Início Site Página 59

Cultivar trepadeira-de-são-joão: 5 passos práticos

Quem já passou diante de um muro coberto pela trepadeira-de-são-joão sabe como é impossível não parar para admirar. Suas flores em tons intensos de laranja transformam qualquer fachada sem graça em um verdadeiro espetáculo natural. Eu mesmo me apaixonei pela planta depois de ver a frente de uma casa simples ganhar vida só com ela. Mas, para conquistar esse efeito vibrante em casa, é preciso conhecer os segredos de cultivo dessa trepadeira poderosa.

Escolha do local e condições ideais

A trepadeira-de-são-joão precisa de sol pleno para florescer com abundância. Sem luz direta, ela pode até crescer, mas não vai produzir a mesma intensidade de flores. Por isso, a primeira regra é escolher muros, cercas ou pergolados que recebam pelo menos seis horas de sol por dia. Outro detalhe importante: como ela é de crescimento rápido e vigoroso, o espaço deve ser amplo, permitindo que os ramos se espalhem sem sufocar outras plantas.

Solo fértil e bem preparado

Assim como qualquer planta que precisa de energia para florescer em massa, a trepadeira-de-são-joão se beneficia de solos ricos em matéria orgânica e bem drenados. Antes de plantar, gosto de misturar esterco curtido ou composto orgânico à terra, garantindo nutrientes para um crescimento inicial forte. A adição de areia grossa ajuda na drenagem, evitando o excesso de umidade que pode prejudicar as raízes. Esse preparo simples faz toda a diferença no resultado final.

Rega equilibrada para folhas viçosas

Por ser uma trepadeira tropical, a trepadeira-de-são-joão aprecia regas frequentes, especialmente nos primeiros meses após o plantio. No entanto, é importante evitar o encharcamento. A regra é simples: solo úmido, mas nunca encharcado. Em épocas de calor intenso, rego três vezes por semana. Já no inverno, reduzo para uma ou duas vezes, dependendo da umidade natural do clima. Essa rotina mantém as folhas verdes e brilhantes, além de preparar a planta para a explosão de flores.

Adubação estratégica para floração intensa

Se você quer um muro laranja vibrante, precisa investir na adubação certa. Durante a primavera e o verão, recomendo adubos ricos em fósforo e potássio, que estimulam a formação de botões florais e garantem cores mais vivas. No meu caso, alterno entre adubos minerais e húmus de minhoca, mantendo o solo equilibrado. Esse cuidado simples faz com que a trepadeira produza flores quase o ano inteiro, com picos ainda mais intensos nas estações quentes.

Poda para controlar e fortalecer

A poda é outro segredo fundamental no cultivo. A trepadeira-de-são-joão pode crescer de forma desordenada se não for conduzida corretamente. Faço podas de formação para direcionar os ramos ao longo do muro e podas de manutenção para retirar galhos secos ou doentes. Esse processo não só mantém a estética, mas também estimula novos brotos, o que resulta em ainda mais flores. É como dar um “reset” na energia da planta para que ela volte com força total.

Suporte adequado para os ramos

Como boa trepadeira, ela precisa de suporte para se fixar e se expandir. Muros, cercas de arame, grades ou até mesmo pergolados de madeira são opções ideais. Amarrar os ramos jovens ajuda a orientar o crescimento, evitando que a planta cresça de forma desordenada. Com o tempo, ela se prende sozinha, mas esse direcionamento inicial é crucial para formar um muro homogêneo e bem preenchido.

Controle natural de pragas

Apesar de resistente, a trepadeira-de-são-joão pode atrair pulgões e cochonilhas. Para evitar problemas, costumo aplicar óleo de neem diluído a cada 15 dias durante a estação chuvosa. Esse cuidado simples protege a planta sem prejudicar polinizadores como abelhas e borboletas, que são grandes visitantes quando a trepadeira está em plena floração. A prevenção sempre sai mais barata e menos trabalhosa do que o combate.

Impacto visual e emocional

Um muro coberto pela trepadeira-de-são-joão em flor não é apenas bonito: ele muda o humor de quem passa. Já ouvi vizinhos dizerem que a rua parecia mais alegre depois que ela floresceu em frente à minha casa. As flores alaranjadas trazem uma energia vibrante, quase festiva, criando um cenário que combina bem com o clima tropical do Brasil. É como ter um pedacinho de carnaval permanente no jardim.

Vale a pena cultivar?

Sem dúvida alguma. A trepadeira-de-são-joão não é apenas uma planta ornamental, mas uma verdadeira obra de arte viva. Com cuidados simples — sol pleno, regas equilibradas, adubação correta e podas regulares —, ela transforma muros comuns em paredes de cor e vida. E o melhor: quanto mais velha fica, mais intensa se torna a floração. É um investimento que se multiplica em beleza ano após ano, trazendo orgulho a quem cultiva.

Leia mais artigos aqui

Conheça também – Revista Para+

Trepadeira jade: 5 segredos para flores brilhantes

Quem já viu uma trepadeira jade em plena floração sabe que ela parece uma obra de arte viva. Suas flores em tom azul-esverdeado são tão intensas que parecem brilhar sob a luz, e as folhas vigorosas criam um contraste perfeito. Mas cultivar essa joia tropical em casa exige mais do que sorte: requer dedicação, observação e alguns segredos que aprendi ao longo da prática.

Um local adequado faz toda a diferença

A trepadeira jade precisa de sol pleno para atingir todo seu potencial. No entanto, ela também se beneficia de uma leve sombra durante as horas mais quentes do dia, especialmente em regiões de clima intenso. Por isso, o ideal é escolher um local que receba luz direta na manhã e no fim da tarde. Além disso, é fundamental que o espaço permita que a planta se expanda, já que ela pode atingir até 10 metros de comprimento em condições ideais.

Solo preparado para crescimento vigoroso

Um erro comum é plantar a trepadeira jade em qualquer tipo de terra. Essa espécie gosta de solos ricos em matéria orgânica e bem drenados. Antes de plantar, costumo preparar a cova misturando composto orgânico, esterco curtido e um pouco de areia grossa. Essa combinação garante nutrientes e evita o encharcamento, que pode levar ao apodrecimento das raízes. Com esse cuidado inicial, a planta ganha força para crescer mais rápido e com folhas saudáveis.

A importância da rega equilibrada

Outro ponto essencial é a rega. Apesar de ser tropical, a trepadeira jade não tolera excesso de água. O segredo está em manter o solo levemente úmido, sem deixar acumular poças. Durante o verão, rego de três a quatro vezes por semana, sempre no início da manhã. No inverno, reduzo a frequência, adaptando conforme a umidade do solo. Essa constância faz com que as folhas se mantenham brilhantes e as flores surjam com mais intensidade.

Adubação para flores radiantes

Para que a floração seja abundante e de cor intensa, a adubação precisa ser pensada com cuidado. A cada dois meses aplico adubo rico em fósforo e potássio, responsáveis por estimular as flores e fortalecer a planta. Alterno com adubos orgânicos, como húmus de minhoca, que garantem um crescimento equilibrado. Esse revezamento é um dos segredos que percebi ao longo do tempo: quando a nutrição é diversificada, a trepadeira responde com mais vitalidade.

Apoio e condução dos ramos

A trepadeira jade, como o nome indica, precisa de suporte para se desenvolver. Pergolados, arcos e grades são opções ideais. Eu costumo amarrar os ramos jovens com barbante de algodão, direcionando-os para o local desejado. Esse cuidado não apenas organiza o crescimento, mas também ajuda a distribuir melhor o peso da planta, prevenindo quebras e garantindo uma floração mais uniforme em toda a estrutura.

Poda estratégica para manter o vigor

A poda é uma etapa que muitos esquecem, mas que faz enorme diferença. Remover galhos secos e aparar os ramos muito longos ajuda a planta a concentrar energia nas partes saudáveis. Além disso, podar após a floração estimula novos brotos, que já vêm mais fortes para a próxima estação. Essa prática garante folhas sempre verdes e brilhantes, sem aquele aspecto cansado que algumas trepadeiras ganham com o tempo.

Controle natural de pragas

Pulgões e cochonilhas são visitantes frequentes na trepadeira jade. Para evitá-los, aplico óleo de neem a cada 15 dias como medida preventiva. Essa solução natural afasta as pragas sem prejudicar polinizadores importantes. Também costumo borrifar chá de alho em períodos mais úmidos, quando os fungos tendem a aparecer. Com esses métodos simples, mantenho a saúde da planta sem precisar recorrer a químicos agressivos.

O impacto visual no jardim

Quando a trepadeira jade floresce, o jardim inteiro muda de atmosfera. As flores pendentes em formato exótico parecem iluminar o espaço, e as folhas verdes criam um pano de fundo perfeito. Quem visita minha casa costuma parar diante do pergolado coberto pela planta como se estivesse diante de uma escultura natural. Não é exagero dizer que a trepadeira jade se torna o ponto de destaque em qualquer paisagem.

O valor emocional do cultivo

Cuidar da trepadeira jade é mais do que uma prática de jardinagem, é quase um exercício de paciência e recompensa. A cada nova brotação sinto que a planta retribui a dedicação com cores e vida. É uma experiência que conecta quem cultiva à natureza de forma intensa, lembrando que o tempo certo das coisas é o que traz os melhores resultados.

Ter uma trepadeira jade saudável, com folhas brilhantes e flores abundantes, é possível para qualquer jardineiro disposto a observar e aplicar esses cuidados. O segredo não está em técnicas complicadas, mas em atenção constante e no carinho dedicado a cada detalhe.

Leia mais artigos aqui

Conheça também – Revista Para+

Cachorro com mau hálito? Veja 5 soluções naturais eficazes

Quem convive com cães sabe que o mau hálito é um problema mais comum do que se imagina. Às vezes, basta o cachorro se aproximar com carinho para o tutor perceber que algo não vai bem. Embora seja frequentemente associado à falta de higiene bucal, o mau hálito em cães pode ter várias causas — desde acúmulo de tártaro até problemas digestivos. A boa notícia é que, em muitos casos, é possível melhorar o quadro de forma natural, com mudanças na rotina e cuidados simples.

Entendendo as causas do mau hálito

O hálito forte em cães geralmente está ligado ao acúmulo de bactérias na boca, principalmente entre os dentes e gengivas. O tártaro é o grande vilão, mas não é o único: alimentação inadequada, inflamações, presença de corpos estranhos (como restos de brinquedos) e até doenças renais ou gastrointestinais podem provocar o problema.

Por isso, observar o comportamento do cachorro é essencial. Se além do mau hálito houver sintomas como falta de apetite, vômitos, gengivas inchadas ou sangramento, a visita ao veterinário é obrigatória. Agora, quando o caso é leve e não há sinais de doença, os cuidados naturais já podem trazer uma grande melhora.

Higiene bucal regular do cachorro

Assim como os humanos, os cães precisam de escovação regular. Escovar os dentes do seu cachorro três vezes por semana já reduz significativamente o acúmulo de placa bacteriana. Use escovas próprias para pets e pastas específicas — jamais produtos humanos, já que o flúor pode ser tóxico para os cães.

Nos primeiros contatos, pode ser que o animal estranhe. A paciência é fundamental: acostume-o aos poucos, transformando a escovação em um momento de carinho e recompensa.

Ossos e mordedores naturais

Oferecer ossos naturais e brinquedos mastigáveis ajuda a manter os dentes mais limpos. A mastigação estimula a gengiva e reduz a formação de placa. Porém, é importante escolher opções seguras: ossos de couro prensado, por exemplo, podem se fragmentar e causar engasgos. Prefira ossos recreativos grandes ou mordedores de nylon, sempre sob supervisão.

Alimentos que ajudam no hálito

A alimentação tem papel crucial na saúde bucal e digestiva do cachorro. Além da ração de qualidade, alguns ingredientes naturais podem ser incluídos de forma controlada para melhorar o hálito:

  • Salsinha: conhecida por suas propriedades refrescantes, pode ser picada e misturada à comida.

  • Cenoura crua: além de saudável, ajuda na limpeza mecânica dos dentes durante a mastigação.

  • Maçã: em pequenos pedaços, também contribui para remover resíduos dos dentes e melhora o odor.

Sempre ofereça em quantidades moderadas e verifique se o cão não tem restrições alimentares.

Água fresca sempre disponível

A hidratação é um dos cuidados mais simples e eficazes contra o mau hálito. A água ajuda a eliminar resíduos alimentares e mantém a boca mais limpa. Troque a água do pote pelo menos duas vezes ao dia e mantenha os recipientes higienizados.

Existem também aditivos naturais líquidos que podem ser misturados à água e ajudam a reduzir as bactérias responsáveis pelo odor, mas antes de usar qualquer produto, é essencial consultar um veterinário.

Plantas e ervas benéficas

Algumas ervas podem ser aliadas naturais para o hálito dos cães. A hortelã, em pequenas quantidades, é segura e refrescante. Outra opção é o coco, tanto em pedacinhos da fruta quanto em óleo de coco, que possui propriedades antibacterianas e pode ser adicionado à dieta de forma controlada.

Ainda assim, nunca ofereça ervas ou plantas sem ter certeza de que são seguras para cães, já que algumas podem ser tóxicas.

Mantendo o ambiente limpo

O mau hálito também pode piorar se o cachorro tiver acesso a restos de comida ou lixo. Manter a casa e o quintal limpos, recolher rapidamente dejetos e não deixar restos de alimento ao alcance do animal são medidas que evitam hábitos indesejados, como comer coisas impróprias que afetam o hálito e a saúde.

Quando procurar ajuda veterinária

Se mesmo com todas essas medidas o hálito continuar forte, é sinal de que pode haver um problema mais sério. Doenças periodontais, cáries, infecções, complicações nos rins ou no fígado podem ser causas subjacentes. Nesse caso, apenas um veterinário poderá avaliar e indicar o tratamento correto.

