Gestões municipais falham quanto a prevenção dos desastres climáticos
Quando a enchente baixa, não é apenas a lama que fica, evidencia a estrutura revelada em sua crueza: ruas rachadas, sistemas de alerta tardios, gestões locais improvisadas, casas arruinadas por erros antigos e repetidos. Fica o silêncio do poder público onde antes havia promessas de prevenção. A catástrofe climática que devastou o Rio Grande do Sul entre abril e maio de 2024 foi apenas mais um lembrete de que o Brasil ainda caminha de costas para a adaptação climática.
Caos climático
Quase 2,4 milhões de pessoas atingidas. Mais de 90% dos municípios gaúchos em estado de calamidade. R\$ 40 bilhões em prejuízos. E um país comovido pela força solidária que atravessou estados, distribuiu doações, abrigou desconhecidos. A empatia coletiva foi real. Mas é também real o abismo entre essa força da sociedade civil e a fragilidade estrutural da resposta institucional.
O Brasil registrou, em 2024, o maior número de alertas do Cemaden desde o início da série histórica. Ao mesmo tempo, menos de 15% dos mais de 5.500 municípios brasileiros têm um plano municipal de ação climática. A maioria das cidades continua reagindo aos desastres depois que eles acontecem. Enxurradas, deslizamentos, estiagens severas, ondas de calor. Tudo já previsto, mas não prevenido.
Prevenção negligenciada
E é precisamente essa falta de antecipação que cobra o preço mais cruel: vidas perdidas, bairros inteiros evacuados, pequenos comércios que não voltarão, orçamentos municipais drenados para a reconstrução de uma infraestrutura que vai ruir outra vez se nada mudar.
Não se trata de fatalismo. Trata-se de uma escolha política e orçamentária. Trata-se da ausência de um plano nacional robusto que integre prevenção, orçamento e responsabilidade federativa. Trata-se, também, de onde se decide colocar prioridade: na obra visível ou no sistema de drenagem? No viaduto ou na moradia segura para quem vive à beira do barranco?
O risco climático, aliás, não se distribui ao acaso. Ele encontra com precisão as áreas mais precárias, as populações mais vulneráveis, os territórios mais negligenciados. É nessas bordas, nas franjas urbanas onde vivem populações negras, pobres, periféricas, que os alagamentos viram tragédia. O nome disso é racismo ambiental. Um fenômeno persistente e estrutural, que não se desfaz com gestos pontuais.
Interferência na economia
Ao mesmo tempo, o setor privado já sente os abalos da inércia climática. Do agro à logística, do varejo à construção, todos enfrentam prejuízos em cascata: interrupções de operações, quebra de contratos, alta nos seguros, risco reputacional. A falta de planejamento climático virou também um problema econômico. Investidores olham para as cidades e perguntam: onde está o plano? Onde está a previsibilidade?
Sim, há esforços em curso. O Ministério do Meio Ambiente tem fomentado planos locais com recursos do PAC e do Fundo Clima. O Cemaden está ampliando a rede de alerta. Mas o ritmo é lento. E não há integração sistémica desses planos com o ciclo orçamentário. Nem incentivos claros para que o setor privado integre o risco climático em seus modelos de negócio.
Sem planejamento urbano, não há adaptação. Sem justiça social, não há resiliência. Sem política de Estado, não há futuro. A crise climática não é uma hipótese distante. Ela é um fato cotidiano. Cabe agora ao Brasil decidir se vai continuar limpando a lama ou impedir que ela volte a cobrir os mesmos endereços.
A Inteligência Artificial molda o futuro da sustentabilidade global
As evidências das alterações climáticas são cada vez mais palpáveis. Ondas de calor extremas, secas prolongadas, inundações avassaladoras e tempestades de intensidade sem precedentes têm se tornado a nova rotina do nosso planeta. Nesse cenário de urgência, a sustentabilidade nas esferas ambiental social e de governança também conhecida como ESG se consolidou como uma pauta inegociável em todos os cantos do mundo.
A necessidade de frear o impacto humano no meio ambiente e de proteger os ecossistemas para as gerações futuras nunca foi tão premente. Em resposta a essa realidade empresas de diversos setores buscam ferramentas inovadoras para medir registrar e reduzir seu impacto ecológico com precisão. A inteligência artificial IA surge nesse contexto como uma protagonista improvável mas poderosa. Cada vez mais organizações exploram seu potencial para atingir metas de sustentabilidade diminuir a pegada de carbono e pavimentar o caminho para um mundo mais verde e consciente.
Fonte: Ecooar Biodiversidade
O valor da IA para um planeta mais verde
A inteligência artificial tem o potencial de gerar um valor ambiental e econômico imenso em múltiplas áreas da nossa sociedade. Sua capacidade analítica e preditiva oferece soluções antes inimagináveis. Na agricultura por exemplo a IA facilita a agricultura de precisão otimizando o uso de recursos hídricos e insumos agrícolas reduzindo o desperdício e maximizando a produtividade.
Algoritmos avançados analisam as condições do solo preveem padrões climáticos e fornecem informações em tempo real sobre a saúde das culturas. A eficiência se traduz em menos poluição menos consumo de água e mais alimentos para a mesa. No setor energético a IA é uma peça chave para otimizar a gestão de recursos reduzindo a pegada de carbono. Ela prevê a demanda energética e torna a produção de energias renováveis como a solar e a eólica mais confiável e previsível equilibrando oferta e demanda de forma inteligente.
O setor de transportes também se beneficia enormemente com a IA. Sistemas inteligentes de logística e gestão de tráfego reduzem o consumo de combustível e melhoram a segurança nas estradas. Veículos autônomos e redes de transporte otimizadas prometem tornar a mobilidade mais eficiente e menos poluente. Na gestão da água a IA ajuda a prever a demanda detectar vazamentos e melhorar a qualidade da água por meio de análises e remediações.
A tecnologia garante um uso mais inteligente desse recurso vital combatendo o desperdício em um mundo onde a escassez hídrica é uma preocupação crescente. A IA não está apenas pronta para mudar o panorama desses setores ela já o está fazendo introduzindo eficiências que resultam tanto em benefícios ambientais quanto em economias significativas.
Acelerando o progresso da sustentabilidade com a IA
Com o auxílio da IA a internet das coisas IoT e outras tecnologias inteligentes já demonstram o potencial de gerar impactos positivos em áreas como a eficiência energética a agricultura sustentável e o conceito de cidades inteligentes. A IA oferece cinco grandes oportunidades para acelerar o progresso da sustentabilidade. A primeira delas é sua capacidade de medir registrar e interpretar dados complexos. Vivemos na era da informação mas a quantidade de dados sobre emissões de carbono uso de energia e outros esforços de sustentabilidade é tão vasta que se torna difícil de ser processada.
A IA consegue reunir esses dados multifacetados e transformá-los em informações claras e acionáveis permitindo que as organizações compreendam seu impacto atual e estabeleçam metas significativas. A tecnologia já é usada para analisar dados sobre emissões uso de energia e água infraestrutura de TI e a pegada ambiental de produtos e cadeias de suprimentos.
A segunda oportunidade é a melhoria da eficiência energética. A IA em conjunto com dados e fontes de energia renovável como eólica e solar está sendo utilizada para otimizar a gestão de energia de forma inteligente. Tecnologias avançadas como a IA e os duplos digitais permitem que as empresas equilibrem cargas integrem recursos energéticos distribuídos e automatizem operações para otimizar o uso de energia. Em terceiro lugar a IA impulsiona eficiências operacionais e de custos.
As informações geradas pela tecnologia não apenas ajudam a monitorar o impacto ambiental como também a aumentar a eficiência e reduzir custos. A análise avançada e a detecção de anomalias por meio de modelos de IA auxiliam as empresas a identificar tendências e correlações entre suas atividades e as emissões de carbono.
Construções mais sustentáveis
A quarta oportunidade é a otimização de edifícios campus e cidades. A adoção de construções mais sustentáveis e de locais inteligentes é uma solução eficaz para diminuir o impacto ambiental. A IA em conjunto com a IoT permite que líderes e desenvolvedores monitorem e gerenciem o consumo de carbono água e resíduos em edifícios comerciais e em infraestruturas urbanas. A tecnologia aumenta a eficiência reduz custos operacionais e beneficia organizações consumidores e o planeta. Por fim a quinta oportunidade se concentra em reforçar o progresso das práticas de ESG.
A IA responsável pode abordar as três preocupações do ESG. As soluções baseadas em IA não só medem e reduzem o impacto ambiental mas também promovem a inclusão a equidade a saúde e o bem estar social. Ferramentas de recrutamento com IA por exemplo auxiliam na seleção objetiva de candidatos garantindo uma força de trabalho mais diversa. Na área da saúde a IA melhora o acesso a cuidados médicos em comunidades carentes. Além disso a IA é utilizada para melhorar a transparência a conformidade regulatória e a governança empresarial automatizando tarefas e analisando grandes volumes de dados rapidamente.
A importância da IA responsável na jornada sustentável
O potencial transformador da IA na sustentabilidade é inegável mas sua implementação não está isenta de desafios éticos e sociais. É imperativo que a tecnologia seja utilizada de forma responsável para que seu impacto seja genuinamente benéfico e para que a confiança seja construída em torno de seu uso. Uma das considerações chave para a utilização responsável da IA é a navegação por cenários éticos.
O papel da IA na sustentabilidade precisa ser guiado por uma abordagem humana que reconheça diversas opiniões e promova o aprendizado contínuo. É fundamental resolver questões de viés e privacidade que podem surgir com sua implementação. A adaptação às mudanças no mercado de trabalho é outra preocupação importante. A IA inevitavelmente remodelará as profissões e é essencial que nos preparemos para essas transformações. A integração da tecnologia deve ter como objetivo aumentar a produtividade e capacitar os indivíduos em vez de simplesmente eliminar postos de trabalho.
Fonte: Trashin
Objetivo final
O objetivo final deve ser a criação de um legado positivo e duradouro para toda a sociedade. Isso significa utilizar a IA para promover a sustentabilidade de uma forma que beneficie a todos sem exceção. A responsabilidade na IA não se trata apenas de usar a tecnologia para fins sustentáveis mas de fazê-lo de maneira eticamente correta e socialmente responsável.
O desenvolvimento sustentável que busca suprir as necessidades do presente sem comprometer as gerações futuras é uma prioridade global. A agenda 2030 da ONU com seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ODS estabelece um plano ambicioso para enfrentar desafios como pobreza desigualdade e questões ambientais. A IA está se mostrando uma poderosa aliada para atingir esses objetivos em áreas como energia limpa e acessível agricultura e gestão de infraestrutura.
Apesar dos riscos as consequências das mudanças climáticas são urgentes demais para ignorarmos o potencial da IA. Clientes investidores e a sociedade como um todo esperam que as organizações priorizem a sustentabilidade. E não se trata apenas de uma questão de responsabilidade a sustentabilidade é um bom negócio. Ao focar em práticas verdes as empresas podem construir a confiança na marca aumentar a fidelidade dos clientes e melhorar a satisfação dos colaboradores.
O momento de encontrar formas inovadoras de acelerar o progresso da sustentabilidade é agora e a inteligência artificial oferece um caminho promissor para essa jornada. A tecnologia pode ser a chave que faltava para traduzir a urgência em ação e a intenção em resultados concretos construindo um futuro mais resiliente e equitativo para todos.
BP anuncia megadescoberta de óleo e gás no Brasil e reaviva sua estratégia global
O anúncio da BP ecoou como um tremor no mercado global de energia. No coração da Bacia de Santos, em águas brasileiras, a multinacional revelou ter feito sua maior descoberta de óleo e gás nos últimos 25 anos. O feito não poderia ter chegado em melhor hora, afinal a empresa, que recentemente tentou uma guinada para as energias renováveis e voltou a se focar nos combustíveis fósseis, está sob os holofotes do setor em meio a rumores de que a Shell estaria preparando uma oferta de aquisição.
O megapoço, localizado no campo de Bumerangue, a 400 quilômetros da costa do Rio de Janeiro, se transformou no novo trunfo da companhia. Com mais de 300 quilômetros quadrados de extensão, o campo foi arrematado pela BP em 2022 e a empresa detém 100% da sua exploração.
Fonte: Bnamericas
A geologia do sucesso e os desafios à frente
O que torna essa descoberta ainda mais estratégica é a participação irrisória que a BP terá de repassar à União. Enquanto outros campos do pré-sal exigem até 50% de lucro para o governo, o de Bumerangue terá uma taxa de apenas 5,9%. É um negócio da China em uma região que, nos últimos 14 anos, já produziu mais de 7 bilhões de barris de petróleo e gás, consolidando o Brasil como uma potência global no setor.
A notícia, como era de se esperar, impulsionou a empresa na bolsa. O papel subiu 1,85% após a revelação, ainda que em um cenário de queda acumulada de 5,8% nos últimos doze meses. Contudo, nem tudo é um mar de rosas. A BP precisa agora confirmar o potencial do poço 1 BP 13 SPS, que, segundo as primeiras análises, apresenta altos níveis de dióxido de carbono. A presença do gás pode encarecer e complicar a extração.
O longo e tortuoso caminho da extração
O sucesso inicial não garante a viabilidade econômica de um poço. A história do campo de Libra, da Petrobras, serve como um alerta. O local também parecia promissor, mas a área economicamente viável acabou se restringindo a uma pequena fração da estrutura total. Para a BP, o caminho até a produção efetiva pode durar de quatro a dez anos, segundo especialistas consultados pelo Financial Times. Durante esse período, a empresa terá de superar obstáculos técnicos e regulatórios, além de lidar com a volatilidade do mercado. Mesmo assim, a descoberta se junta a outras nove feitas pela BP em 2025, representando a maior delas desde 1999, quando a empresa perfurou o campo de gás de Shah Deniz no Mar Cáspio.
