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Sociedade civil já pode se inscrever para integrar delegação brasileira na COP30

Organizações e representantes da sociedade civil interessados em compor a delegação nacional do Brasil na COP30 já podem registrar interesse no credenciamento. O prazo segue aberto até 30 de setembro e as inscrições devem ser feitas exclusivamente pela internet, por meio do formulário no Portal Brasil Participativo.

Quem pode participar

Podem se candidatar representantes de três setores:

  1. Sociedade civil organizada – Organizações não governamentais (ONGs), movimentos sociais, povos e comunidades tradicionais, coletivos, sindicatos e instituições acadêmicas (faculdades e universidades).

  2. Setor privado – Empresas e associações representativas do setor produtivo.

  3. Governos subnacionais – Representantes do Executivo, Legislativo e Judiciário de estados, municípios e do Distrito Federal.

Para os povos indígenas, o processo de credenciamento será conduzido separadamente pelo Ministério dos Povos Indígenas (MPI), também de forma online.

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Reprodução

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Acesso à Zona Azul

Os delegados credenciados terão acesso à Zona Azul (Blue Zone) da conferência, espaço onde ocorrem negociações oficiais, reuniões técnicas e eventos paralelos. Esse ambiente é considerado o núcleo das decisões diplomáticas e da troca de experiências entre países e organizações. A delegação brasileira se caracteriza por refletir a diversidade da sociedade mobilizada em torno da justiça climática.

Etapas do processo

As inscrições estão abertas de 12 a 30 de setembro de 2025. Após a seleção, a confirmação final do credenciamento será feita diretamente pela UNFCCC, que enviará e-mail com as orientações para retirada das credenciais oficiais.

Serviço

7 curiosidades sobre a mucura que explicam por que ela aparece nas áreas urbanas e pode parar no seu telhado

Já imaginou ouvir passos no telhado de madrugada e, ao investigar, descobrir que o visitante não era um gato, mas sim uma mucura? Esse marsupial, também conhecido como gambá-de-orelha-branca, é um dos animais mais adaptáveis que existem e, por isso, vem se tornando presença frequente nas áreas urbanas. Apesar de sua aparência peculiar e da fama de assustadora, a mucura guarda curiosidades surpreendentes que ajudam a entender por que ela aparece tão perto das casas.

A mucura e sua presença nas cidades

A mucura não se limita a florestas ou regiões afastadas. Ela encontrou nas cidades um novo território para viver, e isso não aconteceu por acaso. A redução das áreas de mata, o avanço da urbanização e a abundância de recursos disponíveis nos quintais humanos são fatores que atraem esse animal. Muitas vezes, ela prefere o forro de uma casa ou um sótão a um buraco na mata, simplesmente porque encontra proteção e alimento com mais facilidade.

Quando pensamos em “invasão” de animais silvestres, é comum esquecer que, na verdade, somos nós que estamos ocupando o espaço deles. A mucura apenas se adapta. Ela se destaca justamente por essa capacidade de sobreviver tanto em ambientes rurais quanto urbanos, ajustando sua rotina de forma impressionante.

Animal noturno com hábitos oportunistas

Uma das principais curiosidades da mucura é o seu hábito noturno. Enquanto a cidade dorme, ela começa sua rotina de exploração. Essa característica faz com que seja raro encontrá-la em plena luz do dia, mas explica os ruídos estranhos que muita gente ouve à noite nos telhados.

Seu oportunismo alimentar também é marcante. A mucura não desperdiça nenhuma chance de se alimentar. Se encontrar uma árvore frutífera no quintal, vai aproveitar; se topar com restos de comida no lixo, também. Essa versatilidade garante sua sobrevivência em diferentes cenários. Por isso, muitas vezes, o que ouvimos como “perturbação noturna” é apenas o animal procurando alimento em silêncio — ou nem tanto.

O que atrai a mucura para quintais e casas

Lixo mal acondicionado, ração de pets esquecida do lado de fora, frutas caídas no quintal ou até mesmo água acumulada em recipientes podem atrair a mucura. Ela enxerga nesses elementos um verdadeiro banquete. E, ao contrário do que muitos imaginam, sua presença não está necessariamente ligada à sujeira: basta oferecer oportunidade e ela aparece.

Esse hábito explica também por que a mucura é vista em bairros de diferentes classes sociais. Não importa se é uma região periférica ou um condomínio de luxo, se houver comida disponível e um telhado acessível, ela encontrará o caminho.

Defesa peculiar que causa espanto

A cena é inusitada: ao ser surpreendida, a mucura simplesmente cai no chão e permanece imóvel, com a boca aberta e a língua para fora. Esse comportamento, chamado de tanatose, é uma forma de enganar predadores, fingindo-se de morta. O curioso é que a estratégia é tão convincente que até mesmo cães e gatos desistem de atacá-la.

Essa habilidade gera espanto em quem presencia. Para muitos, parece até uma encenação teatral. E é justamente essa característica que garantiu a sobrevivência da espécie em ambientes cheios de perigos.

Aliada inesperada no controle de pragas

Por mais contraditório que pareça, a mucura pode ser considerada uma ajudante na rotina urbana. Sua dieta inclui insetos, pequenos roedores e até escorpiões, pragas que trazem riscos reais para os humanos. Em outras palavras, quando uma mucura circula pela vizinhança, há grandes chances de ela estar controlando populações que poderiam se transformar em problemas sérios.

Embora a primeira reação de muitas pessoas seja de medo ou nojo, entender que o animal cumpre um papel importante no equilíbrio urbano ajuda a enxergá-lo de forma menos negativa.

Resistência surpreendente a venenos e doenças

Poucos sabem, mas a mucura possui resistência incomum a venenos de cobras, incluindo a cascavel. Isso significa que, na natureza, ela consegue sobreviver a ataques fatais para outros animais. Essa capacidade também a torna mais apta a enfrentar os desafios da vida nas cidades, onde doenças e perigos são constantes.

A resistência natural é resultado de um processo evolutivo que confere a esse marsupial uma vantagem impressionante. Não é à toa que, mesmo em ambientes adversos, sua população se mantém estável.

Senso de sobrevivência herdado da evolução

Outro traço marcante é o instinto maternal da mucura. Como marsupial, ela carrega os filhotes em uma bolsa abdominal, garantindo proteção total nos primeiros meses de vida. Essa estratégia evolutiva aumenta as chances de sobrevivência da prole em ambientes hostis.

Esse cuidado extremo é um dos motivos pelos quais a mucura busca refúgios seguros em áreas urbanas, como telhados e forros. O instinto de proteger os filhotes é mais forte do que o risco de conviver próximo aos humanos.

Como conviver com esse visitante inesperado

Apesar dos benefícios indiretos, muitas pessoas preferem manter distância da mucura. Nesse caso, algumas medidas simples podem ajudar:

  • Vedar frestas e buracos no telhado para evitar que ela entre.

  • Manter o lixo fechado e fora do alcance.

  • Recolher frutas caídas no quintal antes que se tornem atrativos.

  • Não deixar ração exposta à noite, seja de cães, gatos ou aves.

Essas práticas reduzem a chance de visitas noturnas indesejadas sem prejudicar o animal. Vale lembrar que a mucura não costuma atacar pessoas. O que ela busca é abrigo e alimento.

No fundo, a presença da mucura nas cidades é um reflexo da nossa própria interferência na natureza. Aprender a reconhecer suas curiosidades e entender seus hábitos é um passo importante para lidar com esse visitante inesperado de maneira menos conflituosa. Talvez, da próxima vez que ouvir barulhos no telhado, em vez de susto, o sentimento seja de curiosidade diante de um dos marsupiais mais fascinantes do nosso continente.

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Lírio-da-paz: 7 benefícios da planta que a NASA indica para ter dentro de casa que você pode estar perdendo

Já pensou que o lírio-da-paz pode ser muito mais do que apenas uma planta bonita em um canto da sala? Muita gente cultiva essa espécie apenas pelo charme das flores brancas e das folhas brilhantes, mas a verdade é que ela guarda vantagens que vão muito além da estética. Inclusive, algumas delas foram confirmadas em pesquisas da própria NASA, quando a agência estudou plantas capazes de purificar o ar em ambientes internos. Isso significa que, sem perceber, você pode estar ignorando benefícios poderosos de uma planta acessível, fácil de cuidar e capaz de transformar o clima da sua casa.

Lírio-da-paz: um aliado além da beleza

O lírio-da-paz é conhecido por simbolizar pureza, calma e equilíbrio, mas sua relevância não se limita ao campo simbólico. Ele aparece entre as principais plantas recomendadas para se ter dentro de casa, especialmente por sua capacidade de melhorar a qualidade do ar. Essa característica, somada à resistência e à facilidade de cultivo, explica por que o lírio-da-paz se tornou tão popular em lares e escritórios ao redor do mundo. A seguir, você vai conhecer os 7 benefícios mais marcantes que tornam essa planta tão especial.

1. Purificação do ar confirmada pela ciência

A NASA conduziu um estudo histórico, conhecido como Clean Air Study, para identificar plantas capazes de filtrar toxinas do ambiente. O lírio-da-paz apareceu como um dos destaques, com grande eficiência em remover poluentes como benzeno, formaldeído, xileno e tricloroetileno. Essas substâncias estão presentes em móveis de madeira compensada, tintas, vernizes, plásticos e até em produtos de limpeza. Ao manter o lírio-da-paz em casa, você cria um sistema de filtragem natural que atua 24 horas por dia, ajudando a reduzir os riscos de irritações respiratórias e dores de cabeça causadas por ar contaminado.

2. Redução de mofo e umidade no ar

Quem mora em regiões úmidas sabe o quanto o mofo pode ser um problema persistente. O lírio-da-paz ajuda a combater essa situação ao absorver parte do excesso de umidade presente no ar através de suas folhas. Essa capacidade dificulta a proliferação de fungos, ácaros e bolores em paredes, móveis e roupas. Em quartos, banheiros ou salas com pouca ventilação, a planta pode se tornar uma aliada prática e natural para manter o ambiente mais saudável e menos suscetível a alergias.

3. Conexão com bem-estar e energia

Além dos estudos científicos, o lírio-da-paz é amplamente reconhecido em práticas ligadas ao bem-estar e à espiritualidade. No Feng Shui, por exemplo, acredita-se que essa planta ajuda a restaurar a harmonia e a energia positiva nos ambientes. Sua presença transmite sensação de calma, suavidade e acolhimento. Muitas pessoas relatam que manter um lírio-da-paz em casa ou no escritório é como ter um refúgio verde que reduz a tensão do dia a dia. O simples ato de observar suas flores brancas pode ser uma forma de microdescanso mental em meio à rotina.

4. Facilidade de cuidado e manutenção

Nem todo mundo tem tempo ou experiência para lidar com plantas exigentes, e é aí que o lírio-da-paz ganha ainda mais pontos. Ele não precisa de sol direto, adapta-se bem à meia-sombra e exige apenas regas moderadas. Essa praticidade o torna perfeito tanto para iniciantes quanto para pessoas com rotina corrida. Mesmo em escritórios com ar-condicionado ou apartamentos pequenos, o lírio-da-paz consegue se desenvolver, bastando um pouco de atenção para não exagerar na água e evitar encharcamento do solo.

5. Melhora na qualidade do sono

Um benefício menos óbvio, mas muito relevante, é que o lírio-da-paz pode contribuir para noites de sono mais tranquilas. Isso acontece porque a combinação de purificação do ar e equilíbrio da umidade cria condições mais agradáveis para respirar. Quem sofre com alergias, crises de rinite ou sensação de ar seco pode perceber melhora significativa ao manter essa planta no quarto. Respirar um ar mais fresco e limpo durante a noite aumenta as chances de um descanso reparador, reduzindo despertares noturnos.

6. Impacto positivo na saúde mental

Estudos de psicologia ambiental mostram que plantas em ambientes internos ajudam a reduzir a ansiedade, aumentar a concentração e melhorar o humor. O lírio-da-paz, em especial, exerce um efeito visual calmante graças ao contraste de suas folhas verdes brilhantes com as flores brancas delicadas. Esse impacto estético e emocional não deve ser subestimado. Em escritórios, pode melhorar a produtividade e a sensação de bem-estar; em casas, pode transformar a atmosfera, tornando os espaços mais acolhedores e inspiradores.

7. Beleza que se renova ao longo do ano

Diferente de algumas espécies que florescem apenas em determinadas épocas, o lírio-da-paz pode produzir flores várias vezes ao ano, mesmo dentro de casa. Essa renovação constante é como uma dose extra de vitalidade para o ambiente. Cada nova floração é um lembrete de que a casa está viva e em movimento, reforçando a sensação de renovação e equilíbrio. Além disso, suas flores são duradouras, permanecendo bonitas por semanas antes de murcharem, o que amplia o impacto decorativo.

Esses sete benefícios mostram como o lírio-da-paz consegue unir estética, ciência e bem-estar em um só organismo vivo. É uma planta que cuida silenciosamente da saúde da sua casa, influenciando desde a qualidade do ar até o humor das pessoas que convivem com ela. Ter um exemplar é muito mais do que investir em decoração: é apostar em qualidade de vida.

Talvez você já tenha um lírio-da-paz e nunca tenha parado para observar tudo isso acontecendo ao seu redor. Ou talvez ainda não tenha dado uma chance para essa planta que carrega consigo a força da natureza e a validação da ciência. Seja qual for o caso, o próximo olhar para o lírio-da-paz certamente será diferente — com a consciência de que aquela planta elegante está transformando sua rotina em silêncio.

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Veja 6 impactos globais da devastação da Floresta Amazônica, que perdeu área equivalente ao tamanho da França nos últimos 40 anos

A Floresta Amazônica está sendo devastada e já perdeu uma área equivalente à França. Essas palavras, cruas, são hoje uma realidade inescapável: entre 1985 e 2024, a floresta amazônica perdeu 52 milhões de hectares de vegetação nativa — cerca de 13% do bioma só nesse período — com reflexos que reverberam muito além das suas fronteiras.

É como se, lentamente, estivéssemos destruindo uma muralha vital que separa o planeta do caos climático, ecológico e social. Este texto vai mostrar seis impactos globais dessa perda, porque o que acontece na Amazônia não fica na Amazônia — a sua vida também depende disso.