Muitas vezes, a solução é uma limpeza dentária profissional sob anestesia, que remove completamente o tártaro acumulado. Esse procedimento devolve a saúde bucal e previne complicações maiores.

Cuidar é prevenir

O mau hálito no cachorro não é apenas um incômodo para o tutor, mas também um alerta de que algo pode não estar em ordem na saúde do animal. Felizmente, com medidas naturais e cuidados simples, é possível melhorar a situação e prevenir problemas futuros no seu cachorro.

Transformar a higiene bucal e a alimentação em parte da rotina é um gesto de cuidado e amor que garante mais saúde, energia e qualidade de vida para o cachorro — e mais momentos agradáveis de carinho e proximidade para toda a família.

Leia mais artigos aqui

Conheça também – Revista Para+

Pronasci Juventude chega a quatro municípios vulneráveis do Amazonas

Preservação da história, divulgação das tradições e da cultura do povo Tikuna, aliada à geração de oportunidades nas áreas de educação e esporte para a juventude do município de Tabatinga (AM) são objetivos da Casa Cultural Herói Yo’i Magüta, que homenageia o herói mitológico dessa comunidade.ebc Pronasci Juventude chega a quatro municípios vulneráveis do Amazonasebc Pronasci Juventude chega a quatro municípios vulneráveis do Amazonas

O espaço foi um dos escolhidos para integrar, a partir deste mês, no Amazonas, o Pronasci Juventude, programa do Ministério da Justiça e Segurança Pública voltado à promoção da cidadania entre adolescentes e jovens e à prevenção da violência causada, em grande parte, pelo tráfico transnacional de entorpecentes.

O  secretário da casa cultural, o estudante universitário indígena Hilário Ramos, de 35 anos, celebra o apoio federal para reforçar as ações locais destinadas a tirar os adolescentes da vulnerabilidade socioeconômica. “Com esse projeto, tiramos essa pessoa, que está em outro caminho que não é o do bem da sociedade. A gente o resgata e leva para o bem.”

Screenshot-2025-08-15-224725 Pronasci Juventude chega a quatro municípios vulneráveis do Amazonas
Fonte: Portal Gov.br

Para Ramos, o esporte e a educação são os caminhos para isso. “Somos o futuro do Brasil. Vamos seguir por muitos caminhos. Um deles é o do estudo porque, um dia, a gente vai ser alguém na vida. Sem estudo, ficaremos para trás”, diz.

Beneficiários em Tabatinga

Ao todo, a partir de janeiro de 2026, serão beneficiados pelo programa federal 100 jovens indígenas e não indígenas do município do oeste amazonense, localizado na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, na região do Alto Solimões.

O estudante  Francisco Lucas Aparício e Silva, 18 anos, pode ser um dos beneficiários da nova política pública. Ele cursa o 3° ano do ensino médio e o curso técnico em meio ambiente, no Instituto Federal do Amazonas – Campus Tabatinga.

Sobre os riscos locais, o jovem lembra o ambiente de convívio em que a infância e a juventude estão expostas. “Se uma criança crescer em um convívio violento, o resultado é que a criança pode se tornar violenta também. O “violento” é o normal para ela”.

Ele afirmou à Agência Brasil que não se considera indígena. “Uma parte da minha família é sim, da etnia Kokama”.

O estudante nunca participou de projeto cultural ou educacional. “Em Tabatinga, esses projetos não chegam até os jovens e se chegam, é para uma minoria”.

Ele vê vantagens na chegada do programa voltado aos jovens. “O Pronasci Juventude ajudará muitas pessoas a sair desse vício, com acompanhamento médico. Será o meio de uma reabilitação com auxílio. Minha expectativa é que muitas pessoas melhorem. Droga faz mal e prejudica a saúde tanto psicológica quanto física.”

Programa no Amazonas

Em agosto, as ações do Pronasci Juventude chegam à Região Norte, com a contratação de equipes técnicas locais que vão atuar em quatro municípios considerados estratégicos pelo Ministério da Justiça: Iranduba, Manacapuru, Manaus e Tabatinga, sob coordenação dos campi do Instituto Federal (IFs) do Amazonas.

Os profissionais admitidos ainda passarão pela fase de formação até o efetivo atendimento, a partir de janeiro de 2026, dos jovens selecionados nos quatro territórios .

A escolha das localidades considerou os territórios marcados por alta violência e forte presença do crime organizado. De acordo com o Atlas da Violência 2025, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, de 2013 a2023 o Amazonas registrou aumento de 30,6% no número de homicídios, passando de 1.191 para 1.555 na década.

Screenshot-2025-08-15-225342 Pronasci Juventude chega a quatro municípios vulneráveis do Amazonas
Imagem: Vanessa Sena/IFAM

Ministério da Justiça

Segundo o Ministério da Justiça, a rota do tráfico pelo Rio Solimões impacta comunidades ribeirinhas e indígenas. Outra questão é a falta de políticas públicas como geradora de vulnerabilidade extrema.

A partir do próximo ano, o Pronasci Juventude deve alcançar, no estado, 500 pessoas de 15 a 24 anos em situação de vulnerabilidade sociorracial.

Com investimentos de R$ 7,7 milhões do governo federal no programa, as medidas incluem acompanhamento multidisciplinar dos adolescentes e jovens; elevação de escolaridade por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), com o pagamento de bolsa mensal de R$ 500 por até 12 meses; além de oficinas comunitárias de arte, esporte, cultura e lazer. O ministério também planeja a formação de profissionais locais sobre prevenção e tratamento relacionados a drogas.

Nessa quinta-feira (14), a coordenação nacional do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) esteve na cidade de Iranduba.

Durante encontro no Instituto Federal do Amazonas (IFAM) – Campus Iranduba, o secretário municipal de Assistência Social, Thiago Marinho, projetou melhorias para os futuros participantes da iniciativa. “Os moradores de Iranduba só têm a ganhar com esse programa, com a colheita dos frutos dele a partir de 2026.”

“Quando se passa a viabilizar meios a jovens que buscam uma alternativa de vida, com recursos dados como fomento e incentivo ao estudo e à profissionalização  veremos uma mudança de contexto. Esses jovens vão poder se capacitar, ocupar a mente e ter meios para que possam ter esperanças de melhoria de vida. E como Iranduba é banhada pelos rios Negro e Solimões, a oferta de algum serviço voltado à capacitação de jovens ribeirinhos, como um diferencial no dia a dia, será um grande sucesso.”

Ciente da fragilidade das políticas públicas no município, o secretário Thiago Marinho explica que o Pronasci poderá chegar a locais expostos a violências. “Temos violações de direitos em vários contextos. Na área dos jovens, existe a cooptação para o tráfico de drogas, porque os criminosos visualizam facilidades para violar a mente de pessoas jovens, e ainda a questão da impunidade pelo fato de o menor não poder ser preso. Quando é pego, depois é liberado. Os jovens são de fácil substituição.”

Pronasci Juventude

Criado em 2023, o Pronasci Juventude é um dos eixos prioritários do Pronasci II e foi inspirado no projeto piloto “Tô de Boa” (RJ – Chapadão e Pedreira), que, à época, atendeu 200 jovens em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

Desde então, além de focar em territórios vulneráveis e com altos indicadores de violência,  o programa mira localidades impactadas pelo narcotráfico na dinâmica das comunidades e com problemas agravados pelo uso de álcool e outras drogas, pelo cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto, situação de alta evasão escolar, gravidez na adolescência, situação de rua, entre outros.

Em Manaus, durante a abertura do 19º Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, realizado nessa quarta-feira (13), a secretária nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Senad), Marta Machado, destacou que o programa se volta à juventude mais vulnerável e que é preciso enxergar os jovens “como sujeitos que precisam ser protegidos e amparados, oferecendo alternativas reais para que não sejam empurrados para organizações criminosas”

“Hoje, já se considera a atuação no tráfico de drogas a pior forma de trabalho infantil. A gente precisa disputar os jovens com o crime. É isso que estamos fazendo no Ministério da Justiça com o Pronasci Juventude: focando na juventude mais marginalizada, mais exposta ao alistamento pelo crime organizado. Jovens que vivem em territórios conflagrados, em territórios ocupados pelas facções criminosas, que experimentam uma série de fatores de risco e que precisam ser protegidos”, disse Marta.

No caso da entrada de jovens no tráfico de entorpecentes, a estratégia federal é atuar nas seguintes frentes:

– geração de renda e autonomia econômica;

– capacitação profissional;

– cultura de paz e cidadania;

– acesso a direitos sociais;

– fortalecimento comunitário;

– redução da criminalização e da violência.

As inscrições dos jovens são divulgadas previamente nos territórios de atuação, em articulação do Ministério da Justiça com os campi dos institutos federais do estado e a gestão do município escolhido.

Em entrevista à Agência Brasil, a secretária da Senad explicou o esforço de mobilização para divulgar o programa e as inscrições. “Temos equipes de assessorias regionais que trabalham para que essa comunicação alcance o público do projeto, que são os jovens em condição de extrema vulnerabilidade ou vulnerabilidade sociorracial agravada”

Processo em expansão

Atualmente, além do Amazonas, o Pronasci Juventude está presente nos estados da Bahia (Salvador), de Pernambuco (Cabo de Santo Agostinho e Recife), do Rio de Janeiro (Complexo do Alemão, Complexo de Manguinhos, Complexo da Maré e Complexo da Penha) e no Distrito Federal (Ceilândia, Sol Nascente, Cidade Estrutural, São Sebastião e Sobradinho). O Ministério da Justiça esclarece que as fases de implementação são diferentes em cada localidade.

“Temos planejamento em andamento para que essa expansão ocorra na nossa gestão, até o fim de 2026, em pelo menos mais seis estados”, anunciou a secretária.

O Pronasci Juventude beneficia 4 mil jovens em Salvador (BA) e no Rio de Janeiro (RJ) e tem como meta chegar a 15 mil em todo o território nacional.

Bactérias da Amazônia revelam imenso potencial para a agricultura sustentável e a medicina

Universo microscópico da Amazônia guarda segredos para a agricultura e a medicina

 

Sob a imensidão verde da floresta amazônica existe um universo invisível e pulsante, uma biblioteca genética de valor incalculável que apenas começamos a folhear, as bactérias. Um estudo recente desenvolvido na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo, em Piracicaba, mergulhou nesse mundo microscópico e trouxe à superfície revelações com potencial para transformar a agricultura e a indústria farmacêutica. A pesquisa demonstrou que microrganismos isolados do solo amazônico guardam o segredo para lavouras mais fortes e para a descoberta de medicamentos inovadores.

Actinobactérias, os gigantes invisíveis do solo

No centro desta descoberta estão as actinobactérias, um grupo de bactérias famoso em todo o mundo por sua extraordinária capacidade de produzir compostos químicos complexos e úteis. Na agricultura, essas bactérias exercem um papel fundamental na promoção do crescimento vegetal, na proteção contra patógenos e na melhoria da fertilidade do solo. Elas são verdadeiras usinas biológicas em miniatura. O trabalho, de autoria da bióloga Naydja Moralles Maimone e orientado pela professora Simone Lira, foi um esforço interdisciplinar que uniu especialistas em microbiologia, genética e química orgânica da USP e da Simon Fraser University, no Canadá, mostrando a força da ciência colaborativa.

Screenshot-2025-08-15-214045 Bactérias da Amazônia revelam imenso potencial para a agricultura sustentável e a medicina
Fonte: Google Imagens

Os pesquisadores se debruçaram sobre uma coleção de microrganismos amazônicos já armazenada em laboratório e, utilizando tecnologias avançadas de genômica e metabolômica, conseguiram decodificar parte do seu potencial. A investigação confirmou que o microbioma da Amazônia é um tesouro biológico ainda muito pouco explorado, com soluções para alguns dos nossos maiores desafios.

Da floresta para a lavoura sustentável

Duas linhagens de bactérias se destacaram de maneira impressionante. A primeira, chamada Streptomyces sp. AM25, revelou se um poderoso bioinsumo agrícola. Em testes, ela não apenas promoveu o crescimento de plantas de milho, agindo como um fertilizante natural, mas também demonstrou uma potente ação de guarda costas. A bactéria foi capaz de inibir o crescimento de fungos que causam doenças devastadoras em culturas economicamente importantes como a soja, o milho e o tomate, oferecendo um caminho promissor para uma agricultura menos dependente de produtos químicos.

Uma das principais contribuições das actinobactérias é a produção de fitohormônios, como auxinas e giberelinas, que estimulam o desenvolvimento radicular e o crescimento das plantas. Além disso, muitas espécies são capazes de solubilizar nutrientes essenciais, como fósforo, potássio e zinco, tornando-os mais disponíveis para absorção pelas raízes. Algumas actinobactérias também fixam nitrogênio atmosférico, reduzindo a dependência de fertilizantes químicos e contribuindo para práticas agrícolas mais sustentáveis.

Outro aspecto relevante é o potencial dessas bactérias no controle biológico de doenças. Elas produzem antibióticos naturais e sideróforos, que inibem o crescimento de fungos e bactérias patogênicas, protegendo as plantas de infecções. Essa ação é complementada pela indução de resistência sistêmica, em que as actinobactérias ativam os mecanismos de defesa das plantas, tornando-as mais resistentes a estresses bióticos.

Uma farmácia natural e inédita

A segunda linhagem, a Streptantibioticus sp. AM24, surpreendeu os cientistas por seu arsenal químico. Ela produziu compostos bioativos completamente novos para a ciência, incluindo duas moléculas chamadas acidifilamidas, que são pequenos peptídeos. A estrutura química dessas moléculas era tão incomum que uma delas apresentava uma modificação jamais vista em qualquer outro composto originado de microrganismos. Essa descoberta é como encontrar um novo livro em uma língua desconhecida, abrindo um leque de possibilidades para o desenvolvimento de futuros fármacos.

