A contagem regressiva para a COP30 em Belém intensifica os preparativos e fortalece o protagonismo do Pará no cenário internacional. O governador Helder Barbalho assegurou que todas as delegações estrangeiras terão espaço garantido na conferência, que reunirá líderes mundiais para discutir o futuro do planeta diante da crise climática.
O anúncio foi feito durante o Seminário Brasil Hoje, organizado pela Esfera Brasil no Palácio Tangará, em São Paulo. No painel “Entre estados e futuro: liderança em debate”, Helder dividiu o palco com governadores como Raquel Lyra (Pernambuco), Ronaldo Caiado (Goiás), Cláudio Castro (Rio de Janeiro) e Romeu Zema (Minas Gerais). O encontro reuniu autoridades dos Três Poderes e lideranças empresariais para discutir os rumos do desenvolvimento nacional.
Segundo o governador, a COP30 não é um processo seletivo com prazos ou barreiras, mas um espaço aberto de participação global. Novas confirmações de países chegam todos os dias, e a infraestrutura da capital paraense está preparada para acolher as representações diplomáticas com segurança, organização e hospitalidade.
“Estamos prontos para receber o mundo”, disse Helder. “Nosso papel é mostrar que a Amazônia não é apenas uma floresta a ser protegida, mas uma fonte de soluções para a humanidade.”
Ao tratar do simbolismo de sediar a COP na maior floresta tropical do planeta, Helder defendeu que o Brasil possui legitimidade única para liderar a agenda climática. Ele lembrou que o país já apresenta uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, além de abrigar minerais estratégicos, biodiversidade incomparável e práticas de bioeconomia em expansão.
“Temos autoridade para cobrar compromissos internacionais porque já mostramos resultados concretos”, reforçou.
A governadora Raquel Lyra destacou o caráter histórico da conferência. Para ela, sediar a COP30 na Amazônia reforça o papel dos brasileiros como protagonistas da transformação. “Essa será a melhor COP da história porque será feita conosco, em nosso território. É hora de liderar com energia limpa, compromisso e consensos”, afirmou.
O impacto da COP30 vai além da agenda ambiental. A preparação da cidade está gerando empregos, obras de infraestrutura e oportunidades de capacitação. Mais de 30 mil pessoas já foram treinadas para atuar em setores estratégicos ligados ao evento.
Entre os investimentos em andamento, destacam-se melhorias em saneamento, mobilidade, requalificação portuária e ampliação da rede de hospedagem. Para Helder, essas mudanças já estão transformando a realidade local. “A COP está mudando a vida das pessoas antes mesmo de começar. E, depois de novembro, o legado continuará, reposicionando Belém no mapa global”, afirmou.
Outro ponto central no discurso do governador foi a vocação do Pará para liderar a transição energética. O estado é um dos maiores produtores de níquel e cobre, minerais indispensáveis para a fabricação de baterias e tecnologias limpas.
Helder defendeu que o Brasil precisa unir esforços para transformar sua riqueza natural em oportunidades de desenvolvimento sustentável, sempre respeitando a floresta e suas populações tradicionais.
Gestão pública como diferencial
Além da pauta climática, o governador destacou conquistas da gestão estadual. Citou avanços expressivos em educação, redução da violência e aumento da capacidade de investimento. Para ele, a superação da polarização política e o foco em resultados concretos são fundamentais para consolidar uma nova etapa de desenvolvimento no país.
“Deixamos ideologias de lado e priorizamos as pessoas. A política deve estar a serviço da vida real, daquilo que transforma a rotina da população”, concluiu.
Com esse discurso, Helder Barbalho posiciona o Pará como protagonista não apenas da COP30, mas de um novo modelo de desenvolvimento que une a floresta em pé, inovação e inclusão social.
A 76 dias da realização da COP30, Belém já começa a experimentar os impactos de uma preparação que vai além da pauta ambiental. O Governo do Pará, em articulação com a Secretaria de Estado de Turismo (Setur)
e plataformas digitais de hospedagem, está transformando a hospitalidade em um dos legados mais sólidos que a conferência deixará para o estado.
Na última terça-feira (26), anfitriões e especialistas se reuniram no “Airbnb Day”, evento promovido em parceria entre o governo estadual e a plataforma Airbnb. A iniciativa apresentou resultados concretos da estratégia que vem sendo construída para ampliar a capacidade de acolhimento de visitantes e qualificar anfitriões locais.
Os números impressionam. Entre fevereiro e agosto de 2025, o preço médio das diárias em imóveis cadastrados no Airbnb em Belém, Ananindeua e Marituba caiu 22%. A redução, fruto de orientação direta aos anfitriões, veio acompanhada de ganhos de qualidade. O número de anúncios classificados como “Preferidos dos Hóspedes” cresceu quase 70%, enquanto a quantidade de Superhosts, anfitriões mais bem avaliados da plataforma, subiu cerca de 50%.
Além disso, a cidade de Belém passou de cerca de mil anúncios em 2023 para mais de 8.800 este ano. As buscas domésticas por destinos no Pará tiveram alta de 115%, com destaque para Belém, Salinópolis e Santarém. Salvaterra, no arquipélago do Marajó, entrou na lista dos dez municípios costeiros mais hospitaleiros do Brasil.
Segundo o secretário de Turismo do Pará, Eduardo Costa, o sucesso é resultado de uma agenda de trabalho contínua. Foram realizados cinco encontros presenciais e dois webinários de orientação para anfitriões, tratando de temas como precificação justa, padrões de atendimento e alinhamento às diretrizes da COP30. “O Airbnb tem sido um parceiro importante dentro dessa construção coletiva, difundindo boas práticas e colaborando para o fortalecimento do turismo local”, destacou.
Para Costa, a preparação não é apenas logística, mas também uma oportunidade de desenvolvimento sustentável. “Ampliamos a rede de hospedagem, reduzimos os preços e movimentamos a economia. Isso mostra que o Pará está pronto para receber o mundo”, afirmou.
Foto: Alex Ribeiro /Ag. Pará
O papel do Airbnb e o legado da hospitalidade
Na avaliação de Fiamma Zarife, diretora-geral do Airbnb para a América do Sul, o Pará tornou-se um exemplo de colaboração entre poder público, iniciativa privada e comunidade. “A COP30 é uma chance única de mostrar a hospitalidade paraense. O governo está conduzindo um processo colaborativo, e nosso papel é apoiar práticas responsáveis e acolhedoras que deixem um legado duradouro”, disse.
Para anfitriões locais, a parceria tem impacto direto. Aline Marion, líder da Comunidade Airbnb em Belém, ressaltou como a preparação transformou a atividade em fonte real de renda e orgulho cultural. “Ser anfitriã é mostrar nossa cultura e nosso jeito de receber. Os cursos e orientações oferecidos nos ajudaram a profissionalizar esse acolhimento e a nos conectar com pessoas do mundo inteiro”, afirmou.
Roteiros com identidade: “Isso é Pará”
A valorização da cultura regional também é parte da estratégia. Em parceria com a Setur, o Airbnb lançou em 2024 a rota “Isso é Pará”, dentro do projeto Rotas Airbnb. A iniciativa conecta turistas à diversidade amazônica por meio de roteiros que combinam natureza, história, gastronomia e tradições culturais.
O roteiro “Belém – uma capital como você nunca viu” convida a redescobrir a cidade pelo Mercado do Ver-o-Peso, pelo Mangal das Garças, pelo Parque do Utinga e pela Estação das Docas, além de experiências únicas como provar o jambu, dançar carimbó e sentir a devoção do Círio de Nazaré.
Outros itinerários destacam as praias de Salinópolis e Bragança, o encontro das águas do Tapajós com o Amazonas em Santarém, a paradisíaca Alter do Chão e a Ilha do Marajó, famosa por sua culinária singular e tradições culturais.
Um legado que vai além do turismo
Mais do que receber visitantes durante a COP30, a aposta do Pará é consolidar uma rede de hospitalidade capaz de se manter como motor da economia criativa e do turismo sustentável. A articulação com plataformas digitais, a capacitação dos anfitriões e a valorização da identidade cultural criam uma nova narrativa para o estado: a de um destino acolhedor, diverso e preparado para o futuro.
A COP30 chega, mas o legado da hospitalidade paraense promete permanecer muito além do evento.
Por trás das negociações políticas que marcarão a COP30 em Belém, está um núcleo silencioso, mas estratégico: o Conselho Científico sobre o Clima. Formado por 11 especialistas, seis brasileiros e cinco estrangeiros, o grupo foi criado para assessorar o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da conferência, com dados técnicos e propostas baseadas em ciência. A missão é ambiciosa: oferecer fundamentos sólidos para que mais de 190 países cheguem a consensos sobre o futuro climático do planeta.
À frente desse esforço está a pesquisadora brasileira Thelma Krug, ligada ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Com mais de duas décadas de atuação no Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), onde chegou a ocupar a vice-presidência, Thelma se consolidou como uma das maiores referências internacionais na área.
Apesar dos desafios que cercam a COP30, sua postura é de otimismo cauteloso. Para ela, é preciso equilibrar a gravidade da emergência climática com uma narrativa que também traga esperança. “Se só falamos em catástrofe, corremos o risco de paralisar a sociedade, sobretudo os jovens, que já apresentam sinais de ansiedade e desgaste emocional diante desse futuro sombrio. Precisamos mostrar que muita coisa já foi feita na última década e que ainda é possível avançar”, afirma.
Mutirão climático em vez de espera por recursos
Thelma Krug defende que o encontro em Belém seja mais do que uma arena de cobranças financeiras dos países ricos. O financiamento climático, reconhece, é vital, mas não pode ser o eixo exclusivo das discussões. “Se ficarmos esperando o dinheiro chegar, vamos paralisar as ações. Não tenho esperança de que esse financiamento venha na escala necessária, pelo menos não agora. O que precisamos é de um mutirão de medidas concretas, envolvendo energia, agricultura, equidade social e soluções locais”, destaca.
Essa visão amplia o horizonte da agenda. Em vez de depender de negociações longas e muitas vezes frustradas sobre quem deve pagar a conta da transição verde, a proposta é multiplicar iniciativas práticas, capazes de gerar resultados imediatos e inspirar mudanças estruturais.
