Áustria e Brasil: três décadas de recursos, lucros e a contradição na COP 30

Há histórias diplomáticas que se contam por gestos oficiais, outras por discursos de ocasião, e há aquelas que se revelam, com mais precisão, nos fluxos de mercadorias e nos números da balança comercial. Entre Brasil e Áustria, os últimos trinta anos se contam assim: um corredor silencioso de café, minérios, celulose, aço e máquinas cruzando oceanos, moldando a indústria austríaca e sustentando a sua competitividade.

Ao longo desse período, a Áustria não foi um parceiro periférico. Embora seu mercado seja pequeno no mapa global, seu apetite por recursos e insumos brasileiros manteve-se constante, ajustando-se às necessidades de cada década. Nos anos 1990, a pauta era simples: commodities agrícolas e minerais, com o café reinando absoluto, seguido de minérios e derivados. Entre 1993 e 1999, os valores anuais oscilaram de 52 a 96 milhões de dólares, quantias modestas, mas significativas para o estágio da relação.

Screenshot-2025-08-13-192121 Áustria e Brasil: três décadas de recursos, lucros e a contradição na COP 30

O salto veio no início dos anos 2000. Em 2000, três aeronaves Embraer ERJ 145, avaliadas em 44 milhões de dólares, decolaram rumo a Viena, levando consigo não só passageiros no futuro, mas também um novo patamar para o comércio bilateral. Quatro anos depois, o recorde de 290 milhões de dólares em exportações brasileiras consolidou a ideia de que a relação não se limitaria a café e minério. Máquinas, equipamentos industriais, papel e celulose passaram a compor o portfólio.

Na década seguinte, os dados são mais escassos, mas reveladores. Em 2019, antes do choque global da pandemia, o Brasil exportou 405 milhões de dólares para a Áustria, possivelmente um recorde histórico. Era o retrato de uma pauta já industrializada, com produtos de maior valor agregado, como aparelhos ópticos e médicos, somando-se aos tradicionais insumos florestais e metalúrgicos.

No entanto, os últimos anos trouxeram retração. Em 2023, as exportações caíram para 96,3 milhões de dólares; em 2024, recuaram para 80,28 milhões. O comércio bilateral, porém, continua desigual: as importações brasileiras de produtos austríacos chegaram a 1,3 bilhão de dólares em 2023, gerando um déficit de 1,2 bilhão para o Brasil.

O que viajou nesses navios e aviões

A história dessa relação é também a história do que exportamos. Em 2024, a lista era liderada por máquinas e reatores nucleares (19,33 milhões de dólares), seguida por polpa de madeira e material celulósico fibroso (16,03 milhões), equipamentos elétricos e eletrônicos (9,34 milhões), aparelhos ópticos e médicos (4,64 milhões), ferro e aço (4,46 milhões) e artigos de papel (4,33 milhões). Somados, esses produtos representaram 75,5% de tudo o que o Brasil vendeu para a Áustria naquele ano.

O perfil mudou muito desde os anos 1990, quando o café respondia por mais de um terço das exportações e os minérios ocupavam o segundo lugar. Ao longo do tempo, o Brasil deixou de ser apenas fornecedor de commodities para se tornar também um parceiro industrial e tecnológico — ainda que, no equilíbrio de forças, continue mais como provedor de insumos do que como vendedor de produtos acabados com marca própria.

A COP 30 e a recusa austríaca

Diante desse histórico, a decisão da Áustria de não participar da COP 30, marcada para novembro de 2025 em Belém, no Pará, soou no mínimo contraditória. O argumento oficial? Os custos de hospedagem seriam elevados.

A justificativa, ainda que pragmática do ponto de vista orçamentário, destoa de todo o discurso europeu de comprometimento ambiental. A COP 30 não é apenas mais uma conferência; é um encontro simbólico, realizado no coração da Amazônia, em um estado que carrega tanto o peso de ser guardião de uma das maiores reservas de biodiversidade do planeta quanto o estigma de ser palco de conflitos fundiários e pressões do agronegócio.

Para um país que, durante décadas, importou madeira processada, celulose, minérios e outros recursos brasileiros, todos dependentes, direta ou indiretamente, de ecossistemas amazônicos e de políticas ambientais consistentes, a ausência parece mais do que uma questão logística: é um recado sobre prioridades.

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O paradoxo europeu

A União Europeia, da qual a Áustria é membro, tem se posicionado como protagonista no debate climático global. O Pacto Ecológico Europeu (European Green Deal) e as metas de neutralidade de carbono até 2050 são apresentados como prova de compromisso. Mas a coerência desse discurso é testada quando se exige presença em lugares e momentos onde as decisões precisam ser negociadas frente a frente com países detentores de recursos estratégicos.

Recusar-se a ir à COP 30 por “alto custo” soa como dizer que o problema climático é urgente, desde que as reuniões ocorram em hotéis confortáveis de cidades com voos diretos para Viena. É um paradoxo difícil de explicar a um público que espera consistência entre as promessas ambientais e as práticas diplomáticas.

Sustentabilidade e memória curta

Ao longo desses trinta anos, o que saiu dos portos e aeroportos brasileiros rumo à Áustria não foi apenas mercadoria. Foi tempo de trabalho, energia, impacto ambiental. Cada tonelada de celulose exportada carrega hectares de eucalipto plantado, cada barra de aço leva consigo a extração de minério de ferro e o consumo de energia, cada peça de máquina incorpora cadeias de produção que começam no Brasil profundo.

Quando um país se beneficia continuamente desses fluxos, há uma expectativa implícita de que, nos fóruns que definem o futuro desses recursos, ele esteja presente. Não é caridade; é corresponsabilidade.

Oportunidades perdidas e recados implícitos

Para o Brasil, a ausência austríaca é mais do que uma cadeira vazia. É uma oportunidade perdida de dialogar sobre comércio, investimento e sustentabilidade em um espaço multilateral onde interesses podem ser negociados em bloco. Também é um sinal de que, para certos parceiros, a prioridade econômica supera a prioridade ambiental, algo que deve ser considerado em futuras negociações comerciais e políticas.

A recusa lança luz sobre um ponto sensível: a dependência brasileira de poucos mercados para determinados produtos. Em 2024, quase um quinto das exportações para a Áustria foi de máquinas e reatores nucleares, itens que não se encaixam na imagem tradicional de “exportação de país emergente”, mas que ainda refletem uma posição subordinada na cadeia global de valor. Essa concentração limita a margem de manobra do Brasil quando um parceiro decide recuar em questões políticas ou diplomáticas.

Um recado que volta para casa

Ao mesmo tempo, a decisão austríaca serve de alerta para o próprio Brasil: a retórica de “potência ambiental” precisa ser sustentada por políticas coerentes e por uma diplomacia que saiba cobrar presença e comprometimento de parceiros estratégicos. A COP 30, em Belém, será uma vitrine para mostrar que desenvolvimento e preservação podem andar juntos, mas também um teste para medir quem está realmente disposto a assumir responsabilidades globais.

A pergunta que fica

Se durante trinta anos foi possível construir e manter um fluxo constante de comércio, com investimentos diretos e presença empresarial austríaca em solo brasileiro, por que a mesma disposição não se aplica a um evento que discute justamente como preservar o meio ambiente que fornece esses recursos?

A resposta, talvez, não esteja no custo da hospedagem em Belém, mas no custo político de se expor em um cenário onde interesses econômicos e ambientais colidem. E é aí que se revela a verdadeira distância entre Viena e a Amazônia, não a geográfica, mas a das prioridades.

Amazônia conectada, Starlink é homenageada pela PanAmazônia por levar internet a 90% da região

Em meio a rios intermináveis e florestas densas, onde por décadas a comunicação dependia de rádios precários e recados trazidos de barco, a Amazônia vive uma transformação silenciosa e, para muitos, histórica. A internet via satélite, tecnologia que até pouco tempo parecia luxo futurista, tornou-se realidade cotidiana para milhares de comunidades isoladas. Agora, essa mudança ganhará reconhecimento oficial.

No dia 11 de setembro, em Manaus, a Associação PanAmazônia entregará a Medalha Grandes Amazônidas à Starlink, empresa do bilionário sul-africano Elon Musk, pelo impacto social de sua conectividade na região. Trata-se de um prêmio que, mais que uma homenagem empresarial, simboliza uma mudança de paradigma: a inclusão digital como infraestrutura vital, tão importante quanto estradas, energia elétrica ou saneamento.

O alcance da transformação

Os números impressionam. Mais de 90% dos municípios da Amazônia Legal já contam com terminais Starlink, totalizando mais de 65 mil conexões até o fim de 2023. Em áreas onde o “offline” era a norma, a internet agora chega com estabilidade suficiente para permitir telemedicina, ensino a distância, videoconferências e até a gestão logística de empresas locais.

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Belisário Arce, secretário-executivo da Organização Pan-Amazônia

Belisário Arce, fundador e diretor executivo da Associação PanAmazônia, não hesita em classificar a tecnologia como um divisor de águas. “O acesso à internet mudou drasticamente a realidade de muitas comunidades amazônicas, oferecendo novas oportunidades em educação, saúde, segurança e desenvolvimento econômico”, afirma.

Vidas que mudam com um sinal

No vilarejo de Itaquera, às margens do Rio Negro, o impacto é visível. Crianças participam de aulas online, idosos recebem consultas médicas virtuais e pescadores conseguem vender seu pescado diretamente a compradores em centros urbanos. O que antes exigia viagens de horas ou até dias, agora se resolve em minutos.

Em Careiro da Várzea, a 25 quilômetros de Manaus, a instalação de um terminal Starlink numa escola pública trouxe não apenas conexão, mas também visibilidade. Na ativação, alunos e professores participaram de uma videoconferência com o próprio Elon Musk. O momento foi simbólico, mas também pedagógico: mostrou que a tecnologia não precisa ser privilégio metropolitano.

Empresas também sentiram o efeito. A Amatur, no transporte rodoviário, e a Transportes Bertolini, no fluvial, incorporaram a internet em tempo real às operações. O resultado é maior segurança nas rotas, rastreamento preciso e otimização de custos — ganhos que, indiretamente, beneficiam consumidores e trabalhadores.

Reconhecimento e significado

A Medalha Grandes Amazônidas, concedida anualmente a personalidades, instituições e empresas que contribuem para o desenvolvimento humano e econômico da Amazônia, já homenageou cientistas, líderes comunitários e empreendimentos culturais. A escolha de 2024 insere a conectividade no rol de fatores estratégicos para o futuro da região.

A presença de Musk na cerimônia é improvável, mas a Associação PanAmazônia garante ampla divulgação do tributo. “A concessão desta medalha é uma forma de valorizar quem está colaborando, na prática, para romper o isolamento histórico da região. E a conectividade é hoje um dos pilares mais relevantes para o progresso de populações antes esquecidas”, reforça Arce.

Do silêncio digital à presença global

Screenshot-2025-08-13-181111 Amazônia conectada, Starlink é homenageada pela PanAmazônia por levar internet a 90% da regiãoFundada em 2010, a Associação PanAmazônia atua como ponte entre o empresariado, o meio acadêmico e comunidades locais. Sua missão, ao homenagear a Starlink, não se limita a reconhecer uma tecnologia estrangeira; é também um gesto político: lembrar que integração territorial não se faz apenas com fronteiras físicas, mas com redes invisíveis de dados, voz e imagem.

