Prazo de chamada do Programa de Pesquisa em Políticas Públicas é prorrogado até segunda-feira

A FAPESP prorrogou até segunda-feira (31/07) o prazo de recebimento de propostas na chamada do Programa de Pesquisa em Políticas Públicas – PPPP. As propostas devem ser enviadas exclusivamente pela plataforma SAGe.

O PPPP tem por objetivo promover o encontro do conhecimento científico com atores e instituições que fazem a gestão das políticas públicas ou são seu público-alvo, visando a aplicação direta do conhecimento científico no aprimoramento das políticas e da gestão pública.

Para isto, o PPPP exige que a proposição, elaboração e execução do projeto de pesquisa sejam, necessariamente, resultado da interação colaborativa entre pesquisadores e gestores públicos, com possibilidade de participação de organizações da sociedade civil e do público-alvo das políticas públicas envolvidas. Com esta iniciativa, a FAPESP espera contribuir para a construção de pontes e de um ambiente colaborativo entre a academia, a gestão pública e a sociedade.

Os projetos devem resultar da parceria entre pesquisadores e gestores públicos, sendo formulados com clara distinção entre o componente científico e sua aplicação na gestão pública. Para atender a esse requisito, os projetos devem ser compostos por duas partes: a primeira, vinculada à instituição parceira, deve ter um gestor público responsável e descrever os processos de gestão das políticas públicas envolvidas e a forma como os resultados da pesquisa serão aplicados.

A segunda, vinculada ao pesquisador responsável e à instituição sede da pesquisa, deve apresentar as características de um projeto de pesquisa regular. Ambas as partes devem ser elaboradas em conjunto pelo pesquisador e pelo gestor público responsável, explicitando como a geração do conhecimento científico será utilizada nas etapas do processo de gestão pública. Os cronogramas da gestão pública e de obtenção de resultados da pesquisa devem estar alinhados, evidenciando como se espera aplicar os resultados de pesquisa nas etapas do processo de gestão pública.

Os projetos submetidos à FAPESP devem definir os resultados esperados, além dos indicadores e métricas para sua verificação. Ao longo do projeto, os resultados alcançados deverão ser avaliados pelo pesquisador e pelo gestor público responsáveis, comparando-os aos resultados previstos. A diversidade temática e pluralidade dos projetos do PPPP não permitem que os indicadores de resultado sejam padronizados. Cada proposta deverá apresentar a estratégia própria de avaliação, definindo indicadores, metas e formas de monitoramento dos resultados.

O novo edital PPPP apoiará projetos com duração de 12 a 48 meses com orçamento anual máximo de R$ 350 mil (bolsas solicitadas como item orçamentário não estão incluídas no valor total permitido por ano).

A chamada completa pode ser acessada em: fapesp.br/politicaspublicas.

Longevidade pode estar associada à capacidade de perceber cheiros de substâncias nocivas

A sensação de repulsa quando diante de um cheiro ruim pode ser um indicador da capacidade do organismo se proteger de substâncias nocivas e, com isso, viver mais. Pelo menos é o que acontece com os nematoides da espécie Caenorhabditis elegans.

Embora na aparência sejam bem diferentes dos humanos, esses vermes têm sido usados há cerca de 50 anos como modelo para estudos biológicos. Entre as vantagens, possuem um sistema nervoso simples, além de poucas células e genes, muitos com as mesmas funções que possuímos. Além de um tempo de vida curto, em média 17 dias, ideal para estudos de envelhecimento.

Um estudo publicado na revista Nature Aging demonstrou que um composto exalado por bactérias patogênicas gera não apenas a aversão do animal, que se afasta para evitar o perigo. O cheiro desencadeia um circuito neural que induz resposta em outros tecidos do C. elegans.

Essa resposta inclui o processamento mais eficiente de proteínas tóxicas, além de um controle da agregação dessas e de outras proteínas que ele mesmo produz. A relevância disso é que, em humanos, esse acúmulo é um dos fatores associados a doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson.

“Ao usar o olfato para detectar perigos no ambiente, ele eleva as respostas de estresse antes mesmo de encontrar a bactéria patogênica. A percepção do cheiro preveniu ainda a agregação de proteínas, envolvida em doenças, e aumentou a longevidade”, comenta Evandro Araújo de Souza, primeiro autor do estudo realizado durante pós-doutorado no Laboratório de Biologia Molecular do Medical Research Council (MRC), no Reino Unido.

Souza é um dos 32 contemplados do Projeto Geração da FAPESP, que apoia pesquisas baseadas em ideias audaciosas, desenvolvidas por pesquisadores em início de carreira com excelente potencial (leia mais em: fapesp.br/16022/). A partir de setembro, ele vai dar os próximos passos do estudo no Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp), onde conduzirá o projeto “Mecanismos de regulação da proteostase em tecidos periféricos pelo sistema nervoso”.

Cheiro de perigo

No estudo, os nematoides expostos ao odorante conhecido como 1-undeceno tiveram maior tempo de vida do que os que não tiveram contato com o cheiro exalado por bactérias. As respostas ao estímulo puderam ser visualizadas no intestino, mostrando a existência de um circuito ligando o olfato ao resto do corpo.

“Esse trabalho sugere que manipular a percepção de substâncias químicas pode, um dia, ser uma rota para intervir em doenças neurodegenerativas e relacionadas à idade”, explica Rebecca Taylor, pesquisadora do Laboratório de Biologia Molecular do MRC e coordenadora do estudo.

“No entanto, mais trabalhos precisam ser feitos para estabelecer se vias de sinalização celular e mecanismos similares operam em humanos”, diz.

Os pesquisadores ressaltam que outros estudos já demonstraram que camundongos possuem um circuito neural que liga o cérebro ao fígado quando esses animais sentem o cheiro de certos alimentos. Por isso, faz sentido pensar que o sistema nervoso de mamíferos, quando estimulado, também possa gerar respostas em outros órgãos, como acontece com os nematoides.

“Se encontrarmos uma molécula que faça a mediação desse circuito que vai da percepção do odor até a resposta do organismo, poderemos ter um caminho promissor na busca por novos tratamentos”, conta Souza.

Circuito parcialmente desvendado

Para chegar aos resultados, os pesquisadores dispuseram os nematoides em placas diferentes das que estavam os odorantes. O procedimento era necessário para demonstrar que não era o contato direto com as substâncias que causava aversão, mas sim o cheiro delas.

Os odorantes usados são exalados por bactérias como Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus, prejudiciais ao animal. Três desses compostos, incluindo o 1-undeceno, foram ligados a respostas aversivas em C. elegans. Os pesquisadores decidiram focar os experimentos subsequentes no 1-undeceno, que induzia aversão sem demonstrar toxicidade.

Ao analisar os animais expostos à substância, os pesquisadores observaram a ativação da chamada resposta a proteínas mal enoveladas do retículo endoplasmático (UPRER, na sigla em inglês) no intestino dos animais. Esta é uma defesa do organismo que desencadeia mecanismos de reparo ou de eliminação de proteínas defeituosas.

Quando os nematoides sofriam mutações em dois genes que regulam a UPRER (ire-1 e xbp-1), não havia ativação da resposta na presença do 1-undeceno. Isso indica que essa via de sinalização celular é essencial para a ativação de UPRER pela substância. Outros experimentos confirmaram esse resultado.

Os pesquisadores então expuseram ao 1-undeceno outra série de animais mutantes, que apresentam defeito na produção de neurotransmissores importantes como serotonina, dopamina, glutamina, entre outras. Não foi possível identificar um papel para nenhuma dessas moléculas.

Foi então que os autores se debruçaram sobre a DAF-7. Em nematoides, a proteína e o gene de mesmo nome são equivalentes à TGF-beta encontrada em mamíferos, onde tem papel importante nos circuitos neurais que governam comportamentos como a aversão a patógenos.

Nos experimentos, quando inibida a produção de DAF-7, a UPRER não foi ativada pela exposição à substância que normalmente causa aversão, mostrando seu papel nessa resposta.

“Temos um bom caminho para seguir a partir de agora, ainda mais por se tratar de uma proteína que tem uma equivalente em humanos”, encerra Souza.

O artigo Olfactory chemosensation extends lifespan through TGF-β signaling and UPR activation pode ser lido em: www.nature.com/articles/s43587-023-00467-1.

