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Presidente da Amport, Flávio Acatauassú, participa do evento Diálogos Hidroviáveis

O diretor presidente da Associação Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (Amport), Flávio Acatauassú, participou nesta quinta-feira (24) do evento Diálogos Hidroviáveis, programa de integração permanente de iniciativas para o desenvolvimento sustentável das hidrovias brasileiras. O encontro é promovido pela Agência de Desenvolvimento Sustentável do Corredor Centro-Norte (Adecon) e pelo Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial e Lacustre e das Agências de Navegação do Estado do Pará (Sindarpa).

Em sua apresentação, Flávio falou sobre os portos da região e destacou os avanços e perspectivas do setor no contexto da COP 30. “Nós temos convicção da força dos portos do Arco Amazônico, que possuem boa profundidade e calados apenas limitados pelos canais de acesso ao mar. Além disso, temos uma vocação natural para o transporte de granéis vegetais, minerais e líquidos. Nossas operações estão totalmente alinhadas com os conceitos de sustentabilidade da COP 30”, disse o executivo.

Flávio também fez uma interessante comparação entre os modais de transporte, demonstrando que seriam necessários 716 vagões no transporte ferroviário e 1430 carretas no modal rodoviário para transportar o equivalente a um comboio de 50.000T no modal aquaviário. “Os dados existentes comprovam que o transporte aquaviário é o mais eficiente e sustentável ecologicamente falando, sendo a vocação natural de transporte na Amazônia”, argumentou.

O executivo ainda falou sobre a importância da retomada das obras da EF-170 (Ferrogrão), projetada para interligar a região do município de Sinop (MT) às Estações de Transbordo de Cargas em Miritituba (PA). Quando entregue, a via terá papel estruturante importante não só para o escoamento da produção de granéis vegetais e da importação de fertilizantes, combustíveis e produtos manufaturados na Zona Franca de Manaus, dentre outros, mas também para mitigar os impactos socioambientais negativos existentes.

Ao encerrar sua apresentação, Acatauassú falou sobre a capacidade dos portos do Arco Amazônico e acrescentou o enorme potencial de crescimento que existe na região. “Atualmente, podemos embarcar 58 milhões de toneladas de graneis vegetais por ano nos portos de Itacoatiara, Santarém, Santana, Barcarena e Tegram. De acordo com nossos projetos em andamento, conseguiremos ampliar em mais 42 milhões de toneladas, nos próximos 6 anos, nesses portos. A movimentação via transporte aquaviário vem crescendo ano a ano no Arco Amazônico. E temos muito ainda para crescer com sustentabilidade, impactando minimamente o meio ambiente, contribuindo de forma positiva para a elevação do IDH local e para a economia de todo o país”, encerrou.

O evento segue até o dia 25 na sede do Sindarpa, em Belém. Ao final, um resumo dos assuntos abordados será encaminhado para o Governo do Pará.

Ministério da Cultura estabelece regras para ações afirmativas e acessibilidade na Lei Paulo Gustavo

Em uma iniciativa inédita e histórica, o Ministério da Cultura regulamentou ações afirmativas e medidas de acessibilidade para a aplicação da Lei Paulo Gustavo. As diretrizes estão na instrução normativa número cinco, publicada no diário oficial da união, neste mês de agosto.

De acordo com o documento, estados, municípios e o Distrito Federal devem estimular e garantir a participação e o protagonismo de agentes culturais minorizados socialmente.

São exemplos desse público, mulheres, pessoas negras, pessoas indígenas, comunidades tradicionais, inclusive de terreiro e quilombolas, populações nômades e povos ciganos, pessoas lgbtqiap+, pessoas com deficiência, pessoas idosas, em situação de rua e outros.

A assessora de Participação Social e Diversidade do Ministério, Mariana Braga, fala um pouco do contexto do surgimento da Lei Paulo Gustavo e da importância de regulamentar, por meio da instrução normativa, pontos que já estavam no decreto que institui a lei. “A Lei Paulo Gustavo tem essa atenção de estabelecer medidas que visem estimular o protagonismo, a criação, e estimular que esses recursos consigam ser acessados por esses territórios, por estes povos, por estas comunidades, por estes fazedores de arte e cultura das periferias, por esses fazedores de arte e cultura de grupos que foram vulnerabilizados ao longo da história”.

Os editais publicados pela Lei Paulo Gustavo também podem ser voltados a determinados territórios, povos, comunidades, grupos ou populações. Eles também podem ser contemplados por meio de categorias específicas dentro de chamamentos de caráter geral.

Mariana Braga reforça o significado e o objetivo das ações afirmativas. “O que são essas ações afirmativas? As ações afirmativas são as políticas compensatórias que vão ser criadas com o objetivo de promover a reparação e superação dessas desigualdades sociais e estruturais da nossa sociedade que acabam dificultando determinados grupos de acessar esses direitos de produzir e de fazer, e de fruir cultura. Então, são essas estratégias concretas que vão visar promover esse direito à igualdade, mas é uma igualdade de fato porque a gente pode ter. Não basta que a gente disponibilize… A gente sabe, vocês pelas experiências nas gestões de vocês, vocês devem saber que se a gente abre uma ação aberta a todos, sem essas medidas, esses recursos acabam indo para determinadas regiões das nossas cidades, para determinados grupos de pessoas. Então, essas medidas vão visar desconcentrar, produzir uma igualdade, de fato, para neutralizar esses efeitos negativos e conseguir, de fato, democratizar os recursos. Isso é essencial para a Lei Paulo Gustavo”.

Uma das medidas de maior destaque é a garantia de cotas étnicas e raciais, em todos os editais publicados para execução dos recursos da lei. Elas devem ser de, no mínimo, 20% das vagas para pessoas negras e 10% para pessoas indígenas. O documento prevê cotas para outros grupos sociais, de acordo com os objetivos de cada edital.

As regras podem ser aplicadas a pessoas físicas, jurídicas ou grupos e coletivos sem constituição jurídica.

Para conhecer todo o conteúdo da instrução normativa que regulamenta as ações afirmativas e de acessibilidade na Lei Paulo Gustavo, acesse a página do Ministério da Cultura.

Fonte: Brasil 61

Lula participa do Fórum Empresarial do Brics, na África do Sul

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a entrada de novos países no Brics — que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul —, nesta terça-feira (22), em Joanesburgo, na África do Sul. No Fórum Empresarial do Brics, Lula destacou o potencial do bloco para o desenvolvimento econômico global e a importância da atuação conjunta entre os setores público e privado. O fórum é uma das agendas do setor privado que acontece antes da cúpula geral do Brics, que vai até o dia 24 de agosto.

“O dinamismo da economia está no sul global e o Brics é sua força motriz. O Brics tem uma chance única de moldar a trajetória do desenvolvimento global. Vocês, empresários, fazem parte desse esforço. Nossos países reunidos representam um terço da economia mundial. Essa relevância vai crescer com a entrada de novos membros plenos e parceiros no diálogo. A colaboração entre os setores público e privado é vital para aproveitar esse potencial de alcançar resultados duradouros.”, afirmou o presidente brasileiro.

Lula lembrou ainda que, em dezembro, o Brasil assumirá a presidência do G20 — grupo que reúne as principais economias do mundo — e que isso pode ser uma oportunidade para o avanço em temas de interesse do sul global. O chefe do Executivo ressaltou ainda a importância do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o chamado banco do Brics, comandado atualmente pela ex-presidente Dilma Rousseff, para a colaboração entre as economias emergentes.

“Nosso banco conjunto deve ser um líder global do financiamento de projetos que abordam os desafios mais urgentes do nosso tempo. Ao diversificar fontes de pagamento e moedas locais, expandir sua rede de parceiros e ampliar seus membros, o NDB constitui uma plataforma estratégica para promover a cooperação entre os países em desenvolvimento”, pontuou.

Segundo o governo federal, em 2022 o volume de transações entre o Brasil e os parceiros do Brics chegou a US$ 177,7 bilhões, sendo US$ 99,4 bilhões em exportações brasileiras para China, Índia, Rússia e África do Sul e US$ 78 bilhões em importações de produtos vindos desses países. De janeiro a julho de 2023, o volume já atingiu US$ 102,3 bilhões (US$ 63,2 bilhões em exportações e US$ 39 bi em importações).

Cebrics

Esta é a segunda vez que a África do Sul é sede da Cúpula do Brics. A primeira foi há 10 anos, em Durban, quando foi criado o Conselho Empresarial do Brics (Cebrics). O conselho tem como objetivo assegurar que as principais prioridades do setor privado sejam efetivamente comunicadas aos líderes dos governos do Brics durante a cúpula.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) é a secretária-executiva do mecanismo no Brasil. De acordo como o presidente-eleito da entidade, Ricardo Alban, as discussões giram em torno de uma convergência para ações e políticas públicas. Ele acredita que existe uma janela de oportunidades para a indústria brasileira e para o Brasil no mundo.

“Se neste momento estamos todos tão conscientes da necessidade da neoindústria, temos a responsabilidade e a obrigação de aproveitar essas oportunidades, traçar políticas públicas convergentes, priorizar para que tenhamos focos e garantir as verdadeiras entregas. E dentro dessas entregas, o Brasil tem a oportunidade de voltar para o mercado internacional com indústria de manufaturas, com produtos verdes, descarbonizados, já que nós vamos ser um grande produtor de energia verde e sustentável”, afirma o presidente-eleito da CNI.

Para Alban, a adoção de uma moeda única no Brics ainda é algo “questionável”, mas acredita que, durante as conversas entre os governantes dos cinco países, seja possível a construção de um meio de pagamento único. Ele defendeu que qualquer decisão seja tomada com cautela para que não haja equívocos de ordem monetária ou financeira.

A estrutura do Cebrics é formada por nove grupos de trabalho que contam com mais de 90 representantes brasileiros, que têm como objetivo a formulação de recomendações por temas.