No fundo, o prêmio é sobre dignidade. Sobre a possibilidade de que um adolescente em uma comunidade ribeirinha possa fazer um curso técnico online sem precisar abandonar sua casa; de que uma gestante receba orientação médica imediata; de que um barco com pane em um afluente distante consiga acionar socorro antes que seja tarde.

E se o reconhecimento vem de Manaus, é porque, mais do que celebrar o feito, a região quer consolidar essa conquista. Afinal, na Amazônia, a conectividade deixou de ser luxo: é uma nova forma de pertencer ao mundo.

Faz sentido discutir crise climática retirando a COP da Amazônia?

No atual cenário da COP30 a crise que se gera não é mais a de falta de leitos para os participantes do evento, já que para os 50 mil participantes esperados, de delegações de 196 países, há aproximadamente 53 mil leitos disponíveis na cidade, dos mais variados tipos, desde motéis adaptados a receber as delegações estrangeiras a resorts de luxo em transatlânticos, contratados pelo próprio governo do estado, que ficarão ancorados próximos a cidade. O problema que se apresenta agora é muito mais de origem sistêmica, problema que é apresentado pelo próprio mercado, afinal, a lei da oferta e demanda é justamente o que rege a forma que a nossa economia se organiza. Logo, assim como vem ocorrendo em vários lugares pelo mundo, em que a especulação imobiliária em regiões turísticas aumenta os preços de aluguel e compra de imóveis, também seja em grandes eventos como o show da Madonna no Rio de Janeiro que chegaram até a triplicar o preço da hospedagem na capital, ou mesmo como em outros eventos da COP como em Glasgow e Baku, em que denúncias sobre o preço e qualidade das acomodações foram feitos, Belém não fugiu à regra. E a lógica de mercado arrisca a excluir as delegações de estados nacionais com menor poder aquisitivo, mostrando que talvez a lógica de mercado não seja mesmo uma boa lógica para lidar com questões governamentais.

No dia 30 de julho, o presidente da COP, o embaixador André Corrêa Lago trouxe à discussão uma carta assinada por 26 dos países participantes da edição de 2025 da Conferência das Partes, em que países do norte global como Holanda, Áustria, Bélgica e Canadá pediam pela transferência do evento para fora de Belém, devido aos abusos de preços cometidos pelos hotéis na cidade. Mas também países do grupo da LDC (sigla em inglês para Less Developed Countries – Países menos desenvolvidos), liderados por Richard Muyungi, chefe de negociações da comitiva da Tanzânia, alegaram que os preços seriam impraticáveis para a participação de suas delegações, o que arriscaria a legitimidade do evento como um todo, já que este se propõe a ideia de inclusão e sustentabilidade. E apesar de toda a pressão pela mudança de sede do evento, André Corrêa declarou que não há possibilidade da COP sair de Belém.

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Foto ilustrativa: Procon

O que diz a legislação brasileira

O código de defesa do consumidor não tem uma definição concreta para definir o que seria um preço abusivo ou não, cabendo ao juiz de cada caso avaliar e estabelecer se houve abuso na prática por cada estabelecimento, independente de contrato assinado entre as partes. No entanto há práticas que podem ser tidas como aspectos que indicam esse abuso, como: elevações de preço sem a justificativa de aumento no custo de insumos, ou do aumento da qualidade do serviço ofertado, ou mesmo alterações não substanciais no produto ou serviço, somente para a elevação de preços, a chamada “maquiagem”. No entanto as penas cabíveis a estes casos são de ordem judicial, podendo o estabelecimento ser obrigado a devolver o dinheiro pago, por reparação de danos, fechar seus serviços ou até mesmo se ajustar às práticas mais justas de preço, não cabendo ao estado interferir diretamente no assunto.

transatlantico-Word Faz sentido discutir crise climática retirando a COP da Amazônia?Crise Instaurada, o que está sendo feito?

Desde quando foi anunciado o evento o Governo do Estado, em parceria com o SEBRAE abriu linhas de crédito, desburocratizadas,  para pequenos e médios empreendedores no estado que queiram adaptar seus negócios para o mega evento de novembro. Além disso, como já foi afirmado, o número de quartos, que até o ano de 2022 eram somente de 12,2 mil, estando 90% destes somente nos hotéis da cidade, agora superam a expectativa de presença de cincoenta mil pessoas no evento, o que retira a argumentação usada inicialmente pelas redes hoteleiras de que a oferta de quartos era muito baixa com relação a procura dos futuros hóspedes, o que estaria encarecendo as diárias. Foi um aumento significativo em tão pouco tempo, ainda mais em uma cidade sem um histórico tão grande de fluxo de pessoas.  No dia 14 de julho, então, o governo do estado conseguiu negociar com a Associação Brasileira da Indústria Hoteleira – Seção Pará (ABIH/PA), um acordo técnico para garantir a oferta de quartos de custo acessível, custando uma média de 100 a 500 dólares por noite, para assim garantir a participação de todas as comitivas neste evento tão esperado. 

As ironias de toda a situação

Belém é uma cidade a muitos anos marginalizada pela lógica sul/sudeste do país, a mesma lógica que faz com que shows internacionais tenham uma rota: Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba, somente. Mesma lógica muito conhecida pelos nortistas do “frete grátis para todo Brasil, menos região norte”. Em que se ouve analistas da própria imprensa comentarem coisas como “Belém é uma cidade muito longe”, que ganha contornos de diminuição da região norte como um todo. Justamente no epicentro das discussões sobre meio ambiente, a própria Amazônia. 

Saiba mais- Documento da Cáritas Brasil inspira propostas nacionais para a COP30

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É inusitado o posicionamento de que se retire a COP de Belém, que é historicamente a porta de entrada da região amazônica no Brasil, para que não se exclua outras delegações no processo. Claro, não seria de bom tom excluir países, sejam quais forem, ainda mais como as nações do sul global, justamente os que são mais afetados pela crise climática mundial. Mas, como poderia se fazer um mega evento sobre ecologia, em que grande parte das discussões são sobre Amazônia, excluindo a possibilidade de se estar na própria Amazônia? Não seria de toda maneira uma atitude dissimulada debater sobre os problemas da região amazônica sem querer estar perto, sentir, vivenciar as belezas, possibilidades e eventualmente os problemas que a região pode oferecer? 

Como em todo evento de grande porte há sim problemas a serem resolvidos, no entanto, há toda uma logística que será adaptada ao evento, como o fechamento de escolas, incentivo a férias coletivas e trabalho em home office, das empresas, tudo para que haja a menor circulação de trânsito possível nos dias de evento, há também uma infraestrutura a ser montada. Até mesmo muitas críticas podem ser feitas a forma como estão sendo realizadas obras, com impactos ambientais, em meio a um debate sobre sustentabilidade, ou ao atraso de obras de saneamento e estruturação da cidade a menos de 100 dias da conferência. Mas, retirar a COP da região é virar as costas para o aprofundamento do debate de forma empírica, vivida durante somente 11 dias de contato direto com a realidade paraense.

Até o momento a COP30 continuará sendo realizada do dia 11 a 22 de novembro em Belém do Pará, sem plano B, como disse o presidente do evento.

Brasil perdeu 111,7 milhões de hectares de áreas naturais em 40 anos

O Brasil, em um período de quatro décadas (1985-2024), testemunhou a conversão de 111,7 milhões de hectares de sua vegetação nativa para usos humanos. Essa área, que supera a extensão territorial da Bolívia, representa 13% de todo o país e evidencia um dos mais intensos processos de transformação da paisagem desde a colonização.

Análise das perdas histórica no MapBiomas

Os dados, da Coleção 10 de mapas anuais de cobertura e uso da terra do MapBiomas, revelam que a maior parte dessa mudança foi impulsionada pela expansão da agropecuária.

A análise histórica do MapBiomas mostra que, embora a ocupação do território brasileiro seja um processo secular, 40% de toda a conversão de áreas naturais para atividades humanas ocorreu em apenas quatro décadas. Nesse período, a média anual de perda foi de 2,9 milhões de hectares.

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Imagem: Revista Amazônia

Os Biomas Mais Afetados

A Amazônia e o Cerrado foram os biomas que mais sofreram com a perda de vegetação nativa em termos absolutos. Juntos, eles foram responsáveis por mais de 83% da área desmatada no país. No entanto, o Pampa se destaca pela maior perda proporcional ao seu tamanho.

  • Amazônia: Perdeu 52,1 milhões de hectares.
  • Cerrado: Perdeu 40,5 milhões de hectares.
  • Caatinga: Perdeu 9,2 milhões de hectares.
  • Mata Atlântica: Perdeu 4,4 milhões de hectares.
  • Pantanal: Perdeu 1,7 milhão de hectares.
  • Pampa: Perdeu 3,8 milhões de hectares, o que representa 30% de sua área original, sendo a maior perda proporcional entre todos os biomas.
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Imagem: Revista Amazônia

As Causas da Transformação no Brasil

A principal força motriz por trás dessa transformação é a agropecuária. A pastagem foi responsável pela conversão de 62,7 milhões de hectares, enquanto a agricultura avançou sobre outros 44 milhões de hectares. Embora a pecuária tenha estabilizado seu avanço direto sobre novas áreas nos anos 2000, a agricultura continuou a se expandir, muitas vezes sobre áreas de pastagem antigas, em um processo contínuo de pressão sobre as fronteiras agrícolas.

Os estados do Paraná (34%), São Paulo (33%) e Rio Grande do Sul (30%) são os que possuem a maior proporção de seu território ocupado pela agricultura.

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Imagem: Revista Amazônia

Uma História de Perdas e Desafios

A evolução do desmatamento no Brasil nas últimas quatro décadas não foi linear, apresentando períodos de aceleração e de relativa desaceleração.

  • 1985-1994: Aumento de 36,5 milhões de hectares de áreas antrópicas, impulsionado principalmente pela conversão de terras para pastagens.
  • 1995-2004: Período mais intenso de transformação, com a conversão de 44,8 milhões de hectares de vegetação nativa para a agropecuária. É nesta década que o “Arco do Desmatamento” na Amazônia se consolida.
  • 2005-2014: O período com a menor taxa de mudança no uso do solo, com 17,6 milhões de hectares de vegetação nativa suprimidos.
  • 2015-2024: A degradação voltou a crescer, com a expansão da mineração, principalmente na Amazônia, e o surgimento de uma nova fronteira de desmatamento na região da Amacro (Amazonas, Acre e Rondônia).
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Imagem: Revista Amazônia

O estudo do MapBiomas também destaca o surgimento de novas formas de uso da terra, como as usinas fotovoltaicas, que começaram a se expandir significativamente a partir de 2015, principalmente na Caatinga.

A análise detalhada do uso e cobertura da terra no Brasil é fundamental para a compreensão dos desafios ambientais e para o desenvolvimento de políticas públicas eficazes de conservação e uso sustentável dos recursos naturais.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br diz

Jovens brasileiras pautam o protagonismo das periferias e dos povos indígenas para as negociações na COP30

Duas jovens lideranças, uma da periferia carioca e outra do povo indígena Xipaia, articulam as demandas de seus territórios para garantir que a COP30 em Belém seja um marco de justiça climática e participação social.