Agricultura familiar é 8ª maior produtora de alimentos do mundo

Se todos os agricultores familiares do Brasil formassem um país, seria o oitavo maior produtor de alimentos do mundo. O dado está no Anuário Estatístico da Agricultura Familiar 2023, divulgado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).ebc Agricultura familiar é 8ª maior produtora de alimentos do mundoO documento tem o objetivo de mostrar a participação da agricultura familiar no total da produção agrícola brasileira. Os números são baseados em pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A divulgação do anuário acontece na semana em que se comemora o Dia Internacional da Agricultura Familiar, dia 25 de julho, uma data criada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO/ONU).

O anuário da Contag aponta que a agricultura familiar brasileira é a principal responsável pelo abastecimento do mercado interno, com produtos saudáveis e manejo sustentável dos recursos ambientais.

As propriedades de agricultura familiar somam 3,9 milhões no país, representando 77% de todos os estabelecimentos agrícolas. Já em área ocupada, são 23% do total, o equivalente a 80,8 milhões de hectares. Para se ter uma ideia, isso é quase toda a área do estado do Mato Grosso.

Essas propriedades são responsáveis por 23% do valor bruto da produção agropecuária do país e por 67% das ocupações no campo. São 10,1 milhões de trabalhadores na atividade. Desses, 46,6% estão no Nordeste. Em seguida aparecem o Sudeste (16,5%), Sul (16%), Norte (15,4%) e Centro-Oeste (5,5%).

Na agricultura familiar, tanto a produção de alimentos quanto a gestão da propriedade ficam, predominantemente, a cargo da família.

O presidente da Contag, Aristides Santos, defende que conhecer os números da agricultura familiar é uma forma de desenvolver a atividade. “Além de conhecer e mostrar a importância estratégica do segmento a toda sociedade, reunir esses dados em um anuário também visa contribuir com o debate sobre o papel da agricultura familiar para o desenvolvimento do país. E a busca por valorização e reconhecimentos dos sujeitos que a compõem e suas entidades representativas”, disse.

Além da produção de alimentos em si, outra contribuição das propriedades familiares é funcionar com um “motor” para a economia. De acordo com a Contag, a agricultura familiar responde por 40% da renda da população economicamente ativa de 90% dos municípios com até 20 mil habitantes, que representam 68% do total do país. Ou seja, faz o dinheiro circular nas pequenas cidades do campo, gerando um efeito multiplicador de emprego e mais renda.

Incentivo

No dia 28 de junho, o governo lançou o Plano Safra da Agricultura Familiar 2023/2024, com R$ 71,6 bilhões destinados ao crédito rural no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). O valor é 34% superior ao anunciado na safra passada e o maior da série histórica.

Brasil propõe à Nasa parceria para construir satélite

Em reunião realizada hoje (25) no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos, no interior de São Paulo, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, propôs ao administrador da Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa), Bill Nelson, que Brasil e os Estados Unidos (EUA) desenvolvam, em conjunto, novos satélites e tecnologias aeroespaciais para monitorar a Amazônia.ebc Brasil propõe à Nasa parceria para construir satéliteebc Brasil propõe à Nasa parceria para construir satélite

Também participaram do encontro o diretor do Inpe, Clezio Nardin, e o presidente da Agência Espacial Brasileira, Marco Antonio Chamon.

O representante da agência norte americana está em visita ao Brasil para tentar ampliar a parceria no monitoramento do desmatamento da floresta Amazônica e em ações de preservação. Ontem (24), ele teve encontro com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na capital federal.

“Essa é uma proposta que o administrador da Nasa trouxe na visita ao presidente Lula. No caso específico, é a gente ter acesso aos dados de satélites que já estão sendo lançados. E nós estamos propondo uma outra possibilidade, que seria a gente desenvolver conjuntamente outras iniciativas”, disse a ministra, em entrevista após a reunião.

De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o monitoramento da Amazônia, atualmente, é feito pelos satélites de sensoriamento remoto CBERS e Amazonia-1 – esse último totalmente brasileiro. Uma nova tecnologia em desenvolvimento pelo Inpe, o Radar de Abertura Sintética (SAR), vai permitir a geração de dados em qualquer condição climática, já que o sistema “vê” através de nuvens, o que é fundamental na região amazônica.

“Acabamos de receber a proposta do Bill e estamos avaliando. A nossa contraproposta é essa, que nós estudemos o desenvolvimento de um satélite conjunto. Mas é óbvio que nós precisamos ter a decisão política [do governo federal]”, disse o diretor do Inpe, Clezio Nardin.

De acordo com o administrador da Nasa, Bill Nelson, a agência propõe ao Brasil o acesso aos dados de dois satélites, já em fase de lançamento. Um deles, desenvolvido em parceria com a Índia, deverá ser lançado no próximo mês de janeiro. O equipamento conseguiria, de acordo com Nelson, “enxergar” inclusive  através da copa das árvores.

“Ele será capaz de olhar através da copa da floresta para que possamos ver se alguém queimou a vegetação rasteira que acabaria matando as árvores grandes”, disse. “Leva anos e anos para desenvolver esses satélites. [No satélite que será lançado em janeiro], as informações estarão disponíveis agora”, acrescentou.

GNLink e Migratio formam parceria para projetos de biometano

GNLink, empresa do Grupo Lorinvest que atua em distribuição de gás natural liquefeito (GNL) e comprimido (GNC), e a comercializadora paulista Migratio anunciaram um acordo de cooperação para viabilizar projetos de produção de biometano até 2025.

As duas companhias vão desenvolver, conjuntamente, operações verticalizadas no mercado – o que inclui desde a identificação de oportunidades para a captação de biogás nos segmentos agroindustriais ou em aterros sanitários até a produção do biometano em si, para comercialização na forma de GNL ou GNC.

A GNLink entra, no negócio, com sua expertise em distribuição de gás liquefeito e comprimido, enquanto a Migratio com sua rede de clientes e experiência na originação do biogás.

O Grupo Migratio oferece serviços de comercialização, inteligência e soluções, com foco no mercado livre – além de atuar na estruturação e desenvolvimento de projetos para a geração de energia e amônia verde.

Migratio e GNLink também miram oportunidades no mercado de gás natural.

As duas companhias, de forma independente, possuem acordos com a Nimofast, para aquisição de gás importado a partir de 2025.

A GNLink assumiu um compromisso para compra de 2 milhões de m3/dia a partir do terminal paranaense, enquanto a Migratio mais 1 milhão de m³/dia de gás natural.

Nova curva de Índice de Massa Corporal para idade oferece panorama longitudinal e multiétnico

Uma nova curva de Índice de Massa Corporal (IMC) para idade (peso relacionado à idade) propõe outro método para avaliação do estado nutricional de crianças e adolescentes do mundo todo com base em dados longitudinais. A referência de IMC foi desenvolvida em parceria entre a Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP e a Universidade do Porto em Portugal.

Mariane Helen de Oliveira, nutricionista, doutoranda em Nutrição em Saúde Pública do Laboratório de Avaliação Nutricional de Populações (Lanpop) da Faculdade de Saúde Pública da USP, comenta que, em casos de crianças que estão em desenvolvimento, não há um mesmo ponto de referência entre elas. Assim, uma amostra longitudinal e mais diversa são fatores que contribuem para uma análise mais acurada.

Pesquisa 

Mariane explica que o cálculo do IMC continua o mesmo, massa dividida pela altura ao quadrado. O diferencial dessa nova referência é o método de coleta dos dados e a diversidade em suas amostras. “A gente teve cerca de 17 mil crianças e uma amostra do Brasil, Peru, Vietnã, Etiópia, Índia, Portugal e Reino Unido”, informa a pesquisadora. Com a presença de dez países na pesquisa, Mariane ressalta que existe uma grande diversidade de hábitos alimentares favoráveis para uma curva multiétnica.

Além disso, a amostra também conta com crianças nascidas entre 1990 e 2000 e acompanhadas pelo menos três vezes na vida, ou seja, dados longitudinais mais recentes que contam com informações de indivíduos desde o nascimento até os 20 anos de idade. A pesquisadora explica a importância desse acompanhamento, uma vez que, em fase de crescimento, algumas crianças apresentam IMC irregulares que não podem entrar para a curva.

Inovação

A curva desenvolvida, como esclarece Mariane, estabelece um panorama inovador diante daquele que é utilizado pela OMS, uma vez que as informações usadas pela Organização Mundial da Saúde não são tão atuais e diversas. “Muitos estudos apontam para um problema da curva da OMS para crianças a partir de 5 anos porque, pela falta de dados, usaram-se informações só da população dos Estados Unidos dos nascidos entre 1950 e 1960”, discorre.

