Aos 100 anos de idade, tartaruga das Galápagos torna-se mãe pela primeira vez

Nascimento raro celebra marco histórico no Zoológico de Filadélfia

Autor: Redação Revista Amazônia

Pela primeira vez em quase 150 anos de história, o Zoológico de Filadélfia comemorou o nascimento de filhotes de tartaruga das Galápagos. A protagonista desse feito é Mommy, uma fêmea centenária da espécie Chelonoidis niger, que, junto com o macho Abrazzo, também com cerca de 100 anos, gerou uma ninhada inédita: quatro filhotes fêmeas que nasceram em 27 de fevereiro de 2025.

O nascimento não apenas marca um marco inédito para o zoológico, mas também representa um avanço significativo na conservação de uma das espécies mais ameaçadas do planeta.

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Imagem: DR Zoo de Filadélfia

De quatro tentativas, uma ninhada bem-sucedida

Desde 2023, Mommy havia posto ovos em quatro ocasiões, mas apenas a última tentativa foi bem-sucedida. A equipe do zoológico aprimorou cuidadosamente o processo de incubação, escolhendo um substrato mais adequado, uma mistura especial de areia e solo para simular as condições naturais do arquipélago equatoriano.

Foram colocados 16 ovos, dos quais oito foram incubados em condições para produzir machos (temperatura abaixo de 28°C) e os outros oito para gerar fêmeas (acima de 29,5°C). As quatro primeiras eclosões confirmadas foram todas fêmeas.

Mommy: uma tartaruga valiosa para o futuro da espécie

Mommy não é apenas uma tartaruga centenária. Ela é considerada, do ponto de vista genético, uma peça-chave no programa de conservação da Associação de Zoológicos e Aquários dos Estados Unidos (AZA), que busca manter a diversidade genética da espécie por meio do Plano de Sobrevivência de Espécies (SSP).

Segundo o zoológico, até agora os genes de Mommy não estavam representados na população mantida sob cuidados humanos, o que torna seus descendentes extremamente relevantes para os esforços de preservação.

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Mommy – Imagem: DR Zoo de Filadélfia

Condições ideais para um feito raro

O sucesso reprodutivo foi resultado de anos de estudo sobre o comportamento da espécie, bem como de um manejo técnico rigoroso. “É uma conquista monumental para nossa equipe, que trabalhou incansavelmente para criar as condições ideais para o nascimento desses filhotes”, afirmou Lauren Augustine, diretora de Herpetologia e Aves do zoológico.

O feito será celebrado com a primeira aparição pública das crias, marcada para o dia 23 de abril, exatamente no 93º aniversário da chegada de Mommy ao Zoológico de Filadélfia — ela vive ali desde 1932, sendo a fêmea reprodutora mais velha da sua espécie em zoológicos norte-americanos.

Ajuda valiosa para uma espécie à beira da extinção

Atualmente, estima-se que existam apenas 44 tartarugas gigantes ocidentais de Santa Cruz nos zoológicos dos Estados Unidos. O nascimento das novas filhotes representa uma nova linhagem genética e dá fôlego ao esforço de preservação da espécie, considerada “criticamente ameaçada” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

Os riscos que ameaçam essa espécie incluem perda de habitat, espécies invasoras e conflitos com humanos. Os cientistas esperam agora replicar o sucesso alcançado em Filadélfia em outros zoológicos credenciados, ampliando as chances de sobrevivência das tartarugas das Galápagos.

Gigantes do Pacífico com séculos de história

Originárias das Ilhas Galápagos, situadas na costa do Equador, essas tartarugas são as maiores do mundo: machos podem atingir 1,8 metros e pesar até 260 quilos, enquanto as fêmeas chegam a medir cerca de um metro e pesar 130 quilos. Sua expectativa de vida impressiona, estima-se que possam viver entre 100 e 200 anos.

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Hoje, restam 13 espécies vivas dessas tartarugas distribuídas em sete das 19 ilhas do arquipélago de Galápagos. Graças a iniciativas como a do Zoológico de Filadélfia, há esperança de que futuras gerações continuem a conviver com essas criaturas extraordinárias — e que os filhotes de Mommy ajudem a garantir esse legado.


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