 

No Dia Internacional da Juventude, a Organização das Nações Unidas celebra a criatividade e a liderança de uma geração que se recusa a ser coadjuvante na construção do futuro. Conforme destacou o secretário-geral António Guterres, os jovens estão “exigindo um futuro mais justo, verde e equitativo”, conectando a ambição global com a realidade local de forma inovadora. É exatamente esse espírito que duas jovens brasileiras, a representante da juventude na COP30, Marcele Oliveira, e a ativista indígena Rayane Xipaia, incorporam em sua luta diária. Elas estão empenhadas em garantir que a conferência em Belém, no Pará, seja um evento transformador, que ouça e valorize as vozes que historicamente foram silenciadas.

Para Marcele, uma jovem negra da periferia do Rio de Janeiro, a COP30 é mais do que um evento diplomático; é um palco para o debate sobre justiça climática. Ela enfatiza que são as periferias do Brasil e do mundo que sentem primeiro e de forma mais intensa os efeitos devastadores da crise do clima, como enchentes, secas e ondas de calor. “Lidar com as enchentes, com as secas, com as ondas de calor já faz parte do nosso dia a dia”, afirma ela, sublinhando que a pauta climática não pode ser desvinculada da realidade de quem mais sofre. Eleita campeã da juventude na presidência da COP30 por meio de um processo seletivo da Secretaria Nacional de Juventude, Marcele acredita no poder da cultura como uma ferramenta de conscientização e na capacidade das crianças e adolescentes de “reinventar o mundo” com soluções que partem de um olhar mais comunitário e solidário.

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Arquivo pessoal A representante oficial da juventude na Conferência, Marcele Oliveira

Diálogo entre ciência e ancestralidade

 

Enquanto Marcele traz a perspectiva das periferias urbanas, Rayane Xipaia, uma jovem indígena de 23 anos da região do Médio Xingu no Pará, reforça a importância da sabedoria ancestral. Ela elogia o trabalho de Marcele em abrir espaços de diálogo com os povos tradicionais, algo que tem sido crucial para a maior inclusão dos indígenas nas negociações internacionais. Rayane observa que esses espaços são essenciais para que as múltiplas cosmovisões dos povos originários sejam consideradas, construindo soluções que combinam o conhecimento ancestral com a ciência moderna. “Acredito que na COP30 essa juventude pode ser fortalecida considerando as movimentações que têm sido feitas para uma maior participação dos povos indígenas”, ressalta ela, cheia de otimismo.

Rayane, que é integrante do Fórum Internacional dos Povos Indígenas sobre Mudanças Climáticas, atua como uma ponte vital entre as realidades locais e os palcos globais de negociação. Sua fala ecoa uma busca crescente por educação entre a juventude indígena. Ela contesta a ideia de que a entrada na universidade signifique o abandono da identidade. “Um rio não deixa de ser um rio porque conflui com outro, pelo contrário, ele se torna mais forte”, poetiza ela, usando uma metáfora poderosa para ilustrar como a educação formal enriquece a identidade indígena em vez de diluí-la. Com uma bagagem técnica e científica aprimorada pela ancestralidade, os jovens indígenas estão ocupando escolas e pós-graduações, prontos para escreverem suas próprias histórias e desmistificarem narrativas que por muito tempo foram distorcidas.

Construindo um novo futuro com justiça social

 

Ambas as ativistas compartilham a visão de que a COP30 deve ser um ponto de virada, estabelecendo uma “nova forma de viver no mundo”. Marcele Oliveira destaca a necessidade de apoiar países que foram historicamente explorados e que precisam de financiamento para se adaptarem às consequências da crise climática. Ela fala de um legado que vai além das metas e promessas, com um debate de justiça climática que tenha “o pé no chão, o coração dentro da floresta, a consciência fluindo junto com os rios”. Para ela, o futuro não precisa de mais carros, mais prédios ou mais concreto, mas de reconexão com a natureza, educação climática e financiamento para que as periferias possam se adaptar.

A campeã da juventude aponta três iniciativas governamentais que estão mobilizando os jovens rumo à COP30. A primeira é o balanço ético autogestionado, uma proposta do presidente Lula e do secretário-geral da ONU que permite a participação de toda a população na discussão sobre o clima. A segunda, em parceria com a Unesco, é voltada para produtores de conteúdo que desejam combater a desinformação climática. A terceira iniciativa é o Mutirão da Juventude, uma plataforma online onde os jovens podem mapear suas ações e ideias para a crise do clima, especialmente em suas comunidades locais. Essas ferramentas digitais se juntam ao trabalho de campo das ativistas, fortalecendo a rede de engajamento e garantindo que as vozes jovens e plurais se tornem a força motriz da próxima Conferência do Clima.

Screenshot-2025-08-05-012138 Jovens brasileiras pautam o protagonismo das periferias e dos povos indígenas para as negociações na COP30

A história de Marcele e Rayane é um lembrete inspirador de que as soluções para os maiores desafios do nosso tempo estão nas mãos das novas gerações, que combinam a força da ancestralidade com o conhecimento técnico, a sabedoria da periferia com a diplomacia global, e a paixão pela justiça com a esperança de um futuro mais justo. Elas são a prova viva de que a juventude brasileira não apenas participa do debate; ela o protagoniza, pautando o mundo com a força de suas realidades.

Fonte: ONU News

Chá de folhas de goiabeira: 5 motivos para adubar plantas

Quem cultiva plantas sabe que alguns segredos de jardinagem parecem quase mágicos — e, na maioria das vezes, vêm de soluções simples e naturais. Foi assim que descobri o poder das folhas secas de goiabeira: ao invés de jogá-las fora, transformei em um chá nutritivo que se tornou meu adubo preferido. O resultado? Plantas mais verdes, flores mais vibrantes e um crescimento que me fez repensar tudo sobre adubação caseira.

O poder das folhas secas de goiabeira

A goiabeira, além de deliciosa pelos frutos, carrega nas folhas uma composição rica em nutrientes e compostos bioativos. Elas são fontes de potássio, cálcio, fósforo e taninos naturais, que fortalecem as plantas e ajudam no combate a pragas e fungos.
Quando secas e transformadas em chá, essas folhas liberam de forma mais concentrada seus benefícios, criando um adubo líquido que alimenta e protege ao mesmo tempo. É como oferecer às plantas um “vitamínico” natural, de fácil absorção e sem risco de intoxicação pelo excesso.

Nutrientes que fazem diferença

O potássio melhora a floração e a frutificação, o cálcio fortalece as paredes celulares e evita deformações, enquanto o fósforo estimula o crescimento radicular. Os taninos, por sua vez, funcionam como um reforço contra microrganismos nocivos no solo.

Como preparar o chá de folhas secas de goiabeira

O processo é simples, mas exige alguns cuidados para extrair o máximo de nutrientes. Primeiro, colete folhas secas diretamente da goiabeira, evitando aquelas que já apresentam sinais de mofo ou decomposição.
Em seguida, ferva um litro de água e adicione cerca de um punhado (entre 10 e 15 folhas). Deixe ferver por 5 minutos, desligue o fogo e tampe, permitindo que o chá repouse por mais 20 minutos. Quando estiver frio, coe e reserve o líquido.
O resultado é um adubo líquido levemente amarelado, com aroma suave, pronto para ser aplicado.

Frequência ideal de uso

Para plantas de crescimento ativo, o uso quinzenal é suficiente. Em hortas e canteiros, pode ser aplicado semanalmente durante períodos de floração ou frutificação.

Benefícios percebidos nas plantas

Depois de algumas semanas usando o chá de folhas secas de goiabeira, notei mudanças visíveis: as folhas novas surgiam mais brilhantes, as flores duravam mais tempo e até plantas que estavam com crescimento lento ganharam vigor.
Esse adubo natural também ajudou a reduzir a incidência de manchas foliares, possivelmente pelo efeito antifúngico leve dos taninos. É claro que não substitui cuidados básicos como rega adequada e controle de pragas, mas funciona como um reforço preventivo poderoso.

Melhoria no solo

Além de nutrir diretamente, o chá de folhas de goiabeira contribui para a microbiota do solo. Ele fornece matéria orgânica líquida que alimenta microrganismos benéficos, criando um ambiente mais equilibrado e fértil.

Erros que podem comprometer o resultado

Assim como todo recurso natural, o chá de folhas secas de goiabeira deve ser usado com equilíbrio. Aplicações diárias, por exemplo, podem saturar o solo e desequilibrar a absorção de outros nutrientes.
Outro erro comum é usar folhas verdes — nesse estágio, elas liberam substâncias que podem inibir o crescimento, pois ainda estão carregadas de compostos que só se degradam com o processo de secagem.

Armazenamento inadequado

Se sobrar chá, guarde em recipiente fechado na geladeira e use no máximo em três dias. Depois disso, o líquido pode fermentar e atrair fungos indesejados.

Formas criativas de aplicação

Além da rega tradicional, o chá pode ser usado como pulverização foliar, ajudando na absorção direta de nutrientes pelas folhas. Nesse caso, dilua o líquido na proporção de 1:2 (uma parte de chá para duas de água) para evitar manchas.
Também é possível misturar o chá à água de rega de mudas recém-plantadas, ajudando a reduzir o estresse do transplante.

Combinação com outros adubos naturais

O chá de goiabeira combina bem com biofertilizantes à base de casca de banana, borras de café ou húmus de minhoca, criando um “coquetel” de nutrientes equilibrado para diferentes fases de crescimento.

Por que adotei o chá de goiabeira como meu adubo preferido

Entre tantos adubos caseiros que já testei, o de folhas secas de goiabeira se destacou pela simplicidade, rapidez no preparo e resultado visível em pouco tempo. Ele é sustentável, aproveita um resíduo que normalmente iria para o lixo e, de quebra, reduz a dependência de fertilizantes industrializados.
Hoje, sempre que varro o quintal e encontro folhas secas caídas da goiabeira, já sei que estou recolhendo matéria-prima valiosa para minhas plantas.

Cuidar do jardim não precisa ser complicado ou caro — basta estar atento aos recursos que a própria natureza oferece. E, quem sabe, assim como aconteceu comigo, um simples chá de folhas secas possa transformar a forma como você cuida das suas plantas, deixando seu cantinho mais vivo e saudável.

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5 dicas para deixar a barba macia e livre de frizz

Você já se olhou no espelho e percebeu que, mesmo aparada, sua barba parece rebelde, com fios desalinhados e um toque áspero? Esse é um cenário comum para muitos homens, especialmente quando não há uma rotina de cuidados adequada. A boa notícia é que conquistar uma barba macia, alinhada e livre de frizz é mais simples do que parece, e pode ser feito com hábitos rápidos que se encaixam na sua rotina diária.

Por que a barba precisa de cuidados específicos

Assim como o cabelo, os fios da barba estão expostos a fatores que ressecam e danificam, como poluição, mudanças de temperatura, atrito com roupas e até a própria oleosidade natural da pele — que, muitas vezes, não é suficiente para hidratar toda a extensão dos fios. Além disso, por estarem mais próximos da boca e do nariz, eles entram em contato com alimentos, bebidas e suor, acumulando impurezas que afetam a textura e o alinhamento.

Lave com produtos adequados

Um erro comum é lavar a barba com o mesmo shampoo usado no cabelo ou até com sabonete comum. Esses produtos costumam ser mais agressivos e retiram a oleosidade natural dos fios, deixando-os ressecados e ásperos. Prefira shampoos específicos para barba, formulados para limpar sem agredir, mantendo a hidratação e prevenindo o frizz. O ideal é lavar de duas a três vezes por semana, para evitar o ressecamento excessivo.

