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Belém acelera obras e ajustes finais para receber a COP30

Belém vive um momento decisivo. A menos de 40 dias da COP30, a capital paraense acelera as últimas entregas para receber o maior evento ambiental do planeta. Entre tapumes e canteiros de obra, o cenário mistura expectativa e incerteza. Enquanto o governo estadual assegura que 90% das intervenções previstas estão concluídas, parte da população ainda questiona se tudo estará pronto a tempo.

Um dado positivo já chama a atenção: a queda de aproximadamente 30% nos preços de hotéis e pousadas. O movimento repete o que ocorreu em outros eventos globais, como as Olimpíadas de Paris. “No começo, quem reservou em janeiro pagou mais caro, mas a tendência é de estabilização na reta final”, afirmou o diretor de projetos da Secretaria Especial da COP30, Olmo Borges Xavier.

Obras essenciais e o desafio do prazo

Segundo o secretário de Infraestrutura e Logística do Pará, Adler Silveira, o conjunto de obras envolve desde requalificação de ruas e melhorias no sistema de saneamento até a construção do Parque da Cidade, que será um dos palcos centrais da programação oficial. “Temos 90% das obras prontas e dentro do cronograma. O essencial para receber a conferência estará concluído. Projetos complementares podem se estender além da COP30, mas não comprometem o evento”, explicou.

Ainda assim, quem circula pela capital encontra ruas parcialmente interditadas e estruturas temporárias. Moradores relatam a impressão de que algumas frentes de trabalho perderam ritmo, alimentando dúvidas sobre a capacidade de conclusão total antes da abertura oficial da conferência.

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Foto: Augusto Miranda / Ag. Pará

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Intervenções urbanas e drenagem

Um dos eixos centrais da preparação é o combate aos alagamentos. Ao todo, 14 canais de microdrenagem estão em obras, dois deles financiados pela Itaipu Binacional e outros 12 em parceria com o BNDES. A aposta é que, além de preparar Belém para a COP30, essas intervenções deixem um legado duradouro para a população.

Ontem, a cidade inaugurou o Parque Linear da Nova Doca, descrito pelo diretor de coordenação da Itaipu, Carlos Carboni, como um “marco de requalificação urbana”. Para ele, a obra exemplifica como unir lazer, mobilidade e drenagem em um mesmo espaço, conciliando funcionalidade com qualidade de vida.

Hospedagem e mobilidade

Se os preços das hospedagens já dão sinais de equilíbrio, a mobilidade urbana ainda é um ponto sensível. O governo aposta em um conjunto de medidas para evitar o colapso no trânsito durante a conferência. Entre elas, o recesso escolar, o escalonamento de horários e a adoção de regimes de teletrabalho em órgãos públicos.

“Estamos tomando medidas para que a cidade não pare. Usaremos tecnologia de monitoramento em tempo real para ajustar rotas e fluxos de trânsito”, disse Silveira. Ele lembrou que Belém tem experiência em gerir grandes multidões, como no Círio de Nazaré, evento religioso que todos os anos atrai cerca de 1,5 milhão de pessoas.

Um desafio global, não só local

Para Olmo Xavier, da Secretaria Especial da COP30, os gargalos enfrentados pela cidade não são exceção. “A conferência é complexa para qualquer lugar do mundo. Foi assim em Dubai, na COP28, onde a logística de hospedagem e transporte também exigiu grandes esforços. Temos dificuldades, mas queremos deixar benefícios duradouros para os nove milhões de habitantes da Amazônia”, ressaltou.

Com a proximidade da abertura da conferência, Belém equilibra obras aceleradas, ansiedade coletiva e esperanças de legado. O sucesso da COP30, no entanto, será medido não apenas pela entrega das obras, mas também pela capacidade de transformar investimentos temporários em melhorias permanentes para a vida da população.

MiniCOPs colocam crianças no centro da luta climática

No próximo Dia das Crianças, o protagonismo infantil e juvenil ganha uma nova dimensão: eles vão liderar discussões sobre o futuro do planeta. Inspiradas no modelo das Conferências do Clima da ONU, mas adaptadas para o universo da infância e adolescência, as MiniCOPs se consolidam como espaços de aprendizado, troca e ação em torno da crise climática.

A iniciativa, chamada de Mutirão das MiniCOPs, é uma criação do Instituto Alana e do PerifaLab, em parceria com a Jovem Campeã do Clima da COP30, Marcele Oliveira. O objetivo é claro: abrir espaço para que crianças e adolescentes tenham voz ativa na construção de soluções ambientais e sociais, especialmente em um ano marcado pela expectativa da realização da COP30 em Belém.

O espírito das MiniCOPs

As MiniCOPs vão muito além de uma atividade educativa. Elas representam uma oportunidade de exercitar cidadania desde cedo, permitindo que os mais jovens compreendam, discutam e proponham caminhos para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas em seus territórios. Para os organizadores, trata-se de cultivar uma geração que não apenas herda os problemas ambientais, mas também participa da criação de respostas justas e coletivas.

Escolas, coletivos e organizações sociais de todas as regiões do Brasil foram convidadas a se engajar. Cada MiniCOP deve ser pensada como um espaço de troca entre ao menos 15 crianças e adolescentes, onde diferentes realidades culturais e ambientais se encontram. O desenho da ação é inclusivo: serão apoiadas pelo menos dez propostas, com a exigência de que haja representatividade de todos os biomas brasileiros. Isso significa garantir que vozes de periferias urbanas, comunidades indígenas, quilombolas e povos tradicionais estejam presentes.

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Reprodução

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Apoio financeiro e cronograma

Para fortalecer as iniciativas, o Instituto Alanadestinará R$ 3 mil a cada proposta selecionada. Esse valor permitirá que escolas e coletivos tenham condições de organizar encontros criativos, acessíveis e transformadores.

O calendário do Mutirão foi estruturado de forma a garantir tempo suficiente para a mobilização:

Inscrições: de 29 de setembro a 5 de outubro

Divulgação dos resultados: 9 de outubro

Realização das atividades: até 31 de outubro

As propostas devem ser inscritas por meio de formulário online. Ao final, cada grupo contemplado enviará um relatório com registros das atividades e as produções elaboradas pelas crianças.

Da sala de aula para a COP30

O material reunido nas MiniCOPs terá destino especial: será incorporado à agenda de incidência internacional de Marcele Oliveira durante a COP30. Dessa forma, a experiência de meninos e meninas brasileiros será projetada para além das fronteiras do país, chegando a negociadores, autoridades e organizações que participarão da conferência global.

É um gesto de afirmação política: mostrar que as gerações mais jovens não são apenas espectadores do colapso climático, mas sujeitos que carregam propostas, visões e esperanças para um futuro diferente.

O Mutirão das MiniCOPs traduz, em linguagem simples e acessível, conceitos que muitas vezes ficam restritos a círculos técnicos e acadêmicos. Fala-se em justiça climática e justiça ambiental com base no cotidiano de crianças que convivem com enchentes, queimadas, poluição ou falta de acesso a áreas verdes. Essas vivências, transformadas em propostas, ajudam a revelar a profundidade dos impactos da crise climática e a urgência de respostas que considerem os territórios e suas especificidades.

A parceria entre PerifaLab, Instituto Alana e a jovem liderança climática Marcele Oliveira demonstra que mobilizar a infância é também fortalecer a democracia. Ao dar voz às crianças e adolescentes, a iniciativa amplia a diversidade de olhares que chegam às mesas de negociação.

Assim, neste Dia das Crianças, as brincadeiras vão dividir espaço com debates sérios e criativos. E quem ganhará presente será o futuro, um futuro que começa a ser desenhado pelas mãos e ideias da nova geração.

Jovens da Amazônia Legal constroem agenda inédita rumo à COP30

No coração de Belém, entre os dias 2 e 6 de outubro, o Hotel Beira Rio se tornou palco da primeira Cúpula de Jovens Líderes da Amazônia Legal, encontro que reúne 27 representantes vindos dos nove estados amazônicos. A poucos meses da realização da COP30, em 2025, o evento marca um movimento inédito: colocar a juventude amazônida no centro das discussões sobre o futuro da região e a formulação de políticas públicas de alcance nacional.

A iniciativa é organizada pelo Instituto Cojovem

Cooperação da Juventude Amazônida para o Desenvolvimento Sustentável, entidade fundada em 2020 que atua em advocacy, pesquisa e formação, sempre com foco na defesa dos direitos socioambientais da juventude amazônida. O objetivo principal da Cúpula é fortalecer a participação dos jovens como atores políticos ativos, capazes de influenciar os rumos do desenvolvimento sustentável da Amazônia e a inserção das suas demandas nas negociações internacionais.

Durante cinco dias intensos de programação, o encontro se estrutura em painéis, oficinas e plenárias. Desse processo coletivo nascerão três produtos centrais: a Agenda Comum de Políticas Públicas, Projetos e Programas para as Juventudes Brasileiras; a Declaração Unificada dos Jovens Líderes da Amazônia Legal; e uma série de Policy Briefs com recomendações técnicas direcionadas a negociadores do governo brasileiro e parceiros internacionais.

Juventude amazônida como protagonista

Na abertura, o tom foi de pertencimento e representatividade. Para a diretora-executiva da Cojovem, Karla Braga, a Cúpula representa um passo decisivo para mudar a lógica de como se pensa a Amazônia: “estamos construindo uma agenda voltada para a juventude amazônida nos eixos da transição justa, mitigação climática e cultura. Queremos fortalecer as bases para que os tomadores de decisão mudem suas formas de desenvolver a região, envolvendo os jovens, que são os mais impactados pela crise climática ao longo do tempo”.

Esse protagonismo também foi ressaltado por Tel Guajara, liderança indígena do Maranhão, de 25 anos, que destacou a importância da troca de experiências: “esta é uma oportunidade coletiva de trocar vivências e construir caminhos em conjunto. A juventude amazônica enfrenta muitas adversidades, e espaços como esse garantem não só voz e protagonismo, mas também direitos e presença em locais de onde normalmente estamos distantes”.

Já o coordenador de Advocacy da Cojovem, Aldrin Barros, classificou a iniciativa como histórica: “durante uma semana de imersão, os jovens construirão diretrizes para projetos e programas voltados à juventude nos estados amazônicos. Essas diretrizes visam orientar e promover a efetividade das políticas públicas na região”.

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Imagens: Agência Jambo/Cojovem

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Temas urgentes no debate

Ao longo da programação, os jovens discutem questões que atravessam tanto a vida cotidiana nos territórios quanto os grandes desafios globais. Entre elas, o financiamento de cadeias produtivas sustentáveis, o papel das tecnologias e da inovação no fortalecimento das comunidades e a intersecção entre justiça social e justiça climática. Cada dia termina em uma plenária, onde as propostas são consolidadas em um processo de construção coletiva que valoriza a diversidade de vozes presentes.

A expectativa é que as resoluções produzidas no encontro se tornem referência no posicionamento oficial das juventudes amazônicas durante a COP30, ampliando a visibilidade internacional da região e garantindo que jovens lideranças tenham papel ativo nas negociações.

