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1 verdade sobre manjericão no quarto e o sono

Quem cultiva plantas em casa já deve ter ouvido falar sobre os efeitos de algumas espécies na qualidade do sono. Enquanto algumas são recomendadas para o quarto, como o lírio-da-paz ou a lavanda, outras geram dúvidas. Um exemplo é o manjericão, muito popular na cozinha, mas que levanta questionamentos: será que tê-lo no quarto pode atrapalhar ou até melhorar o descanso?

Essa planta aromática, famosa por temperar molhos e massas, tem propriedades medicinais e um perfume marcante. Mas quando o assunto é sono, especialistas dividem opiniões. Por isso, entender seus efeitos, vantagens e cuidados é fundamental antes de decidir colocar o vaso no criado-mudo ou na janela do quarto.

Manjericão: da horta para dentro de casa

O manjericão (Ocimum basilicum) é uma planta originária da Ásia tropical, cultivada em várias regiões do mundo por seu aroma e sabor. Além da culinária, também é utilizado em infusões e tratamentos naturais graças ao seu potencial anti-inflamatório, digestivo e calmante.

Dentro de casa, costuma ser colocado em cozinhas ou varandas, onde recebe luz solar direta e ventilação adequada. No entanto, algumas pessoas optam por manter o vaso de manjericão no quarto, acreditando que o aroma pode ter efeito relaxante e melhorar o ambiente. É aí que surgem as dúvidas sobre impactos positivos e negativos.

O manjericão ajuda a relaxar?

Especialistas em fitoterapia apontam que o manjericão contém óleos essenciais com propriedades calmantes. Substâncias como o eugenol e o linalol podem atuar reduzindo a ansiedade e promovendo relaxamento. Por isso, algumas práticas naturais utilizam o manjericão em chás noturnos para melhorar a qualidade do sono.

Em ambientes internos, o cheiro da planta também pode trazer sensação de frescor e bem-estar. Para pessoas que apreciam aromas herbais, o manjericão no quarto pode criar um clima agradável e convidativo ao descanso.

O manjericão pode atrapalhar o sono?

Por outro lado, especialistas em botânica lembram que o manjericão é uma planta de crescimento ativo que libera aromas intensos, especialmente em ambientes fechados. Para pessoas mais sensíveis, esse cheiro pode se tornar enjoativo ou até gerar dor de cabeça, atrapalhando o sono em vez de ajudar.

Além disso, plantas respiram: durante a noite, liberam dióxido de carbono (CO₂). Embora a quantidade seja mínima e inofensiva em condições normais, em quartos pequenos, mal ventilados e com muitas plantas, isso pode influenciar na sensação de sufocamento.

O que dizem os especialistas em sono?

Médicos especialistas em medicina do sono explicam que não há consenso científico sobre o impacto direto do manjericão no descanso. O que existe são relatos individuais: algumas pessoas afirmam dormir melhor com a planta no quarto, enquanto outras se sentem incomodadas pelo cheiro forte.

A recomendação geral é simples: se o aroma agrada e não causa desconforto, o manjericão pode ser mantido no quarto. Caso contrário, o ideal é cultivá-lo em outro cômodo, como cozinha ou varanda, e reservar o quarto para espécies reconhecidas por promover relaxamento, como lavanda e jasmim.

Benefícios indiretos do manjericão no quarto

Além da questão do sono, o manjericão no quarto pode trazer outros benefícios. Ele ajuda a purificar o ar, afastar insetos como mosquitos e ainda contribui para a decoração, com seu verde vibrante e folhas aromáticas.

Para quem gosta de cozinhar, manter o vaso por perto também facilita o uso da erva fresca. Basta colher algumas folhas antes de preparar o jantar.

Cuidados essenciais ao cultivar manjericão no quarto

Se você decidir manter o manjericão no quarto, alguns cuidados são indispensáveis:

  • Luz solar: a planta precisa de pelo menos 4 a 6 horas de sol direto por dia. Se o quarto não tiver boa iluminação, pode ser necessário usar luz artificial de cultivo.

  • Ventilação: o ambiente deve ser arejado para evitar o acúmulo de cheiro intenso e garantir a saúde da planta.

  • Rega moderada: o manjericão gosta de solo úmido, mas não encharcado. Regue quando a terra estiver começando a secar.

  • Poda regular: retirar folhas secas e galhos longos estimula o crescimento e mantém a planta saudável.

Então, vale ou não vale colocar o manjericão no quarto?

A resposta depende do perfil de cada pessoa. Se você gosta do aroma, tem um quarto bem ventilado e iluminado, e deseja aproveitar os benefícios calmantes da planta, pode mantê-la no ambiente sem problemas. Porém, se sentir incômodo com o cheiro ou notar desconfortos, é melhor deslocar o vaso para outro espaço da casa.

Em resumo, o manjericão pode ser tanto um aliado quanto um intruso na hora do sono. A melhor forma de saber é testar e observar como seu corpo reage à presença da planta no quarto.

A relação entre plantas e qualidade de vida

Independentemente da escolha, cultivar plantas em casa é sempre positivo. Elas embelezam, purificam o ar e criam conexão com a natureza. O manjericão, em especial, combina praticidade culinária, valor ornamental e propriedades medicinais, sendo uma ótima opção para quem busca mais verde no cotidiano.

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Couve: 5 erros de adubação que deixam as folhas amareladas

Quem cultiva couve em casa sabe a alegria que é colher folhas frescas e nutritivas direto da horta. Mas também conhece a frustração quando as folhas começam a amarelar e perder o vigor. Esse problema é mais comum do que parece e, muitas vezes, está ligado a erros na adubação. A couve é uma planta rústica e resistente, mas como qualquer hortaliça de crescimento rápido, exige equilíbrio na nutrição. O excesso ou a falta de nutrientes pode comprometer não apenas a aparência, mas também o sabor e a produtividade da planta.

Neste artigo, vamos detalhar os principais erros de adubação que deixam a couve com folhas amareladas e mostrar como evitá-los para manter sua horta sempre saudável e bonita.

O papel da adubação na couve

A couve pertence à família das brássicas, assim como brócolis, repolho e couve-flor. Essas hortaliças têm em comum a necessidade de solos férteis e ricos em matéria orgânica para crescerem com vigor. A adubação fornece os nutrientes essenciais — nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e magnésio — que garantem folhas verdes e saborosas. Quando esse equilíbrio é quebrado, surgem sintomas como folhas amareladas, crescimento lento e até maior vulnerabilidade a pragas.

Por isso, entender quais são os erros mais comuns na adubação é fundamental para qualquer horteiro, seja iniciante ou experiente.

1. Excesso de nitrogênio

O nitrogênio é o nutriente mais importante para o desenvolvimento das folhas da couve. No entanto, quando aplicado em excesso, pode causar um crescimento desproporcional e enfraquecer a planta. O resultado são folhas muito grandes, mas de cor amarelada nas bordas, além de maior suscetibilidade a pulgões e lagartas.

Esse erro costuma acontecer quando o cultivador usa muito esterco fresco ou adubos químicos sem controle. A solução é aplicar o nitrogênio de forma equilibrada, preferindo fontes orgânicas bem curtidas, como esterco de galinha ou húmus de minhoca.

2. Falta de potássio

O potássio é essencial para a fotossíntese e para a resistência da planta. Quando está em falta, a couve apresenta folhas amareladas nas extremidades, com aspecto queimado. Além disso, a falta de potássio compromete a qualidade do sabor e a durabilidade das folhas após a colheita.

Esse erro é comum em solos muito arenosos ou em cultivos sem adubação complementar. Para corrigir, pode-se usar cinzas de madeira peneiradas, que são ricas em potássio, ou adubos orgânicos específicos para hortaliças.

3. Carência de magnésio

Outro erro frequente é não repor magnésio no solo. Esse nutriente é parte fundamental da clorofila, responsável pela cor verde intensa das folhas. Quando falta magnésio, surgem manchas amareladas entre as nervuras, deixando a folha com aspecto manchado.

A solução está em incluir na adubação fontes naturais de magnésio, como pó de rocha ou calcário dolomítico, que além de corrigirem a acidez do solo, fornecem esse nutriente essencial.

4. Uso inadequado de fósforo

O fósforo é importante para o desenvolvimento das raízes e para a energia da planta. A falta desse nutriente não provoca amarelecimento imediato, mas causa crescimento lento e folhas menores, que com o tempo podem perder o viço e ficar amareladas.

O erro acontece quando o cultivador não prepara bem o solo antes do plantio, deixando de aplicar fósforo de liberação lenta. Farinha de ossos e fosfato natural são ótimas opções para evitar essa deficiência.

5. Esquecer do equilíbrio do solo

O último e talvez mais grave erro é não se preocupar com o equilíbrio geral do solo. Adubar apenas com um nutriente específico, sem pensar no conjunto, acaba criando desequilíbrios que resultam em folhas amareladas. Por exemplo: muito nitrogênio pode atrapalhar a absorção de potássio e magnésio, causando sintomas de deficiência mesmo quando esses nutrientes estão presentes.

O segredo é pensar na adubação de forma integrada, usando matéria orgânica bem curtida, compostos equilibrados e adubos minerais naturais, sempre em doses moderadas.

Como prevenir folhas amareladas na couve

Para evitar esses problemas, o ideal é criar um cronograma de adubação regular. A cada 20 dias, aplique pequenas quantidades de adubo orgânico, como húmus ou compostagem caseira. Alterne com fontes de fósforo e potássio e, de tempos em tempos, faça a correção do solo com calcário dolomítico.

Outro cuidado essencial é a irrigação. Mesmo com boa adubação, a falta ou o excesso de água interfere na absorção de nutrientes. A couve gosta de solo úmido, mas não encharcado.

Além disso, vale observar as plantas regularmente. Folhas amareladas, manchas ou crescimento lento são sinais de que algo está errado. Quanto mais cedo o problema for identificado, mais fácil será corrigi-lo.

Couve saudável, horta abundante

Ao corrigir esses cinco erros de adubação, você garante uma couve mais verde, vistosa e nutritiva. Uma planta bem cuidada não apenas rende colheitas generosas, mas também se torna mais resistente a pragas e doenças.

Cuidar da adubação é, portanto, cuidar da base da horta. E o melhor é que não é necessário gastar muito: soluções simples e naturais, como compostagem caseira, cinzas de madeira e húmus de minhoca, são acessíveis e eficientes.