Hidrate diariamente com óleo ou balm

A hidratação é o grande segredo para a maciez. Óleos para barba, como os de argan, jojoba ou semente de uva, penetram nas fibras e nutrem profundamente, reduzindo o frizz e o aspecto espigado. Já o balm é ideal para quem busca hidratar e, ao mesmo tempo, alinhar os fios, oferecendo um acabamento mais polido. Aplique algumas gotas ou uma pequena quantidade pela manhã, espalhando bem da raiz às pontas.

Penteie para alinhar e estimular o crescimento

Pentear a barba não serve apenas para deixá-la bonita. O movimento ajuda a distribuir os óleos naturais e o produto hidratante de forma uniforme, além de estimular a circulação sanguínea na região, favorecendo o crescimento saudável. Use pentes de madeira, que evitam o acúmulo de eletricidade estática — um dos causadores do frizz.

Faça uma esfoliação semanal

Assim como a pele do rosto, a área sob a barba também acumula células mortas e impurezas. Uma esfoliação suave, feita uma vez por semana, ajuda a manter a pele limpa, previne a caspa na barba e melhora a absorção de hidratantes. Existem esfoliantes específicos para barba, mas você também pode usar versões faciais suaves.

Aparar com regularidade mantém o alinhamento

Deixar a barba crescer não significa abandoná-la. Aparar as pontas regularmente mantém o formato, evita fios duplos e reduz o frizz. Você pode fazer pequenos ajustes em casa com uma tesoura de precisão ou aparador elétrico, mas uma ida ao barbeiro a cada 20 ou 30 dias garante um resultado mais profissional.

Cuidado com o uso excessivo de calor

Secadores de cabelo e pranchas podem até ajudar no alinhamento temporário, mas, se usados com frequência e sem proteção térmica, danificam as fibras, deixando ela opaca e áspera. Sempre que precisar secar rapidamente, use o secador em temperatura morna, mantendo distância dos fios e aplicando antes um protetor térmico próprio para cabelos ou barba.

Alimentação e hidratação influenciam diretamente

Não adianta cuidar apenas por fora. Uma alimentação equilibrada, rica em vitaminas do complexo B, zinco e proteínas, favorece o crescimento de fios fortes e saudáveis. Beber água ao longo do dia também é essencial para manter a hidratação de dentro para fora, refletindo na textura da barba.

Trate a pele para resultados duradouros

A saúde da barba começa na pele. Manter a derme bem cuidada, com limpeza, hidratação e proteção solar, garante que os folículos capilares recebam os nutrientes necessários. Assim, os fios crescem mais alinhados, fortes e menos propensos ao frizz.

Evite tocar excessivamente na barba

Por mais tentador que seja ajeitar os fios com as mãos, o hábito pode transferir sujeira e oleosidade para a barba, causando frizz e opacidade. Sempre que quiser alinhar, prefira o pente ou escova adequados.

Uma barba macia, alinhada e livre de frizz é resultado de atenção e constância, não de cuidados complicados. Ao adotar uma rotina simples, mas eficaz, você garante um visual mais elegante, confortável e saudável, transmitindo cuidado e confiança no dia a dia.

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Documento da Cáritas Brasil inspira propostas nacionais para a COP30

A publicação da Cáritas Brasileira para a conferência do clima em Belém vai além de diretrizes institucionais e propõe um modelo de ação climática que parte das experiências comunitárias e valoriza a participação social.

 

Quando os holofotes do mundo se voltarem para Belém do Pará em novembro de 2025, o Brasil terá a chance única de mostrar que as soluções para a crise climática não precisam vir apenas dos grandes centros de poder, mas podem emergir das raízes das comunidades que resistem e inovam há décadas. É nesse contexto que o recém lançado Documento de Posições da Cáritas Brasileira para a COP30 se destaca, oferecendo uma bússola para a sociedade civil e um convite aberto à articulação.

Não se trata de mais um texto burocrático sobre metas e compromissos. A publicação da Cáritas se firma como um farol, iluminando um caminho onde a experiência prática se traduz em diretrizes políticas. Organizado em sete eixos estratégicos, o documento costura princípios, diagnósticos e propostas detalhadas. Ele é um manifesto que prioriza a justiça fiscal no financiamento climático, o reconhecimento de perdas e danos para além da dimensão material, a proteção de migrantes climáticos, a adaptação comunitária e a mitigação centrada em direitos territoriais. Outros pontos fundamentais incluem a defesa de uma transição energética justa e a agroecologia como uma política estruturante.

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Fonte: Cáritas Brasileira

Propostas que partem da realidade

 

O grande mérito do documento está em sua abordagem. Em vez de flutuar no campo das abstrações, ele aterra as discussões em experiências reais e já testadas no Brasil. O Programa Um Milhão de Cisternas P1MC, por exemplo, não é apenas citado como um caso de sucesso, mas projetado como um modelo escalável de política pública de adaptação para diversos biomas. Essa é uma demonstração de que a inovação não está apenas nas grandes tecnologias, mas na sabedoria acumulada pelas comunidades.

Ao abordar perdas e danos, o texto eleva a conversa a um novo patamar. Vai além dos custos de reconstrução de infraestruturas e incorpora a dimensão imaterial da perda de identidade, de pertencimento, de espiritualidade. É um reconhecimento de que o impacto da crise climática fere a alma das comunidades. Para mitigar isso, a Cáritas sugere instrumentos que permitem que essas perdas profundas sejam reconhecidas e reparadas.

Transição justa e participação popular

 

A clareza e a profundidade se mantêm em todos os eixos. A transição energética, por exemplo, é defendida não como um simples aumento de fontes renováveis, mas como um processo socialmente responsável que respeita direitos e evita novos impactos. O documento insiste na participação genuína das comunidades afetadas na tomada de decisões. Da mesma forma, o financiamento climático é atrelado à justiça fiscal, propondo a taxação de grandes fortunas para que os recursos cheguem a quem realmente precisa deles as organizações comunitárias. A mitigação é pensada a partir da proteção de territórios e não de mercados de carbono desregulados que, muitas vezes, acabam por mercantilizar a natureza e os saberes tradicionais.

A relevância do trabalho da Cáritas não se limita ao seu conteúdo robusto. Ele envia uma mensagem poderosa: a sociedade civil tem a capacidade de se organizar para oferecer propostas sólidas, que combinam valores humanistas com prática e viabilidade política. É um farol de esperança para a construção de um futuro mais justo e sustentável.

Oportunidade para uma rede nacional

 

Essa publicação é também um convite inspirador para outras redes e organizações brasileiras. A Articulação Semiárido Brasileiro ASA, a Articulação Nacional de Agroecologia ANA, movimentos indígenas, quilombolas e coletivos urbanos possuem um vasto repertório de experiências. Se sistematizadas em documentos similares, poderiam formar uma grande teia de reflexões e propostas para a ação. Uma iniciativa conjunta desse porte teria o potencial de influenciar não apenas a COP30, mas todo o debate climático no Brasil, transformando a agenda de fora para dentro.

Screenshot-2025-08-05-012022 Documento da Cáritas Brasil inspira propostas nacionais para a COP30

A crise climática é complexa e exige mais do que discursos de ocasião. Pede consistência, propostas concretas e uma capacidade real de gerar impacto. O documento da Cáritas mostra que é possível responder a esse desafio com criatividade e engajamento. Agora, a pergunta que fica é: quem mais se unirá a esse movimento de construção coletiva para que a COP30 seja, de fato, a conferência do povo brasileiro?

O documento da Cáritas pode ser conferidas em português e em inglês no portal da Cáritas

Jovem indígena brasileira é escolhida para integrar grupo consultivo do clima junto ao líder da ONU

A ativista Txai Suruí se junta a um grupo global para moldar as estratégias de combate à crise ambiental, representando uma voz crucial da Amazônia no cenário internacional.

 

A jovem indígena brasileira Txai Suruí, do povo Paiter Suruí, foi selecionada para o terceiro Grupo Consultivo da Juventude sobre Mudanças Climáticas, que assessora diretamente o secretário-geral da ONU, António Guterres. O anúncio, feito no Dia Internacional da Juventude, reforça o papel fundamental das novas gerações na busca por soluções urgentes para a crise climática. A escolha da ativista destaca a importância da perspectiva dos povos originários na formulação de políticas ambientais.

Voz da floresta chega à ONU

 

Txai Suruí é fundadora do movimento da Juventude Indígena de Rondônia e coordena a Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, uma organização com mais de três décadas de atuação na proteção de territórios e na garantia da segurança alimentar de comunidades indígenas. Sua participação em fóruns globais, incluindo a abertura da COP26 em Glasgow, já a consolidou como uma defensora incisiva dos direitos dos povos indígenas e da preservação ambiental. Sua presença agora no conselho da ONU amplifica essa plataforma.

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Fonte: D.R.-Instagram

Um ano decisivo para a ação climática

 

O ano de 2025 é considerado um momento chave para a ação climática global. Ele marca o décimo aniversário do Acordo de Paris, além de ser o prazo para que as nações apresentem suas novas Contribuições Nacionalmente Determinadas, os NDCs, com planos atualizados para combater o aquecimento global. Essas medidas são essenciais para alcançar a meta de limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5°C. O Grupo Consultivo da Juventude, criado pela estratégia Juventude 2030, desempenha um papel estratégico ao fornecer ao secretário-geral da ONU a visão e as recomendações dos jovens.

A ativista brasileira, com sua experiência de vida e conhecimento ancestral, traz uma contribuição inestimável para esse diálogo global. Sua voz, oriunda do coração da Amazônia, ressoa como um lembrete da urgência em proteger os ecossistemas e valorizar os guardiões da floresta.

Formação do Grupo Consultivo de Jovens sobre Mudanças Climáticas

Em 2025, o Secretário-Geral das Nações Unidas concluiu a seleção da terceira turma do seu Grupo Consultivo de Jovens sobre Mudanças Climáticas, que atuará até dezembro de 2026. O Grupo Consultivo de Jovens sobre Mudanças Climáticas do Secretário-Geral da ONU foi lançado em 27 de julho. Este grupo foi estabelecido para amplificar as vozes dos jovens e envolvê-los em um diálogo aberto sobre a crise climática, enquanto a ONU se prepara para aumentar a ambição e acelerar as ações para enfrentá-la, de acordo com as Nações Unidas.

A escolha dos integrantes foi feita a partir de indicações de organizações não governamentais e entidades da sociedade civil com reconhecida atuação nas áreas de juventude e meio ambiente. O processo buscou garantir representatividade regional e diversidade de experiências, saberes e trajetórias, refletindo o compromisso da ONU com a inclusão e a pluralidade.

Os critérios de seleção foram rigorosos. Os candidatos, com idades entre 15 e 29 anos, demonstraram forte alinhamento com os valores das Nações Unidas, além de experiência como líderes, fundadores ou membros ativos de iniciativas climáticas juvenis em diferentes níveis — local, nacional, regional ou internacional. Também foram avaliadas suas habilidades de comunicação, capacidade de articulação com múltiplos atores e conhecimento sobre convenções e políticas climáticas internacionais.

