YANUNI, documentário de Juma Xipaia e Leonardo DiCaprio leva a luta indígena da Amazônia ao Oscar do cinema de natureza

Três indicações ao principal festival mundial de cinema de natureza colocam uma produção brasileira, indígena e amazônica sob os holofotes internacionais. O documentário YANUNI, codirigido e protagonizado por Juma Xipaia, primeira cacica do povo Xipaya, e produzido por Leonardo DiCaprio, foi indicado nas categorias de Melhor Longa-Metragem, Planeta em Crise e Pessoas e Natureza no Jackson Wild Media Awards 2025, considerado o Oscar do cinema de natureza.

A premiação internacional, que reconhece filmes com alto impacto ambiental e narrativas potentes sobre ciência e conservação, anunciou os finalistas no dia 4 de agosto. Os vencedores serão conhecidos em 2 de outubro, durante o Jackson Wild Summit, no Jackson Hole Center for the Arts, nos Estados Unidos.

YANUNI retrata, em profundidade e com força emocional, a trajetória de resistência de Juma Xipaia e de seu companheiro, o agente do Ibama Hugo Loss. A história percorre momentos-chave da atuação do casal contra o avanço do garimpo, da mineração e do desmatamento ilegal na Amazônia. A câmera acompanha de forma íntima, mas com dimensão épica, a liderança de Juma em seu território e, mais tarde, em Brasília, quando assume um cargo nacional no Ministério dos Povos Indígenas.

Com direção de Richard Ladkani — conhecido por documentários como Perseguição em Alto Mar e O Extermínio do Marfim —, o filme é uma produção da Malaika Pictures, com apoio de organizações como Appian Way, Nia Tero, Age of Union e Tellux Group. Também participam como produtores executivos nomes reconhecidos do audiovisual ambiental, como Joanna Natasegara e Dax Dasilva. No Brasil, a trilha sonora conta com composições e vozes indígenas, incluindo Katú Mirim e Djuena Tikuna.

Segundo a própria Juma Xipaia, a produção do documentário é uma forma de amplificar a voz dos povos originários da Amazônia diante do mundo. “YANUNI é o caminho e a ferramenta que escolhemos para ampliar nossas vozes sobre a devastação que a nossa terra, a nossa casa e o nosso povo enfrentam todos os dias. Esta é uma produção que fala de nós, indígenas da Amazônia, e é feita também por nós”, afirmou. “Estamos muito felizes em ver esse trabalho reconhecido mundialmente em uma premiação tão importante para a área ambiental. Nossa ação pela defesa da floresta vai ter mais visibilidade e ganhar cada vez mais parceiros nessa luta.”

A força de Juma

Nascida em Altamira (PA), na região do Médio Xingu, Juma assumiu o posto de cacica da aldeia Kaarimã em 2016, aos 24 anos, tornando-se a primeira mulher a liderar oficialmente seu povo. Desde então, sua atuação tem se destacado em frentes políticas, judiciais e ambientais, enfrentando tanto corporações multinacionais quanto interesses locais ligados ao garimpo e à grilagem de terras indígenas.

Ao longo da última década, Juma denunciou violações causadas por grandes projetos de infraestrutura — como a hidrelétrica de Belo Monte — e a presença de mineradoras, como a canadense Belo Sun, em áreas de extrema vulnerabilidade socioambiental. Suas denúncias a tornaram alvo de ameaças constantes. Ela sobreviveu a pelo menos seis tentativas de assassinato por sua atuação contra crimes ambientais e em defesa da autodeterminação de seu povo.

A trajetória da líder indígena ultrapassou os limites da Amazônia. Em 2023, ela foi nomeada secretária nacional de Articulação e Promoção de Direitos Indígenas do recém-criado Ministério dos Povos Indígenas. Com isso, passou a representar oficialmente os povos originários em políticas públicas federais voltadas à demarcação de terras, proteção territorial, saúde e cultura indígena.

A participação de Juma como codiretora e protagonista de YANUNI aprofunda a noção de autorrepresentação indígena na mídia. Ao não ser apenas objeto da narrativa, mas também construtora dela, Juma amplia os horizontes de uma comunicação feita “com” e não “sobre” os povos indígenas.

Hugo Loss e a linha de frente contra o garimpo

Outro personagem central do documentário é Hugo Loss, agente ambiental e atual coordenador de operações de fiscalização do Ibama. Com mais de uma década de atuação na linha de frente contra crimes ambientais, Hugo tornou-se uma figura emblemática da resistência institucional à destruição da floresta.

Graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e mestre em Antropologia Social pela Universidade de Brasília (UnB), Loss ganhou projeção nacional ao liderar operações de repressão a garimpos ilegais, invasões em terras indígenas e esquemas de grilagem no Pará e em outros estados da Amazônia Legal.

Durante o governo de Jair Bolsonaro, Hugo foi exonerado em abril de 2020, num episódio interpretado por ambientalistas como uma retaliação política. Ele foi alvo de espionagem ilegal enquanto integrava a equipe técnica do Ibama, e seu afastamento gerou protestos de servidores e organizações da sociedade civil. Com a mudança de governo, Hugo foi reintegrado ao órgão e passou a ocupar cargos de chefia, atuando ao lado de lideranças indígenas em operações conjuntas.

YANUNI retrata não apenas a atuação profissional de Hugo, mas também os dilemas pessoais e familiares que envolvem seu compromisso com a floresta. A relação com Juma, construída em meio a ameaças e perseguições, ganha contornos de humanidade e urgência política.

Uma história pessoal que revela uma luta coletiva

O título YANUNI vem de um termo do idioma Xipaya que evoca força e ancestralidade. O filme mostra como Juma, grávida, assume novas responsabilidades institucionais enquanto enfrenta o custo emocional de liderar sob risco constante. Essa tensão entre maternidade, liderança e sobrevivência percorre toda a narrativa do documentário, revelando a complexidade de ser mulher, indígena, mãe e militante no Brasil de hoje.

A produção assume uma estética cuidadosa e uma narrativa que combina cenas documentais com registros de bastidores políticos, reuniões ministeriais e ações de campo. A trilha sonora, assinada por H. Scott Salinas e com participações de artistas indígenas, reforça o caráter sensorial do filme.

A presença da voz feminina e indígena na construção da narrativa não apenas resgata uma memória coletiva, mas também aponta para novos caminhos possíveis. A câmera de Richard Ladkani, que acompanha Juma e Hugo ao longo de meses, respeita a intimidade dos personagens sem cair na espetacularização da violência — um erro comum em narrativas ambientais sobre a Amazônia.

Reconhecimento internacional e disputa política

O Jackson Wild Media Awards é atualmente uma das maiores vitrines internacionais para produções audiovisuais ligadas à conservação. Filmes premiados no festival costumam ganhar circulação global e influenciar políticas públicas, campanhas de organizações internacionais e redes educacionais.

Com as indicações, YANUNI se junta a uma seleta lista de produções com foco na biodiversidade e na justiça climática. A nomeação brasileira também reforça a centralidade da Amazônia nos debates ambientais internacionais, especialmente em um momento em que o Brasil se prepara para sediar a COP30, em novembro de 2025, em Belém (PA).

Além da importância simbólica, a indicação do documentário sinaliza uma mudança de paradigma na forma como os povos indígenas têm contado suas próprias histórias. Produções como YANUNI marcam o início de uma nova fase em que a Amazônia fala por si, sem intermediários ou traduções coloniais.

Ficha técnica

O filme é dirigido por Richard Ladkani e produzido por Juma Xipaia, Leonardo DiCaprio, Anita Ladkani, Jennifer Davisson e Phillip Watson, entre outros. A cinematografia é assinada pelo próprio diretor, com edição de Georg Michael Fischer (bfs) e produção executiva de Dax Dasilva, Joanna Natasegara, Laura Nix, Erick Terena, Martin Choroba e Philipp Schall. O segundo câmera é o brasileiro Fábio Nascimento.

A trilha sonora conta com composições da rapper indígena Katú Mirim e vocais da artista Djuena Tikuna, reforçando a pluralidade de vozes da floresta em uma obra que pretende alcançar o mundo.

Regar demais o cacto pode matá-lo mais rápido que esquecer

Durante muito tempo, eu acreditava que o cuidado com plantas era diretamente proporcional à quantidade de água que elas recebiam. Afinal, quanto mais amor, mais rega, certo? Errado. Foi preciso ver meu primeiro cacto apodrecer diante dos meus olhos para entender que, com algumas plantas, o excesso de zelo pode ser mais letal do que o esquecimento.

O cacto, essa planta resistente e misteriosa, é frequentemente escolhido por quem quer começar a se aventurar na jardinagem. Ele é pequeno, bonito, ocupa pouco espaço e tem fama de “difícil de matar”. Só que a verdade é que, justamente por essa aparência robusta, muita gente não percebe que o principal erro no cultivo de cactos é tratá-los como plantas comuns — principalmente no quesito rega.

A falsa ideia de que todo verde precisa de água frequente

Minha história com os cactos começou com uma prateleira iluminada e cheia de entusiasmo. Comprei três exemplares de espécies diferentes e, empolgado, criei uma rotina de cuidados: toda semana, sem falta, molhava cada um com carinho, até o vasinho escorrer. No segundo mês, começaram os sinais de que algo estava errado: manchas escuras, partes moles, o verde vívido dando lugar a um tom esbranquiçado. Um a um, eles morreram.

Fui pesquisar e descobri o que deveria ser óbvio: cactos não gostam de solo encharcado. São plantas acostumadas a solos secos, que absorvem rapidamente a umidade e permanecem sem água por longos períodos. Ao regar com tanta frequência, o que eu fiz foi sufocar as raízes, causando o temido apodrecimento radicular.

Cacto é um sobrevivente do deserto

Para entender o comportamento dos cactos, é preciso olhar para sua origem. A maioria dessas plantas é nativa de regiões desérticas, onde a chuva é escassa e o solo é extremamente drenante. Eles desenvolveram estruturas para armazenar água dentro do caule, o que lhes permite sobreviver por semanas ou até meses sem uma gota.

Isso não quer dizer que o cacto não precise de água — apenas que ele sabe muito bem como lidar com a escassez. E é aí que entra a grande lição: em vez de pensar em cuidar dele com frequência, é melhor pensar em cuidar com atenção. Observar sinais, sentir o solo e respeitar seu ritmo natural são atitudes mais importantes do que montar um cronograma rígido.

Como saber a hora certa de regar um cacto

Uma regra básica para regar cactos é a seguinte: só regue quando o solo estiver completamente seco. Nada de “quase seco”, “um pouco úmido” ou “parece que vai secar”. Se tiver dúvida, enfie o dedo no vaso até o fundo. Se estiver seco, pode regar. Se ainda sentir umidade, espere mais alguns dias.

Outra dica valiosa: nunca borrife água nas folhas ou no corpo do cacto, especialmente se ele estiver em ambiente fechado. Isso pode causar fungos e manchas. A rega deve ser feita diretamente no substrato, preferencialmente pela manhã.

O vaso e o solo fazem toda a diferença

Se o seu cacto está plantado em um vaso sem furo no fundo, o risco de excesso de água é ainda maior. O ideal é usar recipientes de barro ou cerâmica, com boa drenagem. E o solo precisa ser específico para cactos: arenoso, leve e com ótima capacidade de escoamento. Misturas com areia grossa, perlita e um pouco de húmus são ideais.

Usar terra comum de jardim é uma armadilha: ela retém água por mais tempo, o que é perfeito para outras plantas, mas péssimo para os cactos.

Cactos precisam de luz, não de sombra e umidade

Outro erro comum é deixar o cacto longe da luz por medo do sol “queimar”. Na verdade, a maioria das espécies adora sol pleno — e precisam dele para crescer com saúde. Luz direta por algumas horas por dia é essencial para que mantenham a coloração viva e a estrutura firme. Cactos que vivem na sombra tendem a crescer de forma desordenada, fina e frágil, buscando luz.

A maior lição que aprendi

Meu segundo cacto, diferente do primeiro, ficou firme por anos. Por quê? Porque aprendi a ignorá-lo um pouco mais. Deixei de lado a mania de querer cuidar o tempo todo e passei a respeitar seu tempo, seu ambiente, seu silêncio. O cacto me ensinou que às vezes o excesso sufoca, e que o espaço, o tempo e a escuta são formas valiosas de cuidado.

Curiosamente, essa percepção se estendeu para outras áreas da vida. Nem tudo que parece cuidado é, de fato, saudável. Às vezes, dar espaço é o maior ato de amor — com plantas, pessoas e até com a gente mesmo.

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Meu intestino regulou naturalmente com esse café da manhã

Durante anos, sofri com intestino preso. Tentava de tudo: mais água, mais fibras, iogurte com lactobacilos, ameixa seca… e nada parecia funcionar de verdade. Até que um dia, quase sem querer, experimentei uma combinação diferente no café da manhã. Não foi receita de nutricionista nem dica de influenciador — foi uma mistura simples, com ingredientes que já estavam na minha cozinha. E em menos de uma semana, senti meu corpo respondendo como nunca antes.

Neste artigo, conto em detalhes qual foi essa combinação, por que ela funciona e como você pode adaptar essa ideia para o seu dia a dia. Às vezes, o segredo não está em gastar mais, e sim em combinar melhor.

A combinação inusitada: mamão, aveia e azeite

Sim, você leu certo. O combo que transformou meu intestino foi mamão com aveia e algumas gotas de azeite extravirgem. No começo, achei estranho. Afinal, quem coloca azeite no café da manhã? Mas bastaram dois dias para perceber que aquilo não era apenas um truque de vó — era uma fórmula poderosa de ativação intestinal.

O mamão é rico em fibras e enzimas como a papaína, que facilitam a digestão e ajudam a quebrar proteínas. A aveia entra com a betaglucana, fibra solúvel que forma um gel no intestino e estimula o trânsito. E o azeite? Atua como lubrificante natural do sistema digestivo, facilitando a evacuação sem causar cólicas ou diarreias.

Por que funciona tão bem para o intestino

O intestino é sensível a três fatores principais: hidratação, tipo de fibra e estímulo ao movimento peristáltico. Essa combinação matinal age exatamente nesses pontos:

  • Mamão: hidrata e fornece fibra insolúvel que varre o intestino.

  • Aveia: dá saciedade, regula o açúcar no sangue e estimula as bactérias boas.

  • Azeite extravirgem: suaviza o trânsito intestinal e ajuda na formação do bolo fecal.

O resultado é um intestino que “acorda” naturalmente, sem precisar de café forte ou medicamentos.