Rio de Janeiro (RJ), 26/08/2025 – A cientista Thelma Krug participa do debate “Esse tal de efeito estufa” na Rio Climate Action Week. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Para além da questão financeira, a coordenadora científica da COP30 aponta outro desafio central: manter a coesão entre os países. O processo multilateral exige que mais de 190 nações, com interesses e vulnerabilidades climáticas distintas, aprovem decisões por consenso. Nesse cenário, cada vírgula pode travar negociações.
“É um processo muito complicado, porque não estamos falando de países iguais. Há nações insulares ameaçadas de desaparecer pelo aumento do nível do mar, economias emergentes que ainda dependem fortemente de combustíveis fósseis e potências industriais com responsabilidades históricas. Manter esse diálogo vivo é, em si, uma vitória. O maior risco é a fragmentação”, alerta Thelma.
Esse temor se acentuou com o afastamento temporário dos Estados Unidos
do Acordo de Paris, que, segundo a pesquisadora, não pode servir de pretexto para comprometer o espírito coletivo da COP30.
O Conselho Científico sobre o Clima tem debatido temas complexos, como as tecnologias de remoção de dióxido de carbono (CO2) da atmosfera. Entre as alternativas em análise estão o reflorestamento em larga escala e o sequestro de carbono em formações geológicas submarinas. Apesar das dificuldades técnicas e financeiras, a avaliação é que tais estratégias precisarão compor o cardápio de soluções. Isso porque será extremamente difícil alcançar emissões líquidas zero até 2050 apenas com cortes tradicionais.
Ainda assim, Thelma insiste que o papel da ciência não é pintar cenários impossíveis, mas fornecer trilhas viáveis para governos e sociedades. “A ciência deve servir de base às políticas públicas. Cabe a nós mostrar caminhos possíveis, mesmo diante da complexidade e das incertezas”, conclui.
A COP30 em Belém não é apenas um encontro diplomático. Para a comunidade científica brasileira, é também uma oportunidade de mostrar que a Amazônia pode ser protagonista em soluções globais. Ao mesmo tempo em que concentra biodiversidade vital para o planeta, a região enfrenta pressões intensas do desmatamento, mineração e desigualdade social.
O apelo de Thelma Krug é claro: transformar a COP30 em um mutirão de ações que inspire governos, empresas e cidadãos a agir agora, sem esperar que promessas financeiras sejam cumpridas no futuro. Entre alertas e esperanças, a cientista traduz o espírito da conferência: enfrentar a emergência climática com realismo, mas também com coragem e solidariedade.
A Glocal Amazônia 2025 transforma o centro de Manaus em um palco de cultura, inclusão e consciência socioambiental entre os dias 28 e 30 de agosto. Com acesso gratuito e amplo leque de atividades, o evento ocupa ruas, praças e espaços históricos com oficinas, cinema, arte e diálogo comunitário.
No dia 29, o bairro Redenção, ao longo do Igarapé do Gigante, recebe a Oficina de Material Reciclável e PET, voltada para mulheres e mães solos. A iniciativa alia geração de renda e consciência ambiental, ensinando a reutilizar materiais como plástico, vidro e óleo de cozinha na produção de artesanato e sabão.
No sábado (30), as crianças participam da oficina Olhares do Guetto, que ensina técnicas básicas de fotografia. Depois, elas saem pelas ruas para registrar o cotidiano, e as imagens farão parte de uma exposição aberta à comunidade.
Foto: reprodução
Ainda no dia 30, a comunidade dos Educandos recebe o Cine Palafita – Infâncias Ribeirinhas e o Racismo Ambiental, com exibição de filmes, oficinas de arte e rodas de conversa sobre os desafios enfrentados por crianças em áreas ribeirinhas urbanas.
Entre os dias 29 e 31, o Largo de São Sebastião se torna polo cultural com atividades como os Jogos Amazônicos Sustentáveis, a Feira Glocal, pintura corporal indígena, passeios guiados por patrimônios históricos, batalhas de poesia e apresentações de rima.
À noite, o espaço é tomado pelo Palco Fest, que reúne música e folclore. Na sexta-feira (29), as atrações são Uendel Pinheiro e o Boi Caprichoso; no sábado (30), o destaque é o Rap Amazônia 2.0, seguido pelo Boi Garantido.
Reunindo artesanato, cinema, manifestações tradicionais e cultura urbana, a Glocal Amazônia 2025 reforça a integração entre sustentabilidade, diversidade cultural e inclusão social nas comunidades de Manaus.
O evento é idealizado pela DreamFactory e realizado pela Fundação Rede Amazônica, com apoio de Bono Conta, Clube POP, Amazônica Net, Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC) e Governo do Amazonas.
O enfrentamento às mudanças climáticas tem reforçado a cooperação entre Brasil e França em torno da Amazônia. Pesquisadores dos dois países estão reunidos em Belém, no Pará, para mais uma rodada de projetos que buscam pensar o futuro do planeta a partir da ciência, da cultura e da política.
O Seminário Conexões Amazônicas – Pesquisas Colaborativas entre Brasil e França abriu nesta terça-feira (26) a programação científica da Temporada Brasil-França 2025. O evento, que segue até o dia 29 no Museu Emílio Goeldi, integra a agenda bilateral realizada anualmente em dois momentos, um em cada país.
De acordo com Sophie Jacquel, representante da Embaixada da França no Brasil, a edição deste ano dá destaque à cooperação científica, com atenção especial ao meio ambiente e ao contexto da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém.
“Estamos em um momento em que a Amazônia se aproxima de um ponto de não retorno pela mudança climática e isso é uma preocupação muito forte de ambos os governos e também dos pesquisadores brasileiros e franceses. Por isso, precisamos estruturar ainda mais esse compartilhamento de conhecimento e a interdisciplinaridade dos eixos de pesquisa”, ressalta.
Reuniões do CFBBA -Portal.Gov
Cooperação histórica
Criada em 2023, a Temporada Brasil-França é resultado do fortalecimento da relação bilateral, que neste ano celebra 200 anos. Dessa aproximação nasceu também o Centro Franco-Brasileiro de Biodiversidade Amazônica (CFBBA), inaugurado em novembro de 2024 na Guiana Francesa, como espaço de integração entre cientistas dos dois países.
“As universidades, tanto aqui da Amazônia brasileira, quanto da Guiana Francesa, são enraizadas em um território que tem desafios enormes sociais e ambientais, mas também têm a capacidade de pensar quais são as soluções e nos futuros compartilhados”, afirma Nadège Mézié, assessora internacional do CFBBA.
Durante os três dias de programação, pesquisadores apresentarão avanços em estudos sobre sociobiodiversidade, meio ambiente e estratégias de enfrentamento da crise climática, com o objetivo de formular propostas a serem levadas para a COP30. “Vamos ter antropólogos, arqueólogos, cientistas da saúde, da biodiversidade e meteorologistas que podem ser capazes de juntos encontrarem soluções concretas”, acrescenta Sophie Jacquel.
Cooperação para a formação das novas gerações
O primeiro dia foi dedicado aos jovens pesquisadores, que compartilham suas descobertas com cientistas experientes em um processo colaborativo. “São eles que vão fazer a ciência de amanhã, que têm ideias disruptivas, que têm novas soluções, especialmente os jovens cientistas da Amazônia, que trabalham pela Amazônia”, reforça Sophie.
Segundo ela, o documento produzido ao final do seminário seguirá circulando em outros encontros científicos para reunir contribuições e inovações que possam se transformar em soluções ambientais até a conferência climática. “É o papel da ciência servir de base às decisões de governos e dos tomadores de decisões e construtores de políticas públicas”, afirma.
A programação foi organizada em três eixos: clima e transição ecológica; diversidade das sociedades; democracia e globalização equitativa. Entre os convidados estão Stéphan Rostein, Laure Emperaire, Pascale de Robert, a ex-ministra da Justiça da Holanda Christiane Taubira, Bepunu Kayapó, Lúcia Hussak van Velthem e Loudes Furtado.
O seminário é promovido pela Embaixada da França no Brasil, pelo Museu Emílio Goeldi, em parceria com o CFBBA e a Associação Comercial do Pará. A programação completa está disponível no site oficial da Temporada Brasil-França 2025.
A Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) lançou a versão digital do livro “O Piquiá da Amazônia: Contribuições sobre a biologia e aplicações biotecnológicas”. A obra reúne trabalhos de professores, pesquisadores e estudantes da Ufopa e de outras instituições, oferecendo uma visão ampla sobre o Caryocar villosum (Aubl.) Pers., popularmente conhecido como piquiá da Amazônia.
Publicado pela Editora da Ufopa, o livro foi organizado pelo professor Élcio Meira da Fonseca Júnior, do curso de Biotecnologia do Instituto de Biodiversidade e Florestas (Ibef). Estruturado em nove capítulos, o material aborda desde aspectos de morfologia, fenologia e germinação até a produção de mudas, seleção de matrizes e usos biotecnológicos da espécie.
Segundo o organizador, “a publicação foi idealizada com o objetivo de disponibilizar informações sobre essa espécie pouco estudada em comparação ao pequi do Cerrado (Caryocar brasiliense Camb.), destacando seu potencial de uso sustentável e econômico”.
Pequiazeiro – Arvores.brasil
Além do caráter científico, a obra também chama atenção para os riscos à conservação da espécie. O estudo aponta a baixa presença de indivíduos jovens e as dificuldades de regeneração natural do piquiá, realidade observada na comunidade de Piquiatuba, localizada na Floresta Nacional do Tapajós, no oeste do Pará.
Entre os usos descritos, o fruto do piquiá aparece como fonte para alimentação, produção de óleo com propriedades medicinais, sabonetes, sabão, licor e subprodutos para ração animal. O livro também dedica espaço à madeira da espécie, destacando sua utilização na fabricação de móveis, valorizada pelo design diferenciado e características próprias.