Fonte: Adobe
O Brasil no epicentro das grandes descobertas
O governo brasileiro, por sua vez, acompanha com entusiasmo a saga da BP. A busca por novos poços de exploração é uma prioridade para manter o nível de produção elevado e garantir a robustez da economia nacional. A BP, que está no Brasil há 50 anos, tem participações em oito campos offshore e opera quatro deles, demonstrando seu compromisso de longa data com o país.
A descoberta de Bumerangue pode ser a cereja do bolo, consolidando a posição da empresa e do Brasil como protagonistas no cenário energético mundial. Se confirmada a viabilidade do poço, essa revelação não apenas fortalecerá a BP em meio a rumores de aquisição, mas também garantirá uma nova fonte de riqueza para o país, reafirmando sua importância no mapa global da produção de óleo e gás. O futuro do mercado de energia, ao que tudo indica, continua a ter o Brasil como um de seus pontos centrais.
Mudanças climáticas e perda de biodiversidade são desafios globais que precisam ser enfrentados por meio de uma combinação de medidas. Os habitats sequestradores de carbono marinho (“habitats de Carbono Azul”) são globalmente reconhecidos por seu papel na mitigação das mudanças climáticas e por seus cobenefícios e funções ecossistêmicas, por exemplo, como provedores de habitat. Aqui, apresentamos uma visão geral do conhecimento existente e das lacunas de conhecimento identificadas na pesquisa sobre Carbono Azul, com foco nos potenciais ecossistemas de Carbono Azul (ECBs) da costa alemã. Esse estudo recomenda uma estratégia dupla, não apenas para evitar a liberação adicional de carbono já armazenado por meio da conservação de ecossistemas e governança e gestão sustentáveis, mas também para aumentar o armazenamento líquido de carbono por meio do (re)estabelecimento de BCEs.
Pradarias de ervas marinhas, pântanos salgados e sedimentos marinhos sequestram dióxido de carbono, mitigando as mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, aumentando a biodiversidade marinha local e proporcionando proteção costeira. A capacidade de sequestro de carbono dos ecossistemas de Carbono Azul da Alemanha é relativamente pequena em comparação com as emissões totais de gases de efeito estufa do país.
Por esse motivo, é essencial priorizar a proteção ideal dos ecossistemas de Carbono Azul existentes. Em um estudo na Estuarine, Coastal and Shelf Science, uma equipe de pesquisadores liderada por Julian Koplin (AWI/RIFS) e Corina Peter (AWI) defende medidas para fortalecer os ecossistemas de Carbono Azul, alinhando a ação climática com as metas de biodiversidade.
“As mudanças climáticas e a perda de biodiversidade estão entre os desafios globais mais urgentes. Os ecossistemas de carbono azul — ou seja, ecossistemas marinhos e costeiros que sequestram carbono e o armazenam em longas escalas de tempo — ajudam a resolver ambos os problemas: mitigam as mudanças climáticas e cumprem funções ecossistêmicas importantes”, afirma Koplin.
Distribuição e tipo de sedimentos marinhos para o Mar do Norte da Alemanha (esquerda) e o Mar Báltico da Alemanha (direita) . Parte esquerda da figura baseada em Laurer e Zeiler, (2014). Parte direita da figura baseada em BSH, (2016)
Pradarias de ervas marinhas e pântanos salgados já são definidos como ecossistemas de carbono azul no norte da Europa. As contribuições de macroalgas, sedimentos marinhos e recifes biogênicos ainda não foram esclarecidas de forma conclusiva e continuam sendo estudadas.
Pesquisa sobre carbono azul em ascensão
Os autores enfatizam a necessidade de padronizar métodos de medição, expandir inventários e aprimorar os dados sobre ecossistemas de Carbono Azul para preencher as lacunas de conhecimento existentes. A pesquisa sobre Carbono Azul está em ascensão, como evidenciado por inúmeros projetos recém-financiados em todo o mundo. Na Alemanha, o acordo de coalizão, o Programa de Ação para a Proteção do Clima Natural e a Estratégia Nacional para o Uso Sustentável e Proteção dos Oceanos consideram a pesquisa sobre Carbono Azul uma prioridade.
O estudo argumenta que a estratégia de Carbono Azul da Alemanha poderia ser ainda mais fortalecida por meio de pesquisas mais robustas. A estratégia se baseia no “Plano de Ação Federal para Soluções Baseadas na Natureza para o Clima e a Biodiversidade” de 2023.
Diretivas da UE, como a Diretiva Habitats, a Diretiva-Quadro Estratégia Marinha e a Lei de Restauração da Natureza, que entraram em vigor na UE em junho de 2024, estabelecem metas abrangentes, incluindo a proteção de 30% das áreas terrestres e marinhas e a manutenção ou restauração de habitats para “bom estado ecológico” — incluindo muitos ecossistemas de Carbono Azul.
Protegendo reservatórios de carbono como o Mar de Wadden
Os pesquisadores concluem que, embora já existam abordagens estratégicas promissoras, uma estrutura de governança abrangente e coordenada deve ser desenvolvida para alinhar as políticas regionais, nacionais e europeias, promover uma colaboração intersetorial eficaz e reduzir a fragmentação.
Acreditamos ser particularmente importante desenvolver salvaguardas legais, mas também desenvolver indicadores para monitorar e verificar mudanças no armazenamento de carbono a longo prazo ao longo do tempo. Um plano nacional de restauração do Carbono Azul poderia fortalecer as sinergias entre as estratégias existentes de restauração, conservação e ação climática”, afirma Koplin.
Na Alemanha, o foco principal deve ser proteger os estoques de carbono marinho existentes para evitar a liberação adicional de carbono já armazenado. Ao mesmo tempo, os esforços de restauração devem visar ecossistemas onde os potenciais de sequestro de carbono e os benefícios para a biodiversidade possam ser maximizados.
Em áreas densamente povoadas e intensamente utilizadas, como o litoral alemão, interesses conflitantes e pressões econômicas aumentam a complexidade. Enfrentar esses desafios exige a consideração cuidadosa de fatores sociais e políticos. O envolvimento precoce dos grupos afetados é crucial para alcançar resultados eficazes, explicam os autores. As funções ecológicas, econômicas e sociais dos ecossistemas de Carbono Azul e sua contribuição para o desenvolvimento sustentável das regiões e comunidades envolvidas devem ser cuidadosamente equilibradas, a fim de minimizar conflitos, fomentar o apoio público e garantir sua gestão sustentável.
Desenvolvimento do habitat dos locais de restauração de pântanos salgados antes e depois da abertura do dique de verão. a) Hauener Hooge (período de monitoramento: 22 anos), b) Langwarder Groden (período de monitoramento: 5 anos).
Embora as soluções baseadas na natureza desempenhem um papel vital, a mitigação das mudanças climáticas não pode depender apenas delas. Uma mitigação eficaz e sustentável é um desafio complexo e multifacetado, sendo a prevenção de emissões a principal prioridade. Além disso, as mudanças climáticas em curso também representam riscos significativos para os ecossistemas de Carbono Azul.
Depois que o sol se pôr, o que acontecerá com o sistema solar — e quanto tempo isso durará?
Nosso sistema solar existe há 4,6 bilhões de anos . Embora pareça muito tempo, é apenas um pequeno detalhe na história de 13,8 bilhões de anos do universo. E um dia, o sistema solar deixará de existir.
Mas quando o sistema solar acabará? E como ele se extinguirá?
As respostas a essas perguntas dependem de como definimos a morte do sistema solar.
Os limites exatos do sistema solar são objeto de debate , mas há três candidatos principais: o Cinturão de Kuiper , uma região de objetos gelados além de Netuno; a heliopausa, onde termina o campo magnético do Sol ; e a nuvem de Oort, uma nuvem de gelo teórica situada além do Cinturão de Kuiper e da heliosfera.
E, claro, no centro de tudo isso, o Sol mantém tudo unido com sua imensa gravidade .
Mas, uma vez que esse combustível de hidrogênio se esgote, o Sol se tornará cada vez mais instável. Seu núcleo entrará em colapso, sua superfície se expandirá e ele se transformará em uma gigante vermelha fria e inchada que engolfará Mercúrio e, em seguida, Vênus .
Embora nosso planeta possa estar na fronteira da superfície da gigante vermelha, disse Adams, é provável que também seja sugado para dentro dela. A essa altura, porém, os humanos já terão desaparecido há muito tempo . Marte provavelmente sobreviverá à gigante vermelha , e os planetas exteriores estarão todos em segurança fora do alcance da gigante vermelha. A nuvem de Oort também será desestabilizada, disse Stern, e a heliosfera encolherá.
A evolução do Sol
Cerca de um bilhão de anos depois, o Sol encolherá até o tamanho da Terra e se transformará em uma anã branca — um núcleo opaco e extremamente denso de seu antigo corpo. O sistema solar se tornará um lugar gélido e desolado.
“Do ponto de vista da habitabilidade, esse é o fim do sistema solar”, disse Alan Stern , cientista planetário e principal pesquisador da missão New Horizons da NASA, à Live Science.
Embora a morte do Sol marque o fim do sistema solar como o conhecemos, isso não significa necessariamente seu fim total. “Uma resposta estrita e nerd é que o sistema solar nunca acabará devido à evolução do Sol” ou à morte do Sol, disse Stern. Mesmo quando o Sol for apenas cinzas queimadas, disse ele, muitos objetos — incluindo planetas gigantes como Júpiter — continuarão a orbitá-lo.
Espera-se que o Sol dure mais 5 bilhões de anos, quando se tornará instável e se transformará em uma gigante vermelha
Ainda mais adiante, disse Adams, a probabilidade de eventos raros aumenta. Sem a força gravitacional do Sol, o sistema solar se tornará cada vez mais caótico , à medida que seu equilíbrio gravitacional se altera. O risco de colisões, estrelas passageiras ou supernovas se aproximando demais do sistema solar e, em seguida, destruindo seus corpos celestes e rochas espaciais também será ampliado.
“Não estamos apenas esperando até que o universo tenha o dobro da idade. Estamos esperando até que ele seja um bilhão de vezes mais velho, um trilhão de vezes mais velho e um quatrilhão de vezes mais velho”, explicou ele. “Se você esperar, essas enormes escalas de tempo e eventos raros começam a se acumular. É como se fosse raro você ganhar na loteria, mas se você jogar um bilhão de vezes, suas chances aumentarão”.
Mesmo que o sistema solar seja poupado de uma colisão catastrófica, ela não durará para sempre. Alguns cientistas também acreditam que os prótons que compõem o nosso universo irão decair . O fenômeno nunca foi observado, mas experimentos teóricos estimam a vida útil do próton em mais de 10 34 anos, e esse número pode ser ainda mais adiado à medida que os experimentos sobre sua longevidade continuam.
O sopro ancestral da floresta Amazônica pulsa em cada página deste novo capítulo de ambições corporativas e preocupações climáticas, e quando olhamos para as planícies verdejantes do Acre, não vemos apenas árvores milenares, vislumbramos os reflexos de uma economia global que busca, a cada passo, reconciliar lucro e preservação.
Projeto Envira REDD+
Foi nesse cenário, colorido pelas margens do Rio Envira, que ATPI, a gigante dos serviços de viagens de negócios, escolheu fincar sua bandeira de sustentabilidade: o projeto Envira REDD+ chega como um convite para repensar nossas pegadas de carbono, transportar-nos para uma narrativa em que o cuidado com o outro (humano ou vegetal) torna-se medida de sucesso.
Imagem: TV Brasil via Agência Brasil
A história começa longe dali, em salas de reunião de multinacionais e em planilhas repletas de dados de emissão. Nessas reuniões, surgia uma reivindicação clara: “Preciso de algo mais do que promessas; quero soluções palpáveis, alinhadas ao território onde atuo”. Era esse o apelo de grande parte dos clientes de ATPI, especialmente daqueles com interesses espalhados pelo continente sul-americano. A empresa, então, decidiu expandir seu portfólio global de compensação de carbono, o ATPI Halo, e para isso, encontrou em Respira International o parceiro perfeito: uma organização com reputação de rigor e projetos certificados segundo altos padrões internacionais.
Três pilares
O projeto Envira REDD+ ganha forma a partir de três pilares que se entrelaçam como cipós: proteção ambiental, engajamento comunitário e integridade financeira. No primeiro, atua como muralha viva contra o desmatamento e a degradação florestal de uma área superior a 39 000 hectares, tamanho equivalente a quase cinquenta mil campos de futebol dispostos lado a lado. Ali, cada árvore preservada é um bastião contra a liberação de milhões de toneladas de dióxido de carbono na atmosfera.
No segundo, proporciona aos moradores locais, comunidades ribeirinhas e populações tradicionais, novos horizontes de renda, baseados em práticas que respeitam o pulso da floresta, em vez de dilacerá-lo. No terceiro, entrega aos investidores créditos de carbono com selo tríplice-ouro do Climate, Community & Biodiversity Standards e classificação BBB pela BeZero Carbon, dois reconhecimentos que dispõem clareza e confiança a quem busca compensar emissões de forma séria.
Investimento ambiental
Petrobras, gigante nacional de energia, não apenas abraçou a iniciativa, mas investiu recursos que ultrapassam a simples compra de créditos emitidos em 2020: comprometeu-se com aportes de até 120 milhões de dólares para fortalecer o mercado brasileiro de carbono. Essa decisão transborda o campo simbólico; aflora uma transformação de mentalidade corporativa, que entende investimento ambiental como alicerce para a longevidade dos próprios negócios.
Não por acaso, Netflix e Lavazza também aparecem como coadjuvantes desta trama, conferindo maior amplitude e reconhecendo que, em tempos de visibilidade global, alinhar-se a projetos de alta integridade confere não apenas reputação, mas sentido.
Perdidos em meio à complexa teia de certificações e selos, poderíamos esquecer que, por trás de cada etapa, habitam pessoas com rostos marcados pelo labor diário. Caminhar por Trilhas de terra vermelha, ladeadas por igarapés e bromélias que se penduram como lustres naturais, é entender que a floresta fala uma língua própria, feita de pingos de chuva, cantos de pássaros e estalos de galhos. E que essa linguagem precisa ser traduzida em oportunidades concretas, como oficinas de marcenaria sustentável ou produção de mel orgânico.