A pesquisadora também notou que a nova curva mostra um coeficiente de variação maior em comparação ao da OMS. E, com a maior compatibilidade dos índices com a população de países, levando em conta a amostra multiétnica e longitudinal, há uma perspectiva do uso mundial de um mesmo modelo.

“O resultado da curva de IMC é uma continuação de um trabalho que a gente já vem fazendo. A gente fez a curva de altura para idade que também demonstrou que as crianças estão mais altas em comparação com a da OMS”, atenta Mariane. Além disso, a especialista comenta sobre o desenvolvimento de nova curva do Índice Alométrico, referente a um crescimento diferente no período da puberdade, que também vai contribuir para o diagnóstico nutricional de crianças e adolescentes.

Mais de 230 professores da USP estão entre os melhores cientistas do mundo

O portal acadêmico Research.com classificou 236 professores da USP entre os melhores cientistas do mundo. A segunda edição do ranking, lançado em 2022, foi divulgada no início de junho e avalia 26 áreas do conhecimento. O Brasil tem 980 cientistas classificados na lista.

A posição de cada pesquisador é baseada no chamado D-index (Discipline H-index), que considera exclusivamente número de artigos e quantidade de citações para cada disciplina examinada. Para fazer a seleção, foram combinados dados bibliométricos de várias fontes, incluindo OpenAlex e CrossRef. As informações foram coletadas em dezembro de 2022.

A USP se destaca na área de Química, com 32 professores entre os mais citados do mundo. No total, o Brasil teve 117 classificados. A segunda área com mais professores da USP classificados é a de Biologia e Bioquímica, com 28 pesquisadores entre os mais citados (entre 104 brasileiros), seguida por Ciência Animal e Veterinária (26 pesquisadores da USP); Medicina (19); Ciências Ambientais (16); Neurociência (14); Ecologia e Evolução (13); Ciências da Terra, Imunologia e Agronomia, com 12 professores citados em cada uma das áreas; entre outras. Na área de Negócios e Administração, a USP é a única instituição brasileira a ter um pesquisador a figurar na lista. A USP não teve pesquisadores classificados nas áreas de Economia, Direito e Ciência Política.

O portal apresenta, ainda, o ranking das melhores universidades por área e por país. Nessa classificação, a USP é a primeira instituição brasileira em 16 áreas.

Segundo a plataforma, a iniciativa visa “inspirar acadêmicos, empresas e órgãos administrativos em todo o mundo a examinar para onde os principais especialistas estão indo e fornecer uma ferramenta para que toda a comunidade científica conheça quem são os principais especialistas em áreas específicas de estudo, em diferentes países, ou mesmo dentro de instituições de pesquisa”.

Parceria entre a USP e Universidade Nova de Lisboa promove conferência sobre sustentabilidade

Durante os dias 7 e 8 de setembro, a Universidade Nova de Lisboa (UNL), em parceria com a USP, realizará a 1ª Conferência de Intercâmbio e Conhecimento. O evento será dedicado ao tema da sustentabilidade e acontecerá no formato híbrido: presencialmente na Reitoria da UNL, no campus de Campolide, em Lisboa, e também será transmitido por streaming. Para os interessados, é possível se inscrever por meio deste formulário até o dia 30 de julho.

Essa será a primeira de uma série de conferências que oferecerão oportunidades para os pesquisadores das instituições desenvolverem conexões e trocarem experiências, estimulando o desenvolvimento de projetos em conjunto. Em outubro de 2022, a USP e a UNL já haviam assinado um convênio para cooperação acadêmica, que promoveu o aumento da colaboração e do intercâmbio de docentes, pesquisadores, estudantes de graduação e pós-graduação e membros da equipe técnico-administrativa das duas universidades.

Para a abertura do evento, no dia 7 de setembro, o tema principal é o papel da universidade na promoção de futuros sustentáveis. O primeiro dia da programação também incluirá discussões sobre as práticas que ambas as universidades estão adotando para tornar seus campi em modelos sustentáveis, abrangendo tópicos como construção sustentável, economia circular, a adoção da prática de desperdício zero, estimativa de emissões de gases de efeito estufa, segurança alimentar, bem como questões de inclusão, equidade e diversidade para transformar a universidade em um ambiente acessível a todos.

No dia 8 de setembro, um painel será dedicado para novas opções de energia sustentável, além do uso de inteligência artificial para o planejamento e otimização de sistemas de energia. Também serão abordados temas como precificação e pegada do carbono, serviços ecossistêmicos relacionados à proteção de áreas naturais, saneamento e caminhos tecnológicos para a gestão dos recursos hídricos.

As instituições mantêm parcerias regulares, que nos últimos dez anos resultaram em 944 produções científicas conjuntas nas áreas de Física, Astronomia, Medicina e Engenharia. Em entrevista ao Jornal da USP em 2022, o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior enfatizou que a gestão atual da Universidade prioriza a inovação e o desenvolvimento sustentável e a UNL compartilha esta dedicação. “Várias iniciativas da USP estão indo nessa direção e eu percebo que a UNL também tem um grande compromisso com a responsabilidade social e ambiental. Temos uma agenda bastante semelhante e com certeza podemos fortalecer nossas parcerias nos próximos anos.”

EBC e países latino-americanos e caribenhos conversam sobre cooperação

whatsapp_image_2023-07-24_at_16.11.21 EBC e países latino-americanos e caribenhos conversam sobre cooperaçãoA Empresa Brasil de Comunicação se reuniu na tarde desta segunda-feira (24) com embaixadores latino-americanos e caribenhos para falar sobre oportunidades e possibilidades de cooperação entre os países. Durante o encontro, o diretor-presidente da empresa, Hélio Doyle, reforçou que acordos com redes de comunicação pública de outros países resultam em mais conhecimentos sobre culturas, manifestações artísticas, história e povos.

“Queremos diversidade de programas e de fontes de notícias. Nesse sentido, entendemos que as notícias latino-americanas e caribenhas são fundamentais também. E na volta do Brasil ao cenário internacional, queremos trazer a cooperação com outras nações também para o campo da comunicação”, disse Hélio.

A EBC já assinou acordos na atual gestão com as agências de notícias Xinhua, da China, e Lusa, de Portugal, e está em processo de negociação com países como Chile, Venezuela, Cuba e Azerbaijão. No próximo dia 31 de julho, assinará em Buenos Aires acordos com empresas públicas argentinas.

Brasil e EUA discutem acordo para aperfeiçoar monitoramento da Floresta Amazônica

Brasil e Estados Unidos poderão firmar uma parceria na área espacial para aperfeiçoar as tecnologias de monitoramento da Amazônia. O assunto foi discutido nesta terça-feira (25) durante reunião entre a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e o administrador da Nasa, Bill Nelson, no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos (SP). O diretor do Inpe, Clezio Nardin, e o presidente da Agência Espacial Brasileira, Marco Antonio Chamon.

Hoje, o monitoramento da Amazônia é feito pelos satélites de sensoriamento remoto CBERS e Amazonia-1, que é totalmente brasileiro. Mas uma nova tecnologia em desenvolvimento pelo Inpe, o Radar de Abertura Sintética (SAR), vai permitir a geração de dados em qualquer condição climática e através de nuvens, o que é fundamental na região amazônica. Já a tecnologia espacial desenvolvida pela Nasa ultrapassa a copa das árvores.

“O que o administrador da Nasa traz é o acesso brasileiro aos dados dos satélites já em operação, e o que estamos propondo é o desenvolvimento conjunto de tecnologias espaciais”, afirmou.

“Estamos evoluindo. O Brasil será imune a cobertura das nuvens, que não serão mais manchas brancas. O radar que estamos desenvolvendo enxerga além disso”, explicou o diretor do Inpe.

A ministra Luciana Santos também propôs que o Inpe atue como “hub regional”, reunindo os dados coletados dos satélites da Nasa e disponibilizando para os países da América Latina. Ela lembrou o trabalho desenvolvido pelo Inpe com os programas Deter, que oferece suporte às ações de fiscalização e combate ao desmatamento com um sistema de alerta, e o Prodes, que gera taxas anuais de desmatamento para apoiar políticas públicas de longo prazo para conter a destruição da Amazônia e do Cerrado.