Uma trajetória de engajamento internacional

Apesar de ser jovem, a Cojovem já acumula presença em fóruns internacionais relevantes. A organização participou das últimas três Conferências da ONU sobre Mudanças Climáticas — realizadas no Egito, Emirados Árabes e Azerbaijão —, da Conferência de Bonn, na Alemanha, da COP da Biodiversidade na Colômbia e da Conferência Climática Regional de Juventudes Latino-Americanas, em 2024, em Belém.

Naquele mesmo ano, a instituição promoveu a Cúpula de Jovens Líderes do Pará, evento preparatório para a COP30 que reuniu delegações estrangeiras e lideranças juvenis brasileiras em torno de pautas como combate à fome, mudanças climáticas e reforma da governança global. A edição de 2025 amplia essa experiência ao nível da Amazônia Legal, reforçando a importância da juventude como articuladora de soluções.

Juventude amazônida: futuro e presente

Mais do que um evento preparatório para a COP30, a Cúpula em Belém é um marco no fortalecimento da juventude amazônida como protagonista de sua própria história. Ao articular ciência, cultura, inovação e ancestralidade, os jovens reafirmam que a Amazônia não é apenas território de recursos, mas de gente, memórias e futuros possíveis.

O encontro mostra que as soluções para a crise climática não virão apenas de laboratórios ou gabinetes de negociação internacional, mas também de territórios onde se experimenta diariamente a resiliência. Ao propor políticas públicas e recomendações técnicas, os jovens da Amazônia Legal dão um passo firme para transformar sua realidade e contribuir para o futuro do planeta.

Um rio não existe sozinho: arte, ciência e ancestralidade em diálogo com a Amazônia

De outubro a dezembro, Belém recebe uma experiência inédita que transforma o Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi em território vivo de reflexão sobre a crise climática. A mostra coletiva “Um rio não existe sozinho”, realizada pelo Instituto Tomie Ohtake em parceria com o Museu Goeldi, convida o público a percorrer trilhas, clareiras e sombras da floresta, onde obras de nove artistas se integram ao ambiente como se fossem extensões do próprio ecossistema.

Aberta ao público de 3 de outubro a 30 de dezembro, a exposição não trata a floresta como cenário, mas como protagonista. Em vez de impor uma estética sobre o espaço, os trabalhos foram concebidos em diálogo direto com a biodiversidade local, respeitando seus ritmos, sons e cheiros. A proposta é reposicionar o visitante: em vez de espectador passivo, torna-se caminhante que respira a floresta, escuta seus sinais e reflete sobre os limites do planeta.

O projeto nasceu em 2024 como preparação para a COP 30, que acontecerá em novembro de 2025, em Belém. Desde então, artistas, mestres tradicionais, arquitetos, cientistas e ativistas participaram de encontros e seminários organizados pelo Instituto Tomie Ohtake, como os Diálogos São Paulo e os Diálogos Belém. Dessas trocas emergiram obras que agora ocupam o parque e propõem novas formas de imaginar a Amazônia em tempos de colapso ambiental.

A curadoria de Sabrina Fontenele, do Instituto Tomie Ohtake, e de Vânia Leal, convidada para a mostra, estruturou a exposição em torno de um princípio: a floresta é sujeito político, ativo e pulsante. Reconhecer isso, afirmam as curadoras, é também reconhecer a urgência da justiça climática e o papel histórico dos povos da Amazônia como guardiões desse território.

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Maquete virtual da obra 41ºC, de Mari Nagem, concebida para a exposição – Crédito: Instituto Tomie Ohtake

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Obras inéditas em diálogo com a floresta

Cada obra foi pensada como site specific, ou seja, criada especialmente para aquele espaço, respeitando a fauna, a vegetação e o contexto histórico de quase 130 anos do Museu Goeldi.

A artista Sallisa Rosa (GO) apresenta A terra esculpe a água, instalação em barro que evoca a relação ancestral entre terra e água. Rafael Segatto (ES), artista ligado ao mar, traz Enquanto correm as águas, que combina remos e cores simbólicas em uma cartografia poética de navegações e espiritualidades.

O paraense PV Dias propõe Paisagens commodities, videoprojeção que sobrepõe imagens do acervo do Museu Goeldi a registros atuais da destruição ambiental. Em Tela d’água, Noara Quintana (SC) recria espécies ameaçadas a partir de registros históricos. Já Elaine Arruda (PA) apresenta Entoar o vento e dançar marés, instalação que atravessa memórias femininas e ancestrais ligadas ao tempo e às águas.

A mineira Mari Nagem expõe 41°C, obra que transforma dados científicos da seca histórica de 2023 no Lago Tefé em paisagens visuais que alertam para a crise climática. Gustavo Caboco (RR/PR), do povo Wapichana, traz instalações que evocam a permanência indígena e a resistência às violências coloniais. Déba Tacana (RO) apresenta Luz que Ança, conectando ancestralidade e direitos humanos em cerâmica e vidro. Por fim, o escultor paraense Francelino Mesquita ergue instalações que resgatam o miriti e outros materiais naturais em um ativismo visual que clama pela proteção da Amazônia.

O percurso expositivo inclui ainda um pavilhão educativo projetado pelo Estúdio Flume, fundado pelos arquitetos Christian Teshirogi e Noelia Monteiro. Utilizando madeira e palha de ubuçu, o espaço integra técnicas tradicionais e sustentabilidade arquitetônica, reafirmando o compromisso do projeto com o impacto social e o fortalecimento comunitário.

Arte, ciência e responsabilidade coletiva

A mostra é viabilizada pelo Ministério da Cultura, via Lei de Incentivo à Cultura, e conta com apoio do Nubank como mantenedor institucional do Instituto Tomie Ohtake. Tem ainda patrocínio da AkzoNobel, da Aché Laboratórios Farmacêuticos e da PepsiCo, que também apoia o Instituto Tomie Ohtake por meio do ProAC, programa da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo.

Mais do que exposição, “Um rio não existe sozinho” é convite ao engajamento. Ao unir arte, ciência e saberes tradicionais, a mostra desperta para a urgência da preservação ambiental e reforça que imaginar futuros possíveis exige tanto precisão científica quanto abertura poética.

Serviço:
Exposição coletiva Um rio não existe sozinho
Curadoria: Sabrina Fontenele e Vânia Leal
Pré-abertura: 2 de outubro de 2025 (convidados), 10h
Em cartaz de 3 de outubro a 30 de dezembro de 2025
De terça a domingo, das 9h às 17h
Ingresso: R$ 3,00 (Bilheteria aberta até às 16h)
Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi
Centro de Exposições Eduardo Galvão
Av. Gov Magalhães Barata, 376 – São Braz, Belém – PA
Fone: 91 3211-1700
Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima 201 (Entrada pela Rua Coropé, 88) – Pinheiros SP
Metrô mais próximo – Estação Faria Lima/Linha 4 – amarela
Fone: 11 2245 1900

Moradias sustentáveis levam dignidade e inovação às ilhas de Belém

Na Ilha do Combu, em Belém, um projeto pioneiro de habitação sustentável começa a transformar não apenas a paisagem local, mas também a vida das famílias ribeirinhas. O Governo do Pará, por meio da Companhia de Habitação do Pará (Cohab), lançou nesta quarta-feira (1º) o benefício habitacional “Sua Casa COP30 Sustentável”, que prevê a construção de 45 casas ecológicas erguidas com tijolos produzidos a partir do caroço de açaí. A iniciativa, além de trazer moradia digna, promete reduzir em mais de 70 toneladas as emissões de dióxido de carbono (CO₂) na atmosfera.

O simbolismo da ação vai além da entrega de um teto. Em uma região marcada por vulnerabilidades sociais e pelo isolamento geográfico, o projeto insere a sustentabilidade no centro da política habitacional. Como destacou o diretor-presidente da Cohab, Manoel Pioneiro, a iniciativa reflete uma diretriz clara do governador Helder Barbalho e da vice-governadora Hana Ghassan: unir moradia digna e preservação ambiental. “Não é apenas construir casas, mas construir um futuro mais justo para quem vive às margens da cidade, respeitando a floresta e os saberes locais”, afirmou.

A execução contará com a parceria da Cooperativa Mista da Ilha do Combu (Coopmic), organização comunitária que vê na iniciativa uma reparação histórica. O presidente da entidade, Mizael Rodrigues, reforçou que é a primeira vez que a população da ilha recebe um olhar do poder público que ultrapassa o viés turístico, alcançando a vida cotidiana de quem constrói sua história à beira dos rios.

Tecnologia amazônica a serviço da sustentabilidade

O diferencial das moradias está no uso de tijolos ecológicos, desenvolvidos com a incorporação do caroço do açaí – resíduo abundante na região e que muitas vezes é descartado inadequadamente no meio ambiente. O professor Marco Oliveira, do Instituto Federal do Pará (IFPA), responsável pela pesquisa e formulação do material, destaca que a tecnologia alia inovação científica, identidade amazônica e mitigação climática.

Os tijolos reduzem o consumo de água em até 90%, de cimento em 80% e de ferro em 50%. Além de dispensar o uso da madeira, oferecem conforto térmico, maior isolamento acústico e aceleram em 30% o tempo de construção em relação à alvenaria convencional. Somados às telhas ecológicas e aos biodigestores para o tratamento de resíduos orgânicos, que produzem biogás e biofertilizantes, os materiais formam um pacote tecnológico que traduz, na prática, o conceito de economia circular.

O projeto tem ainda potencial para gerar créditos de carbono, ampliando sua relevância no contexto internacional. Em tempos de preparação para a COP30, que será realizada em Belém, a iniciativa se torna vitrine para mostrar como a Amazônia pode liderar soluções sustentáveis que unem clima, ciência e justiça social.

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Perspectiva das casas do projeto

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Dignidade habitacional com assistência técnica garantida

As famílias beneficiadas receberão também apoio da Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social (Athis), assegurada pela Lei Federal nº 11.888/2008. Esse suporte garante acompanhamento de arquitetos, engenheiros e assistentes sociais, fortalecendo o direito a uma moradia de qualidade com acompanhamento especializado.

Para a moradora Ângela Maria Soares, coletora de açaí há mais de 50 anos, ser a primeira contemplada tem um valor que transcende a construção física. “Agora vou viver em uma casa boa, longe da maré, e poderei até ter minha própria horta”, contou, emocionada. Seu depoimento revela a dimensão transformadora de um projeto que toca tanto o social quanto o ambiental.

Um projeto com múltiplos significados

O “Sua Casa COP30 Sustentável” traduz um novo olhar para a política habitacional: mais do que entregar moradias, entrega reconhecimento, inclusão e pertencimento. Ao utilizar um dos maiores símbolos culturais da região – o açaí – como insumo tecnológico, conecta identidade cultural, inovação científica e mitigação climática.