Para Élcio Fonseca, a obra se insere em um contexto estratégico para a região. “Em um contexto marcado por mudanças climáticas, a COP 30 pela primeira vez na Amazônia e a crescente importância da bioeconomia, a obra busca fornecer subsídios para pesquisas, conservação e desenvolvimento de produtos derivados do piquiá”.
Entre tantas flores ornamentais que conquistam espaço nos jardins brasileiros, a Moreia (Dietes bicolor) se destaca por sua elegância e resistência. Com pétalas delicadas em tons de creme ou amarelo-claro, marcadas por manchas alaranjadas, ela é frequentemente confundida com orquídeas ou lírios. Mas, apesar da aparência sofisticada, a moreia é uma planta robusta, capaz de florescer em diferentes climas com os cuidados adequados. O segredo está em seguir práticas específicas que estimulam seu desenvolvimento rápido e saudável.
O encanto da Moreia no jardim
Nativa da África do Sul, a Dietes bicolor é uma herbácea perene que pode chegar a até 1 metro de altura. Suas flores são efêmeras, durando apenas um dia, mas o ciclo constante de brotação garante um espetáculo diário durante a época de floração. Por isso, a moreia é considerada uma excelente opção para jardins públicos, calçadas e áreas externas, já que alia beleza e resistência. Ela não exige manutenção intensa, mas precisa de condições ideais para florescer com abundância.
1. Sol pleno para estimular a floração
A primeira regra para quem deseja uma moreia florida é garantir luz solar direta. Essa espécie adora sol pleno e precisa de, no mínimo, seis horas de iluminação diária para produzir botões. Em locais sombreados, a planta cresce, mas suas flores aparecem em menor quantidade. Se cultivada em vasos, é importante posicioná-los em varandas ou quintais bem iluminados, para que a floração não seja comprometida.
2. Solo fértil e bem drenado
Embora seja resistente, a moreia responde melhor quando cultivada em solo rico em matéria orgânica. Uma mistura de terra comum com húmus de minhoca ou composto orgânico fornece os nutrientes necessários para acelerar o florescimento. A drenagem também é essencial, já que o excesso de água pode prejudicar as raízes. O ideal é preparar o canteiro com camadas de pedriscos ou areia grossa na base, garantindo que a água escoe facilmente.
3. Rega equilibrada, sem exageros
A moreia suporta períodos de seca, mas para florescer rápido precisa de regas regulares. O segredo é manter o solo levemente úmido, sem encharcar. No verão, a frequência pode ser de duas a três vezes por semana; já no inverno, basta regar quando o solo estiver seco. O excesso de água pode causar o apodrecimento das raízes e comprometer a produção de flores, por isso a observação é essencial.
4. Podas de limpeza após a floração
A poda é outro fator determinante para estimular a moreia a florescer novamente. Depois que as flores murcham, é importante retirar as hastes secas para que a planta concentre energia na produção de novos botões. Além disso, a limpeza das folhas amareladas ou ressecadas ajuda a prevenir pragas e mantém o jardim mais organizado. Essa prática simples renova o vigor da planta e antecipa novas florações.
5. Adubação periódica com foco em fósforo
Para florescer rápido e de forma abundante, a moreia precisa de nutrientes específicos. O fósforo é o elemento que mais contribui para a formação de botões florais. Por isso, adubar a planta a cada dois meses com fertilizantes ricos em fósforo, como o superfosfato simples, é altamente recomendado. Outra opção é usar adubos líquidos próprios para flores, que atuam de forma mais rápida e eficiente.
6. Espaçamento e ventilação adequados
A moreia cresce formando touceiras densas, e quando plantada muito próxima de outras espécies pode sofrer com a falta de ventilação. Isso dificulta a entrada de luz e a circulação de ar, fatores importantes para estimular a floração. O ideal é manter espaçamento entre os pés, garantindo que cada planta receba sol e tenha espaço suficiente para se desenvolver. Essa prática também ajuda a reduzir a proliferação de fungos.
Curiosidades sobre a Dietes bicolor
Apesar de suas flores durarem apenas um dia, a moreia é uma planta de longa vida, podendo permanecer bonita por muitos anos quando bem cuidada. Outro detalhe curioso é que, por sua semelhança com orquídeas e lírios, ela é muitas vezes usada em projetos paisagísticos para trazer sofisticação a espaços públicos e privados. Além disso, sua resistência faz dela uma ótima opção para áreas de solo pobre ou em regiões com alta insolação.
Erros que atrasam a floração da moreia
Um dos erros mais comuns é plantar a moreia em locais com sombra excessiva, o que compromete o surgimento de flores. Outro engano frequente é esquecer de fazer a poda das hastes secas, o que reduz a energia disponível para novas florações. Também é importante evitar adubos ricos apenas em nitrogênio, já que eles estimulam o crescimento de folhas, mas não de flores.
O valor ornamental e prático da espécie
Além da beleza, a moreia tem uma função prática nos jardins: suas raízes ajudam a proteger o solo contra erosão, especialmente em áreas inclinadas. Ela também pode ser cultivada em maciços, compondo bordaduras e destacando caminhos. A rusticidade da espécie garante que ela se mantenha bonita mesmo sem cuidados intensos, o que a torna uma das preferidas de paisagistas.
Um convite para cultivar moreia em casa
Com sol pleno, solo fértil, regas equilibradas, podas regulares, adubação adequada e bom espaçamento, a moreia floresce com rapidez e enche o jardim de cor. Essa combinação de resistência e sofisticação explica por que a Dietes bicolor conquistou tantos admiradores. Se você busca uma planta ornamental que surpreenda pela beleza sem exigir grandes esforços, a moreia é uma escolha certeira.
Quando as temperaturas caem, não somos apenas nós que sentimos os efeitos do frio: os pets também precisam de atenção especial. Pets podem sofrer com mudanças bruscas de temperatura, ficando mais suscetíveis a problemas respiratórios, dores articulares e até alterações no comportamento. Garantir conforto e saúde durante o inverno é um ato de carinho que faz toda a diferença no bem-estar dos animais. Com medidas simples, é possível transformar os dias frios em momentos aconchegantes e seguros para o seu companheiro de quatro patas.
Mantenha o ambiente aquecido e confortável
O primeiro cuidado é garantir que o espaço onde o pet passa a maior parte do tempo esteja protegido do vento e da umidade. Se o animal dorme fora de casa, providencie casinhas bem isoladas e elevadas do chão. Dentro de casa, mantas e caminhas mais grossas ajudam a conservar o calor. Nunca deixe o pet exposto diretamente ao frio, pois isso pode comprometer sua saúde rapidamente.
Invista em roupinhas adequadas
Para os cães de pelo curto e gatos mais sensíveis, roupinhas são uma forma prática de manter o corpo aquecido. Prefira tecidos leves, confortáveis e que não restrinjam os movimentos. Animais idosos ou filhotes se beneficiam ainda mais desse cuidado. Mas atenção: observe se o pet se sente bem com a roupa e evite usar por longos períodos sem supervisão, para não causar desconforto.
Redobre os cuidados com a alimentação
Durante os dias frios, muitos animais tendem a gastar mais energia para manter a temperatura corporal. Por isso, pode ser necessário ajustar a alimentação. Consulte um veterinário para verificar se o seu pet precisa de rações mais calóricas ou suplementos. Água fresca também deve estar sempre disponível, já que o frio reduz a sensação de sede, mas a hidratação continua essencial.
Mantenha a rotina de exercícios
Mesmo nos dias frios, os pets precisam se movimentar. Caminhadas mais curtas, em horários de sol, são ideais para cães. Já os gatos podem ser estimulados com brinquedos dentro de casa. A atividade física é fundamental para evitar o acúmulo de energia e o estresse, além de manter as articulações saudáveis. Apenas evite horários de vento gelado ou chuvas, que podem prejudicar a saúde do animal.
Atenção aos banhos e secagem completa
Os banhos durante o inverno devem ser mais espaçados e sempre com água morna. Após o banho, seque bem o pet com toalha e secador em temperatura adequada. Deixar o animal úmido aumenta o risco de doenças respiratórias e dermatológicas. Para alguns pets, pode ser interessante substituir o banho completo por lenços umedecidos ou panos úmidos, apenas para higienização leve.
Reforce a atenção aos animais mais vulneráveis
Filhotes, idosos e pets com doenças crônicas exigem cuidados redobrados. Eles são mais sensíveis às variações de temperatura e podem apresentar sinais de desconforto com maior facilidade. Tremores, apatia e falta de apetite são indícios de que o frio está afetando a saúde. Nessas situações, procure orientação veterinária rapidamente para evitar complicações maiores.
Crie momentos de aconchego e proximidade
Os dias frios são uma ótima oportunidade para estreitar ainda mais os laços com o pet. Deixar o animal dormir mais próximo da família, oferecer cobertores extras e proporcionar um ambiente acolhedor são gestos que aumentam o bem-estar. Esse contato também ajuda a identificar sinais de desconforto ou doenças com mais rapidez, fortalecendo a relação de cuidado e afeto.
O impacto do frio na saúde dos pets
Muitos tutores subestimam o quanto o frio pode afetar os animais. Além de problemas respiratórios, pets expostos ao frio podem desenvolver rigidez muscular, baixa imunidade e até quadros de tristeza. O conforto térmico é fundamental para a qualidade de vida e influencia diretamente no humor e na disposição. Por isso, cuidar bem nessa época do ano é sinônimo de responsabilidade e amor.
Pequenos sinais que exigem atenção
Ficar encolhido, procurar locais aquecidos, recusar passeios e tremer são sinais claros de que o pet sente frio. Não ignore esses comportamentos, pois eles indicam a necessidade de reforçar os cuidados. Da mesma forma, alterações na respiração, tosse ou secreções nasais devem ser avaliadas por um veterinário. O diagnóstico precoce garante tratamento rápido e eficaz.
Reflexão final
Os dias frios pedem adaptação na rotina dos tutores e mais atenção às necessidades dos pets. Proteger do vento, oferecer alimentação adequada, manter exercícios e priorizar o aconchego são medidas que garantem não apenas saúde, mas também qualidade de vida. No fim, cuidar do pet no inverno é também cultivar uma relação mais próxima, em que o carinho se traduz em pequenos gestos que fazem toda a diferença.