Ao incentivar o protagonismo local, o Envira REDD+ evita dois erros comuns: o paternalismo e o silenciamento. Ao invés de apenas “doar” dinheiro, investe em autonomia. Ao invés de “impor” práticas, escuta histórias.
confluências corporativas e saberes ancestrais
Eis, então, a magia dessa confluência entre travessias corporativas e saberes ancestrais: a construção de um mecanismo de mercado que respeita os ciclos da natureza. A cada crédito de carbono adquirido, registra-se o compromisso de evitar uma tonelada de CO₂, mas também o compromisso de fortalecer cadeias produtivas de baixo impacto. Em muitas iniciativas anteriores, compensação significava, às vezes, deslocar problemas: reflorestar em um país para “descontar” emissões feitas em outro. No projeto Envira REDD+, porém, a territorialidade é central.
Os créditos são gerados no mesmo chão onde, dias antes, gado e roças de queimada ameaçavam abrir clareiras. Ali, cada hectare protegido é um pacto ambiental e social, firmado com testemunhas invisíveis — onças, macacos e insetos que, silenciosos, esperam não ser relegados ao esquecimento.
Num balanço rápido, o ATPI Halo já negociou mais de cinquenta mil créditos, o que significa compensar emissão equivalente a conduzir um automóvel a gasolina por 250 000 000 de milhas, ou abastecer quase 10 000 lares durante um ano. Números impressionantes, de fato, mas insuficientes se não se prestarem a nos lembrar que, para cada tonelada de carbono que deixamos de acumular na atmosfera, existe uma cadeia de escolhas cotidianas: identificar a viatura mais eficiente, repensar o deslocamento até uma reunião, priorizar conexões virtuais sempre que possível.
Não é trivial medir o impacto de ações feitas à distância: quantas árvores seguem vivas graças a um clique num painel online de compensação? Quantas comunidades viram crescer aulas de capacitação e quadros de saúde mental fortalecidos? Por isso, o olhar de Pippa Ganderton, diretora do ATPI Halo, vai além dos gráficos: “Este projeto vai ao encontro do que nossos clientes desejam: soluções de integridade que gerem valor ambiental e social tangível.
O Envira REDD+ reverbera na Amazônia e ecoa nos balanços de quem tem operações na América do Sul.” O gesto de Ganderton manifesta algo mais amplo: a vontade de construir pontes entre mundos que, historicamente, se ignoraram, o corporativo e o comunitário, o urbano e o rural, o moderno e o tradicional.
Preservação e economia sustentável
Em paralelo, não podemos desconsiderar a dimensão financeira: com preço indicativo de 12 dólares por tonelada em 2025, o Envira REDD+ oferece uma opção competitiva para empresas de energia e parceiros de cadeia de suprimentos. Investir na preservação é, também, abraçar uma economia que se sustenta em fluxos de capital responsáveis. Quem olha apenas para o menor custo de curto prazo corre o risco de arcar, no futuro, com despesas elevadas de adaptação e reparação: calamidades climáticas, crises de abastecimento de água, instabilidades sociais.
Permitir que esse projeto se mova é, assim, um passo de dança cuidadoso: é entender que o valor real não está apenas no crédito financeiro, mas na história compartilhada entre quem financia e quem vive diariamente sob a copa das árvores. Muitos se referem ao Acre como “a ponta do diamante verde da Amazônia”, e não por acaso: é ali que se testam estratégias de desenvolvimento que poderiam, um dia, virar referência global. Se outrora se acreditava que a grandeza de uma nação se mediria pela expansão de seu PIB, hoje começamos a compreender que a verdadeira prosperidade talvez consista na capacidade de proteger e regenerar seus próprios ecossistemas.
Em tempos de discursos apocalípticos e manchetes alarmantes, o Envira REDD+ aparece como um antídoto de esperança. Não elimina o desmatamento da noite para o dia, tampouco promete soluções milagrosas. Adota, porém, uma postura paciente: valoriza o lento crescimento de plântulas, o amadurecimento de práticas comunitárias e a solidez de contratos transparentes. Há, em cada hectare preservado, o testemunho de que a ação coletiva, unindo o bolso do investidor, o saber tradicional e a ciência moderna, pode gerar alternativas reais ao enigma climático.
Desafios
E, ao mesmo tempo, representa um desafio de continuidade. Sustentabilidade não é um destino, mas uma jornada repleta de curvas: é preciso manter o monitoramento, combater a ilegalidade, fidelizar novos compradores de crédito e, acima de tudo, inspirar outras empresas a pensar em termos de territorialidade e justiça socioambiental. Sem isso, corre-se o risco de que projetos isolados sejam engolidos pela lógica predominante de ganhos imediatistas.
Assim, quando olhamos para o projeto Envira REDD+, não enxergamos apenas a extensão de uma floresta que resiste, mas o reflexo de perguntas urgentes: de que forma queremos viajar pelo planeta? Que legado ambienta e social queremos deixar? E, sobretudo, como reinventar o contrato tácito entre empresa e comunidade para que ambos prosperem sem explorar o outro?
ATPI Lança Envira REDD+ no Acre: Crédito de Carbono de Alta Integridade com Petrobras, Netflix e Lavazza
A expansão do ATPI Halo para o Acre é, portanto, mais do que um passo corporativo: é um convite para reencontrar nosso lugar na teia da vida. A floresta não é apenas um recurso, é interlocutora de uma trama complexa, que envolve cada página virada em relatórios de sustentabilidade e cada sorriso de quem, pela primeira vez, vislumbra um futuro de renda e floresta de mãos dadas. Se estivermos dispostos a ouvir esse sopro ancestral, talvez descubramos que o maior crédito de carbono que podemos comprar é aquele que preserva a própria capacidade de sonhar com um mundo em que a natureza não seja dívida, mas riqueza compartilhada.
A dracena tricolor, com suas folhas alongadas em tons de verde, rosa e creme, é uma planta que rouba a cena em qualquer ambiente. Seja dentro de casa ou em jardins externos, ela chama atenção pela elegância e contraste natural das cores. Mas para manter essa exuberância viva — literalmente — é preciso mais do que regar de vez em quando. A escolha do local, o preparo do solo, a forma de plantio e os cuidados com luz e poda são determinantes para manter as folhas vibrantes.
Neste artigo, você vai aprender como plantar a dracena tricolor do jeito certo e quais são os segredos para evitar que as folhas desbotem, sequem ou percam o brilho com o tempo.
Por que escolher a dracena tricolor?
A Dracaena marginata ‘Tricolor’ é uma das variedades mais desejadas da família das dracenas por seu efeito ornamental. Suas folhas finas têm bordas avermelhadas, faixas verdes e um centro creme ou rosado, que mudam levemente de tom conforme a luminosidade do ambiente. Além da beleza, ela também é resistente, de crescimento controlado e excelente para vasos decorativos.
Além disso, estudos mostram que a dracena ajuda na purificação do ar, tornando o ambiente mais leve — estética e energeticamente.
Melhor local para plantar a dracena tricolor
Essa planta precisa de luz indireta intensa para desenvolver bem suas cores. Em locais sombreados, ela tende a perder o tom avermelhado das bordas e ficar esverdeada, sem o contraste que caracteriza a variedade.
Locais ideais:
Ambientes internos próximos a janelas bem iluminadas (sem sol direto intenso);
Varandas cobertas ou áreas de meia-sombra no jardim;
Espaços com luz filtrada por cortinas ou brises.
Evite deixá-la sob sol direto forte por muitas horas — isso pode causar queimaduras nas folhas, especialmente nas pontas.
Como preparar o solo ideal
A dracena tricolor gosta de solo leve, bem drenado e ligeiramente ácido. Aqui vai uma receita prática de substrato:
1 parte de terra vegetal
1 parte de areia grossa
1 parte de húmus de minhoca ou composto orgânico
Opcional: um punhado de carvão triturado para absorver umidade excessiva
Se for plantar em vaso, garanta que haja furos de drenagem no fundo e use argila expandida ou brita como camada inferior antes do substrato.
Passo a passo para plantar a muda
Escolha uma muda saudável, com folhas firmes e sem pontas secas.
Cave um buraco proporcional ao torrão da muda (ou prepare o vaso).
Posicione a planta com cuidado, mantendo a base do caule visível.
Complete com o substrato e pressione levemente.
Regue em seguida, mas sem encharcar.
Nos primeiros dias após o plantio, mantenha a planta em local protegido do vento e do sol forte, para que ela se adapte sem estresse.
Rega e frequência: o equilíbrio faz diferença
A dracena tricolor não gosta de solo encharcado, mas também não resiste bem a longos períodos de seca. A regra é simples: regue quando os 3 primeiros centímetros do solo estiverem secos ao toque.
Dicas práticas:
No verão, a rega pode ser feita a cada 2 a 3 dias, dependendo do clima.
No inverno, reduza para 1 vez por semana ou menos.
Use sempre água em temperatura ambiente e evite molhar diretamente as folhas.
Como manter as folhas vibrantes e coloridas
A coloração da dracena tricolor depende diretamente da iluminação, mas há outros fatores que influenciam no brilho e na saúde da planta:
Adubação: a cada 2 meses, aplique um fertilizante equilibrado (NPK 10-10-10) ou orgânico líquido rico em potássio.
Poda de manutenção: retire folhas secas ou com pontas queimadas com uma tesoura limpa, cortando sempre na base da folha.
Limpeza foliar: passe um pano úmido nas folhas a cada 15 dias para remover poeira — isso ajuda na fotossíntese e na estética.
Rotação do vaso: se estiver em ambiente interno, gire o vaso a cada 15 dias para garantir que todos os lados recebam luz igual.
Problemas comuns e como resolver
Pontas secas ou queimadas: pode ser excesso de sol direto ou baixa umidade do ar. Mova a planta para local mais protegido e borrife água ao redor nos dias secos.
Folhas desbotando: falta de luz ou excesso de nitrogênio no adubo. Reforce a iluminação e use fertilizante balanceado.
Caule mole ou folhas caindo: indica excesso de água e possível apodrecimento das raízes. Suspender a rega e replantar em substrato seco pode salvar a planta.
Pode cultivar na água?
Diferente de outras espécies, como lírio-da-paz ou jiboia, a dracena tricolor não se desenvolve bem em cultivo exclusivamente hidropônico. Ela até pode enraizar na água, mas o ideal é transferi-la para o solo assim que surgir o primeiro sinal de raízes.
Transformando o ambiente com elegância natural
A dracena tricolor é uma daquelas plantas que impõem presença sem exageros. Quando bem cuidada, ela vira protagonista de qualquer espaço — seja no hall de entrada, na sala, no escritório ou no jardim.
Mais do que beleza, ela transmite equilíbrio, cuidado e atenção aos detalhes. E cultivar essa energia começa com algo tão simples quanto escolher o vaso certo e posicioná-la perto da luz.
A 30ª edição do Futurecom, maior evento de tecnologia e conectividade da América Latina, acontece de 30 de setembro a 2 de outubro de 2025 no São Paulo Expo, reunindo mais de 300 marcas expositoras e cerca de 30 mil profissionais em uma área de 25 mil metros quadrados. Neste ano, o encontro ganha ainda mais relevância com o lançamento oficial do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) e com debates aprofundados sobre a convergência entre conectividade inteligente e ecossistemas digitais. Esses dois eixos temáticos prometem redesenhar a trajetória da inovação no país, articulando investimentos robustos, diretrizes éticas e a aplicação prática de soluções tecnológicas em diversos setores da economia e da sociedade Futurecom.
Implementação do Plano Nacional de Inteligência Artificial
O Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, apresentado em julho de 2025 durante a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, prevê um aporte de R$ 23 bilhões ao longo dos próximos quatro anos, com recursos provenientes de fontes federais, estatais, fundos complementares e investimentos privados. A iniciativa tem como meta posicionar o Brasil na fronteira mundial da pesquisa, do desenvolvimento e da aplicação de sistemas inteligentes, fortalecendo a competitividade digital e promovendo inclusão social por meio de soluções baseadas em inteligência artificial Futurecom.
Eixos estratégicos do PBIA
Para garantir a eficácia e o alcance abrangente do seu programa, o PBIA está estruturado em cinco eixos estratégicos, cada um focado em uma vertente crítica para o ecossistema de IA:
Infraestrutura e desenvolvimento: fortalecimento de data centers, redes de alta capacidade e implantação de um supercomputador de alta performance para pesquisa aplicada;
Formação e capacitação: requalificação e treinamento de mais de 200 mil profissionais para suprir a demanda por competências digitais avançadas;
Inovação empresarial: estímulo a parcerias entre startups, empresas de base tecnológica e grandes corporações, com direcionamento de 60% do orçamento para projetos de pesquisa e desenvolvimento;
Serviços públicos: digitalização de processos governamentais, uso de IA para otimizar a oferta de serviços à população e incremento da eficiência operacional em áreas como saúde, educação e segurança;
Regulação: elaboração de um marco regulatório nacional para IA até 2027, incluindo diretrizes éticas, padrões de avaliação de riscos e a criação de um comitê multissetorial de monitoramento Futurecom.
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Entre as medidas iniciais do plano, está a consolidação do Observatório Brasileiro de Inteligência Artificial e a criação do Centro Nacional de Transparência Algorítmica, responsáveis por acompanhar os impactos sociais, económicos e éticos das aplicações de IA. O fortalecimento do Instituto de Inteligência Artificial do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) como polo de pesquisa aplicada e cooperação internacional também figura entre as prioridades. Além disso, prevê-se a publicação de guias nacionais de IA ética e a definição de padrões técnicos para avaliação e mitigação de riscos em setores estratégicos como energia, transporte e finanças
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Exemplos práticos de convergência
Entre os casos de uso apontados, destacam-se as plataformas de varejo omnichannel, que unem experiências físicas e digitais para aprimorar a jornada do consumidor; a indústria 4.0, com fábricas inteligentes capazes de autoajuste e manutenção preditiva; a telemedicina, que amplia o acesso a serviços de saúde; e a agricultura de precisão, fundamentada em sensores e algoritmos para otimizar o uso de insumos. Cidades inteligentes, bancos digitais e novas modalidades de startups também ilustram a amplitude das possibilidades geradas pela convergência das tecnologias Futurecom.