Ao aplicar essas práticas, sua horta vai se transformar em um espaço de abundância, com folhas sempre verdinhas prontas para enriquecer a mesa da família. Afinal, nada se compara ao sabor da couve fresca, colhida direto do pé e cultivada com atenção aos detalhes.

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Saneamento é o maior desafio ambiental da Amazônia, diz ministro

O descarte inadequado de resíduos e a carência de saneamento básico emergem como o maior desafio ambiental da Amazônia. Embora o olhar público e midiático se volte com frequência para o desmatamento, o garimpo ilegal ou as queimadas, a realidade é que a região enfrenta uma crise de saneamento que compromete sua biodiversidade e a saúde de suas populações. Menos de 3% dos resíduos sólidos são reciclados, uma estatística alarmante que expõe a fragilidade da infraestrutura local.

Essa perspectiva, trazida à tona pelo Ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, ressalta a necessidade de uma mudança cultural e de políticas públicas mais robustas. A declaração, feita durante o programa Bom Dia, Ministro, da EBC, destaca que a falta de saneamento tem um impacto silencioso, mas devastador, contaminando rios e solos, e ameaçando ecossistemas inteiros.

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Foto: Reprodução

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A complexidade desse problema foi detalhada no Atlas de Territórios Brasileiros para Parcerias Público-Privadas de Manejo de Resíduos Sólidos, um documento estratégico lançado para mapear as oportunidades de investimento e cooperação na área. A publicação oferece um guia para o desenvolvimento de soluções sustentáveis, incentivando a participação do setor privado em um desafio que exige esforços conjuntos. A proposta é transformar o tratamento de resíduos em uma cadeia de valor, estimulando a economia circular e a geração de empregos.

Novas Rotas e Estratégias de Desenvolvimento
Para além das questões ambientais, o ministro também abordou a expansão das relações comerciais entre o Brasil e a China, um movimento estratégico para impulsionar a economia regional. A inauguração da rota marítima entre a região da Grande Baía Guangdong–Hong Kong–Macau e o Porto de Santana, no Amapá, representa um marco na logística de exportação de produtos. Essa nova conexão facilita o escoamento de mercadorias e abre portas para uma diversificação da pauta exportadora, que tradicionalmente se concentra em commodities como soja e minério de ferro.

A estratégia visa valorizar os produtos da biodiversidade amazônica, como insumos para a indústria de cosméticos e alimentos, oferecendo uma alternativa sustentável à exploração predatória. A aproximação com o governo chinês, formalizada por meio de memorandos de cooperação, busca fortalecer o desenvolvimento regional e a logística de exportação, gerando novas oportunidades de negócio e promovendo uma integração econômica mais profunda e equitativa.

Fortalecendo a Agricultura Familiar e a Bioeconomia
O papel da agricultura familiar na segurança alimentar do país foi outro ponto central na discussão. O ministro destacou que, enquanto os grandes produtores focam quase que exclusivamente no mercado de exportação, a agricultura familiar é a verdadeira responsável por abastecer a mesa dos brasileiros. Nesse contexto, o programa AgroAmigo se expande, oferecendo apoio financeiro e condições especiais para pequenos produtores do Norte e Centro-Oeste.

Essa iniciativa, inspirada em modelos já bem-sucedidos no Nordeste, busca mitigar os impactos de fenômenos climáticos extremos, como as estiagens que isolam comunidades e prejudicam a produção. O programa oferece descontos e condições de rebatimento em empréstimos, uma medida pensada para proteger e fortalecer a cadeia produtiva em áreas de difícil acesso. O sucesso de programas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) também foi reforçado, incentivando a organização de pescadores, agricultores e extrativistas em cooperativas e associações.

Acelerando a Industrialização e a Bioeconomia
Para romper o ciclo de dependência da exportação de matéria-prima, o governo busca fomentar a industrialização na Amazônia. Um novo acordo com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) visa estimular o desenvolvimento de indústrias que transformem os recursos naturais em produtos de alto valor agregado, como fármacos e cosméticos.

A Amazônia detém um potencial imenso para a bioeconomia, um modelo que concilia conservação ambiental com desenvolvimento econômico. Ao invés de apenas fornecer insumos brutos, a região pode se tornar um polo de inovação, criando uma cadeia de valor que beneficie as comunidades locais e a economia nacional. A industrialização da biodiversidade não apenas gera empregos qualificados, mas também fortalece a proteção da floresta, provando que é possível conciliar prosperidade e sustentabilidade.

COP30: OEI abre três seleções para apoio à sustentabilidade

A Organização de Estados Ibero-Americanos (OEI), em uma colaboração estratégica com a Secretaria Extraordinária para a COP30 (SECOP), abriu processos seletivos para a contratação de profissionais que atuarão em frentes cruciais para a realização da conferência em Belém, no Pará. As vagas, que se encerram em 31 de agosto, buscam consultores para reforçar as equipes de sustentabilidade, acessibilidade e gestão de resíduos, pilares fundamentais para garantir que a COP30 seja um evento modelo em responsabilidade ambiental e social.

As seleções são direcionadas a profissionais com formação superior e experiência comprovada nas respectivas áreas de atuação. O processo de seleção inclui análise detalhada de currículo, com a devida comprovação documental, seguida de uma etapa de entrevista. A contratação é por produto, oferecendo uma oportunidade para especialistas contribuírem diretamente com o legado da conferência na capital paraense.

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Foto: divulgação

Perfil das Vagas e Atribuições
As oportunidades oferecem a chance de participar de projetos de grande impacto, com atuação em diferentes frentes:

Supervisão do Plano de Sustentabilidade – Zonas Azul e Verde (2 vagas)
Esses profissionais atuarão diretamente em Belém, com a responsabilidade de supervisionar tecnicamente e acompanhar o Plano de Sustentabilidade da COP30. O trabalho envolve o detalhamento e a execução das estratégias de sustentabilidade nas áreas do evento, conhecidas como Zona Azul e Zona Verde. Os candidatos ideais devem ter formação superior em áreas como Engenharia, Gestão Ambiental, Sustentabilidade, Administração, Arquitetura, Biologia, ou Química, e possuir, no mínimo, três anos de experiência em projetos socioambientais. Experiência com normas como ISO 20121, PAS 2060/ABNT PR 2060 ou Lixo Zero será um diferencial. O valor total do contrato é de R$ 62.400,00, com duração de quase seis meses.

Supervisão de Acessibilidade (1 vaga)
A vaga busca um consultor para coordenar e acompanhar as ações de acessibilidade do evento em todas as suas fases, desde a montagem até a desmontagem. A atuação será em Brasília, conforme o termo de referência. É exigida formação superior em qualquer área, mas com um mínimo de três anos de experiência em acessibilidade em eventos, espaços públicos, gestão pública ou equipamentos urbanos. Conhecimento sobre a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) e a norma ABNT NBR 9050 é um diferencial. O valor global do contrato é de R$ 38.400,00, com duração de pouco mais de três meses.

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Coordenação do Plano de Gestão de Resíduos Sólidos (1 vaga)
Essa posição exige um profissional para atuar na coordenação técnica, detalhamento e acompanhamento da implementação do Plano de Gestão de Resíduos Sólidos (PGRS) da COP30. O trabalho será focado em Belém, com a possibilidade de atividades em Brasília, mas priorizando a atuação na capital paraense. O valor total do contrato é de R$ 76.800,00, com duração de quase seis meses.

Processo de Candidatura e Oportunidade
Os interessados podem se inscrever na plataforma de candidaturas da OEI até as 23h59 (horário de Brasília) do dia 31 de agosto. O processo é simples: após acessar a plataforma e buscar pelo código da vaga desejada (12125, 12127 ou 12129), o candidato deve realizar o cadastro e anexar o currículo, juntamente com os documentos que comprovem a experiência profissional declarada.

As seleções representam uma oportunidade única para profissionais que desejam deixar sua marca em um evento de relevância global. A atuação direta nas frentes de sustentabilidade, acessibilidade e gestão de resíduos contribuirá para que a COP30 não seja apenas um fórum de debates, mas um exemplo prático de como grandes eventos podem ser realizados de forma mais responsável. Ao priorizar a sustentabilidade e a inclusão, a conferência de Belém se consolida como um marco na história das Cúpulas do Clima, mostrando que é possível conciliar grandes eventos com a preservação ambiental e o bem-estar social. A colaboração entre a OEI e a SECOP reforça a importância da parceria entre instituições para a construção de um futuro mais justo e sustentável.

Serviço
Prazo de inscrição: até 31 de agosto de 2025, 23h59 (horário de Brasília).

Contato da OEI para dúvidas sobre os editais: [email protected].

Documentos e detalhes específicos de cada seleção podem ser consultados nos Termos de Referência, disponíveis nas páginas dos editais.

 

Amazonas reforça segurança transfronteiriça com novo centro em Manaus

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou presença em Manaus no dia 9 de setembro para inaugurar o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazônia), que terá sede na cidade e uma estrutura física robusta. A cerimônia deverá reunir líderes dos oito países que compartilham a Floresta Amazônica.

Ativa desde junho em modo remoto, a central de monitoramento foi inicialmente instalada na sede da Polícia Federal em Manaus pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. A inauguração do prédio oficial promete ampliar o alcance das operações.

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Foto: divulgação

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Sob a coordenação da Polícia Federal, o CCPI integrará também a Secretaria Nacional de Segurança Pública, a Polícia Rodoviária Federal e a Força Nacional. Seu objetivo é acelerar o intercâmbio de informações e organizar operações conjuntas contra crimes como narcotráfico, grilagem, lavagem de dinheiro, sonegação de impostos e infrações ambientais.

A nova estrutura, impulsionada por recursos do Fundo Amazônia e em parceria com o BNDES e o Ministério do Meio Ambiente, contará com serviços de inteligência, logística, videomonitoramento, gabinete de crise e um espaço para a imprensa. O investimento total destinado apenas ao CCPI é de R$ 36,7 milhões, para aluguel, equipamentos, viaturas e lanchas.

Durante seu discurso em Bogotá, Lula ressaltou que a violência na região está profundamente ligada à destruição ambiental. “É uma coisa muito importante para combater o garimpo ilegal, o narcotráfico, o contrabando de armas e qualquer outra coisa que nos perturbe”, afirmou, acrescentando que o povo amazônico tem o direito de viver sem violência ou ameaças que atinjam os rios, os extrativistas e as comunidades tradicionais.