Dede a última segunda-feira (25), comunidades ribeirinhas da Amazônia passam a receber atendimento especial da Previdência Social por meio do projeto PREVBarco. A iniciativa transforma embarcações em agências flutuantes para orientar aposentados e pensionistas que identificaram descontos não autorizados em seus benefícios.
O programa contará, nesta semana, com cinco barcos navegando pelos rios da região. Três deles atenderão 29 localidades do Amazonas, enquanto outros dois chegarão a 39 comunidades no Pará. As embarcações foram batizadas com nomes tradicionais: Vovó Jandira II, Manaós II, Vovô Alarico, Leon IV e Barão do Amazonas. O itinerário completo pode ser consultado no site do INSS.
Segundo a Previdência, mais de 4 milhões de beneficiários em todo o Brasil podem ter sido afetados por cobranças irregulares em aposentadorias e pensões. Nos barcos, será possível consultar a situação do benefício, confirmar eventuais descontos indevidos, formalizar a contestação e dar entrada no processo de devolução dos valores.
Divulgação – Portal Gov
Cada embarcação leva uma equipe de aproximadamente 10 profissionais — entre servidores do INSS, assistentes sociais, peritos médicos e técnicos do Ministério da Previdência. A expectativa é que cada barco consiga atender de 150 a 200 pessoas por dia.
Com a ação, o governo pretende garantir que mesmo moradores de áreas isoladas da Amazônia tenham acesso à informação e possam recuperar valores descontados de forma irregular em seus benefícios.
No coração da região Bragantina, no nordeste do Pará, comunidades quilombolas estão redescobrindo o valor de suas raízes alimentares. O que antes era apenas prática doméstica, restrita ao consumo familiar, hoje se transforma em fonte de renda, fortalecimento cultural e inspiração para novos modelos de desenvolvimento sustentável. A mudança veio com o Projeto Quirera, iniciativa pioneira de inovação social conduzida pela Embrapa em parceria com a Rede Bragantina de Saberes e Sabores, que reúne agricultores, cooperativas e associações locais.
A ideia parece simples: valorizar farinhas artesanais à base de cará, araruta, banana, pupunha e tucumã, produzidas tradicionalmente por famílias quilombolas, mas que haviam perdido espaço diante da farinha de mandioca. Na prática, trata-se de uma revolução silenciosa. Com adaptações tecnológicas de baixo custo, pensadas junto com as comunidades, a produção foi profissionalizada, ganhou escala e qualidade, alcançando novos mercados sem abrir mão da floresta em pé.
Ciência que escuta
Diferente do modelo tradicional de difusão de tecnologia, o Quirera parte da escuta e do respeito ao conhecimento ancestral. A ciência não chega de fora impondo regras, mas se constrói coletivamente, dialogando com a cultura local. Foi assim que equipamentos simples — como resistências de fritadeiras, ventiladores e carrinhos de padaria — foram transformados em ferramentas agroindustriais eficientes, fáceis de manter e replicar.
O impacto foi imediato. Onde antes se produziam dez quilos de farinha por semana, com grande desperdício e esforço físico, hoje chegam a quarenta quilos com padrão de higiene e conservação. Secadores elétricos compactos, desenvolvidos pela Embrapa Agroindústria de Alimentos e adaptados às condições locais, reduziram perdas pela metade, inclusive durante o rigoroso inverno amazônico.
O resultado vai além da quantidade. As farinhas produzidas a partir de cará branco, cará roxo, araruta, banana, pupunha e tucumã passaram a apresentar maior durabilidade e qualidade nutricional. São produtos sem glúten, valorizados em nichos de mercado exigentes, como panificação saudável, culinária gourmet e alimentação funcional.
Ao mesmo tempo, esses alimentos carregam identidade cultural e territorial. Representam a memória alimentar de comunidades que, por décadas, mantiveram práticas tradicionais vivas, mesmo quando estavam restritas ao consumo doméstico. Hoje, essas mesmas farinhas retornam às feiras e prateleiras como expressão da sociobiodiversidade amazônica e alternativa concreta de bioeconomia.
Divulgação – EMBRAPA
O protagonismo das comunidades
Outro aspecto central da transformação é social. Mulheres e jovens reassumiram papéis de protagonismo nas agroindústrias comunitárias. O trabalho deixou de ser pesado e precário, tornando-se uma atividade produtiva organizada, com geração de renda e fortalecimento da segurança alimentar.
Para lideranças locais, a experiência trouxe também uma nova visão sobre o território. Preservar a floresta passou a ser compreendido não apenas como obrigação ambiental, mas como estratégia econômica. Plantar e conservar garantem alimentos diversificados e renda sustentável, enquanto o desmatamento representa perda de patrimônio e de futuro.
Um modelo para o Brasil
O Projeto Quirera já inspira outras regiões. A Embrapa estuda replicar o modelo em diferentes territórios tradicionais, sempre com adaptações à realidade local. A proposta mostra que inovação social não precisa ser cara: precisa ser útil, acessível e construída junto às comunidades.
Para a própria instituição, trata-se de uma mudança na forma de fazer ciência. O pesquisador Mauro Pinto, da Embrapa Agrobiologia, explica que unir conhecimento técnico e saber popular gera impactos mais duradouros. O mesmo reforça a pesquisadora Laura Abreu, da Embrapa Amazônia Oriental, coordenadora do Quirera, ao destacar que a tecnologia só ganha sentido quando nasce das necessidades reais do território.
A história da farinha de banana, do cará ou da araruta mostra que o futuro da Amazônia não está apenas nos grandes projetos ou na exploração predatória, mas também na criatividade de comunidades tradicionais que unem cultura e ciência para gerar renda e preservar a floresta.
Se antes um mingau ou um bolo eram apenas refeição doméstica, hoje podem carregar o sabor de uma revolução silenciosa. Uma revolução em que tradição e inovação caminham juntas, mostrando que desenvolvimento sustentável é possível — e pode começar pela simplicidade de um punhado de farinha.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luís Roberto Barroso, esteve na última sexta-feira (22) em duas terras indígenas localizadas no Vale do Javari, na Amazônia. Ele visitou as aldeias Txexe Wassa e Nova Geração, onde vivem os Matis, e ouviu demandas apresentadas por lideranças locais.
A viagem contou com a presença do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Herman Benjamin, da presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, além de magistrados do CNJ. Antes de seguir para a aldeia Txexe Wassa, Barroso e Benjamin foram recebidos por oficiais do Exército no 8º Batalhão de Infantaria de Selva, em Tabatinga.
Durante o encontro com as lideranças, foram expostas preocupações relacionadas à proteção dos povos isolados, à pressão de invasores e garimpeiros e ao crescimento das fazendas no entorno dos territórios. A reunião foi conduzida por Buchi Matis, coordenador-geral da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), e contou com a participação dos caciques Ivan Arapa, da aldeia Paraíso, Ivan Ixma, da Txexe Wassa, e Txma Matis, da Nova Geração.
Min. Luís Roberto Barroso – Divulgação STF
Barroso destacou que muitas reivindicações apresentadas não estão diretamente sob a responsabilidade do Judiciário, mas afirmou que fará o possível para colaborar. “Viemos aqui para conhecê-los, para dizer que estamos do lado de vocês para proteger sua cultura, suas terras, procurar assegurar acesso à saúde, acesso à educação, e também procurar defendê-los dos invasores, da mineração ilegal, caça ilegal, pesca ilegal. Nós somos, ministro Benjamin e eu, o Poder Judiciário, que tem 18 mil juízes, todos comprometidos em cumprir a Constituição e a lei. E a Constituição assegura uma proteção especial a vocês, às comunidades indígenas, que são os povos originários do Brasil”, disse.
Em seguida, completou: “Nós procuramos representar da melhor forma possível o Estado brasileiro e assegurar uma convivência adequada das comunidades indígenas com a sociedade brasileira, com todas as proteções necessárias. Nem sempre a gente consegue, mas a gente faz o melhor que pode porque nós achamos que é um direito que vocês têm e é um dever que nós procuramos cumprir. Portanto, o quanto esteja ao nosso alcance, vocês podem contar conosco”.
No período da tarde, a comitiva seguiu para Atalaia do Norte, onde houve reunião com representantes da Univaja na Câmara de Vereadores. Depois, Barroso viajou para o Pará, onde cumprirá agenda do CNJ voltada a iniciativas de enfrentamento à exploração de meninas e mulheres na região da Ilha do Marajó.
saiba mais: STF Autoriza Desapropriação por Crime Ambiental: Entenda os Impactos Jurídicos
Entre 28 e 31 de agosto, Belém será o palco do I Encontro Nacional de Comunicação Indígena (ENCI), uma reunião histórica que reúne cem comunicadores de povos originários de todos os biomas do Brasil. A proposta vai muito além de um evento de formação: trata-se da construção coletiva de uma estratégia de comunicação indígena para dar visibilidade às vozes, narrativas e demandas que devem ecoar durante a COP30, marcada para acontecer em 2025 na capital paraense.
O encontro é organizado pelo Coletivo Mídia Indígena em parceria com o Ministério dos Povos Indígenas, e reúne participantes previamente inscritos em um mapeamento nacional de comunicadores indígenas realizado por meio das redes sociais. O objetivo é consolidar uma rede articulada, capaz de atuar de forma autônoma, fortalecendo tanto a comunicação interna entre povos quanto o diálogo com a sociedade brasileira e internacional.
A comunicação como território e a criação da Casa Maraká
Para os organizadores, a comunicação não é apenas uma ferramenta técnica, mas um território de disputa política e cultural. “Esse encontro representa a força coletiva dos povos indígenas na construção de suas próprias narrativas”, afirma Fly Tentehar, integrante do Coletivo. A ideia central é que a comunicação sirva como trincheira de resistência e como espaço de incidência nas grandes arenas de decisão climática, cultural e política.
