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China combina transição demográfica e energética para frear emissões de carbono

Durante grande parte do século XX, a China viveu um crescimento populacional e econômico sem precedentes. Em 1950, o país tinha 544 milhões de habitantes e uma economia modesta, com baixas emissões de carbono. A virada ocorreu a partir das reformas econômicas iniciadas por Deng Xiaoping, em 1979, que impulsionaram um processo de industrialização acelerado. Essa transformação levou o país a se tornar a segunda maior economia do mundo, mas também o maior emissor global de dióxido de carbono.

A população chinesa alcançou a marca de 1 bilhão de habitantes em 1981 e chegou ao pico de 1,426 bilhão em 2021. Desde 2022, entretanto, a curva demográfica se inverteu, e a China começou a registrar queda populacional. Em 2023, perdeu a posição de país mais populoso do mundo para a Índia. Além disso, a população em idade ativa (15 a 59 anos) vem diminuindo desde 2012, impondo novas pressões sobre a economia e sobre os padrões de consumo de energia.

Do ponto de vista climático, os números são expressivos. As emissões de dióxido de carbono, que eram de apenas 79 milhões de toneladas em 1950, chegaram a 1 bilhão em 1973, saltaram para 10 bilhões em 2017 e ultrapassaram 12 bilhões de toneladas em 2024. Esse volume representa mais que o dobro das emissões conjuntas dos Estados Unidos e da União Europeia. No entanto, 2024 marcou uma inflexão: pela primeira vez, a China registrou redução nas emissões mesmo em meio ao crescimento econômico.

Segundo análise de Lauri Myllyvirta, do Centre for Research on Energy and Clean Air, com sede na Finlândia, o avanço das energias renováveis foi suficiente para suprir não apenas a alta demanda por eletricidade, mas também reduzir a dependência do carvão. As emissões do setor elétrico caíram de forma consistente nos últimos 15 meses, resultado considerado histórico. A grande questão, no entanto, é se o ritmo de expansão da energia limpa será mantido nos próximos anos.

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Reprodução

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O país, que no passado resistiu a iniciativas internacionais para reduzir o uso de carvão, agora desponta como líder em investimentos e produção de tecnologias limpas. Relatório da EMBER, organização dedicada à análise da transição energética global, mostra que a China foi responsável por 31% de todos os investimentos mundiais em energia limpa em 2024, o equivalente a US$ 625 bilhões. O armazenamento de baterias triplicou em três anos, e os aportes em redes elétricas bateram recordes, somando 608 bilhões de RMB (US$ 85 bilhões).

A transformação não se limita à geração de eletricidade. Em 2023, a eletricidade ultrapassou o carvão como principal fonte de energia da indústria chinesa e consolidou-se como a matriz dominante em edifícios. No transporte, embora os combustíveis fósseis ainda prevaleçam, a rápida expansão da frota de veículos elétricos vem alterando o cenário. Atualmente, a eletricidade já responde por 32% do consumo energético total do país, ritmo superior ao de muitas economias avançadas.

Esse movimento tem múltiplas motivações. De acordo com especialistas consultados pela EMBER, existe a percepção de que o modelo baseado em combustíveis fósseis se esgotou. O governo chinês incorporou, desde 2018, o conceito de “civilização ecológica” em sua Constituição, buscando integrar metas econômicas, sociais e ambientais. Essa estratégia reduz a dependência de importações energéticas, corta custos de produção, gera empregos e cria mercados de exportação.

O impacto econômico é gigantesco. Em 2024, a produção e os investimentos em energia limpa adicionaram 13,6 trilhões de RMB (US$ 1,9 trilhão) ao PIB chinês, cerca de um décimo da economia nacional. O setor cresce três vezes mais rápido que o conjunto da economia, consolidando-se como motor de inovação. Hoje, empresas chinesas concentram 75% dos pedidos de patentes em tecnologias de energia limpa no mundo, contra apenas 5% em 2000. Esse avanço reduziu custos globais de turbinas eólicas, painéis solares, baterias de armazenamento e veículos elétricos, ampliando o acesso de países emergentes a soluções energéticas modernas.

Na África, por exemplo, as importações de painéis solares chineses cresceram 60% nos últimos 12 meses, e 20 países registraram recordes de compra no período. Esse efeito de transbordamento mostra como a transição chinesa tem alcance global.

O desafio, porém, permanece: o país ainda precisa frear a construção de novas usinas a carvão e acelerar o fechamento das antigas. Esse será o teste crítico para cumprir os compromissos assumidos no Acordo de Paris. Entre as metas da China estão atingir o pico das emissões de CO₂ antes de 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2060. O primeiro objetivo parece próximo de ser alcançado; o segundo exigirá medidas mais profundas e rápidas.

No entanto, já é evidente que a combinação entre mudanças demográficas e transição energética está redesenhando o futuro climático da China. O país que, até pouco tempo, era visto como um obstáculo às negociações climáticas internacionais, agora emerge como protagonista da agenda verde. Esse novo papel pode não apenas acelerar sua própria transição, mas também influenciar o ritmo da descarbonização global.

Plástico invade rios amazônicos e preocupa cientistas da Fiocruz

A maior floresta tropical do mundo enfrenta um inimigo invisível e persistente: os resíduos plásticos. Um estudo conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em colaboração com o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, revelou um cenário alarmante de contaminação generalizada na Amazônia, tanto em ambientes aquáticos quanto terrestres.

A pesquisa, publicada na revista científica Ambio, representa a primeira revisão sistemática da literatura sobre poluição plástica no bioma amazônico. Os resultados mostram que a crise é mais grave do que se imaginava, com efeitos que ultrapassam os ecossistemas naturais e atingem diretamente a saúde humana, em especial a de comunidades ribeirinhas e indígenas que dependem das águas e da biodiversidade locais para sua sobrevivência.

Foram analisados 52 estudos revisados por pares, que documentaram a presença de plásticos em múltiplas formas — macro, meso, micro e nanoplásticos. Esses fragmentos foram encontrados em fauna, flora, sedimentos e corpos d’água. Toneladas de lixo, muitas vezes geradas em áreas urbanas ou descartadas por embarcações, percorrem longos trajetos nos rios amazônicos, atravessando fronteiras nacionais e se acumulando em regiões isoladas.

Para o epidemiologista Jesem Orellana, da Fiocruz Amazônia, o trabalho evidencia um problema subestimado. “Este é o primeiro estudo a aplicar o protocolo PRISMA-ScR na avaliação da contaminação plástica em ecossistemas amazônicos. A revisão deixa claro que o impacto é muito maior do que a maioria das pessoas imagina”, destacou.

Entre os exemplos mais preocupantes está a presença de fragmentos plásticos em espécies de peixes e quelônios consumidos pela população local, levantando o alerta para riscos de bioacumulação e possíveis efeitos tóxicos na saúde humana.

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Michell Mello/Fiocruz Amazônia

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A bióloga Jéssica Melo, coautora do artigo, reforça que a poluição plástica é uma crise global, mas que permanece negligenciada na região amazônica, apesar de abrigar a maior bacia hidrográfica do planeta. “A contaminação das principais fontes de água e alimento coloca em risco a saúde de populações tradicionais. Encontramos lacunas graves em pesquisas, especialmente em fauna não piscícola e em áreas remotas. Também precisamos ampliar os estudos em países amazônicos além do Brasil”, afirmou.

Além das lacunas científicas, o estudo aponta falhas estruturais. Comunidades do interior do Amazonas, por exemplo, antes produziam quase exclusivamente lixo orgânico. Hoje, como relatam pesquisadores do Instituto Mamirauá, rios e igarapés estão tomados por garrafas PET, embalagens e outros resíduos plásticos de uso cotidiano. A ausência de infraestrutura adequada de coleta e destinação de lixo agrava o problema, transformando o que seria descartável em ameaça persistente.

O artigo também ressalta a urgência de medidas integradas, combinando políticas públicas, gestão de resíduos e educação ambiental. Para os autores, enfrentar a poluição plástica requer não apenas melhorias técnicas, mas também o fortalecimento da consciência coletiva sobre o impacto de cada embalagem descartada.

A proximidade da COP30, que ocorrerá em Belém, confere ainda mais peso às conclusões da pesquisa. A contaminação por plásticos na Amazônia expõe contradições entre discursos globais de sustentabilidade e a realidade vivida por populações locais. Se o bioma é um dos símbolos mundiais da luta contra a crise climática, sua crescente degradação silenciosa pelo plástico revela a necessidade de ações urgentes que ultrapassem promessas diplomáticas.

A mensagem é clara: a Amazônia, responsável por regular o clima e abrigar uma das maiores biodiversidades do planeta, está sendo lentamente sufocada por resíduos sintéticos que não se degradam no tempo da natureza. E se a poluição plástica já ameaça rios, peixes, quelônios e aves, ela também compromete diretamente a segurança alimentar e a saúde de milhares de famílias que vivem em estreita relação com a floresta.

Com a publicação da revisão na Ambio, pesquisadores esperam estimular novos estudos e mobilizar governos, organizações internacionais e sociedade civil para que enfrentem o problema de frente. Mais do que um alerta científico, o estudo é um chamado à ação: sem políticas eficazes de gestão de resíduos e sem conscientização coletiva, a floresta amazônica pode se tornar mais um retrato da crise global do plástico.

5 sinais que seu gato usa para pedir carinho (e você não percebe)

Você já se perguntou por que seu gato às vezes parece te ignorar, mas de repente se aproxima com um miado ou um roçar de cabeça? Os gatos são mestres na arte de se comunicar, mas seus sinais de afeto podem passar despercebidos se não soubermos o que observar. Como tutores, entender esses gestos é uma forma de fortalecer o vínculo com nosso amigo felino. Neste artigo, listamos cinco sinais que seu gato usa para pedir carinho, muitos deles sutis e cheios de significado. Vamos explorar cada um com empatia, ajudando você a responder da melhor maneira.

Os gatos, mesmo sendo conhecidos por sua independência, têm uma linguagem própria que reflete suas emoções. Seja em casa ou em um ambiente com outros pets, esses sinais revelam quando seu gato busca conexão. Com palavras-chave como “sinais gato pede carinho” e “comunicação gatos” em mente, prepare-se para descobrir como interpretar esses momentos especiais e tornar seu lar ainda mais acolhedor para ele.

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Essa imagem captura um gato esfregando a cabeça na mão de seu tutor, um gesto clássico de afeto e um pedido sutil por mais atenção.

Primeiro sinal: Esfregar a cabeça ou o corpo em você

Um dos sinais mais comuns e adoráveis é quando seu gato esfrega a cabeça ou o corpo contra você. Esse comportamento, conhecido como “bunting”, vai além de um simples carinho. Ele deixa suas feromonas, marcando você como parte de seu território e mostrando confiança. É como se dissesse “você é meu e eu quero estar perto”.

Esse gesto pode acontecer ao chegar em casa ou durante um momento tranquilo no sofá. Segundo a Associação Brasileira de Veterinária, esse ato reforça o vínculo social. Responda com um carinho gentil na região da cabeça ou do queixo, onde a maioria dos gatos gosta de ser tocada. Um estudo da ABVET sugere que esse contato mútuo reduz o estresse tanto do gato quanto do tutor.

Se seu gato faz isso com frequência, vale observar o contexto. Às vezes, é um pedido claro de atenção; outras, uma forma de se sentir seguro. Experimente retribuir com voz calma e carícias leves para incentivar esse momento de conexão.

Segundo sinal: Miados suaves ou ronronados

Outro sinal que pode indicar que seu gato pede carinho é o miado suave ou o ronronado. Diferente dos miados altos que pedem comida, esses sons baixos são quase como uma conversa. O ronronado, em particular, é um indicador de contentamento, mas também pode ser um convite para interagir. Ele vibra entre 25 e 150 Hertz, frequência que estudos associam à cura e ao conforto.

Preste atenção quando seu gato se aproxima ronronando enquanto olha para você ou se deita por perto. A Pet Society explica que esse som pode ser uma forma de pedir que você continue o que está fazendo — como acariciá-lo — ou inicie o contato. Tente responder acariciando suavemente o dorso ou a base da cauda, áreas que muitos gatos adoram.

Se o ronronado vier acompanhado de um olhar fixo, é quase certeza de que ele quer sua atenção. Reserve um momento para se conectar, pois esses instantes fortalecem a relação entre vocês.

Terceiro sinal: Apresentar a barriga (com cuidado)

Quando seu gato deita e mostra a barriga, pode parecer um convite para um carinho, mas nem sempre é. Esse sinal é ambíguo e exige leitura cuidadosa. Em muitos casos, expor a barriga é uma demonstração de confiança, indicando que ele se sente seguro com você. No entanto, pode ser também um teste para ver como você reage.

Se ele rolar e ficar relaxado, com as patas soltas, é um bom momento para tentar um carinho leve na região do peito, evitando a barriga diretamente, que é sensível. A Hospital Veterinário alerta que tocar a barriga sem permissão pode levar a arranhões, já que é uma área vulnerável. Observe a linguagem corporal: se a cauda começar a se agitar, é hora de parar.

Esse gesto é um sinal de afeto profundo, então valorize a confiança que ele deposita em você. Responda com calma e respeito, e você verá esse comportamento se repetir como um pedido de carinho.

Quarto sinal: Aproximação lenta com olhar suave

Às vezes, seu gato se aproxima devagar, com os olhos semicerrados e um olhar tranquilo. Esse é um sinal sutil de que ele quer interagir, mas sem pressa. Diferente de um salto repentino, essa abordagem delicada mostra que ele está confortável e aberto a receber carinho. É como se dissesse “estou aqui, pode me dar atenção quando quiser”.

Os olhos semicerrados, conhecidos como “olhar de amor” entre os felinos, imitam o piscar lento que os gatos usam entre si para demonstrar afeto. Segundo a Catster em artigo, esse comportamento reflete um estado de relaxamento. Retribua piscando devagar de volta e estenda a mão para um carinho na cabeça ou nas costas.