Ao mesmo tempo, reforça que a luta contra as desigualdades sociais não está dissociada da preservação ambiental. Pelo contrário, ambas caminham juntas quando o desenvolvimento é pensado a partir das pessoas e dos territórios.

O projeto representa também uma resposta concreta às agendas globais de sustentabilidade. Ele dialoga com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, especialmente os que tratam de cidades sustentáveis, consumo responsável e ação climática.

Mais do que casas, o governo e seus parceiros entregam às ilhas de Belém uma mensagem de futuro: é possível viver bem e com dignidade sem abrir mão da floresta em pé.

Pará abre seleção de brigadistas contra queimadas na Amazônia

A cada temporada de seca, o Pará enfrenta um dos maiores desafios ambientais da Amazônia: o risco de queimadas. Para reduzir os impactos desse fenômeno, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas) abriu inscrições para o Processo Seletivo Simplificado (PSS) que vai recrutar brigadistas civis voluntários de prevenção e combate a incêndios florestais. A ação integra o Programa Pará Sem Fogo, iniciativa lançada em junho deste ano que busca ampliar a resposta do Estado diante das chamas que ameaçam florestas, fauna, populações ribeirinhas e áreas rurais.

O edital prevê a formação de 112 brigadistas e um cadastro reserva de até 224 pessoas, com atuação estratégica em regiões historicamente vulneráveis ao fogo: Rurópolis, Itaituba, Trairão, Novo Progresso, Jacareacanga, Altamira (especialmente o distrito de Castelo dos Sonhos) e São Félix do Xingu. São localidades de intensa atividade econômica e pressão sobre os recursos naturais, o que torna urgente a presença de equipes treinadas para prevenção e resposta rápida.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até o dia 5 de outubro no portal da Semas ou presencialmente, de 1º a 3 de outubro, nos Núcleos Regionais da Secretaria. A seleção será composta por cinco etapas: análise documental e curricular, Teste de Aptidão Física (TAF), Teste de Habilidade no Uso de Ferramentas Agrícolas (Thufa), além da divulgação do resultado final e convocação, prevista para 24 de outubro.

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Divulgação – Ag. Pará

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Entre os requisitos para concorrer, é necessário ter entre 18 e 59 anos, Ensino Fundamental completo, residir nas proximidades da área de atuação e apresentar condições físicas e mentais adequadas ao esforço exigido pelo trabalho. Os aprovados terão jornada de 44 horas semanais, com direito a auxílio mensal de até R$ 3.036,00, valor que representa um estímulo ao engajamento comunitário em defesa do meio ambiente.

Após a aprovação, os candidatos participarão de um curso de formação intensiva entre os dias 27 e 31 de outubro. O treinamento será ministrado pelo Corpo de Bombeiros Militar do Pará, com foco em técnicas de prevenção, contenção e combate direto às chamas. O início das atividades operacionais das brigadas está previsto para 6 de novembro.

De acordo com Lília Reis, secretária adjunta de Gestão Administrativa e Tecnologias da Semas, o processo seletivo reforça o compromisso do governo estadual com uma agenda ambiental responsável. “O Pará Sem Fogo amplia a capacidade de resposta do Estado, garantindo que as brigadas voluntárias cheguem a mais comunidades, protegendo vidas humanas, biodiversidade e o patrimônio natural paraense”, destacou.

A presença das brigadas vai além do combate emergencial. Elas representam também uma ação pedagógica e preventiva, já que parte da atuação inclui orientar comunidades rurais sobre práticas seguras no manejo do fogo, reduzindo queimadas ilegais ou acidentais. Essa dimensão educativa contribui para quebrar o ciclo anual de degradação, que não só destrói florestas como compromete a qualidade do ar e a saúde das populações locais.

O programa Pará Sem Fogo integra ainda ações de monitoramento e inteligência, articulando dados de satélite, alertas meteorológicos e informações de campo. Com isso, busca-se antecipar riscos e preparar estratégias direcionadas a cada região. Essa abordagem preventiva é fundamental, sobretudo em municípios como São Félix do Xingu e Novo Progresso, que registram altos índices de desmatamento e queimadas nos últimos anos.

Além da importância ecológica, há também uma dimensão social e econômica na formação dessas brigadas. O auxílio oferecido não apenas compensa o esforço físico, mas também ajuda famílias locais, em especial moradores de áreas rurais, a terem uma fonte de renda temporária enquanto prestam um serviço essencial para o coletivo. Trata-se de um exemplo de como políticas públicas ambientais podem alinhar proteção da natureza com inclusão social.

Com o avanço do Pará Sem Fogo, o Estado aposta em um modelo de gestão ambiental que combina tecnologia, mobilização comunitária e cooperação institucional. A iniciativa reforça que o combate às queimadas não deve ser entendido apenas como resposta emergencial, mas como parte de uma política de prevenção estruturada, voltada para reduzir vulnerabilidades e promover maior segurança ambiental.

Ao abrir espaço para que cidadãos participem ativamente desse esforço, a Semas fortalece o protagonismo comunitário na proteção das florestas amazônicas. Em um território de dimensões continentais como o Pará, a união entre Estado, instituições de segurança e comunidades locais é o caminho mais eficaz para enfrentar os desafios ambientais do presente e preparar um futuro mais sustentável.

Hospital Metropolitano reforça protocolos em emergências graves

Em situações de emergência, cada minuto pode representar a diferença entre a vida e a morte. Esse é o princípio que orienta o trabalho do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), localizado em Ananindeua, unidade de referência em traumas graves e de média e alta complexidade na Região Norte. Recentemente, o hospital apresentou seus protocolos de atendimento a vítimas de acidentes de grande porte durante um encontro promovido pelo Ministério da Saúde, por meio da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa).

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Divulgação – Ag. Pará

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O evento integrou um ciclo de atividades realizadas em Belém, voltadas à preparação de estados e municípios para incidentes com múltiplas vítimas (IMV). Nesses cenários, a capacidade de resposta das instituições de saúde é testada ao limite, exigindo integração entre equipes multiprofissionais e protocolos bem definidos.

Na palestra “Preparação Hospitalar para IMV”, a coordenadora de pronto atendimento do HMUE, Mila Michele, apresentou a experiência do hospital. Ela explicou que o plano desenvolvido inclui treinamento interno com todas as equipes, simulações teóricas e práticas que recriam situações de desastres ou acidentes em larga escala. “O objetivo é sempre o mesmo: salvar o maior número possível de vidas. Cada exercício é uma oportunidade de avaliar, corrigir e aperfeiçoar os protocolos. Nosso último simulado foi um sucesso porque desafiou os profissionais e permitiu aprimorar nossa capacidade de resposta”, afirmou.

O encontro também contou com a participação do gerente de enfermagem do hospital, Romerito Margotti, e da supervisora de enfermagem, Karine Cristina, que destacaram a relevância da cooperação entre diferentes áreas no atendimento emergencial. A preparação não se limita a médicos e enfermeiros: envolve todos os setores do hospital, desde logística até suporte psicológico às vítimas e familiares.

A busca pela excelência no enfrentamento de emergências não começou agora. No primeiro semestre de 2025, o HMUE já havia realizado um grande simulado de IMV, em parceria com a Sespa, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e outros órgãos estratégicos. A iniciativa testou, em condições realistas, a articulação da rede de saúde diante de cenários críticos.

Para o diretor executivo do HMUE, Marcelo Azevedo, esses treinamentos reforçam a vocação estratégica da instituição. “O Hospital Metropolitano atua todos os dias com casos de alta complexidade, mas também se prepara constantemente para situações extraordinárias. Isso fortalece nosso papel dentro do SUS no Pará e garante à população um cuidado resolutivo e rápido em momentos de maior vulnerabilidade”, afirmou.

O hospital é administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Sespa. Sua estrutura é referência não apenas em traumatologia, mas também em neurocirurgia, cirurgia plástica para queimados, clínica médica, pediatria e unidades de terapia intensiva (UTI). Apenas em 2024, a unidade realizou mais de 600 mil atendimentos, incluindo internações, cirurgias, exames e consultas. Esses números dimensionam a importância do hospital para a Região Metropolitana de Belém e municípios vizinhos.

A rotina do HMUE demonstra que a preparação para acidentes graves e desastres não deve ser tratada como uma exceção, mas como parte de um planejamento contínuo de saúde pública. O fortalecimento de protocolos, a realização de simulados e a integração com órgãos como Ministério da Saúde, Sespa e Samu são estratégias que transformam a experiência acumulada em capacidade de resposta imediata.

Num cenário global marcado por riscos crescentes – desde eventos climáticos extremos até acidentes tecnológicos –, iniciativas como as do Hospital Metropolitano mostram que investir em prevenção e preparação é tão crucial quanto ampliar o acesso ao atendimento. Ao tornar visível a complexidade de seus protocolos e simulações, a unidade reforça não apenas sua competência técnica, mas também seu compromisso com a vida de milhares de paraenses.

Seu Pug pode ter comportamentos desafiadores se você não aplicar esses 6 cuidados

Quem tem um Pug em casa sabe: eles são cativantes, brincalhões e cheios de carisma. Mas, por trás daquela carinha amassada e do olhar doce, pode surgir um lado desafiador se o tutor não estiver atento a cuidados essenciais. Latidos em excesso, teimosia, ansiedade e até birras podem aparecer quando a rotina não oferece estrutura, afeto e limites. A boa notícia é que esses comportamentos podem ser evitados com práticas simples, mas fundamentais para o bem-estar do Pug.

O Pug e sua personalidade encantadora — e desafiadora

O Pug é uma das raças mais antigas do mundo, originária da China, e sempre foi apreciado por sua aparência única e temperamento sociável. No entanto, como alertam especialistas da Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC), seu apego intenso ao tutor pode se transformar em ansiedade de separação quando ele passa muito tempo sozinho. Esse traço de personalidade, somado à teimosia típica da raça, exige atenção redobrada dos donos.

Estudos da American Kennel Club (AKC), uma das entidades mais respeitadas do mundo em comportamento canino, reforçam que os Pugs são inteligentes, mas podem apresentar comportamentos desafiadores quando não recebem estimulação física e mental adequada. Isso significa que, embora sejam ótimos cães de companhia, também precisam de rotina estruturada.

1. Atenção às necessidades respiratórias

Devido ao focinho achatado, o Pug é considerado um cão braquicefálico, o que exige cuidados extras com respiração e temperatura. Segundo a Universidade de São Paulo (USP), cães dessa categoria têm maior risco de sofrer com falta de ar e intolerância ao calor. Por isso, evitar exercícios intensos, passeios em horários quentes e ambientes abafados é essencial para prevenir crises respiratórias.

2. Exercícios moderados para evitar obesidade

Apesar de parecerem tranquilos, os Pugs têm tendência à obesidade, o que pode agravar problemas respiratórios e articulares. A Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (ANCLIVEPA) recomenda caminhadas leves e brincadeiras moderadas diariamente. Além de manter o peso equilibrado, essas atividades ajudam a liberar energia acumulada, prevenindo comportamentos destrutivos.