O estudo reforça a urgência de preservar a Amazônia não apenas por sua beleza e biodiversidade visível, mas pelo universo de conhecimento e soluções que seu solo abriga. Cada grama de terra pode conter a chave para a próxima revolução na medicina ou para garantir a segurança alimentar de forma sustentável no futuro.

Pesquisadores brasileiros propõem estratégia inédita para a estabilidade de células solares de perovskita

Ciência brasileira desvenda segredo para estabilidade de futuras células solares

 

Na corrida global por fontes de energia limpa e eficiente, uma tecnologia se destaca como uma das maiores promessas para o futuro: as células solares de perovskita. Com um potencial extraordinário para converter luz solar em eletricidade, superando em alguns aspectos as tecnologias tradicionais, elas carregam consigo um desafio que até agora limitava sua aplicação em larga escala. A fragilidade desses materiais diante do calor e da umidade sempre foi seu grande calcanhar de Aquiles. Agora, uma pesquisa brasileira conduzida na vanguarda do conhecimento oferece uma solução elegante e inédita para este problema, mudando o paradigma de como a estabilidade desses dispositivos é compreendida.

O trabalho, fruto de uma colaboração entre a Universidade Estadual de Campinas e o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, traz uma nova luz sobre a questão. Publicado no prestigioso Journal of Materials Chemistry A, o estudo nasceu no ambiente fértil do Centro de Inovação em Novas Energias, uma iniciativa que une a FAPESP e a Shell para impulsionar a pesquisa de ponta no país.

A arquitetura de um sanduíche tecnológico

Para entender a magnitude da descoberta, é preciso visualizar a estrutura de uma célula solar de perovskita. Ela se assemelha a um sanduíche de altíssima tecnologia, com uma arquitetura intrincada composta por múltiplas camadas finíssimas. Nas extremidades, como fatias de pão, ficam os eletrodos responsáveis por captar a energia. O recheio é a parte mais complexa, onde a mágica acontece. Ele contém o filme de perovskita, a camada que absorve a luz solar, e as camadas de transporte, que guiam as cargas elétricas geradas até os eletrodos.

A instabilidade residia justamente no coração desse dispositivo, no filme de perovskita de haleto metálico. Muitos pesquisadores ao redor do mundo tentaram resolver o problema modificando a composição química da própria perovskita, com resultados variados. A abordagem brasileira, contudo, foi diferente. Em vez de focar apenas no ingrediente principal, os cientistas decidiram investigar a fundação sobre a qual ele é construído.

Screenshot-2025-08-15-201134 Pesquisadores brasileiros propõem estratégia inédita para a estabilidade de células solares de perovskita

Uma nova perspectiva sobre a base do problema

A inovação crucial foi olhar para a camada subjacente, a superfície que está em contato direto com a perovskita e serve de base para sua formação. Durante a fabricação, os componentes da perovskita são depositados em estado líquido sobre essa camada, onde se cristalizam e formam o filme sólido. Os pesquisadores levantaram uma hipótese fundamental: e se a natureza dessa base influenciasse diretamente a maneira como os cristais se organizam e, por consequência, sua resistência?

Para testar essa ideia, eles produziram células solares utilizando diferentes materiais como camada subjacente. O resultado foi notável. Cada base induziu a formação de filmes de perovskita com orientações cristalinas distintas. Em seguida, submeteram todos os dispositivos a um rigoroso teste de estresse, aquecendo os a 85 graus Celsius por mais de quinhentas horas. A conclusão foi clara. A orientação dos grãos cristalinos, ditada pela camada inferior, era o fator determinante para a estabilidade térmica.

A sinergia que impulsiona a ciência de ponta

Segundo Murillo Henrique de Matos Rodrigues, pesquisador de pós doutorado no CINE e um dos autores do artigo, a principal contribuição do estudo foi demonstrar de forma sistemática e inédita essa correlação direta. Esta descoberta só foi possível graças à sinergia entre o grupo da Unicamp, liderado pela professora Ana Flávia Nogueira, uma pioneira no estudo de perovskitas no Brasil, e a equipe do CNPEM, que dispõe de técnicas avançadas para a caracterização de materiais. Essa parceria fortalece o papel das instituições brasileiras na busca por soluções energéticas sustentáveis.

Screenshot-2025-08-15-201754 Pesquisadores brasileiros propõem estratégia inédita para a estabilidade de células solares de perovskita
Fonte: Inovacare SOLAR

O entendimento aprofundado do papel da camada subjacente abre um novo horizonte para o design de dispositivos fotovoltaicos. Em vez de apenas remediar a instabilidade, agora é possível projetar células solares que já nascem mais duráveis. A pesquisa oferece um roteiro para a criação de novas camadas de transporte que promovam um crescimento orientado dos cristais de perovskita, resultando em dispositivos que não são apenas mais eficientes, mas também muito mais robustos, um passo decisivo para que essa tecnologia revolucionária finalmente saia dos laboratórios e se torne parte do nosso cotidiano energético.

Fonte: Agência FAPESP

Aglaonema vibrante com 4 ajustes de luz indireta

A aglaonema, com suas folhas pintadas em tons de verde, rosa e vermelho, é uma das plantas de interior mais admiradas por quem busca cor e beleza sem precisar de sol direto. No entanto, manter suas cores vibrantes e seu crescimento saudável exige mais atenção à luz do que muitos imaginam. Com quatro ajustes simples na forma como você oferece luz indireta, é possível potencializar o brilho e a vitalidade dessa planta, garantindo que ela seja o destaque em qualquer ambiente.

A importância da luz indireta para a aglaonema

Originária das florestas tropicais da Ásia, a aglaonema está acostumada a receber luminosidade filtrada pelas copas das árvores. Isso significa que ela não tolera sol direto intenso, mas também não se desenvolve bem em locais excessivamente sombreados. A luz indireta é o ponto de equilíbrio: suficiente para estimular a fotossíntese e manter a coloração intensa das folhas, sem provocar queimaduras.

Ajuste 1: proximidade estratégica da janela

O primeiro ajuste é posicionar a aglaonema a uma distância adequada de uma janela que receba luz abundante, mas filtrada. Janelas voltadas para o leste ou norte são ideais, pois recebem sol suave. Já em janelas de oeste ou sul, vale usar cortinas leves para suavizar a intensidade.
Manter a planta de 1 a 2 metros da janela costuma ser um bom ponto de partida. Se as folhas começarem a perder o brilho ou ficarem desbotadas, talvez seja necessário aproximá-la um pouco mais.

Ajuste 2: uso de barreiras difusoras

Cortinas finas, persianas semiabertas ou até películas de proteção solar ajudam a criar a luz indireta perfeita para a aglaonema. Esse tipo de barreira difusora reduz o impacto da luz direta e distribui de forma homogênea, evitando manchas nas folhas.
Essa técnica é especialmente útil em apartamentos muito iluminados, onde o sol entra com força durante boa parte do dia.

Ajuste 3: rotação periódica da planta

Assim como acontece com outras plantas ornamentais, a aglaonema tende a crescer em direção à fonte de luz. Isso pode fazer com que ela fique torta ou com folhas mais bonitas de um lado apenas. A solução é simples: gire o vaso cerca de 90 graus a cada duas semanas.
Essa rotação garante um crescimento mais equilibrado e uniforme, além de ajudar todas as folhas a receberem luz suficiente para manter suas cores vivas.

Ajuste 4: suplementação com luz artificial

Para quem vive em ambientes com pouca iluminação natural, o uso de luzes artificiais específicas para plantas é um grande aliado. Lâmpadas de espectro completo, que imitam a luz solar, podem complementar a luminosidade natural e evitar que a aglaonema enfraqueça.
O ideal é posicionar a lâmpada a cerca de 30 cm acima da planta e mantê-la ligada entre 8 e 12 horas por dia. Essa estratégia é muito útil no inverno ou em cômodos internos sem janelas.

Como identificar problemas de luz

Folhas amareladas, queda frequente ou manchas marrons podem indicar excesso de luz direta. Já folhas verdes escuras e sem brilho, crescimento lento e ausência de novas folhas coloridas são sinais de pouca luminosidade. Observar a planta e ajustar rapidamente evita danos maiores e mantém o visual exuberante.

A relação entre luz e rega

Quanto mais luz a aglaonema recebe, mais ativa fica sua fotossíntese, o que aumenta a necessidade de água. Em ambientes muito iluminados, o substrato seca mais rápido, exigindo regas mais frequentes. Já em locais mais sombreados, a água leva mais tempo para evaporar, e regar no mesmo ritmo pode causar excesso de umidade e apodrecimento das raízes.
Sempre verifique a umidade do substrato antes de regar, inserindo o dedo cerca de 3 cm no solo.

Outras dicas para manter a cor intensa

Além da luz, a adubação certa faz diferença. Um fertilizante balanceado, rico em nitrogênio e micronutrientes como magnésio e ferro, mantém as folhas mais vibrantes. A limpeza periódica das folhas com um pano úmido também ajuda a remover poeira e permite que a planta absorva mais luz.

Benefícios decorativos e purificadores

A aglaonema não é apenas bonita: ela também ajuda a purificar o ar, removendo toxinas comuns em ambientes internos. Com suas folhas largas e coloridas, é uma peça decorativa que se adapta a diferentes estilos, do minimalista ao mais tropical.

Cuidar da aglaonema é mais simples do que parece, e pequenos ajustes na luz podem transformar completamente sua aparência. Seguindo os quatro ajustes de proximidade, difusão, rotação e suplementação artificial, você garante uma planta colorida, saudável e cheia de vida durante todo o ano.

Leia mais artigos aqui

Conheça também – Revista Para+

Inscrições abertas para propostas de painéis nos Pavilhões Brasil da COP30

Inscrições abertas ao Pavilhões Brasil: Sociedade é convidada a construir o debate climático na COP30 em Belém

 

Às vésperas de sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, o Brasil dá um passo fundamental para garantir que a sua voz seja plural e representativa. O governo federal acaba de lançar um convite formal à sociedade para que ela se torne protagonista na construção dos diálogos que acontecerão nos Pavilhões Brasil. A partir de segunda feira, dia 11 de agosto, instituições de todo o país poderão inscrever propostas de painéis, moldando a narrativa que o Brasil apresentará ao mundo no coração da Amazônia.

Dois espaços um só propósito

Em uma estrutura inédita, a participação brasileira na COP30 será organizada em dois grandes palcos, os Pavilhões Brasil localizados nas zonas azul e verde do evento. Ambos serão coordenados pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima em articulação com outros órgãos federais, mas cada um terá uma vocação distinta. Os pavilhões funcionarão como o epicentro da delegação nacional, projetados para catalisar discussões e apresentar soluções para a crise climática.

A Zona Azul será a grande vitrine internacional. Nela, os debates se concentrarão nas estratégias de implementação das Contribuições Nacionalmente Determinadas, as NDCs, compromissos assumidos pelo Brasil no âmbito do Acordo de Paris. Será um espaço para diálogos de alto nível, focados na cooperação global e no posicionamento do país como ator indispensável na geopolítica do clima.

Screenshot-2025-08-15-120927 Inscrições abertas para propostas de painéis nos Pavilhões Brasil da COP30
Fonte: Uruá-Tapera

Um espelho para a nação

Já a Zona Verde terá um olhar voltado para dentro. Os temas abordados nesse espaço conversarão diretamente com a realidade e os desafios da sociedade brasileira. O foco principal será a implementação do Plano Clima, o grande roteiro que guiará as ações do país contra o aquecimento global até o ano de 2035. Será um ambiente para discussões sobre justiça climática, transição energética, bioeconomia e a proteção de comunidades vulneráveis, refletindo as pautas que pulsam no território nacional.

Como garantir uma voz no debate

As instituições interessadas em ocupar esses espaços de diálogo devem ficar atentas ao prazo, que se encerra às 23h59 do dia 30 de agosto. Cada painel terá uma duração máxima de cinquenta minutos, um tempo precioso para aprofundar temas complexos e apresentar novas perspectivas. Os eventos ocorrerão diariamente, das 10h às 18h, durante toda a conferência.

Screenshot-2025-08-15-121341 Inscrições abertas para propostas de painéis nos Pavilhões Brasil da COP30

Para garantir a diversidade de vozes, a organização estabeleceu o limite de uma proposta por instituição para cada pavilhão. A ideia é ampliar ao máximo o leque de participantes, envolvendo universidades, movimentos sociais, setor privado e organizações não governamentais. Ao submeter a proposta, será necessário indicar o eixo temático, uma data provável e os nomes de debatedores e moderadores, um esforço para assegurar a pluralidade que um evento dessa magnitude exige. Este chamado não é apenas um procedimento burocrático, mas uma convocação para que o Brasil construa coletivamente sua mensagem para o futuro do planeta.

Fonte:  Creative Commons

Filodendro-brasil: 5 técnicas de estaquia vigorosas

Você já reparou como algumas plantas parecem crescer de forma quase mágica, enchendo o ambiente de vida e cor, enquanto outras empacam? O filodendro-brasil, com suas folhas verdes marcadas por listras amarelas, é daqueles que, quando bem cuidados, se tornam protagonistas na decoração. E a melhor parte: você pode multiplicá-lo com facilidade usando técnicas de estaquia que mantêm a força e o padrão das folhas.

Por que o filodendro-brasil é tão especial

Além de lindo e versátil, o filodendro-brasil é uma planta resistente e adaptável. Ele cresce bem em ambientes internos com boa luminosidade indireta e suporta pequenas variações de temperatura. Essa rusticidade o torna perfeito para iniciantes, mas também para colecionadores que buscam compor espaços verdes com mais textura e cor. O tom bicolor das folhas é seu grande diferencial e pode ser mantido intacto quando a reprodução é feita da forma correta.

1. Estaquia em água

A técnica mais popular e acessível é colocar o corte em um recipiente com água limpa. Escolha um ramo saudável com pelo menos duas folhas e um nó visível (aquele pequeno inchaço no caule, de onde surgem raízes). Mantenha a parte cortada submersa e troque a água a cada três dias para evitar fungos. Quando as raízes atingirem cerca de 5 cm, é hora de transferir para o substrato.