Vivo assume papel de guardiã da Amazônia com compromisso de 30 anos

A Vivo anunciou nesta terça-feira, durante o Encontro Futuro Vivo, que irá regenerar e proteger terras na Amazônia pelos próximos 30 anos. A iniciativa, batizada de Projeto Futuro Vivo – também chamada de Floresta Futuro Vivo – abrange cerca de 800 hectares localizados no leste do Maranhão e no Pará.

Com ambição de plantar mais de 900 mil árvores até 2027, o projeto busca envolver as comunidades locais não apenas como beneficiárias, mas como protagonistas no processo, integrando conservação ambiental e desenvolvimento econômico regional.

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Foto: divulgação

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Christian Gebara, CEO da Vivo, enfatizou o tamanho e a importância da iniciativa, destacando que se trata de “talvez o maior projeto de uma empresa brasileira, em 30 anos, cuidando de uma área desse tamanho na floresta amazônica”. Ele também resgatou uma reflexão do líder indígena Ailton Krenak: “O futuro é ancestral e precisamos aprender a pisar suavemente na terra”, afirmando a urgência de repensar a atuação de empresas em contextos socioambientais críticos.

Além do plantio, o projeto prevê ações de proteção à biodiversidade, fortalecimento das comunidades locais e estratégias para reconectar fragmentos da floresta, sobretudo em regiões que abrigam espécies como o macaco-caiarara, um dos primatas mais ameaçados do mundo.

Ipaam lança marco regulatório da energia solar no estado

O Amazonas acaba de instituir um novo marco regulatório para a transição energética em seu território com a publicação da Instrução Normativa nº 004/2025 pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) no Diário Oficial do Estado do Amazonas (DOE-AM), em 20 de agosto. O documento define critérios e procedimentos para o licenciamento ambiental de empreendimentos de geração de energia solar fotovoltaica, estabelecendo parâmetros que pretendem reduzir a insegurança jurídica, padronizar as exigências e estimular a expansão da matriz renovável em um estado que possui enorme potencial solar, mas também grande fragilidade ambiental.

Para o diretor-presidente do Ipaam, Gustavo Picanço, a regulamentação representa um avanço importante porque oferece clareza tanto para investidores quanto para o órgão fiscalizador e garante que os processos de análise possam ser conduzidos de forma mais transparente e célere, sem descuidar da proteção ambiental. O regulamento abrange desde pequenos sistemas de micro e minigeração distribuída, instalados em telhados ou no solo, até grandes usinas solares e foi desenhado para diferenciar as exigências de acordo com o porte e a localização dos projetos, buscando equilibrar desenvolvimento econômico e responsabilidade ecológica.

Segundo a norma, projetos com potência de até 1 megawatt (MW), quando instalados fora de áreas ambientalmente sensíveis como Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e terras indígenas, poderão ser enquadrados como Declaração de Inexigibilidade, um procedimento simplificado que dispensa licenciamento formal. Empreendimentos entre 1 MW e 3 MW estarão sujeitos à Dispensa de Licenciamento Ambiental, desde que apresentem um Memorial Descritivo, enquanto usinas entre 3 MW e 10 MW deverão entregar Relatório Ambiental Simplificado. Acima desse patamar, a exigência se torna mais rigorosa, com a apresentação de Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto no Meio Ambiente.

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Mesmo com essa gradação, a instrução normativa deixa claro que qualquer intervenção que envolva supressão de vegetação, movimentação de solo ou impacto em áreas de preservação permanente exigirá licença ambiental específica, independentemente da potência do sistema. Isso significa que a busca por simplificação não abre brechas para que empreendimentos ignorem os cuidados necessários em áreas de alta sensibilidade ecológica.

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Além do regulatório

Outro aspecto relevante é que a medida não se restringe a novos projetos. Ela estabelece mecanismos de regularização para empreendimentos que já estão em operação ou em fase de legalização, permitindo que sejam ajustados ao novo padrão regulatório por meio do licenciamento corretivo. Nesses casos, será exigida a apresentação de Relatório de Controle Ambiental ou Relatório Ambiental Simplificado, dependendo do estágio de implantação. Ao incluir essa previsão, o Ipaam sinaliza que pretende não apenas ordenar o futuro da energia solar no estado, mas também corrigir lacunas do presente e alinhar iniciativas em andamento a um quadro regulatório mais robusto.

A publicação dessa instrução normativa se insere em um movimento mais amplo do Governo do Amazonas para reduzir a dependência de termelétricas movidas a óleo diesel em várias localidades do interior e, ao mesmo tempo, atrair investimentos que diversifiquem a matriz elétrica. Especialistas avaliam que a clareza regulatória é fundamental para despertar o interesse de investidores privados e acelerar a implantação de projetos que possam democratizar o acesso à energia limpa tanto em áreas urbanas quanto em comunidades isoladas, onde o custo de fornecimento é historicamente elevado.

Ao definir regras proporcionais ao porte dos empreendimentos e exigir rigor quando há risco de impacto ambiental, o estado procura equilibrar o desafio de expandir rapidamente a energia solar e a responsabilidade de proteger ecossistemas únicos. Trata-se de uma estratégia que reforça a transição energética como vetor de desenvolvimento, mas também como compromisso de sustentabilidade. Com isso, o Amazonas se insere em uma tendência global de buscar soluções energéticas renováveis, porém adapta essa agenda a suas especificidades territoriais e sociais. Se implementada de forma eficiente, a nova normativa pode transformar o estado em referência para outras regiões da Amazônia, mostrando que é possível conciliar inovação tecnológica, geração de energia limpa e preservação ambiental no coração da floresta.

Estudantes da UFPA iluminam comunidades ribeirinhas e seguem para competição global

Uma equipe de estudantes da Universidade Federal do Pará (UFPA) criou o projeto Biolume, que leva energia solar acessível a comunidades ribeirinhas da Amazônia. A iniciativa, além de levar luz a locais historicamente desassistidos, garantiu ao grupo uma vaga na Enactus World Cup, que será realizada na Tailândia entre os dias 25 e 28 de setembro.

O projeto utiliza postes solares feitos de PVC, de instalação simples e baixo custo, que substituem métodos poluentes e caros, como lamparinas e geradores a diesel. Desde 2024, o Biolume já alcançou 16 comunidades brasileiras e chegou também a países africanos, como Essuatíni e África do Sul.

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Foto: divulgação UFPA

Além da iluminação, o time também reaproveita óleo de cozinha usado para produzir biodiesel e instala totens solares que permitem carregar celulares nas regiões atendidas.

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Uma das beneficiadas, a ribeirinha Neudice Almeida, conta a transformação no dia a dia:

“Nós estávamos vivendo em uma situação onde ainda precisávamos usar gerador de luz, motor. E quando era noite, tínhamos que ficar em frente à igreja, no escuro… Creio que agora a nossa comunidade vai ser beneficiada.”

A presidente da equipe, Evelyn Mesquita, explica que os estudantes estão arrecadando recursos, inclusive por meio de uma vaquinha online, para levar mais integrantes à competição e apresentar o Biolume em escala global.

Fundado em 2014, o Time Enactus UFPA integra uma rede internacional de estudantes dedicada a projetos de empreendedorismo social alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, presente atualmente em 37 países.

Entre avanços e desafios, ICMBio celebra 18 anos de história

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) completa 18 anos de existência marcado por conquistas e desafios que traduzem a complexidade de proteger a natureza em um país continental como o Brasil. Criado em 2007, o órgão chega à maioridade responsável pela gestão de 344 unidades de conservação, o equivalente a cerca de 9,5% do território nacional, atuando tanto na proteção da biodiversidade quanto no apoio às comunidades tradicionais que vivem desses territórios.

Na Reserva Extrativista Chico Mendes, no Acre, onde vivem aproximadamente 3,5 mil famílias, o trabalhador rural Dione Torquato, de 38 anos, testemunha mudanças significativas desde a criação do instituto. Ele relata que políticas públicas chegaram ao território, trazendo melhorias nas condições de vida e de trabalho, mas reconhece que ainda há lacunas importantes a preencher. Para Dione, que também é secretário-geral do Conselho Nacional das Populações Extrativistas, o grande desafio é garantir oportunidades para a juventude. “Os jovens querem permanecer e continuar suas atividades, mas com novas perspectivas”, afirma.

Durante a celebração dos 18 anos, realizada em Brasília, a ministra do Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, Marina Silva, destacou a relevância histórica do instituto, que nasceu para transformar em prática a defesa técnica e sensível da biodiversidade. Para a ministra, a trajetória do ICMBio mostra que a gestão ambiental não pode estar sujeita a disputas ideológicas. “Gestores podem ser de esquerda, de direita, de centro. O que não podem é ser negacionistas em relação ao meio ambiente”, ressaltou.

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O secretário-geral do Conselho Nacional das Populações Extrativistas, Dione Torquato Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O presidente do ICMBio, Mauro Pires, acrescenta que o órgão chega à maioridade com uma imensa responsabilidade: administrar áreas naturais sob pressão constante de diferentes atividades humanas. “Em alguns lugares, é a agropecuária; em outros, a atividade industrial. O setor empresarial precisa ser parte da solução, e temos trabalhado nesse sentido”, explicou. Para ele, equilibrar conservação da biodiversidade e respeito às populações que vivem do extrativismo é a essência da missão do instituto.

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Os planos de ação buscam reduzir ameaças a espécies vulneráveis e conter o desmatamento em biomas como Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga. A estratégia envolve monitoramento constante, fiscalização em campo e cooperação com outras instituições públicas e privadas. “O desmatamento é uma preocupação permanente. Mas temos trabalhado para reduzir a pressão e garantir que as unidades cumpram sua função ecológica e social”, afirmou Pires.

A atuação do instituto, no entanto, depende diretamente de sua estrutura. Atualmente, conta com cerca de 1,5 mil servidores, reforçados recentemente por 350 novos concursados. Mesmo assim, o número ainda é considerado insuficiente para cobrir de forma eficaz um território tão extenso. A expectativa é ampliar gradualmente o quadro de funcionários, garantindo maior presença em campo.