A programação do ENCI está estruturada em torno de eixos que abordam a memória e identidade da comunicação indígena, a formação política e técnica de comunicadores, a criação de uma rede nacional e o desenho de estratégias conjuntas para a COP30. Além disso, o encontro prevê laboratórios de criação coletiva e campanhas voltadas ao público nacional e internacional, reforçando a centralidade da narrativa indígena na pauta climática.
O evento acontecerá na Casa Maraká, na Avenida Nazaré, 630, em Belém. O espaço foi inaugurado recentemente como centro cultural e sede de mobilização permanente para povos indígenas da Amazônia e de outras regiões do país. A cantora Anitta apadrinhou a iniciativa, reconhecendo sua relevância como instrumento de transformação social. A Casa Maraká deve seguir ativa até a COP30, recebendo formações, encontros e produções culturais.
foto por: Mídia Ninja Amazônia
Nomes de referência e a construção de estratégias
Entre os nomes confirmados na programação estão a ministra Sônia Guajajara, a enviada especial da COP30 Sineia Wapichana, a deputada federal Célia Xakriabá, além de Kleber Karipuna, coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB). Eles se somam a cineastas, jornalistas e pesquisadores que trarão suas experiências para pensar, junto aos comunicadores indígenas, estratégias de visibilidade e de incidência política.
Um dos pontos centrais será a elaboração de um plano de cobertura para a COP30. A proposta não é apenas registrar o evento, mas garantir protagonismo indígena no processo de comunicação. O documento, produzido coletivamente, deve indicar prioridades de pauta, linguagem e logística, com potencial para influenciar a percepção pública sobre o papel dos povos originários na crise climática. “Queremos que esse plano seja mais que registro. Ele deve ser uma ferramenta de incidência, capaz de ecoar nossas vozes dentro e fora das salas de negociação”, afirma Tipuici Monoki, da Terra Indígena Irantxe, no Mato Grosso.
A programação inclui oficinas práticas de produção audiovisual e entrevistas, debates sobre o uso de tecnologias digitais e da inteligência artificial na comunicação, além de exibições culturais. Filmes como Mundurukuyü – A floresta das mulheres peixe e Yanuni integram a mostra audiovisual, reafirmando o papel da arte como parte inseparável do território comunicacional.
Um marco para a comunicação indígena no Brasil
O ENCI também celebra os dez anos do Coletivo Mídia Indígena, que nasceu da articulação de jovens comunicadores empenhados em dar visibilidade às lutas e conquistas de seus povos. Ao longo da década, o Coletivo consolidou-se como referência nacional e internacional, participando de mobilizações que conectam o Brasil a debates globais.
O encontro em Belém aponta para o futuro ao articular a Rede Nacional de Comunicação Indígena, um projeto que pretende integrar diferentes biomas e regiões do país em uma única malha de produção e compartilhamento de informações. Para Japupromti Parkatêjê, liderança participante, a iniciativa é um marco histórico: “É a continuidade de uma luta iniciada há décadas, mas que ganha novas dimensões ao unir jovens comunicadores e lideranças em torno de um mesmo propósito”.
O que se constrói em Belém vai muito além da preparação para a COP30. A comunicação indígena emerge como campo estratégico para disputar narrativas, influenciar políticas públicas e projetar uma imagem do Brasil que reconhece a centralidade dos povos originários na proteção ambiental e na construção de futuros possíveis. Durante quatro dias, a capital paraense será território de encontro e criação, de onde sairá não apenas um plano de cobertura, mas um pacto narrativo capaz de ecoar no país e no mundo.
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA: 28 de agosto 09h00 – 09h30 – Ritual de Abertura, Acordos Coletivos e Orientações Gerais 09h30 – 10h30 – Abertura Participação: Erisvan Guajajara, Priscila Tapajowara, Giovana Mandulão, Puyr Tembé, Oe Kayapó
10h30 – 12h00 – Talkshow: A Origem da Comunicação Indígena Mediação: Tukumã Pataxó Participação: Ykaruni Nawa, Daiara Tukano
14h00 – 15h30 – Análise de Conjuntura: Comunicação Popular e a Sociedade Brasileira Mediação: Ariene Wapichana Participação: Pablo Capilé, Charles Trocate, Ingred Sateré Mawé, André Wilkson, Kleber Karipuna
16h00 – 18h00 – Oficinas simultâneas
Produção de Conteúdo para Redes – Cristian Wariu
Memória e Arquivo Audiovisual – Inês Aisengart
Técnicas de Entrevista – Helena Balatiponé
29 de agosto 09h00 – 10h30 – Como Comunicar os Três Poderes? Mediação: Samela Sateré Mawé Participação: Samara Pataxó, Juliana Kanindé, Osvaldo Braga, Danicley Aguiar, Bruno Taitson
10h40 – 12h00 – Discussão em grupos
14h00 – 15h00 – Talkshow: Estrutura da Comunicação Brasileira e a Regulamentação das Redes Sociais Participação: Helena Martins
Noite – Exibição do filme Mundurukuyü – A floresta das mulheres peixe Bate-papo com a diretora Beka Munduruku
30 de agosto 09h00 – 10h30 – Talkshow: O que é a COP? Desmistificando a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas Mediação: Natalia Mapua Participação: Gasparini Kaingang, Eric Terena, Mayra Lima
É um daqueles temas que, à primeira vista, parecem anedóticos demais para ocupar páginas científicas. Mas, olhando de perto, o cocô das aves marinhas revela-se uma peça-chave para compreender a ecologia dos oceanos e até os ciclos globais de carbono. Um estudo recente conduzido pela Universidade de Tóquio, publicado na revista Current Biology, acompanhou as rotinas fisiológicas das Cagarras listradas (Calonectris leucomelas) e trouxe à tona um comportamento intrigante: essas aves quase nunca defecam enquanto descansam na água, preferindo fazê-lo durante o voo, em intervalos surpreendentemente regulares.
A descoberta pode parecer trivial, mas suas implicações vão muito além da anedota. As fezes lançadas do céu fertilizam o oceano aberto, sustentando o crescimento de plâncton e de uma cadeia alimentar inteira que, em última instância, sequestra carbono da atmosfera. Em outras palavras: cocô aéreo também é serviço ecossistêmico.
O pesquisador Leo Uesaka, especialista em atmosfera e oceanos da Universidade de Tóquio, não tinha como objetivo original se tornar um observador compulsivo do que acontece no trato digestivo das cagarras. Seu interesse inicial era outro: registrar, com câmeras acopladas às aves, como elas decolam da superfície do mar. As cagarras possuem asas longas e estreitas, perfeitas para planar longas distâncias, mas pouco adaptadas para levantar voo com facilidade. Decolar exige energia extra — por isso Uesaka queria entender esse momento.
Mas, ao revisar as imagens, ele notou algo inusitado: muitas vezes, as aves mal decolavam e já defecavam, retornando em seguida para a superfície. E mais: aquelas que permaneciam em voo mantinham um ritmo preciso de defecação a cada 4 a 10 minutos, independentemente do momento da última refeição. Intrigado, o cientista decidiu seguir o fio da investigação. Durante quase 36 horas de gravações obtidas com câmeras acopladas ao corpo de 15 aves, ele e sua equipe observaram 195 eventos de excreção. Apenas um deles ocorreu com o animal ainda flutuando. A regra era clara: cocô, só no ar.
Do ponto de vista energético, faria sentido que a ave aproveitasse o descanso na superfície para eliminar resíduos. Defecar em pleno voo significa coordenar movimentos extras, o que poderia parecer custoso. Mas a biologia, quase sempre, equilibra custo e benefício de forma engenhosa. Os cientistas levantaram três hipóteses principais para explicar a escolha aérea: manter a plumagem limpa, já que fezes em contato com penas poderiam comprometer a impermeabilidade e a capacidade de voo; evitar predadores atraídos pelo cheiro, como tubarões ou focas; e, por fim, facilitar o processo fisiológico, aproveitando o movimento do corpo em voo para expulsar as fezes com mais eficiência.
Qualquer que seja a explicação dominante, o fato é que a estratégia parece bem-sucedida. As aves mantêm um ciclo regular de eliminação que, no fim das contas, desempenha um papel essencial para os ecossistemas marinhos. O impacto das fezes de aves marinhas nos ecossistemas já era conhecido em ambientes costeiros. Em ilhas e rochedos, o acúmulo de excrementos forma o chamado guano, rico em nitrogênio e fósforo, historicamente utilizado até como fertilizante agrícola. Mas o estudo japonês é pioneiro em demonstrar, com clareza, a rotina de defecação no mar aberto, região onde as cagarras passam a maior parte de suas vidas.
Segundo os cálculos da equipe, cada cagarra excreta em média 30 gramas por hora, o que corresponde a cerca de 5% de sua massa corporal diária. Parece pouco, mas o impacto coletivo é colossal. Estima-se que existam 424 milhões de aves do grupo dos Procellariiformes, ao qual pertencem as cagarras. Em conjunto, essas aves despejam no oceano o equivalente a seis cargas do navio Titanic em fezes todos os dias. Esse aporte constante de nutrientes alimenta organismos microscópicos como o plâncton, que são a base da cadeia alimentar marinha. Além disso, o plâncton é responsável por parte significativa da fixação de carbono atmosférico em matéria orgânica que, ao morrer e afundar, retira CO₂ da atmosfera por milhares de anos. Ou seja, sem exagero, as cagarras e seus parentes são pequenas aliadas na luta contra as mudanças climáticas.
O desafio de estudar o cocô aéreo não é pequeno. As aves passam dias longe da costa, planando em áreas remotas do oceano Pacífico. A solução encontrada pela equipe foi instalar câmeras de vídeo acopladas ao abdômen dos animais. O resultado foi uma espécie de “reality show” científico, com horas de gravação que revelavam detalhes até então invisíveis do cotidiano desses animais. No total, foram documentados 195 episódios de excreção, em um padrão que dificilmente poderia ser identificado por observadores em barcos ou por técnicas indiretas.
A metodologia abre caminho para novas pesquisas. Uesaka já planeja integrar as câmeras a sistemas de GPS, o que permitiria mapear a distribuição das fezes no oceano e relacionar as áreas de maior aporte de nutrientes com a produtividade do plâncton. “As fezes são importantes, mas as pessoas não pensam nelas”, resumiu o pesquisador em tom bem-humorado.