Esse momento é ideal para criar uma rotina de afeto. Sente-se em um lugar tranquilo e deixe que ele decida o ritmo. Com paciência, você vai perceber que ele volta mais vezes pedindo esse contato especial.

Quinto sinal: Agitação da cauda ou amassamento com as patas

O movimento da cauda e o amassamento com as patas são sinais menos óbvios, mas cheios de significado. Uma cauda que se move lentamente de um lado para o outro, sem rigidez, indica que seu gato está relaxado e pode estar pedindo atenção. Já o amassamento, ou “fazer pão”, remete à infância, quando os gatinhos amassavam a mãe para estimular o leite. Hoje, é um sinal de conforto e afeto.

Se ele começa a amassar enquanto está no seu colo ou perto de você, é um convite claro para acariciá-lo. A Purina explica que esse comportamento libera endorfinas, tanto no gato quanto no tutor. Ofereça um carinho na região onde ele amassa, geralmente o peito ou as laterais, e observe como ele se aconchega mais.

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A cauda agitada deve ser interpretada com cuidado. Se for um movimento rápido, pode indicar irritação, mas um balanço suave é um pedido de interação. Combine os dois sinais para entender o momento certo de responder com afeto.

Este infográfico ilustra os principais sinais de afeto felino, ajudando você a reconhecer quando seu gato pede carinho.

Como responder aos sinais do seu gato

Entender esses sinais é apenas o começo. Responder da maneira certa fortalece a confiança do seu gato. Sempre comece com carícias leves, respeitando os limites dele. Use as mãos abertas e evite movimentos bruscos, especialmente se ele for mais tímido. A frequência importa: reserve alguns minutos diários para interagir, criando uma rotina que ele associe a carinho.

Observe a reação dele. Se recuar ou agitar a cauda, pare e tente novamente mais tarde. A Welfare Brasil recomenda usar brinquedos ou petiscos para iniciar o contato, especialmente com gatos resgatados. Com o tempo, ele vai se sentir mais à vontade para pedir carinho diretamente.

Crie um ambiente acolhedor com lugares altos, como prateleiras, onde ele possa se sentir seguro. Isso incentiva a aproximação e torna os momentos de afeto mais naturais.

Benefícios de reconhecer esses sinais

Ao identificar quando seu gato pede carinho, você melhora o bem-estar de ambos. Estudos mostram que interagir com pets reduz o cortisol, o hormônio do estresse, e aumenta a oxitocina, ligado ao amor. Um artigo da Terra Saúde destaca que tutores de gatos têm menor risco de doenças cardíacas.

Para o gato, o carinho fortalece o vínculo e previne comportamentos como arranhar móveis por ansiedade. Em 2025, com o aumento da adoção de pets, entender a comunicação felina se tornou essencial para lares mais harmoniosos.

Dicas para um vínculo mais forte

Além de reconhecer os sinais, invista em tempo de qualidade. Brinque com varinhas ou bolinhas para estimular o instinto de caça, preparando-o para momentos de afeto. A Royal Canin sugere sessões de 10 a 15 minutos diários para manter o gato feliz.

Histórias de tutores mostram que paciência transforma relações. Um relato no Gatos Pet conta como um gato tímido começou a ronronar após meses de carinhos suaves. Cada gato tem seu ritmo, então adapte-se ao seu companheiro.

Compreender os cinco sinais que seu gato usa para pedir carinho abre portas para uma relação mais profunda. Esfregar a cabeça, ronronar, mostrar a barriga, aproximar-se devagar e amassar com as patas são mensagens de amor que merecem sua atenção. Responda com empatia, paciência e carinho, e você verá seu felino florescer ao seu lado.

Para mais dicas, explore o PetSonic ou converse com um veterinário comportamental. Cada miado e cada roçar é uma chance de celebrar o vínculo único com seu gato.

Sepi ganha nova sede após COP30 e reforça voz indígena no Pará

O Governo do Pará deu mais um passo decisivo na preparação para a COP30, que será realizada em Belém em novembro de 2025. A inauguração da EY House, na capital paraense, representa um marco não apenas para o evento, mas para a consolidação de políticas públicas de longo prazo voltadas aos povos indígenas e à sustentabilidade. O espaço, criado a partir de uma parceria público-privada, funcionará durante a conferência como um centro de debates estratégicos sobre transição energética, bioeconomia, proteção das florestas, cadeias produtivas sustentáveis e políticas sociais. Após o encerramento da conferência, o local será destinado à Secretaria dos Povos Indígenas do Pará (Sepi), transformando-se em sede definitiva do órgão.

Com mais de três mil metros quadrados, a EY House foi instalada na Praça Waldemar Henrique, no bairro do Reduto, e projetada sob o conceito de arquitetura sustentável. O espaço conta com energia solar, reaproveitamento da água da chuva, uso de materiais renováveis e ambientes moduláveis. A concepção do prédio já expressa a intenção do governo estadual de usar a COP30 como catalisador de um novo modelo de desenvolvimento, capaz de conciliar tradição, inovação tecnológica e respeito à diversidade cultural da Amazônia.

Durante a cerimônia de inauguração, o governador Helder Barbalho destacou o simbolismo do momento. Para ele, o espaço representa a materialização de um compromisso com a floresta em pé, capaz de gerar mais valor econômico e social do que a exploração predatória. “Estamos transformando uma ideia em realidade. Essa parceria é exemplo de como a sustentabilidade pode ser traduzida em políticas públicas e benefícios concretos para os povos da Amazônia. É também um instrumento de mobilização de novos parceiros e de estruturação do futuro do Pará no pós-COP”, afirmou.

A secretária dos Povos Indígenas, Puyr Tembé, ressaltou o ineditismo da iniciativa. Pela primeira vez, os povos originários terão um espaço institucionalizado no coração de Belém, fruto direto da mobilização em torno da conferência. “Para nós, essa conquista significa dignidade, reconhecimento e protagonismo. A Sepi fará daqui um centro permanente de diálogo e de formulação de políticas públicas, garantindo que as vozes indígenas sejam ouvidas antes, durante e depois da COP30”, destacou.

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Foto: Marco Santos/ Ag. Pará

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A inauguração também contou com a participação de lideranças empresariais. O CEO da EY Brasil, Luiz Sérgio Vieira, ressaltou a importância de unir ciência, inovação e compromisso social. Segundo ele, o legado do espaço é duplo: criar soluções que entreguem resultados concretos para a economia e a sociedade e deixar uma estrutura permanente à disposição da Sepi. Vieira enfatizou que a iniciativa só foi possível graças à cooperação com o governo estadual, que transformou a ideia em uma plataforma viva de colaboração e impacto positivo para a Amazônia e para o país.

Já o sócio-líder de Sustentabilidade da EY para a América Latina, Ricardo Assumpção, reforçou que o espaço reflete uma agenda de impacto duradouro. “Mais do que apoiar empresas em suas metas climáticas, queremos colocar as pessoas no centro dessa transformação. Nosso compromisso é gerar impacto real na vida das comunidades e garantir a preservação da bioeconomia amazônica. É preciso ir além de ações pontuais e assegurar um legado de longo prazo que una negócios, governos e povos indígenas”, afirmou.

A criação da EY House e sua posterior destinação à Sepi exemplificam como a COP30 pode deixar legados concretos para a região amazônica, indo além dos debates globais. O Pará assume posição pioneira ao criar um espaço institucional que simboliza a integração entre ancestralidade e inovação, fortalecendo sua presença no centro das decisões sobre clima e sustentabilidade.

Ao unir o poder público, o setor privado e as lideranças indígenas em torno de um mesmo projeto, o estado envia uma mensagem clara: a Amazônia não é apenas um território a ser protegido, mas também um espaço de criação de novos modelos de desenvolvimento. O futuro da região, reforçado pela inauguração da EY House, passa pelo reconhecimento do protagonismo dos povos originários e pelo investimento em soluções que conciliem biodiversidade, tecnologia e inclusão social.

Ibama combate caça ilegal no Tapajós e resgata quelônios ameaçados

Entre igarapés e praias de areia clara do rio Tapajós, no Pará, uma operação recente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) trouxe à tona tanto a gravidade da caça ilegal na Amazônia quanto os esforços de resistência para proteger a biodiversidade local. Em pouco mais de uma semana de ações de fiscalização, os agentes ambientais conseguiram resgatar 33 quelônios vivos, incluindo espécies ameaçadas como a tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa), o tracajá (Podocnemis unifilis) e o pitiú (Podocnemis sextuberculata).

Todos os animais apreendidos foram devolvidos ao rio, garantindo sua sobrevivência e fortalecendo o equilíbrio ecológico de uma região onde a pressão humana sobre a fauna ainda é intensa. Como parte do Programa Quelônios da Amazônia (PQA), os quelônios resgatados foram identificados e marcados. Esse procedimento técnico permite o monitoramento contínuo das populações e ajuda a identificar reincidências de captura. Foi o que ocorreu, por exemplo, com uma fêmea jovem de tartaruga que, após ser capturada em duas ocasiões diferentes, foi devolvida com segurança ao seu habitat.

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Quelônios salvos pelo Ibama durante fiscalização no rio Tapajós (PA) – Foto: Fiscalização/Ibama

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Um retrato das ameaças

Apesar das vitórias pontuais, a operação também revelou os danos provocados pela caça ilegal. Durante a fiscalização, a equipe encontrou 11 tartarugas mortas. Em um gesto pragmático e ecológico, seus corpos foram devolvidos ao rio para servirem de alimento a outras espécies, fechando um ciclo natural interrompido pela ação humana.

Outro dado preocupante foi a apreensão de quatro jacarés-açu (Melanosuchus niger), já sem pele, evidência direta de caça predatória. O animal, que pode ultrapassar seis metros de comprimento, é considerado peça-chave nos ecossistemas aquáticos amazônicos, regulando populações de peixes e outros animais. Sua retirada ilegal impacta cadeias inteiras de equilíbrio ecológico.

Apreensões e penalidades

A operação não se restringiu ao resgate de fauna. Foram apreendidos dois barcos de madeira e um motor estacionário com rabeta, equipamentos usados pelos caçadores para acessar áreas remotas. O motor será destinado à unidade do Ibama em Santarém, reforçando a estrutura do órgão para futuras operações. Além disso, cinco espinheis — instrumentos de pesca predatória adaptados para capturar animais maiores — foram destruídos no local.

Cinco pessoas foram autuadas por crimes ambientais, e as multas aplicadas somaram inicialmente 165 mil reais. Com os agravantes previstos na legislação, os valores devem ultrapassar a marca de R$ 1 milhão. Dois adolescentes que estavam no barco com o grupo foram encaminhados à Vara da Infância e Juventude de Itaituba, evidenciando ainda a dimensão social do problema: a presença de menores em atividades ilícitas ligadas à exploração ambiental.

Conservação em disputa

O resgate e a devolução dos quelônios, por mais simbólicos que sejam, mostram o desafio de manter vivas espécies cuja carne e ovos ainda são valorizados em mercados ilegais. Historicamente, esses animais foram base alimentar de comunidades amazônicas, mas a pressão de caçadores comerciais e o comércio clandestino ampliaram as ameaças, tornando algumas populações críticas.

Nesse contexto, o Programa Quelônios da Amazônia tem se consolidado como uma das principais frentes de conservação da fauna aquática brasileira. Criado na década de 1970, o programa já possibilitou a soltura de milhões de filhotes em rios da Amazônia e vem apostando na educação ambiental, no monitoramento científico e na cooperação com comunidades ribeirinhas.

A mensagem da operação

A ação no rio Tapajós deixa uma mensagem clara: a fiscalização continua sendo essencial para conter práticas que ainda insistem em sobreviver à margem da lei. O resgate dos quelônios e a apreensão de jacarés não são apenas episódios pontuais, mas um lembrete da vulnerabilidade da fauna amazônica diante da ganância humana.

Mais do que aplicar multas, o esforço do Ibama tem um caráter pedagógico e dissuasório. Cada barco apreendido, cada armadilha destruída e cada animal devolvido à natureza representam não apenas um resultado imediato, mas um recado a caçadores e traficantes: a exploração ilegal da biodiversidade amazônica terá consequências.

Em uma região marcada por contrastes, onde comunidades dependem dos rios e ao mesmo tempo sofrem com os impactos da exploração predatória, a atuação integrada de órgãos ambientais continua sendo um dos pilares da preservação. A operação em Itaituba e Santarém reforça que a Amazônia é um território em disputa, e que proteger sua fauna é, ao mesmo tempo, defender o patrimônio natural e o futuro das próximas gerações.

3 truques para a jabuticabeira dar frutos mais cedo

Quem tem uma jabuticabeira no quintal ou em vaso sabe o quanto é emocionante esperar pelos primeiros frutos. Essa árvore, símbolo de muitas casas brasileiras, pode levar anos para dar jabuticabas se não receber os cuidados certos. Mas e se fosse possível acelerar esse processo? Com técnicas simples e motivadoras, você pode fazer sua jabuticabeira frutificar rápido e colher jabuticaba cedo, transformando seu espaço em um cantinho produtivo. Neste artigo, reunimos três truques práticos que vão ajudar você a aproveitar os frutos suculentos antes do esperado.

A jabuticabeira (Plinia cauliflora) é uma planta nativa do Brasil, conhecida por seus frutos doces e pela beleza de suas flores. No entanto, o tempo de frutificação depende de fatores como clima, solo e manejo. Seja em um jardim ou em um vaso na varanda, essas dicas vão inspirar você a cuidar da sua árvore com dedicação. Vamos explorar cada truque com detalhes, garantindo que sua jabuticabeira floresça e frutifique em tempo recorde.

Essa imagem mostra uma jabuticabeira jovem carregada de frutos, um sinal de que os cuidados certos podem acelerar a frutificação mesmo em plantas novas.

Primeiro truque: Escolha a variedade certa e plante no local ideal

O primeiro passo para fazer a jabuticabeira frutificar rápido é escolher a variedade adequada e garantir que ela esteja no lugar certo. Nem todas as jabuticabeiras são iguais, e algumas, como a jabuticaba Sabará, são conhecidas por produzir frutos mais cedo, em cerca de 3 a 5 anos, enquanto outras podem levar até 10 anos. Pesquisar antes de plantar é essencial para evitar frustrações.