Apesar das dificuldades, a existência do ICMBio tem sido fundamental para transformar realidades. A chegada de cursos de capacitação, apoio à produção de castanha, borracha, açaí e pesca artesanal, além do fortalecimento do monitoramento territorial, têm oferecido às comunidades extrativistas novos caminhos para permanecer em suas áreas com dignidade e sustentabilidade.

Ao longo desses 18 anos, o instituto se consolidou como peça-chave na política ambiental brasileira, simbolizando um esforço coletivo para preservar não apenas florestas e rios, mas também a cultura e a vida de quem depende diretamente deles. O futuro, no entanto, exigirá ainda mais articulação, inovação e recursos para que o Brasil consiga proteger sua biodiversidade ao mesmo tempo em que garante justiça social para as populações que vivem em seus territórios.

Expedição conecta ciência e saberes tradicionais para levar voz da Amazônia à COP30

Entre os rios, florestas e comunidades amazônicas, nasce um movimento que busca transformar conhecimento em ação climática. De 28 de outubro a 21 de novembro de 2025, a embarcação Iaraçu fará o percurso entre Manause Belém, reunindo cientistas, ribeirinhos, empreendedores da bioeconomia e representantes de associações locais em uma jornada inédita.

A iniciativa integra a Temporada Brasil-França 2025, fruto da cooperação entre os dois países, e tem como objetivo aproximar a produção científica do conhecimento tradicional, valorizando as práticas de quem vive diariamente os impactos das mudanças climáticas.

O Institut de Recherche pour le Développement (IRD), parceiro central da expedição, destaca o simbolismo do nome Iaraçu: “Iara” remete à protetora das águas, enquanto “açu” significa grande ou importante. O sentido é claro: dar protagonismo à palavra dos povos da floresta e levá-la aos espaços de decisão global, como a COP30, que ocorrerá em Belém no mesmo período.

O embaixador da França no Brasil, Emmanuel Lenain, reforça o caráter participativo do projeto. A bordo, não estarão apenas cientistas, mas também moradores locais, cooperativas e empreendedores, todos convidados a compartilhar vivências que possam orientar estratégias de adaptação climática.

O barco Iaraçu navegará por cidades que simbolizam a diversidade amazônica: Manaus, Itacoatiara, Parintins, Óbidos, Alter do Chão, Almeirim, Porto de Moz, Gurupá e Breves, até chegar a Belém. Em cada parada, serão organizadas oficinas, rodas de conversa e coletas de dados que darão corpo a um retrato complexo e plural da região.

A ciência encontra as comunidades

A presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Denise de Carvalho, aposta que os resultados da expedição não se limitem ao campo experimental. A expectativa é que os dados e relatos coletados alimentem novos estudos, artigos e até livros que deem maior visibilidade à produção científica ligada à Amazônia.

Mas mais do que relatórios, o que se espera é uma mudança de perspectiva: reconhecer que os moradores ribeirinhos e comunidades tradicionais são guardiões de saberes que podem orientar caminhos mais sustentáveis para o futuro.

A chegada do Iaraçu a Belém está prevista antes de 6 de novembro, para que o conteúdo coletado possa ser levado diretamente aos debates da COP30. A expedição funcionará, assim, como uma ponte: entre o cotidiano amazônico e as negociações multilaterais que definirão metas globais de combate às mudanças climáticas.

Esse elo é considerado estratégico porque fortalece a ideia de que a bioeconomia, a conservação ambiental e a inovação tecnológica não são agendas opostas, mas complementares. Ao incluir diferentes vozes, o projeto busca mostrar que desenvolvimento sustentável precisa nascer do diálogo entre ciência, política e tradições locais.

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Coletiva de imprensa do projeto Iaracu – Divulgação/UFPA

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Chamada pública e participação

Uma chamada pública está aberta até 29 de agosto para selecionar a equipe de 28 participantes franco-brasileiros que embarcarão no Iaraçu. Podem se inscrever pesquisadores de universidades, startups que atuem com soluções voltadas à crise climática, além de representantes de agências socioambientais.

A expedição Iaraçu busca algo maior do que um mapeamento pontual: quer deixar como herança um corredor de conhecimento que fortaleça a cooperação entre Brasil e França e, ao mesmo tempo, assegure que a Amazônia fale por si mesma.

Seus organizadores acreditam que dar espaço às narrativas locais é tão estratégico quanto analisar dados de satélite. Afinal, enfrentar a crise climática exige compreender tanto a ciência dos números quanto a ciência da convivência, tecida há séculos pelos povos amazônicos.

O grupo deverá propor atividades como workshops, seminários, projeções e dinâmicas participativas, capazes de captar percepções e experiências das comunidades ribeirinhas. O resultado será divulgado em 15 de setembro. Mais informações podem ser obtidas na representação do IRD no Brasil
ou pelo e-mail: [email protected]

 

 

Quando o céu fica instável: turbulência extrema e a crise climática

Voar sempre foi sinônimo de segurança. Estatisticamente, a aviação comercial é o meio de transporte mais confiável do mundo. Mas, para milhões de passageiros, basta o avião começar a sacudir para que a sensação de vulnerabilidade venha à tona. Copos derramando, carrinhos de refeição deslizando e o aperto no estômago de uma queda repentina: a turbulência segue como um dos momentos mais temidos em qualquer viagem aérea.

Nos últimos anos, episódios severos ganharam manchetes globais. Em maio de 2024, um voo entre Londres e Cingapura atravessou uma instabilidade tão forte que deixou dezenas de feridos e resultou na morte de um passageiro. Poucos meses depois, passageiros da Delta Air Lines precisaram segurar um comissário de bordo no chão para evitar que fosse lançado ao teto em pleno voo. Esses casos não são coincidência. A crise climática está tornando o ar mais instável, e especialistas alertam: o futuro reserva viagens muito mais agitadas.

A turbulência nada mais é do que o movimento irregular do ar que desvia a aeronave de sua trajetória estável. Uma boa forma de imaginar é pensar no avião navegando por um oceano invisível. Quando as correntes estão calmas, o voo é tranquilo. Mas esse “oceano” também pode ter ondas, redemoinhos e correntes que sacodem o trajeto.

Existem diferentes tipos de turbulência. A mecânica surge quando o ar é forçado a circular por obstáculos como montanhas ou arranha-céus. A convectiva nasce dentro de nuvens de tempestade, quando correntes ascendentes e descendentes agitam a aeronave. Já a turbulência de ar claro, conhecida pela sigla em inglês CAT, é a mais traiçoeira: aparece em céus límpidos, geralmente próxima às correntes de jato, sem dar sinais visíveis de alerta.

Em grande parte dos casos, o balanço é leve. Mas há situações em que o avião pode despencar dezenas de metros em segundos. Entre 2009 e 2023, a Federal Aviation Administration (FAA) registrou mais de 200 lesões relacionadas a turbulência, a maioria envolvendo tripulantes que passam parte do voo em pé.

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Paulo Pinto/Agência Brasil

Como a mudança climática entra na equação

O aquecimento global está mudando a dinâmica da atmosfera. Camadas de ar que antes eram relativamente estáveis passaram a apresentar contrastes maiores de temperatura e velocidade. O cientista atmosférico Paul Williams da Universidade de Reading tem mostrado em suas pesquisas que a frequência de turbulência severa pode dobrar ou até triplicar até a metade do século.

O vilão central é o fortalecimento das correntes de jato — enormes rios de ar a cerca de 10 km de altitude que influenciam grande parte das rotas internacionais. Com o aquecimento, essas correntes ficam mais intensas e instáveis, o que torna a turbulência de ar claro cada vez mais comum. Esse é justamente o tipo mais perigoso, porque não pode ser detectado facilmente nos radares meteorológicos.

Um levantamento publicado em 2023 comparou registros recentes com dados de quatro décadas atrás. Sobre o Atlântico Norte, a turbulência severa de ar claro cresceu 55%. Nos Estados Unidos, o aumento foi de 41%. Se a tendência se mantiver, rotas que já hoje são conhecidas pelo desconforto vão se tornar ainda mais desafiadoras.

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As rotas mais agitadas do planeta

A plataforma Turbli, criada pelo pesquisador Ignacio Gallego-Marcos, compila informações de milhares de voos e elabora rankings anuais das rotas mais turbulentas. O padrão é evidente: áreas montanhosas lideram a lista.

Voos para Santiago, no Chile, e Mendoza, na Argentina, atravessam a Cordilheira dos Andes e estão sempre entre os campeões de instabilidade. No Himalaia, rotas para Catmandu, no Nepal, e Paro, no Butão, enfrentam correntes de ar imprevisíveis. Nos Estados Unidos, o trecho entre Albuquerque e Denver cruza as Montanhas Rochosas e é considerado o mais turbulento da América do Norte. Até sobre os Alpes europeus, a instabilidade é praticamente garantida.

Curiosamente, até áreas planas entram no ranking. Nesses casos, o problema não vem do relevo, mas da turbulência de ar claro associada às correntes de jato.

Apesar do medo, a turbulência raramente representa risco estrutural para a aeronave. Os aviões são projetados para suportar forças muito superiores às encontradas em voo. O Boeing 787 Dreamliner, por exemplo, tem asas que podem se flexionar até oito metros para cima sem risco de ruptura.

O perigo real está nos passageiros e objetos soltos. Malas mal presas, equipamentos de serviço e até pessoas podem ser arremessados, provocando ferimentos graves. Daí a insistência dos comissários para que o cinto de segurança permaneça afivelado durante todo o voo.

Custos e adaptações para a aviação

Para as companhias aéreas, turbulência significa mais do que desconforto. Alterações de rota, atrasos, consumo extra de combustível e indenizações por ferimentos representam prejuízos significativos.

A solução passa por novos sistemas de detecção em tempo real, satélites mais avançados e algoritmos de inteligência artificial capazes de prever melhor as áreas de instabilidade. Ao mesmo tempo, o setor busca reduzir sua própria contribuição ao problema. A aviação responde por cerca de 2,5% das emissões globais de gases de efeito estufa. Combustíveis sustentáveis de aviação, conhecidos como SAF, são a grande promessa, mas ainda representam menos de 1% do consumo global.

Se antes a turbulência era vista apenas como incômodo passageiro, hoje se tornou um lembrete direto de que a crise climática não é abstrata. Ela se manifesta não apenas nos termômetros e nos noticiários, mas também na experiência física de milhões de viajantes a cada ano.