3. Estimulação mental constante

Muitos donos subestimam a inteligência do Pug, acreditando que ele precisa apenas de carinho. Mas a falta de estímulos pode gerar tédio e comportamentos desafiadores, como latir sem motivo ou mastigar móveis. Brinquedos interativos, jogos de recompensa e até treinos de obediência são recursos simples que mantêm o cérebro do cão ativo e equilibrado.

4. Socialização desde cedo

Um erro comum é não expor o Pug a diferentes pessoas, ambientes e outros animais durante a fase de filhote. Isso pode resultar em cães inseguros, reativos ou medrosos. Especialistas em comportamento canino afirmam que a socialização precoce é fundamental para que o Pug cresça confiante e saiba lidar melhor com mudanças no ambiente.

5. Limites claros e consistentes

O olhar fofo do Pug pode derreter qualquer coração, mas ceder a todas as vontades pode transformá-lo em um cão mimado e birrento. Treinadores recomendam consistência nas regras da casa: horários fixos para alimentação, comandos básicos de obediência e reforço positivo para premiar comportamentos adequados.

6. Tempo de qualidade com o tutor

Por fim, nada substitui a presença do tutor. O Pug é extremamente ligado à família e sofre quando não recebe atenção suficiente. Momentos de carinho, brincadeiras e até cochilos juntos fortalecem o vínculo e reduzem comportamentos de ansiedade. Deixar brinquedos e enriquecimento ambiental disponíveis também ajuda a manter o equilíbrio emocional.

Um cão feliz é reflexo de cuidados constantes

Mais do que uma raça charmosa e divertida, o Pug é um animal que exige responsabilidade e atenção em detalhes do dia a dia. Respirar melhor, se manter ativo sem exageros, interagir com o mundo e sentir-se amado são necessidades que, quando atendidas, garantem um cão equilibrado e feliz. E para os tutores, a recompensa é viver ao lado de um companheiro leal, engraçado e cheio de afeto, sem os desafios que podem surgir da falta de cuidado.

O charme e os desafios do Pug

O Pug é uma raça que encanta pela aparência única e pelo temperamento carinhoso. Porém, esse mesmo carisma pode vir acompanhado de desafios comportamentais, como teimosia e ansiedade, quando não há rotina estruturada.

Cuidados essenciais para evitar problemas

Entre os principais cuidados estão a atenção à respiração, já que é um cão braquicefálico, e a prevenção da obesidade com exercícios leves. Além disso, estímulos mentais e brincadeiras diárias ajudam a manter o Pug equilibrado e saudável.

A importância do vínculo com o tutor

O Pug é extremamente ligado à família e sofre quando se sente sozinho. Reservar tempo de qualidade, com carinho e interação, não apenas fortalece o vínculo como também previne comportamentos desafiadores.

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Se você não observar, 5 sinais de sobrepeso silencioso podem afetar o Golden Retriever

Um cão feliz corre, brinca e movimenta o rabo com energia. Mas e quando essa vitalidade diminui sem motivo aparente? Muitos tutores não percebem, mas o Golden Retriever, uma das raças mais queridas do Brasil, é altamente propenso ao sobrepeso. O problema, além de silencioso, pode desencadear doenças graves se não for detectado cedo. Segundo a Associação Brasileira de Medicina Veterinária, estima-se que até 40% dos cães de companhia apresentem excesso de peso — e os Goldens estão no topo dessa lista de risco.

Golden Retriever e a predisposição ao sobrepeso

O Golden Retriever tem metabolismo que favorece o acúmulo de gordura quando há excesso de calorias e falta de exercícios. Além disso, sua docilidade faz com que muitos tutores acabem cedendo a “olhares pidões” e exagerando na quantidade de petiscos. A Associação Mundial de Veterinários (WSAVA) aponta que cães de porte médio e grande precisam de atenção redobrada, pois o sobrepeso pode evoluir rapidamente para obesidade.

Esse excesso de peso não afeta apenas a estética. Ele está ligado a problemas cardíacos, articulares e até diabetes canina. Um estudo da American Veterinary Medical Association mostra que cães com sobrepeso vivem, em média, dois anos a menos do que os de peso saudável.

1. Diminuição da energia no dia a dia

Um dos primeiros sinais silenciosos é a queda no nível de energia. O Golden Retriever, normalmente ativo, começa a se cansar após caminhadas curtas ou perde o interesse por brincadeiras. Esse cansaço, muitas vezes confundido com preguiça ou idade, pode ser o corpo indicando que o peso está sobrecarregando articulações e músculos.

2. Dificuldade para sentir as costelas

Veterinários ensinam um truque simples: ao passar a mão pelo tórax do cão, as costelas devem ser facilmente palpáveis, ainda que não visíveis. Quando há dificuldade em percebê-las sob a camada de gordura, o sobrepeso é evidente. Esse exame caseiro, validado pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), ajuda os tutores a monitorar de forma prática.

3. Mudanças no ritmo respiratório

Outro sinal preocupante é a respiração ofegante em situações simples, como subir poucos degraus ou até deitar-se após brincar. O sobrepeso pressiona o sistema cardiorrespiratório, fazendo com que o cão precise de mais esforço para oxigenar o corpo. A longo prazo, essa condição pode evoluir para doenças crônicas.

4. Postura alterada e dificuldade para se mover

O excesso de peso também impacta a postura. Goldens com sobrepeso tendem a desenvolver um andar mais lento, arqueado ou até mancar levemente. Esse problema está associado ao aumento da carga sobre as articulações, especialmente quadris e joelhos, pontos vulneráveis da raça que já tem predisposição à displasia.

5. Acúmulo de gordura em regiões específicas

Mesmo sem balança, alguns sinais visuais podem indicar risco. Acúmulo de gordura no abdômen, pescoço ou base da cauda é um alerta claro. Muitas vezes os tutores associam isso à “fofura”, mas na realidade pode ser o início de um quadro de obesidade.

Como prevenir o sobrepeso no Golden Retriever

A boa notícia é que pequenas mudanças de rotina já fazem diferença. O primeiro passo é ajustar a alimentação: ração de qualidade, fracionada em duas ou três porções diárias, ajuda a manter o metabolismo ativo. Petiscos devem ser oferecidos com moderação, substituídos quando possível por legumes como cenoura e pepino, aprovados por veterinários.

Segundo a Embrapa Suínos e Aves, que também pesquisa nutrição animal, a qualidade dos ingredientes é tão importante quanto a quantidade. Por isso, vale investir em produtos balanceados que ofereçam proteína magra, fibras e menor teor de gordura.

Exercícios e estímulos para manter a vitalidade

O Golden Retriever é uma raça ativa por natureza. Passeios diários de pelo menos 30 minutos, brincadeiras de buscar bola e até natação são atividades recomendadas para manter o gasto calórico adequado. Além do controle do peso, exercícios físicos estimulam o bem-estar mental, evitando comportamentos destrutivos.

Estudos internacionais, como os publicados na Frontiers in Veterinary Science, apontam que cães que mantêm rotina de atividade regular apresentam maior expectativa de vida e menor predisposição a doenças metabólicas. Isso reforça a importância do movimento como aliado da longevidade.

Consultas regulares e monitoramento em casa

Levar o Golden Retriever ao veterinário a cada seis meses é essencial para avaliar peso, postura e exames de sangue. Em casa, pesar o animal periodicamente e observar mudanças no comportamento são formas simples de acompanhar sua saúde. Manter um registro das medidas ajuda a identificar tendências de ganho de peso antes que evoluam para obesidade.

O papel do tutor na saúde do Golden Retriever

O sobrepeso silencioso é um inimigo disfarçado de carinho. Muitos tutores acreditam estar agradando ao oferecer petiscos em excesso, mas acabam reduzindo a qualidade de vida do cão. Identificar os sinais cedo é um gesto de amor que prolonga a convivência com um dos companheiros mais leais e dóceis que existem.

O Golden Retriever nos ensina diariamente sobre generosidade e alegria. Em troca, merece atenção, cuidado e disciplina para manter sua vitalidade. Cuidar do peso não é apenas preservar a saúde, mas garantir que esses cães continuem a correr, brincar e espalhar felicidade ao nosso lado por muitos anos.

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Ideflor-Bio propõe sistema para gestão de Terras Indígenas

O Pará tem dado sinais de que pretende articular justiça climática, equidade racial e conservação ambiental em um mesmo horizonte de ação pública. Um exemplo foi a participação do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio) na Jornada para a Equidade Racial, promovida pelo Tribunal de Contas do Estado do Pará (TCE-PA). O encontro fez parte da programação do Pacto pela Equidade Racial, um compromisso firmado por instituições governamentais e organizações da sociedade civil para reduzir desigualdades históricas.

Na ocasião, o Ideflor-Bio apresentou iniciativas voltadas à valorização dos povos indígenas e comunidades tradicionais, destacando que esses grupos desempenham papel essencial não apenas na conservação da floresta, mas também na manutenção de serviços ambientais que beneficiam toda a sociedade. Para o Instituto, proteger esses territórios significa garantir água, biodiversidade e equilíbrio climático em escala local e global.

Representado pela analista ambiental Cláudia Kahwage, o Instituto levou ao debate uma contribuição inédita: a nota técnica “Atuação dos Órgãos Estaduais na Gestão Ambiental de Terras Indígenas no Pará”. O documento enfatiza a necessidade de maior articulação entre União, Estado e municípios para assegurar proteção eficaz a esses territórios, que juntos somam cerca de 30 milhões de hectares no estado. A proposta central é a criação de um Sistema Estadual de Gestão Ambiental de Terras Indígenas (Segati), que permitiria integrar esforços institucionais, garantir governança participativa e potencializar ações de monitoramento e conservação.

Ao propor o Segati, o Ideflor-Bio reforça a ideia de que a proteção das Terras Indígenas deve ser compreendida como parte de uma política pública de justiça climática e de reparação histórica. Isso porque essas áreas não apenas concentram grande diversidade biológica, mas também guardam modos de vida que, ao longo de séculos, resistiram às pressões externas e asseguraram a preservação da floresta amazônica.

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Divulgação – Ag. Pará

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Durante sua exposição, Cláudia Kahwage convidou outras instituições a se engajarem no fortalecimento dessa agenda. A mensagem foi clara: não se trata apenas de proteger florestas, mas de assegurar direitos e dignidade a povos que historicamente têm sido os maiores defensores da natureza. Essa visão amplia o escopo da política ambiental ao conectá-la diretamente com justiça social, étnica e racial.

O Instituto também aproveitou a Jornada para destacar iniciativas voltadas às comunidades quilombolas do Pará, com ênfase na valorização da sociobiodiversidade e no apoio a projetos de desenvolvimento sustentável. Ao apresentar essas ações, o Ideflor-Bio reforçou que equidade racial e conservação ambiental caminham lado a lado, já que a proteção dos territórios tradicionais se conecta à redução das desigualdades estruturais que afetam populações historicamente marginalizadas.