A convergência entre conectividade e ecossistemas digitais tende a influenciar fortemente diversos segmentos econômicos:
Saúde: adoção de soluções de telemonitoramento e diagnósticos assistidos por inteligência artificial;
Agronegócio: uso de drones, sensores e análise preditiva para aumentar produtividade e reduzir desperdícios;
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Serviços financeiros: plataformas open banking e crédito baseado em dados comportamentais;
Cidades: gestão integrada de trânsito, iluminação pública e segurança, com monitoramento em rede Futurecom.
Estrutura e programação do Futurecom 2025
O evento está dividido em três trilhas principais:
Future Congress: temas de conectividade, transformação digital, inteligência artificial e aplicações setoriais;
Future Cyber: desafios e soluções em cibersegurança, privacidade e governança de dados;
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Além dos keynotes e painéis, há meetups por segmento, exposições de soluções inovadoras, espaços temáticos como ISP Next Level e Future Talks, promovendo networking qualificado e troca de conhecimento entre empresas, startups, órgãos públicos e centros de pesquisa
Papel estratégico do Futurecom
Desde sua primeira edição, o Futurecom consolidou-se como plataforma B2B que opera o ano todo, oferecendo soluções de conectividade e tecnologia para diversos setores da economia. Como um hub essencial, conecta fornecedores de infraestrutura, empresas de telecomunicações, desenvolvedores de software e órgãos governamentais, fomentando parcerias capazes de acelerar a adoção de tecnologias emergentes. A sinergia entre o lançamento do PBIA e os debates sobre convergência digital fortalece o posicionamento do Brasil como protagonista na revolução tecnológica global
Perspectivas para o ecossistema de tecnologia
Com o Plano Nacional de Inteligência Artificial e a ênfase em conectividade inteligente, o Brasil sinaliza a consolidação de um ecossistema capaz de atrair investimentos internacionais, reter talentos e promover inovação sustentável. A previsão de um marco regulatório até 2027, aliada a iniciativas de capacitação e infraestrutura, cria condições para que startups e empresas maduras incrementem processos, lancem novos produtos e ampliem mercados. Ao oferecer 25 mil metros quadrados de exposição e uma programação diversificada, o Futurecom 2025 reforça seu papel como catalisador de oportunidades em um ambiente cada vez mais digital e colaborativo
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Se você está em busca de um tratamento natural para fortalecer os cabelos, reduzir a queda e estimular o crescimento, o chá de alecrim pode ser a resposta que faltava no seu cuidado capilar. Essa erva aromática, tão presente na cozinha brasileira, também é rica em propriedades que beneficiam diretamente a saúde do couro cabeludo e dos fios.
O uso do alecrim como tônico capilar vem ganhando espaço entre dermatologistas, especialistas em tricologia e, claro, entre quem busca soluções acessíveis e livres de química pesada. Neste artigo, você vai entender como o alecrim age nos cabelos, aprender a preparar o chá corretamente e aplicá-lo da forma mais eficaz — além de descobrir algumas verdades e mitos sobre esse tratamento.
Por que o chá de alecrim é tão bom para os cabelos?
O alecrim (Rosmarinus officinalis) é rico em antioxidantes, flavonoides, ácidos fenólicos e óleos essenciais como o cineol e o ácido rosmarínico. Essas substâncias possuem ação anti-inflamatória, antisséptica, estimulante e tonificante. Quando aplicadas no couro cabeludo, elas:
Ativam a circulação sanguínea local, o que melhora a oxigenação e nutrição dos folículos capilares. Isso é essencial para estimular o crescimento saudável.
Reduzem a oleosidade excessiva, sem ressecar o couro cabeludo, ajudando a manter o equilíbrio da microbiota da pele.
Combatem a queda capilar causada por fatores como estresse, excesso de oleosidade ou inflamação.
Fortalecem os fios desde a raiz, deixando-os mais resistentes à quebra.
Ajudam no controle da caspa leve, graças à sua ação antifúngica suave.
Como preparar o chá de alecrim para uso capilar
É fundamental preparar o chá de forma correta, evitando fervuras excessivas que podem alterar suas propriedades.
Ingredientes:
2 colheres de sopa de folhas secas ou um punhado de folhas frescas de alecrim
300 ml de água filtrada
Modo de preparo:
Ferva a água e desligue o fogo assim que alcançar a ebulição.
Adicione o alecrim, tampe e deixe em infusão por 15 a 20 minutos.
Coe, deixe esfriar completamente e transfira para um borrifador ou frasco com tampa.
Evite guardar o chá por muitos dias. O ideal é usá-lo em até 3 dias se mantido na geladeira.
Como aplicar o chá de alecrim nos cabelos
Existem diferentes formas de uso, dependendo da sua rotina e objetivos:
Tônico diário (sem enxágue)
Com os cabelos secos ou úmidos, borrife o chá diretamente no couro cabeludo.
Massageie com as pontas dos dedos por 2 a 3 minutos.
Não precisa enxaguar.
Último enxágue após a lavagem
Após lavar os cabelos normalmente com shampoo e condicionador, despeje o chá de alecrim já frio por todo o couro cabeludo.
Deixe secar naturalmente, sem enxaguar.
Compressa estimulante 2x por semana
Umedeça um pedaço de algodão ou gaze com o chá.
Aplique por todo o couro cabeludo com suaves pressões, sem esfregar.
Massageie e deixe agir por pelo menos 30 minutos antes de lavar.
Com que frequência usar?
O uso pode ser diário como tônico, ou 2 a 3 vezes por semana como complemento à rotina de lavagem. Resultados costumam aparecer a partir de 3 a 4 semanas, com fios mais firmes, couro cabeludo equilibrado e, em muitos casos, início de novos brotos capilares.
Quem pode usar? Existem contraindicações?
O chá de alecrim é considerado seguro para uso externo, inclusive em gestantes, desde que não haja alergia prévia. Ainda assim, recomenda-se:
Fazer um teste de sensibilidade antes (aplicando um pouco atrás da orelha ou no antebraço).
Evitar o uso em feridas abertas ou irritações graves no couro cabeludo.
Consultar um dermatologista se a queda for intensa ou associada a outros sintomas.
Mitos e verdades sobre o uso de alecrim no cabelo
“Deixa o cabelo mais escuro” – Parcialmente verdadeiro: o uso contínuo pode realçar o tom natural dos fios escuros, mas não tinge cabelos brancos ou loiros.
“Faz o cabelo crescer mais rápido” – Verdadeiro com ressalvas: o chá estimula os folículos, mas o crescimento depende também de fatores hormonais, genéticos e nutricionais.
“Pode substituir shampoo” – Falso: o chá não limpa profundamente como um shampoo, mas é um ótimo complemento.
Dica bônus: potencialize com outros ingredientes naturais
Você pode misturar o chá de alecrim com outros ativos para ampliar os efeitos:
Hortelã: ajuda a refrescar e combater oleosidade.
Vinagre de maçã (diluído): potencializa o brilho e equilibra o pH.
Gengibre fresco: ativa ainda mais a circulação (use com moderação).
Mais que estética: autocuidado e conexão
Cuidar dos cabelos com chá de alecrim não é só uma estratégia de fortalecimento capilar. É também um gesto de autocuidado, uma pausa consciente para massagear o couro cabeludo, sentir o aroma da erva e devolver à rotina um toque de natureza.
Em tempos de pressa, esse tipo de prática nos lembra que saúde e beleza podem (e devem) caminhar lado a lado — de forma simples, acessível e profundamente eficiente.
O plantio de espécies nativas, no Sistema Agroflorestal (SAF), pelas comunidades na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, no estado do Amazonas, minimizou os efeitos da seca severa do ano passado para as famílias da região. Além disso, o projeto que promoveu esse plantio, do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), propiciou geração de renda diversificada para a população local.
Plantio de seis mil mudas de espécies nativas
Somente neste ano, após o início das chuvas na região, comunidades que vivem na reserva promoveram o plantio de seis mil mudas de 19 espécies nativas, no mês de março. Sob orientação técnica do Idesam, a iniciativa ocorre no contexto de mitigação da crise climática dentro de um projeto de compensação de emissão de carbono.
Fonte: Articulação Nacional de Agroecologia
“A gente planta espécies florestais, que são as madeireiras de grande porte, que têm maior potencial de sequestro de carbono, e também espécies frutíferas, como o cacau, a graviola, o cupuaçu e palmeiras, como açaí e a pupunha. Nesse arranjo de plantio, no longo prazo, aquela família vai ter uma área super produtiva”, disse a engenheira florestal do Idesam, Isys Nathyally de Lima Silva.
Modelo de agrofloresta
O modelo de agrofloresta, que combina espécies diversas, já era implementado no local desde 2010, no contexto do projeto, muito antes da seca do ano passado. E essa diversidade ajudou as comunidades a manterem uma produção para sobrevivência no período, enfatizou a engenheira. “Esse plantio, no cenário de seca, ajuda a garantir segurança alimentar para as famílias. Mesmo com árvores que foram afetadas, porque a seca foi muito forte, ainda assim fez a diferença. A gente tem relatos das pessoas falando ‘ainda bem que tem esse SAF aqui”, disse.
“As árvores não produziram tanto quanto de costume, mas ainda assim as famílias tiveram um alimento a mais. Porque a locomoção deles também foi muito afetada. Quem estacionava a canoa ali na porta de casa passou a ter que andar um quilômetro, dois quilômetros para conseguir acessar o rio. E aí ficou muito limitado o acesso aos alimentos e tudo mais. É muito bom também que a gente contribuiu dessa forma”, explicou a engenheira florestal.
Seca
Na capital amazonense, a seca foi a pior registrada em 121 anos, com o Rio Negro registrando o menor nível desde 1902, quando começaram as medições do volume do rio. A reserva Uatumã fica a 330 quilômetros a nordeste de Manaus, nos municípios de São Sebastião Uatumã e Itapiranga.
Com objetivo de manter o equilíbrio ecológico, a produção de alimentos e a extração sustentável de produtos florestais, óleos, frutos e resinas, vendidos para o sustento das famílias, a ação mobiliza as comunidades da reserva nesse modelo de produção, a agrofloresta. O resultado é o uso mais sustentável dos recursos naturais e a diversidade de produtos para consumo e geração de renda.
“A ideia também é aumentar a geração de renda, porque, por exemplo, a farinha [de mandioca], que dá um trabalhão para fazer, tem um valor agregado muito baixo. No caso do extrativismo, eles sabem onde encontrar as coisas, mas as árvores, no geral, estão muito longe. Para coletar resina de breu, por exemplo, que vai gerar o óleo essencial lá na frente, eles têm que andar muito. E aí a gente tá plantando breu bem pertinho das casas”, relatou Isys Nathyally. Além do breu-branco, que pode atingir 30 metros de altura e fornece insumo à indústria de cosméticos, entre as espécies plantadas se destacam o açaí, o cupuaçu, o cacau e o cumaru.
Arranjo agroflorestal
Ela conta que, junto a espécies de grande porte, como as madeireiras, com maior retenção de carbono, espaçadas a cada oito metros, são plantadas árvores frutíferas com maior potencial de renda e consumo local. Isys ressaltou que as famílias da Uatumã vivem da pesca, do extrativismo e do roçado. No entanto, pelas características do solo amazônico, um terreno consegue produzir poucos ciclos de cultivo nos roçados. A engenheira explica que, depois de três ou quatro colheitas, os produtores buscam novos terrenos por conta do empobrecimento do solo.
Arranjo do Sistema Agroflorestal – Fonte: Rede Agroecologia
A agricultora Claudirleia dos Santos Gomes, conhecida como Socorro, confirmou a condição dos terrenos de roçada. “Nós tínhamos uma área aqui bem degradada, onde a gente trabalhava muito, todos os anos, plantava macaxeira, tirava macaxeira, e assim você via aquele solo pobre mesmo. A gente começou a trabalhar com SAF e é maravilhoso, porque você entra nessa parte onde não nascia nem mato e hoje nós temos o solo recuperado”, diz.
Socorro e sua família viviam principalmente da produção de melancia. Hoje, além de ter um cultivo mais diversificado, ela consegue gerar renda a partir da produção de mudas para o projeto do Idesam, contribuindo com o reflorestamento na região. “Eu sou muito feliz hoje vendendo mudas porque tem nos ajudado e muito, melhorou muito, graças a Deus, a nossa situação [de cultivo e preservação] aqui dentro. Além de gerar emprego, gerar mão de obra pras pessoas fazer as mudas”, comemorou.
Etapas do manejo
Abastecidos por três viveiros, mantidos na reserva Uatumã, os plantios abrangeram 12 comunidades, apenas neste ano, durante um mês de atividades. A ação teve diferentes etapas, com preparo e enriquecimento do solo em áreas que foram desmatadas no passado e que sofreram também os impactos da grande seca de 2023.
A agricultora disse também que a seca do ano passado foi a maior que ela já tinha visto. “Foi uma seca muito grande e muito triste. Secou mesmo, e a gente ficou sem condições de chegar até o viveiro. Foi aquele desespero pra não perder as mudas, porque o bote não entrava mais, a canoinha não passava mais. Por causa da lama, [o barco] atola. Para chegar no local, jogava um pedaço de pau, de tábua, pra pisar em cima e ir levando a bomba [de água] nas costas pra ir molhando as mudas”, destacou.
Ela ressalta que o trabalho de plantio no modelo de agrofloresta tem sido importante para as comunidades. “Cada vez eu estou tendo mais consciência e trabalho na questão de não derrubar, de cuidar, porque, se temos árvores, temos um ar puro, evitamos essas complicações [da emergência climática]. Com certeza, o plantio que a gente faz nos SAFs, muitas mudas da floresta, contribuiu muito para o melhoramento [da preservação ambiental na região].”