No futuro, voar continuará sendo seguro. Mas será também um lembrete constante de que o céu está mudando, e que a instabilidade atmosférica é, em última análise, consequência de um planeta em aquecimento.

Açaí como vetor da bioeconomia: ABDI e FIEPA se unem para fortalecer a cadeia produtiva amazônica

O açaí, fruto que já se tornou símbolo global da Amazônia, voltou ao centro de uma agenda estratégica que pode redefinir os rumos da bioeconomia da região. No dia 27 de agosto, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA) se reuniram no Observatório da Indústria, em Belém, para discutir caminhos capazes de ampliar a competitividade, a inovação e o alcance internacional da cadeia produtiva do açaí.

A reunião contou com a presença da diretora de Economia Sustentável e Industrialização da ABDI, Perpétua Almeida, e do presidente da FIEPA, Alex Carvalho. O encontro também integrou o Instituto Amazônia+21, que reúne as federações industriais dos nove estados da Amazônia Legal, reforçando a dimensão regional da pauta.

A história do açaí ajuda a compreender a relevância do debate. Por décadas, o consumo do fruto esteve restrito às comunidades amazônicas e ao trabalho dos chamados batedores de açaí, em processos manuais e artesanais. A virada ocorreu a partir da introdução das máquinas elétricas, que possibilitaram ganhos de escala e o início da industrialização.

Estudos já demonstravam essa transformação: em 2002, mais de 80% da produção de frutas industrializadas no Pará era composta por açaí. Os números se consolidaram ao longo dos anos. Em 2000, a produção de polpa movimentava R$ 364 milhões. Uma década depois, esse valor já ultrapassava R$ 1,9 bilhão. O mercado internacional também acompanhou o avanço: de apenas 4% em 2002, a fatia exportada saltou para 33% em 2010, com os Estados Unidos como principal destino.

Ainda assim, a trajetória do açaí enfrenta novos obstáculos. Questões relacionadas a tarifas de importação, barreiras sanitárias, necessidade de certificação e inovação tecnológica colocam em evidência os desafios da cadeia, especialmente em um momento em que a demanda global por produtos sustentáveis cresce de forma acelerada.

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ABDI Divulgação

A visão estratégica: Rota do Açaí

Durante a reunião, Alex Carvalho destacou que a valorização do açaí precisa ir além da lógica de commodity. Ele defendeu a criação da “Rota do Açaí”, uma estratégia comparada por ele a modelos históricos como a Rota da Seda. A proposta busca estruturar um corredor de desenvolvimento que integre ciência, tecnologia, indústria e mercado, posicionando o fruto amazônico como ativo central de uma bioeconomia regional.

Segundo Carvalho, o desafio é transformar o açaí em referência de bioindústria, capaz de gerar valor agregado em cada estado da Amazônia Legal, abrindo caminho também para outras cadeias da biodiversidade. O dirigente destacou ainda que a parceria com a ABDI e o Instituto Amazônia+21 representa um marco para a indústria regional, capaz de alinhar interesses locais às demandas globais por saúde, bem-estar e sustentabilidade.

Para Perpétua Almeida, da ABDI, a aproximação com a FIEPA é um passo essencial para articular ações de inovação e de fortalecimento industrial na região. Ela defendeu que o açaí seja tratado com uma visão geopolítica e estratégica, capaz de ir além do potencial nutricional e alcançar a posição de ativo econômico de escala internacional.

Segundo a diretora, a construção da chamada Rota do Açaí pode consolidar um corredor de desenvolvimento sustentável e bioindustrial, conectando comunidades amazônicas a mercados internacionais. Essa visão, na sua avaliação, não se restringe ao fruto em si, mas pode inspirar a criação de modelos replicáveis para outras cadeias da bioeconomia amazônica.

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Bioeconomia e integração regional

A perspectiva apresentada durante a reunião reforça a ideia de que o açaí não é apenas uma fruta de exportação, mas uma oportunidade de reposicionamento estratégico da Amazônia na economia global. O debate sobre industrialização, certificação e tecnologia mostra que a sustentabilidade, quando integrada a políticas industriais, pode ser vetor de desenvolvimento regional.

A parceria entre ABDI, FIEPA e Instituto Amazônia+21 abre espaço para um desenho de futuro no qual a bioeconomia amazônica deixa de ser uma promessa e se torna uma realidade tangível. O açaí, nesse cenário, aparece não apenas como produto, mas como símbolo de uma agenda que conecta comunidades locais, indústria e mercado global em um mesmo eixo de transformação.

Se a Rota do Açaí avançar, o Pará poderá liderar um movimento de integração produtiva que fortaleça a bioindústria amazônica, diversifique a pauta de exportações do Brasil e amplie a inserção da região no mapa global da sustentabilidade.

Educação e trabalho, programa nacional chega ao Pará para transformar realidades

Um novo capítulo para a educação e a inclusão produtiva de jovens e adultos começa a ser escrito no Pará. No próximo dia 28 de agosto, em Belém, será lançado o programa Seja Pro + Trabalho e Emprego, fruto da parceria entre o Conselho Nacional do SESI, o SESI Pará, a Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA) e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A iniciativa vai abrir 2.400 vagas gratuitas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) Profissionalizante, combinando formação básica e qualificação para o mercado.

O programa será implantado em 11 municípios paraenses: Ananindeua, Altamira, Belém, Barcarena, Bragança, Castanhal, Icoaraci, Marabá, Paragominas, Santarém e Santa Izabel. As inscrições estão previstas para a primeira quinzena de setembro, com início imediato das turmas.

A proposta é inovadora: em um curso de 14 meses, jovens entre 18 e 29 anos que interromperam os estudos poderão concluir o ensino fundamental ou médio e, ao mesmo tempo, se preparar para atuar em áreas de alta demanda. Os cursos oferecidos incluem ocupações como almoxarife, assistente de logística, controlador e programador de produção, eletricista predial e industrial, instalador hidráulico, mecânico de manutenção em motocicletas e de máquinas industriais, além de técnico em refrigeração.

A formação será adaptada às vocações de cada região e contará com a parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), responsável por parte da qualificação técnica. Os alunos também terão direito a bolsa auxílio, medida que busca reduzir a evasão escolar e apoiar aqueles que precisam conciliar estudo, trabalho e renda familiar.

Um projeto nacional que chega ao Pará

O Seja Pro+ começou a ser estruturado em 2023, com base em um acordo entre o Conselho Nacional do SESI, o Departamento Nacional do SESI, o SENAI e o Ministério do Trabalho e Emprego MTE. A primeira capital a receber a iniciativa foi Salvador, na Bahia, com a abertura de três mil vagas. Agora, é a vez do Pará se tornar palco dessa expansão.

Para Fausto Augusto Junior, presidente do Conselho Nacional do SESI, a chegada ao estado representa mais do que concluir estudos interrompidos: é a possibilidade de oferecer uma formação conectada às demandas do mundo do trabalho e ao desenvolvimento regional.

Já o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, destaca o caráter estratégico da proposta. Segundo ele, ampliar o acesso à educação profissionalizante é essencial para qualificar a mão de obra e fortalecer o mercado de trabalho, criando condições para que o país avance em competitividade e inclusão.

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Min. Luiz Marinho – Ministério do Trabalho e Emprego

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Educação, indústria e cidadania

O projeto também foi saudado pelo setor industrial paraense. O presidente da FIEPA, Alex Carvalho, lembrou que o estado ainda enfrenta índices elevados de jovens que não concluíram os estudos. Para ele, a iniciativa é uma resposta direta às necessidades da indústria e, ao mesmo tempo, uma ferramenta de inclusão social.

Na mesma linha, o diretor superintendente do SESI, Paulo Mól, ressaltou que o programa é uma oportunidade concreta para que jovens reescrevam suas histórias e ingressem no mercado com mais preparo. O superintendente do SESI Pará, Dário Lemos, destacou a pedagogia diferenciada da chamada “Nova EJA”, que reconhece os saberes prévios dos alunos e aproxima o conteúdo das demandas reais da indústria.

Mais do que números, o Seja Pro+ representa uma tentativa de reconstruir pontes entre educação e trabalho em regiões que ainda carecem de oportunidades estruturadas. Ao integrar ensino básico, formação técnica e apoio financeiro, o programa oferece condições concretas para que jovens retornem à sala de aula, conquistem uma profissão e, com isso, ampliem suas perspectivas de futuro.

Com a chegada ao Pará, a expectativa é de que milhares de estudantes possam transformar trajetórias interrompidas em histórias de cidadania ativa, trabalho digno e inclusão social. O desafio, agora, será consolidar a experiência local e expandi-la para outras regiões, garantindo que a promessa do programa se traduza em impacto real para quem mais precisa.

Bancos em silêncio, aliança climática global suspende atividades após debandada de gigantes financeiros

O que começou como um dos movimentos mais ambiciosos do setor financeiro para alinhar o crédito global à meta de 1,5°C do Acordo de Paris agora pode estar chegando ao fim. A Net-Zero Banking Alliance (NZBA), criada em 2021 com mais de uma centena de instituições, anunciou a suspensão de suas atividades depois de perder membros de peso nos Estados Unidos, Europa, Japão e Austrália.

A decisão abre caminho para uma votação, marcada para setembro, que poderá transformar a coalizão em um simples órgão consultivo, sem compromissos formais de seus integrantes. Entre os que permanecem, estão os brasileiros Bradesco e Itaú Unibanco, que reforçaram seu compromisso público com a agenda climática, apesar da turbulência internacional.

O início da derrocada

A aliança foi lançada com pompa na COP26, em Glasgow, como parte do guarda-chuva GFANZ (Glasgow Financial Alliance for Net Zero), apoiado pela ONU e articulado por Mark Carney, hoje primeiro-ministro do Canadá. O objetivo era claro: usar o peso dos bancos globais para redirecionar fluxos de capital, restringindo crédito a setores altamente emissores e estimulando investimentos verdes.

Mas a guinada política nos EUA mudou o jogo. A volta de Donald Trump à Casa Branca, em 2024, deu força à ofensiva contra compromissos climáticos corporativos. Bancos americanos, sob risco de processos em estados republicanos, começaram a abandonar a aliança. Logo depois, vieram as saídas de HSBC, Barclays, UBS e outros europeus, minando o alcance global da iniciativa.