Dica extra

Use recipientes transparentes para monitorar o crescimento das raízes e evitar que elas se enrosquem. Vidros reciclados de conservas funcionam muito bem.

2. Estaquia em substrato úmido

Para quem quer pular a fase da água, o plantio direto no substrato é uma ótima alternativa. Corte o ramo, retire a folha mais próxima da base e plante em um vaso com substrato leve e bem drenado. Cubra levemente a base com o solo, mantendo a parte cortada firme. Mantenha a umidade alta borrifando água ao redor e colocando o vaso em local com luz indireta abundante.

Observação importante

Não compacte demais o substrato, pois isso pode prejudicar o surgimento das novas raízes.

3. Estaquia aérea

Essa técnica é ideal para filodendros mais velhos ou muito compridos. Escolha um ponto no caule com nó e envolva-o com esfagno úmido (musgo específico para plantas), prendendo com filme plástico transparente. Mantenha o musgo úmido e, após algumas semanas, você verá raízes surgindo ali. Nesse momento, corte abaixo da nova raiz e plante normalmente.

Vantagem da estaquia aérea

Ela garante que a planta-mãe continue saudável enquanto a nova muda já se desenvolve no próprio caule.

4. Divisão de touceira

Se o seu filodendro-brasil cresceu bastante e encheu o vaso, a divisão de touceira pode ser a melhor forma de multiplicar. Retire a planta inteira do vaso e, com cuidado, separe os blocos de raízes com folhas saudáveis. Plante cada parte em vasos individuais, garantindo que cada um tenha substrato fresco e espaço para se expandir.

Cuidados após a divisão

As raízes ficam mais sensíveis após esse processo, por isso, evite adubação forte nos primeiros 15 dias.

5. Estaquia de ponta

Outra forma simples é cortar apenas a ponta de um ramo com folhas jovens e saudáveis. Essa parte costuma enraizar rápido porque concentra energia de crescimento. Você pode seguir o método da água ou do substrato, e a planta-mãe ainda estimula novos brotos no local do corte, deixando o vaso mais cheio.

Truque para acelerar

Molhe a ponta cortada e passe em hormônio enraizador antes de plantar. Isso estimula um desenvolvimento mais rápido e vigoroso.

Como cuidar das mudas após a estaquia

Independentemente da técnica escolhida, as novas mudas precisam de atenção especial nos primeiros 30 dias. Mantenha a umidade constante, mas sem encharcar. Evite luz solar direta e proteja contra correntes de ar frio. Um adubo equilibrado pode ser aplicado após as primeiras quatro semanas, sempre em baixa dosagem para não queimar as raízes jovens.

Mantendo a variação de cor das folhas

O filodendro-brasil tem a beleza marcada pela variegata amarela. Para garantir que as mudas mantenham esse padrão, forneça boa iluminação indireta e evite locais muito escuros, pois isso pode fazer as folhas ficarem totalmente verdes. A poda estratégica de folhas mais fracas também ajuda a direcionar energia para brotos mais vibrantes.

Recompensa a longo prazo

Propagar o filodendro-brasil não é só uma forma de ter mais plantas bonitas em casa — também é uma oportunidade de presentear amigos e familiares com uma muda cheia de vida. Além disso, o processo em si é terapêutico, permitindo acompanhar cada fase do crescimento e perceber como pequenas ações diárias fazem diferença.

Cuidar e multiplicar plantas é mais do que jardinagem: é um exercício de paciência, atenção e conexão com a natureza. E o filodendro-brasil, com sua resistência e beleza, é um parceiro perfeito para isso.

Leia mais artigos aqui

Conheça também – Revista Para+

Inscrições ao programa de bolsas de estudo sobre Oceano e Direito do Mar encerra em 14 de setembro

Uma convocatória global para proteger os oceanos

 

Em um momento em que a saúde dos oceanos se torna uma prioridade incontornável para o futuro do planeta, uma iniciativa conjunta entre as Nações Unidas e a Fundação Nippon, do Japão, se destaca como um farol de esperança, eles lançaram a convocatória para inscrições a edição de 2026 do Programa de Bolsas de Estudo sobre Oceano e Direito do Mar, uma oportunidade singular para profissionais de países em desenvolvimento se aprofundarem em temas cruciais para a conservação e gestão sustentável dos ecossistemas marinhos.

O programa oferece um treinamento de ponta, com uma experiência imersiva na sede da ONU em Nova Iorque. O prazo para inscrição é 14 de setembro de 2025, um chamado para todos aqueles que se dedicam a moldar um futuro mais azul e resiliente.

Screenshot-2025-08-15-015543 Inscrições ao programa de bolsas de estudo sobre Oceano e Direito do Mar encerra em 14 de setembro

Divisão de Assuntos Oceânicos e Direito do Mar da ONU (UNDOALOS)

A Divisão de Assuntos Oceânicos e Direito do Mar da ONU (UNDOALOS) está à frente da seleção, buscando talentos engajados com a pauta oceânica. O programa é direcionado a funcionários públicos e profissionais de nível intermediário que atuem diretamente em questões relacionadas ao direito do mar e à preservação de ecossistemas costeiros e marinhos. O objetivo é claro e ambicioso: fornecer uma formação avançada e totalmente financiada nessas áreas, incluindo disciplinas relacionadas como as ciências marinhas.

A capacitação visa fortalecer a formulação de políticas públicas e estruturas de gestão eficazes, essenciais para enfrentar os desafios complexos que os oceanos enfrentam hoje.

O tripé da formação: conhecimento, política e sustentabilidade

O programa é construído sobre um tripé de capacitação com o objetivo de equipar os participantes com habilidades para atuar em diferentes frentes. A primeira é a implementação do marco jurídico da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS) e seus instrumentos. A segunda, não menos importante, é a capacidade de formular políticas abrangentes para a gestão oceânica. Por fim, o programa busca alinhar a atuação dos profissionais à Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, com especial ênfase no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 14: Vida na Água. Essa abordagem holística garante que os bolsistas não apenas adquiram conhecimento técnico, mas também desenvolvam uma visão estratégica e alinhada aos desafios globais.

Com uma duração de nove meses, a bolsa é dividida em duas fases distintas e complementares. A primeira é um treinamento intensivo de três meses na sede das Nações Unidas em Nova Iorque, previsto para ocorrer entre meados de março e junho de 2026. Durante essa fase, os bolsistas trabalharão diretamente com a equipe da OLA/DOALOS, imergindo no ambiente diplomático e técnico da ONU. Em seguida, a segunda fase oferece uma estadia de pesquisa de seis meses em uma instituição acadêmica de prestígio, escolhida de acordo com a área de especialização de cada bolsista. Essa etapa, de julho a dezembro de 2026, é dedicada à pesquisa aprofundada, permitindo que os participantes desenvolvam projetos específicos de grande relevância para seus países.

Screenshot-2025-08-15-015851 Inscrições ao programa de bolsas de estudo sobre Oceano e Direito do Mar encerra em 14 de setembro
Imagem: © Damir Zurub

Perfil do candidato e compromisso com a diversidade

Para se qualificar, o candidato deve ter entre 25 e 45 anos, possuir pelo menos um diploma universitário e ser nacional de um país em desenvolvimento. É fundamental demonstrar capacidade para conduzir pesquisas e estudos avançados. A bolsa se destina a profissionais de nível intermediário, que já trabalham em áreas como a implementação da UNCLOS, a gestão de zonas costeiras, a conservação de recursos marinhos, a segurança marítima ou as ciências marinhas.

A diversidade é um pilar do programa, que busca um equilíbrio de gênero e uma representação geográfica equitativa entre os participantes. Candidaturas de mulheres são fortemente incentivadas, e acomodações podem ser providenciadas para candidatos com deficiência, reafirmando o compromisso da iniciativa com a inclusão.

Inscrições

O processo de inscrição é totalmente online e exige a submissão de um pacote de documentos, incluindo formulários específicos e uma cópia do passaporte, que devem ser enviados por e-mail até o prazo final. Além disso, é necessário preencher um formulário online complementar. Somente as candidaturas completas e enviadas dentro do prazo serão avaliadas. Os resultados serão divulgados em dezembro de 2025, na página da Divisão de Assuntos Oceânicos e Direito do Mar da ONU.

Apenas os candidatos selecionados e os suplentes receberão uma confirmação oficial por e-mail, garantindo um processo transparente e profissional. O programa representa uma chance única para profissionais dedicados a fazer a diferença, oferecendo as ferramentas e o conhecimento necessários para liderar a próxima geração de defensores dos oceanos.

Fonte:  Nações Unidas no Brasil

País tem desafio de eliminar equipamentos com substância tóxica PCB

Composto químico era usado em transmissores de energia como isolante elétrico

 

Uma substância que põe em risco a saúde das pessoas e também contamina o meio ambiente permanece presente de forma silenciosa em muitas cidades do Brasil, a bifenila policlorada (PCB), também chamada de ascarel, era usada antigamente pela indústria em equipamentos como isolante elétrico.ebc País tem desafio de eliminar equipamentos com substância tóxica PCBebc País tem desafio de eliminar equipamentos com substância tóxica PCB

Utilização insegura

Por ser um líquido oleoso que tem entre suas propriedades a absorção de calor e até efeitos bactericidas, a PCB foi amplamente utilizada na constituição de equipamentos, como transmissores de energia. Com o avanço da ciência, ficou comprovado que o seu uso não é seguro.

Neste Dia Nacional de Combate à Poluição (14), o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) anunciou investimento de R$ 30 milhões em apoio financeiro para eliminação segura de equipamentos contaminados. Os recursos vão financiar o serviço de empresas licenciadas para tratar e dar a destinação adequada à substância.

Screenshot-2025-08-15-003927 País tem desafio de eliminar equipamentos com substância tóxica PCB
Fonte: Revista AdNormas

Segundo a diretora de Qualidade Ambiental do MMA, Thaianne Resende, as bifenilas policloradas são altamente tóxicas e classificadas como Poluente Orgânico Persistente (POP). Por essa razão, foram banidas mundialmente pela Convenção de Estocolmo.

“Elas representam uma ameaça ao meio ambiente e à saúde humana, podendo causar doenças como câncer, problemas neurológicos, distúrbios hormonais e má-formação fetal”, alerta Thaianne Resende.

Além de ser signatário da Convenção de Estocolmo, que é um tratado internacional para proteger a saúde humana e o meio ambiente de substâncias químicas prejudiciais, o Brasil também tem legislação que estabelece prazos e obrigações para a eliminação da bifenila policlorada.

Destinação

Thaianne Resende explica que a dificuldade está na destinação dos equipamentos contaminados, que podem estar em empresas e instituições do setor elétrico, da indústria, do comércio e até do setor público.

“Segundo o relatório de detentores do Inventário Nacional de PCB (Sinir/PCB), em julho de 2025, o Brasil ainda tem mais de 500 mil toneladas de material contaminado com PCBs para destinar”, diz a diretora.

Os dados são referentes à fase de identificação da contaminação, que pela Convenção de Estocolmo deveria ser realizada até novembro de 2024. O prazo para a eliminação da substância de maneira ambientalmente adequada vai até 2028.

Para auxiliar gestores e empresários a identificar e dar a destinação correta aos equipamentos contaminados, o MMA criou o Projeto PCB Responsável, que disponibiliza na internet todas as informações necessárias de como proceder após identificar a presença da substância.

“Dentro dessa página estão listadas as empresas de destinação licenciadas e parceiras do projeto que podem realizar a eliminação adequada de equipamentos e resíduos contaminados com PCBs”, explica a gestora.

Screenshot-2025-08-15-004257 País tem desafio de eliminar equipamentos com substância tóxica PCB
Fonte: Depositphotos

Apoio financeiro

Após a identificação e o cadastramento no Inventário Nacional de PCB,as empresas e instituições que tenham equipamentos contaminados devem entrar em contato diretamente com uma das empresas destinadoras de PCBs licenciadas e preparar a documentação necessária.

De acordo com o MMA, serão pagos de R$ 1,2 mil a R$ 3,2 mil por tonelada de material contaminado, conforme a região de tratamento e coleta dos equipamentos. “Assim, a empresa mantém a conformidade legal, evitando penalidades e fortalecendo sua responsabilidade socioambiental”, conclui Thaianne Resende.

Brasil reciclou 97,3% das latinhas de alumínio em 2024

Em dia de jogo no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, é comum perceber um sem-número de torcedores que aproveitam os últimos metros antes dos pontos de revista para consumir bebidas nas latinhas de cerveja e refrigerante, itens proibidos de entrar no estádio. Antes mesmo de as pessoas se darem o trabalho de jogar a lata nas lixeiras, praticamente um exército de catadores já recolhe o resíduo.ebc Brasil reciclou 97,3% das latinhas de alumínio em 2024ebc Brasil reciclou 97,3% das latinhas de alumínio em 2024

Percentual de reciclagem

Esse esforço concentrado dos catadores, muitos deles em situação de vulnerabilidade socioeconômica, faz com que o país alcance, por anos seguidos, nível altíssimo de reciclagem de latinhas. Em 2024, o patamar foi de 97,3%, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (14).

 

Screenshot-2025-08-15-002013 Brasil reciclou 97,3% das latinhas de alumínio em 2024
Fonte: Revista Alumínio

O balanço é da Recicla Latas, associação sem fins lucrativos criada e mantida pelos fabricantes e recicladores de latas de alumínio, que busca aperfeiçoar a indústria de reciclagem. Segundo a instituição, o Brasil alcançou 16 anos seguidos com taxa de reaproveitamento acima de 96%.

Em 2022, o índice chegou a 100,1%, ou seja, no ano foram recicladas mais latinhas do que o número comercializado. Em 2023, o patamar ficou em 99,7%.