Um gesto simbólico reforçou essa narrativa: a doação, à biblioteca do TCE-PA, de publicações técnicas já produzidas pelo Instituto sobre Terras Indígenas. A entrega materializou a ideia de que conhecimento é ferramenta de transformação social. Ao ampliar o acesso a dados e análises, o Ideflor-Bio busca estimular novos atores a compreenderem a relação entre povos tradicionais e conservação ambiental.

O presidente do Instituto, Nilson Pinto, destacou que a adesão ao pacto reflete o compromisso do Governo do Pará com políticas inclusivas e sustentáveis. Para ele, reconhecer o protagonismo indígena na proteção da Amazônia é condição indispensável para construir um futuro ambientalmente equilibrado. “A equidade racial e a justiça climática caminham juntas. Reconhecer o papel dos povos indígenas na conservação da floresta é reconhecer que não há futuro sustentável sem a valorização de quem historicamente protegeu esses territórios”, afirmou.

O protagonismo do Ideflor-Bio na Jornada para a Equidade Racial sinaliza um caminho que conecta diversidade cultural, gestão ambiental e justiça social. A criação do Segati, se implementada, poderá ser um marco para a governança das Terras Indígenas no Pará, permitindo que essas áreas sejam tratadas como o que de fato são: pilares de estabilidade climática e de patrimônio cultural da humanidade.

Ao assumir essa agenda, o Instituto mostra que a gestão ambiental precisa ser conduzida de forma integrada, levando em conta não apenas critérios técnicos de conservação, mas também dimensões humanas, históricas e identitárias. Em tempos de emergência climática, o Pará dá um recado: não há solução possível sem ouvir, respeitar e incluir aqueles que sempre estiveram na linha de frente da defesa da Amazônia.

Pará compartilha dados geoespaciais para gestão integrada

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas) deu um passo estratégico para fortalecer a integração entre as políticas federais e a gestão ambiental no Pará. A pasta compartilhou um amplo conjunto de bases geoespaciais atualizadas com órgãos da União, reunindo informações detalhadas sobre áreas sensíveis, zonas de proteção e usos diversos do território paraense.

A iniciativa busca qualificar a forma como dados são utilizados por instituições federais na elaboração de planos, concessões e outorgas relacionadas ao uso de recursos naturais. Mais do que apenas disponibilizar números, trata-se de oferecer uma leitura territorial precisa que permita que os projetos de infraestrutura, energia, mineração e desenvolvimento regional avancem de maneira planejada e compatível com a conservação ambiental.

Entre as informações compartilhadas estão registros sobre áreas protegidas por legislações regionais, zonas definidas pelo Zoneamento Econômico-Ecológico do Pará, concessões florestais, planos de manejo sustentável, projetos de reflorestamento, servidões ambientais, unidades de conservação estaduais e municipais, assentamentos rurais, territórios quilombolas e áreas de pesca. Esses dados, organizados por regiões de integração, também apontam locais onde houve supressão vegetal e onde ocorrem iniciativas de conservação e recuperação.

Segundo Rodolpho Zahluth Bastos, secretário adjunto de Gestão e Regularidade Ambiental da Semas, esses insumos territoriais são fundamentais para reduzir conflitos e evitar sobreposições de uso. Ele lembra que setores como energia, mineração e infraestrutura frequentemente planejam grandes empreendimentos em áreas complexas e que a ausência de dados claros pode gerar entraves no futuro. “Quando os órgãos federais consideram os dados geoespaciais do Pará já na fase de concepção de seus projetos, os riscos de conflito diminuem e a gestão ambiental se torna mais eficiente”, destacou.

O movimento foi elogiado por diferentes instituições. Luiz Paniago Neves, superintendente de Segurança de Barragens e Pilhas de Mineração da Agência Nacional de Mineração (ANM), ressaltou que a ação fortalece a transparência e a cooperação entre órgãos públicos. Da mesma forma, Thiago Prado, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), enfatizou que os dados são cruciais para estudos de planejamento energético.

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Divulgação – Agência Pará

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Os insumos foram encaminhados a uma ampla rede de instituições federais, incluindo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, o Ministério dos Povos Indígenas, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), entre outros.

Esse esforço de integração é viabilizado por meio do Portal Regulariza Pará, plataforma pública que organiza e atualiza os dados de forma periódica. O portal é hoje uma das principais ferramentas de transparência do governo estadual, permitindo que gestores, pesquisadores e a sociedade em geral tenham acesso a informações sobre o ordenamento territorial e ambiental do Pará.

Na prática, essa medida contribui para aliviar a sobrecarga do licenciamento ambiental. Sem dados prévios integrados, muitos conflitos de uso de território acabam sendo identificados apenas no momento do licenciamento, o que atrasa processos e gera insegurança para empreendedores e comunidades. Ao antecipar a integração de informações, a Semas aposta em uma governança preventiva, que evita gargalos e promove maior clareza sobre o que pode ou não ser feito em cada região.

Além de contribuir para a eficiência da gestão pública, a disponibilização dos dados representa uma valorização das comunidades tradicionais e dos territórios que dependem da floresta, da água e da terra para manter seus modos de vida. Ao mapear territórios quilombolas, pesqueiros e assentamentos, o Pará reforça que qualquer política de desenvolvimento precisa respeitar as especificidades culturais e ambientais que compõem sua diversidade.

A ação é também um sinal de que os processos de governança ambiental estão se modernizando no estado, com foco em transparência, integração e responsabilidade compartilhada. A aposta é que, com bases geoespaciais confiáveis e de livre acesso, a tomada de decisões sobre concessões públicas, investimentos em energia e expansão da infraestrutura ocorra de forma mais equilibrada, com ganhos tanto para a economia quanto para a conservação da Amazônia.

Cúpula dos Povos quer marcar COP30 com voz popular

A preparação para a COP30 em Belém vai muito além das negociações diplomáticas entre países. Nesta quinta-feira (02), a visita do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, à Casa da Cúpula dos Povos, reforçou que o protagonismo da sociedade civil será uma peça-chave para o êxito da conferência.

Segundo o ministro, não há sustentabilidade real se a população não for parte ativa do processo. “Não existe política pública sustentável se não tiver participação social”, afirmou. A fala ecoa como um convite a movimentos sociais, organizações e comunidades para ocuparem, de forma legítima e decisiva, os espaços de diálogo que a Cúpula dos Povos pretende abrir em novembro.

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Foto: Jordana Ayres

O peso da participação social

Marcada para acontecer de 12 a 16 de novembro, a Cúpula dos Povos deve reunir cerca de 10 mil participantes em Belém. A expectativa é de que esse encontro se torne um espaço de convergência entre vozes diversas — indígenas, ribeirinhas, quilombolas, juventudes, acadêmicas e urbanas — que já atuam no enfrentamento da crise climática a partir de realidades locais.

O governo federal, por meio da Secretaria-Geral, anunciou apoio ampliado à infraestrutura do evento. A medida busca garantir condições adequadas para a multiplicidade de atividades, que vão de debates e assembleias até apresentações culturais e feiras de economia solidária. A própria logística, segundo Macêdo, será desenhada para assegurar acessibilidade e acolhimento.

A Cúpula dos Povos, tradicionalmente organizada em paralelo às Conferências da ONU sobre o Clima, surgiu como contraponto e complemento ao espaço oficial das negociações. Enquanto os governos discutem metas e compromissos, os povos e organizações apresentam propostas, denúncias e alternativas construídas coletivamente. Nesse sentido, Belém desponta como palco de um encontro que pretende deixar marcas tanto políticas quanto simbólicas.

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Foto: Jordana Ayres

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Um campo democrático de diálogo

O tom das falas durante o encontro em Belém deixou claro que há um reconhecimento mútuo entre governo e sociedade civil. Para os movimentos presentes, existe hoje um espaço político propício ao diálogo. Júlia Martins, representante do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), destacou a afinidade entre as agendas. “Temos convergências, como a defesa da democracia, o posicionamento contra as guerras, o fim do genocídio da Palestina, a soberania nacional e a agenda climática e ambiental”, afirmou.

A referência direta à conjuntura internacional evidencia que os debates da Cúpula vão além das pautas ambientais. Trata-se de um espaço político que articula justiça climática com justiça social, onde soberania, paz e direitos humanos caminham juntos. Nesse sentido, a Cúpula dos Povos se projeta como uma arena de disputa de narrativas, onde o futuro da Amazônia e do planeta se conecta a lutas globais.

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Foto: Jordana Ayres

Construção coletiva como legado

Márcio Macêdo sintetizou essa perspectiva ao afirmar: “A Cúpula dos Povos será um dos grandes momentos da COP30. Nós vamos construir juntos, a várias mãos, a COP com a maior participação social da história”. A ideia de construção coletiva é, portanto, não apenas uma promessa, mas também um desafio.

Para que essa promessa se cumpra, será preciso articular forças em múltiplos níveis: governos locais, movimentos sociais, redes internacionais e instituições de pesquisa. Todos terão de atuar em sintonia para que o encontro seja, de fato, uma vitrine de inovação democrática.

O Brasil, ao sediar a COP30, tem diante de si a oportunidade de consolidar uma nova referência global: a de uma transição ecológica que não se restringe a metas técnicas, mas que é profundamente moldada pela participação popular. Esse caminho não será simples, mas a mobilização em torno da Cúpula dos Povos indica que há energia social suficiente para impulsioná-lo.

Ao final, o que se anuncia em Belém é mais do que um evento paralelo. É a possibilidade de afirmar, diante do mundo, que enfrentar a crise climática passa por ouvir e dar centralidade a quem historicamente foi marginalizado nos processos de decisão. A Cúpula dos Povos promete ser, assim, um espaço de memória, de resistência e de futuro.

Artesanato florestal no Pará transforma saberes tradicionais em bioeconomia sustentável

Na região nordeste do Pará, um projeto sustentável inovador vem ressignificando a relação entre floresta e economia local. Cipós, frutos, sementes e madeiras que antes eram vistos apenas como insumos naturais hoje ganham forma em peças artesanais de alto valor cultural e econômico, produzidas por comunidades que transformam tradição em renda e sustentabilidade. A iniciativa, realizada no município de Igarapé-Açu, envolve diretamente 20 famílias de artesãos e se tornou um exemplo de como a bioeconomia pode fortalecer o desenvolvimento regional.

O trabalho é coordenado pelo professor Luiz Fernandes Silva Dionísio, docente da Universidade do Estado do Pará (Uepa) e da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra). Ele conduz o projeto Manejo de cipós em florestas secundárias: estratégias para o desenvolvimento comunitário, conservação e sustentabilidade de recursos naturais no município de Igarapé-Açu, que articula ciência, inclusão social e valorização de saberes tradicionais.

Segundo o pesquisador, a proposta vai além da produção artesanal. O objetivo é ampliar as oportunidades de trabalho, estimular o empreendedorismo comunitário e, ao mesmo tempo, preservar a floresta em pé. O artesanato surge como resultado de práticas sustentáveis que respeitam os limites da natureza, equilibrando o uso de recursos não madeireiros com a conservação da biodiversidade.