Floresta Amazônica: onde tudo se transforma

Quando dizemos “Floresta Amazônica devastada”, falamos de uma região que em 40 anos viu a vegetação nativa ser suprimida em volumes inimagináveis. São 52 milhões de hectares convertidos para uso humano — pecuária, agricultura, silvicultura, mineração.

Para se ter noção: somando o que já foi afetado antes de 1985, em 2024 a área destruída chega a 18,7% do bioma. Ou seja, quase um quinto da Amazônia original já não existe mais como floresta virgem.

Pesquisadores alertam que o bioma está se aproximando da faixa de 20% a 25% prevista pela ciência como possível “ponto de não retorno” – um limiar em que a floresta não consegue mais se sustentar por si só.

Agora, vamos ver o que essa devastação significa, de verdade — para todo mundo.


1. Clima em colapso: aceleração irreversível

A floresta amazônica funciona como enorme buffer contra o aquecimento global. Quando vegetação é derrubada, o carbono antes estocado nas árvores e no solo é liberado, aumentando os gases de efeito estufa. Com 18,7% da vegetação nativa perdida, o freio que a Amazônia exercia sobre o aquecimento está cedendo.

Além disso, com menos florestas, menos umidade evapora para a atmosfera; menos “rios voadores” são formados. As chuvas que sustentam agricultura longe da Amazônia — no Centro-Sul do Brasil, em partes do Nordeste, até além — ficam mais escassas ou imprevisíveis. O clima seca, e fenômenos extremos (secas fortes, ondas de calor, tempestades violentas) tornam-se mais frequentes.


2. Água, agricultura e fome

O desmatamento desenfreado reduz áreas de água: entre 1985 e 2024, houve uma retração de 2,6 milhões de hectares de superfícies cobertas de água — mangues, apicuns, áreas alagáveis.

Sem águas suficientes, culturas gigantescas como soja, milho, café ficam sob risco. O impacto é sentido no bolso: preços sobem, oferta diminui. O que era previsível torna-se incerto.

Além disso, a conversão de vegetação para pastagem foi enorme: em 1985, a Amazônia tinha 12,3 milhões de hectares dedicados à pecuária; em 2024, já são 56,1 milhões de hectares. Agricultura também disparou, com salto de 180 mil hectares para 7,9 milhões para áreas agrícolas; e a silvicultura “exótica” e mineração também tiveram multiplicações dramáticas.


3. Biodiversidade em extinção silenciosa

A perda progressiva de vegetação nativa significa que ecossistemas inteiros perdem capacidade de sustentar vida. Espécies raras, muitas desconhecidas pela ciência, podem sumir sem deixar rastro. Plantas medicinais, fungos, insetos que mantêm solos férteis — tudo isso pode desaparecer ou se tornar inviável.

A devastação vai principalmente sobre vegetação antiga (primária), não regenerada: 95% do que foi removido de vegetação nativa era da cobertura primária.

Embora haja regeneração, ela ainda representa apenas 2% da cobertura verde remanescente — cerca de 6,9 milhões de hectares de vegetação secundária em áreas antes desmatadas.


4. Saúde global e doenças emergentes

Quando florestas antigas perdem sua cobertura, animais silvestres perdem seus habitats e migram ou ficam mais próximos de comunidades humanas. Esse choque entre o selvagem e o “civilizado” facilita a transmissão de novas zoonoses (vírus, bactérias), que podem dar origem a surtos ou pandemias.

A floresta também regulava a umidade, ajudava a controlar mosquitos, bichos transmissores. Com seca e calor, esses ecossistemas de regulação natural enfraquecem, abrindo espaço para doenças tropicais crescerem.


5. Emissões de carbono além da conta

Com tanto verde derrubado — lembrando: 52 milhões de hectares em 40 anos — a Amazônia deixa de ser sumidouro de carbono em muitas regiões e passa a ser fonte líquida de emissões. Cada hectare destruído libera enormes quantidades de CO₂.

Isso dificulta o cumprimento do Acordo de Paris, das metas de neutralidade climática. O mundo inteiro depende da Amazônia para ajudar a conter o aquecimento abaixo de 1,5 ou 2 graus Celsius — meta que, se falharmos, gera ondas de impactos irreversíveis: gelo polar derretendo, elevação do nível do mar, extinção de ecossistemas costeiros, entre outros.


6. Economia em desequilíbrio: prejuízo para todos

A destruição da floresta pode até gerar ganhos imediatos (madeira, terras agrícolas, mineração), mas traz prejuízos econômicos de longo prazo. Agricultura afetada pela seca, recursos hídricos comprometidos, turismo ecológico destruído, custos de adaptação climática: tudo isso pesa.

Além disso, mercados internacionais começam a recusar produtos ligados ao desmatamento. Bancos e investidores cobram critérios socioambientais. Empresas envolvidas em cadeias produtivas com desmatamento enfrentam barreiras comerciais.


Dados recentes: indicadores que doem

  • Entre 1985 e 2024, 52 milhões de hectares de vegetação nativa foram convertidos para uso humano.

  • Área convertida nesse período corresponde a 13% do bioma amazônico.

  • Em 2024, a Amazônia já perdeu 18,7% da vegetação original; 15,3% desse total estão ocupados por atividades humanas.

  • Uso por pastagens foi de 12,3 milhões de ha em 1985 para 56,1 milhões em 2024. Agricultura cresceu muito — de 180 mil ha para 7,9 milhões ha. Silvicultura exótica e mineração também cresceram dezenas de vezes.

  • A superfície de água perdeu 2,6 milhões de hectares.

  • Vegetação secundária (regenerada) responde por apenas 2% do verde remanescente, cerca de 6,9 milhões de hectares.


Estamos a tempo? O que já se faz (e o que precisa ser urgente)

Há sinais de movimento. O governo federal criou em 2024 a Comissão Interministerial de Prevenção e Controle do Desmatamento (CIPPCD), com 19 ministérios trabalhando juntos.
Também há o Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Inpe, que ajuda a identificar áreas desmatadas rapidamente — com isso, entre 2023 e 2024, houve redução de até 45,7% nos alertas de desmatamento.
Investimentos foram feitos: R$ 318,5 milhões em 2024 para fortalecer forças de fiscalização, uso de drones e helicópteros; o Fundo Amazônia volta a financiar projetos de preservação.

Mas, por outro lado, essas medidas ainda não foram suficientes para virar o jogo. O ponto de não retorno está muito próximo, e a pressão via fronteiras agrícolas, garimpo ilegal e demanda global por commodities continua alta.


Uma reflexão que não dá pra adiar

Você pode achar que isso tudo é problema de outro, que mora longe, que não vai te atingir diretamente. Mas a verdade é que vivemos todos sob o mesmo sistema: o clima, o alimento, a saúde respiram as consequências da destruição amazônica.

Cada hectare destruído é uma diminuição da capacidade do planeta de se proteger. Cada rio de fumaça, cada solo seco, cada espécie que some silenciosamente é um alerta. A perda de 52 milhões de hectares em 40 anos não é só estatística — é um espelho: ele nos mostra como nossas escolhas, nosso consumo, nosso silêncio têm peso.

O que você consome? Onde vai morar? Que políticas apoia? As respostas, pequenas ou grandes, se somam. E o tempo não está a nosso favor.


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Entendendo o comportamento dos gatos os sinais silenciosos antes de um ataque

Os gatos são criaturas fascinantes, cheias de mistério e personalidade. Apesar de serem animais adoráveis e muitas vezes carinhosos, eles também têm instintos naturais que podem levar a comportamentos inesperados, como ataques ou brincadeiras agressivas. Para os tutores, entender a linguagem corporal dos gatos é essencial para prever esses momentos e garantir uma convivência harmoniosa. Neste artigo, vamos explorar os sinais que indicam quando um gato está prestes a atacar ou brincar de forma mais agressiva, ajudando você a interpretar o comportamento felino com confiança.

Por que os gatos atacam sem aviso?

Embora pareça que os gatos atacam “do nada”, na verdade, eles sempre emitem sinais antes de agir. Esses sinais, muitas vezes sutis, são parte da sua comunicação natural. Gatos são predadores por instinto, e mesmo os mais domesticados mantêm comportamentos herdados de seus ancestrais selvagens. Um ataque pode ser motivado por medo, territorialidade, brincadeira ou até mesmo desconforto físico. Compreender esses sinais é o primeiro passo para evitar surpresas desagradáveis.

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De acordo com especialistas em comportamento animal, como os da ASPCA, a agressividade felina pode ser dividida em categorias, como agressividade por medo, por brincadeira ou por redirecionamento. Cada tipo de comportamento vem acompanhado de pistas específicas na linguagem corporal, que veremos a seguir.

A linguagem corporal dos gatos: O que observar

A linguagem corporal dos gatos é rica e complexa. Antes de um ataque ou de uma brincadeira agressiva, os felinos exibem uma série de sinais que podem ser interpretados. Abaixo, destacamos os principais indicadores de que um gato está prestes a agir de forma mais intensa.

1. Orelhas para trás ou achatadas

Um dos sinais mais claros de que um gato está desconfortável ou pronto para atacar é a posição das orelhas. Quando as orelhas estão viradas para trás ou completamente achatadas contra a cabeça, isso indica que o gato está se sentindo ameaçado ou irritado. Esse gesto é um alerta para que você respeite o espaço do animal.

2. Cauda agitada ou em movimentos rápidos

A cauda de um gato é como um termômetro emocional. Movimentos rápidos e bruscos da cauda, como se estivesse batendo no chão, são um sinal clássico de irritação ou excitação. Se a cauda está se movendo freneticamente, é melhor dar um passo atrás e evitar interações, pois o gato pode estar se preparando para um ataque ou uma brincadeira mais agressiva.

3. Pupilas dilatadas

Os olhos de um gato revelam muito sobre seu estado emocional. Pupilas dilatadas podem indicar excitação, medo ou agressividade. Se você notar que as pupilas do seu gato estão grandes, mesmo em um ambiente bem iluminado, é um sinal de que ele está em alerta máximo.

4. Postura corporal tensa

Um gato prestes a atacar frequentemente adota uma postura tensa, com o corpo abaixado e as patas flexionadas, pronto para pular. Essa posição é típica tanto em brincadeiras quanto em situações de ameaça real. Observe se o gato está com o corpo rígido e os músculos contraídos, pois isso indica que ele está se preparando para agir.

5. Vocalizações incomuns

Gatos expressam desconforto ou agressividade por meio de sons como rosnados, bufadas ou miados agudos. Esses sons são um aviso claro de que o gato não está confortável com a situação. Ignorar esses sinais pode levar a um ataque inesperado.

Infográfico: 5 Sinais Corporais de Agressividade Felina

  • Orelhas achatadas: Indicam medo ou irritação.
  • Cauda agitada: Movimentos rápidos mostram excitação ou raiva.
  • Pupilas dilatadas: Sinal de alerta ou excitação.
  • Postura tensa: Corpo abaixado, pronto para pular.
  • Vocalizações: Rosnados ou bufadas indicam desconforto.

Brincadeira agressiva ou ataque real?

Uma dúvida comum entre tutores é diferenciar uma brincadeira agressiva de um ataque motivado por medo ou territorialidade. Gatos jovens, especialmente filhotes, adoram brincar de “caçar”, o que pode incluir arranhões e mordidas leves. No entanto, mesmo as brincadeiras podem escalar se não forem controladas.

linguagem-gatos-infografico.png-scaled Entendendo o comportamento dos gatos os sinais silenciosos antes de um ataquePara identificar se é uma brincadeira ou algo mais sério, observe o contexto. Durante brincadeiras, o gato geralmente mantém as orelhas erguidas e a cauda relaxada, com movimentos mais suaves. Em um ataque real, os sinais mencionados acima (orelhas para trás, pupilas dilatadas, vocalizações) estarão presentes. A Humane Society recomenda redirecionar brincadeiras agressivas com brinquedos interativos, como varinhas ou bolinhas, para evitar que o gato associe suas mãos a alvos de caça.

Como evitar ataques felinos

Prevenir um ataque ou brincadeira agressiva requer paciência e atenção à linguagem corporal do gato. Aqui estão algumas dicas práticas:

  • Respeite o espaço do gato: Se ele mostrar sinais de desconforto, como orelhas achatadas ou cauda agitada, dê um tempo antes de interagir.
  • Evite contato visual prolongado: Para os gatos, um olhar fixo pode ser interpretado como uma ameaça.
  • Use brinquedos adequados: Varinhas e brinquedos que imitam presas ajudam a canalizar o instinto de caça de forma segura.
  • Observe sinais de estresse: Mudanças no ambiente, como novos animais ou pessoas, podem deixar o gato mais propenso a comportamentos agressivos.
  • Consulte um veterinário: Comportamentos agressivos persistentes podem indicar problemas de saúde, como dor crônica. A Cornell Feline Health Center sugere check-ups regulares para descartar causas médicas.

O que fazer se o gato atacar?

Se, apesar de todos os cuidados, o gato atacar, mantenha a calma. Evite puni-lo, pois isso pode aumentar o estresse e piorar o comportamento. Em vez disso, afaste-se lentamente e dê ao gato um espaço para se acalmar. Se o ataque for recorrente, considere consultar um comportamentalista felino ou veterinário especializado. Sites como o da IAABC oferecem recursos para encontrar profissionais qualificados.

Entender a linguagem corporal dos gatos é uma habilidade valiosa para qualquer tutor. Ao reconhecer os sinais de um gato comportamento ataque ou os sinais gato agressivo, você pode evitar situações desconfortáveis e fortalecer o vínculo com seu felino. Lembre-se de que cada gato é único, e a prática de observar e respeitar seus limites é a chave para uma convivência tranquila. Com paciência e conhecimento, você estará preparado para interpretar os gestos silenciosos do seu gato e garantir um ambiente seguro e feliz para ambos.

ICLEI reúne lideranças no Amapá para preparar protagonismo amazônico na COP30

A Amazônia, maior floresta tropical do mundo e reguladora vital do clima global, foi palco de um novo passo na preparação do Brasil para a COP30. Entre os dias 6 e 8 de outubro, Macapá (AP) receberá o 4º Encontro Amazônico do ICLEI Brasil, organizado em parceria com o governo do Estado do Amapá. O evento, sob o lema “Conectando Cidades Rumo à COP30”, pretende fortalecer a atuação dos governos locais amazônicos diante da crise climática e consolidar o protagonismo da região na conferência da ONU, que acontece em novembro, em Belém.