No ano passado, foram reutilizadas 33,9 bilhões das 34,8 bilhões de latinhas comercializadas. Depois que vão para o lixo, esses recipientes estão de volta às prateleiras em 60 dias.

Logística reversa

De acordo com o secretário-executivo da Recicla Latas, Renato Paquet, o sistema de logística reversa brasileiro se destaca por sua consistência.

“Mesmo em anos desafiadores, conseguimos manter índices elevados, o que demonstra a força da articulação entre os diversos elos da cadeia”, diz.

A logística reversa, ou seja, fabricantes se responsabilizarem pelo retorno de resíduos gerados por seus produtos, está prevista na Lei 12.305/2010, também chamada de Política Nacional de Resíduos Sólidos.

A Recicla Latas atua em parceria com a Associação Brasileira do Alumínio (Abal) e a Associação Brasileira da Lata de Alumínio (Abralatas).

A presidente da Abal, Janaina Donas, afirma que o Brasil é referência global em economia circular e que as fabricantes enxergam na reciclagem mais que uma solução apenas ambiental, “mas uma estratégia de competitividade, segurança de suprimento e um caminho essencial para a descarbonização do nosso setor”.

Para o presidente da Abralatas, Cátilo Cândido, trata-se também “de uma cadeia estruturada que gera renda e oportunidades em todas as regiões do país”.

Catadores

O Movimento Nacional dos Catadores estima que o país tenha cerca de 800 mil catadores de materiais recicláveis.

Em 2020, foi firmado um termo de compromissos entre a Abralatas, a Abal e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). Além de iniciativas para manter o patamar elevado de reciclagem, o documento determina investimento dos produtores para melhorar a renda e condição de vida dos catadores.

O presidente da Associação Nacional dos Catadores (Ancat), Roberto Rocha, disse à Agência Brasil que um dos caminhos para melhorar a qualidade de vida de catadores é que, além da remuneração pelo material entregue às recicladoras, os catadores sejam pagos também pelo trabalho de coleta em si.

“Ninguém paga para recuperação ou para coleta desse descarte das latinhas”, explica.

Screenshot-2025-08-15-001620 Brasil reciclou 97,3% das latinhas de alumínio em 2024

Proposta

A proposta da associação é que as prefeituras custeiem a atividade, com a participação da iniciativa privada.

“O que falta para melhorar e dignificar, melhorar a qualidade e o serviço dos catadores é que possamos ter um grande programa de pagamento pelo serviço prestado através da coleta das latinhas de alumínio”, reivindica Rocha, que pede também que os catadores autônomos ─ não vinculados a cooperativas ─ também sejam beneficiados por políticas propostas pela lei de logística reversa.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br diz

Biodigestores, a tecnologia que transforma lixo em biofertilizantes e energia limpa

Os biodigestores estão associados a transição energética, combate às mudanças climáticas e a promoção da economia circular

 

Em um mundo que clama por soluções para as crises climáticas, energéticas e de resíduos, uma tecnologia discreta e poderosa emerge como uma das protagonistas da transição para um futuro mais sustentável: os biodigestores. Longe dos holofotes das grandes inovações, esses equipamentos, que podem variar de pequenos modelos caseiros a imensas usinas industriais, estão silenciosamente revolucionando a forma como lidamos com nossos resíduos orgânicos, transformando-os em valiosos recursos.

A importância dos biodigestores transcende a simples gestão de lixo. Eles representam um pilar fundamental para a transição energética, o combate às mudanças climáticas e a promoção de uma economia circular. A premissa é simples e genial: aproveitar o processo natural de decomposição da matéria orgânica em um ambiente controlado para produzir biogás, uma fonte de energia renovável, e biofertilizante, um adubo orgânico de alta qualidade.

Screenshot-2025-08-14-194626 Biodigestores, a tecnologia que transforma lixo em biofertilizantes e energia limpa
Biodigestor – Imagem: HomeBiogas

O Coração do Processo: A Magia da Decomposição Anaeróbia

Para entender a relevância dos biodigestores, é preciso mergulhar no seu funcionamento. O processo, conhecido como digestão anaeróbia, é uma jornada biológica fascinante. Tudo começa quando os resíduos orgânicos: restos de alimentos, esterco animal, lodo de esgoto, podas de jardins, são inseridos em um tanque hermeticamente fechado, o biodigestor. Dentro desse ambiente sem oxigênio, uma comunidade de bactérias especializadas entra em ação.

Esses microrganismos trabalham em um ciclo de quatro etapas:

  1. Hidrólise: As bactérias hidrolíticas quebram as moléculas complexas dos resíduos (carboidratos, proteínas e gorduras) em moléculas menores e mais simples. É como se elas “picassem” os alimentos para as próximas bactérias.
  2. Acidogênese: Outro grupo de bactérias, as acidogênicas, transforma essas moléculas menores em ácidos orgânicos de cadeia curta, como o ácido acético. Nesse estágio, o pH do meio começa a diminuir.
  3. Acetogênese: As bactérias acetogênicas convertem os ácidos orgânicos em ácido acético, hidrogênio e dióxido de carbono.
  4. Metanogênese: Esta é a etapa final e a mais crucial. As bactérias metanogênicas se alimentam do ácido acético, do hidrogênio e do dióxido de carbono, produzindo biogás. O biogás é uma mistura de gases, sendo o metano (CH₄) seu principal componente, que é o que o torna um combustível.

O resultado desse processo não é apenas o biogás. Ao final do ciclo, o biodigestor também gera o biofertilizante, um efluente rico em nutrientes essenciais para as plantas, como nitrogênio, fósforo e potássio. Esse material, isento de sementes de ervas daninhas e patógenos, é um adubo orgânico superior aos fertilizantes químicos, pois melhora a estrutura do solo e aumenta sua capacidade de retenção de água.

Screenshot-2025-08-14-195159 Biodigestores, a tecnologia que transforma lixo em biofertilizantes e energia limpa
Imagem: Revista Amazônia

Da Mesa à Usina, os Biodigestores em Diferentes Escalas:

 

A versatilidade dos biodigestores é um de seus maiores trunfos. Eles se adaptam a diversas realidades e necessidades, desde a pequena propriedade rural até a grande indústria.

  • Biodigestores Domésticos e de Pequena Escala

A solução para o lixo orgânico de muitas famílias pode estar no quintal de casa. Biodigestores como o HomeBiogas são projetados para uso doméstico, permitindo que as famílias processem seus resíduos de cozinha e esterco de pequenos animais. O sistema é compacto e fácil de operar.

Como funciona o HomeBiogas?

O usuário alimenta o equipamento com os resíduos. A digestão anaeróbia ocorre no interior, gerando biogás que pode ser usado para cozinhar em um fogão adaptado. O biofertilizante, um subproduto líquido, é coletado e pode ser aplicado diretamente em hortas e jardins. Essa tecnologia não apenas resolve o problema do lixo orgânico, mas também proporciona uma fonte de energia gratuita e renovável, além de adubo para o cultivo de alimentos.

A instalação de um biodigestor doméstico é um ato de educação ambiental em si. Em escolas, a construção de biodigestores artesanais se transforma em um laboratório vivo, onde alunos aprendem na prática sobre a decomposição da matéria, a produção de energia e a importância da sustentabilidade. Essa experiência lúdica e concreta solidifica o conceito de que o lixo não é um problema, mas uma oportunidade.

WhatsApp-Image-2025-08-14-at-20.06.16-1 Biodigestores, a tecnologia que transforma lixo em biofertilizantes e energia limpa
Biodigestor e a educação ambiental em escolas – Imagem: Revista Amazônia

  • Biodigestores Artesanais

A criatividade e a necessidade impulsionaram a criação de biodigestores artesanais, muitas vezes construídos com materiais de baixo custo e facilmente encontrados, como bombonas plásticas, tubos de PVC e lonas de silagem. Esses modelos são populares em comunidades rurais e em países em desenvolvimento, onde a solução energética e de saneamento é mais premente. Embora exijam maior atenção e manutenção, os biodigestores artesanais provam que a tecnologia de biodigestão está ao alcance de todos.

  • Biodigestores Industriais

Em uma escala maior, os biodigestores se tornam verdadeiras usinas de biogás. Indústrias alimentícias, abatedouros, usinas de açúcar e álcool e grandes fazendas com produção de suínos ou gado leiteiro geram enormes volumes de resíduos orgânicos. A biodigestão se torna a solução ideal para gerenciar esses efluentes, transformando um passivo ambiental em um ativo econômico. O biogás produzido em larga escala pode ser usado para gerar eletricidade e calor para as próprias operações da indústria, ou ser purificado e transformado em biometano, um combustível com as mesmas propriedades do gás natural, que pode ser injetado na rede de gás ou usado para abastecer frotas de veículos.

Um Escudo Contra a Crise Climática

A importância ambiental dos biodigestores é inquestionável. Eles atacam a raiz de alguns dos problemas ambientais mais graves da atualidade.

1. Combate às Emissões de Gases de Efeito Estufa

O metano (CH₄) é um gás de efeito estufa 25 vezes mais potente que o dióxido de carbono (CO₂). Quando os resíduos orgânicos são dispostos de forma inadequada em lixões e aterros sanitários, eles se decompõem de forma anaeróbia, liberando enormes quantidades de metano na atmosfera. Os biodigestores capturam e controlam esse metano, que, em vez de agravar o aquecimento global, é transformado em uma fonte de energia limpa. A queima do metano para gerar energia produz CO₂, mas a emissão de CO₂ é menos prejudicial ao clima do que a liberação direta de metano.

2. Proteção do Solo e dos Recursos Hídricos

A decomposição da matéria orgânica em lixões e aterros também gera chorume, um líquido altamente poluente. Esse efluente, rico em matéria orgânica e metais pesados, pode se infiltrar no solo e contaminar o lençol freático, comprometendo a qualidade da água potável e a fertilidade do solo por décadas. Ao processar esses resíduos em um ambiente controlado, os biodigestores neutralizam a formação de chorume, protegendo ecossistemas inteiros.

3. Promoção da Economia Circular

Os biodigestores fecham o ciclo dos nutrientes. Eles evitam que a matéria orgânica, cheia de nutrientes, seja desperdiçada em lixões, devolvendo-a à terra na forma de biofertilizante. Isso reduz a dependência de fertilizantes químicos, que têm um alto custo energético de produção e podem causar a eutrofização de rios e lagos.

O Futuro no Presente

A tecnologia de biodigestão já não é uma promessa distante, mas uma realidade consolidada em muitos países. Na Alemanha, por exemplo, o biogás responde por uma parcela significativa da matriz energética, e os biodigestores são uma parte essencial da infraestrutura agrícola e de resíduos.

Screenshot-2025-08-14-195606 Biodigestores, a tecnologia que transforma lixo em biofertilizantes e energia limpa
Fonte: Ecogen

No Brasil, o potencial é imenso. Com uma vasta produção agrícola e pecuária, o país gera uma quantidade gigantesca de resíduos orgânicos. A implementação de biodigestores em fazendas, agroindústrias e até mesmo em áreas urbanas pode ser a chave para descarbonizar a economia, garantir a segurança energética e criar uma nova fonte de renda para produtores rurais.

O biodigestor é mais do que um equipamento; é uma filosofia. Ele nos ensina que o que consideramos lixo pode ser, na verdade, um recurso valioso. É uma ferramenta de empoderamento, que permite a famílias e comunidades gerenciarem seus próprios resíduos e produzirem sua própria energia. Em um mundo onde o desperdício é um luxo que não podemos mais ter, a tecnologia dos biodigestores é a prova de que é possível construir um futuro mais verde e próspero, um resíduo orgânico por vez.

Papa Leão XIV concede Coroação Pontifícia à Nossa Senhora de Nazaré, em Cachoeira do Campo (MG)

A imagem tricentenária de Nossa Senhora de Nazaré, entronizada no altar-mor da Matriz, em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto, receberá a Coroação Pontifícia, concedida pelo Papa Leão XIV, no próximo dia 08 de setembro, com a celebração da Santa Missa festiva, às 19 horas, em honra a padroeira.

A cerimônia

A cerimônia será presidida pelo Arcebispo Metropolitano de Mariana, Dom Airton José dos Santos, que colocará a coroa sobre a Imagem, gesto que simboliza o reconhecimento oficial da Igreja à devoção secular do povo cachoeirense. Um momento histórico de fé e de devoção que será vivenciado pela comunidade católica.

Screenshot-2025-08-14-182326 Papa Leão XIV concede Coroação Pontifícia à Nossa Senhora de Nazaré, em Cachoeira do Campo (MG)
Imagem: Arquivo da Paróquia Nossa Senhora de Nazaré

O pedido para a concessão desta honraria foi feito pelo pároco, Padre Harley Carlos de Carvalho Lima, em comunhão com toda a comunidade paroquial. Ao longo do processo, foram reunidos documentos, testemunhos e registros históricos que comprovaram a intensa fé, o carinho e a devoção que, há gerações, os fiéis dedicam à Mãe de Nazaré.

Honraria

Após a reunião de todo esse material e enviado para Roma, esta Igreja Particular celebra, com júbilo, o retorno do Vaticano em conceder esta honraria suprema à Mãe de Jesus.

Padre Harley ressalta que a devoção à Nossa Senhora de Nazaré é singular nestas terras ouro-pretanas. Ele evidencia que o povo cachoeirense, juntamente com as comunidades vizinhas, nutre um grande amor e veneração pela Virgem Santíssima, o qual tem a alegria de partilhar a experiência de fé e devoção.

“Diante de tantas histórias e belos gestos que testemunhamos como demonstração de amor à Santíssima Virgem Maria, surgiu a ideia de prestar esta homenagem a Nossa Senhora por meio do Santo Padre, o Papa Leão XIV. Toda a comunidade sentiu-se envolvida, abraçou com entusiasmo este pedido e a expectativa é grande para este momento tão aguardado. Em 1963, o Papa João XXIII concedeu a mesma honraria a Nossa Senhora do Pilar, em Ouro Preto (MG) e, agora, mais de 60 anos depois, este gesto se repete em nosso querido distrito de Cachoeira do Campo. Tenho rezado e agradecido a Deus por tantas bênçãos”, ressaltou Padre Harley.