Como preparar esse café da manhã funcional

Você só vai precisar de três ingredientes e menos de cinco minutos. Veja como faço todos os dias:

  • 1 fatia generosa de mamão papaia (ou ½ mamão pequeno)

  • 1 colher de sopa cheia de aveia em flocos finos

  • 1 colher de chá de azeite extravirgem (sim, cru mesmo)

Corte o mamão em pedaços ou amasse com o garfo. Misture a aveia e regue com o azeite por cima. A textura fica suave, e o sabor do azeite desaparece quase por completo, sendo neutralizado pelo doce natural do mamão.

Se quiser variar, adicione chia, linhaça ou um fio de mel. Mas o segredo está em manter a base intacta.

Resultados visíveis em poucos dias

No segundo dia, percebi que meu intestino funcionava logo pela manhã, de forma leve e sem esforço. Em cinco dias, o inchaço abdominal reduziu visivelmente. A digestão ficou mais rápida, e aquela sensação de “peso” após as refeições praticamente sumiu.

O mais interessante é que, mesmo em dias estressantes ou de alimentação desregulada, essa primeira refeição segurava o sistema funcionando bem. Não é exagero dizer que mudou minha relação com o meu corpo — especialmente com a barriga.

Dicas para potencializar ainda mais o efeito

Além do café da manhã, adotei outros hábitos simples que ampliaram os resultados:

  • Tomar água morna ao acordar (200 ml) antes de comer qualquer coisa.

  • Fazer uma pequena caminhada de 10 minutos após o café.

  • Evitar excesso de pão branco ou produtos ultraprocessados à noite.

Esses ajustes ajudaram meu intestino a entrar em ritmo natural, sem precisar de dietas restritivas ou suplementos caros.

Esse café da manhã serve para todo mundo?

Em geral, sim. É uma combinação segura, natural e acessível. No entanto, pessoas com intestino solto, doenças inflamatórias intestinais ou alergia à aveia devem consultar um nutricionista antes de adotar a receita.

Se você nunca usou azeite dessa forma, comece com ½ colher de chá e observe a resposta do seu corpo. Em poucos dias, é possível notar mais regularidade, redução de gases e sensação de leveza.

Simples, barato e eficiente: uma revolução matinal

Não foi preciso gastar com fórmulas, shakes ou probióticos caros. Bastou olhar para a fruteira, abrir o armário e testar algo diferente. O que parecia uma mistura estranha se mostrou um divisor de águas para minha saúde digestiva.

Hoje, esse café da manhã virou ritual. Me sinto mais leve, com menos retenção e mais energia para começar o dia. Se você também sofre com intestino preso, talvez valha experimentar. O segredo, como sempre, pode estar nas coisas mais simples — e inusitadas.

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Técnica inovadora acha 41.000 tartarugas no Rio Guaporé na Amazônia

Utilizando drones e modelagem inteligente para contar com precisão mais de 41.000 tartarugas ameaçadas de extinção em mega sítio de nidificação ao longo do Rio Guaporé, na Amazônia, uma equipe da Universidade da Flórida revelou o maior local de nidificação de tartarugas conhecido do mundo

Sua técnica inovadora, combinando imagens aéreas com correção estatística para o movimento das tartarugas, expõe falhas importantes nos métodos tradicionais de contagem e abre portas para um monitoramento mais preciso da vida selvagem em todo o mundo.  É atualmente, a maneira mais precisa de contar a vida selvagem usando drones — uma inovação que ajudou a confirmar o maior local de nidificação conhecido do mundo para uma espécie de tartaruga ameaçada.

Combinando imagens aéreas com modelagem estatística, os pesquisadores documentaram mais de 41.000 tartarugas-gigantes-sul-americanas reunidas ao longo do Rio Guaporé, na Amazônia. Suas descobertas, no Journal of Applied Ecology, oferecem uma nova ferramenta para conservacionistas que buscam monitorar populações animais vulneráveis com maior precisão.

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Centenas de milhares de filhotes de tartaruga nascendo

“Descrevemos uma nova maneira de monitorar populações animais com mais eficiência”, disse o principal autor do estudo, Ismael Brack, pesquisador de pós-doutorado na Escola de Ciências Florestais, Pesqueiras e Geomáticas do Instituto de Ciências Agrárias e Alimentares da UF (UF/IFAS). “E embora o método seja usado para contar tartarugas, ele também pode ser aplicado a outras espécies”.

O projeto começou com pesquisadores da Wildlife Conservation Society (WCS) no Brasil, Colômbia e Bolívia. Uma das espécies monitoradas pela organização sediada em Nova York é a Tartaruga-gigante-sul-americana, ameaçada por caçadores ilegais que vendem sua carne e ovos. As tartarugas são criaturas excepcionalmente sociais, e as fêmeas se reúnem todos os anos em julho ou agosto para nidificar nos bancos de areia do Rio Guaporé, entre o Brasil e a Bolívia.

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Com uma nova ferramenta para conservacionistas que buscam monitorar populações animais vulneráveis com maior precisão

Brack conheceu cientistas da WCS em uma conferência, e eles compartilharam como usam drones para contar as tartarugas, disse ele. Eles criam ortomosaicos, que são imagens compostas de alta resolução e altamente detalhadas, feitas pela junção de centenas de fotografias aéreas sobrepostas.

Contar os animais mostrados em ortomosaicos é uma abordagem mais rápida, precisa e menos invasiva do que contar animais a partir do solo. O método por si só, no entanto, não leva em conta o fato de que os animais às vezes se movem durante a observação.

Juntos, pesquisadores da UF e da WCS desenvolveram um método que melhora a precisão da contagem eliminando diversas fontes de erro, incluindo contagens duplas (o mesmo indivíduo contou várias vezes) e indivíduos perdidos.

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Modelos de probabilidade que levam em conta a entrada e saída de indivíduos da área

De acordo com o estudo, pesquisadores usaram tinta branca para marcar os cascos de 1.187 tartarugas reunidas em um banco de areia de uma ilha no Rio Guaporé. Ao longo de 12 dias, um drone sobrevoou a região em um trajeto meticuloso, de ida e volta, quatro vezes por dia, tirando 1.500 fotos em cada uma delas. Usando um software, os cientistas uniram as fotos e os pesquisadores revisaram as imagens compostas.

Eles registraram cada tartaruga, se seu casco estava marcado e se o animal estava nidificando ou caminhando quando fotografado. Munidos desses dados, desenvolveram modelos de probabilidade que levam em conta a entrada e saída de indivíduos da área, o comportamento observado das tartarugas e a probabilidade de detectar uma marca de casco identificável.

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Observe atentamente e você verá o local de nidificação das tartarugas nas margens arenosas do Rio Guaporé

Os modelos revelaram diversas fontes potenciais de erro que poderiam surgir de contagens tradicionais baseadas em ortomosaicos, de acordo com o estudo. Apenas 35% das tartarugas que utilizaram o banco de areia, por exemplo, estavam presentes durante os voos de drones. E, em média, 20% das tartarugas detectadas caminhando apareceram várias vezes nos ortomosaicos — algumas até sete vezes.

Observadores em terra contaram cerca de 16.000 tartarugas, de acordo com o estudo. Pesquisadores que revisaram os ortomosaicos, mas não levaram em conta a movimentação dos animais ou as marcas nos cascos, contaram cerca de 79.000 tartarugas.

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A tartaruga gigante de rio da Amazônia é uma das maiores tartarugas de água doce do mundo, atingindo até 90 cm de comprimento e pesando até 80 kg

Quando aplicaram seus modelos, no entanto, estimaram cerca de 41.000 tartarugas.

“Esses números variam muito, e isso é um problema para os conservacionistas”, disse Brack. “Se os cientistas não conseguirem estabelecer uma contagem precisa dos indivíduos de uma espécie, como saberão se a população está em declínio ou se os esforços para protegê-la estão sendo bem-sucedidos?”

O estudo descreve maneiras de adaptar e aplicar a abordagem a esforços de conservação envolvendo outras espécies pesquisadas por ortomosaicos criados por drones.

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Estudos de monitoramento anteriores, por exemplo, envolveram a tosquia de pelos de focas, a fixação de coleiras de alta visibilidade em alces e a marcação de cabras-montesas com chumbinhos de paintball para monitorar a movimentação dos animais durante as contagens.

A equipe de pesquisa planeja aperfeiçoar os métodos de monitoramento realizando voos adicionais de drones no local de nidificação do Rio Guaporé e em outros países da América do Sul onde a tartaruga gigante sul-americana se reúne, incluindo a Colômbia e possivelmente o Peru e a Venezuela, disse Brack.

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Os pesquisadores marcaram os cascos de 1.187 tartarugas com tinta branca e monitoraram seus movimentos por 12 dias usando drones

“A proteção desta população de tartarugas gigantes de rio da América do Sul exige uma abordagem comunitária”, disse German Forero-Medina, Diretor Científico da WCS Colômbia. “A WCS orgulha-se de trabalhar com parceiros locais com interesse direto em garantir que esta espécie faça parte de seu patrimônio natural.”

Os colaboradores estão protegendo os ovos de caçadores ilegais, realizando um censo das fêmeas que nidificam e coletando outros dados que ajudarão a informar um plano de conservação para a espécie, que inclui o estabelecimento de uma área protegida para salvaguardar permanentemente as tartarugas que nidificam e eclodem.

“Ao combinar informações de várias pesquisas, podemos detectar tendências populacionais, e a Wildlife Conservation Society saberá onde investir em ações de conservação”, disse ele.

 

 

Whindersson Nunes e o alto QI: os dilemas invisíveis da superdotação no Brasil

Whindersson Nunes, comediante de trajetória singular e voz de ressonância popular, surpreendeu ao revelar, em rede nacional, que possui um quociente intelectual de 138. A notícia, veiculada no Fantástico, desloca o olhar do público para um terreno mais denso do que o brilho das estatísticas: o da complexidade silenciosa da superdotação. Longe de ser apenas um trunfo cognitivo, o alto QI pode se tornar um labirinto de pensamentos incessantes, dilemas emocionais e expectativas descompassadas.

O dado que coloca Whindersson entre os 2% da população com capacidades cognitivas muito acima da média não pode ser lido com a superficialidade de um recorde. Ser superdotado, como ressalta o neurocientista Fabiano de Abreu Agrela, é também conviver com a pressão invisível de uma mente que não encontra descanso. Dr. Fabiano, que detém o maior QI homologado do Brasil segundo o RankBrasil, aponta que o imaginário coletivo ainda associa altas habilidades a uma vida de realização automática, como se o talento intelectual garantisse, por si só, bem-estar e sucesso.

Na realidade, é frequente que superdotados enfrentem insônia, ansiedade, crises existenciais e uma sobrecarga mental que pouco tem de virtuosa. Trata-se de um ruído interno persistente, que exige interpretação cuidadosa e, muitas vezes, intervenção especializada. Não é incomum que a busca por diagnóstico venha acompanhada de sofrimento psíquico e não de mera curiosidade. A superdotação, portanto, não é uma resposta, mas uma nova pergunta.

Nesse cenário, a experiência de Whindersson surge como contraponto a clichês persistentes. Seu talento para o humor e a comunicação evidencia que a inteligência não se restringe às matemáticas ou às ciências duras. Segundo Dr. Fabiano, a inteligência elevada pode se manifestar em sensibilidades artísticas, agudeza emocional, velocidade de raciocínio e criatividade intensa. Há um tipo de cognição que se expressa pela via simbólica, pelo humor, pela linguagem refinada que disfarça, sob a aparente leveza, um olhar agudo sobre o mundo.

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Contudo, o Brasil ainda engatinha na compreensão estruturada dessa condição. Faltam políticas públicas consistentes, protocolos diagnósticos confiáveis e formação específica para lidar com a multiplicidade dos perfis superdotados. Erros na aplicação de testes, diagnósticos equivocados e confusões com condições como TDAH ou autismo ainda são frequentes. Isso cria um ciclo de invisibilidade para aqueles que, apesar de apresentarem altas habilidades, não correspondem à imagem estereotipada do gênio.

O caso de Whindersson também chama atenção para um sintoma comum entre superdotados: a hiperatividade cognitiva. “Não consigo controlar meus pensamentos”, disse ele. Essa frase, aparentemente simples, carrega um universo. O pensamento que não cessa, que se multiplica e se debate contra os limites do tempo e do corpo, é um fardo silencioso. Pode resultar em exaustão, procrastinação seletiva, dificuldades de foco e sensação de inadequação. A mente superdotada não se contenta com respostas fáceis e, muitas vezes, também não encontra perguntas que a satisfaçam.

Mas se a superdotação não é um dom que garante estabilidade emocional, também não é uma condenação. O autoconhecimento proporcionado pelo diagnóstico pode ser um ponto de inflexão. Ao reconhecer seus padrões mentais, o indivíduo passa a ter ferramentas para buscar equilíbrio, desenvolver estratégias de regulação emocional e, sobretudo, aceitar que sua singularidade não precisa se traduzir em sofrimento.

Dr. Fabiano insiste nesse ponto: saber-se superdotado é só o começo. O verdadeiro desafio está em aprender a viver com essa mente expansiva sem deixar que ela se torne uma própria armadilha. A alta performance só se sustenta quando vem acompanhada de saúde mental, rede de apoio e compreensão profunda dos próprios limites.

No fim, a declaração de Whindersson ecoa como um aprendizado em voz alta: “Me preparar para as piores fases e não deixar a melancolia dominar a minha mente”. Uma frase que, mais do que uma confissão, é um lembrete da necessidade de cuidar da mente com a mesma atenção com que se cultiva o talento. Afinal, até as inteligências mais brilhantes precisam de silêncio, pausa e acolhimento.

Amazônia Azul: roteiro estratégico para impulsionar o desenvolvimento sustentável do litoral brasileiro

Quando se fala em azul no Brasil, muitas vezes o pensamento se detém nas vastas águas da Amazônia ou no verde das matas que a cercam. Mas há um mar que pulsa à beira de cada um dos nossos nove estados litorâneos, um universo de comunidades, tradições e economias que agora ganha um aliado institucional: o Programa Amazônia Azul.

A revelação não chegou em forma de decreto pomposo, mas no compasso discreto de reuniões técnicas e debates em Brasília. Na última quarta-feira (30), o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, junto a outros órgãos federais, afinou os detalhes da ferramenta que promete dar corpo a uma política pública inédita para a “economia do mar”. Se tudo correr como o previsto, em meados de agosto, teremos na praça um roteiro oficial para ordenar ações até 2028 — e, quem sabe, pavimentar novas rotas de emprego e renda em faixas costeiras tão diversas quanto as praias do Rio Grande do Norte e os estuários do Espírito Santo.

A engrenagem central será a Agenda Plurianual de Ações, um tipo de mapa estratégico capaz de acomodar os anseios de pescadores artesanais, o fôlego empreendedor dos pequenos maricultores e o olhar inquieto dos jovens que buscam startup de aquicultura. Organizada em ciclos trienais, a agenda pretende evitar o corre-corre de trocas de governo, funcionando como um pacto entre ministérios, prefeituras e, sobretudo, os moradores das dunas e manguezais.