Para quintais, prefira um local com sol pleno, mas com sombra parcial nas horas mais quentes, especialmente em regiões como o Sudeste brasileiro. O solo deve ser bem drenado e rico em matéria orgânica. Um guia da Embrapa recomenda misturar húmus de minhoca e areia ao plantar, o que melhora a estrutura e o desenvolvimento das raízes. Em vasos, opte por modelos de pelo menos 50 litros e use substratos específicos para frutíferas.

Outra dica é considerar mudas enxertadas, que já vêm de uma variedade produtiva e podem frutificar em até 2 anos. Sites como o da Jardim de Flores oferecem informações sobre como escolher mudas de qualidade. Com o local e a variedade certos, sua jabuticabeira terá um início promissor rumo à frutificação precoce.

Segundo truque: Adube e irrigue com consistência

Para colher jabuticaba cedo, a nutrição da planta é fundamental. A jabuticabeira responde bem a uma adubação equilibrada, que fornece os nutrientes necessários para o florescimento e a formação de frutos. Comece com um adubo orgânico, como esterco curtido ou composto, aplicado a cada 6 meses na base da árvore. Em seguida, complemente com fertilizantes NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) na proporção 10-10-10, mas com moderação.

O segredo está na regularidade. Especialistas da Epagri sugerem aplicar cerca de 100 a 200 gramas de adubo por ano de idade da planta, sempre diluído em água ou misturado ao solo. Um artigo da Epagri destaca que o potássio é essencial para o desenvolvimento dos frutos, então uma dose extra no início da primavera pode estimular a floração.

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A irrigação também faz diferença. Mantenha o solo úmido, mas nunca encharcado, especialmente nos primeiros anos. Em vasos, regue a cada 2 ou 3 dias, dependendo da umidade local. Em períodos de seca, como os registrados em 2025 no Sul do Brasil, uma cobertura morta com folhas secas ajuda a reter água e manter as raízes saudáveis. Com essa rotina, você verá flores aparecendo mais rápido do que imagina.

Terceiro truque: Poda e estímulo manual para acelerar a frutificação

A poda é uma técnica poderosa para fazer a jabuticabeira frutificar rápido. Ela remove ramos secos ou mal posicionados, permitindo que a planta concentre energia na produção de frutos. Faça uma poda leve no final do inverno, cortando cerca de 20% dos galhos mais velhos. Use tesouras limpas e evite exageros, pois a jabuticabeira floresce nos troncos e nos galhos principais.

Além disso, um truque manual pode surpreender. Após a poda, aplique uma leve pressão nos galhos com as mãos ou use uma escova macia para estimular a circulação de seiva. Essa prática, mencionada em fóruns de jardinagem como o Mundo da Flor, imita o efeito do vento e pode induzir a floração precoce. Combine isso com uma adubação rica em fósforo no início da primavera para maximizar os resultados.

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Outra técnica é a catação de flores, comum entre produtores. Remova flores em excesso nos primeiros anos para evitar que a planta se esforce demais. Isso redireciona nutrientes para o crescimento e garante uma frutificação mais robusta no futuro. Com paciência e esses cuidados, sua jabuticabeira estará pronta para colher jabuticaba cedo.

Cuidados extras para uma jabuticabeira produtiva

Além dos três truques principais, alguns cuidados adicionais podem turbinar a frutificação. A jabuticabeira gosta de climas tropicais e subtropicais, com temperaturas entre 18 e 28 graus Celsius. Em regiões mais frias, como o Sul do Brasil, proteja a planta com telas ou leve o vaso para dentro durante o inverno. Um estudo da Embrapa indica que temperaturas abaixo de 10 graus podem atrasar o florescimento.

Controle de pragas também é essencial. Ácaros e formigas podem atacar folhas e flores, reduzindo a produção. Use sabão neutro diluído em água ou óleos naturais como repelente, evitando pesticidas químicos que prejudicam o ecossistema. Observe sua planta regularmente e intervenha ao menor sinal de problema.

A polinização manual é outra estratégia para quem tem poucas árvores. Com um pincel macio, transfira o pólen de uma flor para outra em dias secos e mornos. Essa técnica, sugerida por jardineiros no Jardim Cor, aumenta as chances de frutificação, especialmente em vasos com uma única planta.

Benefícios de colher jabuticaba cedo

Colher jabuticaba cedo traz recompensas além do sabor. Os frutos são ricos em antioxidantes, como antocianinas, que combatem o envelhecimento e fortalecem a imunidade. Um artigo da Revista Saúde destaca que consumir jabuticabas frescas pode reduzir inflamações e melhorar a saúde cardiovascular.

Além disso, uma jabuticabeira produtiva valoriza o quintal e atrai pássaros, criando um ambiente mais vivo. Em 2025, com o aumento da busca por alimentos orgânicos, cultivar sua própria jabuticaba é uma forma de economizar e se conectar com a natureza. Imagine o orgulho de oferecer geleias ou sucos caseiros feitos com seus frutos!

Dicas para iniciantes e histórias inspiradoras

Se você é novo no cultivo, comece pequeno. Uma muda de jabuticabeira em vaso pode ser o ponto de partida ideal. Relatos de jardineiros no Tempo Doce mostram que, com os truques certos, plantas de 1 metro já deram frutos em 3 anos. A chave é a consistência nos cuidados e um pouco de paciência.

Em comunidades rurais, como no interior de Minas Gerais, famílias tradicionais usam essas técnicas há gerações. Elas combinam adubação com restos de cozinha e podas sazonais, conseguindo colheitas anuais mesmo em solos desafiadores. Essas histórias motivam e provam que qualquer um pode ter sucesso com a jabuticabeira.

Com esses três truques — escolher a variedade certa, adubar e irrigar com consistência, e podar com técnica —, sua jabuticabeira frutificará rápido e trará alegria ao seu quintal ou varanda. Cada passo é uma oportunidade de aprender e se conectar com a natureza. Comece hoje mesmo e, em poucos anos, você estará colhendo jabuticaba cedo, desfrutando de seus benefícios e compartilhando os frutos com quem ama.

Para mais dicas, confira o Ministério da Agricultura ou explore fóruns de jardinagem online. Cultivar uma jabuticabeira é mais do que um hobby; é um ato de amor pela terra e pela vida.

PMs do Amazonas recebem treinamento do Ibama para fiscalizar transporte de produtos perigosos

No coração da Amazônia, onde a logística depende tanto de estradas quanto de rios, o transporte de produtos perigosos é uma realidade que exige atenção redobrada. Em agosto, policiais militares do Amazonas participaram de uma capacitação inédita promovida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), voltada para reforçar a fiscalização desse tipo de atividade no estado.

O curso foi conduzido pela Equipe Técnica de Prevenção e Atendimento às Emergências Ambientais (Nupaem), núcleo especializado do Ibama, e realizado no Batalhão Ambiental da Polícia Militar do Amazonas (PMAM), em Manaus. Ao todo, 29 policiais, entre oficiais e praças, participaram da formação, que trouxe tanto o embasamento jurídico quanto a prática necessária para lidar com situações de risco.

Novas atribuições para a PMAM

Até então, a corporação atuava como parceira em operações conjuntas, acompanhando técnicos ambientais em campo, mas não possuía competência para aplicar autos de infração. Essa realidade está prestes a mudar. Com um convênio em andamento com o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), a PMAM passará a ter poder administrativo para autuar irregularidades relacionadas ao transporte de produtos perigosos, tanto nas rodovias quanto nas vias fluviais que cortam o estado.

Esse passo representa um avanço importante na descentralização da fiscalização ambiental. Com a imensidão territorial do Amazonas e a multiplicidade de rotas usadas para o transporte de cargas químicas e inflamáveis, contar com mais atores habilitados para atuar é estratégico.

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Equipe do Ibama instrui policiais militares do AM sobre fiscalização ambiental – Foto: PMAM

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A importância do treinamento

Durante o curso, os policiais receberam orientações sobre normas nacionais e internacionais que regulam o transporte de substâncias perigosas, desde combustíveis até defensivos agrícolas. O foco não foi apenas o aspecto técnico da legislação, mas também a compreensão dos riscos envolvidos e das consequências ambientais e sociais em caso de acidentes.

Esse tipo de capacitação responde a um desafio concreto: o estado é cortado por estradas federais e estaduais que servem de rota para caminhões-tanque, enquanto rios como o Negro, o Solimões e o Madeira recebem embarcações que transportam combustíveis para municípios isolados. Uma falha na fiscalização pode ter efeitos devastadores para comunidades ribeirinhas, para a biodiversidade e para a própria segurança dos trabalhadores envolvidos.

Do aprendizado à prática

A etapa teórica, realizada em sala de aula no Batalhão Ambiental, será complementada por um exercício de campo. Está prevista a realização de uma operação de fiscalização conjunta, na qual os policiais colocarão em prática o que aprenderam. Esse momento será decisivo para consolidar a autonomia da PMAM e fortalecer a cooperação com o Ibama.

Mais do que repassar conhecimento técnico, a formação buscou construir uma nova dinâmica de atuação integrada. Ao compartilhar protocolos e metodologias, o Ibama amplia a rede de proteção ambiental no estado e prepara as forças de segurança para lidar com situações de emergência, como derramamentos químicos ou acidentes em áreas sensíveis.

Cooperação como estratégia

A iniciativa reflete uma tendência cada vez mais presente no Brasil: ampliar a capilaridade da fiscalização ambiental por meio de parcerias institucionais. A presença da PMAM nas operações de transporte de produtos perigosos não significa substituir o trabalho dos órgãos ambientais, mas somar forças.

Essa cooperação é crucial em um território onde os desafios logísticos são tão grandes quanto a riqueza natural. No Amazonas, os riscos não estão apenas nas áreas desmatadas ou em queimadas, mas também no fluxo diário de cargas perigosas que atravessam comunidades e ecossistemas frágeis.

Ao formar policiais militares para lidar com esse tema, o Ibama reforça que a defesa ambiental não é exclusividade dos órgãos ambientais, mas um compromisso coletivo que exige articulação entre diferentes instituições.

No futuro, a expectativa é que esse modelo de cooperação seja replicado em outros estados da Amazônia e em regiões que enfrentam problemas semelhantes, criando uma rede mais robusta de fiscalização preventiva.

O treinamento em Manaus, portanto, não é apenas uma capacitação técnica: é um marco na integração entre segurança pública e proteção ambiental. E, em uma região onde as duas dimensões se entrelaçam a cada dia, essa convergência pode ser a chave para evitar tragédias e preservar vidas e florestas.

Pessoas em busca de bem-estar estão liberando energia positiva em casa com 6 estratégias simples de feng shui com bambu da sorte

Você já entrou em um ambiente e sentiu imediatamente que algo estava errado, como se o ar fosse pesado e difícil de respirar? Essa sensação não vem apenas de fatores físicos, mas também do fluxo de energia presente no espaço. Muitas pessoas estão descobrindo que o feng shui com bambu da sorte pode ser a chave para transformar completamente a energia da casa ou até mesmo do local de trabalho. Essa planta simples, com aparência delicada, carrega um simbolismo poderoso capaz de atrair prosperidade, harmonia e equilíbrio quando usada da forma correta.

Feng shui com bambu da sorte

O feng shui é uma filosofia milenar chinesa que busca organizar os ambientes de modo a favorecer a circulação da energia vital, chamada de “chi”. No centro dessa prática, o bambu da sorte ocupa um papel especial, pois é associado ao crescimento, à flexibilidade e à resistência. Assim como o bambu se curva ao vento sem quebrar, nós também podemos aprender a fluir com a vida, mantendo resiliência diante dos desafios. No entanto, para colher os benefícios, não basta simplesmente colocar a planta em qualquer canto da casa. É preciso entender como e por que utilizá-la de forma estratégica.

O poder da posição correta

No feng shui, cada parte de uma casa está ligada a um aspecto da vida: prosperidade, saúde, relacionamentos, sabedoria. Colocar o bambu da sorte em lugares estratégicos pode transformar o ambiente em um verdadeiro imã de boas energias.

Na entrada da casa, por exemplo, ele age como um guardião, filtrando vibrações ruins antes que invadam seu lar. No canto sudeste da sala de estar, tradicionalmente ligado à prosperidade, o bambu reforça ganhos financeiros e oportunidades de crescimento. Já no quarto, pode estimular harmonia no relacionamento, mas deve ser usado em quantidade moderada para não gerar excesso de energia que atrapalhe o descanso.

Esse cuidado com a posição é essencial, pois a planta não atua apenas como elemento decorativo, mas como ferramenta de transformação energética.

O número de hastes e seus significados

Outro aspecto fascinante do feng shui com bambu da sorte é a simbologia por trás do número de hastes. Não é apenas estética: cada quantidade representa uma intenção diferente.

  • 2 hastes: fortalecem vínculos amorosos e trazem harmonia ao casal.

  • 3 hastes: estão ligadas à felicidade e ao equilíbrio entre corpo, mente e espírito.

  • 5 hastes: conectam-se diretamente à saúde, estimulando vitalidade.

  • 8 hastes: representam prosperidade e expansão, muito buscadas em negócios.

  • 21 hastes: um número especial, que simboliza bênçãos em todas as áreas da vida.

Escolher conscientemente o número de hastes é, na prática, definir qual energia você quer atrair para sua vida e sua casa.

A importância da água e do recipiente

O bambu da sorte sobrevive em água e, justamente por isso, é visto como símbolo de abundância. Mas a água precisa estar limpa e em movimento. No feng shui, a água representa prosperidade que flui sem interrupções. Trocar a água toda semana é mais do que um cuidado com a planta: é um ritual de renovação energética.

O recipiente também não deve ser escolhido ao acaso. Vasos de vidro reforçam clareza e transparência; já os de cerâmica ou barro oferecem estabilidade. Para potencializar os efeitos, muitas pessoas usam pedrinhas coloridas, que além de embelezarem o arranjo, representam o elemento terra, criando ainda mais equilíbrio.