Idesam
Na metodologia utilizada pelo Idesam, cada muda que se transforma em árvore adulta corresponde a 0,3 tonelada de carbono capturada da atmosfera, o que, apenas no plantio realizado neste ano, representa 1,8 mil toneladas. Desde 2010, no total, foram 50 mil árvores plantadas na RDS do Uatumã, ou seja, 15 mil toneladas de carbono capturadas pelo crescimento das árvores, em 20 comunidades. Em toda a reserva moram em torno de 250 famílias.
Mitigação do aquecimento global
“Nesse cenário de mudança climática, a gente tem muito forte o aquecimento, de uma forma geral. E um forte causador disso é o acúmulo de gases de efeito estufa na atmosfera, que potencializa esse efeito. Quando a gente faz essa ação de plantio de árvores, a gente está sequestrando mais gases da atmosfera, então é justamente a compensação. Através do plantio de árvores, consegue mitigar esses efeitos”, disse Isys, engenheira florestal do Idesam. Ela ressalta que, com um planeta mais quente, os ecossistemas se tornam menos resilientes. Um exemplo desse fenômeno é o fogo que se alastra com muito mais facilidade.
Isys avalia que ações como essa deveriam ganhar escala e serem implantadas no âmbito de políticas públicas. “O Idesam atua ali na RDS Uatumã, mas existem muitas outras áreas que precisam de restauração, principalmente nos grandes centros de desmatamento. Ali no Arco do Desmatamento [região onde a fronteira agrícola avança em direção à floresta], por exemplo, tem uma grande necessidade”, disse. “Precisa sim de uma ação do governo, e não só na Amazônia. O reflorestamento é essencial para a gente conseguir frear as consequências das mudanças climáticas”, acrescentou.
A Petrobras vai aderir ao Programa Nacional de Florestas Produtivas, do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).
O programa é agenda prioritária do governo federal na COP 30 e visa à restauração agroflorestal, com integração entre lavoura, pecuária e floresta, e o incentivo a florestas produtivas, que permitem a recuperação de áreas degradadas com cultivos economicamente rentáveis como cacau, açaí, cupuaçu, maracujá.
“Estamos muito felizes com essa parceria que vai ajudar a alavancar o Programa Florestas Produtivas. Esse programa tem como objetivo manter a floresta em pé, com a recuperação de áreas degradas e, ao mesmo tempo, garantir renda a quem vive nela com o incentivo de cultivo de alimentos rentáveis”, disse o ministro, Paulo Teixeira, segundo nota da Petrobras.
“Nós queremos recuperar a cobertura vegetal com espécies produtivas para desenvolver o meio rural. A Petrobras então entra agora nesse programa com toda força para a gente dar uma resposta brasileira ao tema climático. Hoje é um dia histórico”, avaliou Teixeira.
Chamadas públicas
O documento prevê a abertura de chamadas públicas para a contratação de projetos de recuperação de áreas degradadas ou alteradas na agricultura familiar e o uso de sistemas agroflorestais como tecnologia de base.
A meta é recuperar no mínimo 4,5 mil hectares nos estados da Margem Equatorial, uma das fronteiras mais promissoras do país reconhecida pelo seu potencial petrolífero e de gás.
“Este acordo representa um importante passo em nossa jornada rumo a uma economia de baixo carbono. A Petrobras reafirma seu compromisso com a sustentabilidade e o desenvolvimento social, unindo forças com o MDA para fortalecer a agricultura familiar e a conservação ambiental”, disse a diretora executiva de Assuntos Corporativos da companhia, Clarice Coppetti, ainda segundo nota da estatal.
Investimentos
O Programa Nacional de Florestas Produtivas já recebeu R$ 200 milhões para restauração do Arco do Desmatamento, que vai do leste do Maranhão ao Acre. Desse valor R$ 150 milhões foram destinados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio do Fundo da Amazônia e R$ 50 milhões pela Caixa Econômica Federal, por meio do Fundo Socioambiental CAIXA.
Uma combinação de três fenômenos tem ameaçado cada vez mais os ecossistemas das regiões sul e equatorial do Oceano Atlântico: ondas de calor marinhas, acidificação alta e concentração de clorofila baixa.
Antes de 2016, era incomum que esses casos ocorressem ao mesmo tempo. De lá para cá, passaram a acontecer todos os anos.
Três fenômenos
Os três fenômenos são resultado da emergência climática. O oceano é um dos reguladores do clima: absorve cerca de 90% do calor da atmosfera e 30% do dióxido de carbono (CO₂). Quando o calor atmosférico é excessivo, ocorre o superaquecimento do oceano. Já o acúmulo de CO₂ aumenta a acidificação das águas.
Esses eventos poderiam ser aliviados caso a oferta de alimento para as espécies marinhas fosse adequada. Alguns ecossistemas conseguem sobreviver às águas mais quentes e ácidas se tiverem disponibilidade de alimentos. No entanto, com as águas muito quentes, há menos gases que servem de nutrientes para as algas microscópicas, que são a base da cadeia alimentar no oceano.
Imagem: iStockphoto
Assim, aumentam os riscos de mortalidade de espécies marinhas, e de prejuízos à sustentabilidade das atividades pesqueiras e de maricultura. A maior ocorrência desses três fenômenos impossibilita a recuperação dos ecossistemas, por ser necessário um tempo mínimo para esse processo.
Estudo
O estudo foi publicado na revista Nature Communications e tem a participação de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Foram analisados dados de 1999 a 2018, período em que foi possível cruzar as três variáveis com segurança. Os dados são coletados com o auxílio de satélites de pesquisa. O monitoramento preciso da temperatura dos oceanos é possível desde 1982; sobre a clorofila, desde 1998; e sobre a acidez tiveram última atualização em 2018.
Seis regiões do Atlântico Sul foram avaliadas, em função da biodiversidade e produtividade biológica altas.
Pontos estudados
Entre os pontos estudados estão o Atlântico Equatorial Ocidental (próximo à costa do Nordeste brasileiro), o Atlântico Subtropical Ocidental, a Confluência Brasil-Malvinas, o Golfo da Guiné, a Frente de Angola e o Vazamento das Agulhas (que conecta oceanos Atlântico e Índico).
Segundo o estudo, essas regiões são responsáveis pela pesca de oito milhões de toneladas de organismos marinhos por ano, que sustentam comunidades costeiras da América do Sul e da África. A segurança alimentar de países da América do Sul e da África é diretamente impactada, por dependerem desses recursos marinhos.
A pesquisadora Regina Rodrigues, da UFSC e do Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (Inpo), diz que pesquisas sobre esses fenômenos podem ajudar na construção de políticas e na tomada de decisões mais assertivas sobre os oceanos.
“Os ecossistemas marinhos estão sob pressão de diferentes tipos de poluição: dejetos químicos, da agricultura, pesticidas, esgoto sem tratamento. Fora a pesca ilegal, que ocorre em ritmo maior do que as espécies podem se reproduzir. Deveríamos fazer mais áreas de conservação e regulamentos para tirar essas pressões sobre o ecossistema. Aquecimento e acidez do mar não conseguimos combater agora, porque requerem medidas mais amplas de redução dos gases do efeito estufa”, avalia a pesquisadora.
Você já se perguntou se é possível turbinar suas refeições do dia a dia com um ingrediente barato, rico em proteína e ainda fácil de plantar no quintal ou na calçada? Pois a resposta pode estar numa planta pouco valorizada até pouco tempo: a ora-pro-nóbis. Com seu nome curioso e folhas carnudas, ela vem conquistando espaço na cozinha brasileira por um motivo simples — transforma pratos comuns em fontes de nutrição poderosa. E o melhor: com sabor suave e preparo simples.
Por que a ora-pro-nóbis é considerada um superalimento
A ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata) é uma trepadeira nativa do Brasil, rica em proteína vegetal, ferro, fibras e minerais como cálcio e fósforo. Por muito tempo, foi vista apenas como planta ornamental ou de cerca viva, mas nas comunidades do interior mineiro e paulista ela sempre esteve no prato — principalmente em tempos de escassez.
Hoje, nutricionistas e chefs redescobrem a versatilidade da planta, que além de tudo é uma PANC (planta alimentícia não convencional) e pode ser usada crua, cozida ou refogada. Suas folhas têm sabor leve, não amargam e se adaptam a várias receitas, aumentando o valor nutricional sem comprometer o sabor.
1. Refogada no alho com azeite: o básico que nunca erra
O jeito mais simples — e talvez o mais saboroso — de preparar ora-pro-nóbis é refogá-la como se fosse uma couve ou espinafre. O preparo é rápido, e o resultado vai bem com arroz, feijão, carnes ou até em recheios de tapioca.
Como fazer:
Lave bem as folhas, retirando os talos mais grossos.
Em uma frigideira, aqueça um fio de azeite e doure dois dentes de alho picado.
Acrescente as folhas e mexa por 3 a 5 minutos, até murcharem.
Tempere com sal e, se quiser, uma pitada de pimenta-do-reino ou noz-moscada.
O segredo aqui está no tempo de cozimento: se for rápido, a ora-pro-nóbis mantém seu frescor, cor viva e propriedades nutricionais.
2. Misturada ao feijão no final do cozimento
Essa é uma das maneiras mais tradicionais de consumo, principalmente em regiões do interior. Ao ser adicionada ao feijão, a ora-pro-nóbis libera parte de suas fibras no caldo e torna a refeição mais rica em proteína vegetal.
Como fazer:
Prepare o feijão normalmente, com alho, cebola e temperos a gosto.
Quando estiver quase pronto, adicione folhas de ora-pro-nóbis picadas (já lavadas).
Deixe cozinhar por mais 5 minutos e desligue.
Esse preparo é excelente para crianças e idosos, pois a textura da folha some no caldo, mas os nutrientes permanecem. Você pode bater parte do feijão no liquidificador junto com a planta e fazer um caldo mais espesso para servir com arroz ou torradas.
3. Em bolinhos ou tortas salgadas
Quem gosta de receitas criativas vai adorar transformar a ora-pro-nóbis em recheio de bolinhos, tortas ou panquecas. Ela combina muito bem com queijo branco, cenoura ralada, carne moída ou até com um toque de curry.
Sugestão de preparo (bolinho assado):
Refogue 1 xícara de ora-pro-nóbis picada com cebola e alho.
Misture com 2 batatas cozidas e amassadas.
Acrescente sal, pimenta, cheiro-verde e 1 ovo.
Modele bolinhos, coloque em forma untada e leve ao forno médio por 25 minutos ou até dourar.
Essa versão é ótima para lanches saudáveis, marmitas ou até para congelar e ter sempre à mão. O sabor é suave e a textura lembra espinafre com um toque mais cremoso.
Dicas para manter os nutrientes ao cozinhar
Evite cozinhar demais: o ideal é sempre refogar ou aquecer levemente.
Prefira folhas novas e verdes-escuras, que concentram mais proteína e ferro.
Nunca corte a planta com faca de metal — isso pode oxidar os nutrientes. Use utensílios de plástico, madeira ou cerâmica.
A ora-pro-nóbis pode substituir carne?
Em termos nutricionais, a planta não substitui a carne integralmente, mas oferece uma excelente fonte complementar de proteína vegetal. Em 100g de folhas, é possível encontrar até 25g de proteína — uma quantidade significativa. Por isso, ela é muito valorizada por quem busca reduzir o consumo de produtos de origem animal, sem abrir mão dos nutrientes essenciais.
Onde encontrar e como cultivar
Você encontra mudas em feiras de agricultura familiar, hortas urbanas ou até em grupos de troca de plantas. O cultivo é fácil: basta um galho enraizado, solo rico e um cantinho com sol. Com podas regulares, ela cresce rápido e dá folhas o ano inteiro. Cuidado apenas com os espinhos em algumas variedades — por isso, prefira a variedade sem espinhos para uso culinário.
Planta simples, sabor surpreendente
A ora-pro-nóbis é um exemplo vivo de como a natureza oferece soluções acessíveis e poderosas para nossa alimentação. Com poucos ingredientes e um preparo prático, você transforma pratos cotidianos em refeições completas e mais saudáveis. Ela carrega, em suas folhas discretas, não apenas nutrientes, mas também a sabedoria de gerações que aprenderam a tirar o melhor do que está ao redor. Seja refogada, no feijão ou em tortas criativas, essa planta merece um lugar de destaque no seu prato — e no seu quintal.
Você percebe que suas unhas estão quebradiças, finas, com ondulações ou descascando com facilidade? Essa fragilidade pode ser causada por diversos fatores: uso excessivo de produtos de limpeza, esmaltação frequente, má alimentação, mudanças hormonais ou até o clima seco. Mas há uma solução natural, acessível e eficiente que pode devolver força e brilho às unhas em pouco tempo: o uso combinado de azeite e limão, aplicado regularmente três vezes por semana.
Essa mistura simples, usada há gerações, reúne propriedades hidratantes, fortalecedoras e clareadoras, atuando diretamente na estrutura da unha e nas cutículas. A seguir, você vai aprender como aplicar corretamente, quais os benefícios e os cuidados importantes para não causar efeitos indesejados.
Por que o azeite fortalece as unhas?
O azeite de oliva extra virgem é rico em ácidos graxos, vitamina E e antioxidantes, substâncias que ajudam a nutrir profundamente tanto as unhas quanto a pele ao redor. Ele penetra facilmente na queratina da unha, melhorando sua elasticidade, evitando quebras e devolvendo a hidratação perdida por produtos químicos ou ressecamento natural.
Além disso, o azeite estimula a circulação ao ser massageado na região, o que contribui para o crescimento saudável da unha. É um tratamento ideal para quem tem unhas que “lascam” com facilidade ou estão sempre com aparência opaca.
E o papel do limão nesse processo?