Fonte: Brasil 61

Sesi Lab recebe a exposição “Trabalhadores”, do fotógrafo Sebastião Salgado

Um dos fotógrafos mais renomados do mundo, o brasileiro Sebastião Salgado ganha uma exposição no Museu Temporário do SESI Lab, em Brasília, a partir deste sábado (26). A mostra “Trabalhadores” apresenta 150 imagens impressas de forma analógica que retratam o mundo do trabalho pelo mundo. A exposição fica em cartaz até 28 de janeiro de 2024.

O trabalho é resultado de viagens realizadas entre 1986 e 1992 e tem como objetivo retratar a busca do fotógrafo em “representar os processos manuais de produção ainda existentes, antes que desapareçam completamente”.

“Nesse projeto quis documentar o fim da primeira grande revolução industrial, na qual o trabalho era extremamente importante. Durante seis anos, viajei pelo mundo em busca da presença da mão humana na produção. Máquinas inteligentes estavam chegando às linhas de produção. Os computadores e a robotização estavam começando a substituir a força de trabalho”, destaca Sebastião Salgado.

A curadoria da mostra foi realizada pela design Lélia Wanick Salgado e conta a história do período sob uma perspectiva arqueológica visual. A seleção de fotos reúne um mundo de nuances que vão desde as plantações de chá em Ruanda aos cemitérios de navios em Bangladesh, passando por países como Rússia, China, Índia, França, Polônia, Cuba —  e no Brasil, os garimpos da Serra Pelada e as plantações de cana-de-açúcar.

Segundo o coordenador-geral das exposições de Sebastião Salgado no Brasil, Álvaro Razuk, a exposição está dividida em capítulos e retrata transformações no mundo do trabalho.

“São 6 capítulos, então a exposição está estruturada na forma como aparece no livro. E fala de vários tipos de formas de trabalho, por exemplo, fala do cortador de cana que se liga com a criação do Proálcool,que é um trabalho bastante precarizado. Hoje em dia isso é mecanizado em muitos lugares, mas eu tenho certeza de que esse tipo de trabalho não se extinguiu. Eu acho que o trabalho do Sebastião tem a formação dele de jornalismo, como ele pensa, como ele fala das reportagens. Ele estrutura todas essas coisas, não é só um momento em algum lugar específico. Então esse acervo todo vai ter essa importância de memória, de documentação.”

Após um intervalo de mais de 20 anos desde a primeira exposição no Brasil, “Trabalhadores” chega pela primeira vez à capital. Salgado também é o primeiro artista a expor na galeria de exposições temporárias do museu Sesi Lab.

De acordo com a gerente-executiva de Cultura do SESI, Claudia Ramalho, a conexão entre a mostra e o tema anual das ações do Sesi Lab 2023 – Futuro das Profissões – foi determinante para a escolha da exposição.

“A primeira exposição com o tema o “futuro das profissões” foi em novembro de 2022. E a grande mensagem desta exposição era exatamente a dimensão das competências que estão fundadas na educação. Isso para nós foi muito importante justamente para dar continuidade a esse tema. E a escolha da exposição do Sebastião Salgado foi muito intencional, porque ele percorreu o mundo de 1986 até 1992 e fez um registro histórico a partir de processos de produção. Então assim, são as mãos de homens e mulheres que produziam. E é interessante, porque são profissões que não existem mais; algumas são existentes”, destaca.

Para o diretor de operações do Sesi, Paulo Mól, a exposição tem como objetivo gerar uma reflexão sobre os processos históricos do mundo trabalho com o atual contexto em que a tecnologia e novos processos estão alinhados com o trabalho.

“Quando a gente pensar especificamente sobre o futuro do trabalho, é importante a gente olhar para o que foi, para que a gente possa fazer a projeção do futuro para frente. O quanto mudou? Então tenho certeza que vir ao Sesi Lab olhar o acervo “Trabalhadores” do Sebastião Salgado vai provocar reflexões muito importantes, muito relevantes”, afirma.

Segundo a gerente-executiva de Cultura do Sesi, para o próximo ano o tema escolhido foi bioeconomia. Os trabalhos para a produção de uma nova exposição já iniciaram e estão ligados ao tema da Amazônia.

Exposição

A mostra “Trabalhadores” vai estar aberta à visitação a partir do sábado (26) das 10h às 19h. Durante o primeiro final de semana a visitação será gratuita para o público. Depois, R$ 20 a inteira e R$ 10 a meia e gratuito somente para crianças de até 10 anos, pessoas com deficiência, professores e alunos da rede SESI e SENAI e da rede pública de ensino, trabalhadores da indústria do Sistema Indústria, público em situação de vulnerabilidade social e membros associados do Conselho Internacional de Museus (ICOM).

De acordo com a gerente-executiva de Cultura do SESI, além da exposição será realizado no sábado (26) um conjunto de atividades.

“A gente vai ter oficinas, workshops e vai ter a exibição do documentário O Sal da Terra. É um documentário que foi indicado ao Oscar em 2015 e que conta a trajetória de Sebastião Salgado. Para a exibição do documentário a gente vai contar com o filho de Sebastião Salgado, Juliano Salgado, que vai exibir o documentário às 15h e depois vai conversar com os visitantes sobre a produção do documentário. Além de toda essa programação, a gente também vai ter uma programação cultural de apresentações artísticas”, explica.

Sebastião Salgado

Sebastião Ribeiro Salgado nasceu em Aimorés, Minas Gerais, em 1944. Considerado uma referência para a chamada fotografia humanista, Sebastião Salgado, além de registros fotográficos sobre diversos hábitos e culturas, denuncia, por meio de seus trabalhos, situações de desigualdade social e exploração de diferentes povos ao redor do mundo.

Formado em economia, teve sua primeira experiência no fotojornalismo em 1973 para as agências Gamma, Sygma e Magnum, enquanto residia em Paris, capital da França. Tem passagem pela agência Magnum, onde se destacou por retratar o atentado sofrido pelo então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan (1911-2004), em 1981.

Conhecido por trabalhos como Êxodos (2000) e Gênesis (2013), Sebastião Salgado é o primeiro brasileiro a integrar a Academia de Belas Artes da França.

Fonte: Brasil 61

Em último dia de cúpula, Lula celebra ampliação do Brics

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira (24), que para o Brics não importa quem vencerá as eleições presidenciais na Argentina, que ocorrem em outubro. O país sul-americano foi um dos seis aprovados para integrar o bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.ebc Em último dia de cúpula, Lula celebra ampliação do Bricsebc Em último dia de cúpula, Lula celebra ampliação do Brics

“A mim não importa, não importa do ponto de vista do Brics, quem ganha as eleições na Argentina. Todo mundo sabe que eu sou amigo do Alberto Fernández [atual presidente], mas quando tiver uma eleição, o Brasil, enquanto Estado, vai negociar com o Estado argentino, independentemente de quem seja o presidente. Pode ser que o presidente não queira negociar com o Brasil, é um direito livre soberano dele, ninguém vai obrigar”, disse.

O candidato populista de extrema-direita, Javier Milei, foi o mais votado nas eleições primárias da Argentina e é contrário à entrada do país no Brics.

Lula deu entrevista coletiva em Joanesburgo, na África do Sul, onde participou da 15ª Cúpula de chefes de Estado do Brics, que terminou hoje. O grupo aprovou a entrada de seis novos países no grupo, a partir de janeiro de 2024: Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã.

“A responsabilidade que nós tomamos hoje, e é isso que dá seriedade da escolha da Argentina, é que a gente não está colocando a questão ideológica dentro dos Brics. A gente está colocando a importância geopolítica de cada Estado e você sabe que a Argentina é muito importante na relação com o Brasil”, disse Lula aos jornalistas.

Diversos países pediram adesão ao bloco. O critério, segundo Lula, além da importância geopolítica e econômica, foi atender aqueles que estavam na fila há mais tempo. O presidente defende uma maior cooperação entre países em desenvolvimento, além de novos modelos de financiamento, comércio e desenvolvimento.

“Nós éramos chamados de terceiro mundo, depois cansaram e começaram a chamar de países em via de desenvolvimento e agora nós somos o Sul Global. Veja a mudança de nome, que pomposo. O que é importante nisso é que o mundo está mudando. A economia também começa a mudar, a geopolítica começa a mudar porque as coisas vão acontecendo e a gente vai ganhando consciência de que nós temos que nos organizar”, afirmou.

“O nosso [bloco, o Brics] não pensa só economicamente, o nosso também pensa politicamente. E é por isso que eu acho que o Brics está consolidado como uma referência. Qualquer ser humano, jornalista, cientista político que quiser discutir a geopolítica econômica, a geopolítica científica e tecnológica, a geopolítica de qualquer coisa vai ter que conversar com o Brics também, não é só com Estados Unidos e G7 [grupo de sete dos países mais industrializados do mundo]”, acrescentou o presidente.

Moeda comum

Durante a cúpula, também ficou acordado que os bancos centrais e ministérios da Fazenda e Economia de cada país ficarão responsáveis por realizar estudos em busca da adoção de uma moeda de referência do bloco para o comércio internacional, em alternativa ao dólar.

Segundo Lula, uma solução deve ser apresentada na próxima reunião do Brics, na Rússia.

Irã

À margem dos eventos do Brics, Lula se encontrou pela primeira vez, na tarde desta quinta-feira, com o presidente do Irã, Ebrahim Raisi.

No encontro, Raisi agradeceu a entrada do país no Brics e afirmou que deseja ampliar as relações comerciais entre os dois países. O presidente do Brasil lembrou que, em 2022, o Irã foi o maior importador de produtos brasileiros no Oriente Médio. Com um volume de quase US$ 4,3 bilhões em produtos, o Irã ficou em 18º na lista geral de maiores importadores do Brasil em 2022.

“O presidente Raisi contou que seu país avançou na produção de equipamentos médicos e nas áreas de ciência e indústria. O avanço foi necessário por conta das sanções adotadas por muitos países ocidentais contra o Irã”, informou o Palácio do Planalto, em comunicado.

Nesta noite, Lula viaja para Angola, onde fará uma visita de Estado amanhã (25) e sábado (26). Depois, segue para São Tomé e Príncipe, para participar da conferência de chefes de Estado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), no domingo (27).