O toque dos cinco elementos

No feng shui, a harmonia surge quando os cinco elementos — madeira, fogo, terra, metal e água — estão presentes. O bambu da sorte já traz o elemento madeira de forma natural, mas você pode reforçar os demais.

Coloque-o em um vaso de vidro (água), adicione pedras (terra), envolva os caules com uma fita vermelha (fogo) e acrescente moedas chinesas (metal). Dessa forma, todos os elementos ficam representados e a energia positiva se expande de forma equilibrada. Esse pequeno detalhe transforma a planta em um verdadeiro catalisador de boas vibrações.

Manter a planta saudável como reflexo de energia

Uma planta descuidada não só perde seu valor decorativo, como também se torna um símbolo de energia estagnada. Folhas secas ou amareladas indicam que algo não vai bem, seja no cuidado diário ou até na energia do próprio ambiente.

Cuidar do bambu é simples, mas exige atenção: troque a água regularmente, mantenha-o em local iluminado sem exposição direta ao sol e corte as folhas secas assim que surgirem. Quanto mais vibrante e saudável estiver, mais forte será o campo energético que ele cria.

Usar o bambu da sorte como presente especial

Dar um arranjo de bambu da sorte a alguém vai muito além de um gesto de carinho. No feng shui, esse ato simboliza o desejo de que a pessoa presenteada receba prosperidade, saúde e felicidade. É um presente ideal para casamentos, inaugurações de casas, abertura de empresas ou até para amigos em fases de transição.

Além disso, a durabilidade da planta reforça a ideia de um desejo duradouro, algo que acompanha a pessoa por muito tempo, ao contrário de flores que murcham em poucos dias.

O feng shui com bambu da sorte é um convite a repensar não apenas a decoração, mas a energia que circula nos ambientes onde passamos a maior parte do tempo. Cada detalhe — desde a posição até o número de hastes, a troca da água, a escolha do recipiente e a integração dos cinco elementos — contribui para criar uma atmosfera de equilíbrio e bem-estar.

Mais do que um objeto de decoração, o bambu da sorte é uma ferramenta de transformação. Ele nos lembra que o ambiente em que vivemos influencia diretamente nosso estado emocional, nossa produtividade e até nossa saúde. Quando cuidamos do espaço ao nosso redor, estamos também cuidando de nós mesmos.

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O papel estratégico da Pre-COP30 antes da conferência em Belém

Nos dias 13 e 14 de outubro de 2025, Brasília será o centro das atenções diplomáticas ao sediar a Pre-COP30, encontro ministerial que antecede a Conferência das Partes da Convenção do Clima da ONU (COP30). Embora não figure no calendário oficial da UNFCCC, esse tipo de reunião preparatória já se consolidou como um espaço estratégico para reduzir arestas, testar consensos e calibrar posições antes da maratona de negociações multilaterais.

A escolha da capital federal para receber o encontro é simbólica. Se Belém será a vitrine da Amazônia diante do mundo em novembro, Brasília oferece o ambiente institucional onde a política externa brasileira se articula com a política interna. É nesse território híbrido que ministros, embaixadores e especialistas poderão dialogar com mais liberdade, longe da pressão das manchetes internacionais, mas com a consciência de que cada gesto ecoará no Pará semanas depois.

O que está em jogo

A Pre-COP30 deve reunir representantes de cerca de 65 delegações nacionais, além de mais de 600 participantes, entre negociadores, técnicos e observadores. O encontro terá como palco o Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), na Asa Sul, com programação intensa entre 9h e 18h durante os dois dias.

O objetivo principal vai além de preparar a logística do grande evento em Belém. Trata-se de uma oportunidade para revisitar os dez anos de vigência do Acordo de Paris, marco da governança climática internacional, avaliando avanços, lacunas e a necessidade de novas estratégias. Questões centrais estarão na mesa: adaptação às mudanças climáticas, financiamento para a transição justa, a implementação das metas do Balanço Global (GST) e as perspectivas para florestas e energias renováveis.

Esses são temas que testam a coesão da comunidade internacional. Países em desenvolvimento reivindicam maior apoio financeiro e tecnológico, enquanto as nações desenvolvidas enfrentam pressões internas para acelerar a descarbonização sem perder competitividade econômica. A Pre-COP oferece o espaço para antecipar impasses e buscar pontos de convergência antes do debate público em Belém.

image-1600-60d381b187331c05b1b6fe88ea39ba5b-400x225 O papel estratégico da Pre-COP30 antes da conferência em Belém
Foto: CICB/Reprodução

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A presença brasileira

A abertura do encontro contará com as principais lideranças do governo federal. Estarão presentes o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima Marina Silva, a ministra dos Povos Indígenas Sonia Guajajara e o ministro da Fazenda Fernando Haddad.

Também participarão figuras-chave da organização da COP30: o presidente da conferência, embaixador André Corrêa do Lago, a diretora executiva Ana Toni e o secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente, embaixador Mauricio Lyrio. A composição sinaliza que o Brasil pretende articular uma agenda diplomática que conecta diplomacia, economia e justiça socioambiental.

A trajetória até Belém

A candidatura do Brasil para sediar a COP30 foi anunciada por Lula durante a COP27, no Egito, em 2022, e endossada no ano seguinte pelo Grupo de Estados da América Latina e do Caribe. Em Dubai, durante a COP28 de 2023, o consenso confirmou Belém como anfitriã do evento. A presidência brasileira da conferência terá início oficialmente em novembro de 2025 e se estenderá até novembro de 2026.

Essa sequência mostra como a Pre-COP30 é parte de um enredo mais amplo. Não se trata apenas de preparar uma conferência, mas de reafirmar o protagonismo brasileiro em um momento crítico. O país chega com credenciais renovadas: reduziu o desmatamento na Amazônia, reaproximou-se das agendas multilaterais e promete alinhar política externa e política climática doméstica.

Os encontros preparatórios como a Pre-COP são, muitas vezes, onde se desenham os contornos invisíveis dos grandes acordos. É no ambiente mais restrito, sem a teatralidade das sessões plenárias, que os países testam concessões e sondam alianças. Brasília, por dois dias, será palco desse laboratório diplomático.

Se a COP30 em Belém pretende deixar um legado de ambição climática e inclusão social, a Pre-COP será o ensaio geral. É ali que se medirá até onde vai a disposição de construir compromissos concretos e quanto ainda persistem os bloqueios que há décadas travam o avanço das negociações internacionais.

No fim das contas, o sucesso de Belém começa a ser escrito em Brasília.

A árvore amazônica que resiste ao fogo e pode salvar florestas inteiras da destruição

Imagine uma floresta imensa, a pulmão do planeta, engolida por chamas vorazes. Anualmente, incêndios devastam a Amazônia, ameaçando não só a biodiversidade, mas o equilíbrio climático global. No entanto, em meio a essa tragédia, surge esperança na forma de certas árvores que desafiam o fogo. Essas espécies amazônicas resistentes, como as do gênero Vochysia, possuem adaptações naturais que as tornam sobreviventes excepcionais. Elas não apenas resistem às labaredas, mas também pavimentam o caminho para a regeneração de ecossistemas inteiros. Nesta reportagem científica, exploramos o mundo dessas árvores resistentes ao fogo e seu potencial transformador para o reflorestamento na região.

A investigação sobre essas plantas revela um segredo da natureza que pode mudar o curso da conservação ambiental. Com casca grossa e mecanismos de regeneração, elas atuam como sentinelas em áreas queimadas, atraindo vida de volta à terra carbonizada. Palavras como “árvore resistente ao fogo” e “espécies Amazônia resistentes” ganham vida ao entendermos como essas gigantes verdes podem ser aliadas na luta contra a degradação florestal.

Esta imagem captura o essência de uma Vochysia rufa, conhecida popularmente como pau-doce, erguendo-se solitária em um cenário pós-incêndio. Sua casca espessa, com mais de 10 centímetros em indivíduos maduros, parece uma armadura natural contra as chamas.

Descobrindo as espécies amazônicas resistentes

A jornada para entender essas árvores começa nas profundezas da floresta amazônica, onde cientistas e ecólogos investigam há décadas os impactos dos incêndios. Diferente de biomas como o Cerrado, onde o fogo é um elemento recorrente na evolução das plantas, a Amazônia tradicionalmente não evoluiu com chamas frequentes. No entanto, estudos recentes apontam para exceções notáveis. Espécies do gênero Vochysia, nativas da região, emergem como protagonistas nessa narrativa de resiliência.

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A Vochysia rufa, por exemplo, é uma árvore pioneira que coloniza áreas degradadas. Originária de enclaves de savana dentro da bacia amazônica, ela se destaca por sua capacidade de sobreviver a queimadas superficiais. Pesquisadores da Embrapa e de universidades como a UFOPA têm documentado como essas plantas rebrotam vigorosamente após o fogo passar. Um estudo publicado no Acta Amazonica descreve novas espécies de Vochysia na Amazônia brasileira, enfatizando sua adaptação a solos pobres e condições extremas.

Não se trata de uma árvore isolada. Outras espécies amazônicas resistentes, como a Vochysia guianensis e a Vochysia maxima, compartilham traços semelhantes. Elas crescem até 30 metros de altura, com troncos robustos que suportam o peso de copas densas. Sua presença em florestas secundárias indica um papel crucial na sucessão ecológica, onde atuam como facilitadoras para o retorno de espécies mais sensíveis.

Investigações de campo, como as realizadas no Projeto Fogo pelo Ibama, revelam que essas árvores possuem uma tolerância inata ao calor. Em experimentos controlados, amostras de madeira de Vochysia demonstraram menor taxa de combustão comparada a outras madeiras amazônicas. Isso não é coincidência; é o resultado de milhões de anos de evolução em nichos onde o fogo ocasional, provocado por raios ou atividades humanas ancestrais, selecionou os mais fortes.

Como a casca grossa protege contra as chamas

O segredo da sobrevivência reside na estrutura da árvore. A casca dessas espécies amazônicas resistentes é suberosa, semelhante à cortiça do sobreiro europeu, mas adaptada ao trópico úmido. Essa camada externa, composta por células mortas cheias de suberina, atua como isolante térmico. Quando o fogo atinge a superfície, o calor demora a penetrar, preservando o câmbio e os tecidos vivos internos.

Para visualizar isso, considere um corte transversal da árvore. A camada externa da casca pode atingir espessuras impressionantes, formando barreiras que dissipam o calor. Estudos da Universidade de Yale, em colaboração com o Ipam, mostram que árvores com casca mais grossa na Amazônia sobrevivem melhor a incêndios de baixa intensidade. Embora a floresta como um todo seja vulnerável, essas “árvores resistentes ao fogo” servem como ancoragem para a recuperação.

Vochysia_Tucanorum_-_23_02_23S-48_49_54W_REFON-scaled A árvore amazônica que resiste ao fogo e pode salvar florestas inteiras da destruiçãoEste infográfico, inspirado em pesquisas sobre resistência ao fogo, ilustra como a casca protege o cerne da árvore. Adaptado de estudos sobre biomas tropicais.

A explicação científica vai além da espessura. A suberina, um polímero lipídico, é hidrofóbica e não queima facilmente, criando uma barreira contra oxigênio e chamas. Em um artigo da G1 sobre pesquisa de Yale, destaca-se que, apesar da sensibilidade geral, espécies como Vochysia mantêm integridade estrutural pós-fogo. Essa proteção permite que a árvore não só sobreviva, mas produza brotos basais, acelerando a regeneração.

Investigadores observam que em áreas queimadas, essas árvores isoladas se tornam focos de biodiversidade. Pássaros e insetos retornam, dispersando sementes de outras plantas. É um ciclo virtuoso onde uma “árvore resistente ao fogo” inicia a cura de hectares devastados.

O papel vital no reflorestamento da Amazônia

Agora, imagine o potencial para o reflorestamento. Com o aumento dos incêndios devido às mudanças climáticas e ao desmatamento, projetos de restauração precisam de espécies que acelerem a recuperação. As Vochysia se encaixam perfeitamente nesse papel. Como pioneiras, elas fixam nitrogênio no solo, melhoram a fertilidade e fornecem sombra para mudas mais delicadas.

Em iniciativas da Embrapa, testes de plantio em áreas degradadas mostram taxas de sobrevivência acima de 80% para Vochysia em solos pós-queimada. Um guia de espécies da Embrapa lista essas árvores como altamente tolerantes ao fogo em pastagens abandonadas. Elas brotam de tocos e raízes, formando matas secundárias que evoluem para florestas primárias em poucas décadas.

Especialistas investigam ainda mais. No Imazon, relatórios sobre plantas úteis na Amazônia destacam o valor econômico da castanheira, mas agora somam as Vochysia por seu benefício ecológico. Elas podem ser integradas a sistemas agroflorestais, combinando conservação com produção sustentável de madeira ou frutos. Imagine comunidades ribeirinhas plantando essas espécies amazônicas resistentes para proteger suas terras de futuros incêndios.

O impacto vai além da local. A ONU, em relatórios sobre biodiversidade, enfatiza que restaurar 350 milhões de hectares globalmente até 2030 é crucial. Na Amazônia, árvores como essas poderiam cobrir milhões de hectares queimados, sequestrando carbono e regulando o clima. Um estudo da Mongabay sobre colheitas pós-seca na Amazônia destaca a vulnerabilidade, mas aponta para espécies resilientes como esperança.

Desafios e o caminho à frente

Apesar do otimismo, obstáculos persistem. Incêndios intensos, agravados pela seca extrema de 2025, testam até as mais resistentes. A Vochysia rufa, embora robusta, sofre com fogo recorrente, perdendo capacidade de rebrote após múltiplas exposições. Investigadores da Ufopa observam que florestas não perturbadas previamente são mais resistentes, sugerindo que prevenir é melhor que remediar.