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Fonte: Nações Unidas no Brasil

Para garantir imparcialidade e foco na missão do grupo, os membros assumiram seus cargos em caráter individual, desvinculados de afiliações institucionais ou nacionais. Além disso, nenhum dos selecionados havia ocupado anteriormente o papel de ponto focal da ONU em representações juvenis, o que permitiu ampliar o alcance da oportunidade e incluir vozes mais jovens e diversas.

A terceira turma já iniciou seus trabalhos, contribuindo com propostas concretas e inovadoras para acelerar a implementação das prioridades climáticas do Secretário-Geral. O grupo representa um passo importante na construção de uma governança climática mais inclusiva, participativa e orientada para resultados.

Presidente da COP30 estará na Cúpula dos Povos em sinalização a convergência histórica em Belém

As Conferências do Clima da ONU costumam operar em duas órbitas paralelas: de um lado, a esfera oficial, com seus diplomatas, negociadores e pavilhões estatais, do outro lado o universo pulsante e crítico da sociedade civil que se manifesta em eventos autônomos como a Cúpula dos Povos. Historicamente, essas duas esferas raramente se tocam de forma significativa. Mas em Belém, sede da COP30, os sinais de uma convergência inédita começam a surgir, prometendo um diálogo mais profundo entre o poder e a rua.

O epicentro dessa mudança foi uma reunião na última segunda feira que colocou frente a frente o presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago, e representantes da Comissão Política da Cúpula. O encontro, que contou com a presença de lideranças de redes pan amazônicas, movimentos de atingidos por barragens e campanhas globais por justiça climática, foi mais do que um ato protocolar. Foi um avanço estratégico nas negociações políticas pelo reconhecimento da voz dos movimentos sociais no palco principal das decisões sobre o futuro do planeta.

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Fonte: Flickr

O Peso de um Reconhecimento Político

 

A presença confirmada de Corrêa do Lago na Cúpula dos Povos no dia 16 de novembro, data de encerramento do evento, foi recebida como uma vitória. Doris Vasconcelos, da Rede Eclesial Pan Amazônica, abriu a reunião ressaltando a dimensão do que está em jogo. Ela lembrou que a Cúpula não é um evento local ou mesmo nacional, mas uma construção global que envolve múltiplos continentes. O seu questionamento sobre como a presidência da COP percebia esse espaço em um momento tão crucial para o país e o planeta foi o ponto de partida para um diálogo franco.

Durante a conversa, o embaixador não apenas reconheceu a importância da Cúpula como um espaço legítimo de articulação, mas defendeu que as demandas que emanam dela precisam estar conectadas ao processo oficial da conferência. Ele convidou os movimentos a se integrarem mais ativamente à chamada agenda de ação e aos canais de enviados, que funcionam como pontes institucionais capazes de absorver e traduzir os debates acumulados pela sociedade civil em diretrizes práticas.

Da Declaração à Plenária Oficial

 

O momento mais aguardado da reunião veio com a resposta de Lago sobre sua participação na entrega da Declaração da Cúpula dos Povos. Este documento, que consolidará as propostas e ações consideradas essenciais para o enfrentamento da crise climática, será o principal legado do encontro. Ao ser questionado sobre recebê lo e permitir sua leitura em um espaço oficial da COP30, a resposta do embaixador foi direta e afirmativa.

“Tenho o maior prazer em receber a declaração dos povos dia 16. Ter a leitura na plenária oficial seria mais do que natural”, disse ele, complementando que as questões discutidas devem ser incorporadas. “Sou absolutamente favorável. Temos que apoiar”. Essa declaração representa uma quebra de protocolo em relação a COPs anteriores, onde as demandas da sociedade civil frequentemente ficavam restritas a eventos paralelos, sem eco nos plenários principais.

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Desafios Abertos Credenciais e Liberdade de Expressão

 

Apesar do tom positivo, a conversa também abordou pontos sensíveis. A demanda por mais credenciais para representantes de movimentos sociais, especialmente de entidades de base que não possuem status de observadoras na ONU, foi um deles. Maureen Santos, da organização Fase, e Rachitaa Gupta, da campanha global por justiça climática, argumentaram pela necessidade de garantir a participação de lideranças que estão na linha de frente dos impactos climáticos. Lago admitiu que a distribuição desses passes é um processo mais complexo, mas se comprometeu a analisar a questão.

Outro tema delicado foi a garantia da liberdade de expressão, especificamente em relação a atos de solidariedade à Palestina. Rachitaa lembrou que em eventos recentes da ONU, como o de Bonn na Alemanha, manifestações foram impedidas no espaço oficial. O presidente da COP30 foi enfático em seu compromisso com os direitos humanos e a liberdade de manifestação, posicionando se pessoalmente sobre a questão palestina. “Como brasileiro, apoio a Palestina. Nesse estágio, é inacreditável o que está acontecendo”, afirmou, garantindo que, dentro de sua autoridade, fará o possível para que vozes históricas e urgentes como essa tenham seu espaço garantido em Belém.

Uma Cúpula que Pensa o Futuro

 

A Declaração dos Povos que será entregue ao embaixador é fruto de um processo amplo de construção coletiva. Seus seis eixos temáticos abordam desde a transição justa e o combate ao racismo ambiental até a soberania alimentar, a defesa das cidades e periferias e o protagonismo do feminismo popular na resistência dos territórios. A Cúpula, que acontecerá no campus da Universidade Federal do Pará, é pensada não como um evento isolado, mas como um marco em um processo contínuo de articulação. “A ideia é que a gente não pare em Belém, mas essa Cúpula sirva como um espaço para a sociedade civil global enraizar, construir alianças políticas”, explicou Maureen Santos.

Screenshot-2025-08-12-144050 Presidente da COP30 estará na Cúpula dos Povos em sinalização a convergência histórica em Belém
Fonte: Cúpula dos Povos

O gesto de André Corrêa do Lago, portanto, não é apenas simbólico. Ele sinaliza a possibilidade real de que a COP30 em Belém seja lembrada não só pelas negociações entre nações, mas por ter construído uma ponte sólida e respeitosa com os povos que, em última instância, são os verdadeiros guardiões do clima.

Nova ferramenta computacional revoluciona o futuro das usinas de hidrogênio verde no Brasil

O hidrogênio desponta no horizonte energético como uma das mais puras promessas para um futuro sustentável. Sendo o elemento mais comum do universo, seu potencial como combustível limpo é imenso, liberando apenas vapor de água quando utilizado. Contudo, essa abundância vem com um desafio intrínseco: o hidrogênio não existe de forma isolada na natureza. Ele precisa ser extraído de moléculas como a água ou o gás natural, um processo que define sua verdadeira pegada ecológica.

Eletrólise da água

Nesse cenário, o hidrogênio verde surge como protagonista. Sua produção ocorre pela eletrólise da água, um processo que quebra a molécula de H₂O para liberar o hidrogênio, utilizando exclusivamente eletricidade de fontes renováveis, como a solar e a eólica. Isso garante um ciclo de vida completamente livre de emissões de carbono, em contraste direto com as versões cinza ou azul, que dependem de combustíveis fósseis. Por essa virtude, o hidrogênio verde é considerado a chave mestra para descarbonizar setores complexos da economia, como a siderurgia, o transporte de cargas pesadas e a fabricação de fertilizantes.

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Ilustração – Fonte: Portal Energia

Apesar do otimismo, a jornada do hidrogênio verde é marcada por um obstáculo fundamental: a imprevisibilidade do clima. A mesma natureza que oferece o sol e o vento como fontes de energia limpa também impõe uma variabilidade que desafia o planejamento e a operação de suas usinas. Como garantir uma produção estável e economicamente viável quando a fonte de energia pode desaparecer com as nuvens ou com a calmaria do vento? É para responder a essa pergunta que um estudo inovador propõe um novo modelo de planejamento, desenhado para minimizar custos e blindar o desempenho das usinas contra as incertezas do fornecimento energético.

Uma Nova Lógica de Planejamento Robusto

 

A pesquisa, liderada por Luis Oroya do Departamento de Sistemas e Energia da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Unicamp, foi publicada na prestigiosa International Journal of Hydrogen Energy. O trabalho apresenta uma metodologia batizada de X DRO, sigla para Extreme Distributionally Robust Optimization, ou Otimização Robusta Distribuída Extrema. O nome complexo reflete uma ideia poderosa: preparar se para o pior para garantir o melhor resultado possível.

Luis Oroya explica que o modelo foi concebido para navegar nas águas turbulentas das incertezas que afetam as energias renováveis. Variações abruptas no clima, picos inesperados na demanda elétrica e a disponibilidade de insumos são variáveis que podem comprometer um projeto. “Em vez de trabalhar apenas com cenários médios ou extremos isolados, como fazem os métodos convencionais, o X DRO considera distribuições ambíguas de probabilidade e busca soluções robustas mesmo diante dos piores cenários possíveis”, afirma o pesquisador. O objetivo final é assegurar a continuidade operacional e a saúde financeira de sistemas energéticos complexos, onde a usina de hidrogênio verde não opera isoladamente, mas em harmonia com painéis fotovoltaicos, turbinas eólicas e até mesmo a rede elétrica convencional.

O funcionamento do X DRO ocorre em duas fases estratégicas. A primeira é a etapa de planejamento, um momento de decisões de longo prazo. Aqui, o modelo define o dimensionamento ideal das unidades fotovoltaicas e eólicas, dos sistemas de armazenamento em baterias, dos eletrolisadores que produzirão o hidrogênio e dos tanques que o guardarão. A segunda fase aborda as decisões operacionais do dia a dia, como a compra ou venda de energia para a rede elétrica, o ritmo da produção e do armazenamento de hidrogênio e o cálculo constante das probabilidades do pior cenário de geração de energia. Essa abordagem dual é o que torna o planejamento realista, especialmente ao combinar múltiplas fontes de energia.

A Engenharia por Trás da Viabilidade

 

Para que um modelo tão sofisticado não se tornasse computacionalmente inviável, os pesquisadores o traduziram para a linguagem da programação linear inteira mista, ou MILP. Essa técnica matemática é usada para otimizar uma função, como o custo ou o tempo, respeitando uma série de restrições, como a disponibilidade de recursos. A abordagem permite decompor o grande problema em desafios menores e mais simples, que são resolvidos de forma iterativa, em um processo contínuo de ajuste e refinamento.

Os resultados dos testes são animadores. “Nos testes realizados, o modelo X DRO demonstrou ser capaz de encontrar soluções mais econômicas e confiáveis do que os métodos tradicionais”, detalha Oroya. Mais do que isso, a ferramenta mostrou uma capacidade superior de se adaptar a flutuações rápidas e severas nas condições de operação, uma característica vital para sistemas que dependem da intermitência do sol e do vento. Outro grande diferencial é o tratamento unificado das múltiplas redes de energia. O modelo enxerga o sistema como um todo integrado, permitindo que os fluxos de energia sejam redistribuídos de maneira flexível para aproveitar oportunidades de economia e atender às necessidades do momento.

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Fonte: Aldo Solar

Para Além da Indústria: Energia para Comunidades Isoladas

 

O impacto do hidrogênio verde, otimizado pelo X DRO, transcende o chão de fábrica e as grandes rodovias. Oroya aponta para uma aplicação de imenso alcance social: levar energia elétrica para comunidades isoladas, como as que existem em vastas áreas da Amazônia. Muitas dessas populações dependem de geradores a diesel, uma solução cara, poluente e logisticamente complexa. O hidrogênio verde, nesse contexto, surge como uma alternativa transformadora.

