mas toda a área ao redor, esteja intacta. Isso nos permitirá compreender a arquitetura, o que também é muito importante porque o interior de um templo com mais de 3.000 anos e ricamente decorado raramente foi visto nesta parte do país ”, afirmou.

Apesar de seu valor histórico incalculável, o futuro de Huaca Yolanda é incerto. O sítio arqueológico não conta com proteção institucional e está em sério risco devido à expansão agrícola, ao saqueio e à falta de um cercado perimetral, finalizou a arqueóloga.