Políticas públicas entram em cena. Programas como o Floresta+ da União Europeia financiam plantios de espécies nativas. No Brasil, o Ideb e o Ideflorbio promovem o uso de Vochysia em restaurações. Mas precisamos de mais pesquisa. Experimentos em viveiros testam hibridizações para aumentar a resistência, enquanto comunidades indígenas compartilham conhecimentos ancestrais sobre manejo sem fogo.

Uma visita a campos no Pará revela o poder inspirador. Árvores isoladas em áreas queimadas, com casca grossa intacta, simbolizam renascimento. Elas atraem orquídeas, fungos micorrízicos e animais polinizadores, tecendo a teia da vida de volta.

Uma visão de florestas renascidas

Enfim, essas árvores amazônicas resistentes ao fogo não são apenas sobreviventes; são salvadoras. Seu papel no reflorestamento pode transformar paisagens carbonizadas em oásis verdes, salvando não só a Amazônia, mas o planeta. Ao investir em espécies como Vochysia, honramos a resiliência da natureza e pavimentamos um futuro sustentável. A mensagem é clara: a esperança brota das cinzas, guiada por essas gigantes silenciosas.

Para mais leituras, explore o Wikipedia sobre Vochysia ou relatórios da Imazon. Juntos, podemos amplificar essa história de inspiração e ação.

Bioeconomia é aposta para viabilizar restauração florestal

O desafio de restaurar florestas tropicais no Brasil vai muito além do plantio de mudas. A questão central está no custo elevado dos projetos, que ainda esbarra em fontes de financiamento pouco consolidadas. O mercado de créditos de carbono e o pagamento por serviços ecossistêmicos, por exemplo, têm potencial, mas ainda caminham lentamente. Nesse cenário, pesquisadores apontam uma alternativa promissora: a exploração de produtos florestais não madeireiros, capazes de gerar renda sem derrubar árvores e de financiar a restauração no médio prazo.

Um estudo publicado na revista Ambio e conduzido por cientistas da Universidade de São Paulo (USP) revela que 59% das espécies analisadas em áreas da Mata Atlântica possuem algum potencial bioeconômico. A pesquisa foi realizada no Vale do Paraíba do Sul, região que abrange os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, e contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

O levantamento identificou 329 espécies, das quais 283 são nativas. Entre elas, 167 apresentam usos potenciais: 58% na área médica, 12% em cosméticos e 5% na alimentação. Espécies como a araucária (Araucaria angustifolia) e a juçara (Euterpe edulis), já conhecidas pela produção de pinhão e açaí-juçara, se destacam pelo número de estudos e aplicações.

Segundo o pesquisador Pedro Medrado Krainovic, do Instituto de Estudos Avançados (IEA-USP), o grande diferencial do manejo de produtos não madeireiros é que ele preserva a floresta em pé, ao utilizar folhas, frutos, sementes e galhos. “Esse tipo de exploração é sustentável e gera retornos em prazos menores, ao contrário do manejo madeireiro, que exige ciclos longos para ser economicamente viável”, explica.

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foto: Paulo G. Molin/NewFor

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Inovação com potencial de mercado

Os dados chamam atenção também no campo da inovação. Entre as espécies estudadas, 78 possuem patentes registradas em 61 países, o que corresponde a 46,7% do total. Contudo, apenas 8% dessas patentes foram depositadas no Brasil, o que mostra o enorme espaço para investimentos em pesquisa e desenvolvimento.

Para Krainovic, esse quadro revela duas oportunidades. A primeira é aproveitar espécies já patenteadas e que têm mercado consolidado para gerar renda imediata. A segunda, ainda mais estratégica, é explorar o potencial oculto de plantas que ainda não receberam atenção da indústria, o que pode levar à descoberta de novas moléculas para a medicina, a cosmética e a alimentação.

O manejo sustentável de produtos não madeireiros pode funcionar como um alívio financeiro para projetos de restauração. Enquanto espécies de alto valor madeireiro levam décadas para atingir o ponto de corte, a exploração de frutos, óleos, sementes e outros insumos gera receitas contínuas, criando um ciclo de autofinanciamento.

Além disso, em áreas de preservação permanente — como margens de rios e encostas íngremes — a extração de madeira é proibida pelo Código Florestal. Nessas regiões, o manejo de baixo impacto pode transformar projetos de reflorestamento em iniciativas economicamente viáveis, que conciliam conservação e geração de renda.

Os pesquisadores lembram que a restauração florestal não tem como objetivo final apenas o retorno econômico, mas a recomposição dos serviços ecossistêmicos essenciais, como a proteção do solo, o sequestro de carbono, a provisão de água e a polinização. Nesse sentido, tornar o processo atrativo para produtores rurais é também uma forma de garantir que a restauração aconteça em escala.

Geração de empregos e inclusão social

O impacto econômico da restauração com espécies nativas vai além da renda direta. Estudos anteriores já mostraram que, se o Brasil cumprir a meta assumida no Acordo de Paris de restaurar 12 milhões de hectares até 2030, será possível gerar até 2,5 milhões de empregos. Boa parte dessas vagas não exige qualificação, o que amplia a oportunidade de inclusão social em áreas rurais.

No entanto, os pesquisadores fazem um alerta: sem regulação e planos de manejo bem estruturados, a exploração pode levar à superexploração de espécies. O exemplo clássico é o do pau-rosa (Aniba rosaeodora), árvore amazônica que entrou em colapso após décadas de extração intensiva para a indústria de perfumes.

Políticas públicas, como compras governamentais e certificações, podem ajudar a criar mercados sustentáveis para esses produtos. Além disso, a integração de bancos de dados científicos e mercadológicos, como os utilizados no estudo, pode orientar futuros projetos de restauração não apenas na Mata Atlântica, mas também em outros biomas brasileiros.

Para espécies raras, mas de alto potencial econômico, o plantio direcionado em projetos de restauração pode ser uma solução estratégica. Já as espécies abundantes e de fácil manejo podem ser alvo de mais pesquisas para ampliar sua aplicação comercial.

O estudo mostra que pensar em florestas apenas como áreas de preservação é insuficiente. Elas podem ser vistas como espaços multifuncionais, onde valores ecológicos e econômicos se somam. Essa perspectiva tem o poder de transformar a restauração de um custo elevado em uma oportunidade de desenvolvimento sustentável.

O artigo pode ser lido na íntegra aqui: https://link.springer.com/article/10.1007/s13280-025-02234-5

Amazônia ganha vigilância diária contra desmatamento e queimadas

O futuro da Amazônia está cada vez mais ligado à tecnologia e à transparência. Nesta semana, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) lançaram o Deter Não Floresta (Deter NF), uma ferramenta inédita que passa a monitorar diariamente todo o bioma amazônico, incluindo áreas até então pouco acompanhadas.

A novidade amplia o alcance do sistema Deter, que já atuava na vigilância da floresta densa, mas deixava descobertas regiões de campos naturais, savanas e zonas de transição, que representam cerca de 20% da Amazônia. Agora, com a integração dessas áreas, a plataforma ganha uma visão mais completa do bioma, tornando-se um instrumento estratégico para conter o avanço das atividades ilegais.

O Deter NF combina imagens de satélite com algoritmos de inteligência artificial, permitindo identificar sinais de desmatamento, mineração e queimadas em tempo real. Os dados gerados são públicos, gratuitos e já podem ser acessados pelo portal TerraBrasilis, que reúne diferentes bases de informações ambientais produzidas pelo Inpe.

desmatamento-em-labrea-municipio-do-sul-do-amazonas-foto-victor-moriyama-amazonia-em-chamas-2021-2-400x239 Amazônia ganha vigilância diária contra desmatamento e queimadas
Victor Moriyama/Greenpeace

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Um salto na governança ambiental

Para o secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do MMA, André Lima, o lançamento fecha uma lacuna histórica. “Onde antes havia um vazio de informação diária, agora temos transparência e agilidade. Isso fortalece a ação do Estado e democratiza o acesso à informação”, afirmou.

A importância prática desse avanço se traduz na atuação de órgãos de fiscalização, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), além das polícias ambientais estaduais. Com alertas mais rápidos, as equipes em campo podem agir de forma preventiva e não apenas reativa, evitando que danos ambientais avancem sem controle.

Tecnologia a serviço da floresta

De acordo com o Inpe, o Deter NF é fruto de anos de pesquisa e do programa BiomasBR, que investe em inovação para monitoramento de ecossistemas. O coordenador do projeto, Cláudio Almeida, destacou que foram aplicadas técnicas avançadas de processamento de imagens e aprendizado de máquina para criar um sistema robusto e confiável.

O próximo passo será expandir a tecnologia para outros biomas ainda sem monitoramento diário, como a Mata Atlântica, a Caatinga e o Pampa. A expectativa é que, assim como na Amazônia, esses ecossistemas também possam ter um acompanhamento capaz de detectar pressões ambientais com rapidez.

Resultados já visíveis

Os dados do Deter mostram que, somente em agosto de 2025, os alertas de desmatamento na Amazônia Florestal caíram 36,6% em comparação ao mesmo mês do ano anterior. Nas áreas não florestais, houve aumento de 8%, reforçando a necessidade do novo sistema. Em outros biomas, os resultados também foram positivos: queda de 27,3% no Cerrado e de 16,8% no Pantanal.

Esses números revelam que o desafio ainda é grande, mas a tecnologia pode acelerar respostas e apoiar políticas públicas mais eficazes.

Além do impacto direto na fiscalização, o Deter NF também é um instrumento de engajamento social. O acesso público aos alertas possibilita que universidades, organizações da sociedade civil, jornalistas e cidadãos acompanhem em tempo real o que acontece na Amazônia.

Com a realização da COP30 em Belém, em 2025, iniciativas como essa se tornam ainda mais estratégicas. O Brasil tem a oportunidade de mostrar ao mundo que a defesa da Amazônia passa por inovação, ciência e transparência, oferecendo exemplos concretos de como tecnologia e políticas públicas podem caminhar juntas no combate ao aquecimento global.

O Deter NF, portanto, não é apenas uma ferramenta técnica. É um passo simbólico na forma como o país olha para seus territórios, transformando dados em ação e informação em poder de decisão.

Cinco lições sobre economia circular rumo à COP30

À medida que a COP30 se aproxima, marcada para novembro de 2025 em Belém, cresce a pressão sobre o Brasil para mostrar avanços concretos na agenda climática. Uma das frentes mais estratégicas é a gestão de resíduos, que conecta diretamente o cotidiano da população às metas globais de redução de emissões. Nesse cenário, a economia circular e a coleta seletiva despontam como ferramentas que unem benefícios ambientais, sociais e econômicos.

A startup SOLOS, criada no Nordeste e voltada ao impacto socioambiental, tem se destacado ao propor soluções inovadoras nesse campo. Seu trabalho reúne tecnologia, engajamento comunitário e inclusão social, consolidando experiências em grandes eventos como Carnaval, Réveillon e São João. Nesses contextos, a empresa já demonstrou como logística reversa, planejamento de infraestrutura e valorização de catadores podem se traduzir em sistemas eficazes de coleta.

Entre as iniciativas da SOLOS está o projeto RODA – a reciclagem na sua porta. Ele combina veículos elétricos, coleta porta a porta e a atuação de cooperativas de catadores, diminuindo emissões e fortalecendo a inclusão social. Além disso, a empresa organiza ecopontos, sistemas de troca de resíduos por benefícios e programas educativos que vão de palestras a mutirões de limpeza. Tudo isso sob a lógica de que a sustentabilidade precisa ser vivida de forma prática e acessível.

Os números do Brasil, porém, ainda revelam desafios estruturais. Segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos de 2024, o país gera aproximadamente 81 milhões de toneladas de resíduos urbanos por ano, mas recicla apenas 8% desse volume. A discrepância é evidente: enquanto 75% da população declara separar o lixo em casa, grande parte dos materiais recicláveis não chega às cooperativas ou indústrias por falta de infraestrutura adequada. Dados do IBGE reforçam essa distância entre a boa vontade do cidadão e a realidade do sistema.

Para Saville Alves, cofundadora e líder de impacto da SOLOS, a COP30 é uma vitrine para mostrar como práticas de economia circular podem ser incorporadas em larga escala. Ela elenca cinco pontos que explicam por que o tema deve ser prioridade para o Brasil e para cada cidadão.

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Divulgação – Solus

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O primeiro é a redução da poluição. O encaminhamento correto dos resíduos diminui a contaminação do solo, da água e do ar. Além disso, reduz a pressão sobre florestas e ecossistemas, já que materiais reciclados substituem a extração de novas matérias-primas. Esse ponto é particularmente relevante no Brasil, que em 2025 ainda tem no desmatamento sua principal fonte de emissões de carbono.

O segundo aspecto é a participação da população, impulsionada pela tecnologia. Quando sistemas de coleta porta a porta, aplicativos de agendamento e pontos de entrega voluntária se tornam comuns, o cidadão passa a ser parte ativa do ciclo, aumentando tanto a quantidade quanto a qualidade dos materiais coletados.

O terceiro ponto é a inclusão social dos catadores. São eles que respondem pela maior parte da reciclagem no país. Reconhecer sua importância, garantir remuneração justa e melhorar condições de trabalho é essencial para tornar a coleta seletiva eficiente e segura.

O quarto benefício é o retorno ambiental e econômico. Além de reduzir a poluição, a reciclagem gera empregos, movimenta cooperativas e fornece matéria-prima para a indústria. Um estudo do Ministério do Meio Ambiente (MMA) estima que a economia circular pode gerar até 7 milhões de empregos no Brasil até 2030, mostrando que sustentabilidade também é vetor de desenvolvimento.

Por fim, Saville destaca a infraestrutura inovadora. Sem ecopontos, coletores estratégicos e sistemas que democratizem o acesso, a coleta seletiva não alcança escala. Criar essa base física é tão importante quanto conscientizar a população.

Com parcerias firmadas com marcas como Ambev, Braskem, iFood, Nubank e Coca-Cola, a SOLOS já coletou mais de 1.700 toneladas de resíduos, gerando R$ 6,5 milhões em renda para catadores em cinco anos. O dado mostra que inovação e impacto social podem caminhar juntos.

