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Sirius, a fonte síncrotron brasileira, será tema da 4ª Conferência FAPESP

Agência FAPESP – Pesquisadores das universidades de São Paulo (USP) e de Utah, nos Estados Unidos, desenvolveram metodologia para analisar interações entre proteínas e metabólitos que promete facilitar descobertas relacionadas a doenças e tratamentos. Para chegar aos resultados publicados na Science, eles utilizaram uma poderosa ferramenta de pesquisa: a Manacá, uma das linhas de luz de cristalografia de macromoléculas do Sirius, no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas (leia mais em: agencia.fapesp.br/41572/).

Sirius também revelou a pesquisadores apoiados no âmbito do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN) a impressão digital de biomoléculas em estudo sobre bactérias inibidoras do crescimento do fungo responsável pela doença conhecida como podridão do abacaxi, que ataca canaviais. E ajuda pesquisadores do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) a compreender o processo de retenção de carbono no solo e a quantificar emissões (leia mais em: agencia.fapesp.br/38145/# e agencia.fapesp.br/38333/).

Inaugurado em 2019, e instalado no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Sirius é a maior e mais complexa infraestrutura científica já construída no país e uma das mais avançadas fontes de luz síncrotron em todo o mundo. As novas possibilidades de investigação que esse equipamento abriu para a pesquisa brasileira serão o tema da 4ª Conferência FAPESP 2023, a ser proferida pelo diretor do LNLS, Harry Westfahl Junior, no dia 25 de agosto.

Físico, pós-doutorado na Universidade de Illinois e no Ames Laboratory do Departamento de Energia (DOE) dos Estados Unidos, Westfahl Junior é especialista no uso da radiação síncrotron para o estudo de materiais, principalmente polímeros e materiais magnéticos, e no desenvolvimento de instrumentação para radiação síncrotron.

Além de falar sobre a operação desse equipamento – que possui em seu núcleo aceleradores de partículas de última geração, capazes de produzir e controlar o movimento de elétrons em velocidades próximas à velocidade da luz e gerar a luz síncrotron –, Westfahl Junior também vai mostrar a contribuição que Sirius oferece para a solução de grandes desafios científicos e tecnológicos, como o desenvolvimento de medicamentos e tratamentos para doenças, novos fertilizantes, espécies vegetais mais resistentes e outras tecnologias para a agricultura, fontes renováveis de energia, entre muitas outras aplicações, com potencial para gerar grandes impactos econômicos e sociais.

Em sua primeira fase de operação, Sirius terá 14 estações experimentais: seis já em plena operação, cinco em comissionamento científico, duas estão em montagem e uma em fase de projeto. No futuro, poderá comportar até 38 linhas de luz.

A conferência será moderada pelo professor Oswaldo Baffa Filho, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP).

Interessados podem se inscrever pelo site da FAPESP. O evento será no Auditório da FAPESP, rua Pio XI, 1.500, Alto da Lapa, São Paulo, das 10h às 11h30 horas.

Mais informações: fapesp.br/16181/.

Produção de biodiesel pode ser acelerada com novo tipo de catalisador – Canal da Cana

A produção mais sustentável de biodiesel tem sido largamente estudada em diferentes frentes de pesquisa. Estudo publicado na revista ACS Applied Nano Materials trouxe resultados promissores ao aplicar nitretos de carbono como catalisadores da reação que transforma óleos vegetais no biocombustível.

O biodiesel é uma das alternativas ao uso de combustíveis fósseis e pode ser produzido por diferentes processos, como transesterificação, craqueamento térmico ou pirólise e microemulsão. A transesterificação é a mais comum, por ser eficiente e mais facilmente controlável. Nesse método de produção, os triglicerídeos do óleo vegetal reagem com um álcool na presença de um catalisador.

No trabalho, foram testados sete tipos diferentes de nanomateriais à base de nitreto de carbono, caracterizados por várias técnicas, para verificar suas propriedades estruturais e morfológicas. Os testes catalíticos verificaram a eficácia na transesterificação de óleo de canola para a produção de biodiesel – reação que pode ocorrer sem catalisador, mas tanto a qualidade do biodiesel produzido quanto o tempo de reação são melhorados com o uso desses agentes.

“Modificamos uma série de nitretos de carbono e descobrimos uma correlação entre a quantidade de sítios básicos e sua atividade para a reação de transesterificação. Demonstramos que eles atuam como catalisadores básicos, mecanismo que ainda era pouco entendido para esses materiais”, detalha Ivo Freitas Teixeira, professor do Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e um dos autores do artigo.

O estudo envolveu também a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e o Max Planck Institut, na Alemanha, e teve suporte da FAPESP tanto para a aquisição de equipamentos, quanto no apoio a Teixeira como Jovem Pesquisador.

“Nosso grupo investiga esses materiais há alguns anos e desenvolvemos métodos para modular sua superfície, de modo a permitir que se comportem como catalisadores ácidos ou básicos. Catalisadores ácidos e básicos apresentam uma série de aplicações, dentre elas o uso na reação para produzir biodiesel a partir de óleos vegetais”, explica Teixeira.

Testes e avaliações

Múltiplos parâmetros de reação foram avaliados para determinar as condições ideais e a quantidade necessária de catalisador a fim de obter a maior conversão de biodiesel possível. Por fim, o uso do LiK-PHI (nitreto de carbono com cátions de lítio e potássio) apresentou o melhor desempenho, com 94% de rendimento na transesterificação do óleo de canola.

Teixeira aponta que, na maioria dos casos, a reação de conversão dos óleos vegetais em biodiesel usa hidróxido de sódio como catalisador básico, mas, por ser homogêneo, ele não é recuperado ao final da reação e ainda exige uma etapa de ajuste de pH. Substituir o hidróxido de sódio por um catalisador heterogêneo, ou seja, que não se solubiliza no meio, evita a fase de ajuste de pH, além de permitir sua recuperação para que seja reutilizado. Isso diminui o custo de produção do biodiesel. Além disso, esses materiais à base de nitretos de carbono são compostos essencialmente por carbono e nitrogênio, também de baixo custo.

“Apesar de ainda muito preliminar, nosso trabalho mostrou que nitretos de carbono apresentam um grande potencial para serem aplicados como catalisadores na produção de biodiesel. Como esses materiais são sólidos e não se solubilizam nas condições reacionais, aplicando-se uma simples centrifugação nós fomos capazes de separá-los ao final da reação e reutilizá-los. Além disso, o biodiesel obtido se mostrou dentro das especificações exigidas, não necessitando nenhum pós-tratamento, como, por exemplo, o ajuste de pH. Acreditamos que, no futuro, a substituição dos catalisadores homogêneos por catalisadores heterogêneos possa simplificar o processo de produção de biodiesel e diminuir custos”, detalha Teixeira.

O trabalho abre caminho para explorar o desempenho de diferentes materiais para uma produção mais sustentável e eficiente de combustível. Porém, uma ressalva é que, embora não haja alto custo associado à produção do catalisador em ambiente de laboratório, em escala industrial pode haver aumento de custos. Assim, o grupo reconhece a necessidade de mais trabalhos sobre viabilidade técnica e econômica.

Governo do Estado apresenta o programa Amapá Cacau em evento internacional no Pará

O Governo do Estado participa do VIII Festival Internacional do Chocolate e Cacau da Amazônia, em Belém, no Pará. O evento, que encerra neste domingo, 20, reúne representantes cacaueiros do Brasil e da América Latina.

Entre as plenárias de debate, o estado participou efetivamente do Fórum do Cacau, mesa redonda com membros do Pará, Amazonas, Rondônia e da Colômbia, para apresentar o Programa Amapá Cacau.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Rural (SDR), Kelson Vaz, essa é uma oportunidade para mostrar as potencialidades e investimentos do cultivo e produção cacaueiras do Amapá para o país e também para o exterior.

“Acompanhamos o evento em dois momentos e um deles foi debater e enfatizar as principais vertentes para a cadeia do cacau que o nosso estado já apresenta. Então, foi uma grande chance que aproveitamos para repassar que no meio do mundo também se planta cacau de qualidade”, destacou o secretário.4a17768c4402e45fac51def71c7438ec Governo do Estado apresenta o programa Amapá Cacau em evento internacional no ParáOutro importante tema levantado durante os debates foi sobre o combate às pragas e doenças no cultivo do cacau. Nesta parte do evento o Amapá foi representado pelo diretor-presidente da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária do Amapá (Diagro), Alvaro Cavalcante.

“Foi um excelente debate que nos serviu como troca de experiências, pois, já temos uma expertise no controle das pragas e doenças no cacau, mas falar e aprender novos serviços de combate no setor vegetal é sempre bom”, enfatizou o diretor.

Amapá Cacau
O Programa Amapá Cacau tem como objetivo incentivar a introdução da cadeia cacaueira no estado. Com o programa em execução serão atendidas 420 famílias produtoras com mudas de cacau, preparo de área e assistência técnica.

Atualmente o programa já atende cerca de 300 produtores e mais de 300 hectares de plantio de cacau já existe na região de Porto Grande, mais de 260 mil mudas distribuídas na região.
2ee04bfb15edd42ddacad620d22cd461 Governo do Estado apresenta o programa Amapá Cacau em evento internacional no ParáSobre o festival
O Festival Internacional do Chocolate e Cacau da Amazônia reúne cerca de 800 produtores de cacau de todas as regiões do Pará e demais estados; além de diversos especialistas do Brasil e de outros países que debatem questões como a cacauicultura dentro de fora do país, a importância do mapa sensorial do cacau e o Crédito de Carbono: comercialização para produtores e empresas, entre outros temas.

O evento também oportuniza a comercialização dos produtos para os apaixonados por cacau como diversos tipos de chocolates. Flores, plantas e joias produzidas na Amazônia também são expostas gerando oportunidade para conferir de perto o resultado do trabalho dos produtores, comerciantes e empresários que atuam no segmento.

As programações de fóruns, debates e mesas redondas, encerram neste sábado, 19. O Festival com a parte de comercialização e cursos com chefs chocolatiers encerra no domingo, 20.2

Governo planeja hubs de hidrogênio até 2035; transporte pesado pode alavancar demanda

A estratégia do governo brasileiro para o hidrogênio de baixo carbono coloca como meta 2035 para consolidar hubs no país, reunindo produtores e consumidores, geradores de energia, logística de distribuição e transporte.