“O Inpe tem sido um incansável defensor e executor de primeira linha do monitoramento da Amazônia. Temos diversas parcerias para isso, e contar com a cooperação dos Estados Unidos ajudará a incrementar todo o sistema de dados e imagens para esse monitoramento. O Inpe tem a expertise, com pessoal altamente capacitado, de alto nível, para traduzir os dados e imagens dos satélites em informação relevante para o governo e a sociedade brasileira”, disse a ministra.

Gestores conhecem soluções baseadas na natureza, mas pouco adotam para reduzir desigualdades ambientais

41978 Gestores conhecem soluções baseadas na natureza, mas pouco adotam para reduzir desigualdades ambientaisAmplamente divulgadas em países da Europa e nos Estados Unidos, iniciativas envolvendo soluções baseadas na natureza (Nature-based Solutions ou NbS, na sigla em inglês) ainda são escassas em municípios brasileiros e pouco adotadas nas políticas públicas locais mesmo quando os gestores conhecem o conceito.

Esse é um dos principais resultados de uma pesquisa recém-publicada por cientistas das universidades de São Paulo (USP) e da Federal do ABC (UFABC). Baseado em questionários e grupo focal com técnicos e responsáveis por projetos em cidades das cinco regiões do país, o estudo busca contribuir para a redução da lacuna de conhecimento dessas soluções, que abordam os desafios da sociedade por meio da proteção, gestão sustentável e restauração de ecossistemas, beneficiando a biodiversidade e o bem-estar humano.

Formado por diferentes escalas, o NbS dispõe de uma série de ferramentas para cidades que buscam reduzir as emissões de gases de efeito estufa, tornando-se mais resilientes ao clima e ecologicamente saudáveis. A pioneira no conceito foi a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), uma organização que reúne desde 1948 mais de 1.400 membros de governos e da sociedade civil de 160 países e desenvolveu uma definição formal e padrão global como salvaguardas para seu uso.

Atualmente, países do hemisfério Norte têm focado em agendas de recuperação e de desenvolvimento dos municípios baseadas em NbS, com projetos e estudos voltados ao tema. Porém, há casos em que essas iniciativas acabaram, por exemplo, provocando o aumento do custo de moradias e o deslocamento de pessoas de um bairro com mais infraestrutura para outro mais distante da região central, ampliando desigualdades.

“A pesquisa buscou, entre outros aspectos, olhar se essas políticas que chegam de países do Norte são adaptadas por aqui e se estão dando certo. Tivemos a confirmação de que há um crescimento do tema nas cidades brasileiras. Os gestores estão capacitados e familiarizados com o conceito de soluções baseadas na natureza, mas o problema é priorizá-lo na tomada de decisão”, explica à Agência FAPESP o cientista social e planejador urbano Pedro Henrique Campello Torres, professor da USP e autor correspondente do artigo.

E completa: “Se as políticas públicas que priorizam a implementação de soluções baseadas na natureza forem implantadas em áreas onde já existe infraestrutura, está sendo perdida uma oportunidade de resolver problemas de desigualdade de acesso a melhorias ambientais. Isso reverbera na saúde pública, em áreas de lazer e também é um tema relacionado à questão do racismo ambiental”.

O trabalho é fruto da pesquisa de pós-doutorado de Torres apoiada pela FAPESP. O cientista social também desenvolve um projeto conduzido no âmbito do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG).

Relatório Mundial das Cidades publicado em 2022 pela ONU-Habitat estimou que, pelo ritmo atual, as áreas urbanas passarão dos atuais 56% da população global para 68% até 2050. E, apesar de uma desaceleração no ritmo da urbanização durante a pandemia de COVID-19, a projeção é de que até 2050 essa população receba um acréscimo de 2,2 bilhões de pessoas.

Por outro lado, o documento aponta que os impactos da pandemia aliados às incertezas econômicas globais, guerras, como a da Ucrânia, e conflitos em diferentes partes do mundo podem aumentar a pobreza em mais de 30% (mais 213 milhões de pessoas) até 2030, com reflexos de longo prazo no futuro das cidades.

Para enfrentar esses desafios, o investimento em desenvolvimento urbano sustentável seria o caminho, com prioridade para a redução da pobreza e da desigualdade; o fomento de economias produtivas e inclusivas e a adoção de políticas ambientais que mitiguem as mudanças climáticas. Iniciativas como jardins de chuva, parques lineares, restauração de encostas de morros e agricultura urbana são modelos de ações que ajudam as cidades a se tornarem mais resilientes diante de eventos climáticos extremos, gerando benefícios para a sociedade.

Passo a passo

Os pesquisadores desenvolveram um questionário elaborado com base nos elementos-chave das soluções baseadas na natureza, relacionados às dimensões de justiça e processos de gentrificação verde. Esses processos são desencadeados pela renovação verde de uma área urbana, que resulta em mudanças no perfil de moradores de determinada região devido a remoções e aumento de preços.

O questionário, com 14 perguntas, sendo seis abertas, foi aplicado a gestores, técnicos e responsáveis por projetos em municípios brasileiros selecionados. O objetivo foi diagnosticar o estágio de desenvolvimento e entendimento do conceito de NbS, bem como as referências usadas em sua prática e casos concretos, se houvesse. As oito questões de múltipla escolha tinham o objetivo de compreender como as dimensões da justiça estão relacionadas e podem ser integradas ao desenho e à implementação de NbS.

Responderam 31 pessoas de 20 municípios, entre os dias 9 e 27 de novembro de 2020, sendo a maioria integrante do ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade https://americadosul.iclei.org/, uma rede global de 2.500 governos locais e regionais de 130 países envolvida com desenvolvimento urbano sustentável.

As cidades incluídas foram Rio de Janeiro, Nova Iguaçu e Niterói, no Estado do Rio de Janeiro; Boituva, Campinas, Sorocaba, Suzano, Santo André, Ribeirão Pires, Mogi das Cruzes e a capital, no Estado de São Paulo; São Leopoldo e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul; Joinville e Lindóia do Sul, em Santa Catarina; Belo Horizonte (MG); Curitiba (PR); Fortaleza (CE); Macapá (AP) e Cuiabá (MT).

Após a conclusão dos questionários, os cientistas fizeram um grupo de discussão, no dia 21 de dezembro de 2020, com um participante de cada região brasileira para apresentar os principais resultados e verificar possíveis diferenças regionais. Na terceira etapa, os dados do estudo e do grupo focal foram analisados para identificar as principais barreiras, desafios, lacunas e limitações, bem como oportunidades levantadas pela implantação de NbS nos municípios brasileiros.

Resultados

Dos entrevistados, 28,5% responderam ter conhecido o conceito de soluções baseadas na natureza por meio da academia, seguido por artigos ou livros (22%), cursos externos (10%) e parcerias com organizações não governamentais (10%).

Questionados se poderiam mencionar um projeto municipal de NbS, 18 dos 31 foram capazes de identificar o conceito, mas não conseguiram nomear os projetos individualmente. Foram citados os seguintes tipos de ações: reflorestamento para recuperação de bacia hidrográfica; jardim de chuva; implantação de parque com reflorestamento; parque linear; recuperação de áreas contaminadas; vias-parque construídas de forma ecológica e plantio de árvores para combater “ilhas” de calor.

Em relação aos mecanismos de financiamento que poderiam promover mais projetos e obras para soluções baseadas na natureza, 38% apontaram o fundo ambiental municipal, 26% parcerias público-privadas e 10% emendas parlamentares individuais ou coletivas.

Quando abordadas as ações que poderiam prevenir desigualdades, 28% responderam que a promoção da governança colaborativa seria um caminho e 22% falaram do envolvimento da comunidade local desde a fase de concepção da proposta até a implementação.

“Quando perguntamos aos gestores se os projetos estavam direcionados a reduzir déficits ou carências de regiões sem estrutura, a resposta padrão foi não. Ou seja, ao contrário de estarem em áreas carentes, as iniciativas eram desenvolvidas onde já havia a maior parte das áreas verdes. Isso leva à manutenção de certo privilégio ambiental, com a parcela de moradores sem acesso permanecendo na mesma condição. Queremos o contrário: mais áreas verdes e soluções baseadas na natureza para que todos tenham acesso de forma democrática”, diz Torres.

Para avançar na discussão, o artigo traz três recomendações: articulação global e local para enfrentar questões estruturais e de financiamento; transparência e inclusão no desenho e implementação de instrumentos de proteção e de justiça ambiental; e processos participativos e com multiatores na governança e na implementação dos projetos.