 

A lógica do “greenhushing”

Mesmo ao deixar a NZBA, a maioria dos bancos assegurou que manteria suas próprias metas de descarbonização. O Citibank, um dos fundadores, afirmou que continuará apoiando clientes na transição energética. Isso revela um fenômeno que especialistas chamam de “greenhushing”: em vez de renunciar às práticas ESG, instituições preferem reduzi-las ao silêncio estratégico, evitando chamar a atenção de políticos hostis.

“Fazer, mas não anunciar” parece ser a regra de sobrevivência num cenário em que compromissos climáticos passaram a ser alvo de polarização política e jurídica.

Ajustes nas metas e na credibilidade

A pressão também enfraqueceu os padrões da própria aliança. Originalmente, os bancos precisavam alinhar suas carteiras à meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C. Em abril deste ano, após a saída dos americanos, a exigência foi flexibilizada para “bem abaixo de 2°C” — ainda dentro do Acordo de Paris, mas menos ambicioso.

O recuo gerou críticas de que a NZBA estaria cedendo justamente quando deveria endurecer a coerência de seus compromissos.

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Reprodução

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O peso das cifras

A tensão entre discurso e prática é visível nos números. Desde o Acordo de Paris, em 2015, os bancos globais destinaram cerca de US$ 6,4 trilhões para petróleo, gás e carvão, contra US$ 4,3 trilhões para projetos verdes, segundo levantamento da Bloomberg.

Essa discrepância alimenta dúvidas sobre até que ponto alianças voluntárias como a NZBA conseguem realmente alterar a lógica do mercado financeiro — ainda profundamente atrelado a combustíveis fósseis.

Paralelos com os seguros

O destino da aliança dos bancos lembra o que aconteceu recentemente com a Net-Zero Insurance Alliance (NZIA), dissolvida em 2024 após a saída de gigantes como Allianz, Lloyd’s e Axa. Ambas faziam parte do GFANZ, mostrando como coalizões voluntárias do setor financeiro vêm sofrendo erosão diante da pressão política e do risco jurídico.

O dilema do Brasil

Para os bancos brasileiros que permanecem, a dissolução ou transformação da NZBA chega num momento delicado. O país prepara a COP30, em Belém, em 2025, e busca atrair capitais internacionais para a transição. O enfraquecimento de uma aliança global tão simbólica pode reduzir o espaço político para cobrar compromissos mais firmes de outras instituições financeiras.

Ainda assim, Bradesco e Itaú reiteraram que continuam comprometidos com a meta de net zero até 2050. O desafio será mostrar coerência entre esses anúncios e a realidade de suas carteiras de crédito, em um ambiente no qual investidores exigem mais transparência e governos testam novos mecanismos regulatórios.

O que vem pela frente

A votação marcada para setembro vai definir se a NZBA se reinventa como fórum consultivo ou se mergulha de vez na irrelevância. Em nota, a aliança declarou que busca “um novo modelo” para apoiar bancos a acelerarem a transição em linha com o Acordo de Paris.

A dúvida é se ainda haverá credibilidade e adesão suficientes para sustentar essa promessa. No meio do turbilhão, cresce a percepção de que a transição climática no setor financeiro dependerá cada vez mais de regulações nacionais e menos de pactos voluntários.

Acre e Peru ampliam cooperação para segurança e desenvolvimento na fronteira

O fortalecimento da segurança em áreas de fronteira voltou ao centro das atenções nesta semana, quando uma comitiva do governo do Acre desembarcou no Peru para discutir novas formas de integração regional e combate ao crime transnacional. As reuniões ocorreram no Departamento de Ucayali, em Pucallpa, e reuniram autoridades acreanas e representantes das forças de segurança peruanas em um movimento considerado estratégico para os dois lados da fronteira.

A delegação brasileira foi composta pelo secretário de Justiça e Segurança Pública, José Américo Gaia, pelo secretário de Planejamento, Ricardo Brandão, pelo secretário adjunto da Casa Civil, Ítalo Medeiros, e pelo secretário de Ciência, Indústria e Tecnologia, Assurbanípal Mesquita. Os encontros tiveram como fio condutor a criação de uma agenda permanente de cooperação, unindo esforços não apenas no enfrentamento ao crime, mas também em projetos de desenvolvimento regional.

A fronteira como espaço de cooperação

Durante as conversas, José Américo Gaia destacou a importância de estreitar os laços entre o Acre e Ucayali, território que mantém intensa relação social e econômica com os municípios acreanos de Cruzeiro do Sul e Marechal Thaumaturgo. Ele lembrou que já existe uma sólida parceria com Madre de Dios, especialmente por meio de Puerto Maldonado, e que o próximo passo é consolidar a integração também com Ucayali.

A meta é clara: reforçar a presença do Estado nas áreas de fronteira, combater crimes como tráfico de drogas, contrabando e delitos ambientais, além de ampliar os canais de cooperação institucional. O secretário também sublinhou o papel do recém-criado Centro de Cooperação Policial Internacional (CCPI), instalado em Manaus, que reúne forças policiais da Amazônia Legal e oficiais de ligação de sete países vizinhos, entre eles o Peru. O espaço, já em funcionamento, será oficialmente inaugurado no próximo dia 9 de setembro.

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Durante as reuniões, o secretário José Américo Gaia se encontrou com representantes das forças de segurança do Peru para tratar de questões ligadas à fiscalização nas regiões fronteiriças entre Pucallpa (Peru) e Cruzeiro do Sul (Brasil). Foto: Reprodução

Investimentos em tecnologia e infraestrutura

As conversas também foram oportunidade para o governo do Acre apresentar os investimentos recentes em segurança pública. Entre eles está o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), em Cruzeiro do Sul, que centraliza informações e coordena operações, e a base do Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAER), que permite deslocamento rápido de aeronaves em missões de patrulhamento e resgate no Vale do Juruá.

Outro destaque foi o avanço tecnológico. Sistemas de videomonitoramento já funcionam em 18 municípios, drones de longo alcance apoiam missões em áreas remotas e ferramentas de reconhecimento facial vêm sendo integradas ao Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp). Para Gaia, a tecnologia representa um divisor de águas: “Hoje conseguimos acompanhar, em tempo real, a movimentação de veículos nas fronteiras e divisas do estado. O uso de drones e internet via satélite ampliou de forma inédita nossa capacidade de atuação em regiões de difícil acesso.”

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Prevenção e protocolos

As reuniões em Pucallpa avançaram também sobre a formalização de protocolos de intenções entre o Acre e o Departamento de Ucayali. A ideia é compartilhar informações, apoiar missões conjuntas e integrar a logística entre os dois países. Gaia ressaltou que “a prevenção precisa vir antes da repressão”, e que só será possível conter o avanço da criminalidade com informação rápida e ação coordenada.

A comitiva acreana aproveitou a viagem para convidar as autoridades peruanas a conhecerem de perto a estrutura de segurança de Rio Branco e Cruzeiro do Sul. A expectativa é que as próximas etapas avancem para um acordo oficial, fortalecendo não apenas a segurança, mas também as oportunidades de cooperação econômica e social na região de fronteira.

A integração Acre–Peru se insere em um cenário mais amplo da Amazônia, onde os desafios da segurança caminham lado a lado com questões de desenvolvimento, infraestrutura e preservação ambiental. Mais do que enfrentar crimes, o esforço simboliza uma tentativa de transformar a fronteira em território de oportunidades e não de vulnerabilidades.

Relatório mostra expansão das áreas de risco geológico em Manaus

As encostas de Manaus, os igarapés que cortam a cidade e os bairros populares que crescem em ritmo acelerado revelam uma realidade preocupante: cada vez mais pessoas vivem sob risco constante de desastres naturais. Um levantamento atualizado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB)
mostra que cerca de 112 mil moradores estão hoje em áreas classificadas como de risco alto e muito alto para deslizamentos, inundações, enxurradas e processos erosivos.

O estudo, apresentado na Superintendência Regional de Manaus pelo pesquisador Elton Andretta, evidencia como a ocupação urbana se expandiu sobre áreas frágeis, expondo mais famílias a tragédias que se repetem todos os anos, especialmente durante o período chuvoso. Entre 2019 e 2025, a população vulnerável saltou de 73 mil para mais de 112 mil pessoas. O dado chama a atenção porque, embora o número de setores mapeados tenha diminuído de 634 para 438, o total de domicílios cresceu para 28 mil. Isso revela que o problema deixou de ser pontual para se tornar concentrado e massivo.

Segundo os técnicos do SGB, a mudança está ligada não apenas ao crescimento urbano desordenado, mas também ao uso de tecnologias mais avançadas de monitoramento. Imagens de satélite de alta resolução, drones e informações do Censo 2022 do IBGE
ampliaram a precisão do diagnóstico, permitindo identificar áreas contínuas de risco que antes apareciam fragmentadas.

O mapa revela que as seis zonas administrativas da capital têm setores vulneráveis, mas as zonas Leste e Norte lideram em concentração. Só a Zona Leste reúne 130 setores com quase 12 mil domicílios em risco. Na Zona Norte, são 198 setores e mais de 9 mil moradias. Bairros populosos como Jorge Teixeira, Cidade Nova, Gilberto Mestrinho, Alvorada, Mauazinho e Nova Cidade somam cerca de 52 mil pessoas vivendo em encostas instáveis ou às margens de igarapés sujeitos a inundações repentinas.

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Manaus vista de cima -Foto: Duda Menegassi

O que Manaus pode esperar?

O cenário descrito pelo estudo não é apenas estatístico. Nos últimos quatro anos, a Defesa Civil de Manaus
registrou mais de 1.200 ocorrências relacionadas a desastres naturais, quase todas nos meses de chuva intensa, entre janeiro e abril. Trata-se de uma rotina dramática para milhares de famílias que convivem com deslizamentos, casas interditadas, perdas materiais e, em muitos casos, a ameaça direta à vida.

Os riscos identificados se dividem em dois grandes grupos: movimentos de massa, como deslizamentos e erosões em encostas íngremes, e processos hidrológicos, como alagamentos e enchentes em áreas próximas a igarapés. Ambos são agravados pela falta de infraestrutura urbana, drenagem insuficiente e ocupações irregulares em terrenos inadequados.

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O relatório vai além do diagnóstico e apresenta recomendações. Entre as principais, estão a formulação de um plano municipal integrado de redução de riscos, obras estruturais de contenção e drenagem, sistemas de alerta comunitário e educação ambiental em escolas e comunidades. Outra medida destacada é o reassentamento temporário de famílias em áreas de risco crítico, associado a uma fiscalização mais rigorosa sobre novos loteamentos em terrenos impróprios.