Antes disso, pretende disseminar plantas pilotos em todas as regiões do país até 2025 e se posicionar como o supridor mais competitivo do mundo até 2030.

Há cerca de US$ 30 bilhões em projetos de hidrogênio de baixo carbono mapeados pelo governo no Brasil.

Como chegar lá, no entanto, ainda não está muito claro. Apresentada ao mercado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) na última quarta (16/8), a atualização do Plano Trienal 2023-2025 do Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2) foi recebida com cautela.

Apesar de observarem alguns avanços em relação ao documento anterior, agentes da cadeia de hidrogênio esperam mais detalhes sobre a estratégia do Brasil para desenvolvimento desta indústria.

Uma das críticas é em relação ao enfoque inicial em projetos pilotos.

“Se queremos ser os mais competitivos do mundo em 2030 deveríamos estar focando em plantas em escala industrial”, comenta Eduardo Tobias, coordenador da Força-Tarefa de Hidrogênio Verde da Absolar.

Tobias participou na quinta (17/8) da live Diálogos da Transição, realizada pela agência epbr.

“O resto do mundo já está no processo de grande escala, e não em plantas pilotos”, completa.

A Absolar integra o recém lançado Pacto pelo Hidrogênio Renovável, junto com Abiogás, Abeeólica, Câmara de Comércio do Brasil-Alemanha do Rio de Janeiro (AHK Rio) e governo do Ceará.

O grupo mira a definição de um marco regulatório para aumentar a competitividade do combustível no Brasil e no exterior, além de marcar posição sobre as rotas de produção que devem ganhar apoio político. Leia na cobertura de Gabriel Chiappini

    Consumo na indústria e nos transportes

    Um dos destaques na atualização do plano trienal foi a inclusão do termo “neoindustrialização” em um dos eixos do PNH2, atendendo a pedidos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), que defende a inclusão do hidrogênio em política industrial.

    Além da indústria, o setor de transporte pesado é mais um mercado promissor para o H2.

    “Fizemos várias entrevistas e o setor que possui maior demanda hoje é o de transportes. Falamos com empresas de navios e automóveis (…), é um setor que será bastante impactado, junto com a agroindústria e siderurgia”, conta Paula Bucchianeri, especialista de Desenvolvimento Industrial do Senai.

    A maioria dos projetos mira a substituição dos combustíveis fósseis (55%), seguida pela produção de hidrogênio verde (29%) e produção de bens e equipamentos (10%).

    Mas, enquanto 74% das indústrias estão desenvolvendo iniciativas utilizando o hidrogênio sustentável, apenas 6% idealizam projetos focados em mobilidade. Um dos motivos é o custo do energético.

    Durante audiência na Comissão Especial de Hidrogênio Verde (CEHV) do Senado esta semana, a gerente executiva ambiental da CNT, Erica Marcos, disse que o H2 é visto como promissor para descarbonizar o frete, mas o avanço da tecnologia vai depender de subsídios.

    “O preço é o problema. É muito acima do que podemos abarcar em escala. Precisamos dos incentivos corretos para viabilizar a parte econômica”, afirma. Leia na matéria de Millena Brasil

    Matéria-prima para SAF

    aviação é outro segmento que vai demandar toneladas de hidrogênio.

    Este mês, a produtora de eletrocombustíveis (eFuels) HIF Global fechou um acordo comercial com a Honeywell para o uso da tecnologia que permite a produção de eSAF, combustível sustentável de aviação (SAF) derivado do metanol verde (eMetanol).

    O eSAF faz parte do grupo dos combustíveis sintéticos produzidos a partir de hidrogênio verde (de eletrólise) combinado ao dióxido de carbono (CO2).

    Um desafio para o avanço dessa tecnologia, no entanto, é o preço – muito mais alto que o do querosene fóssil.

    A competitividade do novo combustível depende de questões como o custo da eletricidade renovável para a eletrólise e a disponibilidade de CO2 para a produção do metanol.

    Em entrevista à agência epbr, o diretor de vendas na Honeywell UOP, Leon Melli, aponta que o alto percentual de renováveis na matriz elétrica brasileira favorece a participação do país na cadeia produtiva dos combustíveis avançados. No entanto, é necessário aprovar o mercado regulado de carbono nacional.

     

    E ainda…

    Eólicas offshore do Ceará não dependem de leilões de energia

    Demanda para produção hidrogênio verde seria suficiente para ancorar projetos de geração em alto mar, segundo secretário executivo de energia e telecomunicações do Ceará, Adão Muniz Linhares.

    EDF Renewables analisa construção de planta de hidrogênio verde no Ceará

    Companhia firmou memorando de entendimento com governo estadual para estudar viabilidade de desenvolver uma indústria no hub de hidrogênio do Pecém.

    Congresso retoma articulação para aprovar marco das eólicas offshore

    Relator na Câmara, deputado federal Zé Vitor (PL/MG), vai reiniciar o diálogos com agentes e estima que será possível votar o texto em quatro semanas.

    Governo cria programa de R$ 5 bi para ligar Amazônia ao resto do país

    O governo federal criou nesta quinta-feira (17/8) o programa de descarbonização Energias da Amazônia, que prevê investimento de R$ 5 bilhões para conectar os sistemas isolados ao Sistema Interligado Nacional (SIN). O decreto 11.648, que institui a iniciativa, foi publicado no Diário Oficial.

    Veja as principais ações previstas no programa Energias da Amazônia:

    • instalar redes de transmissão e distribuição de energia elétrica para interligar os sistemas isolados ao SIN;
    • construir usinas para gerar energia de fontes renováveis ou com combustíveis de baixo carbono, como biomassa, biocombustíveis líquidos, biogás e aproveitamento energético de resíduos;
    • criar capacidade de armazenamento de energia;
    • integrar diferentes localidades isoladas ou remotas;
    • instalar sistemas de gestão inteligente e digital de redes elétricas;
    • implementar projetos ou programas de redução de perdas, de eficiência energética e de resposta da demanda;
    • importar energia elétrica que reduza emissões de gases de efeito estufa ou custo;
    • treinar população local para instalar, operar e fazer manutenção de equipamentos para a geração das fontes renováveis e o armazenamento de energia elétrica.

    Troca de fontes

    Mais de 3,1 milhões de pessoas consomem energia dos sistemas isolados, que dependem da geração a diesel. Com a interligação com o SIN, a energia será gerada pelas fontes mais baratas e menos poluentes que compõem a matriz elétrica brasileira, como hídrica, térmica a gás natural, eólica e solar.

    A primeira cidade conectada pelo programa foi Parintins, no Amazonas, onde houve o desligamento de uma termelétrica com consumo mensal de 4 milhões de litros de óleo diesel. O município amazonense foi conectado ao Sistema Integrado Nacional (SIN) do sistema elétrico brasileiro por meio do linhão de Tucuruí (PA).

    Custo de R$ 12 bilhões por ano

    Dados do MME mostram também que a região Norte do Brasil consome cerca de R$ 12 bilhões por ano para atender ao suprimento de energia elétrica dos sistemas isolados da Amazônia.

    De acordo com o Ministério de Minas e Energia, as 211 unidades isoladas emitem cerca de 2,3 milhões de toneladas de CO2 anualmente, com base nos dados de geração de 2022. A expectativa do programa com a mudança é evitar cerca de 1,5 milhão de toneladas CO2 decorrentes da redução ou substituição do óleo diesel como principal fonte para a geração de energia elétrica na região Amazônica.

    Os mais de 200 sistemas isolados da Amazônia Legal estão espalhados em seis estados do Norte. Todos têm um alto nível de perdas, com localidades chegando a mais de 70% de perdas. O estado do Amazonas é o que concentra o maior número de sistemas isolados – são 97 no total.

    Governo do Estado confirma Gusttavo Lima como uma das atrações da 52ª Expofeira do Amapá

    Um fenômeno de popularidade e líder nas rádios nos últimos cinco anos, Gusttavo Lima foi a primeira atração nacional confirmada na volta da Expofeira no Parque de Exposições da Fazendinha, em Macapá. O embaixador teve o nome anunciado pelo governador, Clécio Luís, na noite desta sexta-feira, 18, durante o lançamento da Central da Expofeira, espaço que vai funcionar como balcão de informações para o público em geral e empresas interessadas em expor seus negócios.

    São quase 10 anos sem um dos eventos mais tradicionais do calendário amapaense. Na sua 52ª edição, a Expofeira volta para aquecer a economia e fortalecer a cultura do Amapá.

    “O que nós estamos vendo aqui, agora, é fruto de meses e meses de trabalho para o retorno da Expofeira. É claro que vamos ter os grandes shows nacionais que o povo espera, mas não podemos esquecer dos nossos artistas locais que darão um show também”, destacou o governador.

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    A programação retorna para cumprir seu papel histórico, que além de trazer alegria e entretenimento, possa gerar negócios da cidade e do campo. “Queremos promover o reencontro de todo o nosso potencial agroflorestal, pecuarista com a economia”, pontuou Clécio Luís.

    A 52ª Expofeira conta com parceiros e patrocinadores diversos, além de emendas dos senadores Davi Alcolumbre e Randolfe Rodrigues, no valor de R$ 3 milhões e R$ 1,5 milhão, respectivamente.ef4dc5a8973ffcb19c33ee604814bf15 Governo do Estado confirma Gusttavo Lima como uma das atrações da 52ª Expofeira do Amapá

    A estudante Ariele dos Santos, de 17 anos, aproveitou o lançamento da Central da Expofeira para curtir com os amigos e prestigiar as novidades deste ano.

    “A última vez que vim foi com a minha família, eu era bem pequena, agora estou animada para esse retorno e ansiosa para as atrações. Vou curtir muito o som do Gusttavo Lima”, conta a jovem.

    Já o estudante Ronald do Carmo, de 21 anos, está ansioso para o anúncio de mais atrações e prevê mistura de ritmos e culturas. “Seria muito bom ter funk, porque eu gosto muito. A expectativa é grande, mas já começou muito bem com esse show nacional”, conta animado.

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    Gusttavo Lima

    O cantor emplacou mais um hit internacional adaptado para o português. Os sucessos de Pink, Roxette e John Legend ganharam versões na voz do artista. A mais recente, chamada “Desejo Imortal” está em 1º entre as mais tocadas nas rádios há semanas.