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Divulgação – Fapespa

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O projeto ganhou apoio da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), que financia pesquisas estratégicas para o fortalecimento da economia amazônica. A parceria foi reforçada pelo envolvimento do Centro de Referência em Tecnologias Agropecuárias e Florestais Sustentáveis, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), representado pelo pesquisador Gustavo Schwartz. Essa união de instituições acadêmicas, científicas e governamentais amplia a capacidade do projeto em unir inovação tecnológica, inclusão social e valorização cultural.

Para Luiz Dionísio, o apoio da Fapespa não se limita ao financiamento, mas expressa um compromisso com a transformação social: “Trata-se de um investimento que promove a inovação, valoriza o conhecimento tradicional e constrói caminhos sustentáveis para a Amazônia”.

Esse esforço coletivo deu origem a um projeto considerado “guarda-chuva”, expressão acadêmica para iniciativas que reúnem diferentes pesquisas e atividades interligadas. No caso de Igarapé-Açu, o manejo sustentável dos cipós orienta uma série de ações que podem desdobrar-se em novas investigações, dissertações e programas sociais, sempre com foco no equilíbrio entre floresta e comunidade.

As primeiras etapas incluíram saídas de campo para inventariar espécies de cipós e classificar seus usos. Esse levantamento científico permitiu direcionar a coleta de insumos de forma controlada e sustentável, evitando práticas predatórias. Paralelamente, famílias beneficiadas receberam treinamento sobre técnicas adequadas de manejo, aprendendo a conciliar produtividade com conservação.

Esse cuidado é essencial diante da prática tradicional de extração vegetal, que muitas vezes ocorre de maneira predatória. Quando realizada de forma sustentável, a coleta contribui para manter a cobertura vegetal nativa, proteger ecossistemas e regular o clima. Mas quando feita sem manejo, ameaça o equilíbrio ambiental. O projeto busca justamente mostrar que há caminhos para transformar essa atividade em um motor de desenvolvimento sem comprometer o futuro da floresta.

Um diálogo pela Sustentabilidade

A iniciativa dialoga diretamente com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente o ODS 12, que trata de consumo e produção responsáveis. Para o presidente da Fapespa, Marcel Botelho, esse é um exemplo claro de como ciência e conhecimento tradicional podem caminhar lado a lado: “A valorização da cultura local e a manutenção da floresta viva estão intimamente ligadas à pesquisa científica e ao desenvolvimento socioeconômico”.

Os próximos passos do projeto incluem novas etapas de capacitação. Nos meses seguintes, será ofertado um curso voltado ao aprimoramento das técnicas de design em artesanato, agregando valor estético e comercial às peças. Em dezembro, a previsão é realizar uma formação em modelagem de negócios de impacto socioambiental, preparando artesãos para transformar sua produção em empreendimentos sólidos e competitivos.

Mais do que estimular a renda, essas ações reforçam o protagonismo das comunidades e ampliam o mercado para produtos da floresta. O impacto vai além da economia: fortalece a identidade cultural, estimula a inclusão social e promove a conservação da biodiversidade amazônica.

Em um cenário em que a pressão sobre os recursos naturais é constante, o projeto de Igarapé-Açu mostra que é possível criar alternativas sustentáveis, que unem tradição, ciência e inovação. A floresta, vista não como obstáculo ao progresso, mas como aliada estratégica, se transforma em fonte de vida, cultura e desenvolvimento para a Amazônia.

Adepará conclui migração para o novo sistema Sigeagro 2.0

A Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) anunciou que o Sistema de Gestão Agropecuária do Estado (Sigeagro) passou por manutenção programada nos dias 26, 27 e 28 de setembro. A parada temporária teve um objetivo estratégico: realizar a migração de dados e serviços para a nova versão da plataforma, o Sigeagro 2.0, que promete ampliar a eficiência no controle e no monitoramento das atividades agropecuárias no Pará.

Durante esses três dias, os técnicos da Adepará focaram na atualização de dois módulos centrais: o do serviço oficial e o do produtor. A mudança permitirá que os agricultores e pecuaristas tenham acesso a um sistema mais ágil, com layout renovado e ferramentas otimizadas para cadastramento de cultivos agrícolas e emissão de documentos fundamentais para o trânsito agropecuário.

Entre os principais serviços integrados está a Guia de Trânsito Vegetal (GTV), documento essencial para a movimentação de produtos de origem vegetal. Os produtores já cadastrados não precisarão realizar novos registros: poderão continuar acessando a plataforma com login e senha anteriormente utilizados. Já aqueles que ainda não possuem cadastro deverão procurar a unidade da Adepará em seu município para se integrar ao novo sistema.

up_ag_60841_dcd4b396-9bb0-6a9e-b57d-2285b322a65e-400x267 Adepará conclui migração para o novo sistema Sigeagro 2.0
Danilo Brito – Fiscal Estadual Agropecuário e Coordenador da Unidade de Sistemas da Adepará

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A modernização atende a uma demanda crescente por agilidade e segurança na movimentação de animais, plantas e seus derivados. O trânsito agropecuário é um ponto estratégico para a economia paraense e também para a proteção sanitária. O controle eficiente reduz riscos de disseminação de pragas e doenças, garante rastreabilidade e fortalece a confiança em produtos locais tanto para o mercado interno quanto para exportações.

Ciente da importância do fluxo contínuo da produção, a Adepará recomendou que produtores antecipassem a emissão das Guias de Trânsito Animal (GTA) e Vegetal (GTV) antes do início da manutenção, de modo a evitar transtornos durante os dias de atualização. Essa medida preventiva assegurou que o transporte de cargas não fosse interrompido, preservando a dinâmica do setor agropecuário.

A expectativa é que o Sigeagro 2.0 represente um salto qualitativo na gestão pública. Mais do que uma simples troca de versão, a atualização reflete o compromisso do Estado do Pará em alinhar suas ferramentas de controle e fiscalização às novas exigências do setor agropecuário, cada vez mais marcado pela digitalização e pela necessidade de integração de dados.

Para a Adepará, a inovação tecnológica não é apenas uma questão de eficiência burocrática, mas também uma estratégia de defesa agropecuária. Em um estado de dimensões continentais, com intensa produção agrícola e pecuária, garantir sistemas informatizados robustos significa prevenir riscos sanitários, assegurar transparência e valorizar o trabalho dos produtores.

Esse movimento acompanha uma tendência nacional de digitalização dos serviços públicos, especialmente no campo. Ao reduzir a dependência de processos manuais e ampliar o acesso remoto, o Sigeagro 2.0 também democratiza informações, empodera produtores e acelera a resposta a demandas emergenciais.

O sistema atualizado retorna ao ar no dia 29 de setembro, marcando o início de uma nova etapa para a defesa agropecuária no Pará. A migração é mais do que uma atualização tecnológica: é um passo para fortalecer a biosegurança, ampliar a produtividade e modernizar a gestão do campo.

Com o Sigeagro renovado, o Pará reafirma sua posição como protagonista no desenvolvimento agropecuário amazônico, mostrando que inovação tecnológica e responsabilidade sanitária podem caminhar juntas na construção de um setor mais competitivo e sustentável.

Tamanduá-bandeira: 6 motivos que fazem dele um dos animais mais impressionantes do Brasil

Você já parou para pensar que um único animal pode comer até 30 mil insetos em um dia e, mesmo assim, ser considerado um dos mais vulneráveis da fauna brasileira? O tamanduá-bandeira é essa criatura fascinante, ao mesmo tempo gigante e delicada, que carrega em si a força de um ecossistema inteiro. Encontrá-lo caminhando pelo cerrado, com sua cauda imensa erguida como se fosse uma bandeira, é como presenciar um espetáculo raro da natureza. E é justamente esse contraste — entre imponência e fragilidade — que o torna um dos animais mais impressionantes do Brasil.

Tamanduá-bandeira e sua importância para os ecossistemas

O tamanduá-bandeira é essencial para manter o equilíbrio natural. Ele se alimenta principalmente de formigas e cupins, o que contribui para controlar pragas que poderiam devastar plantações e florestas. Segundo o ICMBio, esse mamífero pode consumir milhares de insetos diariamente graças à sua língua comprida, que chega a 60 centímetros e se movimenta em alta velocidade, colada por saliva pegajosa.

Mas sua relevância vai além da dieta. O animal necessita de grandes áreas preservadas para sobreviver, chegando a ocupar territórios de até 10 mil hectares. Isso faz com que sua presença seja um indicador valioso de ecossistemas saudáveis. Se há tamanduá-bandeira, significa que o ambiente ainda consegue oferecer alimento e espaço em abundância.

O porte que impressiona

Entre os mamíferos sul-americanos, o tamanduá-bandeira se destaca pelo tamanho. Pode alcançar 2,2 metros de comprimento e ultrapassar os 40 quilos. Sua aparência é inconfundível: corpo robusto, pelagem longa em tons de preto, cinza e marrom, e a cauda majestosa, que funciona como proteção contra o frio ou calor excessivos.

De acordo com a WWF Brasil, a cauda não é apenas um adorno bonito, mas uma ferramenta de sobrevivência. Quando deita para descansar, o tamanduá se cobre com ela, como se fosse um cobertor natural, regulando a temperatura corporal em diferentes condições climáticas.

Estratégias de defesa inesperadas

Embora seja conhecido pelo temperamento pacífico, o tamanduá-bandeira não é indefeso. Suas garras, que podem chegar a 7 centímetros, são afiadas e poderosas. Servem tanto para abrir cupinzeiros resistentes quanto para enfrentar predadores.

Pesquisadores do Projeto Tamanduá relatam que, quando acuado, ele se ergue sobre as patas traseiras e usa os membros dianteiros para golpear com força surpreendente. Esse comportamento de defesa rendeu-lhe apelidos como “urso do cerrado” em algumas comunidades rurais, já que sua postura imponente assusta até mesmo animais maiores.

Um animal sob ameaça constante

Apesar de toda a imponência, o tamanduá-bandeira enfrenta sérios riscos. É classificado como “vulnerável” pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza). Entre as principais ameaças estão a destruição do habitat — especialmente no cerrado e na Mata Atlântica — e os atropelamentos em rodovias.

Dados da Rede de Monitoramento de Atropelamentos de Fauna (REFAUNA) apontam que milhares de indivíduos são mortos anualmente em estradas brasileiras. Como se desloca lentamente, o tamanduá não consegue escapar de veículos em alta velocidade. Além disso, queimadas e avanço da agropecuária reduzem drasticamente seu espaço vital.

Cultura e simbolismo do tamanduá-bandeira

O tamanduá-bandeira também faz parte do imaginário cultural brasileiro. Em muitas regiões, ele é visto como símbolo de paciência e resistência. Sua forma tranquila de se mover, com passos calculados e foco na busca por alimento, inspira histórias e lendas.

No cenário internacional, é considerado um ícone da megafauna sul-americana. O Smithsonian’s National Zoo, em Washington, mantém programas educativos sobre o animal para mostrar ao público a importância de sua preservação. Documentários de emissoras como a BBC também reforçam sua imagem como um “embaixador” da biodiversidade brasileira.