“Com a COP30 realizada no Brasil, o mundo volta os olhos para nossas práticas. Reduzir o desmatamento e impulsionar a economia circular não é apenas responder às pressões internacionais, mas reestabelecer o vínculo entre cada cidadão e o futuro do planeta”, resume Saville.

Ao final, a coleta seletiva se revela mais do que uma tarefa doméstica: é uma porta de entrada para uma economia circular capaz de transformar cidades, gerar trabalho digno e reverter parte da crise climática.

Tudo o que você precisa saber sobre o Deter NF, sistema lançado pelo governo brasileiro que usa IA para monitorar a Amazônia de forma inédita

Você já parou para pensar em como seria se tivéssemos olhos invisíveis vigiando cada mudança na Amazônia, todos os dias, sem descanso? Esse futuro já chegou. Com o lançamento do Deter NF, o Brasil coloca em operação uma ferramenta que promete transformar o combate ao desmatamento, trazendo velocidade, precisão e transparência inéditas para a proteção da maior floresta tropical do planeta.

O Deter NF é um novo sistema lançado pelo governo federal, criado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Sua missão é clara: monitorar diariamente todo o bioma amazônico, incluindo áreas que antes ficavam invisíveis aos sistemas tradicionais por não serem florestas densas.

Até agora, o Deter clássico conseguia detectar principalmente cortes rasos em áreas de floresta. Mas cerca de 20% da Amazônia é composta por outros ecossistemas — campos naturais, savanas, áreas de transição — que não entravam no radar. O Deter NF chega para fechar essa lacuna, ampliando o alcance da fiscalização e permitindo que nenhuma alteração significativa passe despercebida.

Como o Deter NF funciona na prática

O segredo do Deter NF está na combinação entre satélites e inteligência artificial. Todos os dias, o sistema recebe imagens atualizadas de satélites de alta resolução. Esses dados são processados por algoritmos de aprendizado de máquina capazes de identificar mudanças na vegetação, abertura de clareiras, queimadas ou atividades minerárias ilegais.

Vários fatores explicam o entusiasmo em torno do Deter NF:

  1. Cobertura integral – Pela primeira vez, 100% do bioma amazônico está sob vigilância diária. Isso significa que áreas não florestais, antes vulneráveis ao avanço de atividades ilegais, agora entram no radar oficial.

  2. Agilidade sem precedentes – Antes, as informações podiam demorar meses para serem consolidadas, como no caso do sistema PRODES. Agora, com o Deter NF, qualquer alteração pode ser detectada em até 24 horas.

  3. Precisão com tecnologia de ponta – O uso de IA aumenta a capacidade de identificar mudanças sutis que escapavam à análise humana ou a sistemas menos avançados. Isso torna a resposta mais eficiente e reduz a margem de erro.

  4. Transparência radical – Como os dados são abertos, todos podem acompanhar e cobrar ações. Isso fortalece a pressão social contra práticas ilegais e dificulta o encobrimento de crimes ambientais.

Resultados iniciais já chamam atenção

Embora o Deter NF seja recém-lançado, os primeiros relatórios já trazem sinais interessantes. Em agosto de 2025, os alertas de desmatamento na Amazônia Florestal caíram cerca de 36% em comparação com o mesmo mês do ano anterior. No entanto, as áreas não florestais registraram um aumento de 8% na pressão.

Esses números revelam um ponto crucial: onde a tecnologia já atua com força, os resultados aparecem rapidamente. Mas também mostram que ecossistemas menos valorizados ainda sofrem com avanço irregular, exigindo não apenas vigilância, mas também políticas públicas integradas.

Deter NF na vida real: impacto para comunidades e povos indígenas

Imagine uma comunidade ribeirinha no interior do Pará que depende da pesca, da coleta de frutos e da caça de subsistência. Qualquer clareira ilegal aberta na floresta próxima pode afetar a disponibilidade de recursos naturais e a qualidade da água. Antes, esse desmatamento poderia passar despercebido por semanas. Agora, com o Deter NF, o alerta surge em questão de horas.

Para povos indígenas, o sistema também é uma ferramenta de defesa. Invasões de garimpeiros ou madeireiros em territórios protegidos podem ser registradas quase imediatamente, gerando provas e mobilizando fiscalização mais rápida. É como se o próprio céu fosse um guardião permanente dessas áreas.

Tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-o-Deter-NF-sistema-lancado-pelo-governo-brasileiro-que-usa-IA-para-monitor-a-Amazonia-de-forma-inedita-2 Tudo o que você precisa saber sobre o Deter NF, sistema lançado pelo governo brasileiro que usa IA para monitorar a Amazônia de forma inédita

Comparações e lições de outros sistemas

O Brasil já vinha usando o Deter clássico e o PRODES para acompanhar o desmatamento. Mas esses sistemas tinham limitações:

  • O PRODES calcula taxas anuais, mas não oferece respostas rápidas.

  • O Deter clássico identificava cortes rasos, mas não cobria ecossistemas não florestais.

O Deter NF surge como complemento essencial, trazendo dinamismo e amplitude. Comparado a iniciativas internacionais, como as plataformas de monitoramento usadas na Indonésia ou no Congo, o Brasil dá um passo além ao tornar os dados acessíveis a qualquer cidadão, reforçando seu protagonismo em ciência ambiental.

Desafios que o Deter NF ainda precisa enfrentar

Apesar do impacto inicial, alguns desafios permanecem:

  • Capacidade de resposta: gerar alertas não basta; é necessário que órgãos ambientais tenham recursos para agir rapidamente.

  • Questões técnicas: nuvens densas, limitações de satélites e áreas de difícil acesso ainda podem comprometer a qualidade das imagens.

  • Financiamento e continuidade: manter o Deter NF atualizado exige investimento constante em tecnologia e pessoal especializado.

  • Uso político dos dados: a transparência pode gerar disputas sobre responsabilidades e resultados, exigindo neutralidade técnica.

O futuro do Deter NF e sua expansão para outros biomas

O plano do governo é usar o Deter NF como modelo para outros biomas brasileiros. Cerrado, Caatinga, Pantanal e até a Mata Atlântica poderão ser monitorados com a mesma agilidade. Isso significaria uma revolução no acompanhamento ambiental, cobrindo praticamente todo o território nacional com vigilância diária.

Além disso, há discussões sobre integrar o Deter NF a outras bases de dados — como informações sobre queimadas, mineração e uso da terra — criando um ecossistema de monitoramento mais robusto e conectado.

O Deter NF não é apenas uma inovação tecnológica. É também um símbolo de como ciência, transparência e vontade política podem se unir para enfrentar um dos maiores desafios do século: preservar a Amazônia.

O sistema não substitui o trabalho humano em campo, mas aumenta imensamente a capacidade de reação. Ele representa uma oportunidade rara: transformar dados em ação, informação em proteção, e vigilância em esperança.

Se for bem implementado, o Deter NF pode ser lembrado como o divisor de águas na luta contra o desmatamento. Mas, como qualquer ferramenta, só fará diferença se houver coragem política, recursos consistentes e participação ativa da sociedade.

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Donos estão errando a ração e encurtando a vida dos pets sem perceber

Você sabia que a escolha da ração pode impactar diretamente a saúde e a longevidade do seu pet? Muitos tutores, sem perceber, cometem erros na alimentação de seus cães e gatos, oferecendo produtos que, em vez de nutrir, podem causar problemas graves. Neste artigo, vamos explorar os erros mais comuns na escolha da ração, os impactos na saúde dos animais e dicas práticas para garantir uma alimentação pet saudável. Vamos juntos aprender a evitar a pior ração para cachorro e oferecer o melhor para seu companheiro!

Por que a escolha da ração é tão importante?

A alimentação é a base da saúde de qualquer ser vivo, e com os pets não é diferente. Uma ração de qualidade fornece os nutrientes essenciais para o funcionamento do organismo, fortalecendo o sistema imunológico, mantendo a saúde da pele, pelos, ossos e órgãos vitais. Por outro lado, a pior ração para cachorro ou gato, geralmente cheia de ingredientes de baixa qualidade, pode levar a problemas como obesidade, doenças renais, alergias e até redução da expectativa de vida.

Estudos mostram que uma dieta inadequada pode encurtar a vida de um pet em até 2 anos, segundo a ASPCA. Por isso, entender o que está na composição da ração é essencial para tomar decisões conscientes.

Erros comuns na escolha da ração

Muitos tutores escolhem a ração com base em preço, propagandas ou embalagens atraentes, sem analisar os ingredientes ou as necessidades específicas do pet. Aqui estão os erros mais frequentes:

1. Priorizar o preço em vez da qualidade

Optar pela ração mais barata pode parecer econômico, mas a longo prazo isso pode custar caro. Rações de baixa qualidade, muitas vezes vendidas em supermercados, contêm subprodutos de origem duvidosa, como farinhas de ossos, penas ou restos de abate, que oferecem pouco valor nutricional. Esses ingredientes podem sobrecarregar os rins e o fígado do pet, além de causar deficiências nutricionais.

2. Ignorar o rótulo da ração

Você já leu o rótulo da ração do seu pet? Muitos tutores não sabem que os primeiros ingredientes listados são os mais presentes no produto. Se a ração começa com “milho” ou “soja”, isso indica que ela é composta principalmente por carboidratos, que não são ideais para cães e gatos, que são naturalmente carnívoros.

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Além disso, termos vagos como “subprodutos de carne” podem esconder ingredientes de baixa qualidade. Para uma alimentação pet saudável, procure rações com proteínas de alta qualidade, como frango, carne bovina ou peixe, listadas como primeiros ingredientes.

3. Não considerar a idade e as necessidades do pet

Filhotes, adultos e idosos têm necessidades nutricionais diferentes. Oferecer uma ração para filhotes a um cão adulto pode levar ao ganho de peso, enquanto uma ração para adultos pode não suprir as necessidades de um idoso, como suporte às articulações. Além disso, pets com condições especiais, como alergias ou problemas renais, precisam de rações específicas.

4. Confiar apenas em propagandas

Anúncios coloridos e slogans como “100% completo” nem sempre garantem qualidade. Muitas marcas investem em marketing, mas oferecem produtos cheios de conservantes artificiais, corantes e aromatizantes que podem ser prejudiciais. Um estudo da Pet Food Industry revelou que algumas rações populares contêm aditivos que podem causar alergias em pets sensíveis.

 

image-5 Donos estão errando a ração e encurtando a vida dos pets sem perceberImagem ilustrativa de uma tigela com ração de baixa qualidade, cheia de grãos secos e artificiais.

Impactos da má alimentação na saúde dos pets

Os efeitos de uma alimentação inadequada podem aparecer lentamente, mas são graves. Aqui estão alguns dos principais problemas causados pela pior ração para cachorro ou gato:

  • Obesidade: Rações ricas em carboidratos e gorduras de baixa qualidade podem levar ao ganho de peso, aumentando o risco de diabetes e problemas articulares.
  • Doenças renais e hepáticas: Ingredientes de baixa qualidade, como subprodutos, sobrecarregam os órgãos, especialmente em gatos, que são mais suscetíveis a problemas renais.
  • Alergias e problemas de pele: Corantes e conservantes artificiais podem causar coceira, queda de pelo e dermatites.
  • Deficiências nutricionais: A falta de nutrientes essenciais, como ômega-3, vitaminas e minerais, pode enfraquecer o sistema imunológico e causar problemas como fraqueza muscular ou ossos frágeis.
  • Redução da longevidade: Uma dieta pobre pode encurtar a vida do pet, reduzindo sua qualidade de vida nos últimos anos.

Como escolher uma ração de qualidade?

Para garantir uma alimentação pet saudável, é preciso atenção e conhecimento. Aqui estão algumas dicas práticas para escolher a melhor ração para seu cachorro ou gato:

1. Leia o rótulo com atenção

Procure rações que tenham como primeiros ingredientes fontes de proteína de alta qualidade, como carne, frango, peixe ou ovos. Evite produtos com milho, trigo ou soja como base, pois esses ingredientes são menos digestíveis para pets.

Além disso, verifique a presença de conservantes naturais, como tocoferóis (vitamina E), em vez de conservantes artificiais, como BHA ou BHT, que podem ser prejudiciais a longo prazo.

2. Escolha de acordo com a fase de vida

Filhotes precisam de rações ricas em calorias e nutrientes para o crescimento, enquanto idosos requerem fórmulas com menos calorias e mais suporte para articulações e órgãos. Consulte um veterinário para entender as necessidades específicas do seu pet.

3. Considere rações premium ou super premium

Rações premium e super premium costumam usar ingredientes de melhor qualidade e oferecem formulações balanceadas. Marcas como Royal Canin e Hill’s são conhecidas por investir em pesquisas para desenvolver produtos que atendem às necessidades específicas dos pets.

4. Evite corantes e aromatizantes artificiais

Corantes e aromatizantes artificiais não têm função nutricional e podem causar alergias. Escolha rações com cores naturais e sem aditivos desnecessários.

5. Consulte um veterinário

Um veterinário pode ajudar a identificar a melhor ração para seu pet, considerando fatores como raça, idade, peso e condições de saúde. Ele também pode recomendar dietas específicas para pets com alergias ou doenças crônicas.

Infográfico: Ração saudável x Ração prejudicial

Ração saudável

  • Primeiro ingrediente: Proteína (frango, carne, peixe)
  • Conservantes naturais (tocoferóis)
  • Sem corantes ou aromatizantes artificiais
  • Balanceada para a fase de vida do pet

Ração prejudicial

  • Primeiro ingrediente: Milho, trigo ou soja
  • Conservantes artificiais (BHA, BHT)
  • Corantes e aromatizantes artificiais
  • Ingredientes vagos, como “subprodutos”

Dicas extras para uma alimentação pet saudável

Além de escolher a ração certa, algumas práticas podem melhorar ainda mais a saúde do seu pet:

  • Ofereça água fresca sempre: A hidratação é essencial para a saúde renal e digestiva.
  • Controle as porções: Siga as recomendações do fabricante ou do veterinário para evitar obesidade.
  • Introduza novas rações gradualmente: Misture a nova ração com a antiga por 7 a 10 dias para evitar problemas digestivos.
  • Considere alimentos naturais: Algumas rações incluem ingredientes frescos, como vegetais e frutas, que complementam a dieta. Você também pode oferecer petiscos naturais, como cenoura ou maçã (sem sementes), com moderação.
  • Monitore a saúde do pet: Observe sinais como falta de energia, pelo opaco ou problemas digestivos, que podem indicar uma alimentação inadequada.