O que esse estudo traz de novo não é apenas a descrição de um comportamento curioso, mas a noção de que até processos aparentemente banais desempenham papéis fundamentais em escalas planetárias. O cocô aéreo das cagarras conecta o metabolismo de um animal à fertilização de vastas áreas do oceano e, em última instância, ao equilíbrio do clima. O ciclo é simples, mas poderoso: as aves consomem peixes e organismos marinhos; durante o voo, liberam excrementos ricos em nutrientes; esses nutrientes alimentam o plâncton; o plâncton captura carbono atmosférico e sustenta cadeias alimentares inteiras.
É uma engrenagem discreta da chamada bioeconomia natural, na qual os resíduos de uns se tornam a base da vida de outros. O estudo da Universidade de Tóquio é um lembrete de que a ecologia, muitas vezes, se esconde nos detalhes menos glamurosos. Observar quando e onde aves fazem cocô pode parecer irrelevante, mas é justamente esse olhar atento que revela a teia complexa de interações que mantém a vida no planeta.
Enquanto governos discutem políticas de preservação e cientistas buscam soluções tecnológicas para crises ambientais, a natureza continua a desempenhar silenciosamente suas funções. No caso das cagarras, o simples ato de defecar em pleno voo contribui para fertilizar os oceanos e manter o clima em relativo equilíbrio.
O Porto de Santana, no Amapá, passou a integrar uma nova rota marítima que conecta diretamente a Amazônia à região da Grande Baía, na China. A primeira viagem já está em andamento, segundo o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), que enviou uma comitiva à cidade chinesa de Zhuhai para acompanhar as negociações. A iniciativa promete reduzir em até 30 dias o tempo de transporte de mercadorias, diminuir custos logísticos e ampliar a presença de produtos brasileiros no mercado asiático.
O acordo nasceu a partir do diálogo entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping, que intensificou as relações comerciais entre Brasil e China. Com isso, o Porto de Gaolan, em operação há duas décadas, abriu neste ano a nova conexão com Santana e também com Salvador, consolidando os dois portos como hubs estratégicos para o escoamento de grãos, minério, carne bovina, celulose e outros produtos.
De acordo com o CEO da empresa Zhuhai Sino-Lac Amazônia, Marcius Nei Santos, o primeiro navio partiu de Zhuhai e deve atracar no Amapá ainda em agosto, enquanto um segundo embarque está previsto para setembro. A expectativa é que, com a nova rota, a viagem entre Santana e a China leve de 30 a 35 dias — um tempo muito inferior aos atuais 90 a 180 dias gastos pelos portos do Arco Norte.
A delegação brasileira também conheceu a infraestrutura da plataforma comercial em Zhuhai, equipada com armazéns refrigerados, áreas para congelados, carga seca e dois prédios exclusivos para o Brasil, com capacidade para receber até 150 empresas interessadas em atuar diretamente no mercado chinês. O ministro Waldez Góes destacou que a parceria com a Província de Guangdong abre caminho para diversificar exportações, fortalecer a bioeconomia e estimular o desenvolvimento regional.
Para o professor Tiago Luedy, pesquisador da Universidade Federal do Amapá (Unifap), a rota representa uma oportunidade inédita para o estado. Segundo ele, o corredor logístico deve impulsionar a exportação de produtos locais e colocar o Amapá em posição de destaque no comércio internacional. “Inicialmente, a operação começa com um navio a cada dois meses, mas a frequência pode aumentar conforme a demanda. Além disso, a redução do tempo de viagem pode gerar uma economia de cerca de 30% nos custos”, avalia.
A nova conexão marítima surge em um contexto de reconfiguração do comércio global, marcado por tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros e chineses, o que torna a aproximação entre a Ásia e a América do Sul ainda mais estratégica.
O Comitê Jovem do Painel Científico para a Amazônia (Science Panel for the Amazon – SPA) abriu inscrições para o 4º Workshop da Juventude Amazônica: Rumo à COP30, que será realizado nos dias 28 e 29 de agosto, em formato virtual, pela plataforma Zoom.
Com o tema “Conectividade social, ecológica e econômica na Amazônia”, o encontro busca reunir jovens entre 18 e 35 anos de todo o Brasil interessados em discutir desafios socioambientais da região amazônica e contribuir com propostas que fortaleçam a participação da juventude nas agendas internacionais de clima e meio ambiente.
O workshop é uma oportunidade para ampliar o engajamento de jovens lideranças no processo preparatório para a COP30, que será realizada em 2025, em Belém (PA).
A American Chemical Society (ACS) Publications no Brasil, em parceria com a CAPES, a Universidade Federal do Pará (UFPA) e a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), vai promover um curso gratuito de comunicação e escrita científica direcionado às instituições de ensino e pesquisa situadas na Amazônia Legal. A capacitação acontecerá entre 2 de setembro e 9 de outubro, sempre das 16h às 17h30 (horário de Brasília) e das 15h às 16h30 no fuso do Amazonas, com transmissão ao vivo pelo YouTube.
Intitulado Curso de Comunicação e Escrita Científica: ampliando a visibilidade global da Ciência Amazônica, o projeto busca fortalecer a produção acadêmica da região e ampliar sua projeção internacional. O foco está em aprimorar habilidades para a elaboração de artigos e para a publicação em periódicos de alto impacto, contribuindo para que as pesquisas amazônicas alcancem maior visibilidade global.
A iniciativa faz parte de um conjunto de ações celebrativas do primeiro ano completo do acordo transformativo firmado em 2024 entre a ACS e a CAPES, que possibilita leitura e publicação em acesso aberto de artigos científicos. O curso será composto por 12 aulas transmitidas ao vivo, nas quais especialistas abordarão desde a concepção de um manuscrito até o processo de revisão por pares.
Embora tenha como prioridade as nove unidades federativas da Amazônia Legal, a programação será aberta também a participantes de outras regiões do país interessados em aprofundar seus conhecimentos em comunicação científica.
Cartaz do curso de comunicação e escrita científica – Divulgação CAPES
Depois de mais de uma década de ausência, o Brasil voltou a recompor seus estoques públicos de arroz. O ato simbólico ocorreu em Pelotas (RS), onde produtores entregaram 540 toneladas do grão à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O gesto vai muito além da logística: trata-se de um marco de política agrícola e de segurança alimentar, num país que consome arroz diariamente em praticamente todos os lares.
O Rio Grande do Sul, que responde por cerca de 70% da produção nacional, é o epicentro dessa retomada. Edegar Pretto, presidente da Conab, destacou que a recomposição de estoques é uma medida de equilíbrio. De um lado, garante ao agricultor um preço justo, evitando perdas quando o mercado remunera abaixo do custo de produção. De outro, oferece ao consumidor a confiança de que o alimento essencial não vai faltar nem sofrer explosões de preço.
Uma política pública de dois lados
Na prática, a medida funciona como uma válvula de estabilidade. Quando o mercado paga pouco, a Conab compra parte da produção, assegurando renda ao produtor. Se, em outro momento, o preço disparar, o governo coloca arroz do estoque em circulação, aliviando a pressão sobre os consumidores.
Essa lógica ficou clara na entrevista concedida pelo presidente da estatal ao programa A Voz do Brasil. Segundo ele, a política de formação de estoques públicos é uma forma de o Estado atuar contra os extremos: proteger quem produz e, ao mesmo tempo, garantir acesso justo a quem compra o alimento no supermercado.
O novo ciclo de contratos de opção
Para viabilizar a medida, o governo lançou no ano passado contratos de opção de venda — um instrumento que permite ao agricultor vender sua produção à Conab a um preço previamente estabelecido. Foram oferecidas 500 mil toneladas, com preço 20% acima do mínimo. O volume contratado, no entanto, ficou em 91 mil toneladas, porque muitos produtores preferiram apostar no mercado naquele momento.
Neste ano, com mais clareza sobre os riscos de queda de preços, o cenário mudou. O governo federal destinou mais R$ 181 milhões para novos leilões, e a adesão foi maior. Até agora, a soma das contratações anteriores e das atuais já garante cerca de 200 mil toneladas para os estoques da Conab.
Esse montante, embora ainda distante da meta inicial, já representa um colchão estratégico importante. É a primeira vez em 11 anos que o país volta a ter reservas de arroz para regular o mercado.
Edegar Pretto por: Valter Campanato/Agência Brasil
O impacto da ausência de estoques
A ausência de estoques ao longo da última década trouxe consequências perceptíveis. Sem essa ferramenta, o mercado brasileiro ficou mais vulnerável a oscilações internacionais e a pressões de exportação. Além disso, houve um deslocamento estrutural: muitos agricultores migraram do cultivo de alimentos básicos, como arroz e feijão, para monoculturas de exportação, como a soja.
Essa mudança teve reflexo direto nos preços. Entre 2019 e 2022, enquanto a inflação geral acumulou cerca de 30%, a dos alimentos chegou a 57%. A comida pesou mais no bolso justamente porque não havia mecanismos de regulação de preços internos.
Com o retorno dos estoques, o governo espera criar condições para que agricultores mantenham áreas destinadas a culturas de abastecimento interno, reforçando a segurança alimentar nacional.
O olhar para o Rio Grande do Sul
A retomada dos estoques também tem uma dimensão regional. O Rio Grande do Sul, maior produtor de arroz do Brasil, foi severamente atingido pelas enchentes históricas de 2024. Muitas áreas férteis foram destruídas, exigindo esforço extra de recuperação. Ainda assim, o estado segue central na produção nacional e, portanto, na estratégia de abastecimento.
Segundo Pretto, nunca antes um estado brasileiro havia recebido tanta atenção federal em um contexto de tragédia climática. Além das ações emergenciais, a política de recomposição dos estoques surge como instrumento de socorro aos produtores gaúchos e de estabilidade para o país.
O arroz como símbolo
Mais do que números, o arroz é símbolo de soberania alimentar no Brasil. Presente diariamente na mesa de milhões de famílias, ele sintetiza a ligação entre o campo e a cidade. Ao recompor os estoques públicos, o país não apenas garante segurança ao consumidor, mas envia também uma mensagem política: a de que alimentos essenciais precisam ser tratados como questão de Estado.