A capacidade do hidrogênio de armazenar grandes quantidades de energia renovável por longos períodos significa que essas comunidades poderiam ter iluminação e equipamentos funcionando mesmo durante semanas de pouca geração solar ou eólica. Seria uma revolução silenciosa, garantindo não apenas energia, mas também dignidade, saúde e novas oportunidades de desenvolvimento para pessoas que hoje vivem à margem da infraestrutura elétrica do país. A robustez garantida pelo modelo X DRO é o que tornaria esse tipo de projeto não apenas um sonho, mas uma realidade segura e sustentável.

Do Modelo à Prática: O Futuro Começa em Campinas

 

A pergunta sobre a aplicabilidade imediata do modelo encontra uma resposta concreta nos próprios corredores da Unicamp. A universidade já opera um eletroposto e um ônibus elétrico. O próximo passo, vislumbrado por Oroya, é a implementação de uma planta piloto para produção de hidrogênio verde, integrada a uma estação de abastecimento. Essa unidade viabilizaria a operação de um ônibus movido a célula a combustível, criando um laboratório vivo para comparar as duas tecnologias. “Seria uma unidade piloto com aplicação bem definida. O modelo permitiria planejar essa solução alternativa e comparar seus prós e contras em relação à solução elétrica já existente”, explica o engenheiro.

O estudo de Oroya, que faz parte de seu projeto de doutorado apoiado pela FAPESP, representa mais do que um avanço técnico. Nas palavras de seu orientador, o professor Marcos Julio Rider Flores, “o desenvolvimento do modelo X DRO representa um avanço metodológico importante para o planejamento energético sob incertezas, pois alia rigor matemático com aplicabilidade prática em sistemas sustentáveis e complexos, como os de produção de hidrogênio verde”. É a ciência de ponta gerando ferramentas concretas para construir um futuro onde a energia limpa não seja apenas uma opção, mas a base de uma economia próspera e resiliente.

Vitamina C: como ter pele mais firme e viçosa

Você já se perguntou por que algumas pessoas parecem ter uma pele que reflete luz, com viço natural e firmeza invejável, mesmo sem maquiagem? Muitas vezes, o segredo não está em procedimentos caros, mas no uso inteligente de um ativo que já se tornou queridinho no skincare: a vitamina C. Potente antioxidante, ela não só protege contra os danos diários como também estimula a produção de colágeno — mas para colher todos os benefícios, é preciso saber usar corretamente.

Por que a vitamina C é indispensável no skincare

A vitamina C é uma molécula capaz de neutralizar radicais livres, que são responsáveis por acelerar o envelhecimento da pele. Esses radicais surgem a partir da exposição solar, poluição, estresse e até má alimentação. Ao bloquear esses danos, a vitamina C previne rugas, manchas e flacidez. Além disso, ela atua estimulando a síntese de colágeno, o que deixa a pele mais firme e com textura uniforme. Não é à toa que dermatologistas de todo o mundo recomendam seu uso diário.

Escolhendo o tipo ideal para sua pele

Nem toda vitamina C é igual. Existem diferentes formas, como o ácido ascórbico puro, mais indicado para peles sem sensibilidade, e derivados como o ascorbil fosfato de magnésio ou palmitato de ascorbila, que são mais estáveis e suaves. Pessoas com pele oleosa podem preferir fórmulas aquosas e leves, enquanto peles secas se beneficiam de texturas mais cremosas, que também proporcionam hidratação. O importante é optar por produtos com concentração entre 10% e 20%, faixa considerada eficaz e segura para uso diário.

A importância da aplicação matinal

O momento do dia em que você aplica a vitamina C faz diferença. Usá-la pela manhã, antes do protetor solar, cria uma dupla barreira contra os danos da radiação UV e da poluição. Isso não significa que ela substitui o filtro solar, mas sim que potencializa a proteção. A aplicação noturna também é válida, especialmente para quem busca intensificar a reparação da pele enquanto dorme, mas o uso matinal é considerado o mais estratégico para prevenir o envelhecimento precoce.

Como aplicar para maximizar os resultados

A ordem de aplicação influencia a absorção. Limpe bem o rosto, aplique o tônico (se usar) e, em seguida, espalhe a vitamina C com movimentos suaves e ascendentes. Aguarde alguns minutos antes de aplicar hidratante e protetor solar. Esse tempo de espera garante que o ativo penetre melhor na pele. Outro cuidado importante é não misturar a vitamina C com ácidos muito fortes ou retinoides na mesma rotina, para evitar irritações.

Armazenamento que preserva a potência

A vitamina C é sensível à luz, ao calor e ao ar. Por isso, sempre feche bem o frasco e guarde-o longe de janelas e locais quentes, como dentro do banheiro após um banho quente. Fórmulas embaladas em frascos escuros e com sistema de pump são mais protegidas contra oxidação. Quando o produto mudar de cor para um tom alaranjado ou marrom, é sinal de que já perdeu parte da eficácia.

Combinações poderosas com vitamina C

Além do protetor solar, a vitamina C pode ser associada a outros ativos para resultados ainda mais visíveis. O ácido ferúlico, por exemplo, aumenta sua estabilidade e potencial antioxidante. Já o ácido hialurônico hidrata profundamente, deixando a pele mais preenchida e viçosa. Outra combinação interessante é com a vitamina E, que atua em sinergia para proteger contra os danos ambientais.

Resultados reais e consistentes

Não espere milagres de um dia para o outro. O uso diário e contínuo é o que faz a diferença. Em geral, após quatro semanas já é possível perceber uma pele mais uniforme e iluminada; com dois a três meses, a firmeza e a elasticidade começam a melhorar. É um investimento de paciência que compensa, pois os efeitos se acumulam ao longo do tempo.

Cuidados extras para potencializar o viço

Além do uso da vitamina C, manter uma boa alimentação, hidratar-se adequadamente e dormir bem são fatores que influenciam diretamente na qualidade da pele. Frutas cítricas, vegetais verdes-escuros e oleaginosas fornecem nutrientes que trabalham junto com o skincare, ajudando a manter o viço natural e a prevenir a perda de firmeza.

Cuidar da pele com vitamina C não é apenas seguir uma moda, mas adotar uma estratégia de longo prazo para manter a juventude e a saúde cutânea. Quando usada corretamente, ela se torna um verdadeiro escudo contra o envelhecimento, garantindo que a sua pele não só pareça mais bonita, mas também esteja realmente mais saudável.

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3 posições da espada-de-são-jorge que atraem prosperidade

Poucas plantas são tão emblemáticas no imaginário popular quanto a espada-de-são-jorge. Além de resistente e de fácil manutenção, ela é cercada por significados espirituais e simbólicos. Em muitas culturas, acredita-se que suas folhas longas e eretas funcionam como um escudo contra energias negativas, enquanto sua presença em certos pontos estratégicos da casa ou do local de trabalho pode atrair prosperidade e equilíbrio. Mas será que existe um “lugar certo” para colocá-la e potencializar seus efeitos? A resposta é sim, e conhecer essas posições pode transformar a energia do seu ambiente.

Por que a espada-de-são-jorge é associada à prosperidade

A fama da espada-de-são-jorge vem de tradições africanas, asiáticas e até europeias, onde era utilizada como planta protetora, capaz de afastar mau-olhado e abrir caminhos para boas oportunidades. No Feng Shui, por exemplo, ela é vista como uma planta que eleva a energia do espaço, promovendo estabilidade, segurança e crescimento. Suas folhas pontiagudas remetem à força e determinação, qualidades essenciais para quem busca prosperar.

1. Na entrada principal da casa

Colocar a espada-de-são-jorge próxima à porta de entrada é um clássico. Segundo a tradição, ela atua como uma “sentinela energética”, filtrando as vibrações que entram e impedindo que energias pesadas invadam o lar. Além da proteção, essa posição está ligada à atração de prosperidade, pois simboliza a abertura para boas oportunidades logo no limiar da casa.

Dica extra: coloque o vaso do lado direito de quem entra, pois, no Feng Shui, essa posição está associada ao fluxo de energia ligado à riqueza. Um vaso grande, com três ou mais mudas, intensifica ainda mais a simbologia.

2. No canto sudeste do ambiente

O canto sudeste, segundo o Feng Shui, é conhecido como o “canto da prosperidade”. Ao posicionar sua espada-de-são-jorge nesse ponto, você estaria fortalecendo a energia ligada ao crescimento financeiro e à abundância. É como se a planta funcionasse como um amplificador dessa área específica do ambiente.

Para potencializar o efeito, escolha um vaso bonito e mantenha a planta saudável, com folhas eretas e sem amarelados. É importante também garantir boa iluminação natural, já que uma planta vigorosa transmite uma imagem de prosperidade em expansão.

3. Próxima ao local de trabalho ou home office

Manter uma espada-de-são-jorge perto da mesa de trabalho pode favorecer concentração, clareza mental e foco nos objetivos. Além disso, sua simbologia protetora ajuda a “blindar” o ambiente de disputas, inveja ou conflitos, criando um campo energético mais favorável para o crescimento profissional e financeiro.

Se possível, coloque-a no canto esquerdo da mesa ou ao lado esquerdo da cadeira, reforçando a energia da prosperidade e da criatividade. Pequenos vasos ou arranjos com a planta já são suficientes para criar essa atmosfera positiva.

Cuidados para manter a energia positiva

Independentemente da posição, uma espada-de-são-jorge saudável é essencial para que a energia da prosperidade flua. Algumas dicas simples fazem diferença:

  • Iluminação: gosta de luz indireta ou meia-sombra, mas também tolera sol pleno.

  • Rega: regue apenas quando o substrato estiver seco; excesso de água pode apodrecer as raízes.

  • Limpeza das folhas: passe um pano úmido de vez em quando para remover poeira e manter a planta “respirando” bem.

  • Troca de vaso: a cada dois anos, faça o replantio para estimular o crescimento.

Prosperidade como estado de energia

Mais do que uma simples decoração, a espada-de-são-jorge pode funcionar como um lembrete diário de que prosperidade também está ligada a cuidado, intenção e constância. Ao posicioná-la nos pontos certos, você une estética, tradição e espiritualidade em um único gesto.

Quando olhamos para uma planta e cuidamos dela, também estamos cultivando o hábito de zelar pelo que queremos ver crescer — e isso vale tanto para a vida financeira quanto para a pessoal.

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Sustentabilidade corporativa exige responsabilidade compartilhada

A pressão por sustentabilidade nas empresas nunca foi tão alta — e não é apenas responsabilidade do Chief Sustainability Officer (CSO). Quando metas ambientais e sociais são alinhadas aos objetivos operacionais, o resultado é mais resiliência, menos riscos e vantagem competitiva no longo prazo.

Em um cenário de regulações mais rigorosas, investidores exigindo transparência e consumidores mais atentos, líderes de todas as áreas precisam colaborar para integrar práticas sustentáveis no dia a dia do negócio.

Por que a liderança interfuncional é essencial

Mesmo que não esteja explícito no seu cargo, suas decisões sobre orçamento, compras, design de produtos ou marketing já impactam diretamente a pegada de sustentabilidade da empresa. Incorporar essa consciência no planejamento, na cadeia de suprimentos e na inovação é fundamental para criar valor sustentável.