Segundo Torres, o caso brasileiro pode contribuir para a discussão do tema em outros países da região sul do globo, com desigualdades e vulnerabilidades sociais semelhantes, como na América Latina, África e Ásia.

O estudo Just cities and nature-based solutions in the Global South: A diagnostic approach to move beyond panaceas in Brazil, dos pesquisadores Pedro Henrique Campello Torres, Daniele Tubino Pante de Souza, Sandra Momm, Luciana Travassos, Sophia Picarelli, Pedro Roberto Jacobi e Robson da Silva Moreno, também recebeu apoio da FAPESP por meio de outros dois projetos (18/12245-1 e 19/06536- 6). O texto está disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1462901123000503?dgcid=coauthor.

Biomaterial feito de colágeno e açúcar de algas se mostra capaz de estimular a regeneração óssea

Estudo conduzido na Universidade de São Paulo (USP) revela que um novo biomaterial, produzido com colágeno e carragenana (substância extraída de algas), pode estimular localmente respostas mineralizantes de células ósseas in vitro, demonstrando potencial para substituir com sucesso ossos naturais em implantes realizados para tratar traumas ou patologias, como osteossarcoma.

O novo biomaterial, descrito recentemente na revista Biomacromolecules, foi desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Físico-Química de Superfícies e Coloides da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP (FFCLRP-USP) apoiados pela FAPESP (projetos 19/25054-2, 18/25871-8 e 22/01219-5).

Atualmente, o padrão-ouro para implantes ósseos é a utilização de materiais autógenos, ou seja, retirados do corpo do próprio paciente. Esse processo, no entanto, carrega dificuldades: requer uma cirurgia adicional, com o risco de infecções, e nem sempre pode ser utilizado em grandes áreas.

A principal tendência para superar esses problemas é o desenvolvimento de materiais artificiais que repliquem com similaridade, segurança e eficiência a complexidade da estrutura óssea, como este composto de colágeno tipo 1 (proteína mais abundante na matriz óssea) proveniente de bovinos ou suínos e de carragenana. Essa última substância se assemelha ao sulfato de condroitina, que é um dos compostos presentes nos ossos naturais e tem a função de organizar e mineralizar a matriz óssea e promover a adesão celular.

Para testar sua viabilidade e potencial, cientistas cultivaram em laboratório osteoblastos (células responsáveis pela formação da matriz óssea mineralizada) de duas formas: apenas com colágeno e com colágeno e carragenana.

Imagens de microscópio da cultura de osteoblastos com colágeno e carragenana revelaram a presença de uma rede densa e uniforme de fibrilas entrelaçadas em sua superfície e fibrilas de colágeno com alinhamento semelhante aos tecidos conjuntivos densos. Os pesquisadores observaram ainda aumento na expressão de genes codificadores de proteínas relacionadas à mineralização óssea, como fosfatase alcalina (Alp), sialoproteína óssea (Bsp), osteocalcina (Oc) e osteopontina (Opn).

“Nossos resultados mostraram que a combinação de carragenana e colágeno estimulou melhor as respostas mineralizantes das células do que apenas o colágeno, validando in vitro a hipótese de que a presença de um componente semelhante quimicamente e estruturalmente a um dos compostos encontrados nos ossos junto com o colágeno é fundamental no processo”, afirma Ana Paula Ramos, professora do Departamento de Química da FFCLRP-USP e coordenadora do estudo. “A ideia agora é realizar testes in vivo para avaliar a possibilidade e a segurança de preencher qualquer tipo de defeito ósseo com esse biomaterial.”

Entre as principais vantagens do polissacarídeo extraído de algas, que já é usado com frequência na indústria alimentícia e de cosméticos como estabilizante, Ramos destaca sua abundância, seu baixo custo (em contraste ao alto custo comercial do sulfato de condroitina) e o fato de ser um material de fonte renovável, garantindo sua compatibilidade com o conceito de química verde, ramo da química que busca reduzir o uso de substâncias poluentes ou que possam comprometer o meio ambiente.

Conhecimento para diversas áreas

“Além do desenvolvimento do biomaterial a ser usado em implantes ósseos, vale destacar que, ao criar uma matriz biomimética do zero e misturá-la ao tecido natural, abrimos espaço para a realização de estudos básicos”, afirma Lucas Fabrício Bahia Nogueira, pesquisador do Departamento de Química da FFCLRP-USP e autor do estudo.

“Isso permite que pesquisadores de diferentes áreas possam entender e observar a interação dessas células com o microambiente e os mecanismos de formação do tecido mineralizado e apliquem o conhecimento também em estudos que abordam a mineralização em outras doenças, como as cardiovasculares e renais.” O estudo interdisciplinar foi realizado ainda em colaboração com o Laboratório de Nanobiotecnologia Aplicada da FFCLRP-USP, coordenado pelo professor Pietro Ciancaglini.

O artigo Collagen/κ-Carrageenan-Based Scaffolds as Biomimetic Constructs for In Vitro Bone Mineralization Studies pode ser lido em: https://pubs.acs.org/doi/10.1021/acs.biomac.2c01313.

Especialista acredita que avanço tecnológico vai impulsionar agronegócio brasileiro

A tecnologia será o diferencial para o futuro da produção agrícola. Para o consultor de agronegócios da BMJ, Victor Nogueira, a agricultura brasileira tem, ao longo do tempo, promovido um aumento da produtividade não pela expansão da fronteira agrícola ou pela contratação de uma quantidade maior de mão de obra e, sim, pela utilização de insumos agrícolas mais avançados e eficientes. “Nos próximos anos, haverá um fortalecimento cada vez mais intensivo em capital, mediante maior emprego de sementes tratadas, fertilizantes e defensivos mais avançados e mais eficientes, organismos geneticamente modificados, máquinas mais tecnológicas, tudo isso cada vez mas adaptado para cada tipo de solo, cada tipo de clima, cada tipo de bioma. Então, o crescimento da produção agrícola brasileira deve seguir guiado pelo incremento da produtividade puxados pelo avanço tecnológico, atingindo patamares cada vez mais elevados da produtividade total dos fatores empregados na atividade”, observa.

Os números do recente estudo “Projeções do Agronegócio, Brasil 2022/23 a 2032/33”, feito pela Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), apontam que a produção de grãos no Brasil deverá aumentar 24,1% nos próximos dez anos, chegando perto de 390 milhões de toneladas na safra 2032/2033. O acréscimo estimado é de 75,5 milhões de toneladas. Na prática, isso corresponde a uma taxa de crescimento de 2,4% ao ano. Soja, milho de segunda safra (safrinha) e algodão devem continuar alavancando o crescimento da produção de grãos. A área de grãos também deve expandir dos atuais 77,5 milhões de hectares (Conab – maio/2023) para 92,3 milhões de hectares em 2032/33.

O assessor técnico da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Tiago Pereira, acredita que esses números ainda podem ser maiores. Apesar de não trabalhar com projeções, ele acha que essa estimativa é, de certa forma, conservadora. “A produção de grãos deve superar. Acreditamos que é factível esses ganhos em produção, produtividade em área, a não ser que tenhamos problemas climáticos muito severos. Caso contrário, quando a gente analisa o histórico de ganho de produtividade e a tendência sustentável do país em recuperar pastagens degradáveis, por exemplo, podemos ter uma expansão em área. É possível atingir ou até superar esse número”, avalia.

Conforme o relatório, a produção de soja em 2032/33 está projetada para 186,7 milhões de toneladas, com um de acréscimo de 20,6% em relação à produção de 2022/23. A projeção de exportação de soja em grão está em 121,4 milhões de toneladas, com participação prevista de 60,6% nos embarques mundiais.

Segundo o consultor Victor Nogueira, esse crescimento da soja já é esperado pela necessidade de o país aumentar as exportações. “A soja é muito demandada não apenas pela alimentação humana, mas também pelo consumo animal, já que o consumo mundial de proteínas tem aumentado e aves também, e ainda para a produção de biocombustíveis, por questões climáticas. A soja continuará sendo o principal produto agrícola brasileiro para exportação”, destaca.

Já o engenheiro agrônomo Vinicius Novaes aposta em novas produções. “O Brasil é um grade exportador de tecnologia. Estamos num país tropical, onde o ataque de pragas e doenças é muito intensivo e o Brasil se sobressai na produção diferente do clima europeu que passa um tempo no frio e paralisa o ciclo das pragas e doenças. A tecnologia também está na semente de soja, de milho, de trigo – principalmente porque o Brasil logo se tornará um exportador de trigo. A tecnologia está no campo, e o Brasil tem muita tecnologia no campo”, pontua.