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Seleção de municípios via ranking, reavaliação bienal e critérios que flertam com a vulnerabilidade social e o risco de desastres: o processo se desenha meticuloso, quase cartográfico. Não por acaso — nas bordas do oceano, uma tempestade mal calculada pode evaporar promessas tão rápido quanto uma ressaca varre castelos de areia. A escolha dos lugares que terão prioridade leva em conta tanto a dependência econômica do mar quanto a fragilidade social, casos em que uma maré alta ou um óleo derramado custam muito mais do que prejuízos materiais.

Mas, se as metas soam ambiciosas, o bolso do plano também promete ser múltiplo. Os recursos virão não só do orçamento da União, mas de fundos regionais do Norte-Nordeste, de linhas do BNDES e até de parcerias internacionais. Essa miscelânea financeira busca, por um lado, diminuir gargalos orçamentários e, por outro, atrair investidores interessados em navegar no azul sustentável do litoral brasileiro. Há quem defenda até um selo de “produto Amazônia Azul”, um carimbo de responsabilidade ambiental e social para peixes, mariscos e ingredientes que carreguem um selo de origem certificada.

E, se o tempo de entrega da versão final está marcado para 13 de agosto, a impressão que fica é de que não bastará um lançamento solene. O sucesso dependerá, na prática, de trajetórias tão variadas quanto as estrelas-do-mar que desenham intrincados mosaicos sobre as pedras das praias. Será preciso traduzir papéis em pescarias artesanais que se renovem, em mariculturas que deem lucro sem devorar o solo, em turismo costeiro que celebre a biodiversidade sem atropelá-la.

Ao fim e ao cabo, o Programa Amazônia Azul não promete apenas planejar — mas lançar um convite: para que governos, empresários e comunidades trilhem juntos uma costa mais viva, em que o azul se estenda além do horizonte, chegando ao sustento de quem navega, planta ostras, recolhe pescado e custodia as histórias que se espalham entre coqueiros e jangadas. Nesse mar de possibilidades, agosto pode ser o momento em que a promessa ganha forma — e o azul brasileiro, um novo capítulo de esperança.

Futurecom 2025 destaca Plano Nacional de Inteligência Artificial e convergência digital

A 30ª edição do Futurecom, maior evento de tecnologia e conectividade da América Latina, acontece de 30 de setembro a 2 de outubro de 2025 no São Paulo Expo, reunindo mais de 300 marcas expositoras e cerca de 30 mil profissionais em uma área de 25 mil metros quadrados. Neste ano, o encontro ganha ainda mais relevância com o lançamento oficial do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) e com debates aprofundados sobre a convergência entre conectividade inteligente e ecossistemas digitais. Esses dois eixos temáticos prometem redesenhar a trajetória da inovação no país, articulando investimentos robustos, diretrizes éticas e a aplicação prática de soluções tecnológicas em diversos setores da economia e da sociedade Futurecom.

Implementação do Plano Nacional de Inteligência Artificial

O Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, apresentado em julho de 2025 durante a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, prevê um aporte de R$ 23 bilhões ao longo dos próximos quatro anos, com recursos provenientes de fontes federais, estatais, fundos complementares e investimentos privados. A iniciativa tem como meta posicionar o Brasil na fronteira mundial da pesquisa, do desenvolvimento e da aplicação de sistemas inteligentes, fortalecendo a competitividade digital e promovendo inclusão social por meio de soluções baseadas em inteligência artificial Futurecom.

Eixos estratégicos do PBIA

Para garantir a eficácia e o alcance abrangente do seu programa, o PBIA está estruturado em cinco eixos estratégicos, cada um focado em uma vertente crítica para o ecossistema de IA:

  • Infraestrutura e desenvolvimento: fortalecimento de data centers, redes de alta capacidade e implantação de um supercomputador de alta performance para pesquisa aplicada;
  • Formação e capacitação: requalificação e treinamento de mais de 200 mil profissionais para suprir a demanda por competências digitais avançadas;
  • Inovação empresarial: estímulo a parcerias entre startups, empresas de base tecnológica e grandes corporações, com direcionamento de 60% do orçamento para projetos de pesquisa e desenvolvimento;
  • Serviços públicos: digitalização de processos governamentais, uso de IA para otimizar a oferta de serviços à população e incremento da eficiência operacional em áreas como saúde, educação e segurança;
  • Regulação: elaboração de um marco regulatório nacional para IA até 2027, incluindo diretrizes éticas, padrões de avaliação de riscos e a criação de um comitê multissetorial de monitoramento Futurecom.

Ações prioritárias e marcos de governança

Entre as medidas iniciais do plano, está a consolidação do Observatório Brasileiro de Inteligência Artificial e a criação do Centro Nacional de Transparência Algorítmica, responsáveis por acompanhar os impactos sociais, económicos e éticos das aplicações de IA. O fortalecimento do Instituto de Inteligência Artificial do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) como polo de pesquisa aplicada e cooperação internacional também figura entre as prioridades. Além disso, prevê-se a publicação de guias nacionais de IA ética e a definição de padrões técnicos para avaliação e mitigação de riscos em setores estratégicos como energia, transporte e finanças

Debate sobre competitividade digital no Futurecom

O Futurecom 2025 insere o PBIA em um contexto prático por meio de painéis dedicados à competitividade digital nacional. No dia 1º de outubro, na Plenária 1, especialistas de entidades como Brasscom, ABES, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), INATEL e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) discutem as melhores práticas para impulsionar a adoção de IA pelas empresas brasileiras. A mediação ficará a cargo da Associação Brasileira de Inteligência Artificial (ABRIA), cujo papel é conectar os diferentes atores do ecossistema e promover normas de uso seguro e responsável

Conectividade inteligente e ecossistemas digitais

Paralelamente, o congresso amplia a discussão sobre conectividade inteligente e ecossistemas digitais, tema que ganha destaque em palestra magna de Conrad Riedesel, chairman of the board da Deutsche Telekom. A apresentação “Conectividade inteligente e ecossistemas digitais: remodelando negócios e sociedade” ocorre em 1º de outubro, às 15h, e explora como a integração de dispositivos, sensores, redes de alta velocidade, computação em nuvem e análise de dados em tempo real está transformando modelos de negócios e relações sociais. O fluxo contínuo de informações proporciona personalização de serviços, agilidade na tomada de decisões e maior eficiência operacional

Exemplos práticos de convergência

Entre os casos de uso apontados, destacam-se as plataformas de varejo omnichannel, que unem experiências físicas e digitais para aprimorar a jornada do consumidor; a indústria 4.0, com fábricas inteligentes capazes de autoajuste e manutenção preditiva; a telemedicina, que amplia o acesso a serviços de saúde; e a agricultura de precisão, fundamentada em sensores e algoritmos para otimizar o uso de insumos. Cidades inteligentes, bancos digitais e novas modalidades de startups também ilustram a amplitude das possibilidades geradas pela convergência das tecnologias Futurecom.

Impactos nos setores-chave

A convergência entre conectividade e ecossistemas digitais tende a influenciar fortemente diversos segmentos econômicos:

  • Saúde: adoção de soluções de telemonitoramento e diagnósticos assistidos por inteligência artificial;
  • Agronegócio: uso de drones, sensores e análise preditiva para aumentar produtividade e reduzir desperdícios;
  • Indústria: implantação de sistemas ciber-físicos para gestão de produção em tempo real;
  • Logística: roteirização inteligente e automação de armazéns que reduzem custos e prazos;
  • Serviços financeiros: plataformas open banking e crédito baseado em dados comportamentais;
  • Cidades: gestão integrada de trânsito, iluminação pública e segurança, com monitoramento em rede Futurecom.

Estrutura e programação do Futurecom 2025

O evento está dividido em três trilhas principais:

  1. Future Congress: temas de conectividade, transformação digital, inteligência artificial e aplicações setoriais;
  2. Future Cyber: desafios e soluções em cibersegurança, privacidade e governança de dados;
  3. Future Gov: inovações na administração pública, cidades inteligentes, cidadania digital e modernização de serviços governamentais.

Além dos keynotes e painéis, há meetups por segmento, exposições de soluções inovadoras, espaços temáticos como ISP Next Level e Future Talks, promovendo networking qualificado e troca de conhecimento entre empresas, startups, órgãos públicos e centros de pesquisa

Papel estratégico do Futurecom

Desde sua primeira edição, o Futurecom consolidou-se como plataforma B2B que opera o ano todo, oferecendo soluções de conectividade e tecnologia para diversos setores da economia. Como um hub essencial, conecta fornecedores de infraestrutura, empresas de telecomunicações, desenvolvedores de software e órgãos governamentais, fomentando parcerias capazes de acelerar a adoção de tecnologias emergentes. A sinergia entre o lançamento do PBIA e os debates sobre convergência digital fortalece o posicionamento do Brasil como protagonista na revolução tecnológica global

Perspectivas para o ecossistema de tecnologia

Com o Plano Nacional de Inteligência Artificial e a ênfase em conectividade inteligente, o Brasil sinaliza a consolidação de um ecossistema capaz de atrair investimentos internacionais, reter talentos e promover inovação sustentável. A previsão de um marco regulatório até 2027, aliada a iniciativas de capacitação e infraestrutura, cria condições para que startups e empresas maduras incrementem processos, lancem novos produtos e ampliem mercados. Ao oferecer 25 mil metros quadrados de exposição e uma programação diversificada, o Futurecom 2025 reforça seu papel como catalisador de oportunidades em um ambiente cada vez mais digital e colaborativo

 

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Como hidratar o cabelo com babosa como sua mãe fazia

Antes dos cremes importados, das máscaras de reconstrução e dos cronogramas capilares da moda, havia um segredo verde, gelatinoso e simples no quintal das casas: a babosa. Muita gente se lembra da mãe, da tia ou até da avó abrindo uma folha carnuda da planta e espalhando o gel no cabelo, com aquele cheiro forte, mas promessas de brilho e força. Hoje, esse ritual voltou com tudo — só que agora, com um toque de ciência e afeto.

O poder ancestral da babosa no cabelo

A babosa, também conhecida como aloe vera, tem propriedades hidratantes, cicatrizantes e anti-inflamatórias. Seu uso nos cabelos é antigo, especialmente entre famílias brasileiras que cultivavam a planta no quintal e a usavam como remédio natural para quase tudo.

No cabelo, a babosa age como um super-hidratante natural. Ela penetra na fibra capilar, reduz o ressecamento e melhora a maleabilidade dos fios. Isso sem contar a sensação refrescante no couro cabeludo, que alivia coceiras e até ajuda no controle da caspa.

Como escolher e preparar a babosa ideal

Se você tem uma planta em casa, dê preferência às folhas mais antigas, geralmente as de baixo, que estão mais ricas em gel. Corte uma folha grossa, lave bem, retire os espinhos laterais com uma faca e, em seguida, abra a folha ao meio.

Com a ajuda de uma colher, raspe o gel transparente. Algumas pessoas preferem bater o gel no liquidificador com um pouco de água, formando um gel mais fluido e fácil de aplicar. Outras apenas amassam com o garfo, mantendo uma textura mais grossa — como faziam nossas mães e tias.

Dica de família: antes de aplicar, deixe o gel repousar por 10 minutos em um pote para escorrer o líquido amarelo (aloína), que pode causar coceira em peles sensíveis.

Passo a passo da hidratação com babosa

  1. Lave os cabelos apenas com shampoo, de preferência sem sulfato. A ideia é deixar os fios limpos para absorver melhor a babosa.

  2. Aplique o gel da babosa nos cabelos ainda úmidos, do comprimento até as pontas. Se quiser, você pode dividir o cabelo em mechas para facilitar a aplicação.

  3. Enluve bem cada mecha, massageando os fios com delicadeza.

  4. Cubra o cabelo com uma touca de banho ou saco plástico. Deixe agir por 30 a 40 minutos.

  5. Enxágue apenas com água corrente. Se quiser, finalize com um condicionador leve para selar os fios.

Se o seu cabelo estiver muito danificado, repita o processo a cada 7 a 10 dias. Com o tempo, você vai notar mais brilho, menos frizz e fios mais encorpados.

Combinações caseiras com babosa

Antigamente, nossas mães misturavam a babosa com o que tinham em casa: mel, azeite, gema de ovo, óleo de coco, leite… E não é que funciona?

  • Babosa com mel: mistura potente para cabelos opacos. O mel potencializa a hidratação e dá brilho.

  • Babosa com azeite: ideal para cabelos ressecados, pois nutre profundamente.

  • Babosa com óleo de coco: une hidratação e nutrição, perfeita para fios quebradiços.

  • Babosa com máscara capilar: você pode misturar o gel com uma máscara que já tenha em casa, criando uma receita turbinada.

Evite usar babosa misturada com vinagre ou limão nos cabelos, pois o pH ácido pode agredir os fios se mal dosado.

Babosa funciona em todos os tipos de cabelo?

Sim! A babosa é indicada para todos os tipos de cabelo: lisos, ondulados, cacheados, crespos, tingidos, descoloridos e até naturais. A diferença está na frequência de uso e nas misturinhas escolhidas.

Cabelos cacheados e crespos costumam amar a babosa pura ou com óleos, enquanto cabelos lisos preferem misturas mais leves, como com chá de camomila ou apenas o gel batido com água.

Memórias e conexão: por que usar como sua mãe usava?

Existe algo de mágico em resgatar os rituais de quem cuidou da gente. Ao aplicar babosa no cabelo, você não está só hidratando os fios — está revivendo memórias, valorizando saberes populares e se conectando com raízes afetivas. É uma forma de autocuidado que vai além da estética.

Esse gesto simples, que antes parecia ultrapassado, hoje ganha novo valor. Usar babosa como sua mãe e sua tia usavam é também um ato de resistência contra o excesso de produtos industrializados e a favor do que é natural, barato e eficiente.

Como conservar o gel de babosa

Se sobrou gel, você pode armazenar em um pote de vidro bem limpo, com tampa, na geladeira por até 5 dias. Outra opção é congelar em forminhas de gelo e usar aos poucos. Evite recipientes plásticos e nunca deixe fora da geladeira.

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Suco de beterraba com laranja aumenta energia e imunidade

Você já se sentiu sem energia logo pela manhã, mesmo depois de uma boa noite de sono? Ou então teve aquela sensação de corpo fraco e mente lenta, como se faltasse combustível? Antes de correr para o café ou para os energéticos industrializados, talvez o que seu corpo esteja pedindo é algo mais simples e natural — como um suco de beterraba com laranja.

Essa combinação colorida e vibrante não só encanta os olhos e o paladar, como também oferece uma verdadeira bomba de nutrientes. Rica em antioxidantes, vitaminas e minerais, a bebida é uma excelente aliada da imunidade, da disposição e até da beleza da pele. E o melhor: é fácil de fazer, acessível e pode ser consumida diariamente.