Como transformar alinhamento em ação

1. Defina metas compartilhadas

Inclua iniciativas sustentáveis nos ciclos de planejamento e estratégias de compras. Convide o CSO para participar das discussões desde o início, conectando sustentabilidade a métricas centrais como eficiência de custos, mitigação de riscos e entrada em novos mercados.

2. Fale a mesma língua

Traduzir as demandas de sustentabilidade para o contexto de cada área facilita a adesão. Por exemplo, um pedido de dados de emissões para um novo fornecedor não é apenas burocracia, mas parte de uma estratégia para fortalecer a resiliência da cadeia de suprimentos.

3. Priorize impacto com viabilidade

Comece com iniciativas de alto impacto e fácil execução, como compras de baixo carbono ou melhorias de eficiência de processos. Pequenas vitórias aceleram a confiança e a colaboração entre equipes.

4. Incorpore à operação

A sustentabilidade precisa ser integrada desde a concepção de novos produtos, especificações técnicas e requisitos de fornecedores. Invista em treinamentos e ferramentas digitais que permitam medir e gerenciar impactos de forma contínua.

De suporte a corresponsabilidade

O sucesso de uma estratégia sustentável não depende apenas do CSO, mas das decisões cotidianas tomadas em todas as áreas. O desafio é mudar a mentalidade de “mais uma tarefa” para “parte da forma como trabalhamos”, alinhando desempenho e propósito.

Quando a responsabilidade é compartilhada, a sustentabilidade deixa de ser um requisito regulatório e se torna um diferencial competitivo — ajudando empresas a se manterem relevantes, lucrativas e resilientes em um futuro incerto.

Poluição plástica ameaça saúde global e custa trilhões, alerta The Lancet

Um relatório inédito publicado pela The Lancet classifica a poluição por plásticos como uma grave ameaça à saúde humana e ao planeta. O estudo chega no momento em que acontece, em Genebra, a rodada final de negociações para um Tratado Global sobre Plásticos, enfrentando resistência de lobistas e de setores industriais.

Uma crise de saúde invisível, mas devastadora

Estima-se que 8 bilhões de toneladas de resíduos plásticos já estejam espalhados pelo planeta. Partículas micro e nanoplásticas, junto a dezenas de substâncias químicas associadas, foram detectadas nos ecossistemas mais remotos e no corpo de animais e seres humanos.

O relatório aponta que os impactos se estendem por todo o ciclo de vida do plástico — desde a produção até o descarte — e que populações vulneráveis, especialmente crianças e idosos, sofrem as maiores consequências.

O custo econômico da poluição plástica

Segundo os pesquisadores, apenas três compostos — BPA, DEHP e PBDE — geram custos globais de saúde estimados em US$ 1,5 trilhão por ano em 38 países. As consequências incluem doenças crônicas, problemas de desenvolvimento infantil e aumento da mortalidade.

Chamado à ação global

Para o professor Philip Landrigan, diretor do Global Observatory on Planetary Health no Boston College e coautor do estudo, o tratado precisa incluir medidas para proteger a saúde e o meio ambiente em todas as etapas do ciclo do plástico:

“Os impactos recaem de forma mais pesada sobre os vulneráveis e resultam em enormes custos para a sociedade. É nosso dever agir agora”, disse Landrigan.

Lançamento do The Lancet Countdown on Health and Plastics

O relatório também anunciou a criação do Lancet Countdown on Health and Plastics, inspirado no já consolidado monitoramento sobre mudanças climáticas da publicação. O objetivo é fornecer dados independentes e contínuos sobre produção, exposição, impactos e políticas de intervenção relacionadas ao plástico.

De acordo com Margaret Spring, co-líder do projeto, os indicadores serão cruciais para orientar decisões internacionais, nacionais e locais:

“Os formuladores de políticas precisam do melhor conhecimento científico disponível para enfrentar a poluição plástica de forma eficaz”, afirmou Spring.

Oportunidade para mudança histórica

Para a professora Sarah Dunlop, diretora de Plásticos e Saúde Humana na Minderoo Foundation, que apoia o novo Countdown, este é um momento decisivo:

“O tratado global sobre plásticos pode proteger as futuras gerações. A evidência dos danos é consistente e esmagadora”, destacou.

O que esperar das negociações em Genebra

Negociadores estão sob pressão para criar um acordo ambicioso que limite a produção de plásticos, restrinja substâncias tóxicas e promova sistemas circulares. Se bem-sucedido, o tratado poderá redefinir a forma como o mundo produz, utiliza e descarta o material mais onipresente e poluente do planeta.

Jade no Feng Shui: 3 formas de posicionar e atrair riqueza

Você já reparou como algumas plantas parecem carregar uma energia especial, que muda o clima da casa? A planta-jade, com suas folhas carnudas e verde-brilhantes, é uma dessas espécies que, segundo o Feng Shui, tem o poder de atrair prosperidade, harmonia e boas oportunidades. Mas, como todo elemento energético, o lugar onde ela é posicionada faz toda a diferença no resultado.

Hoje, vamos explorar três formas estratégicas de posicionar a jade para que ela se torne uma verdadeira imã de prosperidade na sua casa ou ambiente de trabalho.

A relação entre a jade e o Feng Shui

O Feng Shui é uma prática chinesa milenar que busca harmonizar os ambientes para que a energia — ou “chi” — circule de forma fluida, beneficiando todos que vivem ou trabalham no local. No caso da jade, ela é considerada uma planta da riqueza, associada à estabilidade financeira e ao crescimento. Suas folhas arredondadas lembram moedas e, por isso, são um símbolo poderoso para quem deseja atrair abundância.

Primeira forma: entrada principal da casa

No Feng Shui, a porta de entrada é conhecida como a “boca do chi” — é por onde a energia entra e se distribui pelo imóvel. Posicionar uma planta-jade próxima à porta, do lado interno ou externo, simboliza dar boas-vindas à prosperidade.

Para potencializar:

  • Coloque a planta em um vaso bonito, preferencialmente em tons de verde ou vermelho, cores que estimulam a energia de riqueza.

  • Certifique-se de que ela esteja sempre saudável, com folhas firmes e brilhantes, pois uma planta malcuidada pode gerar o efeito contrário, simbolizando estagnação.

  • Evite bloquear a passagem: o chi precisa fluir livremente.

Segunda forma: canto da prosperidade (guá da riqueza)

Dentro do mapa bagua — uma ferramenta usada no Feng Shui para analisar os espaços — o canto da prosperidade costuma ficar no canto esquerdo mais distante da porta de entrada, quando visto a partir do interior do ambiente. Colocar a jade nesse ponto ajuda a reforçar a intenção de abundância e sucesso.

Para reforçar ainda mais:

  • Combine a jade com outros elementos ligados à riqueza, como moedas chinesas amarradas com fita vermelha ou uma pequena fonte de água.

  • Mantenha o local sempre limpo, sem poeira ou objetos quebrados.

  • Use iluminação suave para destacar a planta, criando um ponto focal positivo.

Terceira forma: área de trabalho ou escritório

Manter uma jade sobre a mesa de trabalho ou em um aparador próximo ao espaço profissional é uma maneira de atrair oportunidades e crescimento na carreira. O Feng Shui acredita que ela ajuda a desbloquear energias estagnadas e abrir caminho para novos negócios.

Para aproveitar melhor:

  • Coloque-a no lado leste ou sudeste do ambiente, direções associadas à energia da prosperidade.

  • Evite posicioná-la em locais escuros ou abafados, pois a falta de luz enfraquece a energia.

  • Regue de forma moderada, já que o excesso de água pode “afogar” a energia de crescimento.

Cuidados essenciais para manter a energia viva

De nada adianta escolher o melhor ponto se a planta não estiver saudável. A jade é uma suculenta resistente, mas ainda assim precisa de atenção para manter sua energia vibrante.

  • Luz: Prefira locais com bastante iluminação natural indireta.

  • Água: Regue apenas quando o solo estiver seco ao toque; o excesso de água pode causar apodrecimento.

  • Solo: Use substrato bem drenado, próprio para suculentas.

  • Poda: Retire folhas amareladas ou murchas para estimular o crescimento.

O simbolismo das folhas e flores

No Feng Shui, cada nova folha que surge na jade é vista como um sinal de crescimento e prosperidade. Se ela florescer, o que costuma acontecer em ambientes bem iluminados, é considerado um sinal ainda mais positivo, indicando que o ciclo de abundância está se fortalecendo.

As flores brancas ou rosadas da jade representam pureza de intenções e clareza de objetivos — dois fatores essenciais para transformar energia positiva em resultados concretos.

Erros comuns ao posicionar a jade

  • Colocar em locais sombrios: Isso enfraquece a energia e a saúde da planta.

  • Usar vasos quebrados: No Feng Shui, isso simboliza bloqueios na prosperidade.

  • Deixar acumular poeira: A sujeira bloqueia o fluxo de energia, diminuindo os efeitos positivos.

  • Ignorar o estado da planta: Uma jade malcuidada pode representar finanças desorganizadas.

Como potencializar o efeito energético

Além da localização, alguns pequenos rituais podem potencializar a energia da sua jade:

  • Ao regar, mentalize intenções de prosperidade e gratidão.

  • Limpe as folhas regularmente com um pano úmido para mantê-las brilhantes.

  • Coloque pequenos cristais de citrino ou pirita no vaso para amplificar a energia de riqueza.

Um toque pessoal que faz diferença

Mais do que seguir regras, o Feng Shui valoriza a conexão entre você e o ambiente. Escolher um vaso que tenha significado para você, posicionar a planta de forma que seja vista diariamente e cuidar dela com atenção cria um vínculo especial, fortalecendo ainda mais a energia positiva que ela transmite.

No fim das contas, a jade não é apenas um objeto decorativo: ela é um lembrete vivo de que prosperidade é resultado de cuidado, intenção e energia bem direcionada.

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Chá de camomila antes de dormir: benefícios para o corpo

Quem nunca buscou uma forma simples de relaxar depois de um dia cheio que atire a primeira xícara. O chá de camomila, com seu aroma delicado e sabor suave, é um dos aliados mais antigos para acalmar o corpo e preparar a mente para uma boa noite de sono. Mas o que talvez você não saiba é que essa infusão vai muito além de ajudar a adormecer: ela oferece uma série de benefícios para a saúde física e mental.

A camomila é usada há séculos na medicina popular e científica como planta medicinal de ação suave, mas eficaz. Tomar uma xícara antes de dormir é um ritual que pode transformar a qualidade do seu descanso e trazer efeitos positivos que se estendem para o dia seguinte.

Por que a camomila ajuda a relaxar

A principal razão pela qual a camomila é associada ao relaxamento é sua ação levemente sedativa, graças a compostos como a apigenina. Essa substância se liga a receptores no cérebro que reduzem a atividade neuronal e induzem uma sensação de calma.

Esse efeito é especialmente útil para quem sofre com insônia leve, ansiedade ou agitação mental antes de dormir. Ao contrário de medicamentos, o chá de camomila não causa dependência nem deixa aquela sensação de ressaca no dia seguinte, comum em alguns calmantes.

Benefícios para o corpo

Além de ajudar a relaxar, o chá de camomila traz vantagens importantes para a saúde física:

  • Melhora a digestão: tomar camomila após o jantar pode aliviar desconfortos como gases, azia e má digestão.

  • Ação anti-inflamatória: seus compostos ajudam a reduzir inflamações internas e externas.

  • Alívio de cólicas: indicado tanto para cólicas menstruais quanto digestivas.