Amazônia urbana e políticas públicas

O bioma amazônico cobre 6% da superfície terrestre e concentra enorme biodiversidade. Mas perdeu mais de 50 milhões de hectares de floresta entre 1985 e 2020, com impactos diretos na vida das comunidades locais e no equilíbrio climático global. Diante desse cenário, o secretário executivo do ICLEI América do Sul, Rodrigo Perpétuo, destacou que gestores públicos precisam compreender as especificidades da região e formular políticas integradas de conservação e desenvolvimento sustentável. A ideia é que a Amazônia urbana se torne vetor de uma transição ecológica justa, aliando inovação, biodiversidade e equidade.

Preparação para a COP30

Segundo especialistas, a realização da COP30 no Brasil é uma oportunidade estratégica para os países do Sul Global, que podem ganhar mais visibilidade internacional e ampliar a governança climática. Ao sediar o evento em Belém, o Brasil é chamado a apresentar ações concretas de mitigação e adaptação, articulando os diferentes níveis de governo e ampliando o engajamento da sociedade civil. Bianca Cantoni, coordenadora de Advocacy do ICLEI América do Sul, ressaltou que os encontros regionais de 2025 são espaços preparatórios para a conferência: “Os insumos, compromissos e boas práticas compartilhadas comporão a narrativa brasileira de ação climática subnacional em Belém”.

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Bioeconomia como alternativa

A região Norte enfrenta vulnerabilidades sociais somadas a desastres ambientais como inundações, insegurança hídrica e perda de biodiversidade. Nesse contexto, a bioeconomia aparece como alternativa de desenvolvimento sustentável. Produtos como açaí, castanha, cacau nativo e óleos essenciais podem estruturar cadeias de valor capazes de reduzir a pegada de carbono e gerar inovação baseada na sociobiodiversidade. O Banco Mundial estima que a manutenção da floresta em pé, combinada a investimentos em bioeconomia, pode gerar até US$ 317 bilhões anuais — sete vezes mais que modelos baseados na degradação.

Troca de experiências e mutirão climático

Durante três dias, o encontro reunirá representantes de governos locais e subnacionais, sociedade civil, setor privado, academia e juventudes. A programação inclui painéis, oficinas, mesas-redondas e visitas técnicas. Além disso, será lançado o Mutirão Climático Global, iniciativa voltada a identificar e apoiar projetos locais de adaptação e resiliência, com foco em jovens e escolas do Amapá. Ações como agricultura sustentável, restauração ambiental, energia limpa e educação climática serão reconhecidas como exemplos de soluções que conectam o local ao global.

Histórico de mobilização

O encontro de Macapá integra uma trajetória iniciada em 2022, em Barcarena (PA), e continuada em Porto Velho (RO) e Boa Vista (RR). Nessas edições, os debates giraram em torno de justiça climática, inovação urbana e educação ambiental. Em 2025, a missão é ampliar o protagonismo dos municípios amazônicos na construção de políticas climáticas, estimulando cooperação entre diferentes esferas de governo e setores da sociedade.

Rumo à COP30

Com o 4º Encontro Amazônico, o ICLEI reforça a ideia de que a Amazônia não é apenas um bioma, mas também um espaço urbano em transformação, que precisa estar no centro da transição ecológica global. O evento coloca os governos locais como atores-chave da COP30 e marca a preparação de um legado que vai além da conferência: um futuro resiliente e sustentável para a região amazônica e para o planeta.

Setor privado convocado a lucrar com a transição climática e liderar investimentos sustentáveis

A presidência da COP30 divulgou uma carta à comunidade brasileira e internacional reforçando que a transição climática representa não apenas um imperativo ambiental, mas também a maior oportunidade de negócios do século. O documento, assinado pelo presidente da conferência, André Corrêa do Lago, convoca empresas e lideranças econômicas a participarem ativamente das negociações em Belém, ressaltando que quem se antecipar às transformações terá vantagens competitivas duradouras.

A transição como oportunidade histórica

Na avaliação da presidência, a transição para uma economia de baixo carbono é irreversível e precisa ser encarada como eixo estratégico de inovação e lucro. “A transição climática em curso é irreversível. E ela é a principal oportunidade de negócios do nosso tempo”, destaca o texto. O recado é direto: empresas que investirem agora em soluções sustentáveis estarão melhor preparadas para construir resiliência e aproveitar os ganhos da transformação global.

O setor de energia renovável já exemplifica esse potencial. Em 2024, os investimentos globais ultrapassaram US$ 2 trilhões, gerando 35 milhões de empregos em 2023. No Brasil, títulos verdes emitidos por bancos, empresas e pelo Tesouro Nacional somaram mais de US$ 30 bilhões, atraindo taxas de juros mais baixas que os papéis tradicionais. O setor de renováveis já responde por mais de 1,5 milhão de empregos no país.

ana-400x255 Setor privado convocado a lucrar com a transição climática e liderar investimentos sustentáveis
Ana Toni, CEO da COP30

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NDCs como planos de investimento

A carta também destaca a expectativa em torno da divulgação das novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) para 2035, que devem orientar o desenvolvimento econômico dos países. Ana Toni, CEO da COP30, afirmou que os novos compromissos estão sendo elaborados com mais detalhes, contemplando planos setoriais e instrumentos econômicos. “As NDCs estão sendo vistas quase como planos de investimentos”, afirmou, reforçando que o setor privado poderá se beneficiar da previsibilidade que esses instrumentos oferecem.

Monitoramento e credibilidade

Um dos pontos centrais da carta é a necessidade de fortalecer mecanismos de monitoramento de alianças e compromissos já anunciados. Segundo a presidência da conferência, mais de 400 declarações foram feitas por governos, empresas e instituições nos últimos anos, mas sem acompanhamento efetivo. “Precisamos criar uma maneira de monitorar estes compromissos e dar credibilidade à implementação. O monitoramento deverá incentivar a ação”, defendeu Corrêa do Lago.

O documento também critica o fenômeno do greenhushing, quando empresas recuam em suas metas climáticas diante de pressões políticas ou econômicas, como ocorre nos EUA sob a administração Trump. Setores financeiros e de seguros já desmontaram alianças globais, e bancos reduziram seus planos de neutralidade climática, movimento que preocupa negociadores.

Desafios logísticos e o papel do setor privado

Apesar dos desafios logísticos em Belém, como a pressão sobre hospedagens e infraestrutura, a presidência da COP30 reforça que a conferência deve ser vista como plataforma para soluções transformadoras. “Ir a Belém é uma oportunidade de arregaçar as mangas, ouvir, aprender e somar-se ao espírito colaborativo do Mutirão Global”, afirmou Corrêa do Lago. A expectativa é que o encontro seja um ponto de virada para aproximar governos, sociedade civil e setor privado.

Empresas no centro da transformação

O chamado à ação é claro: o setor privado não deve apenas acompanhar a agenda climática, mas liderá-la. A presidência da COP30 enxerga o evento como espaço privilegiado para que empresas moldem a futura economia global, investindo em inovação, resiliência e novos mercados. Ao mesmo tempo, reforça que compromissos precisam ser acompanhados de credibilidade e monitoramento, sob pena de a transição verde se tornar apenas uma promessa vazia.

Belém, em novembro, será mais do que palco de negociações diplomáticas: será o lugar onde a viabilidade econômica da transição climática será colocada à prova, e onde empresas terão a chance de mostrar se estão dispostas a transformar discurso em ação e ação em vantagem competitiva.

Sua Zamioculca está murchando? O erro silencioso na rega que apodrece as raízes e como salvá-la de vez

Imagine acordar e encontrar sua zamioculca, aquela planta resistente que você achava indestrutível, com folhas amareladas e caídas. O que poderia estar errado? Muitos jardineiros amadores cometem um erro que parece inofensivo, mas que na verdade está matando a planta por dentro. Estamos falando do excesso de rega, o vilão número um para a zamioculca murchando. Neste guia prático de cuidados domésticos, vamos mergulhar nos sinais de alerta, nas causas profundas e nas soluções reais para trazer sua planta de volta à vida. Se você busca dicas sobre como cuidar zamioculca, prepare-se para transformar sua abordagem e evitar desastres comuns.

O que torna a zamioculca tão especial e por que ela é vulnerável

A zamioculca, ou Zamioculcas zamiifolia, vem das savanas secas da África Oriental. Essa suculenta armazena água em rizomas subterrâneos, como pequenas batatas, permitindo que ela sobreviva semanas sem uma gota. No Brasil, ela é adorada como “planta da fortuna”, trazendo um ar de elegância minimalista para salas e escritórios. Ela filtra o ar, removendo poluentes, e prospera em pouca luz, ideal para ambientes internos.

Mas essa resiliência tem um lado fraco. Muita gente, querendo demonstrar carinho, rega demais. Resultado? Raízes afogadas e apodrecidas. Estudos de horticultura mostram que até 80% das zamioculcas morrem por isso em lares urbanos. Entender isso é o primeiro passo para como cuidar zamioculca de forma inteligente.

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Zamioculca em vaso com folhas amareladas, sob iluminação natural. A imagem mostra folhas inferiores murchas e amarelas, destacando os sinais iniciais de excesso de água.

Por que o excesso de rega faz a zamioculca murchar tanto

Contrário ao que se pensa, murchidão nem sempre significa sede. Para a zamioculca, o oposto é verdade. Como suculenta, ela odeia solos úmidos constantes. Água em excesso bloqueia o oxigênio das raízes, criando um ambiente perfeito para fungos e bactérias. Isso leva ao apodrecimento, onde as raízes viram uma massa preta e mole.

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Fatores como vasos sem furos, solo pesado ou regas em dias frios pioram tudo. Em regiões úmidas do Brasil, como o Sudeste, o ar já saturado agrava o problema. Se sua zamioculca está murchando, reflita sobre sua rotina de rega. É comum ver relatos online de plantas salvas ao reduzir a água drasticamente.

Para mais insights, confira este artigo sobre macetes para rega correta de um site especializado em jardinagem.

Principais sinais de que há excesso de água na zamioculca

Detectar cedo salva vidas vegetais. Observe esses indicadores chave.

  • Folhas amareladas e moles. Diferente da secura crocante da falta de água, aqui elas ficam flácidas, sinal de raízes danificadas que não nutrem mais.
  • Caules enrugados e macios. Toque e sinta. Se cederem, os rizomas internos estão sofrendo.
  • Solo perpetually úmido. Teste com o dedo. Cheiro de mofo? Alerta máximo.
  • Crescimento estagnado. Sem novas folhas, com as velhas perdendo brilho.
  • Pragas atraídas pela umidade. Fungos como Pythium ou mosquitinhos surgem.

Dois ou mais sintomas? Hora de agir. Ignorar leva a perdas irreversíveis.

Como confirmar o apodrecimento das raízes na prática

O apodrecimento é o estágio crítico. Para checar, siga esses passos simples, mas transformadores.

Primeiro, retire a planta do vaso com gentileza. Sacuda o solo. Raízes saudáveis são firmes, brancas ou bege, com aroma terroso. As ruins? Pretas, pastosas e fedorentas.

Examine os rizomas. Firmes é bom; moles, corte o danificado com tesoura limpa. Essa inspeção profunda é essencial para quem quer dominar como cuidar zamioculca.

118471392_165728285102722_4038283215684005945_n-e1758044203924 Sua Zamioculca está murchando? O erro silencioso na rega que apodrece as raízes e como salvá-la de vez

Soluções reais para resgatar sua zamioculca murchando

Não entre em pânico. Com ações precisas, a recuperação é possível. Comece parando toda rega. Deixe o solo secar em local ventilado, longe do sol forte.

Para casos graves, repote. Lave raízes, corte podres, seque por um dia. Use vaso com drenagem e substrato para suculentas – terra misturada com areia e perlita.

Ajuste a rega futura. Só molhe quando seco a 5-7 cm. Verão? Duas semanas. Inverno? Um mês. Aplique canela nas cortes para antifúngico natural.

Monitore por semanas. Novas brotações indicam sucesso. Se falhar, propague caules saudáveis em água.

Assista a este vídeo tutorial sobre zamioculca apodrecendo para ver o processo em ação.

Dicas essenciais para cuidar zamioculca e prevenir desastres

Mantenha luz indireta – ela ama sombras suaves. Temperaturas de 18-26°C, longe de ar frio.

Adube diluído a cada dois meses na estação quente. Limpe folhas para melhor fotossíntese.

Propague dividindo rizomas para multiplicar sua coleção. Lembre, equilíbrio é chave. Menos rega, mais vida.

Explore mais em este guia sobre problemas comuns com zamioculca.

 

COP30: presidente André Corrêa do Lago alerta para desafios de infraestrutura e pede foco na adaptação climática

A menos de dois meses da Conferência do Clima em Belém, o presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, reforçou que o Brasil ainda está distante de cumprir suas metas de desenvolvimento sustentável. Segundo ele, o principal gargalo é a infraestrutura urbana, insuficiente para preparar cidades diante de secas, enchentes e outros eventos extremos que se tornam cada vez mais frequentes.

Mitigação e adaptação lado a lado

Historicamente, as conferências climáticas deram mais espaço às metas de mitigação, voltadas à redução de emissões de gases de efeito estufa. Desta vez, Corrêa do Lago afirmou que a adaptação às mudanças do clima terá o mesmo peso e estará no centro das discussões da COP30. A prioridade será garantir mais recursos para governos locais investirem em obras de infraestrutura, especialmente em áreas com populações vulneráveis — as mais atingidas pelos desastres ambientais.

Ele lembrou que o financiamento climático global continua sendo um desafio. Enquanto se pleiteava a arrecadação de 1,3 trilhão de dólares anuais em recursos, o montante acordado na última conferência ficou em 200 bilhões. “A responsabilidade histórica da mitigação recai sobre os países industrializados”, destacou, acrescentando que a pauta climática deve ser tratada também como uma questão econômica, capaz de gerar empregos em cidades mais resilientes.