Por que o suco de beterraba com laranja funciona tão bem

A beterraba é uma raiz poderosa. Ela contém nitratos naturais que ajudam a melhorar a circulação sanguínea e o desempenho físico. Isso significa que, ao consumi-la, seu corpo recebe mais oxigênio e nutrientes, o que se traduz em mais energia e menos fadiga. Além disso, é rica em ferro, ácido fólico e betalaínas — compostos que ajudam na formação do sangue e no combate aos radicais livres.

Já a laranja, por sua vez, é uma das frutas mais conhecidas por sua alta concentração de vitamina C. Essa vitamina fortalece o sistema imunológico, potencializa a absorção do ferro presente na beterraba e ainda tem ação anti-inflamatória. Juntas, essas duas estrelas da natureza formam um suco funcional que atua no corpo de forma sinérgica.

Combate ao cansaço físico e mental

Muita gente recorre ao suco de beterraba com laranja antes de treinos intensos ou mesmo em dias em que precisa de mais foco e energia. Isso porque os nutrientes da beterraba melhoram a oxigenação do cérebro e dos músculos, ajudando no desempenho físico e cognitivo.

Estudos mostram que atletas que consomem suco de beterraba têm melhor desempenho em exercícios de resistência. E mesmo quem não pratica esportes se beneficia do aumento na vitalidade e da redução do cansaço mental. Para quem trabalha longas horas ou sente aquele “baque” no meio da tarde, esse suco pode ser um reforço valioso.

Fortalecimento do sistema imunológico

A mistura também tem grande valor no reforço das defesas naturais do organismo. A vitamina C da laranja, somada ao zinco, ferro e compostos anti-inflamatórios da beterraba, cria uma combinação perfeita para enfrentar gripes, resfriados e infecções em geral.

Durante o outono e o inverno, ou em momentos de estresse e baixa imunidade, tomar esse suco diariamente pode ajudar o corpo a reagir melhor aos agentes externos. É uma forma natural de se blindar contra doenças, sem depender apenas de medicamentos ou suplementos.

Melhora da digestão e da saúde intestinal

Outro benefício pouco comentado desse suco é sua ação sobre o sistema digestivo. A beterraba tem propriedades que estimulam o fígado, ajudando na desintoxicação e na digestão de gorduras. A laranja, por sua vez, é rica em fibras solúveis que ajudam a regular o trânsito intestinal.

Quem sofre com constipação, digestão lenta ou acúmulo de toxinas pode notar melhora significativa ao incluir esse suco na rotina. Além disso, o intestino funcionando bem contribui diretamente para a saúde imunológica, pois boa parte das nossas defesas se encontra ali.

Como preparar o suco perfeito

A receita é simples e rápida: basta bater no liquidificador 1 beterraba pequena crua (descascada e cortada em pedaços) com o suco de 2 laranjas. Se quiser um sabor mais suave, pode adicionar meio copo de água gelada ou algumas pedras de gelo. Evite coar, para manter as fibras. E não é necessário adoçar — o dulçor natural da laranja e da beterraba já é suficiente.

Para turbinar ainda mais, você pode acrescentar um pedacinho de gengibre ou uma colher de chá de chia, que adiciona ômega 3 e mais fibras à bebida.

Quem deve evitar ou consumir com moderação

Apesar de ser extremamente benéfico, o suco de beterraba com laranja não é indicado em excesso para pessoas com tendência a cálculos renais (devido ao oxalato presente na beterraba) ou que tenham algum tipo de restrição ao açúcar natural das frutas. Nesses casos, é sempre bom consultar um nutricionista antes de incluir o suco na rotina.

Um ritual simples que transforma o seu dia

Mais do que uma bebida saudável, o suco de beterraba com laranja pode se tornar um pequeno ritual de autocuidado. Tomá-lo pela manhã, em jejum ou após o café, traz uma sensação de energia renovada que reverbera ao longo do dia. É como dar ao corpo um sinal claro de que ele está sendo nutrido com o que há de melhor.

Num mundo onde o cansaço virou normalidade e a imunidade parece cada vez mais frágil, encontrar soluções naturais e eficazes como essa é um verdadeiro presente. E o melhor: está ao alcance de todos.

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A onda de calor que destruiu ecossistemas

Matou baleias de fome e empurrou os peixes para o norte… Essa onda de calor marinha recorde revela como as mudanças climáticas podem reescrever as regras da vida no oceano

Uma onda de calor marinho escaldante entre 2014 e 2016 devastou a costa do Pacífico, abalando ecossistemas que vão do plâncton às baleias, e desencadeando mortandades em massa, migrações e colapsos da pesca. Pesquisadores sintetizaram descobertas de mais de 300 estudos, revelando os impactos de longo alcance do aumento da temperatura dos oceanos. Florestas de algas marinhas secaram, espécies migraram para o norte e animais marinhos icônicos pereceram — oferecendo uma prévia assustadora do futuro dos oceanos sob as mudanças climáticas. Este evento devastador exige ações urgentes em conservação marinha e mitigação climática.

A_onda_de_calor_marinha_de_2014-2016-e1754514160413 A onda de calor que destruiu ecossistemas
Com base na análise do conjunto de dados de temperatura da superfície do mar (TSM) do COBE (Ishii et al.,  2005 ).
Em (a), as linhas cinzas indicam as Zonas Econômicas Exclusivas do sul (sCA), centro (cCA) e norte da Califórnia (nCA), Oregon (OR), Washington (WA), Colúmbia Britânica (BC) e Golfo do Alasca (AK). Os painéis inferiores mostram o histórico de ondas de calor marinhas (b) nessas sete regiões e (c) dentro de cada uma das sete regiões. As condições de onda de calor foram identificadas como temperaturas acima de 90% da climatologia histórica (1980–2010) para um determinado mês e célula raster (Hobday et al.,  2016 ); portanto, a intensidade da onda de calor representa a diferença entre a temperatura observada e o limite de onda de calor de 90%. Em (b), a intensidade da onda de calor é calculada em média em todas as células que experimentam condições de onda de calor

Uma nova pesquisa da Universidade de Victoria (UVic) destaca como as ondas de calor marinhas podem impactar drasticamente os ecossistemas marinhos e oferece uma prévia clara de como o futuro aquecimento dos oceanos remodelará a vida oceânica.

De 2014 a 2016, a costa do Pacífico da América do Norte vivenciou a mais longa onda de calor marinha já registrada, com temperaturas atingindo de dois a seis graus acima das médias históricas por um período prolongado. Pesquisadores do Laboratório Baum da UVic compilaram uma visão geral abrangente dos impactos ecológicos da onda de calor, analisando os resultados de 331 estudos primários e relatórios governamentais.

“A onda de calor marinha resultou em perturbações ecológicas sem precedentes em milhares de quilômetros da costa oeste da América do Norte”, afirma Samuel Starko, autor principal e ex-bolsista de pós-doutorado da UVic. “Nossa síntese abrangente dos impactos ecológicos da onda de calor nos ajuda a entender melhor seus impactos gerais e como estes se encaixam no contexto mais amplo de outras ondas de calor marinhas”.

Exemplos_de_impactos_durante_a_onda_de_calor_marinho_de_2014–2016_1-e1754514275887 A onda de calor que destruiu ecossistemas
 (A) Caranguejos vermelhos pelágicos (Grimothea planipes) apareceram em uma praia na Califórnia em junho de 2015 (Crédito: Dirk Dallas); (B) florações de algas nocivas causadas por Pseudo‑nitzschia spp. (Crédito: Oregon State University); (C) pirossomas (Pyrosoma atlanticum) apareceram em uma praia no Oregon no verão de 2017 (Crédito: Tiffany Boothe/Seaside Aquarium); (D) Lula do mercado da Califórnia (Doryteuthis opalescens) encontrada no estômago de salmão Chinook em Sitka Sound, Alasca em 2017 (Crédito: Karen Johnson); (E) desertos de ouriços (formados por Strongylocentrotus purpuratus) em Monterey, Califórnia, tornaram-se predominantes à medida que a perda de Pycnopodia helianthoides por SSWD   (F); foto de 2014) levou a uma liberação de ouriços, levando ao pastoreio excessivo de florestas de algas marinhas (Crédito: Zachary Randell, Janna Nicols); (G) peixe-lua-oceano morto (Mola mola) na praia em Bamfield, Colúmbia Britânica, em agosto de 2016 (Crédito: Kristina Tietjen); (H) lobo-marinho-de-Guadalupe morto (Arctocephalus townsendi) em junho de 2016 (Crédito: John Vonderlin); e (I) duas pardelas-de-cauda-curta (Ardenna tenuirostris) alimentando-se de uma carcaça de salmão na foz de Big Creek, Península do Alasca, Alasca, no verão de 2017 (Crédito: Gerritt Vyn).

De acordo com a pesquisa, 240 espécies diferentes foram encontradas fora de sua distribuição geográfica típica durante a onda de calor, muitas delas mais ao norte do que nunca. Várias espécies, como o golfinho-franco-do-norte e a lesma-do-mar Placida cremoniana, foram encontradas a mais de 1.000 quilômetros ao norte de seu habitat típico.

A onda de calor causou um declínio generalizado de algas e ervas marinhas, e muitas florestas de algas entraram em colapso. Espécies, de estrelas-do-mar a aves marinhas, morreram em escalas sem precedentes, e eventos incomuns de mortalidade foram observados em várias espécies de mamíferos marinhos. Um predador-chave de costões rochosos, Pycnopodia helianthoides, quase foi extinto.

 

Muitos dos impactos da onda de calor foram em cascata, com impactos diretos sobre algumas espécies, impulsionando dinâmicas complexas que afetaram tudo, do plâncton às baleias.

Doenças relacionadas à temperatura, como a doença da estrela-do-mar, contribuíram para o colapso do ecossistema.

A redução da abundância e da qualidade nutricional dos peixes forrageiros causou problemas para os predadores. As comunidades de plâncton se reorganizaram e a produtividade oceanográfica offshore foi alterada.

A onda de calor também teve custos econômicos. O fechamento de diversas áreas de pesca, impulsionado por mudanças nas interações entre espécies, proliferação de doenças e perda de habitat, causou centenas de milhões de dólares em perdas.

A_intensa_onda_de_calor_marinho_causou_caos_nos_ecossistemas_migra__es_de_ A onda de calor que destruiu ecossistemas
Exemplos instrutivos de pescarias da Costa Oeste que sofreram impactos socioecológicos positivos ( n  = 5) ou negativos ( n  = 5) durante a onda de calor marinho de 2014-2016 e para obter insights sobre como melhorar o monitoramento, a gestão e a capacidade adaptativa das comunidades para que sejam mais resilientes a futuras ondas de calor e mudanças climáticas. Créditos das fotos: NOAA (lula-do-mercado-da-califórnia, anchova-do-norte, atum-azul-do-pacífico, sardinha-do-pacífico, bacalhau-do-pacífico), CDFW (salmão-rei, caranguejo-de-Dungeness, camarão-rosa-do-pacífico, ouriço-do-mar-vermelho) e WDFW (peixe-do-rocha-de-barriga-curta).

“À medida que as ondas de calor se tornam mais frequentes e intensas devido às mudanças climáticas, a onda de calor marinha do Pacífico Nordeste de 2014-16 fornece um exemplo crucial de como as mudanças climáticas estão impactando a vida oceânica e como nossos oceanos podem se parecer no futuro”, afirma Julia Baum, ecologista marinha da UVic e consultora especial para o clima. “Este estudo ressalta a necessidade urgente de estratégias proativas de conservação marinha baseadas em ecossistemas e medidas de mitigação das mudanças climáticas”.

A pesquisa, publicada em Oceanography and Marine Biology: An Annual Review , é apoiada pelo financiamento do Natural Science and Engineering Research Council of Canada, Mitacs, Oceans North, Fisheries and Oceans Canada e Forrest Research Foundation.

 

Aumento na fotossíntese impulsionado pela terra, compensado pelos oceanos

Tendências contemporâneas na produção fotossintética planetária

A produção fotossintética terrestre e marinha é normalmente estudada separadamente. Agora, uma análise integrada da produção primária líquida terrestre e oceânica para o período de 2003 a 2021 revela que a produção primária líquida terrestre e oceânica apresenta tendências contrastantes. O aumento da produção primária da biosfera é predominantemente impulsionado por um aumento na produção terrestre, parcialmente compensado por uma diminuição oceânica.

Tend_ncia_da_NPP_planet_ria_de_2003_a_2021 Aumento na fotossíntese impulsionado pela terra, compensado pelos oceanos
a , Padrões espaciais das tendências anuais de NPP terrestre e oceânico derivados do estimador de declive de Theil-Sen. b , Perfis latitudinais (bins de 0,5°) das tendências anuais de NPP ponderadas por área para terra e oceano (esquerda) e total global (direita). Linhas tracejadas horizontais denotam zonas latitudinais com declínios de NPP oceânico (laranja escuro) e global (roxo escuro). Painel a feito com Natural Earth. © 2025, Zhang, Y. et al.

As plantas terrestres impulsionaram um aumento na fotossíntese global entre 2003 e 2021, uma tendência parcialmente compensada por um fraco declínio na fotossíntese — o processo de usar a luz solar para produzir alimentos — entre as algas marinhas, de acordo com um estudo na Nature Climate Change.

As descobertas podem informar avaliações da saúde planetária, melhorar a gestão de ecossistemas e orientar projeções de mudanças climáticas e estratégias de mitigação.

Organismos fotossintéticos — também conhecidos como produtores primários — formam a base da cadeia alimentar, tornando possível a maior parte da vida na Terra. Utilizando a energia solar, os produtores primários fixam, ou convertem, o carbono do ar em matéria orgânica, ou seja, à base de carbono. Mas os produtores primários também liberam carbono por meio de um processo chamado respiração autotrófica, que é semelhante à respiração.

A taxa de ganho de carbono após contabilizar a perda pela respiração é chamada de produção primária líquida.

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Produção primária líquida – PPL, em Ecossistemas Terrestres e Marinhos

“A produção primária líquida mede a quantidade de energia que os organismos fotossintéticos capturam e disponibilizam para sustentar quase todas as outras formas de vida em um ecossistema”, disse o primeiro autor Yulong Zhang, um cientista pesquisador no laboratório de Wenhong Li na Escola Nicholas de Meio Ambiente da Universidade Duke.

“Como base das teias alimentares, a produção primária líquida determina a saúde do ecossistema, fornece alimentos e fibras para os humanos, atenua as emissões antropogênicas de carbono e ajuda a estabilizar o clima da Terra”.

Pesquisas anteriores sobre produção primária líquida geralmente se concentram em ecossistemas terrestres ou oceânicos, deixando lacunas em nossa compreensão da produção primária líquida em toda a Terra e das potenciais implicações para a mitigação climática.