Caixa oficializa investimento de mais R$ 68 milhões no esporte

A Caixa e as Loterias Caixa anunciaram importantes parcerias para o esporte olímpico e paralímpico do Brasil. Nesta quinta-feira (24), em São Paulo (SP), foi oficializado o investimento de mais R$ 68,3 milhões em patrocínios a serem divididos entre o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e a Liga Nacional de Basquete.ebc Caixa oficializa investimento de mais R$ 68 milhões no esporteebc Caixa oficializa investimento de mais R$ 68 milhões no esporte

Os anúncios foram feitos durante a abertura da exposição “20 Anos Extraordinários”, na Caixa Cultural São Paulo. A mostra celebra as duas décadas de patrocínio do banco ao CPB.

“Os anúncios de hoje demonstram o compromisso da Caixa com o esporte brasileiro. Não só isso: além de gerar emprego e renda, o apoio do banco abre oportunidade para que crianças e adultos encontrem no esporte uma possibilidade de uma vida melhor, mais saudável, com respeito às diferenças e com inclusão social”, afirmou a presidente da Caixa, Maria Rita Serrano.

O acordo com a Liga Nacional de Basquete para o patrocínio da temporada 2023/2024 do Novo Basquete Brasil (NBB), que vai se chamar NBB Caixa e terá 19 equipes, prevê o investimento de R$ 9,3 milhões, com duração de outubro de 2023 até setembro de 2024. Além disso, marca também a volta da parceria, que esteve em vigor entre 2016 e 2019.

A união da Caixa e das Loterias Caixa com o atletismo é a mais duradoura, são 22 anos de parceria. O acordo anunciado hoje prevê o valor de R$ 24 milhões até fevereiro de 2025. O dinheiro será usado para subsidiar a preparação dos atletas brasileiros para competições nacionais e internacionais e ações de projetos sociais e de educação continuada em parcerias com escolas e centros sociais.

Parceria com CPB comemora duas décadas

O começo da união entre Loterias Caixa e CPB foi em 2003. De lá para cá muita coisa aconteceu. O Brasil se transformou em uma verdadeira potência paralímpica. Além da manutenção entre os 10 principais países nas últimas quatro edições dos Jogos Paralímpicos, os atletas nacionais obtiveram campanhas destacadas nos últimos campeonatos mundiais de várias modalidades, principalmente o atletismo e a natação.

O novo acordo anunciado nesta quinta vai até dezembro de 2024, com investimento de R$ 35 milhões. O apoio do banco é o mais duradouro patrocínio a um comitê nacional na história do paradesporto mundial. Com esse dinheiro, o Comitê poderá manter os 67 Centros de Referência espalhados pelo país e o atendimento de mais de 3,5 mil atletas, entre iniciação esportiva e alto rendimento.

Nesta oportunidade também foi inaugurada a exposição “20 Anos Extraordinários”. A mostra celebra as duas décadas de patrocínio do banco ao CPB e reúne obras sensoriais que geram experiências de inclusão ao público. A visitação é gratuita e pode ser conferida até o dia 8 de outubro em todos os sete espaços culturais da Caixa no país: Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

Primeira emissão de títulos verdes deve superar US$ 1 bilhão

A primeira emissão de títulos públicos sustentáveis deverá superar US$ 1 bilhão, disse nesta quinta-feira (24) o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron. Segundo ele, o volume exato não pode ser informado por questões de mercado.
ebc Primeira emissão de títulos verdes deve superar US$ 1 bilhão

Títulos federais lançados no exterior, os papéis são vinculados a compromissos com o meio ambiente. Em vez de receber meros juros financeiros, investidores estrangeiros receberiam os rendimentos de um projeto sustentável, que ficariam entre 6,15% e 8% para os compradores dos títulos.

Essa será a mesma taxa de retorno do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, relançado nesta quinta-feira e que receberá parte dos recursos das emissões dos títulos.

Inicialmente prevista para ocorrer em setembro, a emissão agora tem a previsão, segundo Ceron, de ocorrer ao longo do segundo semestre. O secretário, no entanto, não descartou a possibilidade de que a operação seja adiada para o início de 2024, conforme a melhor “janela de mercado” para escolher a data.

“É provável que tenhamos condição de materializar emissão de títulos neste ano. Caso aconteça algo que demande ser no começo de 2024, isso não seria um problema”, disse Ceron em entrevista coletiva após reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN).

Transição ecológica

Ministro interino da Fazenda durante a viagem de Fernando Haddad à África, o secretário-executivo da pasta, Dario Durigan, disse que os títulos sustentáveis ajudarão a viabilizar o plano de transição ecológica do governo.

“Esses papéis são aguardados pelo mundo. Temos muita expectativa que a transição ecológica faça parte do plano econômico desse governo. O Fundo Clima é peça-chave de concretização desse plano de transição ecológica”, declarou.

Durigan também disse que todos os passos legais, de cumprimento de requisitos, foram dados para o lançamento dos títulos sustentáveis.

Risco cambial

Apesar de as emissões ocorrerem em dólares, o secretário do Tesouro disse que a operação não traz risco cambial para o Brasil, aumento da dívida por causa de uma eventual desvalorização do real. Segundo Ceron, se o dólar dobrar de valor, o país diminui sua dívida líquida porque as reservas internacionais se valorizariam ao serem convertidas em reais.

Atualmente em US$ 342,732 bilhões, as reservas internacionais servem como uma espécie de seguro em caso de desvalorização cambial por abaterem o cálculo da dívida líquida, que confronta os ativos e os passivos do governo. A dívida bruta, no entanto, sobe em caso de alta do dólar.

Fundo Clima

Na reunião desta quinta-feira (24), o Conselho Monetário Nacional regulamentou o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Fundo Clima). Com R$ 10 bilhões previstos para financiar projetos de desenvolvimento sustentável, o fundo, existente desde 2009 e operado pelo Ministério do Meio Ambiente, terá taxas de retorno de 6,15% a 8%, as mesmas das emissões dos títulos verdes. Essas são as taxas que os projetos financiados deverão gerar para o fundo.

O nível mínimo de 6,15% considerou os juros da última emissão de papéis do Tesouro no exterior. Anteriormente, as taxas de retorno dos empréstimos para o Fundo Clima estavam entre 0,1% e 3%.

Haverá exceção para projetos em áreas com demanda menor por recursos e menos atrativas. Nesse caso, as taxas poderão ser de no mínimo 1%. Entre os tipos de projetos na lista de exceções, estão os destinados ao desenvolvimento sustentável de florestas nativas e à proteção de recursos hídricos. A expectativa é que os projetos de menor atratividade consumam apenas 8% dos recursos do Fundo Clima.

Em relação aos projetos mais atrativos, que terão taxas de retorno maiores e consumirão os 92% restantes do fundo, estão empreendimentos de transição energética, indústria verde e gestão de resíduos sólidos. A resolução aprovada pelo CMN entra em vigor em 1º de setembro.

Em último dia de cúpula, Lula celebra ampliação do Brics

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira (24), que para o Brics não importa quem vencerá as eleições presidenciais na Argentina, que ocorrem em outubro. O país sul-americano foi um dos seis aprovados para integrar o bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.ebc Em último dia de cúpula, Lula celebra ampliação do Brics“A mim não importa, não importa do ponto de vista do Brics, quem ganha as eleições na Argentina. Todo mundo sabe que eu sou amigo do Alberto Fernández [atual presidente], mas quando tiver uma eleição, o Brasil, enquanto Estado, vai negociar com o Estado argentino, independentemente de quem seja o presidente. Pode ser que o presidente não queira negociar com o Brasil, é um direito livre soberano dele, ninguém vai obrigar”, disse.

O candidato populista de extrema-direita, Javier Milei, foi o mais votado nas eleições primárias da Argentina e é contrário à entrada do país no Brics.

Lula deu entrevista coletiva em Joanesburgo, na África do Sul, onde participou da 15ª Cúpula de chefes de Estado do Brics, que terminou hoje. O grupo aprovou a entrada de seis novos países no grupo, a partir de janeiro de 2024: Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã.

“A responsabilidade que nós tomamos hoje, e é isso que dá seriedade da escolha da Argentina, é que a gente não está colocando a questão ideológica dentro dos Brics. A gente está colocando a importância geopolítica de cada Estado e você sabe que a Argentina é muito importante na relação com o Brasil”, disse Lula aos jornalistas.

Diversos países pediram adesão ao bloco. O critério, segundo Lula, além da importância geopolítica e econômica, foi atender aqueles que estavam na fila há mais tempo. O presidente defende uma maior cooperação entre países em desenvolvimento, além de novos modelos de financiamento, comércio e desenvolvimento.

“Nós éramos chamados de terceiro mundo, depois cansaram e começaram a chamar de países em via de desenvolvimento e agora nós somos o Sul Global. Veja a mudança de nome, que pomposo. O que é importante nisso é que o mundo está mudando. A economia também começa a mudar, a geopolítica começa a mudar porque as coisas vão acontecendo e a gente vai ganhando consciência de que nós temos que nos organizar”, afirmou.

“O nosso [bloco, o Brics] não pensa só economicamente, o nosso também pensa politicamente. E é por isso que eu acho que o Brics está consolidado como uma referência. Qualquer ser humano, jornalista, cientista político que quiser discutir a geopolítica econômica, a geopolítica científica e tecnológica, a geopolítica de qualquer coisa vai ter que conversar com o Brics também, não é só com Estados Unidos e G7 [grupo de sete dos países mais industrializados do mundo]”, acrescentou o presidente.

Moeda comum

Durante a cúpula, também ficou acordado que os bancos centrais e ministérios da Fazenda e Economia de cada país ficarão responsáveis por realizar estudos em busca da adoção de uma moeda de referência do bloco para o comércio internacional, em alternativa ao dólar.

Segundo Lula, uma solução deve ser apresentada na próxima reunião do Brics, na Rússia.

Irã

À margem dos eventos do Brics, Lula se encontrou pela primeira vez, na tarde desta quinta-feira, com o presidente do Irã, Ebrahim Raisi.