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Embaixador Andre Correa do Lago é o presidente da COP 30

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Pressão por hospedagem em Belém

Paralelamente às discussões técnicas, a logística da conferência segue como ponto de tensão. O aumento nos preços de hospedagem em Belém preocupa países em desenvolvimento e ameaça a participação de algumas delegações. Para evitar ausências, o governo federal e o governo do Pará confirmaram subsídios para garantir estadia a nações com menos recursos.

Segundo a Secretaria Extraordinária da COP30 (SeCOP), até a última semana 71 países já tinham hospedagem garantida. Ainda assim, algumas delegações europeias reclamam dos custos elevados e avaliam a possibilidade de reduzir o número de participantes. Apesar das dificuldades, a presença de representantes de 140 países já está confirmada.

A Defensoria Pública do Pará também acionou judicialmente plataformas de hospedagem que não atenderam às recomendações contra cobranças abusivas. A medida busca coibir preços três vezes acima da média praticada na alta temporada.

Participação da sociedade brasileira

Além da logística, avança o processo de credenciamento de representantes da sociedade civil, setor privado e governos subnacionais para compor a delegação oficial do Brasil na COP30. As inscrições ficam abertas até 30 de setembro no Portal do Brasil Participativo, com resultado previsto para a primeira quinzena de outubro. A etapa final de credenciamento será conduzida pela UNFCCC.

O governo federal reafirma que a delegação deve refletir a diversidade social do país, garantindo espaço para organizações, coletivos, povos tradicionais, sindicatos, além de empresas e representantes de estados e municípios. O objetivo é consolidar o Brasil como voz ativa na justiça climática e na defesa da Amazônia.

O desafio da COP30

A COP30 será a primeira conferência climática realizada na Amazônia. Para Corrêa do Lago, o evento precisa deixar como legado não apenas novos compromissos de mitigação, mas também avanços concretos na adaptação urbana e no financiamento climático. Belém será palco de uma discussão que combina ciência, economia e justiça social, e que definirá como o Brasil e o mundo podem responder aos impactos da crise climática já em curso.

O Rio que “Engole” a Si Mesmo: O Misterioso Fenômeno dos Rios que Desaparecem na Amazônia

Imagine um rio caudaloso, cheio de vida, fluindo calmamente pela floresta. De repente, sem aviso, ele simplesmente some. Não se trata de uma lenda ou de uma ilusão de ótica, mas de um fenômeno hidrológico real e assustador que desafia a lógica e intriga cientistas e moradores da Amazônia. Em certas regiões, rios inteiros mergulham no subsolo, deixando para trás um leito seco e rachado, para reaparecerem quilômetros à frente. Esse mistério, conhecido como “rio que desaparece” ou fenômeno de rios sumidouros, é uma das manifestações mais impressionantes e menos compreendidas da complexa hidrografia amazônica.

O Que Acontece Quando um Rio “Some”?

O desaparecimento de um rio na Amazônia não é uma ocorrência mágica, mas sim um processo geológico e hidrológico. Ele ocorre em áreas onde o solo é formado por rochas solúveis, como o calcário. A água, com o tempo, dissolve essas rochas, formando cavernas, túneis e fissuras. Quando um rio encontra uma dessas formações, a gravidade o puxa para dentro, fazendo-o escoar para o subsolo. É um processo lento, gradual, mas que pode causar o sumiço total de um curso d’água em um determinado trecho.

Esse fenômeno é mais comum em regiões de terreno cárstico, um tipo de relevo caracterizado pela dissolução de rochas carbonáticas. A Amazônia, embora majoritariamente coberta por solos de terra firme, possui bolsões de formação cárstica, especialmente nas áreas de fronteira com outros biomas, como o Cerrado e as formações andinas. Nessas áreas, a interação entre a água, o solo e a rocha cria um mundo subterrâneo de rios invisíveis, labirintos e cavernas.

Exemplos Reais: O Sumiço que Assusta e Inspira

Um dos casos mais emblemáticos desse fenômeno é o Rio Sumidouro, localizado no estado do Pará. Seu nome não é coincidência: em um ponto, o rio literalmente afunda na terra, reaparecendo apenas a uma distância considerável, como se nunca tivesse desaparecido. A paisagem ao redor do sumidouro é de tirar o fôlego, mas para os moradores, carrega uma mistura de fascínio e temor. Eles contam histórias de como o leito do rio, que antes era uma via de transporte e fonte de sustento, se transformou em um vale seco, de onde a água só emerge em pontos distantes.

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Outro exemplo notável é o Rio Tracajás, também no Pará, onde um fenômeno similar acontece. Nessas áreas, o desaparecimento do rio afeta diretamente as comunidades ribeirinhas, que dependem da água para a agricultura, o transporte e a pesca. A imprevisibilidade do rio, que ora está cheio, ora seco, cria desafios para a navegação e o acesso a recursos. É um lembrete de que a natureza, mesmo em sua aparente calma, guarda segredos e forças que podem transformar completamente a vida das pessoas.

Além desses rios, existem muitos outros casos documentados e outros tantos ainda a serem descobertos na vasta e inexplorada Amazônia. Eles são testemunhos vivos de um mundo subterrâneo, de rios que fluem no escuro e que interligam ecossistemas de uma maneira que ainda não compreendemos completamente.

O Impacto nas Comunidades Locais: Entre o Medo e a Adaptação

O impacto desses rios sumidouros na vida das comunidades locais é profundo e complexo. Para os moradores, o fenômeno é parte do cotidiano, mas não sem suas dificuldades.

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  1. Transporte e Navegação: Muitos rios amazônicos servem como verdadeiras “estradas” para as comunidades. Quando um trecho do rio desaparece, a navegação é interrompida, forçando os moradores a procurar rotas alternativas, muitas vezes mais longas e perigosas. Isso afeta o acesso a centros urbanos, escolas, hospitais e mercados, dificultando o escoamento da produção e a compra de suprimentos.
  2. Abastecimento de Água: A dependência da água do rio para consumo e agricultura é alta. O sumiço da água superficial pode obrigar as comunidades a perfurar poços ou buscar fontes alternativas, o que nem sempre é viável ou seguro.
  3. Crenças e Lendas: O mistério do rio que some no subsolo inspirou uma série de lendas e mitos entre os moradores. Histórias sobre “cobras grandes” que engolem o rio, sobre portais para outros mundos e sobre a fúria da natureza são passadas de geração em geração. Essas crenças não apenas explicam o inexplicável, mas também reforçam a conexão espiritual e cultural das pessoas com a floresta e seus rios.

Apesar dos desafios, as comunidades locais demonstraram uma incrível capacidade de adaptação. Eles desenvolveram um conhecimento profundo do comportamento de seus rios, sabendo quando e onde a água pode reaparecer. Essa sabedoria ancestral, passada de geração em geração, é um tesouro de informações que complementa o conhecimento científico.

A Ciência por Trás do Mistério: Explorando o Invisível

Para a ciência, a existência de rios subterrâneos na Amazônia levanta questões fascinantes sobre a geologia, a hidrologia e a ecologia da região. A pesquisa sobre esses sumidouros está em andamento, utilizando tecnologias como o mapeamento por satélite e o rastreamento com corantes para entender melhor o fluxo da água no subsolo.

A descoberta de um grande rio subterrâneo, apelidado de Rio Hamza, em 2011, trouxe uma nova perspectiva para o estudo da hidrografia amazônica. Embora o Hamza seja um rio de fluxo lento, sua descoberta reforçou a ideia de que a Amazônia esconde um vasto e complexo sistema de águas subterrâneas.

O estudo dos rios que desaparecem é crucial para entender a dinâmica dos aquíferos, a formação de cavernas e a maneira como a água se move através da paisagem. Essas informações são vitais para a gestão sustentável dos recursos hídricos e para a proteção de ecossistemas únicos que se desenvolveram em torno desses rios invisíveis. A água que flui no subsolo pode transportar nutrientes e minerais, influenciando a química do solo e a vegetação em diferentes áreas da floresta.

O Chamado da Natureza

O fenômeno do rio que desaparece na Amazônia é um lembrete do quão pouco sabemos sobre a maior floresta tropical do mundo. Ele nos convida a olhar além da superfície, a questionar o que vemos e a explorar o que está escondido.

Esse mistério não é apenas um feito geológico; é uma história humana, de comunidades que vivem e se adaptam a um ambiente imprevisível, e uma história científica, de pesquisadores que buscam desvendar os segredos de um ecossistema extraordinário. O rio que “desaparece” é, no final das contas, um espelho da própria Amazônia: complexa, misteriosa e cheia de vida, tanto acima quanto abaixo da terra.

Vale aposta em inovação, cobre e transição energética: visão de Marcelo Gasparino, vice-presidente do Conselho de Administração

O setor de mineração atravessa um período de profundas transformações, pressionado pela transição energética global, pela volatilidade dos mercados e por demandas cada vez mais exigentes em sustentabilidade. Em recente entrevista, Marcelo Gasparino, vice-presidente do Conselho de Administração da Vale, falou sobre as oportunidades e os desafios que a companhia enfrenta, oferecendo um panorama sobre o futuro da mineradora e seu papel no cenário internacional.

O mercado global e a posição da Vale

A China continua sendo o principal destino do minério de ferro da Vale, ainda que haja incertezas sobre o ritmo de crescimento da economia chinesa. Para Gasparino, esse contexto representa mais uma oportunidade do que uma ameaça. A mineradora vem se preparando para operar com preços de minério mais baixos, mantendo a rentabilidade graças ao seu diferencial de custo. A Vale é reconhecida como a produtora com menor custo C1 da indústria, o que garante competitividade mesmo em cenários adversos.

Além disso, a companhia aposta em produtos de maior valor agregado, como pelotas e briquetes. As pelotas já consolidaram a Vale como maior produtora mundial, enquanto os briquetes representam uma inovação: são exclusivos da empresa e oferecem ganhos significativos de eficiência energética aos clientes.

Sustentabilidade e agenda ESG

Gasparino destacou que eficiência produtiva anda de mãos dadas com sustentabilidade. A Vale tem buscado reduzir emissões de gases de efeito estufa não apenas em suas minas, mas também no transporte, que ainda depende fortemente de combustíveis fósseis. A empresa já opera locomotivas elétricas e estuda alternativas de baixo carbono, enquanto investe na melhoria do modal marítimo — hoje, o maior responsável pelas emissões devido ao volume e às longas distâncias das exportações brasileiras.

Apesar dos desafios, a mineradora afirma estar à frente de concorrentes na chamada “jornada de sustentabilidade”, reconhecendo que mineração e siderurgia são setores naturalmente emissores, mas que precisam ser reinventados para o futuro.

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vice-presidente do Conselho de Administração da Vale, Marcelo Gasparino

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Transição energética e o papel do gás natural

No debate sobre novas matrizes energéticas, Gasparino ressaltou a vantagem brasileira: a matriz elétrica já é majoritariamente renovável, ancorada na hidrelétrica e em expansão na eólica e solar. A produção de hidrogênio verde, por exemplo, depende dessa base renovável para ganhar escala.

Ainda assim, o executivo é realista: a viabilidade do hidrogênio verde em larga escala só deve se concretizar por volta de 2050. Até lá, o gás natural terá papel central como combustível de transição. O Brasil tem reservas limitadas, mas pode se beneficiar da proximidade com a Argentina, que possui a quarta maior reserva mundial em Vaca Muerta, desde que consiga estruturar infraestrutura adequada.

Investimentos estratégicos em cobre e produtos verdes

A Vale aposta fortemente em diversificação, com destaque para o cobre. O projeto Novo Carajás, no Pará, pretende dobrar a produção nacional do minério, em uma das maiores reservas ainda pouco exploradas do mundo. A meta é ambiciosa: posicionar a companhia entre os cinco maiores produtores globais até 2035, com capacidade de 700 mil toneladas anuais.

A demanda crescente por cobre, insumo essencial para a eletrificação e a transição energética (veículos elétricos, cabos, baterias), reforça a importância da estratégia. Segundo Gasparino, Novo Carajás terá vida útil entre 30 e 50 anos, garantindo estabilidade de longo prazo.

Paralelamente, a empresa aposta nos briquetes, considerados um produto verde, por consumirem menos energia na etapa de produção dos clientes. Em Omã, um mega-hub em fase de planejamento deve aproveitar o gás barato da região para produzir briquetes em escala, suprindo mercados do Oriente Médio e Europa em até 10 anos.

Concorrência e movimentos de mercado

Para Gasparino, a concorrência é positiva, pois força a Vale a sair da zona de conforto. Ele citou a fusão Anglo American–Teck Resources como exemplo de reconfiguração estratégica em torno de metais básicos, especialmente o cobre, cuja demanda tende a crescer exponencialmente.

O executivo também ressaltou a vantagem de minas mais novas, como a S11D, em comparação a operações antigas. A diferença de custos é significativa e garante que a Vale continue competitiva frente a outros gigantes da mineração.

Vale Base Metals e eficiência de capital

Criada em 2023, a Vale Base Metals (VBM) é a unidade independente da empresa voltada para cobre e níquel. Segundo Gasparino, a separação permitiu uma gestão mais focada e eficiente, com resultados expressivos na alocação de capital. O CAPEX reduzido da Vale não reflete falta de oportunidades, mas sim melhor direcionamento dos recursos.

O níquel produzido pela VBM no Canadá, por exemplo, tem sustentado operações fora do Brasil e reforçado o peso da mineradora em mercados estratégicos.

Entre eficiência, inovação e reputação

As declarações de Marcelo Gasparino expuseram a estratégia multifacetada da Vale: consolidar-se como líder em minério de ferro, avançar no cobre e níquel, inovar com briquetes e ampliar compromissos de sustentabilidade. O desafio, porém, é equilibrar eficiência econômica com reputação social e ambiental — um ponto que ainda ecoa das tragédias de Mariana e Brumadinho.

Se os números e os projetos garantem confiança ao mercado, a verdadeira prova para a Vale será sustentar uma transição que vá além da mineração, conectando competitividade e responsabilidade em um setor historicamente marcado por altos custos sociais.