Para este estudo, a equipe explorou tendências anuais e variabilidade na produção primária líquida global, com foco na interação entre ecossistemas terrestres e oceânicos.

“Se você está analisando a saúde planetária, precisa considerar os domínios terrestre e marinho para uma visão integrada da produção primária líquida. Os estudos pioneiros que combinaram pela primeira vez a produção primária terrestre e marinha não foram substancialmente atualizados em mais de duas décadas”, disse o coautor Nicolas Cassar, titular da Cátedra Lee Hill Snowdon Bass na Nicholas School, que supervisionou a pesquisa em conjunto com Zhang.

Tend_ncias_globais_na_Produ__o_Prim_ria_L_quida_PPL Aumento na fotossíntese impulsionado pela terra, compensado pelos oceanos
a Tendências de anomalias de NPP (set. de 1997 a dez. de 2022) onde a hachura é usada para denotar regiões onde a tendência excede o intervalo de confiança de 90%. b NPP média no mesmo período e c tendências expressas como variação percentual da média. d Todas as tendências de NPP divididas em respectivos intervalos de temperatura média da superfície do mar (TSM) de 1 °C (média de 1998 a 2022) mostrados no encarte onde as caixas representam o intervalo interquartil e os bigodes representam o 10º e o 90º percentil. e a extensão da área de tendências significativas de NPP (coloridas) dentro de cada intervalo de TSM em relação à área total do oceano dentro de cada intervalo de TSM.

Observações de satélites oferecem uma perspectiva contínua sobre a fotossíntese realizada por plantas e algas marinhas, chamadas fitoplâncton. Especificamente, instrumentos de satélite especializados medem o verde da superfície, que representa a abundância de um pigmento verde chamado clorofila, produzido pela vida fotossintética.

Os modelos de computador estimam então a produção primária líquida combinando dados de vegetação com outros dados ambientais, como temperatura, luz e variabilidade de nutrientes.

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Os autores do novo estudo usaram seis conjuntos de dados diferentes baseados em satélite sobre a produção primária líquida — três para a terra e três para os oceanos — para os anos de 2003 a 2021. Usando métodos estatísticos, eles analisaram as mudanças anuais na produção primária líquida para a terra e, separadamente, para o oceano.

Eles descobriram um aumento significativo na produção primária líquida terrestre, a uma taxa de 0,2 bilhões de toneladas métricas de carbono por ano entre 2003 e 2021. A tendência foi generalizada de áreas temperadas para boreais, ou de alta latitude, com uma exceção notável nos trópicos da América do Sul.

Em contrapartida, a equipe identificou um declínio geral na produção primária líquida marinha, de cerca de 0,1 bilhão de toneladas métricas de carbono por ano, no mesmo período. Fortes declínios ocorreram principalmente nos oceanos tropicais e subtropicais, particularmente no Oceano Pacífico.

No geral, as tendências em terra dominaram as dos oceanos: a produção primária líquida global aumentou significativamente entre 2003 e 2021, a uma taxa de 0,1 bilhão de toneladas métricas de carbono por ano.

Fatores ambientais

Para entender os potenciais fatores ambientais em jogo, a equipe analisou variáveis como disponibilidade de luz, temperatura do ar e da superfície do mar, precipitação e profundidade da camada mista — uma medida que reflete a extensão da mistura na camada superior do oceano pelo vento, ondas e correntes de superfície.

guas_mais_quentes_podem_se_sobrepor_a__guas_mais_frias_e_interferir_na_mistura_de_nutrientes_essenciais_para_a_sobreviv_ncia_das_algas Aumento na fotossíntese impulsionado pela terra, compensado pelos oceanos
Águas mais quentes podem se sobrepor a águas mais frias e interferir na mistura de nutrientes essenciais para a sobrevivência das algas

“A mudança em direção a uma maior produção primária em terra decorreu principalmente de plantas em latitudes mais altas, onde o aquecimento estendeu as estações de crescimento e criou temperaturas mais favoráveis, e em regiões temperadas que sofreram umidade local em algumas áreas, expansão florestal e intensificação de terras agrícolas”, disse Wenhong Li, professor de ciências da Terra e do clima na Nicholas School e coautor do estudo.

O aumento das temperaturas pareceu ter um efeito oposto em algumas áreas oceânicas.

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Estes mapas globais centrados no Oceano Atlântico mostram padrões de temperatura da superfície do mar durante os episódios de El Niño (esquerda) e La Niña (direita). As cores ao longo do equador mostram áreas mais quentes ou mais frias do que a média de longo prazo

“O aumento da temperatura da superfície do mar provavelmente reduziu a produção primária de fitoplâncton em regiões tropicais e subtropicais”, acrescentou Cassar. “Águas mais quentes podem se sobrepor a águas mais frias e interferir na mistura de nutrientes essenciais para a sobrevivência das algas.”

Embora a terra tenha impulsionado o aumento geral na produção primária global, o oceano influenciou principalmente a variabilidade anual, especialmente durante eventos climáticos fortes, como El Niño e La Niña, descobriram os autores.

“Observamos que a produção primária oceânica responde muito mais fortemente ao El Niño e à La Niña do que a produção primária terrestre”, disse o coautor Shineng Hu, professor assistente de dinâmica climática na Nicholas School.

“Uma série de eventos La Niña foi parcialmente responsável por uma reversão de tendência na produção primária oceânica que identificamos após 2015. Essa descoberta destaca a maior sensibilidade do oceano à variabilidade climática futura”.

Diagrama_conceitual_dos_fluxos_verticais_e_laterais_de_carbono_biosf_rico_atrav_s_de_-e1754509638576 Aumento na fotossíntese impulsionado pela terra, compensado pelos oceanos
Diagrama conceitual dos fluxos verticais e laterais de carbono biosférico através de uma bacia hidrográfica, representando o papel mais comum de fonte/sumidouro de diferentes ecossistemas terrestres e aquáticos. Destacados em cores estão os elementos envolvidos no cálculo da troca de carbono terra-atmosfera, seja como NEE da Bacia Hidrográfica ( ∑NEE ; em roxo) ou NWE (Eq. 3 ; em turquesa escuro)

O estudo aponta o papel importante dos ecossistemas terrestres na compensação dos declínios na produção primária líquida do fitoplâncton marinho, de acordo com os autores.

Mas eles acrescentaram que o declínio na produção primária líquida nos oceanos tropicais e subtropicais, juntamente com a estagnação em terra nos trópicos, pode enfraquecer a base das teias alimentares tropicais, com efeitos em cascata sobre a biodiversidade, a pesca e as economias locais.

Com o tempo, essas interrupções também podem comprometer a capacidade das regiões tropicais de funcionarem como sumidouros eficazes de carbono, potencialmente intensificando os impactos do aquecimento climático.

“Se o declínio na produção primária oceânica continuará — e por quanto tempo e em que medida os aumentos em terra podem compensar essas perdas — continua sendo uma questão fundamental sem resposta, com grandes implicações para avaliar a saúde de todos os seres vivos e orientar a mitigação das mudanças climáticas”, disse Zhang.

“O monitoramento coordenado e de longo prazo dos ecossistemas terrestres e oceânicos como componentes integrados da Terra é essencial”.

 

A onda de calor que destruiu ecossistemas

Matou baleias de fome e empurrou os peixes para o norte… Essa onda de calor marinha recorde revela como as mudanças climáticas podem reescrever as regras da vida no oceano

Uma onda de calor marinho escaldante entre 2014 e 2016 devastou a costa do Pacífico, abalando ecossistemas que vão do plâncton às baleias, e desencadeando mortandades em massa, migrações e colapsos da pesca. Pesquisadores sintetizaram descobertas de mais de 300 estudos, revelando os impactos de longo alcance do aumento da temperatura dos oceanos. Florestas de algas marinhas secaram, espécies migraram para o norte e animais marinhos icônicos pereceram — oferecendo uma prévia assustadora do futuro dos oceanos sob as mudanças climáticas. Este evento devastador exige ações urgentes em conservação marinha e mitigação climática.

A-onda-de-calor-marinha-de-2014-2016 A onda de calor que destruiu ecossistemas
Com base na análise do conjunto de dados de temperatura da superfície do mar (TSM) do COBE (Ishii et al., 2005 ).
Em (a), as linhas cinzas indicam as Zonas Econômicas Exclusivas do sul (sCA), centro (cCA) e norte da Califórnia (nCA), Oregon (OR), Washington (WA), Colúmbia Britânica (BC) e Golfo do Alasca (AK). Os painéis inferiores mostram o histórico de ondas de calor marinhas (b) nessas sete regiões e (c) dentro de cada uma das sete regiões. As condições de onda de calor foram identificadas como temperaturas acima de 90% da climatologia histórica (1980–2010) para um determinado mês e célula raster (Hobday et al., 2016 ); portanto, a intensidade da onda de calor representa a diferença entre a temperatura observada e o limite de onda de calor de 90%. Em (b), a intensidade da onda de calor é calculada em média em todas as células que experimentam condições de onda de calor

Uma nova pesquisa da Universidade de Victoria (UVic) destaca como as ondas de calor marinhas podem impactar drasticamente os ecossistemas marinhos e oferece uma prévia clara de como o futuro aquecimento dos oceanos remodelará a vida oceânica.

De 2014 a 2016, a costa do Pacífico da América do Norte vivenciou a mais longa onda de calor marinha já registrada, com temperaturas atingindo de dois a seis graus acima das médias históricas por um período prolongado. Pesquisadores do Laboratório Baum da UVic compilaram uma visão geral abrangente dos impactos ecológicos da onda de calor, analisando os resultados de 331 estudos primários e relatórios governamentais.

“A onda de calor marinha resultou em perturbações ecológicas sem precedentes em milhares de quilômetros da costa oeste da América do Norte”, afirma Samuel Starko, autor principal e ex-bolsista de pós-doutorado da UVic. “Nossa síntese abrangente dos impactos ecológicos da onda de calor nos ajuda a entender melhor seus impactos gerais e como estes se encaixam no contexto mais amplo de outras ondas de calor marinhas”.

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De acordo com a pesquisa, 240 espécies diferentes foram encontradas fora de sua distribuição geográfica típica durante a onda de calor, muitas delas mais ao norte do que nunca. Várias espécies, como o golfinho-franco-do-norte e a lesma-do-mar Placida cremoniana, foram encontradas a mais de 1.000 quilômetros ao norte de seu habitat típico.

A onda de calor causou um declínio generalizado de algas e ervas marinhas, e muitas florestas de algas entraram em colapso. Espécies, de estrelas-do-mar a aves marinhas, morreram em escalas sem precedentes, e eventos incomuns de mortalidade foram observados em várias espécies de mamíferos marinhos. Um predador-chave de costões rochosos, Pycnopodia helianthoides, quase foi extinto.

Muitos dos impactos da onda de calor foram em cascata, com impactos diretos sobre algumas espécies, impulsionando dinâmicas complexas que afetaram tudo, do plâncton às baleias.

Doenças relacionadas à temperatura, como a doença da estrela-do-mar, contribuíram para o colapso do ecossistema.

A redução da abundância e da qualidade nutricional dos peixes forrageiros causou problemas para os predadores. As comunidades de plâncton se reorganizaram e a produtividade oceanográfica offshore foi alterada.

A onda de calor também teve custos econômicos. O fechamento de diversas áreas de pesca, impulsionado por mudanças nas interações entre espécies, proliferação de doenças e perda de habitat, causou centenas de milhões de dólares em perdas.

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A intensa onda de calor marinho causou caos nos ecossistemas, migrações de espécies e grandes perdas pesqueiras, sugerindo o impacto oceânico das mudanças climáticas

“À medida que as ondas de calor se tornam mais frequentes e intensas devido às mudanças climáticas, a onda de calor marinha do Pacífico Nordeste de 2014-16 fornece um exemplo crucial de como as mudanças climáticas estão impactando a vida oceânica e como nossos oceanos podem se parecer no futuro”, afirma Julia Baum, ecologista marinha da UVic e consultora especial para o clima. “Este estudo ressalta a necessidade urgente de estratégias proativas de conservação marinha baseadas em ecossistemas e medidas de mitigação das mudanças climáticas”.

A pesquisa, publicada em Oceanography and Marine Biology: An Annual Review , é apoiada pelo financiamento do Natural Science and Engineering Research Council of Canada, Mitacs, Oceans North, Fisheries and Oceans Canada e Forrest Research Foundation.

 

Zooplâncton migratório é fundamental no transporte e armazenamento de carbono nos oceanos

Todos os dias, ao pôr do sol, bilhões de pequenos animais viajam das profundezas do oceano para a superfície para se alimentar. No início do dia seguinte, esse zooplâncton retorna para o fundo

 

É a maior migração sincronizada do planeta, responsável por transportar grandes quantidades de carbono da superfície do oceano para as profundezas.

Apesar do crescente interesse em ferramentas para capturar dióxido de carbono atmosférico , esse “transporte ativo” de carbono pelo zooplâncton é mal compreendido e inadequadamente considerado em conversas sobre o aproveitamento de processos naturais no oceano para sequestro de carbono .

Uma equipe interdisciplinar de ecologistas, modeladores e especialistas em contabilidade de carbono está trabalhando para mudar isso.

Liderada por Karen Stamieszkin, pesquisadora sênior do Laboratório Bigelow, a equipe teve como objetivo desenvolver modelos para melhorar as estimativas de transporte de carbono pelo zooplâncton.

Essas informações podem, por sua vez, informar ferramentas para monitoramento, relatórios e verificação de atividades de remoção de dióxido de carbono marinho (mCDR) para maximizar sua eficácia e minimizar seu impacto.

Para_melhorar_as_estimativas_de_transporte_de_carbono_pelo_zoopl_ncton Zooplâncton migratório é fundamental no transporte e armazenamento de carbono nos oceanos
Para melhorar as estimativas de transporte de carbono pelo zooplâncton

Essas ferramentas de previsão também podem servir a outros usuários, como ajudar a indústria de transporte marítimo com o planejamento de rotas para evitar mamíferos marinhos que se alimentam de zooplâncton ou fornecer informações sobre migração de peixes e disponibilidade de alimentos para as indústrias de frutos do mar e aquicultura.

O projeto, chamado Zooplankton-Mediated Export Pathways for Carbon Sequestration, ou Z-Trace, conta com colaboradores da UCLA e do Instituto de Ciências Oceânicas das Bermudas e do Centro de Emissões Negativas de Carbono da Universidade Estadual do Arizona.

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Microscopia do pterópode zooplâncton Thecosome, também chamado de borboleta-marinha, do Golfo da Califórnia

“Muitas pessoas simplesmente acham que a migração do zooplâncton não é importante para essas estratégias, mas precisamos considerá-la para entender completamente quanto carbono está realmente sendo transportado para o fundo do mar”, disse Stamieszkin. “Ter modelos mais precisos destacará onde estão as incertezas e nos dará as informações para saber com segurança onde — e até mesmo se — devemos fazer a mCDR”.