No encontro, Raisi agradeceu a entrada do país no Brics e afirmou que deseja ampliar as relações comerciais entre os dois países. O presidente do Brasil lembrou que, em 2022, o Irã foi o maior importador de produtos brasileiros no Oriente Médio. Com um volume de quase US$ 4,3 bilhões em produtos, o Irã ficou em 18º na lista geral de maiores importadores do Brasil em 2022.

“O presidente Raisi contou que seu país avançou na produção de equipamentos médicos e nas áreas de ciência e indústria. O avanço foi necessário por conta das sanções adotadas por muitos países ocidentais contra o Irã”, informou o Palácio do Planalto, em comunicado.

Nesta noite, Lula viaja para Angola, onde fará uma visita de Estado amanhã (25) e sábado (26). Depois, segue para São Tomé e Príncipe, para participar da conferência de chefes de Estado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), no domingo (27).

Sensor produzido a partir de cápsulas de café recicladas é capaz de diagnosticar a febre amarela

Por apresentar sintomas semelhantes a outras doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, entre elas chikungunya, dengue e zika, a febre amarela não é uma arbovirose de fácil diagnóstico. Para superar essa dificuldade e agilizar o tratamento adequado, pesquisadores brasileiros e britânicos desenvolveram um biossensor eletroquímico capaz de detectar a infecção, com um bônus: é construído a partir de cápsulas de café recicladas, material que o torna mais sustentável e ajuda a reduzir seu custo.

Manufaturado em impressora 3D comum, o sensor miniaturizado cumpre ainda os critérios para testes diagnósticos em locais remotos ou com poucos recursos estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS): acessibilidade, sensibilidade, especificidade, facilidade de uso, rapidez e robustez, sendo livre de equipamentos e facilmente distribuível aos usuários finais. Os detalhes do dispositivo foram descritos no periódico Chemical Engineering Journal .

“Sensores miniaturizados como este poderiam ser facilmente transportados a regiões ou comunidades remotas, onde a febre amarela é mais comum”, diz Cristiane Kalinke, pós-doutoranda no Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (IQ-Unicamp), pesquisadora visitante na Universidade Metropolitana de Manchester (Reino Unido) e primeira autora do artigo. “Isso é especialmente importante no caso de doenças comuns em países tropicais e consideradas negligenciadas, que carecem tanto de estratégias de prevenção quanto de tratamento.”

O funcionamento do dispositivo é simples: sua superfície conta com eletrodos impressos por meio de tecnologia 3D em ácido polilático (polímero biodegradável conhecido pela sigla em inglês PLA), proveniente de cápsulas de café processadas e recicladas. Filamentos com nanotubos de carbono e negro de fumo como aditivos são responsáveis por garantir a condutividade do sensor e gerar a reação eletroquímica, em que fragmentos do DNA da febre amarela se encaixam na sequência genética da amostra de soro sanguíneo dos pacientes. Apenas uma gota de amostra (cerca de 200 microlitros) é suficiente para a análise. Por meio da diferença de sinais antes e depois dessa ligação, o diagnóstico é feito. Além disso, também foi possível diferenciar resultados em amostras contendo o vírus da febre amarela e da dengue, o que permitiria o diagnóstico preciso da doença.

Entre as possibilidades de aperfeiçoamento do sensor para o futuro está seu funcionamento com amostras integrais de sangue ou até mesmo de saliva, o que não demandaria etapas de processamento para a separação do soro. Para isso, no entanto, serão necessários novos testes.

De acordo com Juliano Alves Bonacin, professor do Departamento de Química Inorgânica do IQ-Unicamp e supervisor do estudo, a ideia é que esse modelo, com uso de filamentos à base de nanotubos de carbono e materiais avançados modificados, possa ser replicado para identificar também outras doenças, ampliando o uso da eletroquímica no campo da saúde.

Trabalho em equipe

O projeto multidisciplinar foi desenvolvido por Kalinke durante seu estágio de pós-doutoramento na Inglaterra e envolveu pesquisadores das universidades Federal de São Carlos e de São Paulo, além da Faculdade de Ciência e Engenharia da Universidade Metropolitana de Manchester (Inglaterra). O grupo recebeu financiamento da FAPESP por meio de dois projetos (19/00473-2 e 21/07989-4).

“Trata-se de um exemplo clássico de que, quando unimos grupos de diversas universidades e com expertises complementares, é possível realizar um trabalho de ponta de forma relativamente rápida”, diz Bonacin. “Se precisássemos desenvolver aqui todos os parâmetros laboratoriais de processamento de polímeros já em uso na universidade britânica, seria necessário um tempo muito maior para que o trabalho fosse concluído.”

O artigo Recycled additive manufacturing feedstocks with carboxylated multi-walled carbon nanotubes toward the detection of yellow fever virus cDNA, também assinado por Robert D. Crapnell, Evelyn Sigley, Matthew J. Whittingham, Paulo Roberto de Oliveira, Laís C. Brazaca, Bruno C. Janegitz e Craig E. Banks, pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1385894723022441.

Emissões de carbono na Amazônia registram aumento em 2019 e 2020

As emissões de dióxido de carbono (CO2) na Amazônia aumentaram 89% em 2019 e 122% em 2020, na comparação com a média registrada entre 2010 e 2018. Os dados são de estudo publicado pela revista Nature nesta quarta-feira (23), que contou com a participação de cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).ebc Emissões de carbono na Amazônia registram aumento em 2019 e 2020ebc Emissões de carbono na Amazônia registram aumento em 2019 e 2020

Segundo o estudo, a redução na aplicação das leis de proteção ambiental e das políticas públicas de controle do desmatamento na Amazônia em 2019 e 2020 resultou no aumento das emissões de carbono na região. Entre os principais fatores estão o desmatamento, a queima de biomassa e a degradação florestal.

“A gente vê claramente a relação entre a subida dos desmatamentos e a redução das multas aplicadas”, aponta a pesquisadora do Inpe Luciana Gatti, coordenadora da pesquisa. As multas emitidas pelos órgãos de fiscalização diminuíram 30% em 2019 e 54% em 2020 e o pagamento das multas caiu 74% e 89% respectivamente.

“A pesquisa faz com que a nossa postura seja de ainda mais compromissos e iniciativas que possam modificar essa tendência”, disse a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, lembrando que em julho deste ano o desmatamento na Amazônia teve redução de 66%.

A pesquisa aponta aumento de 80% no desmatamento da região no período analisado, além de 42% de aumento nas áreas queimadas, 693% na exportação de madeira bruta saindo da região, 68% na área plantada de soja, 58% na área plantada de milho e de 13% no rebanho bovino dentro da Amazônia.

O estudo é assinado por 30 cientistas, incluindo profissionais especializados no monitoramento de desmatamento e queimadas do Inpe, além de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais e outras instituições brasileiras e internacionais. Foram realizados 742 voos entre 2010 e 2020 para coleta de amostras.

“Escrever é necessidade de resistência”, diz autora indígena

A escritora Márcia Wayna Kambeba lança, no próximo sábado (27), durante a primeira edição do Festival Literário de Paracatu (Fliparacatu), o livro De almas e águas kunhãs, com ensaios e poemas sobre temas como resistência de povos originários e respeito à natureza na Amazônia. Ela apresentará a palestra Narrando ancestralidades, ao lado da também escritora e pesquisadora indígena Trudruá Dorrico, a partir das 11h30, na Igreja Nossa Senhora do Rosário.ebc “Escrever é necessidade de resistência”, diz autora indígenaebc “Escrever é necessidade de resistência”, diz autora indígena

“Escrever e compor (ela tem mais de 30 músicas autorais) são necessidades para expressar resistência, comunicar e respeitar a cultura da gente, a natureza, o nosso olhar e compreender o entendimento que temos do mundo”, afirma a autora, de 44 anos, em entrevista à Agência Brasil.

Ela explica que a inspiração para a arte veio da ancestralidade, a avó. “Ela me motivava a escrever. Ela comprou minha primeira máquina de datilografia. Me colocou em um curso. Ela sempre apostou e apoiou para que eu me tornasse uma poeta, uma escritora”.

Incentivada, aos 14 anos de idade ela começou a escrever os primeiros poemas. A avó morreu quando ela tinha 21 anos. Só foi depois de concluir o mestrado conseguiu publicar os primeiros livros. Ao todo, são seis impressos. Mais três devem ser publicados em setembro (esses para o público infantil).

Mulher

“O meu livro trata do papel da mulher indígena em todas as relações estabelecidas em que nós adentramos, a mulher indígena como pajé, na política, na proteção do meio ambiente e de nosso território”, disse a escritora, que é também pesquisadora de geografia. Com 44 anos de idade, é da etnia Omágua Kambeba, nasceu na Aldeia Belém de Solimões, do povo Ticuna, no interior do Amazonas, onde morou até os oito anos de idade.

Ela enfatiza que a literatura é voz contra as adversidades e violências que os povos indígenas sempre enfrentaram no Brasil. “Nós sofremos violências das mais diversas formas, nos aspectos culturais e territoriais, por exemplo. A própria natureza, quando é violentada, também nós sentimos dentro das aldeias”. Nesse sentido, ela explica que a mulher indígena tem ocupado mais espaço, como ser liderança, cacique e pajé.

 “Escrever é necessidade de resistência”, diz autora indígena
Rio de Janeiro (RJ) 23/08/2023 – A escritora Márcia Wayna Kambeba lança, no próximo sábado (27), durante a primeira edição do Festival Literário de Paracatu (Fliparacatu), o livro “De almas e águas kunhãs”, com ensaios e poemas sobre temas como resistência de povos originários e respeito à natureza na Amazônia Foto:Arquivo Pessoal/Divulgação – Arquivo pessoal/Divulgação

“A gente não quer ser melhor que os homens e também não quer ficar atrás deles. Os nossos parentes, homens indígenas, têm compreendido bem esse posicionamento das mulheres”. Não aquela que fica em casa, mas a que lidera. A pesquisadora explica que a literatura entrou na vida dela quando a avó recitava poemas que ela mesmo escrevia. “Ela era compositora da aldeia.  Eu cantava para os turistas que visitavam nosso povo”.