  • Fortalecimento do sistema imunológico: rico em antioxidantes que protegem as células contra danos.

Esses efeitos tornam a camomila uma aliada versátil, não apenas para a hora de dormir, mas para manter o equilíbrio do corpo.

Benefícios para a mente

No campo mental e emocional, a camomila é um bálsamo natural. Seu aroma suave já é capaz de promover relaxamento apenas pelo olfato, e quando ingerida, o efeito se intensifica.

Pessoas que sofrem de ansiedade relatam melhora nos sintomas quando incluem o chá no fim do dia. Ele ajuda a desacelerar os pensamentos, reduzir a tensão muscular e criar um estado propício para o descanso profundo.

Passo a passo para um chá perfeito antes de dormir

Para aproveitar todos os benefícios da camomila, a preparação correta é fundamental:

  1. Escolha flores secas de qualidade: quanto mais naturais e aromáticas, melhor.

  2. Use água quente, não fervente: a temperatura ideal é de cerca de 90°C, para preservar os compostos ativos.

  3. Tempo de infusão: de 5 a 10 minutos, dependendo da intensidade desejada.

  4. Evite adoçar em excesso: o açúcar pode interferir na qualidade do sono; prefira mel se precisar adoçar.

Servir o chá em uma xícara que você gosta e beber devagar também faz parte da experiência relaxante.

Combinações que potencializam os efeitos

Misturar a camomila com outras ervas pode ampliar os benefícios:

  • Camomila + lavanda: dupla imbatível para relaxamento profundo.

  • Camomila + melissa: indicada para ansiedade e inquietação.

  • Camomila + hortelã: ajuda na digestão e refresca o paladar.

Essas combinações são fáceis de encontrar em lojas de produtos naturais ou podem ser preparadas em casa.

Cuidados e contraindicações

Apesar de ser segura para a maioria das pessoas, a camomila deve ser usada com cautela por quem tem alergia a plantas da família Asteraceae, como margaridas e crisântemos.

Pessoas que usam anticoagulantes devem consultar um médico antes de consumir a bebida regularmente, já que a camomila pode ter leve efeito anticoagulante.

Gestantes e lactantes também precisam de orientação médica antes de incluir o chá na rotina, mesmo que seja natural.

Criando um ritual para dormir melhor

Mais do que apenas beber o chá, transformar esse momento em um ritual pode aumentar seus efeitos positivos. Isso pode incluir:

  • Diminuir as luzes da casa meia hora antes de dormir.

  • Desligar aparelhos eletrônicos para reduzir estímulos.

  • Ouvir uma música suave enquanto saboreia a bebida.

Essa associação entre o chá e o relaxamento cria um condicionamento positivo, fazendo com que o corpo reconheça o momento de desacelerar.

Um hábito simples, mas poderoso

Tomar chá de camomila antes de dormir é um gesto pequeno, mas que pode trazer grandes mudanças na qualidade de vida. Seus efeitos combinam ciência e tradição, proporcionando noites mais tranquilas e dias mais produtivos.

Seja para melhorar o sono, acalmar a mente ou cuidar do corpo, essa infusão é uma escolha segura, acessível e eficaz. E o melhor: cada gole é um convite para desacelerar, ouvir o próprio corpo e se permitir descansar plenamente.

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Mina bilionária na África ameaça domínio da Vale no minério de ferro premium

O mercado global de minério de ferro pode estar prestes a viver uma mudança histórica. A entrada em operação do projeto Simandu, na Guiné, controlado pela Rio Tinto em parceria com consórcios chineses, pode reduzir em até 10 pontos percentuais a participação da Vale no segmento de minério premium, de 44% para 34% do mercado mundial.

O peso estratégico de Carajás

Metade da produção da Vale vem do Complexo de Carajás, no Pará, famoso por fornecer minério com 65% de teor de ferro — um nível de pureza superior à média global de 62%. Apenas em 2024, a empresa extraiu 177 milhões de toneladas desse material, equivalentes a 44% da oferta global de alto teor. Nenhuma outra mina no mundo alcança esse volume com qualidade semelhante.

Simandu: o novo gigante africano

Simandu promete produzir até 120 milhões de toneladas por ano, com o mesmo teor de Carajás. Se estivesse ativo hoje, representaria 23% do mercado premium, diminuindo a fatia da Vale. A expectativa é que o projeto inicie operações em 2025, trazendo um concorrente direto e robusto para um nicho até então dominado pela mineradora brasileira.

Por que o minério premium é tão valioso

O minério 65% permite que siderúrgicas produzam mais aço com menos insumo, reduzindo o uso de coque e as emissões de CO₂ — fator importante em um mercado cada vez mais pressionado por metas ambientais. Por isso, costuma ser negociado de 10% a 15% acima do minério padrão (62%).

Demanda chinesa e queda nos preços

A China, que compra 75% do minério brasileiro, atravessa uma crise no setor imobiliário, o que reduziu a produção de aço e aumentou a procura por minério mais barato (62%). No primeiro trimestre de 2024, a Vale ampliou em 40% as vendas desse tipo, enquanto as vendas de minério 65% caíram 51% e as de pelotas, 19%.

O prêmio do minério premium despencou de US$ 14 para US$ 7 por tonelada em julho, refletindo também a queda de 30% no preço do coque, que reduziu a vantagem econômica do alto teor.

O impacto de Simandu na concorrência

Se o projeto africano entrar em operação em um cenário de demanda enfraquecida, os preços do minério premium podem cair ainda mais. Especialistas afirmam que a presença de um novo player desse porte dificilmente elevará as cotações, pressionando a margem de lucro da Vale.

Histórico e decisões estratégicas da Vale

A Vale chegou a ter direitos de exploração em Simandu em 2010, mas abandonou o projeto em 2014, alegando desafios logísticos e políticos. Seriam necessários um porto e 640 km de ferrovia em um país com histórico de instabilidade e corrupção.

Em vez disso, a mineradora priorizou a expansão de Carajás, especialmente no bloco S11D, que hoje produz 77 milhões de toneladas anuais e pode atingir 120 milhões.

O futuro do mercado

Com Simandu prestes a entrar em operação e a demanda chinesa favorecendo produtos mais baratos, a Vale enfrenta um cenário desafiador. Manter competitividade exigirá eficiência logística e foco em contratos de longo prazo para sustentar o valor do minério premium.

Nova espécie de borboleta na Amazônia surpreende ao viver em sociedade com formigas

Nas densas matas do norte do Mato Grosso, pesquisadores identificaram a Annulata kaminskii, uma espécie inédita de borboleta encontrada nas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) Cristalino, em Alta Floresta, a 790 km de Cuiabá. Mais do que um simples registro, a descoberta revela uma relação ecológica inédita, que segundo cientistas, jamais havia sido documentada entre borboletas no mundo.

Uma parceria ecológica sem precedentes

Durante a fase de lagarta, a Annulata kaminskii interage com três outros organismos: o bambu, a cochonilha e as formigas. Em vez de se alimentar de folhas, como é comum em outras espécies, suas lagartas mantêm uma dieta líquida, consumindo néctar e cera produzidos por cochonilhas que vivem no bambu.

Em troca, elas liberam uma secreção adocicada que serve de alimento para duas espécies distintas de formigas. Esse comportamento cria um elo de cooperação e sobrevivência raríssimo na natureza.

Duas espécies de formigas, uma mesma lagarta

O estudo, publicado na revista científica Neotropical Entomology, revelou outro fato surpreendente: duas espécies diferentes de formigas convivem pacificamente para cuidar das mesmas lagartas. Uma delas, conhecida pelo comportamento altamente agressivo, oferece proteção efetiva contra predadores, funcionando como uma verdadeira guarda-costas.

Origem e classificação

A Annulata kaminskii pertence ao gênero Annulata, da família Riodinidae. Descrita oficialmente em 2025, sua presença foi confirmada na Amazônia meridional, com registros especialmente no norte do Mato Grosso.

Ecossistema e importância científica

O habitat da espécie está intimamente ligado aos bosques de bambu, onde cochonilhas sugam a seiva e produzem substâncias que alimentam as lagartas. Este arranjo forma uma cadeia ecológica única, que envolve planta, insetos e formigas, oferecendo aos cientistas um exemplo raro de interação multiespécie.

Segundo pesquisadores apoiados por Capes, CNPq e Fapesp, a descoberta reforça a importância das áreas de preservação e abre novas perspectivas para o estudo da biodiversidade amazônica.

O que a descoberta representa

O “acordo ecológico” entre borboleta, formigas, cochonilhas e bambu desafia conceitos tradicionais sobre relações entre espécies. Ele mostra que a natureza pode criar alianças complexas e funcionais, capazes de beneficiar diferentes organismos de forma mútua.

Para os cientistas, a Annulata kaminskii se torna um símbolo da riqueza e da complexidade ecológica da Amazônia, reforçando o papel da pesquisa científica na compreensão e preservação dos ecossistemas.

Cédula rara de R$ 100 pode valer até R$ 5 mil no mercado de colecionadores

Brasileiros atentos aos detalhes podem ter um verdadeiro tesouro guardado em casa. Algumas cédulas de R$ 100, emitidas nos primeiros anos do Plano Real, podem alcançar até R$ 5 mil no mercado numismático, dependendo da raridade e do estado de conservação.

O segredo está na série e na conservação

De acordo com o site Edital Concursos Brasil, as cédulas mais valorizadas pertencem às séries 1199, 1200 e 1201. Emitidas logo após a implantação do Real em 1994, essas notas tiveram tiragem limitada e são consideradas peças históricas.

O valor máximo só é alcançado quando a cédula apresenta estado de conservação impecável, sem dobras, manchas ou desgaste. No jargão numismático, esse nível de preservação é chamado de “flor de estampa”.

Por que são tão raras?

Além da baixa circulação, essas cédulas carregam assinaturas da época, incluindo a do Ministro da Fazenda, do Presidente da República e do Presidente do Banco Central, o que reforça sua autenticidade e valor histórico. Esse detalhe desperta o interesse de colecionadores e investidores, elevando o preço de mercado.

Outras peças valiosas no mercado

Não são apenas as cédulas que chamam a atenção. Moedas também podem atingir valores surpreendentes. Um exemplo é a moeda de R$ 1 com erro de cunhagem, que apresenta duas faces iguais. Este exemplar já foi avaliado em até R$ 8 mil, segundo colecionadores e especialistas como o perfil RNF Coleções no TikTok.

Como saber se a sua nota vale mais que R$ 100

Para identificar se você possui uma dessas raridades, observe o número de série localizado na parte frontal da cédula. Se ele estiver entre 1199 e 1201, e a nota estiver em excelente estado, há grandes chances de ela ser valorizada no mercado.

É recomendável buscar avaliação com especialistas em numismática ou com entidades reconhecidas no ramo. Plataformas de leilão e grupos especializados também podem ser opções para negociar essas peças.

Oportunidade para colecionadores e curiosos

Ter uma dessas cédulas raras é como encontrar uma joia esquecida. Muitas vezes, elas estão guardadas há anos em álbuns ou no fundo de gavetas, sem que o dono saiba de seu real valor. Com a crescente procura por itens raros, o momento pode ser ideal para vendê-las ou guardá-las como investimento.

Fique atento: o mercado de moedas e cédulas raras cresce a cada ano, e oportunidades como essa podem não durar para sempre.