III Congresso Técnico do Simineral: mineração na Amazônia debateu COP30 e sustentabilidade

A Amazônia foi palco de um debate crucial sobre o futuro da mineração diante das mudanças climáticas e da pressão por práticas mais responsáveis. No último dia 16 de setembro, Santarém (PA) sediou o III Congresso Técnico do Simineral, que teve como tema central “Rumo à COP: Governança e Sustentabilidade na Amazônia”. O encontro reuniu empresários, autoridades públicas, pesquisadores, organizações da sociedade civil e representantes internacionais para discutir o papel do setor mineral em um mundo que caminha para a transição energética e a neutralidade de carbono.

Abertura e lideranças

A cerimônia de abertura contou com a presença de Anderson Baranov, presidente do Simineral e CEO da Norsk Hydro Brasil, Rodolpho Zahluth, secretário adjunto de Gestão e Regularidade Ambiental da SEMAS, e Zé Maria Tapajós, prefeito de Santarém. A composição dos nomes já sinalizou a proposta de diálogo entre setor produtivo, poder público e sociedade local.

O primeiro grande debate foi conduzido por Marcello Brito, enviado especial da COP30 e secretário executivo do Consórcio da Amazônia. O painel “Amazônia Legal rumo à COP30” colocou a região no centro das discussões globais sobre clima, reforçando o protagonismo que Belém exercerá ao sediar a conferência da ONU em 2025.

951772-mineradora_19-1-400x239 III Congresso Técnico do Simineral: mineração na Amazônia debateu COP30 e sustentabilidade

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Painéis estratégicos

A programação do congresso foi desenhada para abarcar os principais eixos da agenda climática e mineral. No Painel 1 | COP30: Construindo Agendas para o Pará e para o Brasil, moderado por Ana Carolina Alves (Simineral/Vale), estiveram nomes como Raul Jungmann (IBRAM), Alex Carvalho (FIEPA), Anderson Baranov (Simineral/Hydro) e Rodolpho Zahluth (SEMAS). O objetivo foi alinhar prioridades regionais com compromissos nacionais.

O Painel 2 | Descarbonização com a Mineração trouxe discussões sobre minerais críticos para a transição energética, créditos de carbono e conservação florestal. Participaram Janaína Donas (ABAL), Rodrigo Lauria (Vale), Rodolpho Zahluth (SEMAS) e Miguel Castro (OCDE), reforçando a ideia de que a mineração pode ser parte da solução climática se incorporada a estratégias de baixo carbono.

No Painel 3 | Mineração Irregular x Mineração Sustentável, o embate entre atividades ilegais e a mineração formal ganhou espaço, com a participação de Larissa Rodrigues (Instituto Escolhas), Eduardo Leão (G Mining), Adriano Espeschit (Belo Sun), Marcelo Moreno (SEMAS) e o general Vendramin (Comando Militar do Norte). A discussão expôs o impacto da ilegalidade e destacou a importância da governança regulatória.

Já o Painel 4 | Mineração e Desenvolvimento Econômico-Social teve enfoque em investimentos sociais, diálogo com comunidades e transição justa. Nomes como Dra. Herena Maués (MPE), Dr. Paulo de Tarso (MPF), Vladimir Moreira (MRN) e Aldo Lenzi (Ero Copper) debateram a mineração como vetor de desenvolvimento, mas também de responsabilidade comunitária.

O Painel 5 | Beyond Compliance apresentou experiências de empresas que vão além do cumprimento das normas legais, com a presença de Miguel Castro (OCDE), Henrique Anadan (Alcoa) e Rafael Benke (Proativa Results). A proposta foi mostrar boas práticas que podem inspirar políticas públicas e novos padrões de responsabilidade empresarial.

A Carta de Santarém

O congresso foi encerrado com a assinatura da Carta de Santarém, documento que oficializou a criação de um banco de dados setorial para subsidiar políticas públicas e fortalecer a governança da mineração no Pará. A iniciativa, fruto de parceria entre o Simineral e a SEMAS, foi apresentada como legado do encontro e instrumento de preparação para a COP30.

Mineração e futuro climático

O III Congresso Técnico do Simineral ocorreu em um momento estratégico: a menos de um ano da COP30 em Belém, a mineração brasileira buscou mostrar que pode contribuir para as metas climáticas globais sem abrir mão da geração de empregos e do desenvolvimento econômico. Santarém foi, assim, o ponto de encontro onde discursos, experiências e compromissos começaram a desenhar o papel da Amazônia e da mineração na transição para uma economia de baixo carbono.

Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil: novo manual reforça papel da sociedade civil nas políticas públicas

O Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (MROSC) surgiu em 2014 com a aprovação da Lei nº 13.019. Seu objetivo foi estabelecer um regime jurídico claro e transparente para a relação entre governo e entidades do terceiro setor, promovendo mais confiança, autonomia e eficiência na execução de políticas públicas. Em vez de uma relação burocrática e distante, o MROSC propõe cooperação, criando mecanismos que conciliam segurança jurídica com a valorização do papel da sociedade civil.
Mais de uma década após sua criação, o governo federal oficializa um novo capítulo dessa trajetória. Nesta terça-feira (10), o Conselho Nacional de Fomento e Colaboração (Confoco) realizou sua décima reunião ordinária no Palácio do Planalto e marcou o encontro com a entrega do Manual do MROSC, um guia prático e acessível para gestores e organizações. O evento contou com a presença do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, que destacou a retomada de uma agenda interrompida nos últimos anos. “Este manual é uma construção coletiva. Ele amplia a capacidade de ação do Estado, assegura transparência e fortalece a democracia participativa”, afirmou.
O manual não é apenas uma cartilha técnica, mas um documento estratégico. Ele traduz os princípios da lei em orientações objetivas e aplicáveis no cotidiano de órgãos públicos e organizações da sociedade civil. Além de detalhar normas, propõe uma mudança cultural: compreender que o Estado pode se tornar mais eficiente quando compartilha responsabilidades com atores sociais que estão próximos da realidade das comunidades.
Igor Ferrer, presidente do Confoco e diretor de Parcerias com a Sociedade Civil da Secretaria-Geral, ressaltou a relevância do material. “Essa é talvez a entrega mais importante já feita pela Secretaria-Geral nessa agenda. O manual induz boas práticas e fortalece políticas públicas em todo o país, não só no âmbito federal, mas também em estados e municípios”, disse. O documento será amplamente distribuído em bibliotecas, universidades, órgãos de controle, tribunais de contas e entidades do terceiro setor.

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Tomaz Silva/Agência Brasil

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A elaboração do manual foi resultado de um processo participativo. Coordenado pela Secretaria-Geral da Presidência, o texto passou por consulta pública e recebeu mais de 300 contribuições da sociedade civil. Além disso, a publicação tem caráter interministerial, assinada em conjunto pela Secretaria-Geral, pela Advocacia-Geral da União (AGU) e pelo Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI). Para Lais Vanessa Carvalho de Figueirêdo Lopes, vice-presidente do Confoco, essa construção coletiva simboliza a união de diferentes centros de poder em prol de um novo paradigma de parcerias.
Clarice Costa Calixto, procuradora-geral da União, destacou o alcance prático do material. Para ela, trata-se de um instrumento capaz de “revolucionar o modo como a administração pública lida, no dia a dia, com as parcerias firmadas com organizações da sociedade civil”. Já Cristina Kiomi Moro, secretária-executiva do MGI, enfatizou que o manual fortalece a implementação das políticas públicas, garantindo mais proximidade com a população e maior eficiência na execução de projetos sociais.
Além da entrega do manual, a reunião trouxe outro anúncio de impacto: a abertura de uma chamada pública inédita para formação em gestão de parcerias. O edital, previsto para ser publicado nos próximos dias, terá investimento de R$ 600 mil, com duração de 12 meses. O objetivo é capacitar gestores públicos e representantes de organizações para que dominem os instrumentos do MROSC e fortaleçam a execução conjunta de políticas sociais. “É a primeira vez que teremos um edital de formação pensado para governo e sociedade civil, lado a lado”, celebrou Ferrer.
O contexto atual torna o lançamento ainda mais relevante. O país atravessa um momento em que a confiança institucional precisa ser restaurada, e a participação social aparece como caminho para reconstruir pontes entre Estado e cidadãos. Nesse sentido, o Manual MROSC atua como peça-chave, não apenas para orientar tecnicamente, mas para reafirmar o valor da cooperação democrática.
Ao final da reunião, ficou evidente que o encontro no Planalto extrapolou a formalidade dos atos oficiais. Mais do que a entrega de um manual, o evento simbolizou um reposicionamento político: reconhecer que o Estado não pode agir sozinho e que sua força aumenta quando acolhe a sociedade civil como parceira. É a aposta em uma democracia que se constrói de forma compartilhada, onde gestores e organizações dividem responsabilidades e se unem para transformar realidades locais em avanços nacionais.
Com a publicação do Manual do MROSC e o lançamento da formação em gestão de parcerias, o governo Lula reforça a mensagem de que participação social não é ornamento democrático, mas eixo estruturante das políticas públicas. Em vez de barreira, a sociedade civil passa a ser ponte. E, nesse caminho, abre-se a possibilidade de um país mais transparente, inclusivo e capaz de responder aos desafios do presente.

Acesse o manual na íntegra aqui: https://revistaamazonia.com.br/wp-content/uploads/2025/09/manual-mrosc-2025-dpsc.pdf

COP30: governo abre credenciamento para delegação brasileira com participação da sociedade civil

O Brasil iniciou o processo de credenciamento para compor sua delegação oficial na COP30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas que será realizada em Belém (PA) entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025. Representantes de diferentes setores da sociedade poderão se inscrever até 30 de setembro, por meio do formulário disponível no Portal do Brasil Participativo. O anúncio reforça o compromisso do país em ampliar a representatividade social e política no maior evento climático do planeta.

Acesso à Zona Azul

Os selecionados terão acesso à chamada Zona Azul (ou Blue Zone), espaço sob responsabilidade da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), onde acontecem as negociações oficiais entre países, reuniões técnicas e eventos paralelos. É também nesse ambiente que se concentram os estandes de países e organizações, funcionando como uma espécie de feira internacional de iniciativas climáticas. O acesso às salas de negociação, contudo, é restrito a diplomatas, delegados designados e entidades credenciadas como observadoras.

Quem pode participar

O credenciamento está aberto a representantes de três setores distintos:

  • Setor privado: organizações empresariais ou associações representativas de setores produtivos;
  • Sociedade civil: organizações não governamentais (ONGs), movimentos sociais, coletivos, redes, povos e comunidades tradicionais, sindicatos e instituições acadêmicas;
  • Governos subnacionais: representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de estados, municípios e do Distrito Federal.

O credenciamento específico de povos indígenas será conduzido em paralelo pelo Ministério dos Povos Indígenas, por meio do ciclo CoParente. Já representantes dos poderes da União (Executivo, Legislativo e Judiciário em nível federal) não se enquadram neste processo.

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Fernando Frazão/Agência Brasil

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Prazos e etapas

As inscrições estão abertas de 12 a 30 de setembro, limitadas a uma candidatura por CPF. O resultado preliminar será divulgado na primeira quinzena de outubro. A etapa final de confirmação caberá diretamente à UNFCCC, que enviará instruções por e-mail para a retirada das credenciais.

Vale destacar que o acesso à Zona Verde, espaço de livre circulação para visitantes, não depende de processo de seleção. Esse ambiente é tradicionalmente voltado ao público em geral, exposições culturais e atividades paralelas promovidas por governos, empresas e organizações sociais.

Representatividade e justiça climática

O governo destaca que a abertura para inscrições reafirma a tradição brasileira de garantir participação social na composição de sua delegação oficial em conferências da ONU. A expectativa é que o grupo reflita a diversidade do país, contemplando setores econômicos, sociedade civil organizada e lideranças políticas, além de reforçar a mobilização em torno da justiça climática.

Com a COP30 sendo sediada pela primeira vez em Belém, no coração da Amazônia, o processo de credenciamento ganha contornos ainda mais simbólicos: dar voz às comunidades locais, aos povos tradicionais e aos diferentes atores sociais em um espaço que historicamente foi dominado por governos e diplomatas.

Próximos passos

Após a divulgação dos resultados em outubro, os selecionados terão de concluir o credenciamento junto à UNFCCC para receber a credencial que garante acesso à Zona Azul. Até lá, a expectativa é de intensa mobilização entre entidades civis, empresas e governos locais, que veem na COP30 uma oportunidade única de ampliar sua inserção na agenda climática internacional.

Com esse processo, o Brasil sinaliza que a COP30 não será apenas uma vitrine global para discutir o futuro da Amazônia, mas também um espaço de construção coletiva, onde sociedade civil, setor privado e governos subnacionais terão a chance de participar diretamente das decisões que moldarão o enfrentamento à crise climática.

 

5 Sinais de que seu cachorro está deprimido — E como agir antes que piore

Aquele olhar de alegria ao ver a guia, a agitação de rabo ao ouvir a chave na porta, o pedido de carinho com um empurrãozinho na mão. Essas são as cenas diárias que nos lembram da felicidade genuína de ter um cachorro. No entanto, o que acontece quando essa felicidade se esvai? A tristeza e a apatia, sentimentos que associamos a nós mesmos, podem afetar profundamente nossos companheiros caninos. Sim, cachorros podem ficar deprimidos, e essa condição, embora menos óbvia que em humanos, merece toda a nossa atenção. Ignorar os sinais de um cachorro deprimido não apenas afeta sua qualidade de vida, mas também pode levar a problemas de saúde mais sérios.

A depressão em cães não é uma invenção da nossa mente humanizada; é uma condição reconhecida por veterinários e especialistas em comportamento animal. As causas podem ser variadas: a perda de um companheiro (animal ou humano), a mudança de rotina ou de ambiente, a chegada de um novo membro à família (um bebê ou outro pet), ou até mesmo uma doença não diagnosticada. Identificar os sinais precocemente é o primeiro e mais importante passo para ajudá-lo a recuperar a alegria. Este artigo é um guia completo para que você possa reconhecer os sinais sutis e visíveis, entender o que está por trás do problema e, o mais importante, saber como agir para reverter a situação, trazendo de volta a energia e a felicidade para o seu lar.