    Gusttavo Lima é o nome artístico de Nivaldo Batista Lima, nascido no dia 3 de setembro de 1989, em Presidente Olegário, interior de Minas Gerais. Filho do tratorista Alcino Landim de Lima e da lavadeira Sebastiana Maria de Lima é o caçula de sete irmãos, que saiu do pequeno município para conquistar o Brasil. Autodidata, o cantor, músico e compositor, é hoje um dos artistas de maior notoriedade nacional.

    Considerado um dos principais nomes da música sertaneja na atualidade, hoje ele carrega em sua bagagem mais de 150 composições originais e uma legião de fãs por todo o Brasil. Entre seus sucessos, Balada Boa, Gatinha Assanhada, Você Não Me Conhece, Bloqueado e vários outros hits estão entre os mais pedidos nos shows e mais tocados nas plataformas digitais.

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    ‘Retomada para celebrar a história, divertir e gerar negócios’, celebra o governador Clécio Luís na inauguração da Central da Expofeira, em Macapá

    De volta após quase 10 anos, a 52ª edição da Expofeira do Amapá vai acontecer entre os dias 29 de setembro e 8 de outubro, em Macapá. As datas, investimentos e a primeira das atrações culturais foram anunciados pelo governador, Clécio Luís, nesta sexta-feira, 18, durante a abertura da Central da Expofeira, no Parque de Exposições da Fazendinha.

    “A Expofeira é retomada para celebrar a história, para divertir nosso povo, e vem principalmente para gerar negócios, atrair investimentos, ver nossas empresas alcançando novos mercados e estimulando a economia. A Expofeira volta esse ano para colocar o Amapá no mapa da agroindústria, do pequeno ao grande produtor, mostrando o trabalho que é feito com qualidade e sustentabilidade”, destacou o governador.

    A abertura da Central da Expofeira contou com apresentações culturais, empreendedores comercializando produtos com o Selo Amapá, ambulantes, vaqueiros e a população, especialmente dos bairros próximo ao parque, para celebrar a retomada do evento.

    A Central vai funcionar como balcão de informações para o público em geral e empresas interessadas em expor e investir na 52ª edição. O local funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h.a2982b34501d8f9de4f06036121d0e83 'Retomada para celebrar a história, divertir e gerar negócios', celebra o governador Clécio Luís na inauguração da Central da Expofeira, em Macapá
    A Expofeira voltou!
    Realizada pela última vez em 2015, a maior feira de negócios do estado volta a ser realizada como uma grande vitrine de produção e inovação do setor primário do estado, oportunidade de fazer negócios e reunir serviços voltados para o empreendedorismo, esporte e lazer.

    “Esse é um momento de fazer a economia girar em diversos segmentos, do cultural ao agronegócio. Entendemos que esse é o início de um processo duradouro no Amapá. Estamos trabalhando para organizar o estado em vários setores, sobretudo na economia, para gerar emprego e renda. O Amapá é terra de oportunidades e vamos mostrar isso na Expofeira”, comentou o vice-governador, Teles Júnior.

    A Comissão de Organização e Execução da Expofeira foi criada em abril, no balanço dos primeiros 100 dias de gestão, e, desde então, o grupo de trabalho coordena ações para a realização da feira. A área do Parque recebe intervenções como serviços de limpeza, capina, revitalização e construção de novas estruturas.  527b7df2c940b7e2cf86c9188f1af895 'Retomada para celebrar a história, divertir e gerar negócios', celebra o governador Clécio Luís na inauguração da Central da Expofeira, em MacapáAtrações
    A expectativa do Governo é receber 700 mil visitantes nas 10 noites de programação. A feira volta para o local que recebe a festa há mais de 50 anos: o Parque de Exposições da Fazendinha, na Zona Sul de Macapá. No local, serão cerca de 800 stands mostrando o trabalho de diversos setores econômicos (comércio, indústria, serviços, agropecuária, cultura e startups), utilizando uma área de 330 mil metros quadrados.

    O evento ainda contará com exposição e comercialização de animais de grande e pequeno porte, bem como compartilhamento de técnicas de manejo e reprodução assistida. Além de capacitação em diversos segmentos nos espaços de treinamento que funcionarão nos pavilhões de negócios, haverá apresentação de novas tecnologias para o setor produtivo, da colheita com máquinas à irrigação automática.

    O cantor Gusttavo Lima foi a primeira atração cultural confirmada para a Expofeira, que terá cerca de 300 artistas se apresentando ao longo da programação. No lançamento houve ainda o anúncio da destinação de R$ 3 milhões em recursos do senador Davi Alcolumbre e R$ 1,5 milhão do senador Randolfe Rodrigues, para auxiliar na realização da feira.98c0c4a88bee7f4b85eeb1025051a8ac 'Retomada para celebrar a história, divertir e gerar negócios', celebra o governador Clécio Luís na inauguração da Central da Expofeira, em Macapá

    São Paulo: lançada primeira estação de abastecimento de veículos com hidrogênio verde

    O governo de São Paulo anunciou que a capital paulista vai implementar a primeira estação mundial de abastecimento com hidrogênio verde a partir do etanol. A iniciativa é uma parceria entre o Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), players da iniciativa privada e a USP. A previsão para início de operação do projeto é até o final do primeiro semestre de 2024.

    A diretora de Projetos de Investimentos da Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (InvestSP), Marília Garcez, explica como está estruturado o projeto.

    “Se produz o hidrogênio a partir da reforma do etanol, esse hidrogênio será combustível de abastecimento dos ônibus que rodam dentro da cidade universitária, onde haverá inclusive um ponto de suprimento, um ponto de abastecimento desse hidrogênio em estado gasoso. A gente acredita que ele vai ser muito bem-sucedido e tem uma capacidade de ganho de escala”, diz.

    Segundo o governo do estado, a planta-piloto deve ocupar uma área de 425 metros quadrados no campus da USP, na capital. A área vai receber “reservatórios de etanol e hidrogênio, laboratório, sala de controle e um reformador com capacidade de produzir 4,5 quilos de hidrogênio verde por meio do etanol”.

    De acordo com o Gerente de Análise e Informações ao Mercado na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Ricardo Gedra, o hidrogênio verde é um vetor energético muito importante para colaborar com a descarbonização de setores como o de transporte que tem dificuldade em eliminar ou limitar a utilização de combustíveis que emitem carbono.

    “Então, por exemplo, transporte marítimo, transporte rodoviário e alguns setores da indústria, para estes segmentos o hidrogênio verde se torna uma alternativa técnica viável para ser considerado como combustível substituto e assim, conseguir trocar os combustíveis utilizados por essa indústria que atualmente são combustíveis de origem fóssil e com emissões associadas para um combustível de baixa emissão. Com isso, a relevância deste elemento é uma solução para esses setores para conseguir alcançar a descarbonização”, afirma.

    Segundo o governo de São Paulo, o projeto tem um investimento de R$ 182 milhões. O hidrogênio produzido na estação experimental vai ser utilizado para abastecer três ônibus cedidos pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) do Governo de São Paulo e um veículo cedido por uma montadora japonesa.
    Fonte: Brasil 61

    Especialistas acreditam que o Brasil ainda está muito vulnerável a ataques cibernéticos

    O Brasil ainda está muito vulnerável a ataques cibernéticos. A opinião é do advogado especialista em direito digital, Mario Paiva. Ele acredita que a eficácia da legislação e das decisões judiciais ainda é muito limitada devido a territorialidade dos delitos que, muitas vezes, são cometidos em esferas internacionais com impactos no Brasil. “Enquanto nós não nos adequarmos a nível global em matéria de leis e em matéria de decisões judiciais, ainda vamos estar muito vulneráveis a esses ataques cibernéticos com poucas possibilidades de reversão pelos meios legais e judiciais”, avalia.

    Um relatório do FortiGuard Labs, laboratório de inteligência e análise de ameaças da Fortinet, revela que o Brasil foi o mais atingido da América Latina no 1º semestre de 2023. O país está na primeira posição com 23 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos, seguido pelo México (14 bilhões), Venezuela (10 bilhões), Colômbia (5 bilhões) e Chile (4 bilhões).

    O doutor e pesquisador em segurança cibernética da Universidade de Brasília (UNB) Robson Albuquerque diz que o Brasil não é um dos melhores exemplos de proteção cibernética em seus sistemas. “Basta você olhar a quantidade de vazamentos de dados de empresas brasileiras, de cidadãos brasileiros e as fragilidades dos diversos sistemas”. Segundo ele, planejamento estratégico com incentivo público para formar pessoas adequadamente em determinadas tecnologias leva tempo e dinheiro.

    “As prevenções correspondentes são os mecanismos de proteção dos sistemas instalados, configurados e monitorados com o pessoal técnico especializado que tenha essa capacidade de fazer essas verificações”, pontua.

    Para  Camilo Onoda Caldas, advogado constitucionalista e professor de Direito Digital, a elevação desse tipo de crime está muito relacionada a dois fatores: “Primeiro que o crime organizado vai encontrando novos caminhos para suas atividades, onde enxergam vulnerabilidades — e nesse campo existem muitas — , somado ao fato de que muitas pessoas não têm um letramento digital para o enfrentamento desse tipo de ocorrência”, avalia.

    Na primeira metade de 2023, o relatório descobriu mais de 10 mil vulnerabilidades exclusivas, 68% a mais do que cinco anos atrás. O resultado mostra diferentes tipos de ataques maliciosos e como os ataques se multiplicaram e se diversificaram em um período relativamente curto. De acordo com o doutor em segurança cibernética da UNB, é preciso observar os mecanismos de coleta e de estatística para entender os números normalmente tão elevados.

    “Isso depende de como está sendo reportado os ataques e seus tipos. Então é importante observar que, às vezes, um único ataque bem sucedido, ele explorou 30 outras formas de ataque para ele ser bem sucedido. Então esses números, eles, às vezes, podem parecer muito elevados porque eles são simplesmente contadores únicos, são contadores que não fazem diferenciação se é o mesmo ataque ou não. Ele simplesmente vai somando de acordo com a captura do sensor”, relata.