Milho

A produção total de milho está projetada para 160 milhões de toneladas para 2032/33, alta de 27% em relação à produção de 2022/23. Brasil e Estados Unidos deverão liderar juntos as exportações mundiais de milho, estimadas em 69 milhões de toneladas por país. Corresponde a uma participação nas exportações de 30% para cada um dos países.

O consultor agrícola Victor Nogueira destaca que existem estimativas de que a população mundial atingirá a marca de 9 bilhões de pessoas em 2050. Aliado ao crescimento econômico mundial, ele diz que isso acarretará em uma expansão da produção de alimentos no mundo todo. E o Brasil, que atualmente já é uma das maiores potências agrícolas, deverá aproveitar esse efeito fortalecendo ainda mais a sua produção. “Espera-se que o agronegócio brasileiro dê continuidade aos investimentos nessa atividade mediante a expansão da área cultivada, com emprego de mão de obra cada vez mais qualificada, pesquisa e desenvolvimento de técnicas e insumos voltados para o aumento da produtividade”.

O especialista também indica a preocupação ambiental como fator para aumentar a produtividade. “Esforços devem ser empregados para evitar que a expansão gerem custos ambientais e climáticos. Então, tanto o setor privado quanto o público devem trabalhar juntos para evitar o desmatamento, a ampliação da área dedicada ao cultivo deve avançar através da recuperação de pastagens degradadas, para que áreas que tenham proteção de matas nativas continuem com essa finalidade. Dessa forma, o agronegócio ele deve continuar ampliando a sua importância para a economia do Brasil”, afirma.

De acordo com o documento do MAPA e da Embrapa, a produção de carnes (bovina, suína e frango) também deverá ter alta de 6,6 milhões de toneladas entre 2022/23 e 2032/33, representando 22,4% de aumento. Saindo dos atuais 29,6 milhões de toneladas para 36,2 milhões de toneladas de carnes. Já as projeções do algodão em pluma indicam produção de 3,6 milhões de toneladas em dez anos, expansão de 26,8%, dominado principalmente pela produtividade. Mato Grosso e Bahia respondem atualmente por 90% da produção nacional. Espera-se que o aumento da produtividade seja impulsionado por melhoramento genético, melhores práticas agronômicas, novas tecnologias e agricultura de precisão.

Confira aqui as Projeções do Agronegócio Brasil – 2022/23 a 2032/33.

Fonte: Brasil 61

Análise de patentes no Brasil leva 3 anos a mais que média mundial

Responsável pela análise, concessão e registro de direitos de propriedade intelectual e indicação geográfica, o Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI) é central para a inovação e o empreendedorismo no país. Isso porque ao registrar a marca, patente ou desenho industrial no instituto, a marca se torna um patrimônio intangível. Dessa forma, a empresa titular tem o direito exclusivo de uso da marca em todo o Brasil e em mais de 137 países.

No entanto, embora o INPI venha trabalhando para diminuir os prazos de análise de concessão de patentes e registro de marcas nos últimos anos, o processo ainda é demorado e desestimula empresas e pesquisadores a protegerem suas invenções no Brasil.

Segundo o instituto, o tempo médio de análise de patentes atual é de 5 anos a partir do pedido de exame – podendo ser maior ou menor de acordo com o setor – e de 3,4 anos sem contestação. Na média mundial, o processo para exames de patentes e marcas é de 2 anos. Para o presidente interino do INPI, Júlio César Moreira, o Brasil tem condições de reduzir e se igualar aos escritórios mais eficientes do mundo.

“A gente com 5 anos efetivamente não consegue prestar um serviço com qualidade, eficiência. Nós temos condição de reduzir esse prazo, temos condição de chegar a 2 anos a partir do depósito e a necessidade disso é garantir que os processos que chegam no Brasil sejam protegidos de forma adequada para posicionar esses atores de forma adequada não só no mercado brasileiro, mas no mercado mundial”, diz.

Plano Estratégico

Com o intuito de simplificar processos e impactar custos até 2026, o INPI apresentou um Plano Estratégico para os próximos 4 anos. De acordo com o presidente, o plano tem como principal objetivo fazer com que o INPI seja um elemento impulsionador da inovação no Brasil para conseguir atender às demandas da sociedade. Segundo ele, o instituto está trabalhando com três pilares.

“São três principais, primeiro deles: mais servidores para dar vazão à demanda que a gente tem. Segunda parte de informação tecnológica: o INPI hoje é 100% automático, mas precisamos avançar na sua capacidade de produzir resultados tecnológicos voltados principalmente para informatização do instituto. E em terceiro lugar: ter uma autonomia que nos permita ter recursos necessários para que a gente consiga implementar os nossos projetos”, explica.
Em nota, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), informou que a eficiência dos serviços prestados pelo INPI está entre as prioridades do Ministério. “A qualidade e agilidade no processamento de pedidos depositados no Instituto é elemento fundamental para o ambiente de negócios no país” , diz a nota.
Segundo o ministério, medidas estão sendo tomadas em conjunto com o instituto para alcançar a meta de decisões sobre pedidos de patentes em 2 anos, até 2026. Dentre elas:
  • Continuidade do aproveitamento de exames de famílias de patentes realizados por outros escritórios;
  • Automação do fluxo de processos de patentes com a implantação de ferramenta BPMS (Business Process Management System) desenhada para o instituto;
  • Avaliação de ferramentas de inteligência artificial no exame das patentes para agilizar o processo;
  • Autorização de concurso para 120 servidores para o INPI, sendo metade destes para a área de patentes; e
  • Avaliação da possibilidade de alteração de prazos processuais definidos na Lei da Propriedade Industrial (Lei nº 9.279/96).

Fonte: Brasil 61

MIDR repassa R$ 2,2 milhões para conter cheias e estiagens no Acre

O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) repassou mais de R$ 2,2 milhões para a elaboração de estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental para a execução de obras voltadas à contenção de grandes cheias e também de estiagem, como pequenas barragens e canais laterais.

O valor total do convênio entre o MIDR e o Governo do Acre é de mais de R$ 5,555 milhões, sendo R$ 5,5 milhões a serem repassados pela União e R$ 55 mil de contrapartida do estado. O convênio termina em 30 de abril de 2024.

Os estudos buscam viabilizar a execução de medidas capazes de amenizar os impactos das estiagens prolongadas e das inundações recorrentes na bacia do Rio Acre. Os municípios beneficiados com a medida são Assis Brasil, Brasiléia, Epitaciolândia, Xapuri, Capixaba, Porto Acre e a capital Rio Branco. Serão beneficiadas cerca de 453,2 mil pessoas.

“Esses recursos do Governo Federal serão importantes para construirmos alternativas, como muro de contenção, para conter possíveis cheias à margem do rio. Com isso, aumentaremos a segurança nas localidades beneficiadas, evitando riscos de deslizamento, que normalmente atinge a população de baixa renda”, afirma o secretário Nacional de Segurança Hídrica do MIDR, Giuseppe Vieira.

Além disso, serão analisadas outras opções para o abastecimento de água, como construção de bacia de contenção e controle e melhoria do saneamento básico, de maneira a evitar o lançamento de dejetos ao longo do sistema de drenagem.

Fatores que podem levar ao deslizamento

Alguns fatores são decisivos para o deslizamento de encostas, como a interferência do homem na natureza, pois, com a retirada da cobertura vegetal dos morros, os riscos se tornam evidentes. Assim, sem nenhum tipo de vegetação nas encostas, o solo se torna inconsistente e, quando casas são construídas nesse tipo de superfície, o perigo é elevado.

Aliado à falta de vegetação nas encostas, nas épocas de cheias, as chuvas aumentam, sendo então um grande fator para a ocorrência de catástrofes.

Fonte: Brasil 61

Frente Parlamentar Brasil/Amazonas/China assina parceria com universidade chinesa

IBRACHINA-01-1024x680 Frente Parlamentar Brasil/Amazonas/China assina parceria com universidade chinesaO presidente da Frente Parlamentar Brasil/Amazonas/China da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), o deputado João Luiz (Republicanos); e o secretário-Geral do Núcleo de Relações Internacionais do Estado do Amazonas (NURIAM), o professor Neibe Araújo; cumpriram agenda em Brasília na semana passada. Eles foram recebidos pelo presidente do Instituto Sociocultural Brasil China (Ibrachina), Thomas Law, na sede do Instituto na capital federal, e assinaram a carta de intenções para cooperação internacional com a Zhejiang University International Business School (ZIBS).