688131c2753c9iStock-1326054280-400x267 5 Sinais de que seu cachorro está deprimido — E como agir antes que pioreLembre-se: seu papel como tutor é fundamental. A empatia, a paciência e a intervenção correta são os pilares para o tratamento da depressão em cães. Ao final da leitura, você terá um conhecimento sólido para se tornar um porto seguro para o seu cão, garantindo seu bem-estar emocional e físico.

Sinal 1: Mudanças no Apetite e no Peso

O primeiro sinal, e um dos mais fáceis de notar, é a alteração na relação do seu cão com a comida. Um cachorro deprimido pode subitamente perder o interesse pelo alimento, mesmo por aqueles petiscos que ele tanto adora. Em vez de devorar a ração como de costume, ele pode apenas bicar a comida ou se afastar da tigela. Essa redução do apetite, se mantida por dias, leva à perda de peso e à falta de nutrientes essenciais. A desnutrição, por sua vez, enfraquece o sistema imunológico e pode mascarar outras doenças subjacentes.

Por outro lado, em alguns casos raros, a depressão pode levar ao comportamento oposto: o aumento do apetite. Alguns cães podem usar a comida como uma forma de conforto, comendo em excesso e ganhando peso de forma repentina. Embora menos comum que a perda de apetite, essa mudança também merece atenção, pois o ganho de peso excessivo traz consigo uma série de outros problemas de saúde, como diabetes e problemas articulares.

O que fazer: Se você notar uma mudança significativa no apetite, a primeira medida é descartar problemas de saúde física. Marque uma consulta com o veterinário para um check-up completo. Se a saúde física estiver em ordem, considere o lado emocional. Tente tornar a hora da refeição mais interessante. Use comedouros interativos, adicione um pouco de alimento úmido à ração seca ou mude o local onde o cão se alimenta. A novidade pode ser um estímulo positivo.

Sinal 2: Perda de Interesse em Atividades Favoritas

Um dos indicadores mais claros de que algo não vai bem é a perda de interesse por atividades que o cão antes amava. A bolinha, o brinquedo favorito ou o passeio no parque que costumavam causar euforia agora são ignorados. O cão pode ficar deitado na cama o dia inteiro, mesmo quando você o convida para brincar. A energia que antes parecia inesgotável dá lugar a uma apatia profunda. Ele não levanta a cabeça para o carteiro, não abana o rabo ao ver um amigo e não corre para a porta para receber visitas.

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Essa falta de engajamento é um sinal de que o cão não está mais encontrando prazer nas coisas que o faziam feliz. Ele pode se isolar, preferindo ficar sozinho em um canto da casa em vez de participar das atividades da família. Essa desconexão social é um dos sinais de cachorro deprimido mais fáceis de identificar, especialmente se você já conhece a personalidade vibrante do seu pet.

O que fazer: A chave é a paciência e a persistência. Não force a brincadeira, mas ofereça oportunidades. Sente-se ao lado dele, converse em tom calmo, faça um carinho suave. Comece com atividades de baixa intensidade, como um curto passeio no quarteirão, e aumente gradualmente. Tente introduzir novos brinquedos ou desafios, como um “caça ao tesouro” com petiscos pela casa. O objetivo é reativar a curiosidade e o desejo de explorar. Lembre-se, o American Kennel Club destaca a importância da rotina e do estímulo mental para a saúde emocional dos cão.

Sinal 3: Excesso de Sono ou Letargia

Cachorros dormem bastante, e isso é normal. A média diária pode variar de 12 a 14 horas, dependendo da idade, raça e nível de atividade. No entanto, se você notar que seu cão está dormindo muito mais que o habitual, ou se ele parece estar em um estado de letargia, mesmo quando acordado, isso é um sinal de alerta. A letargia se manifesta como uma falta de energia crônica, onde o cão se move devagar, parece pesado e não tem motivação para se levantar.

Essa letargia pode ser um sintoma de um problema físico, como dor nas articulações ou uma infecção. A dor crônica pode desmotivar o cão a se mover e interagir. Se a causa física for descartada, a letargia pode ser uma manifestação direta da depressão, onde o cão simplesmente não tem energia psicológica para se engajar no mundo ao seu redor.

O que fazer: Novamente, a visita ao veterinário é o ponto de partida. Realize exames para descartar doenças como anemia, problemas na tireoide ou outras condições que causam cansaço. Se for um caso de depressão, tente criar uma rotina mais ativa e estimulante. Aumente o número de passeios, faça exercícios mais intensos (se ele permitir) e dedique mais tempo a brincadeiras interativas que o motivem a se mover. A atividade física libera endorfinas, que são hormônios naturais da felicidade.

Sinal 4: Mudanças na Rotina de Sono e Hábitos de Higiene

Além de dormir em excesso, a depressão pode afetar a qualidade do sono do seu cão. Ele pode acordar frequentemente durante a noite, ter dificuldade para dormir ou até mesmo começar a dormir em locais incomuns, como debaixo da cama ou em um canto isolado da casa, em vez de seu local habitual e confortável. Essa mudança de padrão de sono é um reflexo do seu estado de espírito alterado.

Outro sinal sutil, mas importante, é a mudança nos hábitos de higiene. Um cachorro deprimido pode perder o interesse em se lamber ou se coçar, resultando em uma pelagem opaca ou emaranhada. Por outro lado, o cão pode desenvolver comportamentos de auto-lamber em excesso, lambendo suas patas compulsivamente até causar irritação ou feridas. Esse comportamento é uma forma de liberar o estresse e a ansiedade.

O que fazer: Se o padrão de sono mudar, certifique-se de que o ambiente de sono seja o mais confortável e tranquilo possível. Para o comportamento de auto-lamber, procure um veterinário para descartar alergias ou outros problemas de pele. O ASPCA (Sociedade Americana para a Prevenção da Crueldade a Animais) sugere que o enriquecimento ambiental pode ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade. Ofereça brinquedos de mastigar, ossos e brinquedos que liberam petiscos, mantendo-o mentalmente ocupado. Escovar o pelo do seu cão regularmente não só ajuda na higiene, mas também é um momento de conexão e carinho.

Sinal 5: Comportamentos Destrutivos ou Ansiedade de Separação

A depressão e a ansiedade estão frequentemente interligadas. Um cachorro deprimido que se sente inseguro ou estressado com a situação pode desenvolver comportamentos destrutivos, como roer móveis, sapatos ou objetos da casa, algo que ele nunca fez antes. Essa destruição não é uma “birra”, mas sim uma manifestação de seu desconforto emocional. O cão pode estar tentando aliviar a frustração e a energia reprimida.

A depressão também pode piorar ou desencadear a ansiedade de separação. Quando você sai de casa, o cão deprimido pode manifestar sua angústia com latidos excessivos, uivos ou fazendo xixi e cocô em locais inadequados. Ele pode se sentir sozinho e desesperançoso, e a sua ausência amplifica esses sentimentos.

O que fazer: É fundamental não punir o cão por esses comportamentos. A punição só piorará a ansiedade e o medo. Em vez disso, concentre-se em reforçar comportamentos positivos. Passe mais tempo de qualidade com seu cão, mas ensine-o a lidar com a sua ausência gradualmente. Comece com saídas curtas de cinco minutos e aumente o tempo aos poucos. Deixe brinquedos interativos e roupas com seu cheiro para que ele se sinta mais seguro. A intervenção de um adestrador ou terapeuta comportamental pode ser extremamente útil para lidar com a ansiedade de separação e outros comportamentos destrutivos.

Como Tratar a Depressão Canina: O Caminho para a Recuperação

Reconhecer os sinais é apenas o começo. O tratamento para depressão em cães exige uma abordagem multifacetada, combinando cuidados emocionais, ambientais e, em alguns casos, médicos.

  • Enriquecimento Ambiental: Torne o ambiente do seu cão mais interessante e estimulante. Adicione novos brinquedos, troque-os regularmente para manter o interesse, use quebra-cabeças de comida e crie áreas de exploração no quintal.
  • Exercícios Físicos e Mentais: A atividade física é um dos melhores antídotos para a depressão. Passeios mais longos, corridas, natação ou brincadeiras de busca ajudam a liberar energia e a estimular o bem-estar. Não se esqueça da estimulação mental: treinos de obediência, aprender novos truques ou brincadeiras de faro mantêm a mente do cão ativa e engajada.
  • Tempo de Qualidade: A sua presença e o seu afeto são insubstituíveis. Dedique tempo para interagir com o seu cão, seja com um carinho no sofá, uma conversa calma ou um momento de escovação. A sua atenção reforça a segurança e o vínculo entre vocês.
  • Rotina Consistente: Cães se sentem mais seguros e confortáveis com uma rotina previsível. Mantenha os horários de alimentação, passeios e brincadeiras o mais consistentes possível para reduzir a ansiedade e a incerteza.
  • Considere um Novo Companheiro: Em alguns casos de luto, a chegada de um novo cão pode ajudar a preencher o vazio e oferecer uma nova companhia para brincadeiras. No entanto, essa é uma decisão que deve ser ponderada com cuidado, pois um novo animal pode causar mais estresse. Consulte um profissional antes de tomar essa decisão.
  • Ajuda Profissional: Se os sinais de depressão persistirem, não hesite em procurar ajuda. Um veterinário, um especialista em comportamento animal ou um adestrador podem oferecer orientações personalizadas e, em casos mais graves, prescrever medicamentos que podem ajudar no tratamento da depressão em cães, como antidepressivos de uso veterinário, sempre com acompanhamento.

O Amor e a Paciência São a Chave

A depressão canina é uma condição séria, mas com a sua atenção, paciência e amor, a recuperação é totalmente possível. Ao reconhecer os sinais de um cachorro deprimido, você mostra que está atento às necessidades emocionais do seu melhor amigo. A intervenção precoce é a sua maior aliada. Lembre-se, o objetivo não é apenas tratar uma doença, mas restaurar a alegria de viver do seu cão. Ele confia em você para isso. Seu amor e dedicação são os melhores remédios para o coração e a mente do seu companheiro de quatro patas.

 

Vale entre expansão e turbulência interna: nova licença em Carajás e saída de executiva reacendem debates

O que é o Projeto Serra Sul +20 Mtpa

O Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (MROSC) surgiu em 2014 com a aprovação da Lei nº 13.019. Seu objetivo foi estabelecer um regime jurídico claro e transparente para a relação entre governo e entidades do terceiro setor, promovendo mais confiança, autonomia e eficiência na execução de políticas públicas. Em vez de uma relação burocrática e distante, o MROSC propõe cooperação, criando mecanismos que conciliam segurança jurídica com a valorização do papel da sociedade civil.

Mais de uma década após sua criação, o governo federal oficializa um novo capítulo dessa trajetória. Nesta terça-feira (10), o Conselho Nacional de Fomento e Colaboração (Confoco) realizou sua décima reunião ordinária no Palácio do Planalto e marcou o encontro com a entrega do Manual do MROSC, um guia prático e acessível para gestores e organizações. O evento contou com a presença do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, que destacou a retomada de uma agenda interrompida nos últimos anos. “Este manual é uma construção coletiva. Ele amplia a capacidade de ação do Estado, assegura transparência e fortalece a democracia participativa”, afirmou.

Expansão da Vale em Carajás

A licença concedida pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) dá luz verde para a etapa decisiva do Serra Sul +20 Mtpa, projeto avaliado em US$ 2,8 bilhões. Segundo a mineradora, 57% do orçamento já foi executado e o progresso físico alcança 77%. O cronograma prevê início do comissionamento no segundo semestre de 2026.

Localizada no Sistema Norte, a mina S11D é considerada uma das maiores operações de minério de ferro do mundo e peça central da estratégia de exportação da Vale. A expansão prevê abertura de novas áreas de lavra, instalação de um britador semimóvel, duplicação da correia transportadora de longa distância e implantação de novas linhas de processamento.

O anúncio reforça a posição do Brasil como protagonista no mercado internacional de minério de ferro, num momento em que a demanda global oscila com a desaceleração da China, mas mantém relevância estratégica no abastecimento de indústrias siderúrgicas. Para a Vale, o projeto é também uma resposta ao mercado, que pressiona por ganhos de eficiência e estabilidade após anos marcados por crises ambientais e reputacionais.

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Divulgação

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Polêmica sobre diversidade e saída de executiva

Enquanto celebra avanços operacionais, a mineradora enfrenta desgaste na área de gestão de pessoas. Catia Porto, contratada em dezembro de 2024 após a chegada de Gustavo Pimenta à presidência, deixou a vice-presidência executiva de Pessoas menos de um ano após assumir o cargo. O nome da executiva já não aparece na página de lideranças da empresa, e a Vale não comentou oficialmente a saída.

A passagem de Porto pela mineradora foi marcada por controvérsia. Em postagens nas redes sociais, a executiva afirmou que a chamada cultura “woke” estaria perdendo espaço nas empresas, em referência a políticas de diversidade, equidade e inclusão. Para ela, haveria uma substituição dessas práticas por um foco em mérito, desempenho e habilidades intelectuais. As declarações geraram repercussão negativa e foram posteriormente apagadas.

O termo “woke”, originalmente ligado a movimentos antirracistas e de justiça social nos Estados Unidos, tornou-se rótulo pejorativo usado em críticas a políticas afirmativas e corporativas de inclusão. A repercussão expôs tensões internas sobre como a mineradora deve lidar com diversidade num cenário global em que investidores, governos e a própria sociedade cobram posturas mais consistentes.

Desafios de governança e imagem corporativa

A coincidência temporal entre a licença de Carajás e a saída da executiva lança luz sobre a encruzilhada da Vale. De um lado, a companhia busca se consolidar como líder global no fornecimento de minério de ferro, com investimentos bilionários e operações cada vez mais robustas. De outro, ainda carrega o peso das tragédias de Mariana e Brumadinho e precisa mostrar que aprendeu com os erros, não apenas na engenharia e na gestão ambiental, mas também no cuidado com pessoas, cultura corporativa e reputação internacional.

A empresa aposta no Serra Sul +20 Mtpa para garantir receita e competitividade nos próximos anos. Mas, em paralelo, precisa reconstruir a confiança de acionistas e sociedade em sua governança. A saída de Catia Porto, ainda que silenciosa, sugere que o caminho para conciliar crescimento econômico e valores sociais segue sendo um dos maiores desafios da mineradora.