A equipe está focada na fertilização oceânica com ferro, uma estratégia de mCDR que envolve a adição de ferro à água do mar para estimular o crescimento do fitoplâncton. Essas plantas microscópicas absorvem dióxido de carbono e afundam com ele quando morrem.

Dado o foco no fitoplâncton, os modelos de quanto carbono pode ser removido por meio da fertilização com ferro enfatizaram o afundamento passivo do fitoplâncton.

“Quando você olha para a magnitude do carbono do transporte ativo pelo zooplâncton em comparação com a quantidade que afunda passivamente, não é tão impressionante”, disse Daniel Clements, um cientista de pós-doutorado que trabalha no projeto com Stamieszkin.

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Nicole Hellessey manuseando uma amostra de krill durante trabalho de campo na Antártida

“Mas estamos aprendendo que devemos nos preocupar menos com a magnitude do que com o armazenamento a longo prazo. E quando se analisa a capacidade de armazenamento do zooplâncton e sua eficiência em depositar carbono em profundidades maiores na água, a história é outra.”

Mas quantificar esse potencial de sequestro a longo prazo é um desafio.

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Em um artigo publicado na Annual Review of Marine Science, Clements e a equipe identificaram quatro caminhos pelos quais o zooplâncton influencia o ciclo do carbono: eles respiram, trocando oxigênio por dióxido de carbono; eles excretam carbono dissolvido através da urina e do cocô; eles absorvem carbono em seus corpos para crescer; e eles morrem e são decompostos pelo vasto conjunto de micróbios do oceano profundo.

Microscopia-do-pteropode-zooplancton-Thecosome-tambem-chamado-de Zooplâncton migratório é fundamental no transporte e armazenamento de carbono nos oceanos

Para modelar o transporte de carbono, argumentam os autores, é preciso estimar com precisão quanto — e em que profundidade — o carbono é liberado através de cada via.

Até agora, pesquisadores do Laboratório Bigelow e do Instituto de Ciências Oceânicas das Bermudas têm examinado a relação entre a fisiologia do zooplâncton e seu comportamento para desenvolver um modelo novo e ajustado que quantifique com detalhes sem precedentes quanto carbono se move durante a migração diária.

Essas informações serão então incorporadas por pesquisadores da UCLA para melhorar a precisão de um modelo biogeoquímico regional do Pacífico nordeste subártico, uma área prioritária para fertilização com ferro.

“A maioria dos modelos existentes pressupõe que exista apenas um tipo de zooplâncton generalista, mas isso não é representativo do que está acontecendo”, disse Clements. “Estamos tentando criar algo novo que esteja realmente enraizado na fisiologia desses animais, com o mínimo de generalizações possível”.

verificar_e_quantificar_SEM_LEGENDA Zooplâncton migratório é fundamental no transporte e armazenamento de carbono nos oceanos

Enquanto isso, a equipe do Centro de Emissões Negativas de Carbono está analisando a viabilidade de usar essas ferramentas para verificar e quantificar monetariamente o armazenamento de carbono.

“A questão é se é possível contabilizar o carbono sequestrado pela fertilização com ferro o suficiente para torná-lo valioso em um mercado de créditos de carbono”, disse Stamieszkin.

“Trazer o CNCE para a conversa neste momento e fazer com que a ecologia e as ciências sociais interajam de forma quantitativa aumenta as chances de que o que fizermos seja útil para orientar o mCDR.”

Paralelamente aos esforços de pesquisa, a equipe está participando de eventos de divulgação, incluindo o ARPA-E Energy Innovation Summit anual e o Ocean Visions Biennial Summit, ambos realizados em março passado.

Sensor_Mini_CO₂_foi_usado_por_um_mergulhador_nas_Filipinas_para_.-1 Zooplâncton migratório é fundamental no transporte e armazenamento de carbono nos oceanos

Esses eventos oferecem aos pesquisadores a oportunidade de se conectar com potenciais investidores e financiadores. Mais importante ainda, são uma chance de reunir todos na área de mCDR para que eles cheguem a um acordo sobre as incógnitas que ainda restam antes que qualquer uma dessas estratégias avance.

“Nosso objetivo é trazer conhecimento científico de qualidade para a esfera do mCDR”, disse Stamieszkin. “Precisamos priorizar a ciência para garantir que essas estratégias sejam comprovadamente eficazes sem causar danos ao meio ambiente”.

 

 

MyCarbon acelera e mira 5 milhões de créditos de carbono até 2033

Quando a MyCarbon abriu seus portões, tinha de saída uma carteira robusta de potenciais parceiros: fornecedores da própria Minerva Foods, uma das gigantes do agronegócio brasileiro. Quatro anos depois, a startup que nasceu para “fabricar” créditos de carbono na agropecuária regenerativa já demonstra que, no mercado voluntário, dar o primeiro passo é o mais árduo — e, ao vencê-lo, o impulso tende a se transformar em avalanche.

O acordo com a SLC Agrícola, por exemplo, começou discreto: 2 mil hectares sob sistemas de plantio que revolvem menos o solo, preservam a palha e estimulam a retenção de carbono na matéria orgânica. Em poucos meses, a fazenda viu as primeiras evidências de aumento de produtividade — entre 10 e 20 sacas de soja a mais por hectare — e decidiu ampliar a área em dez vezes. Ainda neste ano, serão somados mais 20 mil hectares. É esse tipo de reação em cadeia que embasa a meta ambiciosa da MyCarbon: comercializar 5 milhões de créditos de carbono até 2033, incluindo florestas de biomassa viva e gases mitigados na fermentação entérica do gado.

Para Marta Giannichi, CEO da MyCarbon e agora diretora de sustentabilidade da Minerva, a escalada segue uma lógica quase geométrica. “O difícil é começar, é fechar o negócio com o produtor. Depois, o crescimento é exponencial.” Por essa razão, a empresa não se contenta em gerar apenas créditos de remoção — onde o carbono fica estocado no solo —, mas também explora créditos de emissões evitadas, fruto da gestão alimentar que diminui a produção de metano nos bovinos.

Enquanto hoje são cerca de 3 mil hectares em solo agrícola e 1.600 em pastagens regenerativas, o plano prevê 500 mil hectares de lavoura sustentável até 2029 e 150 mil hectares de pasto recuperado até 2033. No cálculo da MyCarbon, esses números representam um duplo ganho: para o produtor rural, que passa a receber pelo serviço ambiental prestado, e para toda a cadeia da Minerva, que internaliza parte das suas próprias metas de redução de pegada de carbono.

Quem olha para o mercado voluntário de créditos de carbono percebe, porém, que nem tudo são flores. Durante anos, o segmento resistiu a crises de confiança — projetos frustrados e metodologias questionadas — e, por isso, a MyCarbon apostou na certificação VM0042 da Verra, considerada uma das mais sólidas para agricultura regenerativa. Além disso, ela estruturou três frentes de atuação: originação junto a produtores parceiros; insetting, para criação de projetos dentro da própria cadeia da Minerva; e trading, que comercializa créditos próprios e de terceiros.

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Essa diversificação, explica Edison Ticle, CFO da Minerva e mentor do negócio, é a base para demonstrar racionalidade econômica. “A conta do produtor não fecha só com o crédito de carbono. O que torna o projeto viável é o ganho de produtividade da fazenda.” Foi justamente essa visão pragmática que levou Ticle a desenvolver o plano de negócios como trabalho de pós-MBA em Harvard, em 2022. Ao apresentar o esboço ao conselho da Minerva, garantiu o aval para lançar a subsidiária — sem depender de terceiros para captação de recursos, mas mantendo a porta aberta a aportes de fundos corporativos e multilaterais.

O contexto global reforça a urgência desse movimento. O agronegócio brasileiro responde a 23% do PIB nacional e a 28% das emissões de gases-estufa do país, segundo dados oficiais. A União Europeia exigirá, a partir de 2026, cadeias de fornecimento livres de desmatamento e poderá taxar produtos de alto carbono. Por outro lado, o plano federal de recuperação de pastagens identifica 40 milhões de hectares degradados — e pesquisas da Embrapa apontam até 70 milhões de hectares como potencialmente aderentes a sistemas regenerativos.

A conjunção de fatores faz do Brasil um laboratório estratégico. É aqui que grandes empresas agrícolas, como a própria SLC, encontram um “terreno de testes” para práticas que, em outro lugar, esbarram em regulamentos ou condições climáticas menos favoráveis. A MyCarbon então surge como ponte: facilita a documentação rigorosa — outorgas, licenças, ausência de conflitos com terras indígenas ou unidades de conservação — e, ao mesmo tempo, oferece consultoria para os ajustes necessários no manejo do solo e na alimentação animal.

O passo seguinte, natural, é a criação de valor tangível. Para cada tonelada de carbono removida ou evitada, há um preço atrelado à volatilidade do mercado de carbono voluntário. Mas, mais do que vender créditos, a MyCarbon se empenha em transformar fazendas em centros de inovação: laboratórios a céu aberto, onde técnicas de agroflorestas, cobertura verde e pastejo rotacionado se unem a sensores de umidade e softwares de monitoramento.

No horizonte de executivos e investidores, essa combinação de rigor metodológico, produtividade extra e coerência sustentável tem despertado interesse. Embora a Minerva ainda não segregue resultados financeiros da subsidiária, o CFO garante que “o negócio vai bem” e que eventual parceria estratégica será decidida pela convergência de propósito, não por necessidade urgente de capital.

É um momento paradoxal: enquanto a política climática global oscila entre avanços e retrocessos — lembre-se das medidas anti-clima dos governos passados ou das embarreiradas comerciais impostas pelos Estados Unidos —, a MyCarbon navega numa rota de crescimento que depende menos de subsídios e mais de convencer produtores de que regenerar o solo rende tanto quanto explorá-lo ao máximo.

Se a ambição se confirmar, em 2033 estarão de pé centenas de milhares de hectares que, pouco antes, serviam apenas para pasto degradado ou monocultura intensiva. Haverá colheitas mais abundantes, gado com menor pegada ecológica e um fluxo de créditos negociados como insumo financeiro. E, quando o mercado voluntário enfim superar seus percalços, será fácil olhar para trás e dizer que tudo começou com um projeto idealista — transformado em realidade pelo pragmatismo de quem entendeu, cedo, que no carbono também mora uma oportunidade de inovação.

Peixes nas profundezas do mar ajudam a alimentar o ciclo de carbono do oceano

Peixes mesopelágicos, que vivem centenas de metros abaixo da superfície, desempenham um papel silencioso, mas poderoso, no ciclo do carbono

Um novo estudo confirma que peixes de águas profundas excretam minerais carbonáticos, assim como seus parentes de águas rasas. Sua enorme biomassa e características fisiológicas os tornam uma parte crucial, porém negligenciada, da química oceânica.

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Martin Grosell observa o peixe-rosa de barriga preta, objeto do estudo

Pesquisadores da Escola Rosenstiel da Universidade de Miami estudaram o peixe-rosa de barriga preta, uma espécie de águas profundas que tolera condições de laboratório. Eles confirmaram que ele produz ictiocarbonato – um mineral excretado pelos intestinos para manter o equilíbrio de sal e água.

“Peixes mesopelágicos vivem em ambientes profundos, frios e de alta pressão e, até agora, não estava claro se eles produziam carbonato como os peixes de águas rasas — ou em que proporção”, disse Martin Grosell, principal autor do estudo.

“Este estudo é o primeiro a confirmar que sim e que os mecanismos e características da formação de ictiocarbonato são notavelmente consistentes em todas as profundidades”.

Peixes de águas profundas produzem carbonato 

A 6°C, refletindo sua profundidade nativa, o peixe-rosa-de-barriga-preta excretou carbonato em cerca de 5 mg/kg/hora. Isso se alinha com as previsões de modelos anteriores que conectam metabolismo, temperatura e profundidade.

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Peixes que comemos fazem mais do que apenas nadar – eles estão ocupados remodelando o fundo do oceano

O estudo também testou como a formação de carbonato resiste a mudanças. Mesmo quando mantidos em ambientes laboratoriais distantes de suas condições de pressão originais, os peixes continuaram produzindo carbonato. Isso sugere que o processo é robusto e não é sensível a mudanças de pressão induzidas pela profundidade.

A excreção de carbonato ocorre no trato gastrointestinal. Ela é impulsionada por transportadores de íons que transportam o bicarbonato para o intestino. Lá, ele reage com cálcio e magnésio para formar minerais sólidos. Estes são expelidos para a água do mar e podem posteriormente se dissolver ou afundar.

Peixes profundos e ciclagem de carbono

 Os pesquisadores examinaram a composição de carbonato do peixe-rosa de barriga preta. Descobriram que ela correspondia à composição mineral encontrada em espécies de águas rasas. Predominou a calcita rica em magnésio, com menor concentração de aragonita e outras formas. Esses materiais se dissolvem em taxas diferentes, afetando seu destino na coluna d’água.

Peixe-rosa_de_barriga_preta Peixes nas profundezas do mar ajudam a alimentar o ciclo de carbono do oceano
Peixe-rosa de barriga preta

A uniformidade sugere que, independentemente de onde os peixes vivam, seus resíduos de carbonato se comportam de forma semelhante após serem expelidos. Isso significa que peixes de águas profundas podem contribuir para a química do carbonato no oceano superior, mesmo que vivam em profundidades muito maiores.

Low-Res_deep-sea-fish-confirmed-as-a-significant-source-of-ocean-carbonate-interios2-940x529_1 Peixes nas profundezas do mar ajudam a alimentar o ciclo de carbono do oceano
Amanda Oehlert e a aluna Sarah Wells analisam uma amostra

“Esta pesquisa preenche uma lacuna importante em nossa compreensão da química oceânica e do ciclo do carbono”, disse Amanda Oehlert, coautora e professora assistente.

“Com os peixes mesopelágicos desempenhando um papel tão significativo, sua contribuição para o fluxo de carbonato – e como ele pode mudar com o aquecimento dos oceanos – merece maior atenção”.

Engenheiros químicos do oceano

Ao verificar a produção de carbonato em peixes mesopelágicos, este trabalho corrobora modelos mais amplos de fluxo de carbono.

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Um peixe-sapo é fotografado ao lado de um béquer contendo uma coleção de cristais de carbonato produzidos por um cardume de peixes-sapo em uma única noite

Até agora, esses modelos incluíam peixes de águas profundas como contribuintes, mas careciam de medições diretas. Esses novos dados lhes dão uma base mais sólida.

“Esses resultados oferecem forte suporte aos modelos globais de produção de carbonato derivado de peixes, que presumiam – mas não verificavam – que espécies mesopelágicas contribuem em taxas semelhantes”, disse Grosell. “Peixes mesopelágicos não são apenas presas; eles são engenheiros químicos do oceano”.