    Durante os primeiros seis meses de 2023, o tempo médio que os botnets — rede de computadores infectados que podem ser controlados remotamente e forçados a enviar spam — permaneceram antes que as comunicações de comando e controle (C2) cessassem foi de 83 dias, um aumento de mais de 1.000 vezes em relação a cinco anos atrás.

    O pesquisador Robson Albuquerque explica que pelas suas características de uso de tecnologia e conectividade amplamente conectado, naturalmente o Brasil se tornaria um alvo de ataques cibernéticos. “Pelas suas dimensões e quantidade de usuários e de sistemas conectados no Brasil, natural que ele apareça nos primeiros lugares em estatísticas de ataques cibernéticos através dessas empresas que são capazes de gerar algum tipo de relatório estatístico porque eles têm sensores espalhados pela internet que capturam esse tipo de informação”, salienta.

    Aumento dos ataques cibernéticos

    Para o advogado especialista em direito digital, Mario Paiva, a cultura do papel, a cultura da sociedade tem se transformado em uma cultura digital. “Após a pandemia, houve uma intensificação das relações de consumo, relações bancárias e praticamente todas as relações sociais giram em torno de meios tecnológicos. Então a mudança dessa cultura formal para cultura digital com certeza agrava e eleva o número de tentativas e ataques cibernéticos no Brasil e na América Latina”, observa.

    O advogado constitucionalista e professor de Direito Digital, Camilo Onoda Caldas, concorda. “Os crimes cibernéticos se tornaram uma grande modalidade criminosa no início do século 21, não apenas por conta da difusão da internet, mas também dos dispositivos móveis e dos inúmeros aplicativos que acabaram sendo utilizados para a vida cotidiana das pessoas”. Caldas ainda acrescenta:

    “A maior parte dos crimes tem êxito porque, de alguma maneira, a vítima acabou criando uma oportunidade que é aproveitada por esse tipo de criminoso, como, por exemplo, quando a pessoa grava as senhas que ele utiliza no próprio dispositivo e o criminoso localiza e as utiliza para realizar alguma operação ilícita”, analisa.

    Como prevenir

    Segundo o advogado Mario Paiva, a prevenção sempre é o melhor caminho. “Como estamos pouco desenvolvidos em nível jurídico e legal para enfrentar esses ataques, a prevenção, muitas vezes, é o único modo de não sofrer ataques cibernéticos”.

    O especialista também reforça: “Aquela pessoa que não quer ver sua foto divulgada na rede mundial de computadores simplesmente não a produza. Uma vez clicada, em geral fotos íntimas, estas jamais sairão dos sistemas e poderão provocar problemas de toda a ordem para aquele que não pretende divulgar, tendo em vista a possibilidade de vazamento”, alerta.

    O professor e advogado, Camilo Onoda Caldas, lembra que os chamados crimes cibernéticos envolvem, sobretudo, dois tipos de ações: “São as mais comuns, a invasão de dispositivo telemático e o estelionato feito por meio digital, a fraude feita por meio digital, que são crimes que têm uma penalidade elevada, são punidas com reclusão, mas nós sabemos que mesmo havendo uma penalidade, uma efetivação de repressão em relação a isso, esses crimes continuam se reproduzindo”, lamenta.

    Paiva recomenda que, em caso de desconfiança, qualquer operação deve ser imediatamente suspensa, desinstalada ou cancelada. “Sempre interromper a negociação, desinstalar o aplicativo. E caso queira se assegurar numa compra verificar se o estabelecimento possui sede física ou telefone fixo. No caso de bancos, deve-se  ligar para agência ou 0800 da instituição bancária e procura  —  em caso de estabelecimentos menos conhecidos —  os conceitos e depoimentos de pessoas em sites de avaliação e que congreguem reclamação.

    Fonte: Brasil 61

    MEC: mais de 3.500 obras escolares estão inacabadas e precisam ser retomadas

    Mais de 3.500 obras escolares permanecem sem conclusão ou estão paralisadas no país. De acordo com o Ministério da Educação, com a conclusão de todas essas obras seria possível ampliar em cerca de 450 mil o número de vagas nas redes públicas de ensino. Na opinião do advogado especialista em direito educacional, Henrique de Mello Franco, muitos pais não conseguem encontrar vagas nas instituições de ensino porque elas ainda dependem de melhores condições para ofertar mais oportunidades. “Se uma determinada escola ou universidade não está com a infraestrutura adequada, aquelas obras vão ser fundamentais para aqueles alunos e professores ocuparem e realizarem suas atividades de ensino, aprendizado e de apoio”, avalia.

    O governo federal pretende retomar as obras escolares paralisadas ou inacabadas em todas as unidades da Federação, através do Pacto Nacional pela Retomada de Obras e de Serviços de Engenharia Destinados à Educação Básica. Estado e municípios terão até o dia 10 de setembro para aderir ao programa. O investimento previsto é de quase R$ 4 bilhões, entre 2023 e 2026.

    O advogado especialista em direito administrativo, com atuação no setor de infraestrutura, Rafael Moreira Mota, explica que infraestrutura engloba diversas áreas como saneamento, transporte, energia, saúde e educação.

    “Todo o investimento em infraestrutura visa impactar positivamente no bem estar social de toda a coletividade”. Ele acrescenta que a educação acaba sendo beneficiada com investimentos em outras áreas como a mobilidade urbana. “O cidadão diminui o tempo que passa para se deslocar entre o trabalho e sua residência podendo se dedicar aos estudos, a se aperfeiçoar e praticar atividades culturais. Ou seja, toda a sociedade ganha com investimentos em infraestruturas”, aponta.

    Para Henrique de Mello Franco, uma boa educação também está relacionada às condições de ensino. “Para ter uma boa educação é necessária uma boa infraestrutura. Somos todos reais, de carne e osso, nós dependemos de um ambiente físico para termos um mínimo de conforto para exercermos as nossas atividades”.

    Mas o especialista em educação ressalta: “Na área educacional, uma boa infraestrutura não é apenas tijolo, parede e teto, mas também a questão estrutural e física para a área de educação, como, por exemplo, laboratórios, você precisa ter cabeamentos, prateleiras e uma boa internet. Coisas que serão essenciais para as áreas de ensino.”.

    Na opinião da professora e pesquisadora da Coventry University e do programa de pós-graduação em engenharia civil da Universidade Federal de Pernambuco, Viviane Falcão, existem problemas recorrentes de falta de infraestrutura que acabam afetando diretamente os alunos no Brasil. “O nosso país só conseguirá ser um país grande quando a gente conseguir entender que temos que investir em infraestrutura porque a educação, estudar, se formar, não é algo simples. Se a gente não tiver o mínimo que é a infraestrutura vai ser muito difícil a gente conseguir alcançar todos os nossos sonhos de ser um país desenvolvido”, adverte.

    Como aderir ao programa

    Para que o governo consiga dar continuidade às obras, os estados e municípios precisam manifestar interesse e realizar os procedimentos descritos na Portaria Conjunta MEC/MGI/CGU Nº 82, de 10 de julho de 2023, que detalha os critérios de priorização. Lá constam todas as etapas para a retomada e conclusão das obras e projetos de engenharia da educação básica. Em caso de dúvidas, os gestores podem agendar atendimento individualizado pelo Balcão Virtual do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O saldo das obras será atualizado seguindo o Índice Nacional do Custo da Construção (INCC).

    Até o momento, 33% das obras já foram registradas no Sistema Integrado de Monitoramento Execução e Controle do Ministério da Educação (Simec). Os estados com o maior número de obras que podem ser retomadas são: Maranhão (609 obras); Pará (492 obras); Bahia (381 obras); Ceará (248 obras); e Minas Gerais (204 obras).

    Fonte: Brasil 61

    Aspectos regulatórios podem impulsionar avanço de energia renovável no Brasil

    O maior interesse das empresas e da sociedade, de uma forma geral, tem impulsionado o crescimento da geração de energia limpa nos últimos anos. Paralelamente, iniciativas governamentais e obrigatoriedades impostas por lei também são um caminho para incentivar a sustentabilidade, tema que terá um painel exclusivo durante o Congresso Brasileiro de Geração de Energia Renovável – Ecoenergy entre os dias 20 e 22 de setembro.

    Isabela Ramagem, coordenadora de assuntos jurídicos e regulatórios da ABRAGEL (Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa) será uma das participantes do debate sobre ‘Atualizações e expectativas de aspectos regulatórios em pauta para o setor’, que acontece no dia 21, no WTC Events Center, em São Paulo.

    “O evento reúne vários setores com convergência, uma vez que temos a indústria migrando em busca de uma certificação de geração e emissão de energia limpa e renovável. O encontro é extremamente importante, pois vai estreitar o relacionamento entre as partes e levantar temas que precisam ser abordados e discutidos pelos atores deste segmento”, declara a especialista.

    No painel, serão levantados desafios, as possíveis soluções e o futuro da regulação, abordando os problemas enfrentados na atualidade, a necessidade de um planejamento à expansão do setor e as possibilidades de uma transição que coloque o Brasil como um país relevante e exemplo aos demais no mercado de fontes limpas.

    “Possuímos um potencial de expansão muito grande, mas temos também de sobreoferta de energia. Por isso, é necessário um equacionamento para que se tenha uma matriz energética sustentável não só em termos de expansão. Ela ainda deve gerar confiabilidade no sistema e uma segurança no consumidor”, complementa.

    Leis no país

    Em fevereiro deste ano, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou a regulamentação da Lei nº 14.300/2022, que instituiu o Marco Legal da Micro e Minigeração de Energia. Mais recentemente, no começo de julho, a reforma tributária, que está em andamento no Senado, não deixa claro se o princípio da essencialidade será convertido e mantido, segundo a especialista.

    “O Projeto de Lei que deve ser o futuro marco do setor, está parado, sem avanços  relevantes. Algumas outras discussões, em nível regulatório da matriz elétrica, devem ser feitas, visando realizar ajustes normativos antes de dar andamento na legislação. No dia 9 de maio, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) fez o dia do perdão, com a rescisão amigável de contratos de uso do sistema de transmissão celebrados por geradores de energia renovável”, avalia.

    Por fim, a advogada destaca que as iniciativas podem ajudar a  alcançar o equilíbrio, desfazendo das distorções que existem atualmente, contudo, para que isto aconteça, devem buscar desenvolvimento sustentável e que tenham em vista os atributos e as peculiaridades das fontes para levar esses atributos à confiança do sistema.