Assim, os acontecimentos desta semana não podem ser vistos de forma isolada. Eles se complementam na narrativa de uma empresa que, ao mesmo tempo em que expande suas fronteiras geográficas e produtivas, é pressionada a redefinir seus limites éticos e culturais.

Florestas em Pedaços: Como a Fragmentação Silenciosa Está Redesenhando o Planeta

A ideia de floresta costuma evocar imagens de continuidade: uma imensidão verde que se estende sem interrupções, conectando árvores, rios, animais e populações humanas em uma trama viva. No entanto, a realidade que se desenha nas últimas duas décadas é mais fraturada e menos harmoniosa. Entre 2000 e 2020, mais da metade das florestas do mundo tornou-se mais fragmentada, um processo menos visível que o desmatamento puro e simples, mas igualmente devastador.

Esse fenômeno da fragmentação não se limita a uma contagem de hectares derrubados. Trata-se de uma transformação estrutural da paisagem. Florestas outrora contínuas se quebram em pedaços menores, separados por áreas agrícolas, pastagens, estradas ou assentamentos humanos. O resultado? Ecossistemas cada vez mais isolados, populações de espécies encurraladas em territórios diminutos e uma conectividade ecológica que se esvai como água entre os dedos.

O estudo conduzido por Zou e colaboradores, baseado em imagens de satélite, trouxe clareza numérica ao que ecólogos já suspeitavam: a perda de conectividade está avançando em ritmo alarmante. Não é exagero dizer que a fragmentação é uma forma silenciosa de degradação, menos espetacular que a derrubada de uma floresta inteira, mas talvez mais traiçoeira porque mina os alicerces que mantêm os ecossistemas vivos.

A diferença entre perder árvores e perder continuidade

Durante anos, avaliações globais da saúde das florestas confiaram em métricas estruturais: tamanho médio dos fragmentos, número de manchas de vegetação, extensão total de cobertura. Esses indicadores oferecem uma fotografia parcial, útil, mas insuficiente. A novidade do trabalho de Zou et al. foi olhar para a conectividade, ou seja, a capacidade de diferentes fragmentos funcionarem como um conjunto.

Pense em uma floresta como uma cidade. Não basta saber quantos bairros existem e qual sua população; é preciso saber se há ruas e transportes ligando essas áreas, permitindo que as pessoas circulem, trabalhem, se encontrem. Quando uma floresta perde essa rede invisível, ainda que seus “bairros” permaneçam de pé, ela perde vitalidade. Espécies não conseguem migrar, sementes não encontram novos solos, predadores e presas deixam de se equilibrar. O ecossistema entra em colapso silencioso.

Os números são contundentes. Entre 51% e 67% das florestas do planeta ficaram mais fragmentadas em vinte anos. Nas tropicais, que concentram a maior diversidade de vida da Terra, a situação é ainda mais grave: de 58% a 80% sofreram esse processo. É quase o dobro das estimativas anteriores, que olhavam apenas para a estrutura. Isso significa que a degradação está mais disseminada do que se imaginava.

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O que significa viver em pedaços

Quando uma floresta se divide em pequenas manchas, não se trata apenas de reduzir espaço físico. As bordas se multiplicam, e com elas vêm alterações microclimáticas: mais vento, mais luz direta, menos umidade. Espécies que dependem de sombra contínua desaparecem. Animais que precisam de territórios vastos, como onças ou elefantes, não encontram mais espaço para sobreviver. A dinâmica de polinização se altera, assim como a dispersão de sementes.

Esse processo cria uma espécie de “ilha ecológica”. Cada fragmento torna-se um mundo reduzido, incapaz de manter, sozinho, a complexidade que uma floresta precisa para se autorregular. Com o tempo, essas ilhas vão perdendo diversidade genética, tornando-se vulneráveis a doenças, incêndios ou simples eventos climáticos extremos.

Nas regiões tropicais, onde muitas espécies têm áreas de distribuição restrita e são altamente especializadas, o efeito é devastador. Uma ave que depende de uma rota contínua de árvores frutíferas pode simplesmente não conseguir cruzar um campo aberto. Uma população de primatas, isolada em um fragmento pequeno, vê sua viabilidade genética se esgotar em poucas gerações.

Agricultura, madeira e a mão humana

O motor principal desse processo não é segredo: a conversão de terras. A expansão agrícola, a pecuária intensiva, a extração de madeira e a abertura de estradas atuam como lâminas que cortam a continuidade florestal. Cada novo campo de soja, cada pastagem, cada estrada de transporte cria barreiras quase intransponíveis para a fauna.

Curiosamente, é a própria atividade humana que oferece pistas de reversão. O estudo mostrou que áreas tropicais sob proteção formal conseguiram reduzir a fragmentação em até 82%. Esse dado revela um paradoxo: se a mão humana é a principal responsável pela degradação, também pode ser a força que inverte a tendência, desde que haja vontade política, fiscalização efetiva e envolvimento comunitário.

Grande parte do debate ambiental se concentra na perda total de florestas, medida em hectares derrubados. Isso gera manchetes fortes e números fáceis de entender. Mas a fragmentação mostra que mesmo onde árvores permanecem de pé, a floresta pode estar doente. Trata-se de uma degradação invisível, que corrói por dentro.

Essa constatação tem implicações profundas. Países que anunciam quedas no desmatamento podem, ainda assim, estar permitindo uma erosão silenciosa de seus ecossistemas. Áreas protegidas mal conectadas podem virar enclaves isolados, incapazes de sustentar processos ecológicos de largo alcance.

O desafio civilizacional

A fragmentação não é apenas um problema ecológico; é também um dilema social e econômico. Florestas fragmentadas oferecem menos serviços ecossistêmicos: regulam pior o clima, armazenam menos carbono, protegem menos os mananciais de água. Populações humanas que dependem dessas funções — especialmente em países tropicais — ficam mais expostas a crises.

Os autores do estudo, ao evidenciar a gravidade do problema, sugerem um caminho que vai além do simples “parar de derrubar árvores”. É preciso pensar em restauração de conectividade. Corredores ecológicos, manejo sustentável da terra, incentivo à regeneração natural e, sobretudo, políticas públicas que integrem conservação e desenvolvimento.

Aqui entra um ponto delicado: como conciliar produção agrícola, base da economia de tantos países, com a necessidade de manter paisagens conectadas? A resposta talvez esteja em sistemas produtivos integrados, agroflorestas e práticas que não tratem a floresta como inimiga, mas como aliada.

Vale a pena abrir uma breve digressão. A fragmentação das florestas ecoa, de certo modo, a fragmentação das próprias sociedades humanas. Assim como árvores isoladas perdem força, comunidades desconectadas se tornam mais frágeis. Da mesma forma que corredores ecológicos mantêm o fluxo de vida, corredores de diálogo e cooperação mantêm a vitalidade de culturas e economias. Pensar a fragmentação apenas como fenômeno ecológico talvez seja reduzir sua dimensão simbólica.

Entre 2000 e 2020, o planeta assistiu a uma mudança silenciosa: suas florestas ficaram mais quebradas, mais isoladas, menos capazes de sustentar a vida em plenitude. Essa constatação não deve levar ao desânimo, mas à consciência. Os dados mostram que políticas de proteção funcionam, que a fragmentação pode ser revertida.

A questão central, então, é política e ética. Queremos florestas vivas, contínuas e conectadas, ou aceitaremos um mosaico de pedaços frágeis, incapazes de sustentar a biodiversidade que herdamos? A resposta não virá de métricas sozinhas, mas de escolhas coletivas, que tratem a conectividade ecológica como prioridade e entendam que dela depende, em última instância, a própria continuidade da vida humana.

As florestas estão em pedaços, mas ainda podem ser costuradas. O tempo, porém, não joga a nosso favor.

Rottweiler: entenda 5 verdades que só quem convive com essa raça precisa conhecer

Quem já dividiu a casa com um Rottweiler sabe: ele é muito mais do que a fama de cão bravo costuma sugerir. Esse gigante de olhar intenso carrega uma mistura única de força, lealdade e sensibilidade que surpreende até os donos mais experientes. No entanto, só quem realmente convive com ele entende na prática as verdades que definem a rotina ao lado dessa raça poderosa.

Rottweiler: uma raça cercada de mitos e realidades

O Rottweiler é frequentemente descrito como um cão de guarda temido, mas a convivência diária revela camadas que vão além da aparência robusta. Esses cães são inteligentes, exigentes em estímulos físicos e mentais, e profundamente conectados à família. Porém, essa mesma intensidade que encanta também exige responsabilidade. Criadores experientes costumam dizer que um Rottweiler nunca é apenas um “pet de quintal”: ele é um companheiro que precisa de interação constante e limites claros.

Verdade 1: energia que precisa ser canalizada

O Rottweiler é dono de uma energia quase inesgotável. Quem convive com ele sabe que longas caminhadas, brincadeiras de busca e até treinamentos esportivos são parte do dia a dia. Ignorar essa necessidade pode resultar em comportamentos destrutivos dentro de casa. Sofás rasgados, buracos no jardim e até portas arranhadas são relatos comuns de donos que não oferecem a dose de exercício adequada. Cuidar de um Rottweiler é, inevitavelmente, um convite para ter uma vida mais ativa.

Verdade 2: obediência não vem sozinha

Apesar de inteligente, essa raça não é do tipo que obedece cegamente. O Rottweiler gosta de testar limites, principalmente na fase jovem. Por isso, adestramento precoce e socialização são fundamentais. Não basta ensinar comandos básicos; é preciso consistência, paciência e, acima de tudo, firmeza sem agressividade. Donos experientes contam que, quando bem conduzidos, esses cães se transformam em parceiros extremamente disciplinados e atentos.

Verdade 3: apego intenso à família

Ao contrário da imagem de cão durão, o Rottweiler desenvolve um apego quase exagerado aos tutores. Ele não gosta de ficar sozinho por muito tempo e pode apresentar ansiedade de separação. Muitos donos relatam que o cão os segue de cômodo em cômodo, deita aos pés da cama e até demonstra “ciúmes” quando percebe a atenção dividida com outros animais. Esse vínculo profundo reforça a ideia de que o Rottweiler é mais do que protetor: ele é um membro sensível da família.

Verdade 4: instinto protetor aflorado

Esse é um ponto que exige responsabilidade máxima. O Rottweiler tem um instinto natural de guarda, e isso significa que ele reage rapidamente a situações que considera ameaçadoras. Comportamentos como latir forte diante de desconhecidos ou se colocar à frente do dono em passeios são comuns. Essa característica pode ser valiosa, mas também perigosa se não for bem direcionada. A chave está em equilibrar a socialização com a firmeza no comando, evitando que o instinto se torne agressividade descontrolada.

Verdade 5: sensibilidade além da aparência

A última verdade surpreende muitos: por trás da cara séria e da musculatura imponente, o Rottweiler é extremamente sensível ao tom de voz e às emoções humanas. Ele percebe quando o dono está triste, nervoso ou alegre, e reage de acordo. Essa sensibilidade faz com que a relação seja ainda mais intensa, mas também significa que métodos agressivos de adestramento podem traumatizá-lo profundamente. O equilíbrio entre firmeza e carinho é o que garante um convívio harmonioso.

O desafio de viver com um gigante

Conviver com um Rottweiler é um desafio que envolve tanto preparo físico quanto mental. Ele não se adapta a qualquer ambiente: precisa de espaço, rotina de exercícios e donos comprometidos. Ao mesmo tempo, quem aceita esse desafio descobre um companheiro fiel, protetor e cheio de personalidade. Não é um cão para todos, mas para os que se conectam, é um laço quase inquebrável.

Por que escolher (ou não) um Rottweiler

Essa é uma das decisões mais importantes: entender se você realmente está preparado para a intensidade da raça. Mais do que força, o Rottweiler exige tempo, paciência e dedicação. Ele pode ser dócil com crianças, conviver bem com outros animais e ser um excelente guardião, mas tudo isso depende da forma como é criado. Não é apenas sobre ter um cão bonito e imponente, mas sobre assumir o compromisso de educar, socializar e dedicar energia.

Viver ao lado de um Rottweiler é abraçar uma rotina de descobertas e responsabilidades. Só quem passa por isso entende que, atrás da imagem de cão intimidador, existe um amigo leal, sensível e surpreendentemente carinhoso. E é justamente esse contraste entre força e delicadeza que faz com que tantos donos se apaixonem pela raça e jamais a troquem por outra.

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Essa técnica de poda pode triplicar a produção de limão no quintal

Ter um limoeiro no quintal é um privilégio. O perfume das flores, a sombra fresca e, claro, a promessa de limões frescos sempre à mão. Mas, para muitos, a realidade é um pé de limão que cresce vigoroso, cheio de folhas, mas com uma produção de frutos decepcionante. Se você se identifica com essa situação, saiba que a solução pode estar em suas mãos, ou melhor, na sua tesoura de poda. Uma poda de limoeiro bem executada não é apenas um cuidado estético; é uma técnica agrícola poderosa, capaz de transformar uma árvore ornamental em uma verdadeira máquina de produzir frutos.

Muitos cultivadores amadores têm receio de podar, com medo de “machucar” a planta. No entanto, a verdade é o oposto. A poda correta direciona a energia da planta, que antes era gasta em galhos excessivos e folhas sombreadas, diretamente para o que mais importa: a produção de flores e frutos. Neste tutorial completo e humanizado, vamos desmistificar esse processo. Você aprenderá não apenas a podar, mas a “esculpir” seu limoeiro para a máxima produtividade, entendendo a lógica por trás de cada corte. Prepare suas ferramentas e sua vontade de aprender, pois vamos guiá-lo passo a passo em como aumentar a produção de limão de forma surpreendente.

Por Que a Poda é o Segredo para um Limoeiro Carregado?