“Nosso trabalho em conjunto já está dando bons resultados. Esta parceria com a universidade chinesa vai estimular o diálogo acadêmico e empresarial, além da troca de informações e cooperação acadêmica”, comemora Thomas Law. Um dos objetivos é organizar eventos conjuntos sobre relações entre o Brasil e China como empreendedorismo, internacionalização, cidades inteligentes, inovação e dentre outros temas.

A parceria também é fruto da articulação de Thomas Law, que no início do mês cumpriu extensa agenda em Manaus (AM), com destaque para o recebimento da Medalha Ruy Araújo, por sua contribuição na promoção do intercâmbio cultural entre os dois países, encontro com o governador Wilson Lima e participação no Amazon HealthTech Conference.
Semana de Debates sobre Economia Criativa e Cidades lnteligentes no Amazonas
Por iniciativa do presidente da Frente Parlamentar Brasil/Amazonas/China da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), deputado João Luiz (Republicanos), está em tramitação o projeto de Lei 405/2023 que institui a “Semana de Debates sobre Economia Criativa e Cidades inteligentes no Amazonas”. A iniciativa visa promover ações que favoreçam localmente a promoção da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).

A Semana de Debates da Economia Criativa e Cidades Inteligentes tem como objetivo fomentar a discussão e a disseminação de ideias e práticas relacionadas a esses temas, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do Estado do Amazonas. Além disso, a Semana de Debates poderá estimular a criação de novos negócios e empreendimentos, aquecendo a economia do Estado.

Sobre o Thomas Law

Thomas Law é doutor em Direito Comercial pela PUC/SP, sócio-proprietário do escritório de advocacia que leva seu nome, presidente da Coordenação Nacional das Relações Brasil-China da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do Instituto Sociocultural Brasil-China (Ibrachina) e fundador do hub de inovação Ibrawork, além de diretor do Centro de Estudos de Desenvolvimento Econômico e Social da Universidade de São Paulo (USP).

O Ibrachina tem como finalidade promover a integração entre as culturas e os povos do Brasil, China e de países que falam a língua portuguesa. O Instituto atua em parceria com universidades, entidades e associações, além de fazer parte das Frentes Parlamentares Brasil/China, BRICS, criadas pela Câmara dos Deputados, e de Cooperação Política Cultural entre Brasil, China, Coreia e Japão, da Câmara Municipal de São Paulo. Já o Ibrawork é um centro de inovação com foco em smarts cities com programas de aceleração, promoção de hackathons, pesquisa e desenvolvimento, além da criação de startups.

Sobre o Ibrachina

Fundado em 2018 pelo Dr. Thomas Law, advogado, o Ibrachina é um Instituto sociocultural que tem como finalidade promover a integração entre as culturas e os povos do Brasil, China e de países que falam a língua portuguesa. O Ibrachina atua em parceria com universidades, entidades e associações, além de fazer parte das Frentes Parlamentares Brasil/China, BRICS, criadas pela Câmara dos Deputados, e de Cooperação Política Cultural entre Brasil, China, Coreia e Japão, da Câmara Municipal de São Paulo.

Aspectos regulatórios podem impulsionar avanço de energia renovável no Brasil

O maior interesse das empresas e da sociedade, de uma forma geral, tem impulsionado o crescimento da geração de energia limpa nos últimos anos. Paralelamente, iniciativas governamentais e obrigatoriedades impostas por lei também são um caminho para incentivar a sustentabilidade, tema que terá um painel exclusivo durante o Congresso Brasileiro de Geração de Energia Renovável – Ecoenergy entre os dias 20 e 22 de setembro.

Isabela Ramagem, coordenadora de assuntos jurídicos e regulatórios da ABRAGEL (Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa) será uma das participantes do debate sobre ‘Atualizações e expectativas de aspectos regulatórios em pauta para o setor’, que acontece no dia 21, no WTC Events Center, em São Paulo.

“O evento reúne vários setores com convergência, uma vez que temos a indústria migrando em busca de uma certificação de geração e emissão de energia limpa e renovável. O encontro é extremamente importante, pois vai estreitar o relacionamento entre as partes e levantar temas que precisam ser abordados e discutidos pelos atores deste segmento”, declara a especialista.

No painel, serão levantados desafios, as possíveis soluções e o futuro da regulação, abordando os problemas enfrentados na atualidade, a necessidade de um planejamento à expansão do setor e as possibilidades de uma transição que coloque o Brasil como um país relevante e exemplo aos demais no mercado de fontes limpas.

“Possuímos um potencial de expansão muito grande, mas temos também de sobreoferta de energia. Por isso, é necessário um equacionamento para que se tenha uma matriz energética sustentável não só em termos de expansão. Ela ainda deve gerar confiabilidade no sistema e uma segurança no consumidor”, complementa.

Leis no país
Em fevereiro deste ano, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou a regulamentação da Lei nº 14.300/2022, que instituiu o Marco Legal da Micro e Minigeração de Energia. Mais recentemente, no começo de julho, a reforma tributária, que está em andamento no Senado, não deixa claro se o princípio da essencialidade será convertido e mantido, segundo a especialista.

“O Projeto de Lei que deve ser o futuro marco do setor, está parado, sem avanços relevantes. Algumas outras discussões, em nível regulatório da matriz elétrica, devem ser feitas, visando realizar ajustes normativos antes de dar andamento na legislação. No dia 9 de maio, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) fez o dia do perdão, com a rescisão amigável de contratos de uso do sistema de transmissão celebrados por geradores de energia renovável”, avalia.

Por fim, a advogada destaca que as iniciativas podem ajudar a alcançar o equilíbrio, desfazendo das distorções que existem atualmente, contudo, para que isto aconteça, devem buscar desenvolvimento sustentável e que tenham em vista os atributos e as peculiaridades das fontes para levar esses atributos à confiança do sistema.

Serviço
Congresso Ecoenergy 2023
Data: 20 a 22 de setembro
Local: World Trade Center Events Center
Endereço: Avenida das Nações Unidas, 12.551, Brooklin Novo, São Paulo, Brasil
Inscrições: https://congressoecoenergy.com.br/

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Eventos raros de dispersão por longas distâncias ajudam a manter estrutura genética de manguezais

No Norte do Brasil, os membros da população de árvores de mangue-vermelho (Rhizophora mangle) não se encontram com frequência com seus parentes do Sul e vice-versa. No entanto, migrações ocasionais entre uma e outra região, com a viagem de sementes adaptadas à água salgada, conhecidas como propágulos, pelas correntes oceânicas, fazem com que as populações troquem material genético entre si e mantenham-se ligadas ao longo da evolução.

Essa é uma das conclusões de um estudo publicado na revista Molecular Ecology Resources por pesquisadores do Brasil, apoiados pela FAPESP, e do Japão.

A espécie estudada é uma das poucas da planta conhecida popularmente como mangue-vermelho, árvore predominante nos manguezais do mundo todo. Os resultados ajudam a compreender a dispersão dessas plantas fundamentais na ecologia costeira e podem contribuir para definir critérios para a criação de áreas prioritárias de conservação. Os manguezais são importantes berçários para diversas espécies marinhas e estocam grandes quantidades de carbono.

“Trabalhos como esse ajudam a definir áreas do país em que os mangues estão liberando muitos propágulos tanto para o Norte e Nordeste quanto para o Sul e Sudeste do país. Estes locais podem ser interessantes para criar áreas de conservação”, afirma André Guilherme Madeira, primeiro autor do trabalho e bolsista de doutorado da FAPESP no Instituto de Biociências do Campus Experimental do Litoral Paulista da Universidade Estadual Paulista (IB-CLP-Unesp), em São Vicente.

Parte das análises foi realizada durante estágio na Universidade de Tsukuba, no Japão, ainda na sua graduação. Os estudos continuaram no mestrado no IB-CLP-Unesp, também com bolsa da FAPESP.

“Coletamos amostras de DNA de árvores dessa espécie no Brasil inteiro. Os dados genéticos foram coerentes com as simulações de correntes oceânicas, que também mostram que estas não transportam os propágulos para muito longe da sua região de origem. Com isso, temos duas populações quase isoladas, uma no Norte e Nordeste e outra no Sul e Sudeste do país”, explica Gustavo Maruyama Mori, professor do IB-CLP-Unesp que coordenou o estudo.