Com nove anos de idade, mudou-se para São Paulo de Olivença e depois para Tabatinga, onde cursou geografia. Depois, fez mestrado na mesma área. Mas, encantada pelas poesias, foi para Belém cursar doutorado em letras.

Estudo mostra impactos positivos de programa do BNDES em municípios

Estudo sobre o Programa de Modernização da Administração Tributária e da Gestão dos Setores Sociais Básicos (PMAT), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), revela impactos positivos na arrecadação fiscal dos municípios brasileiros, bem como em termos de investimentos sociais, em especial nas áreas de educação e saúde.ebc Estudo mostra impactos positivos de programa do BNDES em municípiosebc Estudo mostra impactos positivos de programa do BNDES em municípios

A pesquisa, divulgada na quarta edição da série Estudos BNDES, se refere ao período de 2003 a 2021 e levou em conta variáveis como receitas e despesas municipais, situação fiscal e Produto Interno Bruto (PIB) municipal, cruzando dados do próprio banco, do Tesouro Nacional e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Criado pelo banco em 1997, o PMAT visa à promoção de maior eficiência fiscal dos municípios, apoiando também as cidades no financiamento de despesas e investimentos locais. De 1998 até 2021, o programa registra cerca de R$ 4,92 bilhões em financiamentos concedidos, correspondentes a 574 operações que beneficiaram 420 municípios brasileiros. No período analisado no estudo (2003 a 2021), foram beneficiadas 363 cidades, com valores contratados de R$ 3,69 bilhões, em 458 operações.

O PMAT é considerado um dos principais instrumentos do BNDES de apoio aos municípios. O objetivo principal do programa é aumentar a arrecadação tributária dos municípios, efetuando ações que tornem essa arrecadação mais eficiente. “De modo geral, a gente encontra efeitos positivos na arrecadação, em investimentos decorrentes de uma maior arrecadação. A gente vê efeitos positivos sobre despesas de saúde e educação e vê efeitos também sobre o crescimento dos municípios quando olha para os dados do PIB municipal”, disse à Agência Brasil Luciano Machado, gerente de Avaliação de Impacto do BNDES.

Arrecadação

Entre os resultados encontrados, destaque para o crescimento de 14,5% da arrecadação geral de impostos dos municípios pesquisados, com altas de 12,6% no caso do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), 17,4% no Imposto sobre Serviços (ISS) e 19% no Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI). Já as receitas patrimoniais tiveram expansão de 39,2%.

No caso das despesas, verificou-se ampliação dos investimentos em infraestrutura social dos municípios beneficiados. A despesa per capita, isto é, por pessoa, com educação teve alta de 22,9%, enquanto a despesa per capita com saúde aumentou 33,6%. O estudo mostra que mesmo com o crescimento do total das despesas orçamentárias, não houve deterioração da situação fiscal. “A gente observou que as despesas com educação e saúde cresceram após o apoio do BNDES”. Essa é a uma tendência positiva e crescente, comentou Luciano Machado. Ele sinalizou também que o estudo confirma que o aumento da arrecadação veio acompanhado de investimentos para o bem-estar da população, notadamente em educação e saúde, graças ao apoio do PMAT. Nas cidades com mais baixo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), a despesa por pessoa com educação evoluiu mais (27,6%).

O economista Ricardo Agostini Martini, da Gerência de Avaliação de Impacto do BNDES, apontou que embora o resultado geral tenha sido positivo, “a gente viu maior intensidade dos resultados na Região Nordeste, porque reúne os municípios mais carentes, que têm mais potencial para crescer”. No Nordeste, foram observados 42% de crescimento de investimentos em educação e 39% para saúde. “Na educação, o Nordeste realmente bombou”, externou Martini. Na área da saúde, o resultado apurado foi mais ou menos equilibrado entre as regiões brasileiras.

PIB

O efeito do PMAT foi de 17,6% de incremento médio do PIB per capita municipal. Nas cidades com baixo IDHM, o impacto positivo do PMAT foi evidenciado por cerca de 29% de crescimento do PIB per capita. Luciano Machado afirmou que os dados “são ricos o suficiente para a gente ver quando tem aumento nos efeitos tributários, quais tributos contribuíram mais para esse aumento. O que se constata é que efeitos sobre impostos da administração municipal variavam positivamente, tendo em vista as ações que o PMAT financiou”. Por regiões, o Centro-Oeste concentrou o maior aumento do PIB per capita, da ordem de 24%.

O trabalho indica também que a elevação da cobertura territorial do programa, ampliando o número de municípios beneficiados, pode ser uma forma para reduzir desigualdades intermunicipais e regionais.

BID e BNDES vão investir R$ 4,5 bi em pequenos negócios na Amazônia

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) assinaram, nesta segunda-feira (7), carta de intenções com o objetivo de implementar o Programa de Acesso ao Crédito para Micro, Pequenas e Médias Empresas e Pequenos Empreendedores (Pró-Amazônia), que investirá R$ 4,5 bilhões.ebc BID e BNDES vão investir R$ 4,5 bi em pequenos negócios na AmazôniaSegundo Mercadante, o objetivo é proporcionar crédito mais comprometido com a “geração de emprego, renda e alternativas para uma economia sustentável, criativa, de inovação e uma economia que mantenha a floresta em pé”. Mercadante disse que, para manter a floresta em pé, é preciso gerar pesquisa e produtos que desenvolvam uma bioeconomia.

Antes de o crédito começar a ser ofertado, o programa precisa ser aprovado pela Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex), ligada ao Executivo, e pelo Senado Federal. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse esperar que o processo seja rápido e prometeu dar transparência às operações.

banner_cupula_amazonicaartboard-2 BID e BNDES vão investir R$ 4,5 bi em pequenos negócios na Amazônia“Até final de setembro, no mais tardar no início de outubro, nós teremos o portal da transparência desses projetos. Qualquer cidadão, a imprensa e a sociedade civil vão poder entrar no sistema”, prometeu a ministra. Ela acrescentou que um dos objetivos é acabar com a polarização entre meio ambiente e desenvolvimento. “O que nós queremos e conseguimos garantir é desenvolvimento sustentável”, concluiu.

Presente à cerimônia de assinatura do acordo em Belém, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou que mudar o modelo de desenvolvimento “não é fácil” e defendeu que não se façam investimentos “que destruam os serviços ecossistêmicos”.

“Nós temos que reduzir o desmatamento, não com ação de comando e controle [operações policiais contra o desmatamento], mas com ações de desenvolvimento sustentável. A Amazônia tem lugar para todas as atividades. Tem lugar para o agronegócio de base sustentável. Tem lugar para o turismo, tem lugar para o extrativismo, tem lugar para os povos indígenas, tem lugar para bioeconomia”, afirmou Marina.

Coalizão Verde

Também hoje, 19 bancos de desenvolvimento dos países da Bacia Amazônica lançaram a Coalizão Verde, aliança internacional pioneira mobilizada pelo BID e pelo BNDES para promover iniciativas para o desenvolvimento sustentável na região amazônica.

A participação do BID e do BNDES na Coalizão Verde faz parte das estratégias de longo prazo das instituições para o desenvolvimento sustentável em geral e apoio à região amazônica em particular. Pelo lado do BID, destaca-se o programa Amazônia Sempre, e pelo do BNDES, o Fundo Amazônia, o Floresta Viva, chamada de finanças híbridas para bioeconomia florestal na Amazônia, programas de descarbonização para a produção de energia limpa na região e estruturação de projetos para investimentos em concessões florestais fomentando o desenvolvimento local.

O texto foi alterado às 20h18 para correção e ajuste de informações: o montante de R$ 4,5 bilhões não está relacionado à Coalizão Verde, mas sim ao Pró-Amazônia.O título também foi alterado

Rio bate recorde de temperatura no inverno, com máxima de 39,2°C

A cidade do Rio de Janeiro registrou nesta quarta-feira (23) a temperatura mais alta deste inverno, com os termômetros marcando a máxima de 39,2º Celsius (ºC), em Irajá, zona norte – um verdadeiro veranico para esta época do ano. A temperatura mais alta já registrada até então no inverno foi no dia 31 de agosto de 2019, quando os termômetros marcaram 38,7°C, também em Irajá.ebc Rio bate recorde de temperatura no inverno, com máxima de 39,2°Cebc Rio bate recorde de temperatura no inverno, com máxima de 39,2°C

“Uma massa de ar quente e seca está atuando há alguns dias na região central do Brasil. Na cidade do Rio, esse efeito de aquecimento maior, acontece devido à aproximação de uma frente fria, que intensifica os ventos que trazem esse ar mais quente e seco da região central do país para cá”, informou o Sistema Alerta Rio.

Segundo o Sistema Alerta Rio, além da massa de ar quente e seca e da aproximação de uma frente fria, há também a influência do efeito do fenômeno El Niño. Na Região Sudeste, a tendência é que as temperaturas fiquem acima da média.

As praias do Rio estiveram lotadas com a temperatura elevada. O dia de sol forte, com água do mar clara e quente, foi um convite para os cariocas aproveitarem calor, já que uma frente fria deve chegar ao Rio nas próximas horas.

Para esta quinta-feira (24), a previsão é de mais calor e tempo seco para a cidade do Rio. A temperatura máxima prevista para amanhã é de 41°C, e os valores de umidade relativa do ar em alguns pontos ficarão abaixo dos 30%. Devido ao tempo seco, o dia não fica tão abafado quando comparado à época do verão, com a mesma temperatura.

À noite, a aproximação de uma frente provocará mudança do tempo. Os ventos serão moderados a fortes, acima de 52 quilômetros por hora (km/h). A cidade deve registrar uma queda brusca da temperatura, a partir de sexta-feira (25).