    Serviço
    Congresso Ecoenergy 2023

    Data: 20 a 22 de setembro
    Local: World Trade Center Events Center

    Endereço: Avenida das Nações Unidas, 12.551, Brooklin Novo, São Paulo, Brasil

    Inscrições: https://congressoecoenergy.com.br/
    Mais informações através do e-mail [email protected]

    ou dos telefones: (11) 5585-4355 e (11) 3159-1010.

    Hidrogênio verde é peça fundamental para neutralizar emissões de carbono

    Considerado o combustível do futuro, por sua baixa emissão de carbono, o Hidrogênio Verde é uma peça-chave para que se alcance a neutralidade climática até 2050. Pensando nisso, o Congresso Brasileiro de Geração de Energia Renovável – Ecoenergy terá o painel “Oportunidades e desafios no desenvolvimento de projetos integrados de energia renovável e hidrogênio” no dia 22 de setembro, às 16h30.

    O simpósio que encerra os três dias de Congresso no WTC Events Center, em São Paulo, apresentará considerações sobre desenvolvimento de projetos, além de analisar o mercado e o cenário político-global. “Para atingir a neutralidade climática até 2050, meta que é adotada por diversos países, será preciso de diversas soluções que reduzam as emissões de carbono e uma delas seria o hidrogênio”, explica Luana Gaspar, Head de descarbonização e ESG da PSR Energy Consulting, que será uma das participantes do painel.

    Obtido através da eletrólise da água, utilizando apenas fontes renováveis, o hidrogênio verde pode ser utilizado na aviação, no transporte marítimo e no transporte de longa distância com caminhões. Na aviação e navegação, se pensa principalmente em seu uso a partir de combustíveis derivados. Além disso, também é aplicável na indústria, como na produção de aço, fertilizantes e plásticos.

    “O grande entrave da produção de hidrogênio verde, é o custo de quase quatro vezes mais do que o hidrogênio cinza, que é produzido a partir do gás natural. Para aumentar sua produção, o Brasil precisa encontrar consumidores dispostos a pagar esse valor adicional. Com a Europa querendo atingir sua meta de importação de 10 milhões de toneladas até 2030, pode ser que surjam modelos de incentivo europeus para projetos de produção externa, permitindo em alguns casos a formação de contratos de longo prazo para a compra desse hidrogênio”, completa Luana Gaspar.

    Brasil em alta

    Apesar de fatores financeiros serem entraves, o Brasil tem muita capacidade de se tornar um exportador de hidrogênio no médio ou longo prazo, desde que haja uma redução no custo. Desta maneira, o negócio passará a ser escalável, ficando mais barato até chegar o momento de paridade com o hidrogênio cinza.

    “Temos condições plenas de produzir em escala um hidrogênio verde barato, dado o alto nível de renováveis em nossa matriz e a ampla capacidade de expansão das tecnologias de geração renovável. No curto prazo, esse hidrogênio seria destinado para exportação, mas no longo prazo, com a redução de seu custo e a possível adoção de políticas governamentais para reduzir as emissões brasileiras, poderá haver espaço também para seu uso no mercado doméstico. Por fim, ainda vejo potencial do hidrogênio verde ser usado como um building block, ou seja, uma matéria-prima para outros produtos verdes de maior valor agregado”, destaca a especialista.

    Para encerrar, Luana Gaspar aponta que um exemplo disto é a aplicação do hidrogênio verde na fabricação de fertilizantes, ao invés de se produzir com hidrogênio a partir do gás natural. A Unigel e a Yara já anunciaram projetos de produção de amônia verde, um sendo produzido a partir da eletrólise e o outro a partir de biometano.

    Serviço
    Congresso Ecoenergy 2023

    Data: 20 a 22 de setembro
    Local: World Trade Center Events Center
    Endereço: Avenida das Nações Unidas, 12.551, Brooklin Novo, São Paulo, Brasil
    Inscrições: https://congressoecoenergy.com.br/
    Mais informações através do e-mail [email protected]
    ou dos telefones: (11) 5585-4355 e (11) 3159-1010.

    Projeto Meu Intercâmbio quer ouvir experiências de estudantes da USP em universidades estrangeiras

    á realizou um intercâmbio internacional em parceria com a USP durante a sua graduação? A iniciativa Meu Intercâmbio, promovida pela Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional (Aucani), que convida alunos ex-intercambistas da Universidade para compartilharem suas experiências por meio de vídeos, está promovendo uma nova chamada e recolhendo os depoimentos até 15 de setembro, no e-mail [email protected]

    Os vídeos devem ser filmados na posição horizontal, com duração média de dois minutos, em arquivo mp4, acompanhado de uma autorização de imagem e som que deve ser totalmente preenchida, disponível neste link. O projeto produziu um documento com algumas perguntas que devem ser respondidas pelos estudantes nos depoimentos para direcionar o conteúdo do vídeo, relacionadas principalmente à experiência do intercambista no lugar de destino, nos processos seletivos e na vida após o retorno ao país de origem. O arquivo com as perguntas pode ser acessado clicando aqui.

    Tanto os intercambistas brasileiros que foram para o exterior, quanto os estrangeiros que vieram para o Brasil estudar na USP, podem participar e enviar os vídeos. Na última edição do Meu Intercâmbio, foram apresentados relatos como o de Simon Raulin, estudante francês que fez intercâmbio no Instituto de Relações Internacionais (IRI), e de Yuning Zha, aluna da China Agricultural University, que passou o verão na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq).

    1x1-pixel Projeto Meu Intercâmbio quer ouvir experiências de estudantes da USP em universidades estrangeiras
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    1x1-pixel Projeto Meu Intercâmbio quer ouvir experiências de estudantes da USP em universidades estrangeiras

    Universidade internacional

    De acordo com a consultoria britânica Times Higher Education (THE), a USP é considerada a mais internacional das universidades brasileiras. A classificação levou em consideração a proporção de alunos e pesquisadores estrangeiros, a produção científica em parceria com instituições estrangeiras e a reputação internacional da Universidade.

    A Aucani é o órgão central de internacionalização da Universidade e promove convênios com instituições internacionais, além dos intercâmbios de estudantes estrangeiros. Contudo, cada unidade da USP tem autonomia para firmar seus próprios convênios, sem que haja a necessidade de intervenção da Aucani. Estudantes da USP devem consultar sua faculdade, escola ou instituto para saber as regras e procedimentos para participar dos editais de intercâmbio.

    Os interessados em participar do projeto Meu Intercâmbio devem enviar o material no formato indicado, até dia 15 de setembro. Mais informações podem ser obtidas no site da Aucani, e as dúvidas a respeito do projeto podem ser enviadas no e-mail [email protected] . Os vídeos estão programados para serem publicados no Youtube a partir de novembro, e a Aucani informa que eles serão editados com tratamento de imagem e som e padronização da identidade visual.

    Confira todos os depoimentos da série Meu Intercâmbio neste link.

    Ondas de calor no Hemisfério Norte mostram impacto das mudanças climáticas na saúde

    O impacto das mudanças climáticas já é uma realidade e seus efeitos têm se intensificado cada vez mais. O mês de julho evidenciou esse processo muito claramente a partir da onda de calor que atingiu uma série de países em três continentes: Europa, Ásia e América do Norte.

    De acordo com o observatório europeu Copernicus, julho foi o mês mais quente já registrado na história do planeta, ao superar o último recorde mundial de 2019 em 0,33ºC. Com essa intensificação, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirma que o mundo ultrapassou o nível de aquecimento, atingindo o estado de “ebulição global”.

    “A atmosfera terrestre está ficando com uma quantidade maior de energia e uma das maneiras do sistema climático dissipar essa energia é através do aumento de eventos climáticos extremos”, esclarece Paulo Artaxo, professor do Departamento de Física Aplicada do Instituto de Física da USP.

    20230621_paulo_artaxo Ondas de calor no Hemisfério Norte mostram impacto das mudanças climáticas na saúde
    Paulo Artaxo – Foto: Arquivo Pessoal

    Esse episódio impactou não somente a natureza, mas também afetou seriamente a saúde da população dessas regiões com temperaturas acima dos 30ºC. Paulo Saldiva, professor do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP, explica que pensar a mudança climática juntamente com a saúde pode favorecer a mudança de comportamentos.

    Além disso, nota-se um impacto desigual na saúde e vivência da sociedade, uma vez que a população mais pobre e periférica está mais vulnerável às mudanças climáticas. Helena Ribeiro, professora do Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública da USP, intitula o fenômeno de injustiça climática.

    Reação biológica

    A zona de conforto e preparo térmico varia de acordo com cada país e cada região dentro do país. Saldiva situa cada uma dessas populações em uma escala de temperatura ideal e extremos de quente e frio – os quais ocasionam um aumento da mortalidade –, além da capacidade de adaptação de cada país. “Nova York, por exemplo, está mais preparada para o frio do que para o calor. Existe também um processo de aclimatização dentro do mesmo país; em São Paulo, o desconforto térmico começa quando a temperatura sobe de 26 graus, que é a zona de perfeito conforto para Teresina”, exemplifica o professor.

    20220711_paulo_saldiva Ondas de calor no Hemisfério Norte mostram impacto das mudanças climáticas na saúde
    Paulo Saldiva – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

    No momento em que as condições climáticas extrapolam a predisposição do ser humano de se adaptar, o organismo passa a reagir e adoecer. Diferentemente do senso comum, Saldiva ressalta que hipotermia e hipertermia não resumem nem predominam as causas de morte diante de temperaturas extremas, representam a absoluta minoria.

    Na maior parte dos casos, os pacientes falecem por causas naturais desencadeadas por uma diversidade de complicações na saúde. Por exemplo, quadros de insuficiência renal ou infecção urinária provocados pela desidratação, assim como consequências cardíacas ocasionadas pela vasodilatação intensa e sobrecarga do coração. Assim, a professora Helena Ribeiro aponta idosos, crianças e mulheres grávidas como os mais vulneráveis, além de pessoas que já apresentam comorbidades crônicas na saúde. “Em termos sociais, frequentemente pessoas de menor renda são as mais afetadas, pois moram em áreas de maior risco de enchentes e deslizamentos, mais poluídas e com menor arborização urbana”, pontua Helena.