O limão, por sua vez, é rico em vitamina C e ácido cítrico, que ajudam a fortalecer e clarear as unhas. É especialmente eficaz para unhas amareladas, muitas vezes causadas por esmaltes escuros ou tabagismo. O limão atua como agente de limpeza natural, removendo resíduos, fungos superficiais e células mortas que se acumulam ao redor da cutícula.
No entanto, ele deve ser usado com cautela: por ser ácido, não deve ser aplicado diretamente sobre feridas ou em pele sensibilizada. Também é fundamental evitar exposição solar após o uso, pois o limão pode causar manchas quando combinado com raios UV.
Como fazer o tratamento com azeite e limão em casa
A receita é simples e os ingredientes são fáceis de encontrar. Veja o passo a passo completo:
Ingredientes
1 colher de sopa de azeite de oliva extra virgem
1 colher de chá de suco de limão fresco
Modo de preparo e aplicação
Misture bem os dois ingredientes em um potinho de vidro.
Lave as mãos e seque bem.
Aplique a mistura diretamente sobre as unhas e cutículas com a ajuda de um pincel ou algodão.
Massageie suavemente cada unha por cerca de 2 minutos.
Deixe agir por 15 a 20 minutos.
Lave com água morna e seque com uma toalha limpa.
Finalize com um hidratante leve, de preferência sem álcool.
Com que frequência fazer? O ideal é repetir esse processo 3 vezes por semana, em dias alternados, preferencialmente à noite. Em poucas semanas, já é possível notar unhas mais resistentes, lisas e com aparência saudável.
Dica bônus: banho de imersão com azeite e limão
Se quiser potencializar o efeito, prepare um pequeno banho de imersão:
Misture 2 colheres de sopa de azeite com 1 colher de sopa de suco de limão em uma tigela.
Aqueça levemente no micro-ondas (10 a 15 segundos — cuidado para não esquentar demais).
Mergulhe as pontas dos dedos por 10 minutos.
Massageie as unhas antes de retirar e lave com água morna.
Esse banho é excelente para quem sofre com cutículas ressecadas e unhas com descamação constante.
Cuidados importantes para evitar manchas e irritações
Apesar de natural, o limão exige precauções. Após o uso, evite sair ao sol por pelo menos 1 hora, especialmente se parte da mistura ainda estiver sobre a pele. O contato do limão com o sol pode causar fitofotodermatite, uma reação que gera manchas escuras na pele.
Além disso, não use essa mistura se estiver com feridas nas mãos ou unhas inflamadas. Nesses casos, o ideal é esperar a cicatrização completa antes de retomar o tratamento.
Alimentação também influencia na saúde das unhas
Não adianta tratar por fora e esquecer o que alimenta de dentro. Unhas fracas podem ser reflexo de deficiência de nutrientes como biotina, zinco, ferro e proteínas. Portanto, inclua no seu cardápio:
Ovos
Leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico)
Vegetais verdes escuros
Castanhas e sementes
Peixes e carnes magras
Manter uma hidratação adequada também ajuda: beba pelo menos 2 litros de água por dia para favorecer a renovação celular da pele e das unhas.
Um ritual de autocuidado simples, eficaz e prazeroso
Mais do que um tratamento caseiro, usar azeite e limão para fortalecer as unhas pode ser transformado em um momento de autocuidado, onde você desacelera, presta atenção em si mesma e nutre o corpo com gentileza. É uma solução natural que respeita os ritmos do organismo e que, com constância, traz resultados reais.
O presidente da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), embaixador André Corrêa do Lago, reiterou nesta sexta-feira (1º) que o evento será realizado em Belém, capital do Pará. O embaixador afirmou que o Brasil está atuando para garantir que todos os países, em especial os mais pobres, consigam participar da conferência, marcada para ocorrer entre 10 e 21 de novembro.
Declaração
A declaração foi feita durante evento com jornalistas para marcar a proximidade dos 100 dias da realização da COP30 (2 de agosto).
“A COP vai ser em Belém, o encontro de chefes de Estado vai ser em Belém e não há nenhum plano B. O que aconteceu foi uma reunião de emergência e os representantes dos países disseram ter uma preocupação muito grande por causa dos preços de hospedagem em Belém e que esses preços estão muitíssimo acima de qualquer aumento que houve em qualquer outra COP”, relatou o embaixador.
Reunião de emergência com Organização das Nações Unidas (ONU)
No dia 29 de julho, foi realizada uma reunião de emergência com Organização das Nações Unidas (ONU) convocada por alguns países para falar sobre os preços abusivos de hotéis em Belém (PA). Na ocasião, os representantes chegaram a questionar a possibilidade de transferência da sede do evento.
As reclamações vieram de nações classificadas pela ONU como países menos desenvolvidos, pequenos estados insulares e também da delegação africana. As reclamações também vêm de nações mais ricas, que avaliam reduzir suas delegações.
Em entrevista à agência de notícias Reuters, o presidente do Grupo Africano de Negociadores, Richard Muyungi, afirmou que os países africanos não querem reduzir sua participação em razão dos custos logísticos.
“Não estamos prontos para reduzir o número de participantes. O Brasil tem muitas opções em termos de ter uma COP melhor, uma boa COP. É por isso que estamos pressionando para que o Brasil forneça melhores respostas, em vez de nos dizer para limitar nossa delegação”, disse Muyungi.
Tarifas de hospedagem
Corrêa do Lago afirmou durante a entrevista que o governo está trabalhando para oferecer tarifas de hospedagem entre US$ 100 e US$ 600, com prioridade para essas delegações de países em desenvolvimento.
O embaixador relatou ainda que para essas delegações de países com maior dificuldade de hospedagem, a ONU está oferecendo uma diária que gira em torno de US$ 143 a US$ 149 o que seria insuficiente para a manutenção dos representantes na COP.
“Esses países se manifestaram de maneira muito clara na reunião. Disseram que, com a diária de cerca de US$ 143 que recebem, precisam de quartos entre 50 e 70 dólares para poder participar. Se você olhar hoje os preços em Belém, há centenas de quartos nessa faixa. Mas nas datas da COP, os valores disparam”, explicou.
“Sendo o Brasil um país em desenvolvimento e querendo uma COP inclusiva, temos que encontrar uma maneira de que esses países possam estar em Belém, porque eles também dizem que a COP, com a ausência dos países mais pobres, ficaria sem legitimidade por não ter a universalidade. O governo está trabalhando para oferecer quartos dentro do que eles podem pagar”, completou.
Disponibilidade
Em nota divulgada na manhã de hoje, a Secretaria Extraordinária da COP30 informou que 2.500 quartos foram disponibilizados para as delegações. Foram reservados 15 quartos individuais por delegação para 73 países que se enquadram em alguma das classificações, com tarifas entre US$ 100 (R$ 554) e US$ 200 (R$ 1109).
Outros 10 quartos individuais por delegação, com tarifas entre US$ 220 (R$ 1.220) e US$ 600 (R$ 3.327), foram disponibilizados para os demais países.
“Tem uma equipe na Casa Civil que está acompanhando e tratando dessa questão de hospedagem. Essa equipe está procurando soluções e já propôs uma primeira solução para assegurar que todos os países da ONU possam estar presentes na COP. O governo está atuando de maneira muito firme para que todos os países possam participar da conferência”, afirmou.
Cerca de 45 mil pessoas estão previstas para participar da COP30 e a organização da conferência precisa expandir os 18 mil leitos de hotel normalmente disponíveis em Belém.
Navios de cruzeiro para hospedagem
O governo já anunciou que dois navios de cruzeiro serão usados como hotéis temporários para a COP30. As duas embarcações têm aproximadamente 3.900 cabines, com capacidade de até 6 mil leitos disponíveis durante a conferência, o maior evento climático do planeta.
Belém vai ganhar três hotéis de alto padrão, construídos por grupos internacionais, e estão sendo feitas negociações com plataformas virtuais como Airbnb e Booking para cadastrar imóveis e aumentar a oferta de quartos disponíveis.
Uma nova reunião está agendada para o próximo dia 11 de agosto, com o objetivo de dar continuidade ao diálogo sobre o conjunto de ações para a realização da COP30. Entre os pontos que serão debatidos estão: acomodação, transporte, segurança e alimentação.
AlphaEarth usa um novo modelo de IA que integra dados unificados da terra, revolucionando o mapeamento e monitoramento global.
Todos os dias, satélites capturam imagens e medições ricas em informações, proporcionando a cientistas e especialistas uma visão quase em tempo real do nosso planeta. Embora esses dados tenham sido incrivelmente impactantes, sua complexidade, multimodalidade e taxa de atualização criam um novo desafio: conectar conjuntos de dados díspares e utilizá-los todos de forma eficaz.
AlphaEarth Foundations e a IA
Hoje, estamos apresentando o AlphaEarth Foundations, um modelo de inteligência artificial (IA) que funciona como um satélite virtual. Ele caracteriza de forma precisa e eficiente toda a terra terrestre e águas costeiras do planeta, integrando grandes quantidades de dados de observação da Terra em uma representação digital unificada, ou “embedding”, que os sistemas de computador podem facilmente processar. Isso permite que o modelo forneça aos cientistas uma imagem mais completa e consistente da evolução do nosso planeta, ajudando-os a tomar decisões mais informadas sobre questões críticas como segurança alimentar, desmatamento, expansão urbana e recursos hídricos.
Fonte: DeepMind
Para acelerar a pesquisa e liberar casos de uso, estamos agora lançando uma coleção dos embeddings anuais do AlphaEarth Foundations como o conjunto de dados Satellite Embedding no Google Earth Engine. Ao longo do último ano, temos trabalhado com mais de 50 organizações para testar este conjunto de dados em suas aplicações do mundo real.
Nossos parceiros já estão vendo benefícios significativos, usando os dados para classificar melhor ecossistemas não mapeados, entender as mudanças agrícolas e ambientais e aumentar grandemente a precisão e a velocidade de seu trabalho de mapeamento. Neste blog, estamos entusiasmados em destacar alguns de seus feedbacks e mostrar o impacto tangível desta nova tecnologia.
Como o AlphaEarth Foundations Funciona
O AlphaEarth Foundations oferece uma nova e poderosa lente para entender nosso planeta, resolvendo dois grandes desafios: sobrecarga de dados e informações inconsistentes.
Primeiro, ele combina volumes de informações de dezenas de diferentes fontes públicas — imagens de satélite ópticas, radar, mapeamento a laser 3D, simulações climáticas e muito mais. Ele entrelaça todas essas informações para analisar a terra e as águas costeiras do mundo em quadrados nítidos de 10×10 metros, permitindo rastrear mudanças ao longo do tempo com notável precisão.
Segundo, ele torna esses dados práticos de usar. A principal inovação do sistema é sua capacidade de criar um resumo altamente compacto para cada quadrado. Esses resumos exigem 16 vezes menos espaço de armazenamento do que aqueles produzidos por outros sistemas de IA que testamos e reduzem drasticamente o custo da análise em escala planetária.
Mapas do mundo detalhado e consistente
Essa inovação permite que os cientistas façam algo que era impossível até agora: criar mapas detalhados e consistentes do nosso mundo, sob demanda. Sejam eles monitorando a saúde das plantações, rastreando o desmatamento ou observando novas construções, eles não precisam mais depender de um único satélite passando por cima. Eles agora têm um novo tipo de base para dados geoespaciais.
Para garantir que o AlphaEarth Foundations estivesse pronto para uso no mundo real, testamos rigorosamente seu desempenho. Quando comparado tanto com métodos tradicionais quanto com outros sistemas de mapeamento de IA, o AlphaEarth Foundations foi consistentemente o mais preciso. Ele se destacou em uma ampla gama de tarefas em diferentes períodos, incluindo a identificação do uso da terra e a estimativa de propriedades da superfície. Crucialmente, ele conseguiu isso em cenários onde os dados rotulados eram escassos. Em média, o AlphaEarth Foundations teve uma taxa de erro 24% menor do que os modelos que testamos, demonstrando sua eficiência de aprendizado superior.
Fonte: Gis&Beers
Gerando Mapas Personalizados com o Conjunto de Dados Satellite Embedding: MapBiomas
Alimentado pelo AlphaEarth Foundations, o conjunto de dados Satellite Embedding no Google Earth Engine é um dos maiores de seu tipo, com mais de 1,4 trilhão de “footprints” de embedding por ano. Esta coleção de embeddings anuais já está sendo usada por organizações em todo o mundo, incluindo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, Harvard Forest, Group on Earth Observations, MapBiomas, Oregon State University, Spatial Informatics Group e Stanford University, para criar poderosos mapas personalizados que geram insights do mundo real.
Por exemplo, o Global Ecosystems Atlas, uma iniciativa que visa criar o primeiro recurso abrangente para mapear e monitorar os ecossistemas do mundo, está usando este conjunto de dados para ajudar os países a classificar ecossistemas não mapeados em categorias como arbustos costeiros e desertos hiperáridos. Este recurso, o primeiro de seu tipo, desempenhará um papel fundamental em ajudar os países a priorizar melhor as áreas de conservação, otimizar os esforços de restauração e combater a perda de biodiversidade.
Revolução no mapeamento
“ O conjunto de dados Satellite Embedding está revolucionando nosso trabalho, ajudando os países a mapear ecossistemas inexplorados – isso é crucial para identificar onde concentrar seus esforços de conservação. ” Nick Murray, Diretor do Laboratório de Ecologia Global da James Cook University e Líder de Ciência Global do Global Ecosystems Atlas
No Brasil, o MapBiomas está testando o conjunto de dados para entender mais profundamente as mudanças agrícolas e ambientais em todo o país. Esse tipo de mapa informa estratégias de conservação e iniciativas de desenvolvimento sustentável em ecossistemas críticos como a floresta amazônica.
Como disse Tasso Azevedo, fundador do MapBiomas: “O conjunto de dados Satellite Embedding pode transformar a forma como nossa equipe trabalha – agora temos novas opções para fazer mapas mais precisos, exatos e rápidos de produzir – algo que nunca teríamos conseguido fazer antes.”