Antes de colocar a mão na massa, é fundamental entender a ciência por trás da poda. Um limoeiro, como qualquer outra planta, busca crescer e se expandir. Sem intervenção, ele cria uma copa densa, cheia de galhos que competem entre si por luz, água e nutrientes. O resultado? Muitos galhos fracos e poucos frutos de qualidade.DSC02170-400x210 Essa técnica de poda pode triplicar a  produção de limão no quintal

A poda estratégica interfere nesse processo natural de forma benéfica, com três objetivos principais:

  • Otimização da Luz Solar: Frutos de citros precisam de sol para se desenvolverem e acumularem açúcares. Uma copa muito densa cria áreas de sombra interna, impedindo que a luz chegue aos ramos inferiores e centrais. A poda abre “janelas” na copa, permitindo que o sol penetre e energize toda a estrutura da planta.
  • Melhora da Circulação de Ar: Um emaranhado de galhos e folhas retém umidade, criando o ambiente perfeito para a proliferação de fungos e pragas, como a cochonilha e o pulgão. Ao abrir a copa, você permite que o vento circule livremente, secando as folhas mais rápido e dificultando a vida desses inimigos do seu pomar.
  • Direcionamento de Energia: A planta possui uma quantidade finita de energia (seiva). Se essa energia é distribuída entre dezenas de galhos ladrões (que não produzem frutos), ramos doentes e folhas em excesso, sobra pouco para a frutificação. A poda elimina esses “ralos” de energia, concentrando toda a força da planta na produção de limões maiores, mais suculentos e em maior quantidade.

Como afirma a Embrapa Mandioca e Fruticultura, uma referência em citricultura no Brasil, o manejo adequado da copa é um dos pilares para a alta produtividade e longevidade dos pomares de citros.

A Hora Certa: Quando Realizar a Poda do Limoeiro?

O “timing” é crucial. Podar na época errada pode estressar a planta e até mesmo reduzir a safra seguinte. Para a maioria das regiões do Brasil, a melhor época para a poda principal é no final do inverno ou início da primavera.

Existem duas razões para isso:

  1. Metabolismo Lento: No inverno, a planta está em um estado de dormência relativa, com menor atividade metabólica. A poda nesse período é menos traumática, pois a perda de seiva é menor e a planta se recupera mais facilmente.
  2. Estímulo à Brotação: Ao podar logo antes da primavera, você remove os ramos indesejados e, com a chegada dos dias mais quentes e longos, a planta responde com uma explosão de novos brotos, muitos dos quais serão ramos produtivos que florescerão na mesma estação.

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Evite podas drásticas durante o pico do verão, pois os cortes podem sofrer com a insolação direta, e também em períodos de geada, pois o frio intenso pode queimar os tecidos recém-cortados e expostos. Pequenas podas de limpeza, para remover um galho seco ou doente, podem ser feitas em qualquer época do ano.

Ferramentas do Ofício: O Arsenal Necessário

Usar a ferramenta certa não é um luxo, é uma necessidade. Ferramentas inadequadas ou cegas podem “mastigar” os galhos em vez de cortá-los, criando feridas difíceis de cicatrizar e que se tornam portas de entrada para doenças. Seu kit básico deve incluir:

  • Tesoura de Poda (Bypass): Essencial para galhos mais finos (até 2 cm de diâmetro). O modelo “bypass” possui duas lâminas curvas que se cruzam, proporcionando um corte limpo e preciso.
  • Tesourão de Poda (cabo longo): Perfeito para galhos um pouco mais grossos e para alcançar partes mais altas da copa sem precisar de uma escada.
  • Serrote de Poda: Indispensável para galhos com mais de 3 cm de diâmetro. Prefira os modelos com lâmina curva, que facilitam o corte em locais de difícil acesso.
  • Luvas de Jardinagem: Limoeiros possuem espinhos. Proteja suas mãos com luvas de couro ou material resistente.
  • Álcool 70% ou Água Sanitária: A esterilização das ferramentas é um passo não negociável. Limpe as lâminas antes de começar e entre a poda de uma planta e outra para não transmitir doenças.

O Tutorial Definitivo: Passo a Passo da Poda para Frutificação

Vamos dividir a poda em três tipos principais, que podem ser feitos na mesma sessão: Poda de Limpeza, Poda de Abertura (ou Raleamento) e Poda de Encurtamento.

Passo 1: A Poda de Limpeza – A Faxina Geral

Este é o ponto de partida. O objetivo é remover tudo que está morto, doente ou atrapalhando. Olhe atentamente para sua árvore e procure por:

  • Galhos Secos e Mortos: São fáceis de identificar pela cor marrom/acinzentada e pela ausência de folhas. Eles não produzem e podem abrigar pragas. Corte-os rente ao galho principal de onde partem.
  • Galhos Doentes ou Danificados: Procure por galhos com manchas, casca rachada ou sinais de ataque de pragas. A remoção impede que o problema se espalhe.
  • Ramos Ladrões: São brotos extremamente vigorosos que crescem na vertical, geralmente a partir da base do tronco (abaixo do enxerto) ou nos galhos principais. Eles “roubam” uma quantidade enorme de energia da planta e raramente produzem frutos. Devem ser eliminados pela base.

Passo 2: A Poda de Abertura da Copa – Deixando o Sol Entrar

Com a árvore “limpa”, o próximo objetivo é abrir a copa para melhorar a ventilação e a insolação. A ideia é criar um formato de taça, com o centro mais livre.

  • Remova os Galhos que Crescem para Dentro: Identifique os ramos que, em vez de se projetarem para fora, estão crescendo em direção ao centro da árvore. Eles congestionam a copa e sombreiam outras partes.
  • Elimine os Galhos que se Cruzam: Quando dois galhos se tocam ou se cruzam, eles acabam se ferindo com o atrito do vento. Isso cria portas de entrada para doenças. Escolha o galho mais bem posicionado e remova o outro.
  • Raleie os Galhos em Excesso: Olhe para um ramo principal. Se houver vários galhos secundários saindo do mesmo ponto e competindo por espaço, escolha os 2 ou 3 mais fortes e bem distribuídos e remova os demais.

O objetivo aqui não é remover uma grande quantidade de massa foliar, mas sim criar uma estrutura mais organizada e arejada. Dê um passo para trás e observe a árvore de longe. A luz do sol deve ser capaz de filtrar através da copa e chegar até os galhos mais baixos.

Passo 3: A Poda de Encurtamento e Direcionamento

Este é o toque final, que visa controlar o tamanho da planta e estimular novas brotações produtivas.

  • Encurte os “Galhos-Ponteiro”: São aqueles galhos muito longos que crescem nas extremidades da copa. Ao cortar cerca de um terço do seu comprimento, você incentiva a ramificação lateral, criando mais pontos para a futura produção de frutos.
  • Faça o Corte Acima de uma Gema Externa: Ao encurtar um galho, observe as pequenas gemas (ou “olhos”) ao longo dele. Faça o corte em bisel (diagonal), cerca de 1 cm acima de uma gema que esteja apontando para fora da copa. Isso direcionará o novo broto a crescer na direção desejada.

Para um aprofundamento visual sobre as técnicas de corte, a Royal Horticultural Society oferece guias detalhados que podem complementar este aprendizado.

Cuidados Pós-Poda: O Caminho para a Recuperação e a Superprodução

A poda é uma cirurgia para a planta. E, como em qualquer cirurgia, os cuidados pós-operatórios são fundamentais para uma recuperação rápida e para colher os frutos do seu trabalho (literalmente!).

1. Adubação Estratégica

Após a poda, a planta precisará de nutrientes para cicatrizar os cortes e investir na nova brotação. É o momento ideal para uma adubação rica e balanceada. Utilize adubos orgânicos, como esterco de galinha bem curtido ou húmus de minhoca, espalhando-os na projeção da copa (nunca junto ao tronco). Complemente com um fertilizante rico em Fósforo (P) e Potássio (K), minerais essenciais para a floração e frutificação. Uma boa opção são as farinhas de osso e de cinzas.

2. Rega Consciente

Mantenha o solo úmido, mas nunca encharcado. A rega regular ajuda a planta a transportar os nutrientes do solo para as folhas e novos brotos. A frequência ideal dependerá do clima da sua região, mas a regra de ouro é tocar o solo: se os primeiros 5 cm estiverem secos, é hora de regar.

3. Pasta Cicatrizante (Opcional)

Para cortes em galhos mais grossos (acima de 4 cm de diâmetro), a aplicação de uma pasta cicatrizante pode ser benéfica. Ela protege a ferida exposta contra a entrada de fungos e umidade. Você pode comprar pastas prontas ou fazer uma caseira com argila e água.

A Poda Como um Diálogo com a Planta

Realizar a poda do limoeiro é muito mais do que um simples ato de cortar galhos. É um diálogo com a sua árvore. Ao remover o que é desnecessário, você está enviando uma mensagem clara: “concentre sua força na produção de frutos”. Com o tempo e a prática, você aprenderá a ler as necessidades da sua planta, identificando com facilidade os ramos que precisam ser removidos e aqueles que prometem uma colheita abundante.

Não tenha medo de começar. Siga este tutorial, use as ferramentas certas e, acima de tudo, seja paciente. A resposta do seu limoeiro não será imediata, mas na próxima estação, quando você vir os galhos se enchendo de flores e, depois, de limões grandes e saudáveis, entenderá o poder transformador de uma poda bem-feita. Você terá a certeza de que o segredo para como aumentar a produção de limão estava, o tempo todo, em suas mãos.

Brasil discute restauração de ecossistemas rumo à COP30

O Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS) reuniu especialistas, representantes de governos, setor financeiro, academia e sociedade civil em um encontro no Rio de Janeiro para discutir a restauração de ecossistemas como resposta integrada às crises globais. O evento, realizado em 29 de agosto e intitulado “Restauração de Ecossistemas para os Desafios Globais da Rio-92: Integrando Clima (UNFCCC), Biodiversidade (CDB) e Degradação da Terra (UNCCD)”, fez parte da programação da Rio Climate Action Week e antecipou debates centrais da COP30, marcada para novembro em Belém (PA).

Na abertura, a diretora executiva do IIS, Agnieszka Latawiec, também professora do Departamento de Geografia e Meio Ambiente da PUC-Rio, destacou a interdependência dos desafios ambientais. Para ela, restauração não é apenas um compromisso ecológico, mas uma estratégia que articula ciência, governança e inclusão social. “Desde a Rio-92 sabemos que clima, biodiversidade e degradação estão conectados. A restauração permite integrar agendas e transformar conhecimento em impacto concreto”, afirmou.

O cofundador do IIS e professor da PUC-Rio, Bernardo Strassburg, reforçou o papel estratégico do Brasil. Com a maior biodiversidade do planeta, grandes áreas degradadas aptas à recuperação e uma comunidade científica ativa, o país teria condições de liderar um movimento global de restauração. Para ele, a base desse processo precisa ser ciência aliada à inclusão social.

Já o diretor do Departamento de Geografia e Meio Ambiente da PUC-Rio, Glaucio Marafon, ressaltou a importância do ordenamento territorial. Políticas de restauração e conservação, segundo ele, só produzem resultados efetivos se estiverem conectadas à gestão adequada do uso da terra.

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Reprodução

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Soluções práticas e experiências locais

O primeiro painel abordou a restauração como elo entre clima, biodiversidade e combate à degradação. A subsecretária de Estado do Ambiente e Sustentabilidade do Rio de Janeiro, Marie Ikemoto, apresentou a meta estadual de ampliar a cobertura florestal de 33% para 40% até 2050, o que representa restaurar 440 mil hectares. Ferramentas como o programa Olho no Verde, que utiliza imagens de satélite para monitorar desmatamento e regeneração, buscam apoiar essa ambição.

Nicholas Locke, presidente da Reserva Ecológica de Guapiaçu (REGUA), compartilhou a experiência de um projeto que alia conservação e desenvolvimento local. A REGUA administra 15 mil hectares, gera empregos diretos e sustenta parte significativa de seu orçamento por meio do turismo ecológico e de projetos de restauração. Segundo Locke, o impacto social é tão relevante quanto o ambiental: “A receita retorna às comunidades, mostrando que restauração também é geração de renda”.

Do lado financeiro, Márcio Macedo, representante do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ressaltou a evolução do banco em relação ao tema. De editais experimentais, o BNDES passou a estruturar a maior carteira de crédito para restauração de sua história, com programas como o Floresta Viva e o Restaura Amazônia. Para Macedo, restauração é “uma questão civilizacional”, pois propõe novas formas de organização social.

A dimensão social foi enfatizada por Dora Nascimento, do Conselho Ecológico Popular do Rio. Para ela, políticas de restauração precisam reconhecer comunidades tradicionais como protagonistas, valorizando saberes locais e garantindo remuneração justa a indígenas e quilombolas.

Ciência, inovação e financiamento híbrido

O segundo painel trouxe reflexões sobre o papel da ciência, da inovação e das finanças na expansão da restauração em escala nacional. Thiago Belote, diretor de Florestas do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, destacou a atualização do Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg). O plano busca recuperar 12 milhões de hectares, combinando ações em áreas de preservação permanente, sistemas produtivos integrados e terras públicas.

Strassburg voltou a frisar que o Brasil é líder em conhecimento sobre ecologia da restauração, mas que o desafio está em transformar cenários científicos em implementação efetiva e duradoura.

A economista Ilona Szabó, presidente do Instituto Igarapé, chamou atenção para os riscos percebidos por investidores. Segundo ela, concessões de áreas de restauração têm alto potencial, mas ainda carecem de segurança jurídica e instrumentos de risco compartilhado. Políticas de Estado robustas seriam essenciais para atrair capital privado em larga escala.

Também participou Rubens Benini, diretor de florestas da The Nature Conservancy (TNC) Brasil e coordenador do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica. Ele apresentou a Agência Facilitadora do Pacto, que busca profissionalizar e ampliar a escala de iniciativas de restauração, multiplicando a capacidade de territórios que hoje restauram apenas alguns milhares de hectares por ano.

No encerramento, Strassburg sintetizou os aprendizados: ciência, financiamento, governança e justiça socioambiental precisam convergir para transformar experiências locais em soluções de alcance nacional. Para ele, a COP30 será uma oportunidade histórica de consolidar a restauração como elo entre compromissos internacionais e estratégias de desenvolvimento sustentável.

Mais do que reflorestar, trata-se de reconstruir relações entre sociedade e natureza. O encontro mostrou que a restauração é capaz de integrar agendas ambientais, gerar benefícios econômicos e sociais e reposicionar o Brasil como líder global em sustentabilidade.