Escolher a ração certa para seu pet é uma das decisões mais importantes que você pode tomar para garantir a saúde e a felicidade do seu companheiro. Evitar a pior ração para cachorro ou gato e investir em uma alimentação pet saudável pode prevenir doenças, melhorar a qualidade de vida e até prolongar o tempo que você terá ao lado do seu melhor amigo. Leia os rótulos, consulte um veterinário e priorize a qualidade em vez do preço. Seu pet merece o melhor!

Quer saber mais sobre cuidados com pets? Confira os recursos da PetMD para dicas confiáveis sobre saúde animal.

 

Petrobras produz pela primeira vez combustível de aviação sustentável com óleo vegetal

A Petrobras deu um passo inédito em direção à descarbonização do setor aéreo. Na primeira semana de setembro, a Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos (SP), produziu pela primeira vez combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) a partir do coprocessamento de óleo vegetal misturado às correntes tradicionais de petróleo. O teste alcançou até 1,2% de conteúdo renovável no produto final, consolidando uma rota tecnológica considerada de baixo investimento, por aproveitar a estrutura já existente nas refinarias.

O que é o SAF e por que importa

O SAF pode substituir diretamente o querosene de aviação (QAV) convencional sem necessidade de adaptações em aeronaves ou infraestrutura aeroportuária. A tecnologia é vista como solução prática e imediata para reduzir emissões de gases de efeito estufa no setor aéreo, responsável por cerca de 2% das emissões globais. Segundo especialistas, cada ponto percentual incorporado ao combustível representa uma contribuição relevante para o cumprimento de metas climáticas internacionais.

Exigência regulatória a partir de 2027

A produção de SAF pela Petrobras ocorre em um momento estratégico. A Lei do Combustível do Futuro, já aprovada, determina que, a partir de 2027, companhias aéreas no Brasil terão de utilizar obrigatoriamente combustíveis com conteúdo renovável. Além disso, o país precisa atender às exigências do CORSIA (Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation), programa da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) voltado à redução e compensação das emissões do setor.

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Reprodução

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Inovação e transição energética

Para o gerente geral da Revap, Alexandre Coelho Cavalcanti, a iniciativa mostra como é possível avançar em sustentabilidade sem a necessidade de grandes investimentos iniciais. “Trata-se de uma abordagem de menor custo para a produção de combustíveis com conteúdo renovável, pois utiliza os ativos existentes”, afirmou.

O diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França, classificou a experiência como um marco tecnológico. “A iniciativa demonstra o compromisso da Petrobras com a inovação e a sustentabilidade, preparando-se para atender às demandas futuras de um setor aéreo mais sustentável”, disse.

Próximos passos

Além da Revap, a Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, já recebeu autorização da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para incorporar até 1,2% de matéria-prima renovável em sua produção de SAF. A expectativa é que a produção comercial comece “nos próximos meses”, ampliando a oferta do combustível no mercado brasileiro.

Um marco para o Brasil

O avanço da Petrobras posiciona o Brasil no radar global da transição energética do setor aéreo. O país, que já possui matriz elétrica majoritariamente renovável, agora avança também no fornecimento de soluções para reduzir a pegada de carbono da aviação. Se consolidada em escala comercial, a produção de SAF poderá garantir competitividade às companhias aéreas nacionais e contribuir para os compromissos internacionais de mitigação da crise climática.

Rios alaranjados no Alasca expõem crise climática e ameaça tóxica para peixes

Nos confins do norte do Alasca, um fenômeno inusitado e preocupante está transformando a paisagem: rios cristalinos estão ficando alaranjados. O que poderia ser confundido com o impacto de atividades de mineração, na verdade, é resultado direto do derretimento do permafrost, camada de solo permanentemente congelado que, ao descongelar, libera metais tóxicos há milênios retidos no subsolo.

Como os rios mudam de cor

Em regiões mineradoras, a coloração enferrujada das águas é normalmente associada à drenagem ácida de minas (AMD), processo em que minerais sulfetados entram em contato com ar e água, oxidando e liberando ferro, cobre, chumbo e mercúrio. No Alasca, contudo, não há minas: o aquecimento global está descongelando o permafrost e alterando a química da paisagem, produzindo um efeito visual e ambiental semelhante ao da AMD.

Segundo pesquisadores, a água e o oxigênio estão atingindo minerais sulfetados antes intocados, acelerando reações químicas que contaminam os rios. O resultado é uma precipitação de ferro que colore os leitos com tons de vermelho, laranja e amarelo, enquanto metais dissolvidos tornam os ecossistemas aquáticos mais ácidos e tóxicos.

O caso do Rio Salmon

O Rio Salmon, que até 2019 exibia águas claras, tornou-se símbolo dessa transformação. Desde então, a coloração alaranjada persiste e levantou a questão central: quão tóxica se tornou essa água? Coletas realizadas entre 2022 e 2023 revelaram níveis de metais acima dos limites de segurança estabelecidos pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) para a vida aquática.

Entre os achados, o mais alarmante foi a presença de cádmio dissolvido, metal raro em ecossistemas aquáticos, mas altamente tóxico. Ele pode se acumular nos tecidos dos peixes, provocar efeitos neurotóxicos e alterar o comportamento, reduzindo suas chances de sobrevivência. Predadores como ursos e outros mamíferos que se alimentam desses peixes correm riscos de sofrer estresse oxidativo e danos ao DNA.

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David Goldman/AP Photo

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Consequências para comunidades locais

Embora os níveis atuais de contaminação não sejam considerados perigosos para o consumo humano, há riscos indiretos. O salmão chum, por exemplo, fundamental para a subsistência de comunidades indígenas da região, pode enfrentar dificuldades para desovar em leitos de cascalho entupidos por sedimentos finos. Isso ameaça não apenas a biodiversidade local, mas também a segurança alimentar e cultural dessas populações.

Um padrão que se espalha

O Rio Salmon não é caso isolado. Um estudo publicado em 2024 já havia identificado 75 rios e córregos da Cordilheira Brooks com coloração alaranjada e elevada turbidez. Com o avanço do aquecimento global, a tendência é que mais cursos d’água passem por esse processo de degradação, sem infraestrutura capaz de contê-lo.

“Existem poucos lugares tão intocados quanto esses rios”, afirmou um dos pesquisadores envolvidos. “Mas mesmo aqui, longe de cidades e estradas, a marca do aquecimento global é inconfundível. Nenhum lugar está a salvo.”

O desafio global

O fenômeno dos rios alaranjados no Ártico expõe de forma dramática como a crise climática não respeita fronteiras. A liberação de metais tóxicos do permafrost ameaça cadeias alimentares inteiras e pode comprometer a resiliência dos ecossistemas locais. Ao mesmo tempo, serve de alerta para o mundo: os impactos do aquecimento não são uma abstração futura, mas uma realidade já em curso, mesmo nas regiões mais remotas do planeta.

3 dicas práticas para lidar com marrecos em lagos urbanos sem estresse

Quem já passeou por um parque ou lago urbano sabe como os marrecos chamam atenção. Com seu jeito curioso e barulhento, eles conquistam olhares, mas também podem gerar alguns incômodos quando a convivência não é equilibrada. Para quem frequenta esses espaços ou ajuda na manutenção, entender como lidar com os marrecos sem causar estresse nem para as pessoas nem para os animais é fundamental. A boa notícia é que existem práticas simples e eficazes que garantem harmonia nesses ambientes compartilhados.

Marrecos e a vida nos lagos urbanos

Ao contrário do que muitos imaginam, os marrecos se adaptam muito bem a ambientes artificiais, como lagos de parques e praças. Eles encontram alimento com facilidade e ainda despertam o interesse de visitantes. No entanto, o excesso de interação humana, a alimentação inadequada e a falta de cuidados básicos podem transformar essa relação em um problema. Seguindo algumas dicas práticas, é possível manter a presença desses animais como um atrativo saudável e até educativo.

Evite alimentar os marrecos com pão

A primeira e mais importante dica é: nunca ofereça pão aos marrecos. Essa prática é muito comum em lagos urbanos, mas prejudica seriamente a saúde das aves. O pão fermenta no estômago, provoca problemas digestivos e contribui para doenças. Além disso, restos de pão poluem a água e atraem pragas. O ideal é deixar que os marrecos se alimentem de forma natural ou, em locais organizados, oferecer rações específicas para aves aquáticas. Jardineiros e cuidadores de parques já sabem que essa medida simples mantém o equilíbrio ecológico do lago.

Mantenha distância respeitosa

Outra dica essencial é não tentar interagir diretamente com os marrecos. Apesar de parecerem dóceis, eles podem se estressar facilmente quando são perseguidos ou tocados. Isso compromete seu bem-estar e pode até torná-los agressivos em defesa própria. A distância segura permite que as aves sigam seu comportamento natural: nadar, procurar alimento e interagir entre si. Para visitantes de lagos urbanos, observar de longe é uma forma de apreciar os marrecos sem interferir na rotina deles.

Preserve a qualidade da água e do espaço

A terceira dica envolve o cuidado com o ambiente em que os marrecos vivem. Lagos urbanos muitas vezes acumulam lixo, folhas e até poluição causada por pessoas que não respeitam o espaço. Esse desequilíbrio afeta diretamente a saúde das aves. Quando a água está poluída, os marrecos ficam mais suscetíveis a doenças e podem perder a vitalidade. Manter o espaço limpo, evitar jogar resíduos e colaborar com programas de manutenção garante que os marrecos tenham um lar saudável dentro da cidade.

Por que essas práticas são tão importantes?

A convivência com marrecos em lagos urbanos vai além da estética. Eles têm papel ecológico, ajudando a controlar insetos e servindo como indicadores da qualidade ambiental. Quando estão saudáveis e ativos, é sinal de que o lago está equilibrado. Por outro lado, aves doentes ou agressivas são indícios de falhas no manejo. Assim, cada pequena ação de cuidado contribui para a preservação do espaço e para o bem-estar coletivo.

A conexão das pessoas com os marrecos

Para muitas famílias, passear no parque e observar marrecos é uma atividade encantadora. Crianças ficam fascinadas com a forma como nadam e vocalizam. Essa experiência cria memórias afetivas e desperta o interesse pela natureza. No entanto, é preciso ensinar desde cedo a importância do respeito aos animais, mostrando que carinho verdadeiro não está em tocar ou alimentar de qualquer jeito, mas em garantir que eles vivam bem.

Reduzindo conflitos em ambientes urbanos

Sem as orientações corretas, é comum que os marrecos se tornem alvo de reclamações. Barulho, sujeira e até agressividade em busca de comida podem afastar frequentadores. Com as três dicas práticas — não dar pão, manter distância e preservar o espaço — esses conflitos diminuem e a convivência se torna muito mais harmoniosa.

Como envolver a comunidade no cuidado

A responsabilidade de lidar com marrecos em lagos urbanos não é só dos gestores, mas também dos frequentadores. Placas informativas, campanhas de conscientização e atividades educativas ajudam a difundir as práticas corretas. Quando a comunidade se engaja, os resultados são visíveis: aves mais saudáveis, lagos mais limpos e um ambiente urbano que valoriza a biodiversidade.

Um exemplo inspirador

Algumas cidades já implementaram programas de cuidado específico para aves em lagos. Com a instalação de comedouros próprios, acompanhamento veterinário e limpeza regular, os marrecos passaram a viver de forma muito mais saudável. O resultado foi a transformação da presença desses animais em um atrativo turístico, mostrando que quando há cuidado, todos saem ganhando.

Um convite ao respeito

Lidar com marrecos em lagos urbanos não precisa ser motivo de estresse. Pelo contrário: pode ser uma experiência enriquecedora quando feita com responsabilidade. Evitar pão, respeitar o espaço das aves e zelar pelo ambiente são atitudes simples, mas que mudam completamente a qualidade da convivência. Ao adotar essas práticas, cada visitante contribui para transformar os lagos em refúgios de vida dentro da cidade, onde natureza e pessoas compartilham momentos de paz.

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O segredo milenar que agricultores ainda usam para colher mamão o ano inteiro

Imagine acordar todas as manhãs e colher mamões frescos e suculentos diretamente do seu quintal, independentemente da estação do ano. Esse sonho, que parece saído de um conto antigo, é uma realidade acessível graças ao segredo cultivo mamão passado de geração em geração por agricultores tradicionais. Neste artigo histórico-prático, vamos explorar as técnicas ancestrais de cultivo do mamão, originárias das civilizações indígenas da América Central, e como adaptá-las para pequenos quintais urbanos. Com uma abordagem inspiradora, você aprenderá como colher mamão o ano todo, transformando seu espaço limitado em um oásis produtivo. Vamos mergulhar nessa jornada que une o passado ao presente, honrando a sabedoria da terra e incentivando uma vida mais conectada à natureza.

A História Milenar do Mamão: Das Origens Ancestrais ao Seu Quintal

29249445_1589769907744997_6066024986382958592_n O segredo milenar que agricultores ainda usam para colher mamão o ano inteiro

O mamão, ou Carica papaya, tem raízes profundas na história humana. Originário das regiões tropicais da América Central e do Sul, ele era cultivado por povos indígenas como os maias e os astecas há milhares de anos. Esses antigos agricultores viam no mamoeiro não apenas uma fonte de alimento, mas um símbolo de fertilidade e vitalidade. Documentos históricos revelam que o mamão era usado em rituais e na medicina tradicional, graças às suas propriedades digestivas e curativas. Quando os exploradores europeus, como Cristóvão Colombo, chegaram às Américas no século XV, eles ficaram fascinados com essa fruta exótica, apelidando-a de “fruta dos anjos”.