Projetos de conservação e esperança para o futuro

Apesar das dificuldades, há motivos para acreditar na sobrevivência do tamanduá-bandeira. No Brasil, iniciativas como o Projeto Tamanduá e programas apoiados pelo ICMBio buscam monitorar a espécie com colares de rádio, proteger habitats estratégicos e educar comunidades rurais sobre sua importância.

A colaboração internacional também é fundamental. Universidades da América do Norte e Europa têm participado de pesquisas para entender melhor os padrões de comportamento e deslocamento desses animais. Esses esforços conjuntos aumentam as chances de que ele continue a desempenhar seu papel ecológico por muitas gerações.

Por que ele é um dos animais mais impressionantes do Brasil

O tamanduá-bandeira chama atenção por diversos motivos: seu tamanho, sua dieta peculiar, suas estratégias de defesa e sua relação cultural com o povo brasileiro. Mas talvez o mais impressionante seja a forma como ele nos obriga a pensar na relação entre natureza e sociedade. Ao mesmo tempo em que encanta, sua vulnerabilidade nos lembra da responsabilidade que temos em preservar os biomas que sustentam a vida.

O futuro desse animal não depende apenas de políticas públicas ou projetos de pesquisa, mas também da consciência coletiva. Cada área preservada, cada rodovia adaptada com passagens de fauna e cada comunidade engajada na conservação é um passo rumo à sobrevivência de uma das espécies mais emblemáticas do país.

Olhar para um tamanduá-bandeira é enxergar muito mais do que um “devorador de formigas”. É compreender a beleza da resiliência e o equilíbrio delicado que mantém a natureza em funcionamento. Proteger esse gigante dócil é proteger também a nossa própria história natural.

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Jequitibá-rosa centenário é encontrado no Rio de Janeiro

No coração da Zona Oeste do Rio de Janeiro, no Parque Estadual da Pedra Branca, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Mata Atlântica) encontraram um verdadeiro sobrevivente da história natural brasileira: um jequitibá-rosa com cerca de 500 anos. A árvore monumental, de 40 metros de altura — o equivalente a um prédio de 13 andares — e impressionantes 7 metros de circunferência, é um testemunho vivo da resistência da Mata Atlântica, um bioma que já perdeu mais de 80% de sua cobertura original.

O registro foi feito pelos biólogos Monique Medeiros Gabriel e Jaílton Costa, que localizaram a árvore a 200 metros de altitude, a cerca de um quilômetro no interior da mata. O acesso, segundo os pesquisadores, só foi possível graças ao Sítio Jequitibá-Rosa, uma propriedade privada mantida por Carlos Sergio Raposo, que preserva o entorno e abriga outros exemplares da espécie. Esse espaço, integrado à Floresta da Pedra Branca, mantém fragmentos de vegetação nativa de grande relevância para a conservação.

O jequitibá-rosa, espécie exclusiva da Mata Atlântica, está hoje sob risco de extinção. A pressão da exploração madeireira e o avanço urbano sobre seu habitat natural reduziram drasticamente sua presença em território nacional. Para o biólogo Thiago Fernandes, da Fiocruz Mata Atlântica, encontrar uma árvore desse porte é não apenas um feito científico, mas também um alerta. “A conservação dessa espécie é essencial para a manutenção da biodiversidade. Ela é um símbolo da floresta e, ao mesmo tempo, um reflexo das ameaças que a Mata Atlântica enfrenta”, afirmou.

jequitiba-rosa-400x239 Jequitibá-rosa centenário é encontrado no Rio de Janeiro
Fiocruz/Divulgação

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Com isso em mente, a árvore já foi marcada para coleta de sementes. O objetivo é garantir a produção de mudas no horto da Fiocruz Mata Atlântica e iniciar um processo de reintrodução da espécie em áreas degradadas. Essa ação segue recomendações do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora), que atua na catalogação e recuperação de espécies ameaçadas em todo o país.

Além da conservação direta, o achado fortalece o papel da Estação Biológica Fiocruz Mata Atlântica (EBFMT), criada em 2016 como o primeiro laboratório natural do Ministério da Saúde dedicado à interface entre biodiversidade e saúde. Única no mundo com essa vocação, a estação está localizada na antiga área da Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, e desenvolve pesquisas e projetos de restauração ecológica alinhados aos objetivos do parque.

A descoberta do jequitibá-rosa centenário lança luz sobre o delicado equilíbrio entre preservação e degradação. Enquanto a expansão urbana pressiona os limites da Pedra Branca, iniciativas de proteção como as da Fiocruz e de proprietários comprometidos revelam que ainda há espaço para resgatar e valorizar o patrimônio natural.

Cada árvore desse porte é um arquivo vivo da história ambiental brasileira. Ao longo de cinco séculos, o jequitibá resistiu a tempestades, mudanças climáticas e à ocupação humana que transformou o Rio de Janeiro. Sua permanência é uma lição sobre resiliência, mas também um lembrete de que a sobrevivência da espécie depende de políticas públicas eficazes, engajamento social e ciência aplicada.

Ao marcar sementes e projetar a multiplicação de mudas, a Fiocruz se conecta a uma visão de futuro em que o jequitibá-rosa não será apenas uma memória, mas uma presença garantida nas próximas gerações. Um gesto que transforma um gigante solitário em símbolo de esperança para toda a Mata Atlântica.

7 verdades sobre o veado-campeiro que mostram como ele enfrenta caçadores e predadores

Imagine um animal que, apesar de parecer frágil e vulnerável, desafia a própria lógica da sobrevivência. O veado-campeiro, símbolo dos campos abertos do Brasil e de outras regiões da América do Sul, é um exemplo impressionante de resistência. Entre caçadores ilegais e predadores naturais, essa espécie se reinventa diariamente para continuar viva — e as estratégias que ele adota vão além do que muitos imaginam.

O veado-campeiro e sua habilidade de adaptação

O veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus) está presente principalmente no Brasil, Paraguai, Uruguai, Bolívia e Argentina, com destaque para o Cerrado e os Pampas. Uma das suas maiores armas contra ameaças é a adaptação ao ambiente. Ele prefere áreas abertas, onde consegue enxergar predadores à distância e correr em disparada, alcançando até 60 km/h. Essa habilidade não é apenas um detalhe curioso, mas uma estratégia vital de defesa.

Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), populações de veados-campeiros já sofreram quedas acentuadas devido à caça e à perda de habitat, mas sua capacidade de viver em diferentes paisagens — do campo nativo ao pasto alterado pelo homem — é uma das razões pelas quais ainda resiste.

O papel da visão aguçada

Pouca gente sabe, mas o veado-campeiro tem uma visão privilegiada. Seus olhos laterais ampliam o campo de visão, permitindo detectar movimentações suspeitas a grande distância. Em ambientes de campo aberto, essa habilidade equivale a um sistema de radar natural. Pesquisadores argentinos da Universidad de La Plata destacam que essa característica é essencial para a sobrevivência, principalmente frente a predadores como onças e pumas.

A estratégia da fuga em grupo

Outra arma poderosa é o comportamento coletivo. Diferente de outros cervídeos que podem ser mais solitários, o veado-campeiro costuma se agrupar em bandos de até 30 indivíduos. Essa união gera duas vantagens: confundir predadores durante a perseguição e aumentar as chances de sobrevivência individual. Além disso, quando um indivíduo percebe perigo, emite sinais corporais — como o levantar súbito da cauda — que alertam todo o grupo.

Inteligência contra caçadores humanos

O veado-campeiro também desenvolveu respostas específicas contra a caça ilegal, uma das maiores ameaças à sua espécie. No Brasil, ele já esteve na lista de animais em risco de extinção, principalmente devido ao valor da carne e da pele. No entanto, pesquisas da Embrapa indicam que esses animais conseguem alterar rotas de deslocamento e hábitos de alimentação quando percebem movimentações humanas recorrentes, evitando áreas onde há maior risco de armadilhas.

Esse comportamento não significa apenas instinto. É um sinal de memória coletiva, onde os bandos aprendem a evitar locais perigosos e passam esse padrão adiante.

A reprodução como estratégia de sobrevivência

A natureza também o favorece em outro ponto: a reprodução. O veado-campeiro tem a capacidade de gerar filhotes que se desenvolvem rapidamente e, em poucos dias, já conseguem acompanhar a mãe em deslocamentos mais longos. Isso reduz a vulnerabilidade inicial e aumenta a chance de sobrevivência dos jovens, mesmo em ambientes com predadores.

Pesquisadores da Universidade de Brasília ressaltam que essa característica reprodutiva foi crucial para a recuperação de algumas populações monitoradas no Cerrado.

Um símbolo de resistência cultural e ambiental

Não é apenas na biologia que o veado-campeiro se destaca. Ele também tem importância cultural. Em estados como Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, aparece em lendas locais e como representação da vida campeira. Sua presença reforça a identidade dos campos e ajuda a lembrar da importância de preservar ecossistemas abertos, frequentemente menos valorizados do que florestas.

No cenário internacional, a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) classifica o veado-campeiro como “quase ameaçado”. Isso mostra que, embora ainda existam populações relativamente estáveis, as pressões sobre seu habitat e a caça continuam sendo riscos concretos.

O futuro do veado-campeiro depende de escolhas humanas

Seja enfrentando caçadores armados ou predadores naturais, o veado-campeiro prova diariamente que não é um animal frágil, mas um verdadeiro sobrevivente. Sua corrida veloz, seus olhos atentos e a vida em grupo são lições de como a natureza encontra formas engenhosas de resistir.

Mas a pergunta que fica é: até quando essa resistência será suficiente sem apoio humano? O destino do veado-campeiro, e de tantos outros animais dos campos sul-americanos, depende das escolhas feitas hoje sobre conservação, fiscalização e respeito ao equilíbrio ecológico. Ao olhar para esse cervídeo elegante correndo livre pelos pampas, entendemos que protegê-lo é também proteger nossa própria história e conexão com a natureza.

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Ibama inspeciona BR-153 no Tocantins para reduzir acidentes

A BR-153, uma das mais importantes rodovias do Brasil, atravessa o coração do Tocantins e conecta o Norte ao restante do país. Também conhecida como Belém-Brasília, é um eixo fundamental de integração econômica e social, mas carrega consigo um histórico de acidentes e desafios de segurança que preocupam autoridades e motoristas. Foi com esse pano de fundo que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) conduziu, nos dias 24 e 25 de setembro, uma vistoria preventiva em trechos críticos da estrada, especialmente entre os quilômetros 700 e 775, nos municípios de Cariri do Tocantins e Alvorada.

A ação foi coordenada pela Equipe Técnica de Prevenção e Atendimento às Emergências Ambientais do Tocantins, em articulação com o Centro Nacional de Emergências Ambientais e Climáticas (Ceneac). O objetivo central foi claro: mapear riscos, identificar anomalias e propor soluções capazes de reduzir a incidência de acidentes rodoviários em uma área considerada prioritária.