Um Ano de Expedições na Amazônia com Rolex e National Geographic – Perpetual Planet Amazon

Enquanto a floresta tropical atrai todos os holofotes, as vias fluviais da Amazônia, estendendo-se por 7.000 quilômetros, permaneceram em grande parte sem investigação científica. Contudo, isso está mudando graças às equipes multidisciplinares de ecologistas, climatologistas, cartógrafos, geólogos e conservacionistas que estão imersos na Expedição Perpetual Planet Amazon, uma colaboração única entre a Rolex e a National Geographic. Guiadas pela sabedoria ancestral das comunidades locais, essas equipes têm explorado diferentes regiões da bacia do Rio Amazonas para decifrar suas complexidades.

O explorador e fotógrafo da National Geographic, Thomas Peschak, tem estado na linha de frente, acompanhando cientistas e exploradores nas Expedições Perpétuas do Planeta Amazônia da Rolex e da National Geographic Society, lançando luz sobre a diversidade e interconexão entre as pessoas e a vida selvagem ao longo da bacia do Rio Amazonas.

4b78a636-954c-4857-82ad-71d1b4416a89-1024x683 Um Ano de Expedições na Amazônia com Rolex e National Geographic - Perpetual Planet Amazon A jornada está sendo documentada por Thomas Peschak, explorador e fotógrafo da National Geographic. Com uma trajetória que passa por biologia marinha e fotojornalismo de vida selvagem, Peschak é a pessoa ideal para narrar essa expedição. Enquanto seu trabalho anterior se centrava nos oceanos, agora ele se lança em mergulhos e escaladas rochosas para capturar o Rio Amazonas desde sua nascente nos Andes até a confluência com o Oceano Atlântico.

“DA CORDILHEIRA DOS ANDES AO ATLÂNTICO, OS 6.400 KM DO RIO AMAZÔNIA E SUA MALHA DE AFLUENTES CONSTITUEM A ESSÊNCIA DA REGIÃO. JUNTOS, ELES CONSTRUÍRAM UMA REDE AQUÁTICA COLOSSAL COM DIMENSÕES EQUIVALENTES À DA AUSTRÁLIA.” Thomas Peschak, explorador e fotógrafo da National Geographic

No decorrer do último ano, todas as equipes fizeram progressos notáveis, estampando as manchetes com uma história fascinante.

Documentação dos Primeiros Manguezais de Água Doce do Mundo

Nas primeiras semanas de exploração no delta amazônico, a equipe liderada pelo explorador da National Geographic, Angelo Bernardino, fez uma descoberta extraordinária: os primeiros manguezais de água doce conhecidos do mundo. Enquanto a maioria dos manguezais cresce parcialmente submersa em águas salgadas nas zonas de maré ao longo da costa, a floresta de mangue que Bernardino descobriu abriga uma combinação única de espécies de árvores adaptadas a baixas salinidades. Essa descoberta ampliou em 20% a área de manguezais conhecidos na região e marca o pioneirismo da Rolex e da National Geographic Perpetual Planet Amazon Expedition.

O explorador da National Geographic, Thiago Silva, está lançando luz sobre outro fenômeno da bacia amazônica: as inundações regulares que submergem as florestas ao longo de suas margens. Utilizando drones, varredura a laser e medições detalhadas de árvores, Silva criou os primeiros modelos 3D das florestas alagadas da bacia amazônica. Seu trabalho contribuirá para prever as respostas ao estresse hídrico no futuro. Ao lado de Bernardino e de Margaret Owuor, exploradora da National Geographic, eles exploram os manguezais únicos do Delta do Amazonas.

“A EXPEDIÇÃO ROLEX E NATIONAL GEOGRAPHIC PERPETUAL PLANET AMAZON REUNIU PESSOAS COM EXPERIÊNCIAS DIVERSAS, DE CAMPOS DIFERENTES, O QUE ENRIQUECEU NOSSA VIAGEM.” Angelo Bernardino, ecologista marinho e explorador da National Geographic

O Retorno das Comunidades Locais a Milhares de Residentes do Rio

Outras equipes se concentram nos habitantes únicos das hidrovias amazônicas e em sua coexistência com as comunidades humanas.

Fernando Trujillo, explorador da National Geographic, tem monitorado o rápido declínio dos botos-cor-de-rosa e trabalhado com as comunidades locais para uma coexistência harmoniosa entre os pescadores e esses golfinhos, frequentemente vistos como concorrentes na pesca local. Até o momento, ele percorreu quase 1.300 quilômetros do rio em quatro países diferentes, estimando uma população de cerca de 1.400 dos icônicos botos-cor-de-rosa da Amazônia na região.

Laureado pelo Prêmio Rolex de Empreendedorismo, João Campos-Silva, e sua colega exploradora da National Geographic, Andressa Scabin, têm trabalhado com comunidades locais para marcar e rastrear espécies de água doce de grande porte e superexploradas, como tartarugas gigantes do rio Amazonas, peixes-boi, botos-cor-de-rosa, ariranhas e jacarés-negros, a fim de proteger esses animais. Eles se tornaram os primeiros a marcar um pirarucu, o maior peixe de água doce do mundo, com GPS. Seu trabalho na conservação comunitária resultou na recuperação notável da vida selvagem, incluindo a soltura de quase 200 mil filhotes de tartarugas gigantes em 2022.

UM ANO DE EXPEDIÇÃO PERPETUAL PLANET AMAZÔNIA DA ROLEX E NATIONAL GEOGRAPHIC

Por quase 70 anos, a parceria entre a Sociedade Geográfica Nacional e a Rolex tem impulsionado a exploração destemida em direção às partes mais remotas do nosso mundo, revolucionando nossa compreensão da Terra e sua preservação. Em abril de 2022, essa colaboração atingiu um novo patamar com o lançamento da Expedição Perpetual Planet Amazônia. Sete equipes de exploradores e pesquisadores mergulharam nas profundezas da Amazônia, revelando segredos há muito tempo esquecidos.

Comparada à exuberante floresta tropical terrestre, a vasta rede fluvial da Amazônia, com quase 7.000 quilômetros de extensão, tem sido subestimada em termos de pesquisa científica. No entanto, essa realidade está mudando rapidamente graças à aliança entre a Rolex e a National Geographic, que uniram forças na Expedição Perpetual Planet Amazônia. Com equipes multidisciplinares de ecologistas, climatologistas, cartógrafos, geólogos e conservacionistas, a expedição está desvendando os segredos ocultos da Amazônia e sua bacia hidrográfica.

Descobertas Fascinantes ao Longo do Ano

Nesse último ano, as equipes envolvidas na expedição alcançaram avanços notáveis, marcando o início de uma história fascinante de descobertas.

Primeiros Manguezais de Água Doce do Mundo Documentados

Logo nas primeiras semanas de exploração no delta do Amazonas, a equipe liderada pelo explorador da National Geographic, Angelo Bernardino, fez uma descoberta histórica: os primeiros manguezais de água doce conhecidos no mundo. Enquanto a maioria dos manguezais cresce em áreas de água salgada, essa floresta de manguezais única, descoberta por Bernardino, abriga espécies de árvores adaptadas a baixas salinidades. Essa descoberta aumentou em 20% a área de manguezais conhecidos na região, e a Rolex e a National Geographic Perpetual Planet Amazon Expedition foram as primeiras a documentar essa descoberta.

Comunidades Locais e Biodiversidade

Outras equipes têm se dedicado a compreender a relação das comunidades locais com a rica biodiversidade dos cursos de água da Amazônia.

O explorador da National Geographic, Fernando Trujillo, tem estudado a rápida diminuição da população de botos cor-de-rosa, trabalhando com comunidades locais para promover a coexistência pacífica entre os pescadores e esses icônicos animais. Outro explorador, João Campos-Silva, laureado com o Prêmio Rolex de Empreendedorismo, e sua colega Andressa Scabin, rastrearam e marcaram espécies-chave de água doce, incluindo o pirarucu, o maior peixe de água doce do mundo, contribuindo para a proteção e recuperação da vida selvagem.

A Importância da Amazônia na Circulação Atmosférica

Uma equipe de cientistas climáticos liderada por Baker Perry e Tom Matthews instalou uma estação meteorológica a 6.349 metros nos Andes tropicais, fornecendo dados cruciais sobre as mudanças climáticas na região. Esses dados ajudarão a entender como as alterações climáticas afetam a principal fonte de água doce da Amazônia, que é vital para as comunidades a jusante.

Redefinindo a Narrativa da Amazônia

Em apenas um ano desde o início da Expedição Perpetual Planet Amazônia da Rolex e National Geographic, uma nova narrativa sobre essa região emblemática está emergindo. Ao focar nos cursos de água que entrelaçam as terras altas até as florestas costeiras, a expedição revela a importância vital desses sistemas aquáticos para a vida na Terra.

53b7645d-7698-46e9-8bfd-e5a2c000be7f UM ANO DE EXPEDIÇÃO PERPETUAL PLANET AMAZÔNIA DA ROLEX E NATIONAL GEOGRAPHICAs imagens capturadas pelo fotógrafo da National Geographic, Thomas Peschak, e as descobertas dos exploradores estão transformando nossa compreensão da Amazônia. Com mais um ano de explorações planejado, espera-se que essas pesquisas reescrevam a história do Rio Amazonas, o coração pulsante do nosso planeta.

Iniciativa Perpetual Planet: Compromisso com o Futuro do Planeta

Há quase um século, a Rolex tem sido uma força motriz por trás de exploradores pioneiros que ultrapassam limites. A Iniciativa Perpetual Planet, lançada em 2019, representa seu compromisso com a exploração e a preservação do meio ambiente. Apoiando cientistas, exploradores e conservacionistas, a iniciativa amplia seu impacto por meio de parcerias com a National Geographic Society e outros projetos. Com o compromisso da Rolex em entender e enfrentar os desafios ambientais, a Expedição Perpetual Planet Amazônia é apenas uma das muitas maneiras pelas quais a Rolex continua a ser líder na busca por um planeta sustentável.