 

Segundo ele, esta coroação enriquecerá ainda mais as celebrações do Ano Jubilar da Esperança, dos 280 anos de criação da Arquidiocese de Mariana e dos 315 anos de criação Canônica da Paróquia de Nossa Senhora de Nazaré.

Padre Harley destaca ainda que, em Cachoeira do Campo, este momento ficará marcado como um capítulo especial na caminhada de fé, unindo tradição, história e espiritualidade.

Imagem de Nossa Senhora de Nazaré

A imagem, uma preciosidade do barroco com mais de 300 anos, veio de Portugal no período colonial e permanece como um dos maiores tesouros artísticos e espirituais da comunidade de Cachoeira do Campo.

Por volta de 1680, o pioneiro habitante, Manoel de Mello, estabeleceu-se no distrito, portando consigo uma pequena imagem da Virgem de Nazaré de, aproximadamente, 40 cm de altura.

Provavelmente, em 1719, essa pequena imagem foi substituída por outra escultura portuguesa, em madeira talhada e policromada com 1,38 cm de altura, 55 cm de largura e 40 cm de profundidade, advinda da cidade de Braga, Portugal, sendo colocada no interior do Templo, que fora construído para ela.

Screenshot-2025-08-14-183801 Papa Leão XIV concede Coroação Pontifícia à Nossa Senhora de Nazaré, em Cachoeira do Campo (MG)
Imagem: Arquivo da Paróquia Nossa Senhora de Nazaré

Tradição

Uma tradição oral peculiar e profundamente enraizada em Cachoeira do Campo narra a chegada dessa imagem como um fato inexplicável. A delegação que a transportava com destino a Morro Vermelho, distrito de Caeté ou Casa Branca, naquela época, fazendo uma pausa para descanso na atual Praça Filipe dos Santos, ao tentar retomar a jornada, os bois, que puxavam o carro com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, mostraram-se obstinados a não prosseguir a viagem.

Esse evento foi interpretado como um sinal divino, pois a parada ocorreu em frente ao templo que ostentava a mesma invocação à Santa de Nazaré. Assim, a imagem de maior porte permaneceu em Cachoeira do Campo, tomando o lugar da antiga e menor, perpetuando a convicção de que a própria Virgem escolheu a localidade como sua morada.

Portanto, afirma a tradição que não foi Cachoeira do Campo que a escolheu como Padroeira, mas ela própria e a paróquia preserva ambas as imagens como testemunhas dessa história singular.

Representação sacra

A figura de Nossa Senhora de Nazaré é descrita como uma representação sacra de uma jovem mulher, entronizada sobre um leito de nuvens. Sua cabeça se eleva com postura altiva, o olhar fixo adiante. Seus cabelos, em ondas suaves, deslizam pelas laterais, com as pontas repousando delicadamente sobre o ombro direito. O braço direito, dobrado à frente, exibe uma mão aberta em gesto de realeza.

O braço esquerdo, curvado em arco, sustenta o Menino Jesus, que repousa sobre o manto, sentado, com a cabeça erguida e voltada para a direita, ostentando cabelos curtos e castanhos. Seus braços estão levemente flexionados e abertos; a mão direita emana uma bênção, enquanto a outra permanece aberta.

Delicada e ao mesmo tempo imponente, a Imagem permanece abençoando os cachoeirenses ao longo dos séculos e, hoje, a Paróquia é uma das mais antigas de Ouro Preto e, em número de fiéis, está entre as maiores da Região Pastoral Mariana Norte.

Screenshot-2025-08-14-182150 Papa Leão XIV concede Coroação Pontifícia à Nossa Senhora de Nazaré, em Cachoeira do Campo (MG)
Imagem: Arquivo da Paróquia Nossa Senhora de Nazaré

Coroação Pontifícia

A Coroação Pontifícia é um privilégio raro, concedido apenas às imagens pintadas ou esculpidas que, ao longo da história, tornaram-se sinais visíveis de graças e bênçãos para os fiéis.

Portanto, é uma cerimônia simbólica da Igreja Católica em que o Papa concede a coroa a uma imagem de Maria Santíssima que seja de grande devoção popular. Esse gesto solene reconhece a maternidade divina de Maria e expressa o amor e a gratidão da Igreja à Jesus.

Mas a cerimônia só acontece após a aprovação formal do Papa, que é oficializada pelo Decreto Papal, e a coroação é feita pelo (arce)bispo da (Arqui)diocese em que se encontra a imagem. Essa tradição, que tem suas raízes na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, é considerada um importante ato de fé e devoção.

Fonte: Arquidiocese de Mariana – MG

Em sua quinta carta pública André Lago chama a comunidade internacional a ouvir as pessoas.

pres-cop-Fernando-Donasci-MMA-400x267 Em sua quinta carta pública André Lago chama a comunidade internacional a ouvir as pessoas.
Presidente André Corrêa Lago – Fernando Donasci MMA

A organização da COP30, liderada pelo presidente André Corrêa do Lago, lançou uma carta no último dia 12 de agosto em que conclama a comunidade internacional a tomar ações reais em prol da sobrevivência futura do ser humano e mudar a perspectiva do dessas ações, colocando como protagonistas nas pessoas e nos países mais afetados pela crise climática. 

O documento redigido pelo embaixador nos chama a atenção ao fato de que a crise climática é provocada por uma parcela mais abastada da sociedade, onde há mais industrialização, consumo de recursos, onde já houve mudanças mais evidentes no seu ambiente natural, mas que é a parcela que mais carente da população que é a mais afetada por esta. Lago pede que cada vez mais as pessoas possam ser chamadas ao centro da discussão, não somente os governos, ongs, empresas e instituições. Ele observa a importância da participação ativa dos grupos minoritários, a maioria das vezes afastados do centro deste debate, mesmo sendo os que mais sofrem na atual situação do planeta. 

Em um dos pontos do documento, a organização declara ainda que há novos parâmetros para “trazer as pessoas ao centro da COP30”, onde são apresentados os tópicos; Mobilização Global: que pretende trazer lideranças jovens ligadas a realidade das comunidades em âmbito global; Negociações formais da UNFCCC: que buscará trazer as pessoas para as discussões de Objetivo Global de Adaptação, o Balanço Global, a Transição Justa, o Plano de Ação de Gênero e a Plataforma dos Povos Indígenas; Agenda de Ação: com 6 pontos para trazer justiça climática; e Cúpula de Líderes: que chamará os líderes das nações a debater soluções para o regime climático. 

Como o mundo já vinha tratando o problema?

A discussão sobre uma possível crise climática já vem desde a década de 70, mas somente na década de 90, com o fim da guerra fria começaram a ocorrer as conferências e acordos climáticos a qual a maioria dos países hoje, incluindo o Brasil, são signatários. O Acordo de Paris, que é o mais atual pacto adotado pelas nações, vem sendo ameaçado dia sim, dia também, pela liderança de Donald Trump, que retirou os EUA do tratado. O documento se trata de um Acordo Vinculativo, que no direito internacional quer dizer que: para os países que o assinam estão se obrigando a cumprir com os parâmetros e metas estabelecidas, podendo um país ser excluído em negócios com a comunidade global pelo descumprimento do tratado. E é claro que muitas elites empresariais se veem restringidas ou limitadas por estas metas ambientais, o que leva ao lob contra a assinatura de leis ambientais, o que é fato verificado na última posse da presidência dos EUA, onde Trump tinha mais empresários do que políticos estrangeiros em seu palanque. 

Acordo-de-Paris-por-Arnaud-Bouissou-400x266 Em sua quinta carta pública André Lago chama a comunidade internacional a ouvir as pessoas.
Líderes mundiai assinam o Acordo de Paris por Arnaud Bouíssou

O Acordo de Paris é uma espécie de atualização do protocolo de Kyoto, lançado em 1997, que por sua vez era um adendo à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) de 1992, a Rio 92. Nos termos de hoje o acordo visa manter o aumento da temperatura média global “bem abaixo de 2°C” em relação aos níveis pré-industriais e envidar esforços para limitar o aumento a 1,5°C. O que significa indústrias terem que se adaptar, diminuir seus lucros para investir em soluções sustentáveis, o que é adotado por muitas empresas hoje, porém, outras como as de petróleo, produto químico grande responsável pela emissão de gás carbônico (CO²) e, dependentes da energia a combustão, são nichos que se veem prejudicados por essas restrições impostas pelos acordos climáticos. Não surpreende que ao retirar os EUA dos acordos de transferência energética, Trump tenha dito: “Drill, drill, drill, baby” (Escave, escave, escave, babê!). Em apoio às empresas de petróleo estadunidenses.

Por isso a importância de uma fala como a de André Lago. 

Minorias-por-Tania-Rego-Agencia-Brasil-400x239 Em sua quinta carta pública André Lago chama a comunidade internacional a ouvir as pessoas.
Presidente Lula junto às minorias por: Tânia Rego/Agencia Brasil

A inovação trazida pelo Presidente da COP30

A percepção de que a crise climática afeta os menos privilegiados não é exatamente nova, é uma ideia que já vinha sendo trazida ao longo dos anos, porém a perspectiva de colocar as pessoas, principalmente as mais afetadas pelo atual cenário climático, para serem os maiores contribuidores e as cabeças pensantes da mudança que se pretende atingir,  é um passo muito importante e inovador trazido por esta cúpula. O presidente em sua carta fez questão de citar nominalmente as minorias, como as mulheres, os jovens, comunidades tradicionais e indígenas, destacando sua importância para a discussão global, geralmente voltadas às elites econômicas e políticas dos países. A ideia pressupõem também gerar, ou fortalecer, a consciência do coletivo humano, para que a vontade de combater o problema climático venha de cada indivíduo. É proposto que se criem espécies de rituais onde a ideia de colaboração e preservação sejam exaltadas e corroboradas por todos. 

Essa é uma ideia que não pode separar a COP30  da sua localização em uma região periférica do Brasil, mas que é tão central nas discussões climáticas, onde as comunidades já sentem os problemas ambientais cada vez mais recorrentes, como a expectativa de seca do rio amazonas que só que só vem aumentando, também a devastação ambiental é um problema palpável que o governo tem que lidar ano a ano. Mas é justamente o cenário perfeito para se ouvir as comunidades e suas ideias para que elas tragam as mudanças que a COP almeja. 

Avanço da inteligência artificial impulsiona um consumo sem precedentes de água e energia

O custo invisível da inteligência artificial: água e energia para alimentar um futuro digital

 

A cada interação com uma ferramenta de inteligência artificial, um custo invisível e silencioso é adicionado à conta do planeta. Vinte a trinta perguntas a uma plataforma como o ChatGPT podem evaporar o equivalente a meio litro de água potável. Longe da tela do computador ou do celular, a inteligência artificial não é um conceito abstrato, mas uma entidade física que reside em gigantescos data centers. Esses centros, repletos de servidores, funcionam como o cérebro da IA, processando e armazenando dados em uma escala que exige não apenas vastas quantidades de energia, mas também milhares de litros de água para resfriamento.

Screenshot-2025-08-14-135541 Avanço da inteligência artificial impulsiona um consumo sem precedentes de água e energia
Fonte: E-Abel

Corrida digital colide com a realidade ambiental

É nesse ponto que a corrida digital colide com a realidade ambiental, e o Brasil se vê no centro desse debate. A tentativa do governo de atrair esses gigantes da tecnologia com promessas de redução de impostos acende um alerta sobre os impactos ambientais em um país que enfrenta um cenário climático cada vez mais desafiador.

A dimensão do problema é proporcional ao crescimento da tecnologia. A inteligência artificial, com seus modelos de linguagem e capacidades de processamento, demanda uma infraestrutura robusta. Cada comando enviado a um chatbot, por exemplo, é um pulso de energia que gera calor. Para evitar o superaquecimento dos servidores e garantir que as máquinas funcionem sem falhas, os data centers utilizam sistemas de resfriamento intensivos. A tecnologia principal hoje em dia faz uso de água doce, que circula pelos sistemas para dissipar o calor e, no processo, acaba por evaporar.

Em um estudo feito na Califórnia, pesquisadores se debruçaram sobre a “pegada hídrica” da inteligência artificial. Sem acesso direto aos dados de consumo das empresas, eles estimaram o gasto do GPT-3 com base em seu uso de energia e nas tecnologias de resfriamento. O que eles concluíram é assustador: a cada 20 a 50 perguntas, meio litro de água potável é vaporizado. Pode parecer pouco, mas quando se considera que o ChatGPT tem centenas de milhões de usuários semanais, o volume de água total é colossal.

Em um cenário em que todos os usuários fizessem o mínimo de comandos estipulados no estudo, o consumo de água por semana seria de centenas de milhões de litros. Um volume que seria suficiente para abastecer cidades inteiras por pelo menos um dia, revelando a escala do problema.

Screenshot-2025-08-14-133915 Avanço da inteligência artificial impulsiona um consumo sem precedentes de água e energia
Foto: Arte/g1

O crescimento e a sede da IA

A demanda por recursos não é exclusiva da inteligência artificial. Outras tecnologias digitais também dependem de data centers. No entanto, o avanço meteórico da inteligência artificial elevou o consumo de água a patamares recordes. Gigantes como Google e Microsoft, que operam suas próprias ferramentas de IA, relatam um aumento dramático no uso de água. Em 2023, o Google consumiu mais de 24 bilhões de litros de água, o maior volume desde 2019, antes do lançamento de sua ferramenta Gemini. A Microsoft, por sua vez, declarou ter usado quase 13 bilhões de litros, um número sem precedentes em seus registros recentes. Esses dados comprovam a correlação direta entre o crescimento da IA e o aumento do consumo de recursos hídricos.