Os dados do Censo revelam ainda a dimensão social do problema: mais da metade da população manauara, cerca de 54%, vive em favelas ou comunidades urbanas precárias, e apenas 38% têm acesso à rede de esgoto. Esse contexto torna ainda mais urgente a adoção de políticas habitacionais capazes de oferecer alternativas seguras, evitando que a cidade siga crescendo sobre encostas frágeis e margens de igarapés.

Além disso, a intensificação das chuvas provocada pelas mudanças climáticas aumenta o risco de tragédias. Se não houver investimento em infraestrutura e planejamento urbano, as projeções indicam que a vulnerabilidade tende a crescer, reforçando a necessidade de atualizações periódicas do mapeamento e de ações preventivas permanentes.

O documento do SGB já foi entregue à Prefeitura de Manaus
e à Defesa Civil Municipal. A expectativa é que sirva de base para novas políticas públicas e projetos estruturantes, orientando desde a construção de obras até o reassentamento de famílias. Como alerta o estudo, os números são um retrato da realidade atual, mas também um aviso sobre o futuro: sem mudanças profundas na forma como a cidade ocupa seu território, Manaus continuará sendo um palco de desastres anunciados.

Planilha ajuda produtor a calcular custos e valor da madeira

O produtor rural brasileiro enfrenta, ao mesmo tempo, o desafio de manter a viabilidade econômica da sua atividade e a necessidade crescente de adotar práticas sustentáveis. Nesse contexto, o uso inteligente da madeira ganha destaque. Além de ser matéria-prima essencial para cercas, construções e manejo diário da propriedade, ela também carrega um papel estratégico na mitigação das mudanças climáticas. Uma nova ferramenta digital, desenvolvida pela Embrapa Pecuária Sul em parceria com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), busca apoiar justamente esse equilíbrio entre eficiência produtiva e responsabilidade ambiental. Trata-se de uma planilha que permite calcular de forma prática o custo de produção e o tratamento da madeira, ao mesmo tempo em que ajuda a estimar o potencial de sequestro de carbono em sistemas rurais.

A inovação surgiu a partir de experiências de campo realizadas no Rio Grande do Sul, em 2019, quando capacitações sobre tratamento de madeira apontaram a necessidade de um instrumento simples para apoiar a tomada de decisão dos produtores. Desde então, o recurso foi aprimorado para atender diferentes realidades regionais do país.

Como funciona a ferramenta

A planilha permite calcular o volume de madeira disponível para tratamento, dimensionar a quantidade de insumos necessários e, a partir disso, obter o custo por peça tratada. Caso o produtor possua um plantio florestal na propriedade, é possível ainda incluir o custo de produção da madeira e somá-lo ao tratamento, obtendo uma visão completa dos gastos envolvidos.

O tratamento mais recomendado é o de substituição de seiva, considerado de fácil aplicação e acessível para propriedades de pequeno e médio porte. O processo consiste em substituir a seiva natural da madeira por uma solução preservativa, composta por água e produtos hidrossolúveis. A planilha elimina a necessidade de cálculos complexos, pois, com alguns dados básicos inseridos, fornece automaticamente a quantidade exata de insumo a ser utilizada.

De acordo com os pesquisadores, o impacto é significativo: uma cerca de eucalipto não tratado dura, em média, apenas dois a três anos em contato com o solo. Já a mesma estrutura, quando tratada, pode permanecer firme por 15 anos ou mais. O ganho em durabilidade reduz a necessidade de substituições frequentes e evita custos adicionais com compra de madeira e transporte.

eucalipto-400x267 Planilha ajuda produtor a calcular custos e valor da madeira
Nova tecnologia de planilhas transformará plantação de eucalipto em aliado do meio ambiente.

A transição do uso de espécies nativas ao eucalipto

Décadas atrás, propriedades rurais se abasteciam de madeiras nativas de alta durabilidade, como angico vermelho e guajuvira, disponíveis no próprio território. Eram peças naturalmente resistentes a fungos e insetos, ideais para suportar intempéries. A escassez dessas espécies obrigou uma transição para o uso do eucalipto, proveniente de plantios mais jovens e, portanto, mais vulnerável à degradação. Essa mudança reforçou a necessidade do tratamento químico, não apenas para prolongar a vida útil do material, mas também para preservar recursos naturais, evitando o corte de espécies nativas de crescimento lento.

Além do valor econômico, a madeira cultivada em propriedades rurais desempenha funções ambientais que beneficiam tanto o produtor quanto a sociedade. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimou que, em 2023, os produtos florestais movimentaram R$ 37,9 bilhões no país, incluindo itens madeireiros (como lenha, carvão e cavacos) e não madeireiros (frutos, óleos, sementes, resinas).

As árvores, entretanto, oferecem muito mais que produtos comercializáveis. Elas estabilizam encostas, protegem nascentes e atuam como barreiras naturais contra o vento, promovendo bem-estar animal e aumentando a produtividade dos rebanhos. Outro serviço de valor crescente é a captura de carbono: durante o crescimento, as árvores retiram CO2 da atmosfera e o armazenam na biomassa, funcionando como agentes de mitigação das emissões da agropecuária. Em sistemas integrados, como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), os estudos indicam que a presença de árvores eleva a capacidade de suporte animal da área, neutralizando emissões de metano e gerando ganhos acima das médias regionais.

Uma tecnologia simples com impacto duradouro

A planilha não é apenas um recurso contábil, mas um instrumento de gestão estratégica. Ao facilitar o cálculo de custos e dimensionar o impacto ambiental positivo da produção de madeira, ela estimula o produtor a enxergar o recurso florestal como parte de um sistema produtivo completo, que une economia, sustentabilidade e planejamento de longo prazo.

Com o avanço das demandas ambientais e a necessidade de reduzir despesas operacionais, ferramentas como essa se tornam indispensáveis para pequenos e médios produtores. A simplicidade de uso e o potencial de adaptação para diferentes realidades regionais tornam a tecnologia uma aliada na construção de propriedades rurais mais eficientes e resilientes.

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Cachorro: 5 dicas para acostumar a ficar sozinho

Quem tem cachorro sabe: basta fechar a porta e sair que, muitas vezes, começa o drama. Latidos, uivos, móveis mordidos, chinelos destruídos ou até acidentes pela casa. Esse comportamento é comum e acontece porque muitos cães não sabem lidar bem com a solidão. No entanto, com paciência e algumas estratégias inteligentes, é possível acostumar seu pet a ficar sozinho sem transformar a casa em um campo de batalha.

Por que os cães sofrem quando ficam sozinhos?

Antes de aplicar as dicas, é importante entender o motivo desse comportamento. Cães são animais sociais por natureza. Na matilha, eles estão sempre em grupo e, quando ficam sozinhos em casa, podem sentir ansiedade, tédio ou insegurança. Essa combinação resulta em atitudes destrutivas ou barulhentas, que são formas de extravasar o estresse.

Ao compreender essa necessidade de companhia, o tutor consegue adotar métodos que reduzem a ansiedade e tornam o tempo sozinho mais tranquilo para o cachorro.

1. Crie uma rotina de saídas curtas

O primeiro passo é treinar o cachorro aos poucos. Em vez de deixá-lo sozinho por horas logo de início, faça saídas curtas de 5 a 10 minutos. Vá aumentando o tempo gradativamente, para que ele perceba que você sempre volta.

Essa prática ajuda a reduzir a ansiedade de separação. O cachorro começa a entender que ficar sozinho não significa abandono, e sim uma parte natural da rotina.

2. Ofereça brinquedos e distrações

O tédio é um dos grandes vilões quando o assunto é cachorro sozinho em casa. Para evitar que ele destrua móveis ou objetos, ofereça brinquedos que estimulem a mente e o corpo. Existem opções interativas, como bolinhas que liberam petiscos ou brinquedos de morder resistentes.

Outra ideia é alternar os brinquedos disponíveis para que o cão não enjoe. Assim, ele sempre encontra algo novo para explorar e se manter ocupado.

3. Prepare o ambiente antes de sair

Um ambiente adequado faz toda a diferença. Antes de sair, certifique-se de que o cachorro tem água fresca, um local confortável para descansar e espaço seguro para circular. Retire do alcance objetos que possam ser destruídos ou que ofereçam risco.

Deixar uma música calma ou até a TV ligada em volume baixo também ajuda a criar uma sensação de companhia. Muitos tutores relatam que essa simples medida reduz bastante a ansiedade.

4. Exercite o cachorro antes da separação

Cachorros cheios de energia tendem a extravasar quando ficam sozinhos. Uma caminhada ou brincadeira antes de sair de casa ajuda a gastar essa energia acumulada. Quando o cão já está cansado, é mais provável que ele use o tempo sozinho para descansar, em vez de destruir objetos.

Essa prática também reforça o vínculo entre tutor e cachorro, mostrando que, mesmo quando você precisa sair, ainda há momentos de atenção e carinho.

5. Evite despedidas e reencontros exagerados

Muitos tutores cometem o erro de se despedir do cachorro com excesso de carinho ou de fazer festa na volta para casa. Embora pareça um gesto de amor, isso reforça a ideia de que ficar sozinho é algo dramático.

O ideal é sair de casa de forma tranquila, sem grandes interações, e retornar do mesmo jeito. Depois que o cachorro estiver calmo, aí sim ofereça carinho e atenção. Essa abordagem ensina o animal a lidar melhor com as ausências.

O impacto das pequenas mudanças

Essas cinco dicas parecem simples, mas fazem toda a diferença na vida do cachorro e do tutor. Com o tempo, o pet aprende a lidar com a solidão, fica mais seguro e tranquilo, e a casa permanece intacta. Além disso, reduzir a ansiedade melhora o bem-estar geral do cão, evitando problemas de saúde relacionados ao estresse.

Alternativas para cães com maior dificuldade

Alguns cães, especialmente os que já sofreram abandono ou são muito apegados, podem precisar de estratégias adicionais. Nesses casos, vale considerar passeadores, creches para cães em períodos específicos ou até o acompanhamento de um adestrador profissional.

Essas alternativas ajudam a complementar o treino em casa e garantem que o cachorro não sofra tanto com a solidão.