Capacitando Outros com IA
O AlphaEarth Foundations representa um passo significativo para entender o estado e a dinâmica do nosso planeta em constante mudança. Atualmente, estamos usando o AlphaEarth Foundations para gerar embeddings anuais e acreditamos que eles poderiam ser ainda mais úteis no futuro quando combinados com agentes LLM de raciocínio geral, como o Gemini. Continuamos a explorar as melhores maneiras de aplicar as capacidades baseadas em tempo do nosso modelo como parte do Google Earth AI, nossa coleção de modelos e conjuntos de dados geoespaciais para ajudar a enfrentar as necessidades mais críticas do planeta.
O surgimento de grandes modelos de linguagem como o ChatGPT gerou uma preocupação generalizada de que “todos estão trapaceando na faculdade”, como memoravelmente expressou um artigo recente da New York Magazine. Agora, a OpenAI está lançando um novo “Modo Estudo” que, segundo a empresa, não se trata tanto de fornecer respostas ou fazer o trabalho dos alunos, mas sim de ajudá-los a “construir uma compreensão profunda” de tópicos complexos.
Fonte: NERDIZMO
O que é o Modo Estudo?
O Modo Estudo do ChatGPT não é um novo modelo do ChatGPT, mas uma série de “instruções de sistema personalizadas” escritas para o LLM “em colaboração com professores, cientistas e especialistas em pedagogia para refletir um conjunto central de comportamentos que apoiam o aprendizado mais profundo”, disse a OpenAI. Em vez do resumo usual de um assunto que o ChatGPT padrão poderia fornecer — que um funcionário da OpenAI comparou a “um mini capítulo de livro didático” —, o Modo Estudo revela novas informações lentamente em uma estrutura “estruturada”. O modo é projetado para fazer “perguntas orientadoras” no estilo socrático e para fazer “verificações de conhecimento” periódicas e feedback personalizado para garantir que o usuário entenda antes de prosseguir.
Não se sabe quantos alunos usarão essa ferramenta de aprendizado guiado em vez de simplesmente pedir ao ChatGPT para gerar respostas desde o início.
Como Funciona na Prática?
Em uma demonstração inicial sem interação, assistida pela Ars Technica, o Modo Estudo do ChatGPT respondeu a uma solicitação para “me ensinar sobre teoria dos jogos” perguntando primeiro sobre a familiaridade geral do usuário com o assunto e para que usariam as informações. O ChatGPT introduziu uma breve visão geral de alguns conceitos centrais da teoria dos jogos, então pausou para fazer uma pergunta antes de fornecer um exemplo relevante do mundo real.
Em outro exemplo envolvendo um problema clássico de matemática de “trem viajando em velocidade”, o Modo Estudo resistiu a várias tentativas simuladas do “aluno” frustrado de simplesmente pedir a resposta e, em vez disso, tentou redirecionar gentilmente a conversa para como as informações disponíveis poderiam ser usadas para gerar essa resposta. Um representante da OpenAI disse à Ars que o Modo Estudo eventualmente fornecerá soluções diretas se solicitado repetidamente, mas o comportamento padrão é mais ajustado a um estilo de tutoria socrático.
Um Tutor Robô 24/7
Na construção do Modo Estudo, a OpenAI disse que foi inspirada por “usuários avançados” que já estavam tentando adaptar o ChatGPT em um tutor pessoal ou ferramenta de preparação para testes por meio de conjuntos específicos de prompts. Por meio do Modo Estudo, a OpenAI diz que espera dar a usuários menos experientes em tecnologia a capacidade de acessar “um tutor pessoal que nunca se cansa de suas perguntas”.
A OpenAI disse que trabalhou com especialistas em pedagogia que avaliaram os comportamentos do modo e deram ao modelo “exemplos de ouro” de como tutores ideais responderiam em certas situações. A empresa também consultou grupos de estudantes universitários que tiveram acesso antecipado ao novo recurso.
Em uma coletiva de imprensa com a presença da Ars, alguns desses alunos foram efusivos sobre a capacidade do Modo Estudo de impulsioná-los para a próxima informação importante e a confiança que ganharam em sua capacidade de aprender ao usar a ferramenta. Um aluno falou sobre a vulnerabilidade e o constrangimento de ter que ir ao horário de atendimento de um TA (monitor) para obter ajuda e a flexibilidade de ter sessões de tutoria de várias horas disponíveis via ChatGPT a qualquer hora do dia.
Dá Para Confiar?
Pessoas familiarizadas com a tendência de longa data dos LLMs de fabular informações completamente falsas podem relutar em usar esses tipos de modelos como um auxílio de estudo. Em um comunicado de imprensa, a OpenAI admitiu que o prompt atual do Modo Estudo “resulta em algum comportamento inconsistente e erros em conversas”.
Dito isso, um porta-voz da empresa disse à Ars que o risco de alucinação era menor com o Modo Estudo porque o modelo processa as informações em pedaços menores, calibrando ao longo do caminho.
Embora o Modo Estudo não tenha sido projetado explicitamente para abordar as preocupações sobre o uso do ChatGPT para trapacear em tarefas, um porta-voz disse à Ars que ele poderia ajudar a aliviar os temores dos educadores de que os alunos estão simplesmente usando LLMs para fugir do próprio trabalho. O Modo Estudo será adicionado ao seu produto ChatGPT Edu “em algumas semanas” para escolas assinantes que desejam oferecer um tipo diferente de experiência de IA aos alunos.
Por enquanto, no entanto, a OpenAI diz que os prompts de sistema especializados do Modo Estudo são um “primeiro passo” para treinar comportamentos semelhantes “diretamente em nossos modelos principais” no futuro.
Estresse térmico em florestas degradadas no Arco do Desmatamento da Amazônia Brasileira
As florestas da Amazônia brasileira danificadas pelo fogo permanecem cerca de 2,6°C (4,7°F) mais quentes do que as florestas vizinhas intactas ou exploradas seletivamente, e o calor extra pode persistir por pelo menos 30 anos, de acordo com um novo estudo publicado em Environmental Research Letters.
Essas descobertas sugerem que o fogo altera as florestas tropicais de maneiras que retardam sua recuperação e podem enfraquecer sua capacidade de tolerar o estresse climático e armazenar carbono — um papel crucial que essas florestas desempenham na mitigação climática global.
(a) Temperatura da copa superior da floresta no local de estudo de Feliz Natal, MT, para um único dia de 31/08/2018, correspondente à aquisição ECOSTRESS mais quente e com menor contaminação por nuvens disponível no registro de 2 anos da estação seca; e (b) classificação dos tipos de floresta intacta, explorada e queimada, de Rangel Pinagé et al (15). Pixels não florestais foram removidos
“Estamos descobrindo que as queimadas têm grandes impactos ecológicos em larga escala e que a regeneração está muito mais em risco — é mais lenta ou nem acontece”, disse a autora principal, Savannah S. Cooley, pesquisadora do Centro de Pesquisa Ames da NASA e recém-graduada em doutorado pelo programa de Ecologia, Evolução e Biologia Ambiental (E3B) da Universidade de Columbia. (Cooley foi coorientada por Duncan Menge e Ruth DeFries, professora e reitora cofundadora da Escola de Clima da Universidade de Columbia.)
Ao contrário de ecossistemas adaptados ao fogo, como savanas ou florestas de pinheiros , as florestas tropicais da Amazônia evoluíram em condições úmidas, onde incêndios naturais eram raros. Como resultado, muitas espécies de árvores tropicais não desenvolveram características para tolerar ou se recuperar dos danos causados pelo fogo.
Gráfico da altura do dossel (m) versus temperatura do dossel superior (°C) colorido por tipo de degradação florestal. Cada ponto representa uma única amostra de AGB do GEDI com uma observação correspondente da temperatura do dossel superior do ECOSTRESS para os tipos de floresta queimada (pontos vermelhos), explorada (pontos azuis) e intacta (pontos verdes)
Além de serem, em média, mais quentes, as florestas queimadas na área de estudo apresentaram maior instabilidade térmica. Em comparação com florestas exploradas seletivamente ou intactas, elas apresentaram maiores flutuações diárias de temperatura e maior probabilidade de ultrapassar limites fisiológicos que prejudicam a função das árvores. Durante o pico de calor da estação seca, quase 87% das folhas expostas à luz solar em florestas queimadas perdem mais energia da respiração do que ganham da fotossíntese, em comparação com 72% a 74% em florestas exploradas seletivamente ou intactas.
Florestas queimadas também tiveram 10 vezes mais probabilidade de ultrapassar o limite de danos duradouros.
Estresse térmico em florestas degradadas no Arco do Desmatamento da Amazônia Brasileira
Essas diferenças de temperatura refletem mudanças fundamentais na estrutura da floresta, que deixam as áreas queimadas mais vulneráveis ao calor. Os incêndios afinam o dossel superior, removem a vegetação de nível médio e inferior e reduzem a área foliar, diminuindo a sombra e a transpiração que normalmente resfriam uma floresta. A redução da quantidade de folhas permite que a luz solar aqueça as superfícies expostas e o ar próximo ao dossel.
(A) Temperatura prevista para o dossel superior com limites de incerteza de intervalo crível de 5% a 95% em função da altura do dossel (modelada após 5 anos de recuperação para florestas exploradas e queimadas). (B) Temperatura prevista para o dossel superior (com IC de 5% a 95%) em função do tempo desde a perturbação, modelada a 25 m de altura do dossel para todos os tipos de floresta. As estimativas são baseadas em distribuições de hiperparâmetros posteriores para cada tipo de floresta: intacta, explorada e queimada. Todas as outras covariáveis são constantes e iguais à sua média
As queimadas também criam bordas próximas à terra desmatada, permitindo que o ar mais quente se mova para dentro. A floresta retém esse calor extra até que suas camadas de vegetação se reconstruam, um processo que pode levar décadas.
O estudo sugere que o fogo é o principal fator de estresse térmico prolongado em florestas amazônicas degradadas. Em áreas onde a exploração madeireira seletiva deixou o dossel praticamente intacto, as temperaturas foram semelhantes às de florestas intocadas.
O contraste destaca a prevenção de incêndios e a exploração madeireira de baixo impacto como estratégias essenciais para manter a saúde das florestas tropicais.
Insights do espaço
Distribuições modeladas de temperatura foliar no dossel superior com base em observações térmicas do ECOSTRESS de fragmentos florestais (intactos, explorados e queimados) na observação mais quente e sem nuvens em um registro de estação seca de 2 anos (31-08-2018). Os resultados para os fragmentos mais quentes (quartil superior) são apresentados
O estudo é baseado em imagens de satélite do município de Feliz Natal, no Arco do Desmatamento do Brasil, uma região no sudeste da Amazônia onde incêndios e exploração madeireira têm se acelerado desde a década de 1980. Os pesquisadores conduziram a primeira comparação térmica sistemática de florestas queimadas, exploradas seletivamente e intactas na área usando observações integradas de satélite.
Esta imagem da floresta amazônica é de um mapa baseado em vários conjuntos de dados de satélite com dados de estrutura de cobertura 3D da missão lidar GEDI, uma análise que se baseou em mais de 6.700 observações correspondentes coletadas durante a estação seca da Amazônia
Eles combinaram três anos de dados de temperatura da superfície terrestre do instrumento ECOSTRESS da NASA com dados de estrutura de cobertura 3D da missão lidar GEDI, uma análise que se baseou em mais de 6.700 observações correspondentes coletadas durante a estação seca da Amazônia.
Utilizando um modelo hierárquico, a equipe integrou dados de temperatura e estrutura para rastrear a frequência com que as folhas iluminadas pelo sol excediam os limites de desaceleração da fotossíntese ou danos aos tecidos. Considerando a altura do dossel e o tempo desde a perturbação, eles reconstruíram a recuperação térmica a longo prazo em todas as camadas da floresta. O resultado é uma visão única, em nível foliar, de quanto tempo o estresse térmico persiste após a perturbação e como a estrutura da floresta influencia a vulnerabilidade térmica ao longo do tempo.
Calor oculto revela novos riscos para restauração e resiliência
Os resultados fornecem nuances para a compreensão de como as políticas climáticas abordam a degradação das florestas tropicais. As estratégias de mitigação de carbono e restauração florestal frequentemente tratam as florestas degradadas como uma única categoria. No entanto, o estudo revela que o fogo tem impactos térmicos mais duradouros, que não são detectáveis apenas por imagens ópticas de satélite convencionais. Em imagens ópticas de satélite, as florestas danificadas pelo fogo podem parecer ter regenerado, mas muitas ainda sofrem estresse térmico elevado.
Florestas tropicais como esta na Amazônia removem grandes quantidades de dióxido de carbono atmosférico
A distinção é importante porque as florestas tropicais removem grandes quantidades de dióxido de carbono da atmosfera a cada ano e são um componente essencial dos programas globais de restauração e compensação. Se as florestas danificadas pelo fogo permanecerem sob estresse térmico por décadas, os benefícios de carbono da regeneração passiva podem ser superestimados. A incorporação de dados fisiológicos de calor pode fornecer uma avaliação mais realista da função florestal em estratégias climáticas.
Embora as descobertas destaquem desafios, Cooley disse que ações significativas são possíveis.
“Ecossistemas tropicais degradados, especialmente florestas queimadas, estão sofrendo estresse térmico”, disse ela. “Mas há muito que podemos fazer para minimizar os danos à biodiversidade e às espécies que estão sofrendo esse estresse — tanto em termos de manejo florestal, ajudando a reduzir os incêndios na Amazônia, quanto em termos de mitigação de carbono, continuando a reduzir as emissões de forma agressiva e rápida, e fazendo a transição para uma economia de energia sustentável e limpa”.
A plataforma COP30 Events é uma iniciativa colaborativa lançada por organizações brasileiras e internacionais para mapear e divulgar a agenda de eventos relacionados à COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que será realizada em Belém do Pará, de 10 a 21 de novembro de 2025.