O estudo também sugere que peixes mesopelágicos podem influenciar a exportação de carbono. Seus carbonatos podem se dissolver perto da superfície ou se depositar em profundidades maiores, acumulando-se nos sedimentos do fundo do mar.

Implicações para orçamentos de carbono

 Carbonatos afetam a alcalinidade da água do mar e a proteção do pH. Minerais provenientes de peixes, especialmente de águas profundas, podem impactar a resposta dos oceanos à acidificação e ao aquecimento.

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Peixes-lanceta de nariz longo ( Alepisaurus ferox), dentes-de-presa comuns ( Anoplogaster cornuta) e mandíbula-de-martelo ( Omosudis lowii) foram coletados no centro do Oceano Pacífico Norte

Essas partículas interagem com o carbono dissolvido e influenciam a estabilidade química em profundidade. Os resultados do estudo podem ajudar a refinar os modelos do sistema terrestre usados para prever essas mudanças.

Os pesquisadores enfatizam que o ictiocarbonato não é um resíduo trivial. É uma produção mineral constante com consequências em larga escala. Ele viaja, dissolve-se ou sedimenta-se, moldando o fluxo de carbono através das camadas oceânicas. Com até 94% da biomassa global de peixes vivendo em zonas mesopelágicas, suas contribuições são importantes.

 

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Minerais provenientes de peixes, especialmente de águas profundas, podem impactar a resposta dos oceanos à acidificação e ao aquecimento

Entender quando e onde esse mineral é liberado é fundamental. Isso pode melhorar as previsões de armazenamento de carbono a longo prazo.

“A liberação de ictiocarbonato por peixes individuais é episódica e está sob controle endócrino sofisticado, mas sabemos muito pouco sobre o momento e a frequência da liberação, o que oferece uma área importante para pesquisas futuras”, concluíram os autores do estudo.

O estudo foi financiado pela Fundação Nacional de Ciências e pela Universidade de Miami. Os resultados foram publicados no Journal of Experimental Biology.

Pro-Amazônia e o equilíbrio de forças financeiras na maior floresta tropical do mundo, crédito de US$ 750 mi para empresas na Amazônia Legal

O dia 5 de agosto de 2025 entrou para o calendário econômico do Brasil como um ensaio de justiça territorial. Na sala restrita da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, uma proposta de autorização para empréstimo emergiu não apenas como um número expressivo — US$ 750 milhões vindos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) —, mas como um gesto de reparação histórica. Ao direcionar esses recursos ao BNDES, abre-se um capítulo diferente na história do financiamento às regiões menos favorecidas, sobretudo na Amazônia Legal.

O relatório do senador Eduardo Braga (MDB-AM) insistiu no contraste gritante entre os centros de poder financeiro do Sul e Sudeste e o seringal de desafios que se estende por quase 60% do território nacional. Ali, a maioria das micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) navega sem bússola creditícia. O empréstimo, ao sustentar o programa Pro-Amazônia, não será apenas um fôlego bancário para empreendimentos locais: pretende endereçar um desequilíbrio de décadas, recriando a possibilidade de desenvolvimento sem medir custos socioambientais.

Num gesto quase poético, Omar Aziz (PSD-AM) foi o condutor da leitura do relatório. A voz dele traçou um panorama de estatísticas inquietantes: de cada dez reais do BNDES destinados ao setor produtivo, menos de um chega às margens dos rios que serpenteiam o Estado do Amazonas. Entre Brasília e a capital federal do Pará, onde o concreto convive com palafitas, existe um descompasso que o crédito de US$ 750 milhões quer, ao menos, amenizar.

Prazo de 25 anos, carência de cinco anos e meio. O ritmo dessa operação financeira imita o ciclo de crescimento de espécies arbóreas — lento no começo, acelerado quando as raízes se firmam. Não à toa, o desenho do programa leva em conta a necessidade de respiro dos negócios nas fases iniciais: é quando a maioria se perde, esmagada por juros altos e exigências burocráticas. Se a Amazônia já bastasse em sua complexidade climática e logística, o Pro-Amazônia busca desmontar barreiras como a mortalha de papel que sufoca os pequenos empreendimentos.

Seguindo agora regime de urgência para votação em Plenário, a proposta encara o teste final: o aval da União. É um rito que, para quem vive longe de Brasília, pode parecer distante. Entretanto, para cada fabricante de farinha de mandioca, cada extrativista de látex e cada inovador em bioinsumos, trata-se de uma contagem regressiva bem concreta. A despeito das promessas, a operação só se materializa se o Senado nacional permitir que a “América do Sul” empreste ao “Brasil profundo” sem que o governo central recue diante de pressões internas.

Num plano mais amplo, a iniciativa integra-se ao programa Amazônia Sempre, fruto da cooperação BID-BNDES. A proposta cruza duas vertentes: financiamento em larga escala e assistência técnica especializada. Para ilustrar com um exemplo: enquanto o Pro-Amazônia pode viabilizar a compra de equipamentos para produção de etanol de mandioca, o Amazônia Sempre oferece consultoria para aprimorar o nível de pureza do biocombustível, reduzir resíduos e abrir mercado externo. É como oferecer não só a broca, mas o mapa mineral e um engenheiro de minas.

Esse entrelaçamento de crédito e conhecimento reforça a aposta na bioeconomia. Não se trata apenas de substituir combustíveis fósseis ou de promover a agroindústria em áreas já desmatadas. Muito mais: trata-se de elevar práticas que conectem comunidades ribeirinhas aos laboratórios de biotecnologia, transformando insumos tradicionais em cosméticos, fármacos ou nutracêuticos de alto valor agregado. E, nesse movimento, dar protagonismo à cultura local, garantindo que a renda gerada reverta, sobretudo, àqueles que vivem às margens do Solimões.

Há, porém, obstáculos que vão além de diagramas de fluxo e linhas de crédito. A infraestrutura de energia renovável que se pretende impulsionar enfrenta as mazelas de uma malha elétrica fragilizada. Linhas de transmissão, muitas vezes, avançam a conta-gotas pelo interior. A energia solar, apesar do potencial — afinal, a latitude equatorial beneficia painéis fotovoltaicos — ainda esbarra na falta de técnicos especializados em montagem e manutenção. Por isso, o programa desenha módulos de capacitação profissional, ministrados em parcerias com universidades estaduais e centros de pesquisa regionais. Não basta sol; é preciso mãos treinadas para capturá-lo.

Quanto à restauração florestal, o BID e o BNDES ensaiam metas ambiciosas. Restaurar áreas degradadas é um verbo tão delicado quanto urgente. A proposta mapeia terrenos erodidos e oferece linhas de crédito específicas para reflorestamento de reserva legal, além de premiações para iniciativas que adotem espécies nativas. A ideia é recuperar não apenas a mata, mas também a fauna que, com ela, foi embora. É um sinal de que o desenvolvimento sustentável não se limita às empresas, mas se estende ao mosaico de vida que sustenta o maior bioma brasileiro.

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Em paralelo, discute-se como medir resultados. Não basta contabilizar empréstimos concedidos; é preciso acompanhar geração de empregos formais, impacto social em comunidades indígenas e quilombolas, e até emissões de carbono evitadas pela substituição de práticas predatórias. Por isso, cada projeto financiado terá indicadores de sustentabilidade amarrados a cláusulas contratuais. Caso metas ambientais não sejam atingidas, os juros podem ser recalculados para cima, gerando desincentivo a desvios de finalidade.

Essa rigidez contratual pode soar austera. Mas ali, entre Brasília e Manaus, é vista como necessária. Afinal, nada garante que o músculo financeiro internacional venha sem contrapartidas. A experiência mostra que recursos sem acompanhamento tendem a se esvair. E, na Amazônia, há casos emblemáticos de projetos que, embora bem-intencionados, falharam ao desconsiderar a dinâmica social e cultural local — empreendimentos que empobreceram ecossistemas antes de simplificá-los em plantações monofuncionais.

O cenário, no entanto, não é apenas de tensões. Existe um fio de curiosidade que percorre feiras, associações cooperativistas e startups que brotam nas margens do Tapajós. Insumos até ontem descartados passam a representar minérios modernos. Óleos essenciais do pequi ou do buriti viram matéria-prima para indústrias cosméticas europeias. Cada apresentação em evento internacional acaba se transformando numa performance de potencial econômico aliado a narrativas de preservação. E é nessa coreografia de negócios e consciência que o Pro-Amazônia pretende entrar.

Ao acionar a alavanca do crédito, o BNDES terá o desafio de equilibrar critérios de viabilidade financeira com metas socioambientais. Não basta aprovar projetos com taxa interna de retorno atraente. É preciso mapear, por exemplo, o grau de inclusão de mulheres e jovens, dimensionar impactos na segurança alimentar local e avaliar se a proposta estimula práticas agroecológicas ou pressiona novos desmatamentos. Cada nuance será rejeitada ou aprovada sob o holofote de relatórios trimestrais.

Para quem observa de fora, pode parecer um jogo de números seco e distante. Mas, nas comunidades ribeirinhas, sabe-se o valor de um emprego formal — carteira assinada, FGTS, acesso a crédito pessoal e imobiliário. E sabe-se, também, o efeito multiplicador desses benefícios. Um dinheiro extra circula no comércio local, fortalece escolas e amplia a malha de serviços de saúde. Numa província onde oftalmologistas vêm de Belém apenas uma vez por mês, qualquer sinal de dinamismo econômico soa como saída para o escuro quadro de carências.

A apropriação de recursos internacionais por aqui, assim, ganha contornos de gesto simbólico. É como se a Amazônia recebesse um convite para entrar em cena e disputar lugar de protagonismo numa economia tropical antes relegada aos papéis de coadjuvante. Um protagonismo, porém, que não se mede em PIB bruto, mas em redes de cooperação, no fortalecimento de instituições comunitárias e no respeito às identidades culturais que florescem sob a copa ancestral da floresta.

Enquanto isso, no Senado, será decisivo o desfecho da votação em Plenário. Há no ar o eco de interesses que se entrelaçam: pressão de grandes grupos que enxergam no bioma um celeiro de lucros rápidos, vozes de ambientalistas que reivindicam métodos de monitoramento remoto e o debate sobre soberania nacional. O empréstimo do BID, ao exigir aval da União, entra nesse mosaico de urgências e estratégias. Se o crédito passar, virá a fase de desembolso e implementação. Se for rejeitado, o Pro-Amazônia continuará restrito ao terreno das boas intenções.

É difícil prever os rumos, mas a disposição de mudar o eixo do financiamento interno abre uma janela de esperança. E quando se fala de esperança, não é figura de linguagem vazia. Trata-se de verificar se, após cinco anos e meio de carência, a Amazônia logrará gerar riqueza de forma mais equilibrada, oferecendo oportunidades aos locais sem estrangular o ambiente. O golpe de vista será em 2030, quando os primeiros relatórios consolidados chegarem ao Congresso. Até lá, cada micro e pequena empresa, cada cooperativa extrativista, viverá na expectativa de que esse empréstimo deixe de ser cifra contábil para se tornar instrumento palpável de transformação.

Como fortalecer as unhas com azeite e vitamina E

Unhas fracas, quebradiças e com descamação não são apenas um problema estético — elas também refletem a saúde geral e o cuidado diário que damos a elas. Entre os inúmeros tratamentos caseiros, um dos mais eficazes e acessíveis é a combinação de azeite de oliva e vitamina E. Juntos, esses dois ingredientes formam um tratamento nutritivo capaz de hidratar profundamente, fortalecer e devolver o brilho natural às unhas.

Mais do que um truque de beleza, esse cuidado é uma forma de prevenção contra danos causados por produtos químicos, contato excessivo com água e hábitos como roer as unhas.

Por que azeite e vitamina E funcionam tão bem

O azeite de oliva é rico em ácidos graxos, antioxidantes e vitamina A, que penetram nas camadas da unha e cutícula, promovendo hidratação e flexibilidade. Ele age como um selante natural, protegendo contra o ressecamento e ajudando na regeneração das células.

Já a vitamina E é famosa pelo seu poder antioxidante e regenerador. Ela estimula a produção de queratina, proteína fundamental para unhas mais resistentes, e ainda melhora a circulação na área aplicada, favorecendo o crescimento saudável.

Quando usados juntos, azeite e vitamina E potencializam seus benefícios, agindo tanto na superfície quanto na estrutura interna da unha.

Como preparar o tratamento caseiro

Você vai precisar de:

  • 2 colheres de sopa de azeite de oliva extra virgem

  • 1 cápsula de vitamina E (ou 5 gotas de óleo de vitamina E)

  • Um pequeno recipiente de vidro

Passo a passo:

  1. Em um recipiente, misture o azeite com a vitamina E até obter uma solução uniforme.

  2. Lave as mãos para remover qualquer resíduo de creme ou produto.

  3. Aplique a mistura diretamente sobre as unhas e cutículas, massageando com movimentos circulares por pelo menos 5 minutos.

  4. Deixe agir por mais 20 a 30 minutos, ou se preferir, faça o tratamento antes de dormir e use luvas de algodão para potencializar o efeito.

Frequência de uso

Para unhas muito frágeis, o ideal é fazer o tratamento diariamente durante as primeiras duas semanas. Depois, você pode reduzir para três vezes por semana como manutenção.

Com o uso regular, é possível notar melhorias na resistência, brilho e textura das unhas já no primeiro mês.

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Como fortalecer as unhas com azeite e vitamina E – Imagem gerada por IA

Cuidados complementares para unhas mais fortes

Além do tratamento com azeite e vitamina E, alguns hábitos ajudam a prolongar os resultados:

  • Evite contato excessivo com água: use luvas ao lavar louça ou roupas.

  • Limite o uso de removedores de esmalte com acetona, que ressecam as unhas.

  • Inclua proteínas e minerais na dieta, como ovos, feijão, peixe e oleaginosas.

  • Hidrate as mãos e cutículas diariamente.

Adaptações e variações da receita

  • Adicione gotas de óleo essencial de lavanda para um aroma relaxante e ação antifúngica.

  • Misture óleo de coco ao azeite para um toque extra de hidratação.

  • Use o mesmo preparo para hidratar pés e unhas dos pés, especialmente no inverno.

Resultados que você pode esperar

Após algumas semanas, as unhas tendem a crescer mais uniformes, menos propensas a lascar e com um brilho natural visível mesmo sem esmalte. As cutículas ficam mais macias, facilitando a remoção e prevenindo inflamações.

Por que optar por soluções naturais

Tratamentos caseiros como o azeite e vitamina E são alternativas seguras e livres de químicos agressivos. Além de mais econômicos, permitem personalizar a aplicação e adaptar a frequência às necessidades individuais.

E o melhor: você provavelmente já tem os ingredientes em casa, evitando gastos extras.