Convivência mais leve para todos

Acostumar o cachorro a ficar sozinho não significa deixá-lo de lado, mas sim prepará-lo para lidar melhor com a rotina do lar. Isso traz tranquilidade para ele e também para você, que pode sair de casa sem medo de voltar e encontrar a sala destruída.

No fim, o equilíbrio entre paciência, carinho e disciplina transforma o dia a dia em algo mais harmonioso para todos.

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Jabuticabeira-anã: colha mais frutos em 3 passos

Quem já experimentou jabuticaba direto do pé sabe que poucas experiências são tão marcantes na infância quanto correr até a árvore e se deliciar com os frutos frescos. A jabuticabeira-anã (Plinia cauliflora) traz essa mesma sensação para espaços menores, já que pode ser cultivada em vasos ou quintais pequenos, sem perder a capacidade de produzir. O grande desafio, no entanto, é garantir que a planta dê frutos em abundância mesmo em ambientes limitados. E a boa notícia é que isso é totalmente possível quando se respeitam três passos básicos de cultivo: escolha do solo certo, regas e adubação adequadas e podas de manutenção.

O encanto da jabuticabeira-anã

Diferente da versão tradicional, que cresce até mais de 10 metros de altura, a jabuticabeira-anã tem porte compacto, atingindo cerca de 2 a 3 metros quando cultivada em vasos grandes ou diretamente no solo. Essa característica a torna ideal para quintais, varandas e até jardins internos. Além da beleza ornamental, com troncos lisos que se enchem de frutos pretos brilhantes, ela oferece uma experiência única: colher jabuticabas frescas sem sair de casa.

O cultivo da jabuticabeira-anã também traz uma conexão emocional com a natureza. É como recriar a sensação da roça dentro do ambiente urbano, unindo sabor, lembranças afetivas e praticidade.

1. Solo e vaso adequados

O primeiro passo para colher mais frutos da jabuticabeira-anã está na base: o solo. Essa planta prefere substratos ricos em matéria orgânica, bem drenados, mas que mantenham boa umidade. Uma mistura de terra vegetal, húmus de minhoca e areia grossa é perfeita para garantir a oxigenação das raízes e, ao mesmo tempo, evitar encharcamento.

Se o cultivo for em vaso, opte por modelos grandes, de pelo menos 60 litros, para que as raízes tenham espaço para se desenvolver. Vasos de barro são ótimos, pois ajudam a equilibrar a umidade. Já para quem planta diretamente no quintal, é importante preparar a cova com adubo orgânico antes do plantio. Esse cuidado inicial garante que a jabuticabeira tenha uma base nutritiva suficiente para crescer forte e saudável.

Outro ponto essencial é o local. A jabuticabeira-anã gosta de luz solar direta por pelo menos quatro horas ao dia. Ambientes muito sombreados dificultam a frutificação, já que a planta precisa de energia suficiente para transformar em frutos.

2. Rega e adubação para frutificação

O segundo passo é manter a planta bem hidratada e nutrida. A jabuticabeira-anã não tolera longos períodos de seca. Diferente de outros frutíferos mais resistentes, suas raízes precisam de umidade constante. A regra é simples: o solo deve estar sempre levemente úmido, sem ficar encharcado. Em períodos de calor intenso, pode ser necessário regar até duas vezes ao dia, principalmente em vasos.

A adubação também é fundamental para estimular a frutificação. Durante a fase de crescimento, fertilizantes ricos em nitrogênio ajudam no desenvolvimento das folhas. Mas, para estimular flores e frutos, o ideal é aplicar adubos ricos em fósforo e potássio, como farinha de ossos e cinzas de madeira. Uma adubação orgânica a cada dois meses mantém a planta vigorosa.

Outro truque é usar cobertura morta, como folhas secas ou palha, sobre o solo. Isso ajuda a reter a umidade, protege as raízes e reduz a necessidade de regas constantes.

3. Podas estratégicas de manutenção

O terceiro passo é a poda. A jabuticabeira-anã precisa de podas de formação e de limpeza para manter o porte equilibrado e estimular a produção de frutos. As podas de limpeza devem ser feitas regularmente, retirando galhos secos, doentes ou que cresçam para dentro da copa, prejudicando a circulação de ar.

Já as podas de formação servem para manter a planta compacta e com copa bem distribuída. Ao retirar o excesso de ramos, a planta direciona energia para a produção de flores e frutos, em vez de gastar recursos apenas com folhas.

Além disso, a poda favorece a entrada de luz dentro da copa, o que é essencial para que mais frutos se desenvolvam nos troncos e ramos.

Colhendo mais e melhor

Seguindo esses três passos — solo adequado, rega e adubação equilibradas e podas estratégicas —, a jabuticabeira-anã responde rapidamente, produzindo safras generosas até mais de uma vez ao ano. Em climas quentes e úmidos, é possível ver a planta carregada de flores e frutos várias vezes durante as estações.

Outro ponto positivo é que a colheita acontece diretamente no tronco, o que facilita o acesso até para crianças. Essa característica única da jabuticabeira-anã transforma o cultivo em uma experiência familiar, aproximando gerações e criando memórias afetivas ao redor da planta.

Mais do que fruto, uma tradição

Cultivar uma jabuticabeira-anã não é apenas uma questão de praticidade, mas também de resgatar tradições. Muitas famílias brasileiras têm histórias ligadas à jabuticaba, seja no quintal da avó, no sítio da infância ou nas festas do interior. Trazer essa árvore para o dia a dia urbano é uma forma de manter viva essa memória cultural, ao mesmo tempo em que se aproveita sua beleza ornamental e o sabor inconfundível dos frutos.

A recompensa do cuidado

Ao dedicar atenção à jabuticabeira-anã, você não apenas garante colheitas fartas, mas também cria um espaço de bem-estar em casa. Ela embeleza o ambiente, oferece sombra e traz uma sensação de tranquilidade. Mais do que uma planta frutífera, é um convite ao cuidado diário e à valorização da natureza.

Com solo bem preparado, regas regulares, adubação correta e podas estratégicas, é possível colher jabuticabas doces e suculentas mesmo em ambientes pequenos. A recompensa vai além do sabor: é o prazer de cultivar, ver flores e frutos surgirem e compartilhar esses momentos com quem você ama.

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Novo impulso à agricultura sustentável, BNDES investe R$ 60 milhões em bioinsumos

A agricultura familiar, historicamente um dos pilares da produção de alimentos no Brasil, acaba de ganhar um reforço estratégico para ampliar sua presença em um mercado cada vez mais exigente por qualidade e sustentabilidade. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
anunciou a liberação de R$ 60 milhões em recursos não reembolsáveis voltados à produção de bioinsumos, dentro do programa BNDES Bioinsumos.

Esse investimento, direcionado às cooperativas da agricultura familiar, tem como objetivo multiplicar soluções sustentáveis que ajudem não apenas a fertilizar o solo, mas também a equilibrar ecossistemas, reduzir custos de produção e garantir alimentos mais saudáveis na mesa do consumidor brasileiro.

Bioinsumos são produtos originados de microrganismos, resíduos vegetais e materiais orgânicos capazes de substituir fertilizantes químicos e defensivos agrícolas tradicionais. Além de atuarem como adubo natural, eles funcionam como agentes biológicos no controle de pragas e fortalecem a saúde do solo, plantas e até de sistemas aquícolas e florestais.

Na prática, esse tipo de insumo não apenas melhora a produtividade, mas também diminui a dependência de químicos importados, reduz a emissão de gases de efeito estufa e ajuda a regenerar áreas degradadas. Ao integrar bioinsumos aos agroecossistemas, agricultores familiares se inserem em uma lógica de transição tecnológica, onde a rentabilidade convive em harmonia com a preservação ambiental.

Norte e Nordeste no centro da política pública

A chamada pública do BNDES dará prioridade às regiões Norte e Nordeste, onde a agricultura familiar desempenha papel decisivo na geração de renda e na segurança alimentar. A ideia é viabilizar a implantação de unidades industriais ou semi-industriais para produção local de bioinsumos, adaptados às realidades climáticas e de solo de cada região.

Esse movimento não é apenas econômico: é também social e territorial. O fortalecimento de cooperativas em áreas tradicionalmente vulneráveis ajuda a fixar famílias no campo, combate a insegurança alimentar e promove inclusão produtiva de populações historicamente marginalizadas.

A iniciativa do BNDES conta com apoio técnico da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), referência nacional em ciência aplicada ao campo. A participação da instituição garante que as soluções financiadas não sejam apenas acessíveis, mas também replicáveis em diferentes contextos produtivos.

Ao unir crédito público, cooperativismo e conhecimento científico, o programa cria as condições para transformar práticas agrícolas e acelerar a chegada de biotecnologias ao cotidiano de milhares de pequenos produtores.

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Governo do Pará – Divulgação

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Segurança alimentar e soberania nacional

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou que o programa responde a dois compromissos históricos do governo federal: aumentar a produção de alimentos saudáveis e, ao mesmo tempo, fortalecer a geração de renda entre os agricultores familiares.

Para ele, o acesso a bioinsumos permitirá que cooperativas reduzam custos, aumentem a produtividade e ganhem competitividade em mercados cada vez mais sensíveis às questões ambientais. “Trata-se de ampliar a segurança e a soberania alimentar e nutricional do país, enquanto se promove justiça social no campo”, reforçou.

Mais do que um programa de fomento, o BNDES Bioinsumos representa um marco no processo de construção de uma agricultura de baixo carbono no Brasil. A escolha por bioinsumos aproxima o país de uma agenda internacional que valoriza práticas regenerativas, certificações sustentáveis e cadeias produtivas livres de agrotóxicos em excesso.

Se bem implementada, essa iniciativa pode transformar cooperativas em polos de inovação verde, capazes de gerar impacto positivo para além das fronteiras rurais. A multiplicação de bioinsumos abre espaço para novos arranjos produtivos locais, fortalece circuitos curtos de comercialização e insere o Brasil como protagonista em uma tendência global que une ciência, economia e ecologia.

Ao apostar na força da agricultura familiar e na inteligência da pesquisa científica, o BNDES sinaliza que o futuro da produção de alimentos no país passa pela reconciliação entre produtividade e sustentabilidade. A colheita desse investimento será não apenas de alimentos mais saudáveis, mas também de um campo mais justo e resiliente.