Objetivos da plataforma
Dar visibilidade à diversidade de iniciativas climáticas antes, durante e depois da COP30
Facilitar o planejamento de participantes nacionais e internacionais
Democratizar o acesso à programação, especialmente para grupos minorizados
Ampliar o impacto das discussões climáticas para além dos espaços oficiais
Como funciona
É um site bilíngue (português e inglês)
Permite o cadastro direto de eventos por qualquer organização
Reúne atividades presenciais e digitais, como:
Conferências e painéis
Oficinas e seminários
Exposições de arte e filmes
Encontros online
Quem está por trás
A plataforma foi idealizada por:
CLARICE
Converge Capital
Profile
World Climate Foundation Com apoio de:
Instituto Arapyaú
Instituto Clima e Sociedade
Instituto Itaúsa
Site
Essa ferramenta surge como resposta à complexidade logística da COP em Belém e à necessidade de organizar uma agenda extensa e diversa. É uma forma de garantir que a mobilização climática alcance novos públicos e promova mais inclusão e impacto.
A COP30 events reúne tudo e mais um pouco em um só lugar. No site, empresas, start-ups, bancos e gestoras, associações, organizações públicas e da sociedade civil, academia, imprensa, entre outros cadastram suas programações.
Acesse o que vai rolar na COP 30 ou cadastre seu evento nesse link: www.cop30.events
COP 30
A COP30 é a 30ª edição da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Ela acontecerá de 10 a 21 de novembro de 2025, em Belém, no Pará, sendo a primeira vez que o Brasil, e a região amazônica, sediará esse encontro global.
Principais Objetivos
Avaliar o progresso dos países no combate às mudanças climáticas
Revisar metas e compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa
Discutir financiamento climático, especialmente de países ricos para países em desenvolvimento
Promover justiça climática e transição energética sustentável
Por que Belém?
A escolha da capital paraense tem um forte simbolismo: levar os líderes mundiais para debater o futuro do planeta dentro da Amazônia, um dos ecossistemas mais importantes e vulneráveis do mundo.
Desafios atuais
Apesar da importância histórica, a COP30 enfrenta críticas e tensões logísticas:
Preços abusivos de hospedagem em Belém geraram pedidos de transferência do evento para outra cidade.
O governo brasileiro reafirmou que não há plano B e que a conferência será mantida em Belém.
Essa edição será decisiva para o futuro das políticas climáticas globais, especialmente após resultados limitados na COP29. O Brasil tem a chance de assumir um papel de liderança e mostrar que é possível conciliar desenvolvimento com preservação ambiental.
Amazônia e Soja: As Controvérsias que Ecoam Além da Colheita
No coração da maior floresta tropical do planeta, um debate fervoroso pulsa em torno da soja, commodity vital que impulsiona economias e alimenta nações. Um acordo, concebido para harmonizar a produção agrícola com a urgência da conservação ambiental, permanece sob escrutínio. Longe de ser um ponto final, este pacto, que envolve a compra e o financiamento da soja cultivada na Amazônia, é um catalisador de tensões e desconfianças, revelando as profundas dicotomias que permeiam o desenvolvimento na região.
Safra atual da soja
A safra atual de soja projeta um recorde histórico de 169,5 milhões de toneladas, um aumento significativo de 14,7% em relação ao ano anterior, conforme as estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento Conab. A produtividade também alcançou um patamar inédito, com um crescimento de 11,2%, atingindo 3.560 quilos por hectare cultivado. Esses resultados são fruto de uma combinação de clima favorável, avanços tecnológicos e uma expansão de 3,2% na área cultivada. Entretanto, embora o cenário seja promissor na lavoura, no campo jurídico a situação é bem distinta.
Fonte: Portal Câmara dos Deputados
Produtores, com o respaldo da bancada ruralista no Congresso Nacional, e exportadores, apoiados por ambientalistas, travam disputas no Conselho Administrativo de Defesa Econômica Cade, no Supremo Tribunal Federal STF e na Justiça do Mato Grosso. No cerne desse embate está a moratória da soja, que restringe, para seus signatários, a compra e o financiamento de soja cultivada em áreas do bioma amazônico desmatadas após 2008.
As Raízes da Controvérsia e a Moratória da Soja
O solo amazônico, fértil e vasto, atrai o olhar do agronegócio com sua promessa de produtividade. No entanto, essa promessa carrega consigo um fardo histórico: a expansão da fronteira agrícola muitas vezes se deu às custas da floresta, convertida em pastagens e lavouras. O acordo em questão busca, em tese, mitigar esse impacto. Ele propõe diretrizes para a aquisição de soja proveniente de áreas que não contribuem para o desmatamento ilegal, além de condicionar o financiamento a práticas sustentáveis.
A ideia é louvável, um esforço para canalizar o capital para a produção responsável. Contudo, a execução dessa nobre intenção se choca com realidades complexas, onde interesses divergentes e a própria dinâmica da região testam os limites da boa vontade. O acordo da moratória da soja, de adesão voluntária, emergiu em 2006, como resposta aos protestos de ambientalistas europeus que denunciavam o desmatamento da Amazônia impulsionado pela plantação de soja.
Entre os signatários desse pacto estão a Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais Abiove, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais Anec, empresas de porte como Amaggi, Cargill e Bunge, além do Banco do Brasil e organizações não governamentais ONGs influentes, como o World Wide Fund for Nature WWF e o Greenpeace.
O Impacto da Moratória: Números e Percepções
Os dados compilados pelo MapBiomas e pela WWF revelam que, com a implementação da moratória, a expansão da soja na Amazônia reduziu drasticamente, caindo de 73% para 8% da área total de avanço das plantações, ao comparar os períodos de 1990 a 2007 e de 2008 a 2023. Tiago Reis, especialista em conservação da WWF, enfatiza a eficácia da moratória da soja. Ele aponta que o acordo foi crucial para diminuir o desmatamento, as emissões de carbono e a perda de biodiversidade na Amazônia. Paradoxalmente, a moratória também impulsionou um aumento na produção de soja e abriu novos mercados, especialmente na Europa, onde os consumidores rejeitam produtos associados ao desmatamento.
A Abiove complementa essa perspectiva, afirmando que entre as safras de 2006/2007 e 2022/2023, as exportações de soja originada na Amazônia dispararam em 516%, alcançando 18,5 milhões de toneladas. No mesmo período, a área de cultivo no bioma cresceu 420%, com o plantio ocorrendo em áreas como pastagens degradadas. A associação defende, em nota, que esses resultados demonstram a plena viabilidade de conciliar a expansão agrícola com a conservação ambiental.
Cultivo da soja na Amazônia 2022/2023 – Fonte: Abiove
O Contraponto dos Produtores e as Batalhas Jurídicas
Na ponta oposta dessa discussão, a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado do Mato Grosso Aprosoja MT alega que a moratória extrapola os limites do Código Florestal brasileiro. Esse código, é importante lembrar, permite o desmatamento de até 20% do bioma amazônico em propriedades privadas. Na visão da Aprosoja MT, as tradings e agroindústrias que assinaram o tratado, por deterem uma parcela significativa do mercado, acabam por coagir os produtores. Eles seriam forçados a não plantar em áreas legalmente permitidas pela legislação brasileira ou a substituir a soja por culturas menos lucrativas. A organização estima que 65 municípios e 2,7 milhões de hectares são impactados pela iniciativa, gerando perdas anuais de aproximadamente R$ 20 bilhões aos produtores.
No empenho para desmantelar o pacto, a entidade atua em três frentes distintas. A primeira envolve uma ação junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica Cade. A Aprosoja MT argumenta que a moratória permite uma ação coordenada entre as empresas, o que poderia configurar a formação de um cartel de compra. O Cade analisa essa queixa, que se soma a representações semelhantes apresentadas pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil CNA e pela Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados.
No entanto, para André Lima, secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima MMA, a acusação de formação de cartel carece de fundamento. Ele argumenta que tanto consumidores individuais quanto coletivos, organizados em associações, têm o direito de escolher se desejam adquirir produtos que sejam resultado de desmatamento, mesmo que legal. Essa perspectiva reforça a ideia de que a decisão de aderir ou não à moratória é uma escolha do mercado, e não uma imposição anticompetitiva.
A Questão da Indenização e as Restrições Estaduais
A segunda investida da Aprosoja MT é uma ação civil pública movida em Cuiabá. A associação pleiteia uma indenização de R$ 1 bilhão por danos morais coletivos contra a Abiove, a Anec e 25 tradings e agroindústrias participantes do pacto. Luiz Bier, vice presidente da entidade, explica a motivação dessa ação. Ele afirma que, como todas as grandes empresas que comercializam mais de 90% da soja do Mato Grosso aderiram à moratória, os produtores perdem opções economicamente viáveis. Isso os deixaria com áreas produtivas restritas às terras desmatadas até 2008, sem a possibilidade de utilizar a terra conforme a legislação permite.
A CNA compartilha dessa posição, com André Dobashi, presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, declarando em abril que municípios inteiros são economicamente sufocados por restrições que não encontram respaldo no ordenamento jurídico brasileiro.
A terceira frente de combate ao acordo emerge das assembleias legislativas estaduais. Com o apoio de uma parcela dos produtores, os estados de Mato Grosso, Rondônia e Maranhão aprovaram leis que impedem a concessão de benefícios fiscais e terrenos públicos a empresas que participam da moratória da soja, ou de quaisquer outros acordos que “imponham restrições à expansão da atividade agropecuária em áreas não protegidas por legislação ambiental”.
A tributarista Marília Toffolis, sócia do escritório BNT Advogados, alerta para as consequências dessas leis. Ela afirma que, se mantidas, essas legislações inviabilizam a atuação das agroindústrias de exportação, resultando em uma redução média de cerca de 70% no ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços para essas empresas.
O STF e o Futuro dos Incentivos Fiscais
As novas leis estaduais se tornaram alvo de Ações Diretas de Inconstitucionalidade ADIs movidas por partidos políticos como PCdoB, Psol, PV e Rede Sustentabilidade, além da própria Abiove. Até o momento, o Supremo Tribunal Federal STF se manifestou apenas no caso do Mato Grosso. Em uma liminar concedida em abril, o ministro Flávio Dino reconsiderou uma decisão anterior na qual havia suspendido a restrição aos incentivos fiscais e à utilização de terrenos do estado. Com essa nova decisão, o ministro autorizou, a partir do próximo ano, o fim dos benefícios para as empresas signatárias da moratória.
A decisão de Dino, que ainda depende do voto do Plenário para aprovação definitiva, reafirma que a adesão das empresas à moratória é livre e continua válida. Entretanto, ele ressalta que o poder público não é obrigado a conceder incentivos a empresas que impõem exigências ambientais mais rigorosas do que as estabelecidas pela legislação brasileira. Essa nuance da decisão sugere um ponto de equilíbrio onde a autonomia privada coexiste com a discricionariedade do Estado em suas políticas de incentivo.
A Visão Ambiental e o Compromisso Climático
Cristiane Mazzetti, porta voz do Greenpeace no Brasil, avalia que os ataques à moratória da soja, caso bem sucedidos, criariam um precedente perigoso na luta contra as mudanças climáticas. Ela enfatiza que, para reduzir as emissões, é crucial a participação de todos os setores da sociedade, incluindo o governo, empresas e a sociedade civil. Para Mazzetti, o desmatamento zero é um ponto chave para que o Brasil consiga cumprir os compromissos assumidos em sua NDC Contribuição Nacionalmente Determinada para a COP30, especialmente em um momento em que o país busca protagonismo na agenda climática. Ela argumenta que as mudanças no uso da terra são responsáveis por mais de 40% das emissões brasileiras de gases de efeito estufa, o que realça a urgência da questão.
André Lima, do MMA, concorda com essa perspectiva. Ele afirma que o país não alcançará sua meta de desmatamento zero apenas com comando, controle, punição e fiscalização do Estado. Para ele, o caminho passa por incentivos e desincentivos de mercado. O secretário também questiona juridicamente o fim dos incentivos fiscais, alegando que, ao punir quem não deseja incentivar o desmatamento, descumpre se um princípio fundamental da ordem econômica e financeira nacional estabelecido no artigo 170 da Constituição.
Lima cita que esse artigo menciona, entre os princípios da ordem econômica, “a defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços”. Essa interpretação sugere que incentivar práticas sustentáveis e desincentivar o desmatamento está em linha com a própria Constituição Federal.
Um Apelo Global e o Futuro das Exportações
Enquanto o impasse jurídico e político continua, um grupo de 60 empresas globais, incluindo nomes como McDonald’s, Danone e a rede de supermercados Tesco, divulgou em julho um manifesto de apoio à moratória da soja. Essa demonstração de solidariedade reforça a pressão internacional por cadeias de suprimentos mais sustentáveis.
Nesse cenário, a Abiove e a Anec expressam receio quanto ao rumo das exportações. Mesmo não sendo diretamente afetadas pelas tarifas de 50% anunciadas pelo governo de Donald Trump, já que o Brasil não vende soja para os Estados Unidos, as associações temem que as vendas para outros mercados possam ser prejudicadas caso a moratória perca sua força. A reputação ambiental do Brasil no cenário global, e a percepção de seus produtos, são fatores cruciais que podem impactar diretamente o fluxo comercial.
O intrincado acordo sobre a soja amazônica é um exemplo emblemático dos desafios complexos que o Brasil enfrenta ao tentar conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação de um bioma de importância global. Não há soluções simples nem respostas prontas. A busca por um caminho sustentável exige diálogo contínuo, aprimoramento dos mecanismos de fiscalização e o reconhecimento das múltiplas realidades que coexistem na Amazônia.
Talvez o maior desafio seja construir pontes entre os diferentes atores, superando desconfianças e encontrando terreno comum. Isso implica ouvir as comunidades locais, valorizar seus conhecimentos tradicionais, investir em tecnologias de rastreabilidade e, acima de tudo, priorizar a saúde da floresta como um bem inestimável para a humanidade. O conflito persiste, mas a esperança reside na capacidade de transformar essa tensão em um catalisador para a inovação e para um futuro onde a soja da Amazônia possa ser sinônimo não de desmatamento, mas de prosperidade sustentável.