    Previsões brasileiras

    Por se tratar de um país tropical e já se situar nos limites de temperaturas, Artaxo comenta que o Brasil se torna ainda mais frágil às mudanças climáticas. Em regiões como Teresina, em que já se observam os termômetros atingirem 40ºC durante o verão, são previstas altas até 48ºC e consequências graves para a saúde da população, de acordo com Artaxo.

    Helena revela que o Brasil possui uma maior sensibilidade a ondas de frio do que calor, tendo em vista que, diferentemente do clima mediterrâneo do sul da Europa e oeste do Estados Unidos, o clima tropical do País possui verões chuvosos que atenuam o fenômeno. Além disso, existem algumas adaptações culturais, como vestimentas leves e frequência de banhos.

    Todavia, a professora ressalta a pouca infraestrutura ainda enfrentada pelo sistema de saúde para oferecer ambientes climatizados tanto para os profissionais da área quanto para os pacientes. “O sistema brasileiro já é bastante sobrecarregado e se houver um agravamento de ondas de calor, será necessário fazer uma formação de pessoal da saúde”, destaca Helena.

    Helena-Ribeiro Ondas de calor no Hemisfério Norte mostram impacto das mudanças climáticas na saúde
    Helena Ribeiro – Foto: Maria Leonor de Calasans/IEA

    Ações

    Saldiva afirma que a atividade de prevenção em nível de atenção primária é central para o preparo do sistema de saúde diante das condições ambientais, a fim de transmitir alertas para a população. “Veja a previsão do tempo, eles dizem se você vai ter que levar guarda-chuva para o dia, mas não tem uma previsão de saúde”, compara o professor para demonstrar a importância de uma política de prevenção.

    A relação direta entre a mudança climática e a saúde humana pode trazer um novo ponto de vista para o enfrentamento e conscientização dessa crise mundial, na opinião de Saldiva. Com a saúde individual e de pessoas queridas em jogo, o professor reflete sobre o maior impacto nos hábitos e perfis de consumo da população.

    *Estagiária sob supervisão de Paulo Capuzzo

    Exposição retrata múltiplas formas de pensar o desenho

    Desenhos, Rotas e Rasgaduras estão presentes na nova exposição do Espaço das Artes (EdA) da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, na Cidade Universitária, em São Paulo. Até 1º de setembro, é possível conferir a arte produzida pelos dez participantes do Grupo de Estudos Rotas do Desenho, grupo de pesquisa do Departamento de Artes Plásticas (CAP) da ECA. A entrada é grátis.

    O Grupo de Estudos Rotas do Desenho foi formado em 2020, sob a coordenação do professor Claudio Mubarac, da ECA. Desde então, os integrantes realizam encontros regulares para discutir e pensar o desenho como objeto de estudo. Desenhos, Rotas e Rasgaduras é resultado de quatro anos de pesquisas e análises sobre a arte, feitas pelo grupo em reuniões promovidas ao longo daquele período. “A ideia do grupo é estudar o desenho de maneira muito ampla, aberta e muito experimental”, comenta Mubarac.

     

    O professor conta que a ideia de montar uma exposição com os resultados dos encontros surgiu ao longo desse processo. Os encontros, impulsionados por leituras e contribuições sugeridas pelos membros do grupo, incluíram um ciclo de apresentações do trabalho que cada um deles estava desenvolvendo, do ponto de vista tanto das preocupações teóricas quanto do trabalho plástico em si.

    20230817_luiz_claudio_murabac-qb20rur1d11so4fr28bll137ymkmk8g5121198vs5g Exposição retrata múltiplas formas de pensar o desenho

    O professor Claudio Mubarac

    Além da exposição no EdA – que apresenta 16 obras –, o grupo também está desenvolvendo um livro no qual cada integrante desenvolve o seu próprio ensaio visual e/ou escrito. “É uma forma de deixarmos uma memória de tudo aquilo que, em comum, estudamos, e daquilo que cada um particularmente utilizou para se deter mais profundamente”, expõe Mubarac.

    No Espaço das Artes, três salas interligadas expõem o trabalho dos artistas. À entrada, os visitantes dispõem de um folheto que enumera as coleções de 1 a 10, sinalizando as localizações das obras de cada autor e as respectivas fichas técnicas. O folheto também inclui outras informações sobre a exposição, como o texto de apresentação escrito por Claudio Mubarac e detalhes sobre a visitação.

    O desenho como conceito e prática

    “O desenho parece ser, da forma como estamos vivendo e convivendo hoje, uma prática diária de descoberta que leva cada artista a poder aprofundar, através da própria prática, o caminho que ele vai escolher.” É o que reflete a doutora em Artes Visuais Lívia Gabbai, que apresenta na exposição Épura (2010-2020), seu trabalho de computação gráfica desenvolvido durante os seus anos de doutorado.

    Gabbai explica que Épura é resultado de uma pesquisa que desenvolveu ao longo de décadas. A formação em Cinema pela Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), concluída em 1997, e o contato com as imagens computadorizadas da época inspiraram a artista a desenvolver o filme de 25 minutos de duração. “Animação, para mim, para além dos estudos e das técnicas, significa procurar experimentalmente fazer visualidades animadas que me interessam a partir dos assuntos que eu gosto”, expõe a artista, que ressalta a arquitetura, a fotografia, o noir, o expressionismo alemão, a câmera obscura e a gravura em metal como referências para a construção do trabalho.

    Para a artista, o desenho vai muito além do papel e do ato de desenhar em si. Diferentes técnicas, como a gravura em metal, a pintura, as peças tridimensionais e as esculturas, são apenas algumas das outras formas com que o artista pode se envolver e ampliar as suas relações com o desenho. “Nós vamos estabelecendo relações entre os nossos trabalhos e as técnicas que escolhemos, e daí as transformações vão ocorrendo”, relata Gabbai. “O desenho é uma constante busca de estar por vir alguma realização, sempre levando em conta que isso precisa ser materializado.”

    O pensamento é observado também através de Sinais e Sombras: Peças (2017-2023), obra da pós-doutoranda em Artes Visuais Paula Escobar Gabbai, irmã de Lívia. O conjunto de peças utiliza aço carbono, gesso, madeira, concreto e tecido em sua composição, e foi concebido no ateliê de serralheria da ECA, com a colaboração de Olavo José da Silva. A artista explica que, em seu trabalho, entende a gravura em metal e a construção tridimensional como duas atividades complementares. “Gosto de trabalhar a partir da reflexão da construção em cada etapa, da observação à oficina, e da observação das etapas de construção dessas peças”, comenta.

    Os dez integrantes do Grupo de Estudos Rotas do Desenho incluem desde alunos da graduação até doutorandos. São eles: Nina Guedes, Mirella Marino, Arturo Gamero, Antônia Perrone, Raquel de Sá, Paula Escobar Gabbai, Lívia Gabbai, Gabriela Giannotti, Marcia Cymbalista e o professor Claudio Mubarac.

    A exposição Desenhos, Rotas e Rasgaduras fica em cartaz até 1º de setembro, de segunda a sexta-feira, das 9 às 20 horas, no Espaço das Artes da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP (Rua da Praça do Relógio, 160, Cidade Universitária, São Paulo). Entrada gratuita. Mais informações estão disponíveis no site da ECA.

    *Estagiária sob orientação de Roberto C. G. Castro

    **Estagiária sob orientação de Moisés Dorado

    USP tem oito trabalhos agraciados com Prêmio Capes de Tese 2023

    A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) divulgou nesta segunda-feira, dia 14 de agosto, o resultado preliminar do Prêmio Capes de Tese 2023, agraciando as melhores teses de doutorado defendidas no ano de 2022. Na edição atual, dentre os 49 trabalhos premiados, oito são da USP. A Universidade também teve seis teses que receberam menções honrosas.

    Criado em 2005, o Prêmio Capes é fruto da parceria entre a Capes, a Fundação Carlos Chagas e a Comissão Fulbright. Os critérios de premiação dos trabalhos consideram a originalidade e a relevância para o meio científico, tecnológico, social e cultural, além da metodologia utilizada. A edição atual teve 1.469 trabalhos inscritos, o maior número desde sua criação. Das 49 teses premiadas nessa etapa, três receberão o Grande Prêmio Capes de Tese, um para cada área de conhecimento: Ciências da Vida, Ciências Exatas, Tecnológicas e Multidisciplinar, divulgado em novembro.

    Os autores das teses selecionadas receberão bolsas de estágio pós-doutoral em instituições nacionais, certificados e medalhas. Já seus orientadores receberão prêmios para participação em evento acadêmico-científico nacional, no valor de R$ 3 mil. Os autores dos trabalhos selecionados para o Grande Prêmio receberão bolsas para estágio pós-doutoral em instituição internacional e seus orientadores receberão R$ 9 mil para participação em congresso internacional.

    Além disso, as instituições parceiras oferecerão prêmios adicionais. A Fundação Carlos Chagas, responsável por realizar concursos públicos, dará R$ 25 mil aos autores dos trabalhos premiados nas áreas de Educação e Ensino. Já a Dimensions Science oferecerá US$ 2 mil à tese selecionada na área de Biotecnologia.

    *Estagiária sob supervisão de Erika Yamamoto
    *Estagiária sob supervisão de Moisés Dorado

    Estudo propõe aprimorar modelos para projetar serviços ecossistêmicos de florestas montanhosas

    Ainda pouco estudados, as florestas e outros ecossistemas das montanhas tropicais abrigam uma rica biodiversidade e fornecem importantes serviços ecossistêmicos, como a provisão de água e a participação na regulação da temperatura e do clima regional e global. Porém, existem grandes lacunas entre a necessidade e a disponibilidade de dados dessas regiões com características específicas para poder simular com mais confiança a interação entre a atmosfera e a dinâmica da vegetação em meio às mudanças climáticas.

    Pesquisa publicada na revista Plant Ecology & Diversity por um grupo de cientistas ligados a universidades brasileiras e de outros países lança luz a essas questões. E conclui que, para preencher esse espaço, é preciso criar uma rede transdisciplinar capaz de “estudar a dinâmica natural dos ecossistemas montanhosos e suas respostas aos fatores de mudança local, regional e à escala continental no quadro de um sistema socioecológico”.