Unhas saudáveis como reflexo de autocuidado

Cuidar das unhas não é apenas uma questão de estética, mas de saúde e autoestima. Ao reservar alguns minutos para aplicar o tratamento com azeite e vitamina E, você cria um momento de cuidado pessoal que vai além do visual, reforçando a importância de pequenas ações diárias no bem-estar.

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Zamioculca cresce até 2x mais quando recebe este adubo

Quem cultiva zamioculca sabe que ela já é naturalmente resistente e fácil de cuidar, mas quando recebe o nutriente certo, sua taxa de crescimento pode surpreender. Essa planta, conhecida por suas folhas verdes e brilhantes, é capaz de dobrar a velocidade de desenvolvimento se for nutrida com um adubo caseiro simples e barato, preparado com ingredientes que quase todo mundo tem em casa.

Com um pouco de atenção e o suplemento certo, você verá novos brotos surgindo com muito mais frequência — e suas hastes ficando mais robustas e saudáveis.

Por que a zamioculca cresce devagar

A zamioculca (Zamioculcas zamiifolia) é originária de regiões tropicais da África e tem um crescimento naturalmente lento. Isso acontece porque, no habitat original, ela está adaptada a sobreviver com pouca água e poucos nutrientes, acumulando energia em suas raízes tuberosas. Esse mecanismo garante sua resistência, mas também limita a velocidade de crescimento.

Quando cultivada em vasos ou jardins, esse ritmo pode ser acelerado se o solo for enriquecido com nutrientes que estimulem a formação de novas folhas e raízes.

O adubo caseiro que faz a diferença

O segredo está em fornecer fósforo e potássio de forma equilibrada, aliados a pequenas doses de nitrogênio. Um adubo caseiro eficiente para a zamioculca pode ser feito com borra de café seca, casca de banana e um pouco de cinza de madeira.

  • Borra de café seca: rica em nitrogênio, ajuda na formação de folhas verdes e brilhantes.

  • Casca de banana: fonte natural de potássio e fósforo, estimula o crescimento e o surgimento de novos brotos.

  • Cinza de madeira: fornece minerais como cálcio e magnésio, fortalecendo as raízes.

Como preparar e aplicar

  1. Seque a borra de café ao sol para evitar mofo.

  2. Corte a casca de banana em pedaços pequenos e deixe secar também.

  3. Triture a casca seca no liquidificador até virar um pó fino.

  4. Misture 2 colheres de sopa de borra de café seca, 1 colher de sopa do pó de casca de banana e 1 colher de chá de cinza de madeira.

  5. Espalhe essa mistura na superfície do vaso, sem encostar diretamente no caule, e regue em seguida.

O ideal é repetir a adubação a cada 30 dias, sempre observando a resposta da planta.

Por que funciona tão bem

O nitrogênio da borra de café ajuda a zamioculca a produzir folhas mais verdes e cheias de vida. O potássio e o fósforo da casca de banana estimulam o enraizamento e a formação de novos brotos, enquanto a cinza complementa com minerais que fortalecem as hastes. Essa combinação fornece uma nutrição completa, sem sobrecarregar a planta.

Luz e rega: aliados do crescimento

Além do adubo, é importante cuidar da luminosidade e da rega. A zamioculca prefere luz indireta e difusa, mas também tolera ambientes com pouca claridade. Para acelerar o crescimento, posicione o vaso em um local com boa luminosidade filtrada, como próximo a uma janela.

Na rega, menos é mais: espere o substrato secar completamente antes de molhar novamente, pois o excesso de água pode apodrecer as raízes.

Erros que atrasam o desenvolvimento

Alguns cuidados simples evitam que a zamioculca tenha o crescimento prejudicado:

  • Evitar excesso de adubo: doses muito altas podem queimar as raízes.

  • Não usar solo compacto: um substrato leve e bem drenado é essencial.

  • Não deixar em sombra total: mesmo resistente, ela precisa de luz para fotossintetizar e crescer.

Observando os sinais de resposta

Após aplicar esse adubo caseiro regularmente, é comum notar o surgimento de novas hastes mais grossas e folhas com brilho intenso. Dependendo da época do ano e das condições de cultivo, a planta pode apresentar crescimento até 2 vezes mais rápido, enchendo o vaso em poucos meses.

Replantio para estimular ainda mais

Quando a zamioculca começa a encher o vaso, vale considerar o replantio. Trocar para um vaso ligeiramente maior, com substrato renovado e adubado, permite que as raízes tenham espaço para se expandir, impulsionando ainda mais o desenvolvimento.

Uma planta que recompensa o cuidado

Ao adotar esse adubo caseiro e ajustar a luz e a rega, a zamioculca deixa de ser apenas uma planta resistente e se torna uma verdadeira peça de destaque no ambiente. É a prova de que pequenos gestos de cuidado podem trazer resultados impressionantes — e o melhor: sem gastar muito.

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Como plantar antúrio em vaso grande e fazer florescer mais

O antúrio é uma daquelas plantas que chamam atenção de longe. Suas flores brilhantes e cores vivas, que variam do vermelho intenso ao rosa delicado, são um convite para transformar qualquer canto da casa ou do jardim. Mas, se você já tentou cultivar essa planta e percebeu que ela não floresce tanto quanto gostaria, pode ser que o segredo esteja no tamanho do vaso e nos cuidados certos. Plantar antúrio em um vaso grande, com as técnicas adequadas, é o primeiro passo para ter uma floração abundante e prolongada.

Ao contrário do que muitos pensam, o antúrio não gosta de viver espremido. Ele se desenvolve melhor quando suas raízes têm espaço para crescer e se espalhar, o que aumenta a absorção de nutrientes e água. Mas, para aproveitar todo esse potencial, é preciso entender que não basta apenas colocar a planta em um vaso maior. A preparação do solo, a escolha do local e a rotina de cuidados são determinantes para ver o antúrio explodir em flores.

Escolhendo o vaso ideal para o antúrio

O vaso é a base de todo o cultivo. Um vaso grande, com pelo menos 30 a 40 centímetros de diâmetro, oferece espaço para que o sistema radicular se desenvolva sem restrições. O material também faz diferença: vasos de cerâmica ajudam a manter a umidade por mais tempo, enquanto vasos de plástico são mais leves e fáceis de mover.

Independentemente do material, é fundamental que o vaso tenha furos de drenagem no fundo. O antúrio gosta de solo úmido, mas não tolera encharcamento, que pode apodrecer as raízes e comprometer toda a planta.

Preparando o solo perfeito

O solo ideal para o antúrio é leve, rico em matéria orgânica e com boa capacidade de retenção de umidade sem ficar encharcado. Uma mistura eficiente pode ser feita com partes iguais de terra vegetal, fibra de coco e húmus de minhoca. Para melhorar ainda mais a drenagem, vale adicionar um pouco de perlita ou areia grossa.

Antes de colocar a planta, forre o fundo do vaso com pedrinhas, argila expandida ou cacos de cerâmica. Isso garante que a água escoe com facilidade, evitando o excesso de umidade.

Plantando o antúrio no vaso grande

Com o vaso e o solo prontos, retire a planta do recipiente anterior com cuidado para não danificar as raízes. Coloque-a no centro do novo vaso, espalhando o substrato ao redor até cobrir completamente as raízes. Pressione levemente a terra para fixar a planta e regue em seguida.

Nesse momento, é importante não enterrar o caule principal — o ponto de crescimento deve ficar acima do nível do solo para evitar apodrecimento.

Local e iluminação adequados

O antúrio gosta de luz, mas não de sol direto nas folhas e flores, pois isso pode causar queimaduras. O ideal é um local com luz indireta intensa, como próximo a janelas voltadas para o leste ou o norte (no hemisfério sul). Em ambientes internos, ele também pode se adaptar bem, desde que receba iluminação suficiente.

Se for cultivado na parte externa, procure posicioná-lo sob a sombra de árvores ou em áreas cobertas, onde receba claridade filtrada.

Rega e umidade: a chave da floração

A rega deve ser equilibrada: mantenha o solo levemente úmido, mas nunca encharcado. No verão, pode ser necessário regar duas a três vezes por semana; no inverno, reduza a frequência. Um truque para aumentar a umidade do ambiente — algo que o antúrio adora — é colocar um prato com água e pedrinhas próximo à planta ou borrifar as folhas com água filtrada pela manhã.

Essa umidade extra ajuda na abertura das flores e no brilho das folhas, deixando a planta mais saudável.

Adubação para flores mais intensas

Para estimular a floração, use adubos ricos em fósforo e potássio, como NPK 10-30-20, a cada 30 dias durante a primavera e o verão. Alterne com adubos orgânicos, como farinha de ossos ou torta de mamona, para manter o solo nutrido de forma equilibrada.

A adubação foliar também é bem-vinda e ajuda a planta a absorver nutrientes mais rapidamente.

Controle de pragas e manutenção

Mesmo bem cuidado, o antúrio pode ser alvo de cochonilhas e pulgões, que sugam a seiva e enfraquecem a planta. Inspecione folhas e hastes regularmente e, ao notar pragas, remova-as com um pano umedecido em solução de água e sabão neutro ou aplique óleo de neem.

Também retire folhas e flores secas para direcionar a energia da planta para o crescimento saudável e novas florações.

Um toque final para prolongar as flores

As flores do antúrio podem durar semanas, mas, com alguns cuidados extras, é possível prolongar ainda mais esse espetáculo. Mantenha a planta protegida de correntes de ar e evite mudanças bruscas de temperatura. Lembre-se: quanto mais constante e estável o ambiente, mais a planta responde com vitalidade.

No fim das contas, cultivar um antúrio em vaso grande é mais do que um truque de jardinagem. É um investimento em beleza e bem-estar. Com espaço, luz, água na medida e nutrição correta, essa planta se torna um verdadeiro ponto de destaque, seja na sala, na varanda ou no jardim.

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Como engrossar as sobrancelhas com babosa e óleo de rícino

Se você sente que suas sobrancelhas perderam volume com o tempo, ou simplesmente gostaria que fossem mais cheias e definidas, saiba que existem soluções naturais e acessíveis para estimular o crescimento dos fios. Entre as mais conhecidas, a combinação de babosa e óleo de rícino se destaca pela eficácia e facilidade de aplicação. Essa dupla poderosa hidrata, fortalece e nutre os folículos capilares, ajudando a conquistar sobrancelhas mais encorpadas de forma gradual e segura.

Antes de mergulhar na receita, é importante entender como cada ingrediente age nos fios e por que eles formam uma combinação tão eficiente.

Por que usar babosa nas sobrancelhas

A babosa, também conhecida como aloe vera, é uma planta rica em vitaminas A, C, E e do complexo B, além de minerais como zinco e magnésio. Seu gel contém enzimas que estimulam a regeneração celular e aumentam a circulação sanguínea na região onde é aplicada. Isso significa que, ao usá-la nas sobrancelhas, você fornece nutrientes essenciais diretamente para a raiz dos fios, fortalecendo-os desde o início.

Além disso, a babosa é altamente hidratante, prevenindo a quebra e ajudando os fios a crescerem mais fortes e resistentes. Sua ação calmante também é útil para evitar irritações na pele ao redor das sobrancelhas.

O poder do óleo de rícino para engrossar os fios

O óleo de rícino é rico em ácido ricinoleico, um ácido graxo que tem ação anti-inflamatória e estimula a microcirculação. Isso ajuda a fornecer mais oxigênio e nutrientes para os folículos pilosos, acelerando o crescimento. Ele também é conhecido por aumentar a espessura dos fios, tornando-os mais encorpados e brilhantes.

Outro benefício é sua capacidade de criar uma barreira protetora que mantém a hidratação no fio, evitando que ele se torne frágil ou quebradiço.

Como preparar e aplicar a mistura

O preparo é simples e leva poucos minutos. Você vai precisar de:

  • 1 colher de sopa de gel fresco de babosa (retirado da folha e filtrado para eliminar resíduos)

  • 1 colher de chá de óleo de rícino puro

Modo de preparo:

  1. Em um recipiente limpo, misture bem o gel de babosa com o óleo de rícino até obter uma consistência homogênea.

  2. Use um pincel pequeno ou um cotonete para aplicar a mistura diretamente sobre as sobrancelhas, seguindo o sentido natural dos fios.

  3. Massageie suavemente com a ponta dos dedos por 1 a 2 minutos para ativar a circulação e garantir que o produto penetre bem.

  4. Deixe agir por pelo menos 30 minutos. Para resultados intensos, é possível deixar durante a noite e enxaguar pela manhã.

  5. Enxágue com água morna e, se necessário, um sabonete facial suave.

Frequência de uso e tempo para ver resultados

Para obter resultados visíveis, a aplicação deve ser feita de 3 a 4 vezes por semana. Em geral, é possível notar fios mais cheios e fortes após 4 a 6 semanas de uso contínuo, mas o tempo pode variar de pessoa para pessoa. Como se trata de um tratamento natural, a consistência é a chave para alcançar o efeito desejado.

Cuidados e precauções

Embora babosa e óleo de rícino sejam ingredientes naturais, é fundamental fazer um teste de sensibilidade antes da primeira aplicação. Coloque uma pequena quantidade da mistura na parte interna do braço e aguarde 24 horas para verificar se há alguma reação alérgica.

Evite aplicar o produto diretamente nos olhos, pois pode causar irritação. Caso entre em contato acidentalmente, lave imediatamente com bastante água.

Outras dicas para estimular o crescimento das sobrancelhas

Além do uso da babosa e do óleo de rícino, alguns hábitos podem potencializar os resultados:

  • Evite arrancar ou cortar os fios em excesso: dê tempo para que cresçam naturalmente.

  • Mantenha uma alimentação equilibrada: proteínas, vitaminas do complexo B e ômega-3 são importantes para a saúde dos fios.

  • Hidrate a pele ao redor: isso mantém a área saudável e favorece o crescimento.

  • Durma bem: o descanso adequado auxilia na regeneração celular, essencial para a formação de novos fios.

Por que optar por métodos naturais

Muitos produtos industrializados para engrossar sobrancelhas contêm químicos que podem causar irritação ou efeitos colaterais a longo prazo. Já a babosa e o óleo de rícino oferecem uma alternativa mais segura, aproveitando o poder dos ativos naturais para estimular o crescimento e manter a saúde dos fios. Além disso, são ingredientes acessíveis e fáceis de encontrar.

Um cuidado que vira ritual

Criar um ritual de aplicação pode transformar o tratamento em um momento de autocuidado. Separar alguns minutos para cuidar das sobrancelhas enquanto escuta música ou relaxa pode ajudar não apenas na aparência, mas também no bem-estar.

No final, a busca por sobrancelhas mais cheias não precisa envolver procedimentos caros ou invasivos. Com paciência, dedicação e os recursos certos, como a combinação de babosa e óleo de rícino, é possível alcançar resultados visíveis e duradouros.

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