O trabalho serviu de base para o projeto “Avaliando adaptação, variação epigenética e dispersão para entender a resposta de mangues em um mundo em mudanças”, apoiado pela FAPESP.

Parte das coletas e análises foi realizada por Mori ainda durante o pós-doutorado na Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), em Campinas, entre 2014 e 2016, sendo um ano em estágio na Universidade Chiba, no Japão.
 

Cruzamento de dados

Os propágulos são como sementes dos mangues, que resistem cerca de um ano na água salgada, doce ou salobra até encontrarem uma área onde possam germinar. Nas espécies do gênero Rhizophora, o propágulo é verde, cilíndrico e pontudo, comumente encontrado boiando no mar em qualquer praia do litoral brasileiro.

Usando modelos matemáticos de flutuação de objetos com dados de correntes oceânicas de dez anos, os pesquisadores simularam para onde iria cada propágulo que caísse no mar em 11 pontos de norte a sul do litoral brasileiro. Os pontos abrangeram de Salinópolis, no Pará, até Florianópolis, em Santa Catarina. Na simulação, ao longo do período de 2010 a 2020, cada vez que um propágulo parasse na costa considerava-se que poderia germinar.

“As populações de mangue-vermelho do Brasil estão bastante isoladas, não se comunicam. Ocasionalmente, no entanto, algum propágulo deve alcançar uma corrente oceânica que o leva para mais longe. Esses eventos de dispersão de longa distância, apesar de raros, podem ser significativos”, comenta Madeira.

A hipótese é compatível com os dados genéticos, que mostram uma conexão ancestral entre as populações, na escala de milhares de anos, mas pouca ou nenhuma em gerações recentes.

Outros fatores mais variáveis, como correntes costeiras e dispersão de pólen pelo ar, podem contribuir para a troca de material genético entre as populações, complementando essa hipótese. Porém, não há dados desses parâmetros nas populações analisadas no estudo para confirmar a afirmação.

Os pesquisadores planejam agora aplicar a mesma abordagem a mangues do mundo inteiro, desta vez cruzando as simulações oceanográficas com dados moleculares de mangues compilados por grupos de pesquisa em outras partes do planeta. A ideia é entender se os resultados encontrados no litoral brasileiro são parte de um padrão global ou apenas local.

“Uma vez que os manguezais do mundo todo são compostos por espécies de poucos gêneros, queremos testar algumas particularidades de cada um. Rhizophora , por exemplo, frutifica o ano inteiro, enquanto propágulos de Avicennia só podem ser encontrados em certas épocas. Fora isso, as correntes oceânicas variam de um ano para o outro. Essas diferenças talvez ajudem a entender como os manguezais são formados e qual a contribuição de cada fator. Queremos entender isso como todo”, encerra Mori.

O artigo The role of oceanic currents in the dispersal and connectivity of the mangrove Rhizophora mangle on the Southwest Atlantic region pode ser lido em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/1755-0998.13807.

 

Congresso Ecoenergy 2023 ganha viés executivo para debater tendências globais do setor de energia renovável

O Congresso Brasileiro de Geração de Energia Renovável – Ecoenergy, adotou um novo conceito, focado em proporcionar um ambiente estratégico de discussões com o objetivo de incentivar e identificar oportunidades de melhorias para investimentos, projetos e operações no setor de energias renováveis. Entre as novidades está a mudança de local: o evento acontecerá no WTC Events Center, em São Paulo, entre os dias 20 e 22 de setembro.

“O Congresso traz novos temas alinhados com o momento do setor de energia, antenadas com as tendências brasileiras e globais de transição energética, de projetos sustentáveis, entre outros. Ele ganha um aspecto e um viés mais executivo, não só pelos temas e nível dos participantes e palestrantes, como também pelo local, que sai do âmbito de feira”, comenta André Ramos, diretor executivo da Blue Ocean.

Com a presença de grandes especialistas na área de energias limpas e renováveis, o encontro, organizado pela Fiera Milano com a curadoria feita pela Blue Ocean Business Events, será uma ótima oportunidade para alinhar conceitos e estratégias com conteúdo de ponta e proporcionar diversas oportunidades para o desenvolvimento de parcerias e negócios.

“Quem comparecer ao evento terá uma visão geral das perspectivas do setor energético brasileiro como um todo e, ao mesmo tempo, obter uma visão estratégica e individual sobre cada uma das fontes energéticas renováveis específicas na matriz e suas potencialidades. O encontro ainda é uma grande chance para fazer novos negócios”, destaca Maurício Macedo, CEO da Fiera Milano Brasil.

De acordo com o Ministério de Minas e Energia, quase metade da energia elétrica produzida no Brasil vem de fontes renováveis e, apesar da maior parte ser produzida em usinas hidrelétricas, a geração de energia eólica e a solar vem ganhando cada vez mais espaço e expansão nos últimos anos. Este indicador, mais de três vezes superior ao mundial, reforça o grande potencial nacional, colocando o país como pioneiro no setor de sustentabilidade energética.

Mais interação

O Congresso Ecoenergy 2023 possui um formato executivo e interativo que visa o estímulo ao conhecimento compartilhado e intercâmbio de informações entre painelistas e audiência criando um modelo dinâmico de geração de conhecimento e discussões. Para tanto, o encontro está formatado em painéis, que visa a garantia da qualidade na interação. O encontro também oferece diversas oportunidades e momentos sociais que fomentam o networking.

“Estamos com boas expectativas pelo alto nível dos palestrantes, com debates e temas mais executivos e alinhados aos desafios práticos dos investidores . O potencial do Brasil é enorme, mas ainda existem questões mercadológicas e dúvidas sobre o rumo que o país irá tomar na liderança por projetos de energias renováveis. O Congresso é uma chance de alinhar as expectativas e como esses projetos podem beneficiar os investidores, trazendo uma visão ampla para reduzir as questões complexas e sensíveis que separam o Governo e a iniciativa privada”, complementa Ramos.

Programação*

20/09, às 15h: Cenários para uma Matriz Energética Brasileira cada vez mais Renovável – A Visão dos Líderes do Setor sobre Desafios e Oportunidades no Mercado Brasileiro

21/09, às 9h: Transição Energética – Planejamento Energético e perspectivas das Renováveis e da Descarbonização no PNE 2050

21/09, às 11h: Regulação – Atualizações e expectativas de aspectos regulatórios em pauta para o setor

21/09, às 14h30: Perspectivas da Economicidade das fontes renováveis no Brasil – Projeção de preços, tarifas e cenários comparativos e de impactos para o setor

21/09, às 16h30: Bancabilidade de projetos de energia renovável – Melhores práticas na gestão de riscos do projeto, garantindo receita e implementando proteções adequadas

22/09, às 9h: Mercado Livre e Comercialização de Energia Renovável – Avaliação das oportunidades em projetos renováveis

22/09, às 11h: Hibridização de Projetos de Energia Renovável – Tendências e estratégias para projetos híbridos – complementaridade eólica e solar

22/09, às 12h: LCOE – Estratégias para a redução do Custo Nivelado de Energia em projetos de energia renovável

22/09, às 14h30: Hidrogênio e a Transição Energética – Integrando Hidrogênio com Energia Renovável

*Os painéis e os horários podem sofrer mudanças. Consulte no site – Link

Serviço
Congresso Ecoenergy 2023

Data: 20 a 22 de setembro
Local: World Trade Center Events Center

Endereço: Avenida das Nações Unidas, 12.551, Brooklin Novo, São Paulo, Brasil

Inscrições: Link
Mais informações através do e-mail [email protected] ou dos telefones: (11) 5585-4355 e (11) 3159-1010.

Sobre a Fiera Milano Brasil

A Fiera Milano Brasil é a filial brasileira da Fiera Milano, um dos maiores players de feiras e congressos do mundo que a cada ano atraem aproximadamente 30 mil expositores e mais de cinco milhões de visitantes. No Brasil, são realizadas sete feiras que representam os mais diversos segmentos da economia, como segurança, energias limpas e renováveis, tubos e conexões, cabos, saúde no trabalho, tecnologias em reabilitação, inclusão e acessibilidade, entre outras. Entre as principais marcas do portfólio estão Exposec, Fisp, Fire Show, Congresso Ecoenergy, Reatech, Tubotech e wire South America. Mais informações acesse aqui