Num cenário global de incertezas, com choques climáticos e instabilidades nos mercados agrícolas, essa medida recoloca o Brasil em uma posição mais sólida para enfrentar crises futuras.
O Permafrost é uma espécie de cápsula do tempo. Um solo congelado há milhares de anos, cobrindo vastas áreas do Hemisfério Norte – da Sibéria ao Alasca, passando pelo Ártico canadense e pelo planalto tibetano – e que guarda em suas camadas profundas restos de animais, plantas e microrganismos. Congelados, esses vestígios permaneceram inertes, como se estivessem suspensos numa pausa geológica. Mas o aquecimento global está quebrando esse feitiço do gelo. Aos poucos, e em alguns lugares de forma abrupta, o Permafrost derrete.
Essa transformação não é apenas um detalhe local. O Permafrost abriga cerca do dobro de carbono presente hoje na atmosfera. Trata-se, portanto, de um imenso reservatório capaz de determinar o rumo do clima global. À medida que o solo descongela, a matéria orgânica aprisionada começa a se decompor, liberando gases como o dióxido de carbono (CO₂) e o metano (CH₄), dois dos principais responsáveis pelo efeito estufa. Não à toa, cientistas passaram a descrever o Permafrost como uma “bomba-relógio climática” enterrada sob o gelo.
No entanto, um estudo publicado em agosto de 2025 na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) sugere que essa história talvez seja mais complexa. Liderada por Shuqi Qin e Yuanhe Yang, da Academia Chinesa de Ciências, a pesquisa indica que, em alguns cenários, o degelo pode não significar apenas liberação de carbono. Há um detalhe invisível, porém fundamental: os microrganismos do solo. Quando o gelo cede, eles não apenas despertam, como passam a usar o carbono de maneira mais eficiente. Em termos técnicos, aumentam sua “eficiência no uso do carbono” (CUE, na sigla em inglês). Em linguagem simples, em vez de devolver todo o carbono à atmosfera, uma parte significativa é retida em sua biomassa, podendo se incorporar ao solo e gerar compostos mais estáveis.
O achado não elimina os riscos do degelo, mas adiciona uma camada de nuance. Mostra que, mesmo diante da catástrofe anunciada, a vida microbiana pode desempenhar um papel inesperado de contenção – um freio parcial no escape desse carbono ancestral.
O que é, afinal, o Permafrost?
Antes de mergulhar na descoberta, é preciso entender o próprio objeto em questão. O Permafrost é definido como solo que permanece congelado por pelo menos dois anos consecutivos. Mas, na prática, muitas áreas estão congeladas há milhares de anos. Em algumas regiões do Ártico, a camada pode ter mais de 600 metros de profundidade.
Na superfície, há uma camada sazonal chamada de “camada ativa”. É nela que crescem musgos, líquens, arbustos e até florestas boreais. Essa camada descongela durante o verão e volta a congelar no inverno. Mas, logo abaixo, o Permafrost permanece estável, selando no gelo um estoque colosal de carbono orgânico.
Quando esse equilíbrio se rompe, como tem acontecido com o aumento das temperaturas médias globais, duas coisas ocorrem. Primeiro, o solo perde sua rigidez, afundando em alguns pontos e formando crateras conhecidas como termocársticos. Segundo, e mais preocupante, a matéria orgânica começa a se decompor, alimentando microrganismos que liberam gases estufa.
Permafrost – Imagem Divulgação
A investigação científica
O estudo liderado por Qin e Yang acompanhou cerca de 27 anos de mudanças no solo da Floresta Nacional do Tapajós, no planalto tibetano, e comparou essas observações com cinco outros locais afetados por colapsos de Permafrost. O objetivo era medir como a eficiência de uso do carbono pelos microrganismos se comporta diante do degelo.
Para isso, utilizaram uma técnica inovadora chamada “traçagem com isótopos de oxigênio-18”, que permite rastrear como os microrganismos absorvem e utilizam carbono em diferentes camadas do solo.
O resultado foi consistente: nos dez primeiros centímetros de profundidade, a eficiência de uso do carbono aumentou de forma significativa após o colapso do Permafrost. Isso significa que, em vez de liberar rapidamente o carbono em forma de CO₂, os microrganismos estavam incorporando mais desse material em sua biomassa.
A explicação envolve três fatores principais:
Um aumento relativo na biomassa de fungos em comparação às bactérias. Fungos tendem a decompor matéria orgânica de forma mais eficiente e a reter carbono em sua estrutura celular.
O crescimento de microrganismos chamados de “copiótrofos” – espécies que prosperam em ambientes ricos em nutrientes e que conseguem converter rapidamente carbono em novas células.
O aumento da disponibilidade de fósforo no solo, um nutriente essencial que acelera o metabolismo microbiano.
A engrenagem invisível do solo
Pode parecer um detalhe microscópico, mas essa dinâmica é crucial para o equilíbrio do planeta. Os solos do mundo inteiro contêm três vezes mais carbono do que a atmosfera. Quem decide o destino desse carbono são, em grande medida, os microrganismos.
Funciona como uma balança: se a atividade microbiana prioriza a respiração, o carbono volta ao ar em forma de CO₂. Se, ao contrário, prioriza o crescimento celular, parte desse carbono fica “aprisionada” em compostos mais estáveis, que podem se acumular no solo por décadas ou séculos.
Ao mostrar que o degelo abrupto pode aumentar a eficiência desse uso, o estudo sugere que há mecanismos naturais de reciclagem atuando onde antes só se via risco. Mas isso não significa que estamos diante de uma boa notícia definitiva.
As limitações do freio microbiano
O aumento da eficiência do carbono no solo não é suficiente para anular os impactos do degelo. A liberação de metano em áreas inundadas, por exemplo, continua sendo uma ameaça grave, já que esse gás tem um poder de aquecimento mais de 80 vezes maior do que o CO₂ em um período de 20 anos.
Além disso, o efeito identificado pode ser temporário. À medida que o solo segue derretendo e a matéria orgânica antiga é exposta em maior volume, os microrganismos podem não conseguir manter a mesma taxa de incorporação.
O próprio estudo destaca que essa é apenas uma peça do quebra-cabeça. Modelos climáticos precisam incorporar não apenas o aumento da eficiência microbiana, mas também outras variáveis – como a hidrologia do solo, a liberação de metano e as mudanças na vegetação.
Um desafio para a ciência do clima
Até hoje, muitos modelos de previsão climática tratam o Permafrost como uma “caixa preta”: sabe-se que ele guarda carbono e que, ao derreter, libera gases. Mas as nuances da microbiologia, fundamentais nesse processo, ainda não são representadas de forma detalhada.
Esse é um problema, porque sem essa incorporação, as previsões podem ser mais pessimistas ou otimistas do que deveriam. O estudo de Qin e Yang reforça a necessidade de incluir métricas como a eficiência do uso do carbono microbiano (CUE) nos modelos globais.
Isso exigirá um esforço interdisciplinar, unindo climatologistas, ecólogos, microbiologistas e modeladores computacionais. Afinal, como o próprio artigo enfatiza, o destino do carbono do Permafrost é, em última instância, decidido por organismos invisíveis a olho nu.
A política do gelo
A discussão sobre o Permafrost não é apenas científica. É também política. A Rússia, por exemplo, concentra 65% de todo o Permafrost do planeta. As cidades construídas sobre ele já enfrentam rachaduras em edifícios, estradas e oleodutos devido ao afundamento do solo. O derretimento ameaça não só o clima, mas também a infraestrutura e a economia locais.
No Canadá e no Alasca, comunidades indígenas relatam mudanças dramáticas em seus territórios: rios que mudam de curso, lagos que desaparecem, caça que se desloca. Para essas populações, o Permafrost não é um conceito abstrato, mas parte de seu cotidiano.
Nesse cenário, estudos como o publicado na PNAS oferecem subsídios não apenas para a ciência, mas para a diplomacia climática. Eles mostram que o problema é mais complexo do que uma equação simples de carbono que sai ou fica. E que, portanto, qualquer tentativa de resposta precisa ser igualmente sofisticada.
Entre a ameaça e a esperança
O degelo do Permafrost continua sendo uma das maiores incertezas do futuro climático da Terra. O estudo de Qin e Yang não muda esse fato, mas ajuda a refinar a compreensão. Ao revelar que microrganismos podem aumentar sua eficiência e reter parte do carbono, ele abre espaço para estratégias que valorizem esses mecanismos de contenção natural.
Isso não significa que podemos contar com eles como solução mágica. Mas reforça a ideia de que a natureza, mesmo em seus processos mais invisíveis, carrega caminhos de resiliência.
A mensagem final talvez seja essa: a Terra não é apenas vítima da mudança climática, mas também uma protagonista que reage, ajusta e responde. Cabe à humanidade observar, aprender e, sobretudo, não desperdiçar a chance de agir para que essas respostas naturais tenham tempo de acontecer.
Quem convive com gatos sabe: a caixa de areia é um ponto sensível na rotina da casa. Afinal, os felinos são animais extremamente higiênicos e exigentes com seu banheiro particular. Basta a areia estar um pouco suja para que eles torçam o nariz e até passem a fazer suas necessidades em outros lugares. Além disso, o mau cheiro pode se espalhar rapidamente pelo ambiente. Mas com algumas práticas inteligentes, é possível manter a caixa de areia do gato sempre limpa, sem esforço exagerado, garantindo bem-estar para o animal e conforto para a família.
Por que a higiene da areia do gato é tão importante
A limpeza da caixa de areia vai muito além da estética da casa. Gatos se orientam pelo olfato, e a presença de odores fortes os afasta. Uma caixa mal higienizada pode gerar estresse, alterações comportamentais e até problemas de saúde, como infecções urinárias. Outro ponto é que os tutores convivem diariamente com o espaço, e ninguém merece entrar em casa e ser recebido por mau cheiro. A boa notícia é que, com alguns truques, a manutenção se torna prática e eficiente.