No Brasil, o cultivo do mamão chegou com os colonizadores portugueses, mas foram as comunidades indígenas e quilombolas que preservaram as técnicas ancestrais. Esses métodos, baseados na observação da natureza, incluem a seleção cuidadosa de sementes de frutos maduros e saudáveis, o plantio em solos enriquecidos com matéria orgânica natural e a harmonia com os ciclos lunares para semeadura. Ao contrário das práticas industriais modernas, que dependem de químicos sintéticos, as técnicas antigas enfatizam a sustentabilidade e o equilíbrio ecológico. Hoje, agricultores familiares em estados como Espírito Santo e Bahia ainda usam esses segredos para manter pomares produtivos o ano inteiro, colhendo até 100 frutos por árvore anualmente.

Inspirados por essa herança, muitos urbanos estão redescobrindo o prazer de cultivar mamão em casa. O segredo cultivo mamão não é um truque moderno, mas uma sabedoria atemporal que pode ser adaptada a vasos ou canteiros pequenos, promovendo não só a autossuficiência alimentar, mas também o bem-estar mental ao conectar-se com a terra.

Fotografia de um mamoeiro carregado de frutos maduros em um quintal urbano, ilustrando a abundância possível com técnicas ancestrais.

Técnicas Ancestrais para o Cultivo do Mamão: O Segredo para Colher o Ano Todo

O coração do segredo cultivo mamão reside em entender o ciclo de vida do mamoeiro. Diferente de árvores frutíferas sazonais, o mamão pode produzir continuamente em climas tropicais ou subtropicais, desde que as condições sejam ideais. Os ancestrais sabiam que o mamoeiro é uma planta dioica, com árvores machos, fêmeas e hermafroditas. Para uma colheita abundante, eles selecionavam sementes de frutos hermafroditas, que produzem árvores mais produtivas e frutos alongados, ideais para consumo.

Uma técnica milenar é a preparação do solo com compostos orgânicos naturais, como esterco de animais, folhas decompostas e cinzas de fogueiras controladas. Isso enriquece o solo com nutrientes essenciais, como potássio e boro, cruciais para o desenvolvimento de frutos. Os indígenas plantavam em montes elevados para melhorar a drenagem, evitando o apodrecimento das raízes – um problema comum em solos encharcados. Para colher mamão o ano todo, eles escalonavam o plantio: semeando novas mudas a cada poucos meses, garantindo que sempre haja árvores em diferentes estágios de maturação.

Outra prática inspiradora é a poda tradicional. Ao remover folhas velhas e brotos laterais, os agricultores ancestrais direcionavam a energia da planta para a produção de frutos, resultando em mamoeiros mais compactos e carregados. Eles também usavam armadilhas naturais contra pragas, como infusões de ervas repelentes (neem ou alho), em vez de pesticidas químicos. Essa abordagem holística não só mantém a saúde da planta, mas preserva o ecossistema ao redor.

Em termos de irrigação, o segredo está na moderação. Os antigos observavam os padrões de chuva e regavam manualmente com água coletada, mantendo o solo úmido mas não saturado. Em regiões com estações secas, eles cavavam valas para captar água da chuva, uma técnica que promove a resiliência da planta e permite colheitas contínuas.Gemini_Generated_Image_kye6awkye6awkye6 O segredo milenar que agricultores ainda usam para colher mamão o ano inteiro

Para aprofundar seu conhecimento, confira este guia completo da Embrapa sobre o cultivo do mamão: Guia Embrapa para Cultivo de Mamão.

Adaptando Técnicas Ancestrais para Quintais Urbanos: Prático e Inspirador

Agora, vamos ao que interessa: como colher mamão o ano todo em um pequeno quintal urbano? A boa notícia é que o mamoeiro se adapta bem a espaços limitados, como vasos grandes ou canteiros elevados. Comece selecionando variedades resistentes, como o ‘Solo’ ou ‘Formosa’, que são compactas e produzem frutos doces. Em cidades como São Paulo ou Rio de Janeiro, onde o espaço é premium, plante em vasos de pelo menos 50 litros para permitir o crescimento das raízes.

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Adapte a preparação do solo ancestral usando composto orgânico caseiro: misture terra comum com húmus de minhoca, cascas de banana trituradas (ricas em potássio) e um pouco de areia para drenagem. Plante as sementes a 2 cm de profundidade, após lavá-las e secá-las à sombra por 2-3 dias. Posicione o vaso em um local com pelo menos 6 horas de sol direto – varandas ou telhados são ideais.

Para escalonar a produção e garantir colheita o ano todo, inicie novas mudas a cada 3-4 meses. Use técnicas de poda para manter a árvore abaixo de 2 metros, facilitando a colheita em espaços urbanos. Regue regularmente, mas evite encharcamento; uma dica ancestral é inserir o dedo no solo – se estiver seco a 5 cm de profundidade, é hora de regar.

Contra pragas urbanas, como pulgões, aplique sprays caseiros de sabão neutro e água, inspirados nas infusões indígenas. Adube a cada três meses com fertilizantes orgânicos, como farinha de osso ou esterco curtido, para simular o enriquecimento natural do solo.

Imagine seu quintal transformado: um mamoeiro vigoroso fornecendo frutos frescos para sucos, saladas e sobremesas, promovendo saúde e sustentabilidade. Essa adaptação não só honra as tradições, mas inspira uma vida mais verde em meio ao concreto.

Passos Práticos para Iniciar Seu Cultivo Urbano de Mamão

Para tornar isso acionável, aqui vai um guia passo a passo inspirado nas técnicas ancestrais:

  1. Seleção de Sementes: Escolha um mamão maduro e saudável. Extraia as sementes, lave e seque-as. Isso garante germinação forte, como faziam os antigos.
  2. Preparação do Solo: Misture terra fértil com composto orgânico. O pH ideal é 5,5-6,7. Adicione boro via farinha de osso para frutos maiores.
  3. Plantio: Semeie em vasos ou canteiros, com espaçamento de 1-2 metros entre plantas. Cubra levemente e mantenha úmido.
  4. Cuidado Diário: Regue moderadamente, pode semanalmente. Monitore pragas e aplique remédios naturais.
  5. Colheita: Comece a colher aos 6-9 meses, quando os frutos mudarem de cor. Para produção contínua, replante regularmente.

Com esses passos, você pode colher até 50-100 frutos por árvore por ano, mesmo em um quintal pequeno. Lembre-se: paciência é chave, como ensinavam os ancestrais.

Desafios Comuns e Soluções Inspiradas na Tradição

No cultivo urbano, desafios como falta de sol ou pragas podem surgir. Solução ancestral: Posicione plantas perto de paredes que reflitam luz, ou use redes protetoras contra insetos. Para doenças como o mosaico do mamão, selecione variedades resistentes e evite excesso de umidade. Se o solo for pobre, enriqueça com chá de compostagem – uma infusão de resíduos orgânicos fermentados, usada há séculos.

Outro segredo: A polinização manual. Em ambientes fechados, use um pincel para transferir pólen de flores machos para fêmeas, imitando o vento natural.

Para mais dicas, assista a este vídeo inspirador sobre cultivo de mamão em quintais: Cultivo de Mamão no Quintal.

Benefícios do Cultivo de Mamão: Além da Colheita

Além de colher mamão o ano todo, esse cultivo traz benefícios holísticos. O mamão é rico em vitaminas A, C e enzimas digestivas, promovendo saúde. Ecologicamente, atrai polinizadores e melhora a qualidade do ar urbano. Espiritualmente, conectar-se à terra através dessas técnicas ancestrais inspira gratidão e resiliência.

Histórias de agricultores modernos que adotaram esses métodos relatam não só colheitas abundantes, mas uma vida mais equilibrada. Em comunidades urbanas, hortas coletivas de mamão fortalecem laços sociais, ecoando as práticas comunais indígenas.

Abraçe o Segredo e Colha os Frutos da Tradição

O segredo cultivo mamão milenar é mais que uma técnica – é uma herança que nos convida a viver em harmonia com a natureza. Adaptando essas práticas ancestrais para quintais urbanos, você pode colher mamão o ano todo, transformando seu espaço em um refúgio produtivo e inspirador. Comece hoje: pegue uma semente, prepare o solo e honre o legado dos agricultores que vieram antes de nós. A terra retribuirá com abundância.

Para mais recursos, visite o site da Embrapa: Embrapa – Pesquisa Agropecuária. Ou explore recomendações técnicas detalhadas: Recomendações para Cultivo de Mamoeiro.

 

4 passos de segurança para evitar problemas com saguis invasores

Imagine abrir a janela de casa e se deparar com saguis pulando pelos fios de energia, espiando sua cozinha ou tentando entrar em busca de comida. Essa cena, cada vez mais comum em áreas urbanas e rurais próximas a fragmentos de mata, pode parecer curiosa e até divertida no primeiro momento. No entanto, a presença frequente desses pequenos primatas dentro das residências traz riscos sérios, tanto para os moradores quanto para os próprios animais. Por isso, entender como lidar com saguis invasores é essencial para evitar problemas e garantir segurança.

Saguis e a vida urbana: um encontro delicado

Os saguis são animais nativos de diversas regiões do Brasil, conhecidos por sua agilidade, pelos tufos de pelos brancos na cabeça e por sua capacidade de adaptação. Com o avanço das cidades sobre áreas verdes, eles passaram a circular em quintais, telhados e até apartamentos, em busca de alimento fácil. O problema é que, ao se aproximarem demais dos humanos, aumentam os riscos de acidentes, transmissão de doenças e danos materiais.

Além disso, oferecer comida para esses animais, prática ainda comum, reforça o comportamento invasivo e coloca em perigo a saúde deles, já que sua dieta natural não combina com alimentos processados ou temperados.

1. Evite oferecer comida aos saguis

O primeiro passo para evitar problemas com saguis invasores é nunca alimentar esses animais. Embora pareça um gesto inofensivo, dar frutas ou restos de comida incentiva a aproximação e pode transformar sua casa em ponto de parada obrigatória para grupos inteiros. Mais grave ainda é o risco de doenças como herpes e febre amarela, que podem ser transmitidas entre humanos e saguis.

Ao cortar esse “atrativo”, você reduz drasticamente as chances de que eles façam visitas constantes. Manter frutas caídas no quintal, restos de comida expostos ou lixeiras abertas também é um convite para a invasão.

2. Proteja janelas, telhados e fios de energia

Saguis são mestres em escalar e saltar. Eles aproveitam fios, galhos e até pequenas frestas para entrar em casas. Por isso, o segundo passo é investir em barreiras físicas que impeçam a passagem. Telar janelas e varandas é uma solução prática, assim como reforçar a vedação de telhados e beirais.

Em áreas onde a invasão é frequente, instalar dispositivos que dificultem o acesso aos fios de energia próximos às residências pode ser uma medida preventiva. Dessa forma, você cria obstáculos que desestimulam a aproximação sem causar danos aos animais.

3. Reduza pontos de atração no quintal

Saguis adoram árvores frutíferas, caixas d’água abertas e locais onde possam encontrar água ou abrigo. Se o objetivo é evitar problemas, o terceiro passo é gerenciar o espaço externo. Recolher frutas maduras caídas, proteger bebedouros de pets e manter caixas d’água sempre bem tampadas são atitudes simples que reduzem o interesse dos primatas.

Em algumas regiões, moradores têm adotado o uso de plantas ornamentais no lugar de árvores frutíferas em áreas próximas às casas, deixando as árvores frutíferas mais afastadas. Assim, os saguis encontram alimento, mas longe do contato humano direto.

4. Busque orientação especializada quando necessário

Por fim, o quarto passo é recorrer a órgãos ambientais ou associações de proteção à fauna sempre que a presença dos saguis se tornar constante e problemática. Capturar ou tentar afastar os animais por conta própria pode ser perigoso e, em muitos casos, ilegal. Técnicos especializados sabem como manejar a situação sem comprometer a segurança dos moradores nem o bem-estar dos animais.

Além disso, em algumas cidades há programas de monitoramento de fauna urbana que oferecem orientação gratuita e até apoio técnico para resolver esse tipo de conflito. Informar-se sobre as leis locais também é importante, já que os saguis são animais silvestres protegidos por legislação ambiental.

Por que os saguis podem ser perigosos

Apesar da aparência simpática, os saguis podem morder, arranhar e até transmitir doenças quando se sentem ameaçados. Em casos raros, há relatos de danos a telhados, instalações elétricas e até ataques a pequenos pets. Isso ocorre porque, ao se acostumarem com a presença humana, eles perdem o instinto de manter distância e passam a agir de forma mais ousada.

Outro ponto crítico é o impacto ecológico: saguis que vivem em áreas urbanas muitas vezes competem com espécies nativas de aves e pequenos répteis, desequilibrando o ecossistema local. Ou seja, o problema vai além da sua casa — é também ambiental.

Convivência responsável e sustentável

Evitar problemas com saguis invasores não significa hostilizá-los, mas sim adotar medidas que preservem tanto a segurança da família quanto a saúde dos animais. Ao impedir que eles encontrem comida fácil, limitar acessos e buscar orientação adequada, você contribui para um convívio mais equilibrado.

Esses pequenos primatas fazem parte da biodiversidade brasileira e merecem ser respeitados em seu habitat natural. Mas, para que isso aconteça, é fundamental que as pessoas entendam que a aproximação excessiva não é positiva para nenhum dos lados.

Um olhar atento ao futuro

Com o crescimento das cidades e a diminuição das áreas verdes, o encontro entre humanos e saguis tende a ser cada vez mais frequente. Adotar os quatro passos de segurança é, portanto, uma forma de preparar sua casa e sua rotina para esse cenário. Mais do que proteger sua sala ou quintal, essas medidas ajudam a proteger também os próprios saguis, que acabam sofrendo quando se afastam demais de seus hábitos naturais.

No fim das contas, aprender a conviver de forma segura e respeitosa é a chave para transformar esses encontros inesperados em uma oportunidade de valorização da fauna, sem abrir mão da tranquilidade dentro de casa.

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