    “Os resultados do nosso trabalho mostram que as informações categorizadas em termos de necessidades para modelagem dos clusters de montanhas na América do Sul são muito escassas, pontuais e insuficientes para incorporar em exercício de modelagem. Para avançarmos na abordagem, incluindo a diversidade socioecológica, precisamos de mais dados e que sejam mais específicos. Por isso, a ideia é implantar uma rede de sítios, que representará a heterogeneidade de realidades sociais e ecológicas dos ecossistemas de montanha e, dessa forma, permitir quantificar o papel até hoje negligenciado desses ecossistemas na ciclagem de carbono e água e em outros serviços ecossistêmicos”, explica à Agência FAPESP o professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Laszlo Karoly Nagy, autor correspondente do artigo.

    Coordenador da Pesquisa Ecológica de Longa Duração – Parque Estadual de Campos do Jordão (PELD-PECJ), Nagy recebeu apoio da FAPESP. O professor Stephen Sitch, da Universidade de Exeter, principal colaborador estrangeiro, recebeu apoio do Natural Environment Research Council (NERC).

    Características próprias

    As florestas tropicais encontradas em regiões montanhosas acima de 1.000 metros de altitude podem variar de úmidas – por exemplo, a Serra do Mar, no Brasil, ou parte dos Andes que delimita a bacia amazônica – até sazonalmente secas, no lado das serras que ficam na sombra de chuva – como na Mata Atlântica ou nos vales intercordilheiras dos Andes.

    As montanhas abrigam vegetação florestal e não florestal. Já o crescimento das árvores é limitado, em altitudes elevadas, pelas baixas temperaturas. No entanto, as mudanças climáticas devem alterar a estrutura e o funcionamento desses ecossistemas. Nos Andes, por exemplo, região rica em floresta de montanha, as taxas atuais de aquecimento são três vezes maiores do que em outras partes da América do Sul – até o final deste século, está previsto um aquecimento superior a 5 °C ou 6 °C.

    Além disso, montanhas da América do Sul registram atualmente extensas áreas não florestais devido à conversão para uso agropastoril.

    Nesse contexto, as montanhas subtropicais e tropicais da América do Sul constituem uma área de alta prioridade para possibilitar projeções sobre os impactos de futuras mudanças climáticas na estrutura e no funcionamento desses ecossistemas, na retroalimentação para o clima e o potencial uso dos serviços ecossistêmicos.

    No trabalho, que teve como base um workshop realizado em Campinas, os pesquisadores identificaram uma rede de sítios de ecossistemas de montanha da América do Sul para catalogar e sintetizar o conhecimento existente visando a futura modelagem que analise a contribuição dessas florestas para os ciclos regionais e globais do carbono e da água.

    “É preciso estratificar a seleção das áreas com base no clima e na biogeografia, levando em consideração o contexto histórico-cultural do uso da terra. Tudo isso mostra a diversidade de situações que vamos encontrar em termos socioecológicos. Dessa forma poderemos sintetizar o conhecimento e abrir um caminho para construirmos um projeto amplo”, complementa Nagy.

    Método

    O levantamento da disponibilidade de dados empíricos foi feito a partir de oito locais, ao longo dos Andes e no Sudeste do Brasil. São eles: Andes venezuelanos; Andes colombianos; Andes equatorianos ocidentais; Transecto Amazônia – Andes, Peru; as montanhas do noroeste da Argentina; Cabo Horn (Chile); e as serras da Mantiqueira e do Cipó, ambas no Brasil.

    Desse total de sítios, somente dois – um na Venezuela e outro no Brasil – tinham alguns dados climáticos, ecológicos e ecofisiológicos que poderiam ajudar a parametrizar um DGVM. Os DGVMs são modelos dinâmicos de vegetação (sigla em inglês para Dynamic Global Vegetation Models), desenvolvidos para realizar simulações e projeções ao longo das próximas décadas da dinâmica vegetacional em escala regional, continental ou global.

    As informações referentes à biomassa de árvores estavam disponíveis para seis locais. Os cientistas fizeram uma avaliação preliminar usando um DGVM conhecido como JULES (sigla em inglês para Joint UK Land Environment Simulator) para identificar as falhas em dados disponíveis e seus impactos na parametrização e calibração do modelo. Assim, conseguiram localizar uma redução na alocação para biomassa acima do solo relacionada à temperatura e um aumento nos estoques de carbono com a elevação.

    Uma das dificuldades nessas regiões é ter dados capazes de identificar a transição entre a floresta de montanha e a vegetação naturalmente não arbórea. “Precisamos unir modeladores e pesquisadores do campo, que conhecem a floresta, e decidir o que funcionou para cada uma das partes, identificando as peculiaridades e como elas conversam. É importantíssimo que as duas comunidades interajam para que o resultado produzido por modelagem seja verificado por dados empíricos”, diz o professor.

    Segundo ele, os próximos passos são construir um projeto que dê continuidade ao desenvolvimento de modelos, envolvendo parceiros ibero-americanos e outros três grupos de modeladores da Europa, além de brasileiros. Esses grupos trabalham em diferentes escalas, incluindo a global ajustada para montanhas e a de paisagem (que pode abarcar o uso da terra).

    “Características de montanhas necessitam de uma abordagem diferenciada, que analise, por exemplo, como se dá a limitação de crescimento das árvores nessas áreas, isto é, produção de tecidos vegetais versus limitação por fotossíntese”, afirma Nagy.

    O professor explica que o trabalho está agora na fase de junção dos diversos atores, incluindo uma rede de observatórios socioecológicos para os Andes (ROSA), em formação, e definição dos sítios a serem estudados para a construção da nova fase do projeto.

    O estudo South American mountain ecosystems and global change – a case study for integrating theory and field observations for land surface modelling and ecosystem management pode ser lido em: www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/17550874.2023.2196966.

    Sensor portátil poderá permitir que a população monitore em casa a qualidade da água

    Um sensor portátil, fabricado com papel e nanopartículas de ouro sintetizadas por laser, foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) para facilitar e baratear a produção de dispositivos que permitem identificar, fora do laboratório, compostos químicos presentes em líquidos, incluindo aqueles que podem comprometer a qualidade da água que consumimos. Os resultados do estudo, destacados pela Royal Society of Chemistry (Reino Unido) em sua conta no Twitter, foram publicados na revista Sensors & Diagnostics.

    A um custo unitário de pouco mais de R$ 0,50, o sensor descartável tem como principal vantagem o fato de poder ser reproduzido em qualquer lugar do mundo, em larga escala, não dependendo de etapas “caseiras” (que demandam manuseio humano), o principal gargalo da indústria. Vale destacar que a tecnologia ainda está em processo de patenteamento.

    “Conseguimos fabricar as nanopartículas do dispositivo por meio de uma síntese com laser, retirando do processo a manipulação humana, que eleva o custo de produção. Isso possibilita a fabricação em larga escala”, diz Thiago Regis Longo Cesar da Paixão, coordenador do Laboratório de Línguas Eletrônicas e Sensores Químicos do Instituto de Química da USP (IQ-USP). “O laser carboniza a superfície do papel, transformando a celulose em carbono e, com uma gota de solução de ouro, forma-se nanomaterial na superfície.”

    As nanopartículas de ouro sobre o papel são as responsáveis pela reação eletroquímica que identifica as substâncias presentes no líquido. Segundo o pesquisador, também melhoram consideravelmente o desempenho em relação àqueles feitos por meio de serigrafia, impressão a jato de tinta, pulverização catódica e desenho a lápis, entre outros, pois garantem mais especificidade na detecção de espécies químicas frente a outras no mesmo ambiente.

    Outra vantagem é se tratar de um produto sustentável: feito de papelão, pode incluir material reaproveitado e subutilizado e não lança mão de reagentes químicos tóxicos nas reações, ao contrário dos procedimentos mais comuns para a fabricação de sensores.

    Diversas utilidades

    No estudo, financiado pela FAPESP, foi demonstrado desempenho considerado equivalente ao de dispositivos de custo superior na detecção de hipoclorito, substância utilizada no controle de qualidade de água da torneira e de piscinas (está presente, por exemplo, em alvejantes), mas que, em quantidades elevadas, pode ser prejudicial. Porém, de acordo com Paixão, seu uso é versátil e pode monitorar outras espécies químicas de interesse tanto na área de saúde, facilitando diagnósticos, quanto ambiental, na identificação de poluição em determinados ambientes.

    “São dispositivos de uso simples, que podem ser distribuídos em escala governamental para que a população monitore a qualidade de água em sua própria casa e repasse as informações para especialistas, possibilitando a criação de um mapa e, consequentemente, de políticas públicas de controle de qualidade de água”, explica o cientista.

    Duas frentes

    Entre os próximos passos dos pesquisadores estão unir duas frentes de trabalho para potencializar as vantagens desse tipo de sensor e realizar um pedido de patente: síntese de nanomateriais e impressão 3D.

    “Queremos criar um dispositivo para análises médicas feitas pelo sistema público de saúde, como medição de níveis de glicose, ou que possa ser usado por empresas de tecnologia como Google, Microsoft e Samsung em dispositivos vestíveis para monitoramento em tempo real”, conta Paixão.

    Outros autores do estudo são Helton P. Nogueira, Iana Vitória Spadini Arantes, Jéssica S. G. Selva, Juliana L. M. Gongoni, Mauro Bertotti, Vanessa Neiva de Ataide e Wilson Akira Ameku.

    O artigo Laser-induced fabrication of gold nanoparticles onto paper substrates and their application on paper-based electroanalytical devices pode ser lido em: https://pubs.rsc.org/en/content/articlelanding/2023/SD/D2SD00176D.

    Semana de Inovação abre inscrições para atividades da edição de 2023

    Estão abertas as inscrições para as propostas de atividades públicas que irão compor a programação da Semana de Inovação 2023. A chamada pública de atividades tem como objetivo construir um evento colaborativo e democrático, buscar e selecionar atividades de qualidade que sirvam de inspiração para inovar no setor público.

    O prazo de inscrição para enviar atividades para participar da programação da Semana de Inovação 2023 vai até o dia 25 de agosto de 2023. Com o tema “Reconectar para reconstruir”, a 9ª edição da Semana de Inovação acontece entre os dias 7 a 9 de novembro, em Brasília, de forma híbrida, com atividades presenciais e on-line.