1. Escolha a areia certa
O primeiro truque é selecionar bem o tipo de areia. Existem opções comuns, como a areia de argila, que são baratas, mas não neutralizam odores com tanta eficiência. Já as areias granuladas ou de sílica, apesar de custarem mais, possuem maior poder de absorção e reduzem a necessidade de trocas frequentes. Outro ponto é a preferência do gato: alguns não se adaptam a mudanças bruscas. O ideal é testar gradualmente, sempre observando o comportamento do felino. Uma areia adequada já facilita metade da limpeza.
2. Retire os dejetos diariamente
Pode parecer óbvio, mas muita gente negligencia a limpeza diária. Retirar urina e fezes com a pazinha específica é o cuidado mais simples para manter a caixa usável. Esse hábito evita acúmulo de odor e aumenta a durabilidade da areia. O ideal é fazer a retirada pelo menos duas vezes ao dia. Quem tem mais de um gato deve reforçar essa frequência, pois a caixa fica suja rapidamente. Esse passo simples já faz toda a diferença para manter a caixa sempre atrativa.
3. Higienize a caixa com água e sabão neutro
Outro truque poderoso é lavar a caixa regularmente. De nada adianta trocar a areia sem limpar o recipiente, pois resíduos grudados continuam liberando cheiro. O recomendado é esvaziar toda a areia pelo menos uma vez por semana e lavar a caixa com água morna e sabão neutro. Produtos muito perfumados devem ser evitados, já que o odor pode incomodar o gato. Após a lavagem, seque bem antes de colocar a areia novamente. Essa rotina simples ajuda a manter a caixa livre de odores persistentes.
4. Invista em caixas maiores e mais profundas
Muitas vezes, o problema não está na areia ou na limpeza, mas no tamanho da caixa. Gatos gostam de espaço para cavar e enterrar seus dejetos. Se a caixa é pequena ou rasa, os resíduos ficam mais expostos, intensificando o cheiro. Modelos maiores permitem que a areia seja colocada em camadas mais grossas, o que facilita o trabalho do gato e ajuda na absorção. Há ainda caixas com tampa e filtro de carvão, que reduzem odores e trazem mais praticidade para a casa.
5. Use bicarbonato de sódio como aliado
Um truque caseiro e barato para controlar odores é o uso de bicarbonato de sódio. Espalhar uma fina camada no fundo da caixa, antes de colocar a areia, ajuda a neutralizar o cheiro de urina. Esse produto é seguro para os gatos, desde que usado em pequena quantidade. Além disso, pode ser aplicado durante a higienização, potencializando a limpeza sem agredir a saúde do felino. Essa dica simples transforma a rotina e deixa o ambiente mais agradável.
Dicas extras para um ambiente saudável
Além dos cinco truques principais, algumas medidas complementares fazem diferença. Posicionar a caixa em local ventilado evita acúmulo de odores, mas é importante garantir privacidade para o gato. Ter mais de uma caixa também é fundamental, especialmente em casas com mais de um felino. A regra geral é ter sempre uma caixa a mais do que o número de gatos. Outro ponto é manter uma pazinha exclusiva para retirar os dejetos, evitando contaminação.
Erros que devem ser evitados
Há também atitudes comuns que atrapalham a manutenção. Usar areia perfumada pode parecer boa ideia, mas muitos gatos rejeitam o cheiro artificial. Outro erro é colocar pouca areia, o que impede que o gato enterre os dejetos corretamente. Da mesma forma, deixar a caixa próxima ao comedouro é desaconselhado, pois os gatos não gostam de misturar os espaços de alimentação e higiene. Evitar esses deslizes é essencial para manter uma rotina tranquila.
Benefícios para o gato e para o tutor
Quando a caixa de areia do gato está sempre limpa, o felino se sente mais confortável e seguro. Ele passa a usar o espaço sem resistência, reduzindo problemas de comportamento. Para os tutores, a casa se mantém livre de odores desagradáveis e a tarefa de limpeza se torna rápida e prática. Esse cuidado fortalece o vínculo entre gato e dono, já que transmite respeito pelas necessidades do animal.
O impacto da rotina no bem-estar
Cuidar da higiene da caixa de areia é uma das formas mais simples de garantir qualidade de vida ao gato. Diferente de cães, que podem ser levados para passeios, os felinos dependem totalmente desse espaço dentro de casa. Criar uma rotina de manutenção, aplicando os truques certos, é um gesto de carinho que reflete diretamente no humor, na saúde e até na longevidade do animal.
Um convite para mudar hábitos
Se você ainda encara a limpeza da caixa como uma tarefa desagradável, experimente aplicar os cinco truques. Com a areia adequada, retiradas diárias, higienização semanal, caixa espaçosa e bicarbonato de sódio, o processo se torna muito mais simples. No fim, você terá um gato feliz, uma casa livre de odores e uma rotina prática. Afinal, quem ama gatos sabe que pequenos gestos fazem toda a diferença no dia a dia.
Quem já se encantou com o charme discreto da suculenta Haworthia Cymbiformis sabe que ela tem um jeito especial de transformar qualquer cantinho em um refúgio verde. Pequena, elegante e de fácil cultivo, essa planta conquistou espaço em mesas de trabalho, prateleiras iluminadas e até jardins internos minimalistas. Mas, se o desejo é ver sua Haworthia crescer mais rápido e saudável, é preciso adotar alguns cuidados específicos que fazem toda a diferença.
Solo bem drenado é o segredo inicial
Para que a suculenta Haworthia Cymbiformis se desenvolva com rapidez, o ponto de partida é a escolha do solo. Essa espécie não tolera excesso de umidade e precisa de uma mistura leve e bem drenada. Um truque eficiente é misturar terra vegetal com areia grossa ou perlita, criando um ambiente que evita o acúmulo de água nas raízes. Essa base garante que a planta cresça com vigor e não sofra com problemas como apodrecimento radicular.
A luz certa acelera o desenvolvimento
Embora seja resistente e adaptável, a Haworthia Cymbiformis precisa de iluminação adequada para ganhar força. O ideal é deixá-la em locais com bastante luz indireta, como perto de janelas bem iluminadas. Evite sol direto por longos períodos, que pode queimar suas folhas translúcidas. Já em ambientes muito sombreados, a planta tende a crescer de forma esticada e enfraquecida. A regra é buscar o equilíbrio, aproveitando luz difusa para acelerar seu crescimento sem comprometer a saúde.
Regue com moderação e estratégia
Outro ponto-chave para conservar a vitalidade da suculenta Haworthia Cymbiformis é a rega moderada. O excesso de água é inimigo mortal das suculentas, mas também não dá para deixá-la totalmente ressecada. O truque está em observar o solo: só regue quando estiver completamente seco. Durante o verão, a frequência pode ser semanal, enquanto no inverno basta uma rega a cada duas ou três semanas. Essa prática evita o estresse hídrico e estimula raízes mais fortes, essenciais para um crescimento rápido.
Fertilização equilibrada para dar energia extra
Mesmo que a suculenta seja considerada rústica, uma adubação equilibrada faz diferença no desenvolvimento. Use fertilizantes específicos para cactos e suculentas, ricos em fósforo e potássio, aplicados de forma diluída a cada dois meses. Essa nutrição extra garante que a Haworthia Cymbiformis forme novas rosetas com mais frequência, enchendo o vaso e criando aquele visual exuberante que encanta qualquer ambiente.
A troca de vaso na hora certa estimula raízes saudáveis
Um truque pouco lembrado, mas extremamente eficaz, é replantar a suculenta a cada dois ou três anos. Quando as raízes ocupam todo o espaço, a planta pode ter seu crescimento limitado. Ao trocar de vaso, prefira recipientes de barro ou cerâmica, que permitem melhor respiração das raízes. Aproveite para renovar o substrato e garantir um ambiente rico em nutrientes e com drenagem adequada. Esse cuidado simples é um verdadeiro empurrão para o crescimento acelerado.
Mais do que estética: a energia da Haworthia Cymbiformis
Além de bonita, a suculenta Haworthia Cymbiformis carrega significados especiais. Muitas pessoas acreditam que ela simboliza resiliência e prosperidade, justamente pela sua capacidade de crescer em ambientes desafiadores. Ter uma dessas em casa ou no escritório é também cultivar um pouco de calma e equilíbrio, como se a planta lembrasse diariamente que a vida floresce mesmo em condições adversas.
Cuidados extras que fazem diferença
Quem quer resultados rápidos precisa ir além do básico. Limpar as folhas com um pano seco para retirar poeira, girar o vaso periodicamente para que todas as partes recebam luz de forma uniforme e observar sinais de pragas são práticas que reforçam a saúde da suculenta. Pequenos detalhes evitam que o crescimento seja comprometido e garantem um visual sempre fresco e harmonioso.
Evite exageros para não prejudicar a planta
No entusiasmo de acelerar o crescimento, muitos caem na armadilha de exagerar na água ou nos fertilizantes. Mas com a Haworthia Cymbiformis, menos é mais. Respeitar o ritmo natural da planta é essencial para que ela cresça de forma saudável e duradoura. Lembre-se de que as suculentas têm um metabolismo mais lento do que outras espécies, e que o verdadeiro segredo está na constância dos cuidados, não na pressa.
Inspiração para o seu espaço
Ver a Haworthia Cymbiformis crescer rápido é uma recompensa para quem gosta de acompanhar o ciclo das plantas. Seja no vaso decorando a mesa de estudos, compondo um arranjo com outras suculentas ou trazendo vida para a sala, ela sempre se destaca. Com os truques certos, você não apenas terá uma planta mais cheia e vistosa, mas também um toque de natureza que valoriza o ambiente e proporciona bem-estar.
Não esqueça
Cuidar da suculenta Haworthia Cymbiformis é mais do que uma tarefa de jardinagem — é um exercício de paciência, atenção e carinho. Quando aplicamos esses cinco truques, aceleramos seu crescimento e criamos um vínculo ainda mais especial com a planta. E, no fundo, não se trata apenas de vê-la crescer rápido, mas de aprender a celebrar cada pequena conquista verde no nosso cotidiano.