Confederação Nacional da Indústria discute atuação conjunta com o Banco do Brics

Infraestrutura, energias limpas e projetos de impacto social foram tema de diálogo entre o presidente-eleito da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, e a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) — o chamado banco do Brics — Dilma Rousseff. Na reunião, eles concordaram sobre a necessidade de revitalizar a indústria da construção pesada. O encontro aconteceu nesta segunda-feira (21) em Joanesburgo, na África do Sul. A cidade vai sediar a Cúpula do Brics entre os dias 22 e 24 de agosto.

De acordo com a CNI, Dilma Rousseff ressaltou a importância de proporcionar condições para que as indústrias brasileiras consigam aumentar investimentos e atender demandas de infraestrutura e inovação. Ricardo Alban destaca que, apesar do potencial brasileiro, especialmente no agronegócio, a participação internacional do Brasil ainda é pequena.

“Nós também temos que encontrar junto a instituições internacionais como NDB forma de buscar recursos e funding suficientemente competitivos para estimular o comércio internacional. Dentro desse processo, sabemos que existem 30 projetos lá no NDB, 21 aprovados e nove ainda em tramitação”, afirma.

O presidente-eleito da CNI defende que não existe forma de garantir desenvolvimento social sustentável sem desenvolvimento econômico. Para ele, organismos internacionais como o Cebrics (Conselho Empresarial do Brics) e o B20 — braço empresarial do G20 — são fundamentais para o crescimento econômico e sustentável do Brasil. Alban enxerga o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado recentemente pelo governo federal, como uma oportunidade para estimular a indústria nacional.

“Estamos coordenando o Brics no Brasil, as cinco empresas, e pretendemos ter os melhores resultados possíveis e trazer aqui uma equipe de trabalho, temos conversado com algumas empresas de consultoria, para que nós possamos não só iniciar e dar continuidade a um trabalho mais aguerrido e de entregas para a indústria nacional e que ele possa estar também conectado com o B20”, pontua.

Anunciado no último dia 11, o Novo PAC prevê investimento de R$ 1,7 trilhão em infraestrutura até 2026. O programa está organizado em nove eixos de investimento: cidades sustentáveis e resilientes; transição e segurança energética; transporte eficiente e sustentável; inovação para indústria da defesa; educação, ciência e tecnologia; saúde; água para todos;  inclusão digital e conectividade; e infraestrutura social  inclusiva. O governo estima a geração de 4 milhões de empregos vinculados às obras.

Novo Banco de Desenvolvimento

Criado em 2014, o NDB mobiliza recursos para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países membros do Brics. De acordo com a CNI, ao todo já foram aprovados 94 projetos em operações de crédito nos cinco países do grupo, em um total de US$ 32 bilhões. A entidade afirma que a presença do banco no território brasileiro desde 2019 foi essencial para aumentar a carteira de projetos no país. Em 2018, havia US$ 600 milhões e, atualmente, são US$ 6,2 bilhões.

Ainda segundo a CNI, durante a pandemia de Covid-19, o NDB atuou excepcionalmente na área social e de saúde, por meio de linha especial de crédito, que alocou US$ 2 bilhões para pagamento do auxílio emergencial em 2020 e para repor recursos do fundo garantidor de crédito de auxílio emergencial em 2023.

Brics

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está em Joanesburgo para participar da XV Cúpula do Brics —  bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em uma rede social, Lula declarou que “é fundamental a cooperação entre os países do Sul Global no enfrentamento das desigualdades, da crise climática e por um mundo mais equilibrado e justo.”

O bloco representa mais de 3 bilhões de habitantes, que correspondem a 40% da população mundial; e US$ 25 trilhões em PIB, ou cerca de um quarto do PIB global. O grupo se reúne desde 2009. Esta é a segunda vez que a cúpula será em território sul-africano. A primeira aconteceu há 10 anos, em 2013, em Durban.

A ocasião ficou marcada pela criação do Conselho Empresarial do Brics (Cebrics),  com o objetivo de assegurar que as principais prioridades do setor privado sejam efetivamente comunicadas aos líderes do governo no Brics durante a cúpula. A CNI é a secretária-executiva do mecanismo no Brasil.

B20

A CNI representa o país também no Business 20 (B20), um mecanismo de diálogo oficial do G20 com a comunidade empresarial global. Criado em 2010, o B20 é um dos principais grupos do G20 e possui papel estratégico no crescimento econômico mundial e tem a missão de fornecer recomendações de relevância para a formulação de políticas sobre as prioridades de cada presidência.

Ainda em 2023, o Brasil assumirá a presidência do grupo, assim como do principal fórum de cooperação econômica internacional, o G20. Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, República da Coreia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido, Estados Unidos e União Europeia compõem o grupo.

O Brasil vai presidir o G20 e o B20 do dia 1º de dezembro de 2023 a 30 de novembro de 2024. Em 2023, a Cúpula do G20 vai acontecer nos dias 9 e 10 de setembro na capital indiana, Nova Delhi.

Fonte: Brasil 61

Número de transplantes de coração cresceu 16% no primeiro semestre de 2023

O Brasil tem o maior sistema público de transplantes de órgãos do mundo. A estrutura, gerenciada pelo Ministério da Saúde, assegura que 90% das cirurgias atendam à rede pública. No primeiro semestre de 2023, foram realizados 206 transplantes de coração no país, aumento de 16% em relação ao mesmo período do ano passado. Os pacientes, por meio do SUS, recebem assistência integral, equânime, universal e gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante.

A doação de órgãos é um processo complexo, que envolve diferentes instituições e requer agilidade para ser bem-sucedido. Cada órgão tem um período máximo de permanência fora do corpo humano, ao longo do qual o transplante é viável, o chamado de tempo de isquemia. Para o coração, o tempo de isquemia é de apenas 4 horas, o que torna o transplante do órgão ainda mais complexo.

A lista para transplantes é única, valendo tanto para pacientes do SUS, quanto para os da rede privada. A lista de espera por um órgão funciona por ordem cronológica de cadastro, ou seja, por ordem de chegada e conforme outros critérios como os de compatibilidade, gravidade do caso e o tipo sanguíneo do doador. Esses fatores são levados em consideração para a definição de quem deve ser priorizado. Pacientes em estado crítico podem ser atendidos com prioridade, em razão de sua condição clínica.

O Sistema Nacional de Transplantes tem em sua composição a Central Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde e as Centrais de Transplantes estaduais, dentre outros atores no processo de doação e transplante de órgãos e tecidos. As listas de espera para transplante são geridas pelas Centrais Estaduais de Transplantes. Os órgãos destinados à doação não utilizados no próprio estado são direcionados para a Central Nacional de Transplantes, que busca um receptor na lista única.

Para doação de órgãos, é fundamental que a pessoa interessada deixe clara para a família a sua vontade de doar. No Brasil, a doação só pode ser realizada com a autorização da família.

Ministério da Saúde

PERPETUAL PLANET : A JORNADA DA ROLEX E NATIONAL GEOGRAPHIC

Há quase um século, a Rolex tem sido a força motriz por trás de audaciosos exploradores que transcenderam os limites da determinação humana. Sua trajetória passou da promoção da exploração em busca de descobertas para a defesa do nosso planeta, comprometendo-se a apoiar, a longo prazo, indivíduos e organizações que empregam a ciência para compreender e enfrentar os desafios ambientais contemporâneos.

Esse compromisso foi reforçado pelo lançamento da Iniciativa Perpétuo Planeta em 2019. Inicialmente, a iniciativa concentrou-se em homens e mulheres que contribuem para um mundo melhor por meio dos Prêmios Rolex de Empreendedorismo, na salvaguarda dos oceanos por meio de sua colaboração com a Missão Blue e na elucidação das mudanças climáticas por meio de uma aliança de longa data com a National Geographic Society.

O portfólio de parcerias da Iniciativa Perpétuo Planeta cresceu substancialmente, agora incluindo nomes como Cristina Mittermeier e Paul Nicklen, fotógrafos de conservação; organizações como Rewilding Argentina e Rewilding Chile, que protegem paisagens sul-americanas; os Coral Gardeners, que transplantam corais resilientes para recifes; Steve Boyes e suas expedições pela Grande Espinha Dorsal da África, explorando as principais bacias hidrográficas do continente; as corajosas expedições Under The Pole, que avançam nos limites da exploração subaquática; a ousada expedição B.I.G ao Polo Norte em 2023, coletando dados cruciais sobre ameaças ao Ártico; e a Mônaco Blue Initiative, reunindo especialistas em conservação dos oceanos.

42968a9d-0ae4-422a-8d41-dc47b3e908f9-1024x576 PERPETUAL PLANET : A JORNADA DA ROLEX E NATIONAL GEOGRAPHICMas a Rolex não apenas apoia os atuais defensores do meio ambiente. A empresa também investe em organizações e iniciativas que cultivam as futuras gerações de exploradores, cientistas e conservacionistas, fornecendo bolsas de estudo e subsídios para programas como a Our World-Underwater Scholarship Society e os Grants do Rolex Explorers Club.

UMA ALIANÇA NATURAL: ROLEX E NATIONAL GEOGRAPHIC

A Rolex encontrou uma conexão natural com a National Geographic Society desde 1954. Por mais de 130 anos, a Sociedade tem sustentado corajosas pessoas e ideias revolucionárias, oferecendo contribuições inestimáveis para exploração, ciência e preservação. Os relatos destes empreendimentos têm preenchido as páginas da icônica revista National Geographic. Um exemplo memorável foi o relato, em 1954, da lendária ascensão de Sir Edmund Hillary e Tenzing Norgay ao cume do Monte Everest. A Rolex também desempenhou um papel crucial nessa épica jornada, fornecendo relógios à expedição.

ESPÍRITO DE DESCOBERTA E INOVAÇÃO

O espírito de busca e descoberta define tanto a Rolex quanto a National Geographic. Juntas, ou ocasionalmente de maneira independente, elas têm respaldado pioneiros na exploração de novos territórios. As duas instituições estiveram envolvidas, separadamente, em expedições à Fossa das Marianas, a parte mais profunda dos oceanos, localizada no Pacífico.

Em 1960, o batiscafo Trieste, pilotado por Jacques Piccard e Don Walsh, mergulhou até as profundezas da Fossa das Marianas, transportando um relógio Rolex Oyster experimental, o Deep Sea Special, fixado em sua estrutura externa. O relógio resistiu à pressão extrema, emergindo em perfeitas condições de funcionamento.