    Modalidades disponíveis:

    ATIVIDADE PRESENCIAL – A modalidade presencial tem como foco principal a construção colaborativa e interativa, visando experiências práticas de aprendizagem. As atividades presenciais vão acontecer na sede da Enap, em Brasília.

    ATIVIDADE ONLINE – Para esta modalidade, a chamada pública busca propostas de atividades em formato de oficinas, onde a pessoa condutora possa estimular um grupo a explorar, desenvolver e implementar ideias inovadoras de forma colaborativa. As atividades devem ter duração de 2h e comportar entre 20 e 40 participantes.

    Em caso de dúvidas sobre como inscrever uma atividade na programação da 9ª Semana de Inovação, confira todas as informações aqui.

    SEMANDA DE INOVAÇÃO – Comprometida em enfrentar os grandes desafios e resgatar os valores do serviço público, a Semana de Inovação 2023 se consolida como o maior evento de inovação pública da América Latina. A iniciativa é uma realização da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), do Ministério da Economia, do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Faculdade LatinoAmericana de Ciências Sociais (Flacso), com o apoio e a participação de diversas instituições do Governo Federal, além de organismos internacionais, grupos da sociedade civil e representantes do setor privado.

    Novo PAC: investimento de R$ 30,5 bilhões na Saúde ampliará atendimento pelo SUS

    O Novo PAC destinará R$ 30,5 bilhões para a Saúde até 2026. O investimento ampliará a assistência à população pelo SUS, além de impulsionar ações voltadas à saúde digital e o incremento do parque industrial do setor.

    A maior parcela dos recursos está voltada ao enfrentamento de gargalos históricos na atenção especializada, como a melhoria do atendimento oncológico e o aumento do número de hospitais no país. O programa possibilitará, nos próximos quatro anos, a universalidade de serviços essenciais na rede pública, como o SAMU 192.

    O investimento do Novo PAC na Saúde será feito a partir de cinco pilares: Atenção Primária, Atenção Especializada, Preparação para Emergências em Saúde, Complexo Industrial da Saúde e Telessaúde.

    EXPANSÃO DO SUS – O novo PAC terá investimentos em áreas estruturantes para o SUS, como serviços de saúde na Atenção Primária e na Atenção Especializada. Além da ampliação dos serviços de saúde, o programa destinará recursos para obras e novas unidades, fundamentais para garantir o acesso à saúde principalmente para as populações em regiões de maior vulnerabilidade.

    Com R$ 7,4 bilhões de recursos até 2026, serão entregues 3,6 mil Unidades Básicas de Saúde em todo Brasil, sendo 57% nas regiões Norte e Nordeste. Desse total, 600 terão as obras concluídas e 3 mil serão construídas para superar os vazios assistenciais nas áreas que historicamente sofrem com falta de estrutura. Essa expansão vai garantir o acesso à saúde para mais 13,5 milhões de brasileiros, totalizando uma cobertura de 73,1% de toda a população.

    Com as novas UBS, 4,5 mil novas equipes de Saúde da Família passarão a atuar para garantir o atendimento à população. As unidades também contarão com salas de amamentação, locais para teleconsulta e energia solar.

    Com a maior parcela de recursos, a Atenção Especializada terá novas unidades hospitalares, ampliação nos atendimentos e tratamentos oncológicos, prioridade para saúde da mulher, com novas maternidades, e expansão da rede de atendimento para as pessoas com deficiência. Com investimentos de R$ 13,8 bilhões, o novo PAC possibilitará a universalização do SAMU, cobrindo cerca de 97% da população brasileira, ampliando o acesso a esse serviço que está estagnado desde 2017.

    Com prioridade para regiões de maior vulnerabilidade, estão previstas 850 novas ambulâncias e 10 centrais, combatendo os vazios assistenciais principalmente nas regiões Norte e Nordeste. O investimento será de R$ 400 milhões até 2026, beneficiando mais de 28 milhões de brasileiros.

    O novo PAC também possibilitará a ampliação da capacidade de atendimento à pessoa com deficiência, com a construção de 45 Centros Especializados em Reabilitação (CER) e 15 Oficinas Ortopédicas, com investimento de R$ 400 milhões. Para a seleção dos locais que receberão os serviços, serão priorizadas regiões com vazios assistenciais, onde a população não conta com nenhum serviço de reabilitação.

    O fortalecimento da rede para saúde mental, prioridade da atual gestão do Ministério da Saúde, também faz parte de um eixo estratégico do novo PAC. Com R$ 410 milhões previstos, cerca de 6,4 milhões de brasileiros terão acesso a esses cuidados com a construção de 200 novos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) em todo país.

    Para o enfrentamento de um dos desafios históricos do Brasil, estão previstos R$ 605 milhões até 2026 para a ampliação da cobertura da radioterapia no SUS, fundamental na assistência a pacientes com câncer. A meta é entregar 40 novos equipamentos e concluir a entrega de 42 que estão em andamento.

    Ainda na Atenção Especializada, está prevista a ampliação do acesso aos serviços ambulatoriais, com a construção de 90 policlínicas e investimento de R$ 1,7 bilhão. As regiões de maior vulnerabilidade do Brasil também poderão contar com 90 novos centros de parto normal e 60 novas maternidades, fortalecendo o cuidado de mãe e bebê e para combater um dos problemas de saúde pública de maior gravidade no país: a mortalidade materna.

    Com a previsão de 15 novas obras em hospitais em 12 estados brasileiros, o PAC prevê investimento de R$ 1,3 bilhão na estruturação da rede que também permitirá o aumento no número de leitos em todo país – obras estas oriundas de demandas dos governadores. A expansão da formação de médicos, especialistas e outros profissionais de saúde também faz parte da estratégia prevista, com investimento de R$ 1,3 bilhão nos Hospitais Universitários.

    PREPARAÇÃO PARA EMERGÊNCIAS – Uma das preocupações da atual gestão do Ministério da Saúde é a preparação para as novas emergências sanitárias. Além do fortalecimento do complexo industrial da saúde para produção de vacinas, fármacos e insumos (um dos cinco pilares), a pasta investirá R$ 272 milhões para expandir a capacidade do país em responder a situações como a pandemia de Covid-19.

    Até 2026, estão previstos investimentos em equipamentos para 47 Laboratórios de Saúde Pública. Essa ampliação impactará diretamente na quantidade de diagnósticos processados, aumentando em até 400% em todo Brasil. As regiões de difícil acesso e distantes dos grandes centros terão prioridade, com a estruturação de cinco Unidades Móveis de Resposta Rápida para realização de diagnósticos localmente.

    A criação do Centro de Inteligência Genômica (GICEN) da Rede Nacional de Sequenciamento Genético, com investimento de R$ 40 milhões, viabilizará o desenvolvimento de softwares de bioinformática para resolução de problemas biológicos, além de identificar variantes de patógenos circulantes, genes e o comportamento do agente. Fortalecer a Rede Nacional de Sequenciamento Genético, composta pelos 27 Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACEN), se mostrou fundamental no enfrentamento da pandemia, o que tornou o Brasil referência regional neste campo para a OMS.

    O novo PAC também prevê mais de R$ 1 bilhão de investimento na construção do 1º Laboratório de Nível de Segurança 4 (NB4) do Brasil. A construção será feita pelo Ministério da Saúde em conjunto com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com recursos garantidos pelo FNDCT.

    Os investimentos do novo PAC também preveem um marco histórico para relembrar a tragédia causada pela Covid-19 no Brasil, com mais de 700 mil vidas interrompidas pela doença. Com investimento de R$ 15 milhões, o Centro Cultural do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro (RJ) será restaurado e ganhará o Memorial da Pandemia, com previsão de inauguração em junho de 2025.

    SUS DIGITAL – O uso da tecnologia para ampliar o acesso da população a atendimento médico especializado e diagnóstico, principalmente nas regiões distantes dos grandes centros, é outra frente de investimento do novo PAC na Saúde. Serão R$ 150 milhões para compra de 3 mil equipamentos multimídia para Teleconsulta e para a instalação de 52 novos núcleos de Telessaúde no país. Com isso, a oferta deste serviço será cinco vezes maior, já que atualmente somente 13 núcleos estão em funcionamento no país após esvaziamento desta política nos últimos quatro anos.

    Por meio dos núcleos de Telessaúde, especialistas, como cardiologistas e oftalmologistas, fazem consultas online e análise de diagnósticos de médicos que atuam na Atenção Primária, mais próxima da população. A iniciativa permite reduzir as barreiras geográficas, diante da dificuldade de levar profissionais especializados às regiões remotas, e assegurar o acesso da população a este atendimento. O programa está presente em 1.400 municípios e é realizado com o apoio de universidades federais.

    MAIOR AUTONOMIA – Com investimento robusto no Complexo Econômico-Industrial da Saúde, de R$ 8,9 bilhões, o Governo Federal quer ampliar a capacidade produtiva nacional. Embora represente cerca de 10% do PIB, o país importa grande parte dos medicamentos, equipamentos e outros insumos estratégicos da saúde. A maior autonomia do Brasil no setor com o desenvolvimento da indústria local reduz a vulnerabilidade do SUS e assegura o acesso universal à saúde, além da geração de emprego e renda.

    Serão R$ 6 bilhões para o fortalecimento da cadeia de produção de vacinas, medicamentos e equipamentos. E mais R$ 2 bilhões para construção e pré-operação das fábricas do campus Santa Cruz da Fiocruz, que será o maior centro de produção de produtos biológicos da América Latina. Com a evolução da indústria farmacêutica e das tecnologias empregadas na produção de medicamentos, o segmento de biológicos tende a crescer no mundo. Inclusive, a tecnologia foi usada no desenvolvimento da vacina contra a Covid-19.

    Também serão investidos R$ 895 milhões no parque fabril da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) e na qualificação da hemorrede no país. A importação de medicamentos para atender aos pacientes com hemofilia e outras doenças relacionadas à coagulação sanguínea, cuja assistência é ofertada 100% pelo SUS, supera R$ 1,5 bilhão/ano. Desta forma, o pleno funcionamento da Hemobras é um passo fundamental para o Brasil reduzir a sua dependência.