Durante dois dias, técnicos percorreram o trecho avaliando, em detalhes, um conjunto de elementos que influenciam diretamente a segurança viária. O trabalho envolveu desde a análise do tráfego e das condições do pavimento até a observação de curvas, obras de engenharia, sinalizações horizontais e verticais, intersecções e canteiros. Até mesmo a faixa de domínio da rodovia e pontos de interesse ambiental foram inspecionados, num esforço de conciliar segurança, infraestrutura e preservação.

Segundo Marcelo Amorim, coordenador-geral do Ceneac, a vistoria faz parte de uma estratégia de antecipação de riscos, essencial para reduzir a gravidade dos incidentes que ainda ocorrem em grande número na BR-153. “A iniciativa buscou contribuir para a prevenção de acidentes, garantindo mais segurança para motoristas e passageiros que circulam pela rodovia”, destacou.

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Divulgação – Ibama

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A operação contou também com o envolvimento de técnicos da Ecovias do Araguaia S.A., concessionária responsável pela administração do trecho inspecionado. Essa cooperação entre poder público e setor privado se mostra crucial, já que a concessão prevê investimentos em manutenção, modernização e melhorias estruturais da rodovia, além de compromissos com a segurança dos usuários.

A inspeção realizada pelo Ibama tem um diferencial: ela não se limita à engenharia de tráfego. Ao incluir no processo de avaliação os fatores ambientais e a vulnerabilidade de áreas adjacentes, amplia a visão sobre o impacto que um acidente rodoviário pode gerar, seja em termos humanos, seja em relação ao meio ambiente. A BR-153 cruza ecossistemas frágeis, áreas de reserva e comunidades que dependem da estrada para transporte de bens e acesso a serviços básicos. Um acidente grave pode significar não apenas a perda de vidas, mas também danos ambientais de grande escala, como derramamentos de combustíveis e produtos químicos.

Esse caráter preventivo da vistoria aponta para uma mudança importante de postura. Em vez de atuar apenas de forma reativa, o Ibama busca antecipar problemas, identificando pontos vulneráveis e sugerindo ajustes que podem evitar tragédias. Essa lógica vai ao encontro de práticas modernas de gestão de risco, cada vez mais valorizadas no setor de transportes e infraestrutura.

Outro aspecto relevante é o olhar integrado sobre os fatores que levam a acidentes. Muitas vezes, não se trata apenas da condição do asfalto ou da falta de sinalização, mas de uma soma de variáveis: curvas mal projetadas, tráfego intenso de veículos pesados, ausência de áreas de escape, iluminação insuficiente ou má conservação de defensas metálicas. Ao cruzar todas essas informações, a equipe técnica pode indicar soluções mais eficazes e de longo prazo.

A vistoria também dialoga com o compromisso do Brasil em melhorar seus índices de segurança viária, que ainda apresentam números preocupantes. Estradas como a BR-153 são corredores estratégicos para o escoamento da produção agrícola e industrial, e a ocorrência frequente de acidentes representa não só uma tragédia humana, mas também prejuízos econômicos e logísticos.

A iniciativa reforça a necessidade de ações contínuas de monitoramento, investimento em infraestrutura e engajamento da sociedade para tornar as rodovias brasileiras mais seguras e sustentáveis. No Tocantins, a expectativa é de que as recomendações oriundas dessa inspeção tragam melhorias visíveis para quem utiliza diariamente a BR-153, garantindo que o tráfego aconteça com menos riscos e mais confiança.

Jane Goodall morre aos 91 e deixa legado de esperança e ciência

Aos 91 anos, Jane Goodall deixou o mundo que dedicou sua vida a proteger, mas sua história permanece viva como um farol para a ciência, a conservação e a esperança. A primatóloga britânica, que revolucionou o entendimento sobre chimpanzés e transformou a maneira como a humanidade se relaciona com a natureza, faleceu por causas naturais nesta quarta-feira (1º), na Califórnia, enquanto seguia em uma turnê de palestras nos Estados Unidos. A notícia foi confirmada pelo Jane Goodall Institute, organização fundada por ela em 1977 para dar continuidade ao seu trabalho.

Desde menina, Jane sonhava em viver entre animais na África. Sem formação acadêmica formal, alimentava sua curiosidade com livros e a convicção de que iria trabalhar com a natureza. Aos 26 anos, quando começou a estudar os chimpanzés selvagens no Parque Nacional Gombe Stream, na Tanzânia, já carregava a coragem de quem ousa atravessar fronteiras intelectuais e geográficas. Seu talento foi rapidamente notado pelo paleoantropólogo Louis Leakey, que se tornou seu mentor e abriu as portas para o início de uma jornada científica sem precedentes.

Foi em Gombe que Jane revelou ao mundo que os chimpanzés não apenas usam, mas também criam ferramentas — uma habilidade até então considerada exclusiva dos humanos. Mais do que isso, demonstrou que esses animais possuem relações sociais complexas, estabelecem hierarquias, comunicam-se, cuidam de seus filhotes e expressam emoções individuais. Suas observações desafiaram visões cristalizadas sobre a distância entre humanos e outros primatas, mudando profundamente a etologia e as ciências biológicas.

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Reuters/Folhapress

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No entanto, sua contribuição não se limitou à ciência. Ao perceber que os chimpanzés estavam ameaçados pelo tráfico ilegal e pela destruição de seus habitats, Jane entendeu que precisava ampliar sua atuação. Tornou-se então uma das mais importantes vozes da conservação global. O instituto que leva seu nome expandiu suas ações para além da proteção dos primatas, envolvendo também a restauração de florestas, a promoção da saúde e educação em comunidades vizinhas e o empoderamento de mulheres em áreas rurais.

Um dos marcos de sua carreira foi compreender que não bastava proteger os animais se as comunidades humanas ao redor viviam em vulnerabilidade. A sobrevivência das florestas e da fauna dependia diretamente da qualidade de vida das pessoas. Essa visão, à frente de seu tempo, tornou-se um dos pilares do Jane Goodall Institute.

Em 1991, Jane deu outro passo decisivo ao criar o programa Roots & Shoots, voltado para engajar crianças e jovens em projetos ambientais, sociais e comunitários. O movimento cresceu e hoje está presente em dezenas de países, formando novas gerações de líderes comprometidos com um planeta mais justo e sustentável.

Mesmo com o reconhecimento internacional, Jane nunca abandonou sua proximidade com o público. Viajou incansavelmente, participou de palestras, escreveu livros e dialogou com jovens, líderes políticos e comunidades locais. Sua presença era sempre acompanhada de uma mensagem que se tornou sua marca: a esperança.

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Foto: Getty

Essa palavra estampa o título de sua última obra, publicada em 2021, O Livro da Esperança: um guia de sobrevivência para tempos difíceis. Nele, Jane procurou oferecer ao mundo o que sempre carregou consigo — a crença inabalável de que a mudança é possível e de que cada indivíduo tem um papel fundamental nesse processo.

Jane Goodall partiu, mas seu legado é inextinguível. Ao revelar o mundo secreto dos chimpanzés, ela aproximou a humanidade de suas próprias raízes. Ao lutar pela conservação e pela justiça social, mostrou que salvar a natureza é também salvar a nós mesmos. Mais do que uma cientista, foi uma visionária que uniu razão, emoção e coragem para inspirar gerações. Sua vida ensinou que a verdadeira transformação nasce da esperança em ação.

Jovens do DF propõem soluções climáticas em conferência nacional

Brasília, 01 de outubro de 2025 – Entre cartazes, debates e apresentações criativas, jovens estudantes da rede pública do Distrito Federal se reuniram em um espaço pouco usual para eles: a sede do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O local recebeu, no dia 26 de setembro, a VI Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (VI CNIJMA), evento que buscou fortalecer a educação ambiental e estimular a resiliência das comunidades escolares diante da crise climática.

Promovida pelo Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) e com participação de representantes do Ministério da Educação (MEC), do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a conferência reuniu 150 alunos do 6º ao 9º ano de escolas públicas. Mais que um encontro de jovens, foi um exercício de cidadania climática e de construção de soluções a partir do olhar da infância e da adolescência.

Os estudantes apresentaram propostas criadas coletivamente em suas escolas, que depois foram votadas pelos próprios colegas durante a conferência. O projeto mais votado foi do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 26 de Ceilândia, em que os alunos elaboraram uma minuta de lei para a criação de uma disciplina extracurricular voltada à conscientização ambiental. A ideia prevê visitas escolares a parques do Cerrado, onde os jovens seriam responsáveis pelo cuidado de árvores tombadas. “Nosso maior intuito é inspirar outros estudantes a se interessarem pelo meio ambiente”, explicou Igor, um dos alunos envolvidos.

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Foto: Vinicius Cardoso/Ibama

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Em segundo lugar ficou a proposta do CEF Boa Esperança, também em Ceilândia, chamada “Quintal Sustentável”. O projeto busca oferecer às comunidades de baixa renda uma alternativa para geração de renda extra por meio do plantio ou da criação de animais de pequeno porte, como galinhas, possibilitando a venda de alimentos e derivados. A iniciativa vai disputar a etapa nacional da conferência e, caso seja selecionada, poderá ser apresentada durante a COP30, que ocorrerá em novembro de 2025, em Belém (PA).

Enquanto os alunos defendiam suas ideias, os professores e orientadores que acompanharam as delegações tiveram seu próprio espaço de aprendizado. Eles participaram da oficina “Energia que transforma”, onde discutiram formas de integrar projetos sobre energia limpa e meio ambiente ao cotidiano escolar. Para a professora Raiana Rocha, do CEF Telebrasília, no Riacho Fundo I, a experiência abriu caminho para novas práticas pedagógicas. “Volto para a escola com muitas ideias de atividades que podem envolver nossos alunos em ações concretas de sustentabilidade”, relatou.

A conferência revelou como a educação ambiental pode funcionar não apenas como disciplina complementar, mas como eixo formador da cidadania. Ao transformar escolas em laboratórios de soluções climáticas, ela dá voz a uma geração que terá de enfrentar os maiores impactos da crise ambiental global. Nesse processo, conceitos como justiça climática deixam de ser abstrações acadêmicas e passam a ser traduzidos em projetos simples, mas de enorme impacto social.

É nesse espaço de escuta e protagonismo juvenil que a VI CNIJMA mostrou sua força. Projetos como os desenvolvidos pelos alunos de Ceilândia revelam que a transformação climática não será apenas fruto de grandes acordos internacionais ou de investimentos milionários, mas também de pequenos gestos que nascem nos quintais, nas salas de aula e nas mãos de jovens engajados.

Ao incluir esses projetos no circuito da COP30, o Brasil reforça a ideia de que enfrentar a crise climática exige tanto diplomacia internacional quanto a participação das comunidades locais. O futuro da Amazônia, do Cerrado e de tantos outros biomas passa também pela capacidade de ouvir os mais jovens, que enxergam na natureza não apenas um recurso, mas uma responsabilidade compartilhada.