Mais de meio século depois, em 2012, o cineasta e Testemunha Rolex James Cameron realizou um mergulho solitário a bordo do DEEPSEA CHALLENGER, trazendo consigo o Rolex Deepsea Challenge, um relógio de mergulho experimental. O relógio, à prova d’água até 12.000 metros de profundidade, suportou mais de 12 toneladas de pressão em seu cristal e manteve a precisão perfeita, saindo do oceano intacto.

Em 2017, a colaboração entre a Rolex e a National Geographic Society foi formalizada para promover a exploração em consonância com a preservação do nosso planeta. Esse vínculo foi fortalecido ainda mais com o lançamento da Iniciativa Perpétuo Planeta em 2019.

EXPLORAÇÕES PERPÉTUAS PARA UM PLANETA SUSTENTÁVEL

No ano de 2019, a Rolex e a National Geographic Society uniram forças para explorar as regiões mais vulneráveis do nosso planeta por meio das Expedições Perpétuo Planeta. Essa colaboração combina o renomado conhecimento científico com tecnologia de ponta, visando revelar novas perspectivas sobre os impactos das mudanças climáticas nos sistemas vitais para a vida na Terra. Montanhas, florestas tropicais e oceanos – todos essenciais para nossa existência – são o foco destas explorações de vanguarda.

A primeira expedição, realizada entre abril e junho de 2019, foi direcionada ao Monte Everest. Sob a liderança conjunta da National Geographic e da Universidade Tribhuvan, a equipe da expedição buscou compreender os efeitos das mudanças climáticas nos glaciares do Hindu Kush-Himalaia. Esses glaciares fornecem recursos hídricos cruciais para mais de 1 bilhão de pessoas. A equipe instalou uma rede de estações meteorológicas, incluindo a mais alta do mundo, logo abaixo do cume do Everest. O resultado foi um conjunto de estudos sobre a biologia, geologia e glaciologia da região, gerando artigos científicos valiosos.

As expedições subsequentes continuaram a avançar. Em 2021, uma estação meteorológica foi instalada nas alturas do vulcão Tupungato, nos Andes meridionais, proporcionando insights sobre os processos atmosféricos nessa região crítica. A proteção dos recursos hídricos, como a água potável de mais de 6 milhões de habitantes de Santiago, depende dessas montanhas vulneráveis.

A jornada continua com estudos programados para abranger toda a bacia do Rio Amazonas, investigando sua interconectividade vital com a terra, os oceanos, a atmosfera, os seres humanos e a vida selvagem. Esta pesquisa intensiva visa fornecer insights essenciais para a tomada de decisões que preservem esses ecossistemas.

As Expedições Perpétuo Planeta revelam a essência do compromisso da Rolex: apoio àqueles que defendem o meio ambiente e seus sistemas fundamentais para as gerações vindouras. As informações colhidas prometem desempenhar um papel vital na busca de soluções para os desafios ambientais que nosso planeta enfrenta.

FESTIVAL DE EXPLORADORES GEOGRÁFICOS NACIONAIS

Desde 2017, a Rolex tem sido uma parceira firme do Festival de Exploradores Geográficos da National Geographic. Anualmente, esse evento reúne cientistas inovadores, conservacionistas, educadores, contadores de histórias e catalisadores da mudança global. O ponto culminante do festival é a entrega do título de “Explorador do Ano Rolex National Geographic” a um destemido pioneiro que lança luz sobre questões cruciais e soluções para um futuro mais sustentável.

A Rolex e a National Geographic compartilham laços profundos em diversas frentes. Cientistas da National Geographic Society frequentemente atuam como jurados nos Prêmios Rolex de Empreendedorismo. Parcerias duradouras com figuras emblemáticas como Sylvia Earle, o cineasta e explorador James Cameron e o fotógrafo subaquático David Doubilet têm contribuído para a busca incessante de novos conhecimentos.

Muitos laureados dos Prêmios Rolex de Empreendedorismo também são reconhecidos Exploradores da National Geographic ou beneficiaram-se de doações. Essas trajetórias inspiradoras incluem Johan Reinhard, um laureado em 1987 por sua abordagem antropológica das culturas andinas em altitude; biólogos conservacionistas como Erika Cuéllar e João Campos-Silva, que continuam a promover a proteção da biodiversidade.

PERPETUANDO UM LEGADO

Participar das maiores jornadas da humanidade alimentou a convicção da Rolex em relação à exploração e seus intrépidos protagonistas. No entanto, esse compromisso transcendeu a busca por descobertas, abraçando a responsabilidade pela preservação do planeta. A Iniciativa Perpétuo Planeta, junto com sua parceria com a National Geographic Society, representa a dedicação duradoura da Rolex em apoiar indivíduos e grupos que enfrentam os desafios ambientais desde a Amazônia até o Himalaia, do Ártico à Antártida e além.

Cigarro e HPV têm efeito sinérgico nas células, potencializando o risco de câncer de cabeça e pescoço

Além de constituírem fatores de risco independentes para o câncer de cabeça e pescoço, o tabagismo e o papilomavírus humano (HPV) podem provocar efeitos nas células que interagem entre si, aumentando ainda mais o risco da doença. A conclusão é de um estudo feito por cientistas das universidades de São Paulo (USP) e do Chile, cujos resultados foram publicados no International Journal of Molecular Sciences. Ao aumentar a compreensão sobre os mecanismos moleculares envolvidos nesse tipo de tumor, a descoberta abre caminho para a adoção de novas estratégias de prevenção, tratamento ou outra intervenção capaz de beneficiar os pacientes.

O câncer de cabeça e pescoço engloba tumores nas cavidades nasal e oral, faringe e laringe. Em 2020, afetou cerca de 830 mil pessoas em todo o mundo, causando a morte de mais de 50% delas. Segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional de Câncer (Inca), foram quase 21 mil mortes no Brasil em 2019. Embora a doença esteja historicamente ligada a consumo de álcool, fumo e má higiene bucal, o HPV surgiu nas últimas décadas como fator de risco relevante, afetando uma população mais jovem e de nível socioeconômico mais alto. Hoje, trata-se de um dos tumores associados ao HPV que mais crescem no mundo.

“Em vez de continuar analisando tabagismo e HPV como fatores oncogênicos separados, passamos a focar na possível interação entre os dois”, explica Enrique Boccardo, professor do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) e coautor do estudo. “Afinal, tanto o cigarro quanto o papilomavírus humano estão associados ao aumento do estresse oxidativo e a danos no DNA relacionados ao câncer e, de acordo com estudos prévios, podem regular a enzima superóxido dismutase 2 [SOD2], que é um biomarcador de doenças iniciais associadas ao HPV e do desenvolvimento e progressão de tumores.”

Em testes in vitro, os cientistas brasileiros e chilenos analisaram células orais que expressavam as oncoproteínas HPV16 E6/E7 (a expressão foi induzida em laboratório para mimetizar a condição de células infectadas pelo papilomavírus) e foram expostas a um condensado da fumaça do cigarro. Foi observado nessa condição um aumento considerável dos níveis de SOD2 e de danos ao DNA, reforçando o potencial nocivo da interação entre HPV e fumaça de cigarro em relação à condição-controle. Ou seja, as células-controle (não expostas a oncoproteínas ou fumo) expressam menos SOD2 que células que expressam E6/E7 ou que células tratadas com fumaça de cigarro, enquanto células que expressam E6/E7 e foram tratadas com fumaça de cigarro expressam níveis maiores de SOD2 do que qualquer outro grupo analisado. Isso indica a “interação” entre a presença de genes de HPV e a fumaça de cigarro.

Uma segunda etapa do trabalho, apoiado pela FAPESP por meio de dois projetos (10/20002-0 e 19/26065-8), envolveu a análise de dados genômicos de 613 amostras que integram o repositório público The Cancer Genome Atlas (TCGA). Na plataforma, são catalogadas as mutações genéticas responsáveis pelo câncer a partir de sequenciamento de genoma e bioinformática. O grupo focou na análise de transcrições de SOD2 para confirmar os achados.

Ponto de partida

“Apesar de serem realizados em um ambiente artificial, estudos in vitro são um ponto de partida para compreender o que acontece em modelos mais complexos e, no futuro, talvez nos permitam intervir de forma objetiva e trazer algum benefício”, afirma Boccardo. “Atualmente, por exemplo, a vacinação contra o HPV só está disponível no SUS [Sistema Único de Saúde] para crianças entre 9 e 14 anos, porque estudos apontaram maior eficácia na prevenção de patologias genitais, mas acredito que seja possível considerar a extensão para um grupo maior de indivíduos a fim de evitar doenças em outras regiões anatômicas.”

O pesquisador destaca ainda que este trabalho realiza a translação dos resultados obtidos em laboratório para a análise clínica ao superar o calcanhar de Aquiles da pesquisa básica, que é o acesso a amostras humanas. Isso se dá graças à evolução da tecnologia, que levou à criação de bases de dados de amostras humanas, como a utilizada na pesquisa. Esses bancos incluem estudos de análise de expressão de RNA e proteínas e permitem o acesso a informações de longos períodos de tempo.

“O próximo passo seria aumentar a complexidade do modelo utilizado, analisando a questão funcional em um contexto de expressão normal das proteínas virais, ou seja, em que o promotor do HPV regule de fato a expressão da E6/E7 [no caso do estudo a expressão das proteínas foi induzida em laboratório e não pela infecção]”, acredita Boccardo. “Não podemos esquecer, por exemplo, que existem eventos como o processo inflamatório, que não conseguimos visualizar in vitro, mas que sabemos que, na prática, pode ter um papel muito importante no desfecho da doença.”

O artigo Interaction between Cigarette Smoke and Human Papillomavirus 16 E6/E7 Oncoproteins to Induce SOD2 Expression and DNA Damage in Head and Neck Cancer pode ser lido em: www.mdpi.com/1422-0067/24/8/6907.