O especialista em inteligência artificial Diogo Cortiz esclarece que a exigência computacional dessas ferramentas não se restringe à operação diária. O processo de treinamento dos sistemas, que pode levar meses, consome volumes ainda maiores de água e energia. A cada nova iteração e a cada avanço tecnológico, a sede da IA parece aumentar, levantando uma questão central sobre a sustentabilidade do modelo de negócios das big techs.

Screenshot-2025-08-14-134232 Avanço da inteligência artificial impulsiona um consumo sem precedentes de água e energia
Foto: Arte/g1

A promessa do Brasil e o dilema ambiental

Atento a esse cenário, o governo brasileiro busca atrair as empresas de tecnologia para o país, apresentando o Brasil como uma alternativa competitiva e sustentável. A proposta, discutida em eventos nos Estados Unidos, é instituir a Política Nacional de Data Centers, que prevê isenção de impostos sobre equipamentos importados e serviços. A principal moeda de troca do governo é a matriz energética brasileira, predominantemente hidrelétrica, que seria uma alternativa “limpa” em comparação aos países onde a energia vem de combustíveis fósseis. A narrativa é de que, no Brasil, a tecnologia poderia se desenvolver com menor impacto ambiental.

No entanto, especialistas alertam para os riscos desse plano. O documento ainda não foi publicado, e as discussões parecem ter se limitado às pastas econômicas, sem a participação do Ministério do Meio Ambiente. A preocupação é que a isenção de impostos abra as portas para a instalação desses centros sem as devidas salvaguardas ambientais e estudos de impacto a longo prazo. O Brasil, que enfrentou a pior seca da história em 2024, não pode ignorar os perigos de um aumento exponencial na demanda por água e energia. A instalação de um data center pode estressar bacias hidrográficas e agravar crises hídricas em regiões já vulneráveis, como o Nordeste.

40 milhões de litros de água no data centers por mês

Em Iowa, nos Estados Unidos, um exemplo concreto já ilustra o problema. Em 2022, durante o treinamento de uma das versões do GPT, a Microsoft bombeou mais de 40 milhões de litros de água para seus data centers em um único mês, o que correspondeu a 6% de toda a água consumida no distrito. Essa realidade levanta a pergunta: há segurança hídrica para esse tipo de investimento no Brasil? A vulnerabilidade do país às mudanças climáticas, com secas mais intensas e frequentes, exige uma abordagem mais cautelosa.

A gerente de energia do Instituto Arayara, Anton Schwyter, enfatiza que não é aceitável que a decisão seja movida apenas por interesses econômicos. O risco de causar estresse hídrico em novas regiões ou agravar o cenário em locais já sensíveis é real e iminente. Julia Catão Dias, do Instituto de Defesa de Consumidores Idec, critica a falta de transparência do governo, que impede a participação de especialistas e da sociedade civil no debate sobre um tema de tamanha relevância. Para ela, qualquer política pública nesse sentido deveria ser subsidiada por estudos que atestem a segurança e a viabilidade dos locais de instalação.

Screenshot-2025-08-14-134314 Avanço da inteligência artificial impulsiona um consumo sem precedentes de água e energia
Foto: Arte/g1

O avanço sem limites e a urgência da regulamentação

O dilema se aprofunda quando se observa que as empresas de tecnologia já admitem que parte da água que consomem provém de áreas com estresse hídrico. A Microsoft, por exemplo, revelou em 2023 que 42% da água que utilizou veio de regiões onde a escassez é um problema recorrente. No caso do Google, o percentual foi de 15%. Isso mostra que a busca por locais para instalar data centers não se limita a regiões de abundância hídrica, mas se expande para áreas onde o recurso já é disputado e escasso.

Em Eldorado do Sul, no Rio Grande do Sul, uma empresa já anunciou um investimento bilionário para a instalação de um data center voltado à inteligência artificial. O estado, que enfrenta uma condição de seca extrema em suas bacias hidrográficas, exemplifica a desconexão entre a atração de investimentos e a realidade climática do país. Para Luana Pretto, presidente do Instituto Trata Brasil, é inaceitável discutir a demanda por água da indústria enquanto milhões de brasileiros ainda não têm acesso a saneamento básico.

Urgência de regulamentação

A urgência de regulamentação se torna evidente. Embora as empresas busquem alternativas e prometam soluções, como sistemas de resfriamento mais eficientes e o uso de água industrial, essas propostas ainda estão em fase de estudo e não são a regra. A Agência Internacional de Energia projeta que o consumo global de eletricidade dos data centers pode mais que dobrar até 2030, impulsionado pela inteligência artificial. Esse crescimento desenfreado, no entanto, não é acompanhado por políticas de compensação ou mecanismos de controle eficazes.

Para o engenheiro da computação Rudolf Buhler, as perspectivas de atrair a tecnologia são boas, mas desde que existam exigências técnicas e fiscais para as metas ambientais. Se o governo não atrelar os benefícios a critérios claros como eficiência energética e reaproveitamento de água, o risco é atrair projetos com alto custo ambiental em nome da digitalização. Diogo Cortiz reforça que, enquanto houver recursos disponíveis e as empresas puderem explorá-los sem limites, elas o farão. A solução, segundo ele, não virá apenas da tecnologia, mas da cobrança por políticas públicas e regulamentação que imponham limites e garantam a sustentabilidade do planeta.

Fonte: Globo Comunicação e Participações S.A

A 88 dias da COP 30, o mundo respira a expectativa da Conferência Climática na Amazônia

O ar em Belém já carrega a densidade elétrica que precede as grandes transformações. Não é apenas o calor úmido e constante, um abraço perene da floresta, mas uma tensão expectante que se infiltra no meu acadêmico, nas ruas, nos mercados e nas conversas à beira do rio Guamá, haja vista que faltam exatamente 88 dias para a abertura da 30ª Conferência das Partes (COP30), e a capital paraense, porta de entrada da maior floresta tropical do planeta, se prepara para sediar não apenas mais uma cúpula climática, mas o que muitos analistas e diplomatas já definem como a “COP da Verdade”.

De frente com a realidade da Amazônia

Depois de anos de negociações em desertos árabes, cidades europeias e ilhas distantes, a diplomacia climática global desembarca no coração simbólico da crise. Aqui, a emergência climática não é um gráfico abstrato ou um relatório distante; ela se manifesta no ritmo do desmatamento, na sabedoria ameaçada dos povos originários e na vulnerabilidade de um bioma que regula o clima do planeta. A escolha de Belém é uma declaração em si mesma: um chamado para que o mundo encare a realidade de frente, longe do conforto asséptico dos centros de convenções tradicionais. As expectativas, por isso, são tão colossais quanto as árvores de mogno que um dia dominaram a paisagem.

Screenshot-2025-08-14-012138 A 88 dias da COP 30, o mundo respira a expectativa da Conferência Climática na Amazônia
Belém do Pará – Fonte: Freepik

O Palco Amazônico e a Pressão por Coerência

Realizar a COP na Amazônia eleva a pressão por coerência a um nível sem precedentes. A floresta viva será o pano de fundo e a principal testemunha das negociações. Delegações de quase 200 países não poderão ignorar o contexto que as cerca. A proximidade com a realidade do desmatamento, dos conflitos por terra e dos impactos diretos das mudanças climáticas sobre as comunidades tradicionais servirá como um poderoso catalisador moral.

A expectativa é que essa imersão na realidade amazônica influencie o tom e a urgência dos debates. A agenda paralela, que ocorrerá em espaços como o Parque da Cidade e a Universidade Federal do Pará, promete ser uma das mais vibrantes da história das COPs, com uma participação massiva e articulada de povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e ativistas de todo o Sul Global com a Cúpula dos Povos. Eles não virão como espectadores, mas como protagonistas políticos, exigindo que suas vozes e seus conhecimentos ancestrais sejam integrados ao centro das decisões. A grande questão é se o processo formal da UNFCCC, muitas vezes hermético e burocrático, será permeável a essa energia.

Screenshot-2025-08-12-144050 A 88 dias da COP 30, o mundo respira a expectativa da Conferência Climática na Amazônia
Fonte: Cúpula dos Povos

A Batalha dos Trilhões: O Novo Acordo Financeiro no Centro do Furacão

No cerne técnico e político da COP30 está a definição da Nova Meta Quantificada Coletiva sobre Financiamento Climático (NCQG, na sigla em inglês). Este é, sem dúvida, o tema mais espinhoso e decisivo da conferência. A meta substituirá a antiga e notoriamente não cumprida promessa dos países desenvolvidos de mobilizar 100 bilhões de dólares anuais para apoiar as nações em desenvolvimento. O fracasso da meta anterior deixou uma profunda cicatriz de desconfiança, e o sucesso em Belém dependerá de uma nova arquitetura financeira que seja, ao mesmo tempo, ambiciosa, justa e transparente.

As negociações sobre o NCQG são uma verdadeira batalha de visões sobre justiça e responsabilidade. Os países em desenvolvimento, liderados por nações como o Brasil, a Índia e o bloco africano, argumentam que a nova meta precisa estar na casa dos trilhões de dólares anuais, refletindo o custo real da transição energética e da adaptação aos impactos já inevitáveis. Eles defendem que a maior parte desse montante deve vir de fontes públicas (orçamentos governamentais dos países ricos) e ser concedida na forma de doações, não de empréstimos que aprofundam o endividamento.

Do outro lado, os países desenvolvidos, embora reconheçam a necessidade de aumentar os valores, pressionam para que a base de contribuintes seja ampliada, incluindo grandes economias emergentes, e para que o capital privado tenha um papel central na contabilização da meta. O impasse é monumental. Definir não apenas o valor, mas também a estrutura, as fontes e os mecanismos de transparência do NCQG será o teste definitivo da solidariedade global. Sem um acordo robusto em Belém, todo o castelo de cartas do Acordo de Paris corre o risco de desmoronar, pois sem financiamento, as metas de redução de emissões se tornam inalcançáveis para a maioria dos países.

Screenshot-2025-08-14-011729 A 88 dias da COP 30, o mundo respira a expectativa da Conferência Climática na Amazônia
Fonte: CNN Brasil

Ambição em Pauta: A Resposta ao Balanço Global

A COP30 também é o prazo final para que os países apresentem suas novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), os planos de ação climática que detalham como cada nação pretende cortar suas emissões. Esta nova rodada de NDCs é a primeira desde a conclusão do primeiro Balanço Global (Global Stocktake) na COP28, em Dubai. O balanço foi categórico: o mundo está perigosamente fora do caminho para limitar o aquecimento a 1,5°C.

A decisão de Dubai, que pela primeira vez mencionou a necessidade de uma “transição para longe dos combustíveis fósseis”, precisa agora ser traduzida em políticas concretas e metas mensuráveis dentro desses novos planos nacionais. A expectativa é que as grandes economias, responsáveis pela vasta maioria das emissões históricas e atuais, apresentem NDCs radicalmente mais ambiciosas.

A análise desses planos será um dos grandes termômetros do sucesso de Belém. Haverá um escrutínio intenso sobre se os países estão apenas ajustando suas metas antigas ou se estão promovendo uma reestruturação profunda de suas economias. A sociedade civil e os cientistas estarão de prontidão para analisar se os planos são compatíveis com a ciência e se abordam de forma justa a eliminação progressiva do carvão, do petróleo e do gás.

 

O Paradoxo Brasileiro: Liderança e Contradições

Como anfitrião, o Brasil ocupa uma posição de imensa oportunidade e complexidade. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca se consolidar como um líder do Sul Global e uma potência ambiental, tendo alcançado resultados expressivos na redução do desmatamento na Amazônia. A diplomacia brasileira tem sido ativa e vocal na defesa de uma agenda ambiciosa para a COP30, especialmente no que tange a finanças e ao reconhecimento das responsabilidades dos países ricos.

Contudo, o país vive um paradoxo que espelha o dilema global. Ao mesmo tempo em que lidera a pauta da conservação, o Brasil continua a expandir sua fronteira de exploração de petróleo e gás, com planos para novas frentes em áreas ambientalmente sensíveis, como a Margem Equatorial, próxima à foz do Rio Amazonas. Essa dualidade será inevitavelmente questionada em Belém. A capacidade do Brasil de navegar essa contradição e de apresentar um exemplo crível de transição justa será fundamental para sua credibilidade como presidente da COP.

Screenshot-2025-08-05-012138 A 88 dias da COP 30, o mundo respira a expectativa da Conferência Climática na Amazônia

Com 88 dias no relógio, Belém se prepara para um evento que transcenderá a diplomacia. Será um encontro de mundos, um choque de realidades e uma encruzilhada para o futuro climático. As decisões tomadas aqui, sob a sombra da floresta e o testemunho de seus povos, determinarão se a humanidade pode, de fato, alinhar suas ações com suas promessas. O mundo estará observando, esperando que a verdade que emana da Amazônia seja suficiente para, finalmente, nos mover na direção certa.

Repercussões nos preços das hospedagens

Hotéis e acomodações em Belém elevaram os valores das diárias em até 10 a 15 vezes em relação ao normal, com algumas opções ultrapassando US$ 600 por noite, com isso, delegações de países em desenvolvimento alegam que os custos inviabilizam sua participação. Uma carta assinada por mais de 25 países chegou a pedir a mudança da sede do evento.

O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, alertou que a exclusão de países por questões financeiras pode comprometer a legitimidade dos acordos firmados. Marina Silva e outros representantes do governo federal afirmaram que estão trabalhando para tornar os preços “compatíveis e justos”. Uma plataforma oficial foi lançada com opções mais acessíveis, mas ainda enfrenta críticas pela qualidade e exigências de reserva. O Observatório do Clima alertou que os preços elevados ameaçam tornar a COP30 a menos inclusiva da história, afastando representantes da sociedade civil global.

Os representantes do setor hoteleiro do Pará acusaram o governo de desorganização e afirmaram que cumpriram as demandas iniciais, culpando a Secretaria da COP30 pela falta de coordenação.

A COP30 está marcada para novembro de 2025, e apesar das tensões, o governo brasileiro reafirma que “não há plano B”, o evento será em Belém. A crise de hospedagem se tornou um símbolo dos desafios logísticos e diplomáticos que cercam a conferência.

Clareie manchas no rosto com 7 métodos naturais

Você já se olhou no espelho e reparou que algumas manchas parecem ter aparecido da noite para o dia? A exposição solar, a poluição, alterações hormonais e até pequenas inflamações na pele podem deixar marcas que insistem em ficar. Embora existam tratamentos estéticos potentes, nem sempre eles são acessíveis ou livres de efeitos colaterais. A boa notícia é que há formas naturais, seguras e eficazes de clarear gradualmente essas manchas, cuidando da pele de forma mais gentil.

Métodos naturais que funcionam de verdade

Antes de mais nada, é importante reforçar que nenhum método natural vai eliminar manchas da noite para o dia. O segredo está na constância e no cuidado com a proteção solar. A seguir, confira sete estratégias seguras para suavizar manchas e devolver luminosidade ao seu rosto.

1. Máscara de mel e açafrão-da-terra

O mel é um hidratante natural com propriedades antimicrobianas, enquanto o açafrão-da-terra (cúrcuma) é rico em curcumina, que ajuda a uniformizar o tom da pele. Misture uma colher de chá de cúrcuma com duas de mel e aplique no rosto limpo, deixando agir por 15 minutos. Retire com água morna. Use no máximo duas vezes por semana para evitar amarelamento temporário da pele.

2. Esfoliação suave com aveia e iogurte

A aveia ajuda a remover células mortas, enquanto o ácido láctico do iogurte promove uma esfoliação química leve. Misture duas colheres de aveia em flocos finos com três colheres de iogurte natural e massageie suavemente o rosto por dois minutos. Enxágue com água fria. Esse método pode ser feito uma vez por semana, ajudando a clarear manchas aos poucos e deixando a pele mais macia.

3. Água de arroz fermentada

Um truque antigo de beleza asiática, a água de arroz fermentada contém antioxidantes e vitaminas que ajudam a reduzir a hiperpigmentação. Para preparar, lave meia xícara de arroz cru, coloque em um pote com duas xícaras de água filtrada e deixe descansar por 24 horas. Coe e guarde na geladeira. Use como tônico facial duas vezes ao dia, aplicando com algodão.

4. Óleo de rosa mosqueta

Reconhecido por suas propriedades regeneradoras, o óleo de rosa mosqueta é rico em ácidos graxos e vitamina A, que estimulam a renovação celular. Basta aplicar 2 a 3 gotas no rosto limpo, massageando suavemente até a absorção. Use de preferência à noite, já que o óleo pode aumentar a sensibilidade ao sol.

5. Babosa (Aloe vera) pura

A babosa contém aloesina, um composto que pode inibir a produção excessiva de melanina, responsável pelas manchas. Corte uma folha fresca, retire o gel e aplique diretamente na pele. Deixe agir por 20 minutos e enxágue. Esse tratamento pode ser feito diariamente, trazendo efeito calmante e clareador.

6. Chá verde gelado como compressa

O chá verde é rico em catequinas, antioxidantes que ajudam a proteger e reparar a pele. Prepare um chá concentrado, deixe esfriar e coloque na geladeira. Use algodões embebidos para fazer compressas nas áreas manchadas por 10 minutos. Além de refrescante, essa prática pode reduzir a inflamação e suavizar gradualmente a tonalidade da pele.

7. Limão só com cautela e à noite

O limão tem ação clareadora, mas precisa ser usado com muito cuidado para evitar queimaduras e manchas ainda mais escuras. Se optar por incluí-lo no cuidado facial, faça apenas à noite, misturando algumas gotas ao mel e aplicando somente sobre a mancha, nunca no rosto inteiro. Lave bem antes de se expor ao sol e sempre use protetor solar no dia seguinte.

A importância do protetor solar

De nada adianta aplicar tratamentos clareadores se a pele continuar exposta ao sol sem proteção. A radiação UV estimula a produção de melanina, tornando as manchas mais escuras. Escolha um protetor com FPS 30 ou mais e reaplique a cada 3 horas, mesmo em dias nublados. Essa é a base de qualquer estratégia para uniformizar o tom da pele.

Cuidados extras para potencializar resultados

Além dos métodos naturais, hábitos simples ajudam a manter a pele saudável e prevenir novas manchas: beba bastante água, mantenha uma alimentação rica em frutas e verduras, evite fumar e priorize noites de sono reparador. O conjunto desses fatores favorece a regeneração da pele e potencializa os efeitos dos tratamentos caseiros.

Quando procurar um dermatologista

Se as manchas apresentarem bordas irregulares, mudarem de cor rapidamente ou surgirem acompanhadas de coceira e dor, é fundamental procurar um especialista. Embora a maioria das manchas seja inofensiva, apenas um dermatologista pode descartar problemas mais sérios e indicar tratamentos específicos.

Renove sua pele de forma natural

Reduzir manchas no rosto não precisa ser sinônimo de gastar fortunas em procedimentos ou usar produtos agressivos. A natureza oferece ingredientes poderosos e seguros que, usados com regularidade e aliados à proteção solar, podem transformar a saúde e a aparência da sua pele. O segredo está na paciência e no cuidado diário — afinal, cada passo dado rumo a uma pele mais uniforme é também um gesto de autocuidado.

Leia mais artigos aqui

Conheça também – Revista Para+

Como recuperar unhas fracas e quebradiças em uma semana com rotina eficaz

Unhas fracas e quebradiças podem transformar algo simples, como abrir uma embalagem ou digitar no teclado, em um verdadeiro desafio. Muitas pessoas sofrem com esse problema e acreditam que a solução exige meses de cuidados. Mas, com uma rotina bem estruturada e pequenas mudanças diárias, é possível notar uma melhora significativa já em uma semana. O segredo está em combinar hidratação, nutrição e proteção, cuidando tanto por dentro quanto por fora.

Entendendo as causas das unhas fracas

Antes de iniciar qualquer rotina de recuperação, é essencial entender por que suas unhas estão frágeis. Fatores como contato frequente com produtos de limpeza, uso excessivo de esmaltes sem pausa, deficiência de vitaminas e minerais, e até condições de saúde como hipotireoidismo e anemia podem estar envolvidos. Identificar a causa ajuda a direcionar o tratamento para resultados mais rápidos.

Hidratação intensa todos os dias

O primeiro passo para recuperar unhas fracas em pouco tempo é investir na hidratação. Assim como a pele, as unhas precisam de umidade para se manterem saudáveis e flexíveis. Óleos naturais como o de amêndoas, jojoba ou coco são ótimas opções para massagear as cutículas e a superfície das unhas duas vezes ao dia. Essa prática cria uma barreira protetora contra o ressecamento e estimula o crescimento.

Nutrição de dentro para fora

A alimentação desempenha um papel crucial na saúde das unhas. Para que elas se fortaleçam rapidamente, é importante consumir proteínas de qualidade, já que a queratina — principal componente das unhas — é uma proteína fibrosa. Inclua no cardápio ovos, peixes, carnes magras, leguminosas e oleaginosas. Minerais como ferro, zinco e magnésio, além de vitaminas A, C, D e do complexo B, são indispensáveis para estimular a regeneração e evitar quebras.

Proteção contra agressões externas

Durante a semana de recuperação, proteja suas mãos ao máximo. Use luvas ao lavar louça, limpar a casa ou manusear produtos químicos. O contato direto com detergentes e desinfetantes enfraquece a estrutura da unha, tornando-as mais suscetíveis a lascas e quebras. Esse cuidado simples preserva os resultados conquistados com hidratação e nutrição.

Fortalecedores e bases específicas

Para acelerar o processo, use uma base fortalecedora enriquecida com cálcio, queratina e vitamina E. Elas formam uma camada protetora que reduz o impacto das atividades do dia a dia e ainda nutre a unha. Aplique uma camada fina a cada dois dias, reaplicando sobre a anterior, e remova tudo no final da semana para recomeçar o ciclo.

Pausa no esmalte colorido

Embora seja tentador manter as unhas sempre esmaltadas, dar uma pausa nos esmaltes coloridos ajuda na recuperação. Isso permite que a unha respire e absorva melhor os nutrientes aplicados nas hidratações e fortalecedores. Durante esses dias, mantenha as unhas limpas, lixadas e com base incolor de tratamento.

Limpeza suave e lixamento correto

Evite cortar as unhas muito curtas durante o período de recuperação. Prefira lixá-las no formato oval ou quadrado com cantos arredondados, que reduz a chance de lascar. Use lixas de granulação fina e movimentos suaves, sempre em uma única direção, para não causar microfissuras.

Máscaras nutritivas caseiras

Máscaras caseiras podem ser um reforço poderoso nessa rotina. Uma mistura de azeite de oliva morno com algumas gotas de limão, usada para imersão das unhas por 10 minutos, fortalece e dá brilho. Outra opção é misturar mel e óleo de rícino, que têm ação hidratante e reparadora.

Sinais de melhora em sete dias

Seguindo essa rotina com disciplina, em apenas uma semana você notará unhas mais resistentes, com menos lascas e um brilho natural mais intenso. Embora o crescimento visível possa levar mais tempo, a textura e a força mudam rapidamente quando as unhas recebem cuidados adequados.

Mantendo os resultados a longo prazo

Após o período inicial de recuperação, mantenha a hidratação diária, a proteção contra produtos agressivos e uma dieta rica em nutrientes. Essa continuidade garante que as unhas se mantenham fortes e bonitas, evitando que voltem a quebrar com facilidade.

Com pequenas mudanças e um cuidado direcionado, é totalmente possível transformar a saúde das unhas em poucos dias. Essa rotina é simples, não exige produtos caros e pode ser facilmente incorporada ao dia a dia, oferecendo resultados que surpreendem pela rapidez.

Leia mais artigos aqui

Conheça também – Revista Para+

Países em desenvolvimento sem litoral anunciam grupo de negociação inédito para a COP30

Uma nova força diplomática, nascida da geografia do isolamento, está prestes a redefinir seu papel no palco climático mundial, haja vista que pela primeira vez, os Países em Desenvolvimento Sem Litoral, conhecidos como LLDCs, terão um grupo de negociação coeso e dedicado dentro da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. A estreia desta voz unificada está marcada para a COP30, que transformará Belém do Pará no epicentro das discussões ambientais globais.

Futuro das Nações

Este movimento estratégico é o resultado mais visível da Terceira Conferência da ONU sobre os LLDCs, um encontro monumental que projetou o futuro dessas 32 nações. Embora distantes dos oceanos, estes países demonstraram que sua capacidade de articulação não conhece fronteiras, forjando um caminho de cooperação que promete reverberar muito além de seus territórios.

Screenshot-2025-08-14-001513 Países em desenvolvimento sem litoral anunciam grupo de negociação inédito para a COP30
Países sem litoral

O Legado de Awaza

 

A cidade de Awaza, no Turcomenistão, foi o palco onde essa nova era de colaboração foi desenhada. O encontro não apenas reuniu mais de 5,7 mil participantes de 103 países, incluindo chefes de Estado e ministros, mas também consolidou uma visão ousada para a próxima década. O resultado foi a adoção da Declaração Política de Awaza e do seu ambicioso Programa de Ação 2024-2034, um roteiro detalhado para acelerar o desenvolvimento sustentável e fortalecer a resiliência desses povos.

Rabab Fatima, a alta representante da ONU para o grupo, descreveu o evento como um enorme impulso para a implementação do plano. Ela enfatizou que a visão construída se apoia na resiliência e na solidariedade global, provando que a ausência de um litoral não significa um bloqueio de oportunidades. A conferência foi um testemunho vibrante de que a cooperação pode transformar desvantagens geográficas em força política.

Além das Fronteiras Geográficas

 

A articulação em Awaza gerou marcos significativos que transcendem o discurso. Foi estabelecido o primeiro Dia Internacional de Reconhecimento para os Países Sem Litoral, a ser celebrado anualmente em 6 de agosto, garantindo uma visibilidade constante para suas pautas. Igualmente importante foi o lançamento da Rede Global de Negócios do grupo, uma plataforma projetada para conectar essas economias a novas oportunidades de investimento e comércio.

A participação ativa de jovens e da sociedade civil foi aplaudida como um dos pilares do sucesso da conferência. O processo foi permeado por um intenso intercâmbio de ideias, gerando um senso de propriedade compartilhada sobre o futuro que se deseja construir. A mensagem foi clara, o isolamento é uma condição, não um destino, e a chave para superá-lo está na construção de pontes diplomáticas, comerciais e humanas.

Pilares para a Próxima Década

 

O diálogo com o setor privado durante o evento reafirmou os eixos centrais que guiarão a jornada dos LLDCs. A facilitação do comércio e a integração regional foram apontadas como prioridades absolutas, essenciais para que produtos e serviços possam fluir de maneira competitiva. A aposta na juventude também ganhou destaque, com a defesa da criação de ecossistemas vibrantes para o empreendedorismo, a inovação e o crescimento de negócios inclusivos.

Paralelamente, o plano reconhece a transformação digital como uma necessidade fundamental, não um luxo, sendo uma ferramenta poderosa para conectar mercados e pessoas. Por fim, a necessidade de destravar o capital privado foi defendida com veemência, compreendendo que os investimentos públicos sozinhos não serão suficientes para catalisar a mudança na escala necessária. Com essa agenda robusta e uma voz recém unificada, os países sem litoral se preparam para chegar a Belém não apenas para participar, mas para influenciar ativamente o futuro do planeta.

Screenshot-2025-08-05-012138 Países em desenvolvimento sem litoral anunciam grupo de negociação inédito para a COP30